Poiesis 244

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Camilo Mota

Regina Mota

www.jornalpoiesis.com.br

Dr. Newton Valladão está na direção do HC Lagos

Daumas Academia comemora 12 anos

Página 4 Página 4 Ano XXIII- nº 244 - julho de 2016 - Saquarema, Araruama, Iguaba Grande, Cabo Frio, Arraial do Cabo, S. Pedro da Aldeia e Petrópolis

Consultório de Psicanálise e Terapias Naturais

APAE de Araruama pede socorro Lucas Moritz

Camilo de Lélis M. Mota Psicanalista Terapeuta Holístico CRT 42617

Associações que têm convênio com a FIA protestaram nas escadarias da Alerj por falta de repasses do Governo do Estado

As 119 entidades conveniadas à Fundação para a Infância e Adolescência (FIA) correm o risco de fe-

char as portas em julho. O último repasse feito é referente ao mês de agosto. Uma das entidades afeta-

das pela falta de recursos é a APAE de Araruama. A Defensoria Pública informou que irá solicitar que Camilo Mota

a Florais de Bach a Psicanálise transpessoal a Acupuntura auricular a Reiki

parte da ajuda federal às Olimpíadas no Rio de Janeiro seja destinada aos abrigos. Página 3.

Araruama ganha mais creches

A Prefeitura de Araruama tem investido na educação infantil, ampliando o atendimento às crianças e favorecendo os pais que precisam trabalhar e não têm com quem deixar os filhos. Uma creche e um anexo foram inaugurados recentemente, e mais duas creches estão quase prontas na Fazendinha e São Vicente. Página 3.

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ção do corpo e da mente que também proporciona um contato da pessoa com sua própria espiritualidade, desenvolvendo paz e sereni-

dade no seu dia a dia. Além da imposição de mãos sobre partes do corpo, o Reiki possui um conjunto de exercícios simples para melhorar

a qualidade de vida, como a meditação e a prática de princípios que levam o indivíduo a uma conexão consciente com o tempo presente. Página 6.


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nº 244 - julho de 2016

FIGURAS MUSICAIS QUE TODOS DEVERIAM CONHECER

JORGE ANTUNES

Guarda Civil Armada: o avanço da segurança pública

Henrique Autran Dourado

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ode não ser o compositor mais popular, nunca deve ter pensado nisso. Sua música é plena de conceitos, faz pensar, sua missão não lhe permitiria a fama. O carioca Jorge Antunes (1942), radicado em Brasília, onde trilhou longa carreira na UnB e orientou uma legião de talentos da vanguarda, não é um desses simples adeptos da modernidade: para chegar onde chegou, conheceu os caminhos da mais sofisticada erudição, formando-se na UFRJ, e depois em Paris, Utrecht e Buenos Aires, tendo sido aluno de nomes históricos como o do papa da música concreta, Pierre Schaeffer, e do ícone da composição Alberto Ginastera. Foi laureado como “Chévalier des Arts”, entre diversos títulos. Sua obra é das mais ecléticas, tendo composto desde música eletroacústica, da qual foi pioneiro no Brasil, criou sua Música Cromofônica (sons e luzes) e compôs óperas, música de câmara, peças sinfônicas e tudo o que pudesse unir sons ao seu pensamento filosófico. Não faz música para apenas para se ouvir, sua arte persuade a pensar. Controverso, polêmico, Antunes, pessoalmente, cumpre papel inverso. É uma personalidade de fácil acesso, boa conversa e bastante simpático no trato com colegas, público e alunos, esses últimos a grande devoção de sua vida, que é ensinar. Mais ainda, não os introduz, apenas, aos cânones acadêmicos, mas literalmente chacoalha as mentes e faz despertar nos jovens a necessidade da consciência política e da reconstrução musical. E faz tudo isso com um português escorreito, redigindo seus textos com clareza cristalina. Procura despertar a indagação, a necessidade de pensar, pensar, pensar, criticar. Ou seria outra a missão da universidade, desde o seu primórdio? Vou falar de três momentos meus com Jorge Antunes. Há muitos anos, houve um programa da Rádio Bandeirantes de São Paulo sobre o Hino Na-

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cional – e tive a grata honra de dividir, cada um em sua área, a conversa com o especialista em língua portuguesa Pasquale Cipro Neto. Daí, uma revista nacional de grande porte me entrevistou e ao Jorge Antunes. Enquanto eu fiquei por conta da dificuldade de se cantar uma música instrumental complexa de 1831 (já foi Hino da Abdicação) e uma letra de tão difícil compreensão para o povo, Antunes expôs sobre seu Hino Nacional alternativo, polêmica que poderia ter tido consequências nada agradáveis, já que questionava um símbolo pátrio em tempos mais duros. Não demorou muito, e o compositor me pediu que analisasse uma obra sua, “Três Impressões Cancioneirígenas” para sua Poética Musical, depois publicada pela Ed. Sistrum (2002). A peça que abordei é um caleidoscópio de símbolos musicais, visuais e textos, com alusões ao AI-5, usando de truques como “éramos ene / aí um foi embora / aí dois foram embora / aí três foram, embora (...) aí 5, aí 5”, clara referência ao famigerado Ato Institucional de 1968, que foi um golpe fortíssimo dentro do golpe militar.

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Escrevi, com plena liberdade para fazê-lo, abrindo o texto com as colunas do Niemeyer no Palácio da Alvorada dando forma gráfica ao monte empilhado de palavras e sílabas do texto do Ato Institucional, simbolizando a imagem-símbolo do Distrito Federal, as belas colunas do Alvorada. Há mais de dez anos, Antunes estava com sua ópera Olga, baseada na perseguição e morte da companheira do líder Luís Carlos Prestes, inteiramente pronta. Disse-me que ele já chegava aos 65, e tinha medo de morrer antes de vê-la encenada. Ora, disse-lhe eu, rindo, você não vai tão cedo, vamos batalhar. Uma vez em São Paulo, Antunes, puxando em um carrinho de bagagem os enormes volumes encadernados da ópera, viu a primeira tratativa fracassada. Raro se fazer ópera no Brasil, quase impossível vê-la encenada. Pois foi no tradicionalíssimo Teatro Municipal de São Paulo, que em 2006, portanto há dez anos, aconteceu a grande encenação, com nossa amiga comum, a saudosa Martha Herr, soprano, no papel de Olga,

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que lhe coube como uma luva. Como o terrível Chefe de Polícia de Vargas, Filinto Müller, o grande tenor Fernando Portari. O cenário foi impactante, as citações de Tristão e Isolda, de Wagner, de uma riqueza inteligentíssima, remetendo a uma das maiores óperas de todos os tempos, até a longa ária final de Olga lembrando o Liebestod (canto de amor e morte) de Isolda, na cena final. Nunca imaginei ver meninas, com cara daquelas aficionadas por novelas jovens, chorando ao final, bem da fila da frente – devem ter vindo em grupo colegial ou coisa assim. Isso foi prova que o povo não pode gostar daquilo que não conhece, bastando a oportunidade de conhecer algo para se apaixonar pela música, quando ela consegue seduzir. Ano que vem, 2017, Jorge Antunes completa 75 anos de plena e incessante atividade. Não me falou nada sobre medo de “partir” assim, sem o reconhecimento à altura, isso ele deve guardar para si, mas advirto logo que ele não irá tão cedo, e o Brasil saberá reconhecê-lo, com as mais justas homenagens pelos 75 anos de vida. Tendo à disposição diversas publicações, certamente poderemos fazer de uma apresentação uma breve viagem por sua obra, no Conservatório de Tatuí. Todos têm espaço para compor, no Brasil, seja pela trilha mais nacionalista, conservadora ou vanguardista, correntes que revelaram alguns gênios, fora as de visões personalíssimas, marca de Antunes. Só desejamos que a celebração tenha o mais amplo espaço no país, pois cravar esse marco em sua homenagem é fundamental. Mesmo porque não se faz um músico desses e 75 anos todos os dias.

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om o advento da lei 13022 de 2014, que diz “Art. 2o Incumbe às guardas municipais, instituições de caráter civil, uniformizadas e armadas conforme previsto em lei, a função de proteção municipal preventiva, ressalvadas as competências da União, dos Estados e do Distrito Federal.” As guardas civis de todo Brasil, passaram a assumir um papel se antes de coadjuvante na segurança pública, agora como força integrante e que divide os holofotes no combate preventivo e ostensivo a diversos delitos. Um dos grandes avanços da Lei 13022/2014, além de tratar especificamente das características das Guardas, como civis, uniformizada acrescenta-lhe o termo ARMADA, algo que já estava incluso na Lei 10.826/2003 – Estatuto do desarmamento, que em seu Artigo 6º parágrafo IV, já legalizava o armamento para as guardas civis “Art. 6o É proibido o porte de arma de fogo em todo o território nacional, salvo para os casos previstos em legislação própria e para: ...“IV - os integrantes das guardas municipais dos Municípios com mais de 50.000 (cinqüenta mil) e menos de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, quando em serviço;”. Uma das mais comentadas perguntas feitas pela sociedade, está em como armar

a guarda civil? Será que acontecerá da noite para o dia? Para responder isso, esclareço que não é bem assim, existem pelo menos 11 requisitos para que a Guarda Civil, passe a ser armada. Alguns deles estão na própria lei acima exposta. As guardas precisam ter controles internos próprios, através de órgãos de corregedoria e ouvidoria – Artigo 13º, além de firmar convênio com a Policia Federal, que incluirá também a avaliação física e psicológica dos guardas civis, treinamento de cerca de 100 horas na pratica de tiro, com profissionais devidamente credenciados pela Polícia Federal. Baseado em cima dessa lei, a Guarda Civil de Saquarema vem pleiteando desde o ano de 2014, que a implantação do Estatuto da Guarda Civil de Saquarema, que prevê a carreira de forma ascendente, corregedoria, ouvidoria. Esperamos o cumprimento da mesma e aprovação pela câmara de vereadores, antes do prazo final concedido para sua implantação pelo Governo Federal que é 8 de agosto de 2016. André Soares é Guarda Civil Municipal em Saquarema-RJ, especializado em Planejamento e Gestão Municipal de Segurança Pública pelo CEDESH – CENTRO DE DESENVOLVIMENTO HUMANO/SP

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Convoca para Assembleia Geral para formação de nova diretoria Dia 22/07/2016 às 16h em sua sede na Avenida Oceânica, 285 - Itaúna - Saquarema-RJ Saquarema, 01 de julho de 2016 Ronaldo da Silva Monteiro - Presidente

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EXPEDIENTE O Jornal Poiésis - Literatura, Pensamento & Arte é uma publicação da Mota e Marin Editora e Comunicação Ltda. Editor: Camilo Mota. Diretora Comercial: Regina Mota. Conselho Editorial: Camilo Mota, Regina Mota, Fernando Py, Sylvio Adalberto, Gerson Valle, Marcelo J. Fernandes, Marco Aureh, Francisco Pontes de Miranda Ferreira, Charles O. Soares. Jornalista Responsável: Francisco Pontes de Miranda Ferreira, Reg. Prof. 18.152 MTb.

Rua das Bougainvilleas, 4 - Rio do Limão - Araruama-RJ CEP 28970-000 ( (22) 98818-6164 ( (22) 99982-4039 ( (22) 99770-7322 E-mail: jornalpoiesis@gmail.com Site: www.jornalpoiesis.com.br. Facebook: www.facebook.com/ jornalpoiesis Distribuição dirigida em: Saquarema, Araruama, São Pedro da Aldeia, Iguaba Grande, Cabo Frio, Arraial do Cabo e Petrópolis. Fotolito e Impressão: Tribuna de Petrópolis.

Colaborações devem ser enviadas preferencialmente digitalizadas, espaço simples, fonte Times New Roman ou Arial, corpo 12, com dados sobre vida e obra do autor. Os originais serão avaliados pelo conselho editorial e não serão devolvidos. Colaborações enviadas por e-mail devem ser anexadas como arquivo .doc ou .docx. Os textos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Jornal Poiésis.


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nº 244 - julho de 2016

Abrigos conveniados à FIA correm risco de fechar APAE de Araruama pode deixar de funcionar no final do mês

Moradores de rua recebem apoio da Prefeitura de Araruama Campanha do Agasalho continua até 31 de julho

Lucas Moritz

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s 119 abrigos para pessoas com deficiência ou em risco social conveniados à Fundação Para a Infância e Adolescência (FIA) precisam de cerca de R$ 45 milhões para não serem fechados. O valor representa 1,4% dos R$ 2,9 bilhões repassados pela União ao Governo do Estado como ajuda para a realização dos Jogos Olímpicos em meio à crise financeira. Com dívidas e repasses atrasados, as instituições correm o risco de fechar ainda em julho. Diante desse cenário, a Defensoria Pública vai solicitar, por meio de uma ação civil pública, que parte da ajuda federal seja destinada aos abrigos. A informação foi divulgada durante uma audiência pública da Comissão da Pessoa com Deficiência da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) realizada no dia 7 de julho. Segundo a Defensoria, faltam apenas o envio de documentos da FIA e da Secretaria de Estado de Assistência Social e Defesa dos Direitos Humanos (SEASDH) para completar a ação. A verba seria usada para quitar dívidas e garantir o funcionamento dos abrigos, onde itens básicos de higiene e alimentação têm

faltado. Presidente da comissão, o deputado Marcio Pacheco (PSC) anunciou que três abrigos já fecharam nesta semana, e fez um alerta sobre a gravidade da situação. “A situação é mais do que caótica. Estamos falando de milhares de pessoas que estão em abrigos, crianças em situação de risco, instituições que estão até 13 meses sem receber. O cálculo é simples, 1,4% dessa ajuda federal vai salvar a vida dessas pessoas”, destacou o deputado. A Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) é uma das prejudicadas por essa falta de repasse. Ela possui três abrigos em parceria com a FIA e dois deles, em Conceição de Macabu e Araruama, já declararam que só funcionarão até o dia 31 de julho. No dia 1º de agosto, 113 pessoas ficarão sem assistência e 92 funcionários, sem emprego. “A APAE está deixando de almoçar para poder jantar. Nós produzimos um ofício destinado à Defensoria Pública, ao deputado Márcio Pacheco, à FIA e ao governador comunicando o fechamento e explicando os motivos”, disse Hélio Torres, presidente da Federação das Apaes do Estado do Rio de Ja-

neiro (FEAPAES/RJ). A FIA, responsável por 119 instituições, fez um repasse aos seus conveniados de R$1 milhão de reais referentes aos mês de fevereiro, mas informou que não há previsão de pagamento para o mês de março em diante. “Nós já enviamos programações de desembolso para a Secretaria de Estado de Fazenda. Estamos entrando em contato incansavelmente com o órgão para garantir esses pagamentos”, declarou Karine Costa, vice-presidente da FIA. No encerramento da audiência, o presidente da comissão, deputado Márcio Pacheco (PSC), foi convidado a se juntar aos representantes dos abrigos para uma manifestação cultural na escadaria do Palácio Tiradentes. Os manifestantes pretendiam chamar atenção para os problemas que as instituições têm enfrentado. A comissão está estudando uma data para realizar uma nova audiência. Os deputados Zaqueu Teixeira (PT), Tio Carlos (PS) e Márcia Jeovani (DEM) também compareceram à audiência. (Texto de Elisa Calmon e Leon Lucius)

As leis da Alerj servem para quem tem sede de justiça. Ou só sede, mesmo.

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encaminhou para a UPA um senhor que sofreu agressão na rua, e para o posto de saúde de Ponte dos Leites um casal de idosos que necessitava de atendimento”, disse. Cerca de 20 pessoas foram abordadas. A Campanha do Agasalho continua até o dia 31 de julho. Quem quiser colaborar pode entregar roupas e cobertores na sede a Prefeitura de Araruama. O Centro POP foi inaugurado em 2014 e é um

projeto inédito na Região dos Lagos, realizando ações de enfrentamento à desigualdade social que atinge as pessoas que fazem de ambientes públicos locais de moradia. A unidade funciona na Avenida Araruama, ao lado do Centro Comercial Pinho, e oferece apoio aos moradores de rua através de espaço para higiene pessoal, alimentação e apoio técnico para acesso a serviços sociais que possibilitem sua reinserção na sociedade.

Creches ampliam atendimento na educação em Araruama Camilo Mota

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educação infantil vem ganhando impulso com a ampliação do atendimento oferecido pela Prefeitura de Araruama através de creches em vários bairros. A comunidade do bairro Jardim São Paulo e adjacências recebeu recentemente a implantação da Creche Municipal Professora Lycia Araújo de Barros Vianna. A unidade escolar atenderá 88 alunos, em 4 turmas em horário integral, na faixa etária de 6 meses a 3 anos e 11 meses. De acordo com a secretária municipal de Educação, Miryam Inêz de Lima, as creches são o resultado da preocupação do poder

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público em oferecer qualidade de ensino e bom atendimento para as crianças. O prefeito Miguel Jeovani destaca os investimentos e valorização da educação. “A educação infantil é o caminho para o país se desenvolver. Por isso a Prefeitura vem investindo na construção de creches, que trazem mais segurança para os pais poderem trabalhar. Os profissionais também vêm sendo valorizados tanto através dos cursos de aperfeiçoamento quanto no reajuste salarial dos professores que tiveram reposição de 40 por cento nos últimos três anos e meio”, disse. No distrito de São ViASSISTÊNCIA MÉDICA ALBUQUERQUE MAGIOLI

cente de Paulo, A Creche Municipal Adalgira Oliveira de Andrade ganhou um anexo para atender à demanda de pais que necessitavam de vagas para seus filhos no terceiro distrito. A nova unidade, que funciona na Rua João Vasconcellos, atenderá cerca de 130 crianças, com idade de 6 meses a 3 anos de 11 meses. Além de 8 salas de aula, a área conta ainda com espaços adequados para serviços administrativos, além de refeitório, lavanderia e cozinha. Em breve também serão inauguradas creches no bairro Fazendinha (Picada) e no Loteamento Santo Antônio em São Vicente.

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Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro Pop) , da Prefeitura de Araruama, realizou nesta terça-feira, dia 5, abordagem social para cadastrar pessoas que vivem nas ruas do município. Com apoio de técnicos da Defesa Civil, Atenção Básica da Saúde e Guarda Civil, ação promoveu orientação social e de saúde, além de entregar roupas e cobertures recebidos na campanha do agasalho. De acordo com o coordenador do Centro POP, Marcelo Alcântara, a abordagem também fez encaminhamentos para atendimento na UPA 24 Horas. “Além de levar orientação e buscar resgatar essas pessoas no sentido de retomarem os vínculos familiares e sociais, a ação também

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nº 244 - julho de 2016

Deputada Marcia Jeovani defende projetos da economia criativa e solidária no Supera Rio em Cabo Frio

residente da Comissão de Assuntos Municipais e Desenvolvimento Regional da Alerj, a deputada estadual Marcia Jeovani (DEM-RJ) participou no dia 27 de junho da quarta rodada de debates do projeto SUPERA RIO, realizado pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, através do Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégico do Estado do Rio, em parceria com a Rede INTER TV, afiliada da Rede Globo de Televisão. A parlamentar reforçou durante o evento os projetos de lei de sua autoria que interferem de forma positi-

va no fomento da economia e no desenvolvimento turístico e social da região. “Já estava na hora do interior ganhar um olhar diferenciado. Temos um dos maiores patrimônios que é a Lagoa de Araruama e desde o início do mandato levantamos através de visita técnica e audiência pública a necessidade do tratamento de esgoto em Arraial do Cabo. Pedimos ao governo estadual o desassoreamento do Canal de Itajuru e a instalação de frigoríficos pesqueiros nas colônias da região”. A deputada estadual Marcia Jeovani ainda falou de duas proposituras que tra-

André Barbosa

tam da economia solidária e da economia criativa como alternativas para a gera-

ção de renda e o desenvolvimento sustentável. O projeto de lei nº 1.719/16 dispõe sobre a cessão de espaço físico para exposição e comercialização de produtos da economia solidária nos eventos públicos, e que tem a co-autoria do deputado estadual Waldeck Carneiro. Já o projeto nº 1.179/16 institui a Política Estadual de Incentivo à Economia Criativa. O prefeito de Araruama Miguel Jeovani (PMDB-RJ) foi o único representante dos Poderes Executivos Municipais a marcar presença no seminário e lembrou da importância das parcerias neste momento de crise.

“As parcerias são fundamentais, visando não só a capacitação da mão de obra local, como também a celebração de convênios com as universidades e institutos para a realização de cursos de capacitação. Através dos Centros de Referência de Assistência Social tivemos a oportunidade de formar diversos profissionais”, ressaltou o gestor público. Marcia Jeovani aproveitou a oportunidade para pedir o apoio dos parlamentares nos projetos de lei nº 1.467 e 1.504, ambos de 2016, que visam a parceria de cooperação técnica com as Guardas Municipais Civis do Estado do Rio de

Janeiro e a implantação de Academias Preparatórias das Guardas Civis Municipais nas regiões do Estado do Rio. A parlamentar mostrou não só a preocupação com a questão da segurança pública no estado, como também reiterou a importância da criação do 13º Batalhão de Polícia Militar no município de Araruama. O SUPERA RIO foi conduzido pelo deputado estadual Wanderson Nogueira (PSOL-RJ) e contou com a colaboração dos representantes do SEBRAE, FIRJAN, FAERJ, rede hoteleira, colônia de pescadores, e outros representantes da sociedade civil organizada.

Guarda Civil de Saquarema participa de curso tático

Dr. Newton Valladão na direção do HC Lagos

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Arquivo pessoal

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O diretor do hospital está sempre em busca de aperfeiçoamento na área de ortopedia em congressos no Brasil e no exterior

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médico ortopedista Newton Valladão está na direção do Hospital da Unimed HC Lagos, de Araruama, desde abril do corrente ano, onde tem desenvolvido um trabalho de relevância para o município, bem como para toda a Região dos Lagos. Formado pela Faculdade de Medicina UFF, o médico já exerceu a função de Secretário de Saúde em Saquarema. Com cerca de trinta anos de vida profissional, Newton Valladão procura estar sempre a par

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das inovações em sua especialidade, a Ortopedia. Com esse objetivo, participou este ano do American Academy of Orthopaedic Surgeons – AAOS, Annual Meeting, que aconteceu em Orlado, na Flórida, Estados Unidos. Para melhor atender seus pacientes, Newton Valladão atualmente trabalha em sua clínica localizada na Rua Adolfo Bravo,26, em Bacaxá e na Rua Comandante Bento José Martins, 297, sala 208, Edifício Tina Raposo, em Araruama.

Eleições 2016: Fique por dentro

esde o dia 2 de julho, estão valendo as regras da Lei Eleitoral 9.504/1997, que determina, entre outras coisas, que candidatos estão proibidos de comparecer em inaugurações de obras públicas. Também está proibido autorizar publicidade institucional dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos municipais ou das respectivas entidades da administração indireta, salvo em caso de grave e urgente necessidade pública. Os agentes públicos tampouco podem nomear, contratar ou de qualquer forma admitir, demitir sem justa causa, suprimir ou readaptar vantagens ou por outros meios dificultar ou impedir o exercício funcional

e, ainda, ex officio, remover, transferir ou exonerar servidor público, na circunscrição do pleito, até a posse dos eleitos, com exceção dos casos previstos na legislação, como nomeação ou exoneração de cargos em comissão. O agente público também está impedido de realizar transferência voluntária de recursos da União aos estados e municípios e dos estados aos municípios, sob pena de nulidade de pleno direito, ressalvados os recursos destinados a cumprir obrigação formal preexistente para execução de obra ou de serviço em andamento e com cronograma prefixado e os destinados a atender situações de emergência e de calamidade pública. (Fonte: TRE-RJ)

om o objetivo de qualificar os profissionais que trabalham com a segurança do município, a Secretaria de Segurança e Ordem Pública de Saquarema ofereceu aos funcionários da Guarda Civil Municipal, nos dias 1,2 e 3 de julho, o primeiro Curso Tático Operacional. O curso foi realizado na sede da Associação de Moradores de Barra Nova, onde os guardas tiveram noções de modelo de treinamento operacional diversificado, construção de uma nova identidade operacional, simulações,

entre outros, com aulas práticas e teóricas. De acordo com comandante da Guarda Civil, Marcelo Marreto Ramos, a Secretaria de Segurança se sensibilizou sobre a importância da realização do treinamento, tendo em vista o artigo 16, da Lei 13.022 de 2014, que discorre sobre o Estatuto Geral das Guardas Municipais, que estabelece autorização para o porte de arma de fogo. “Nosso objetivo é melhor atender ao público, coordenar as ações e saber agir no momento certo. Os municípios têm até o dia 8 de agos-

to para se adequarem à Lei 13.022”, disse. Para uma maior aproximação entre a Guarda Civil Municipal e a comunidade, existe um projeto de criação de inspetorias distritais nos bairros de Jaconé e Vilatur, podendo de estender para outros bairros. Elas servirão de ponte entre a população e as polícias civil e militar, feita através da Guarda, o que já ocorre nos dias atuais nos serviços itinerantes. “Foi bastante proveitoso o Primeiro Curso Tático. Tivemos noção de como abordar os meliantes em certas situa-

ções de risco. Também serviu como lição para nossas vidas e como atender melhor a sociedade”, relatou o Guarda Civil Municipal Mendes. “Aumentou a nossa auto-estima como profissional. Foi uma superação para muitos. Nosso jeito de trabalhar será outro, enérgico e educado. Honestidade e companheirismo, isso que fortalecemos durante o curso. É um valorizando o outro, isso não somente no serviço, mas, no dia a dia. Agora a maneira de agir e ver o cenário é outro”, disse o GCM Aureliano. (Por Regina Mota)

Daumas Academia comemora 12 anos

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ara comemorar os doze anos de existência a Daumas Academia, de Itaúna, Saquarema, realizará no dia 16 de julho um espetáculo, às 19hs no Teatro Mario Lago, com apresentações de sapateado, dança do ventre, jazz dance e dança moderna. O evento contará ainda com participações especiais das bailarinas Barbara Serra e Emily Amorim, além de homenagem ao bailarino Erick Custódio,. Segundo a diretora Rita Daumas, haverá a presença de visitantes de cidades vizinhas que deverão fazer apresentações e prestar homenagens pela data festiva. “Contaremos com a participação de Francisco Mattos, de Cabo Frio, Companhia Christian Jeovaney, Ginástica Artística com Vivian Soares e Jonatan, Bruna Marinho e Paula Andrade, de Araruama, Layla El Nur e Luna Raja, de Saquarema, além, é claro, dos nossos queridos alunos que deverão abrilhantar a festa”, disse. Ao ser questionada sobre

Camilo Mota

a que se deve o sucesso da academia nesses doze anos de existência, Rita foi enfática ao falar: “Deve-se à felicidade de estar vivo, fazendo algo pelo próximo. A grandeza de saber que estou fazendo algo pelas pessoas de Saquarema. Fomos criticados no início por falarmos de Mozart e de Beethoven a filhos de pescadores, mas não desistimos, acreditamos no potencial dos nossos alu-

nos”. Um dos objetivos da realização desse espetáculo, segundo Rita, é de arrecadar fundos para que 14 alunos possam viajar em outubro para se apresentarem no Festival de Dança na Argentina. Eles estão fazendo campanhas, pedindo aos amigos e tentando sensibilizar motoristas através de pedágios no Centro de Saquarema.

O preço da entrada do espetáculo intitulado “12 anos da Daumas Academia, Comemorando a Arte e a Cultura em Saquarema”, é R$10. A companhia de dança pede que cada pessoa leve também um quilo de alimento não perecível. As doações serão entregues posteriormente à Pestalozzi e ao Centro de Recuperação de Usuários de Drogas em Recuperação.


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nº 244 - julho de 2016

“ITALIANISMOS” NA OBRA DE WILLIAM SHAKESPEARE Gerson Valle

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lguns shakespereanos se intrigam pelo fato de treze da trinta e cinco peças escritas por William Shakespeare (1564-1616) serem localizadas na Itália. Isto pode não ter significado algum, mas em se tratando de um dos mais louvados escritores de todos os tempos, de que sempre foi envolvido com certo “mistério” em torno de sua vida (o que parece ser um “gosto” do país das neblinas, dos castelos ditos mal-assombrados, dos “sherlocks” para desvendar mistérios...), em que até sua existência já foi questionada, ou se era o ator que existiu com este nome o real escritor das peças por ele representadas (uma vez que os atores de então não possuiriam, em geral, a cultura histórica e filosófica que ele apresenta), pode parecer um indício de algum fato a ser pesquisado... O prólogo de Romeu e Julieta, um soneto, refere-se ao local da ação qualificando-o como a “fair” (“bela”) Verona... Curioso porque não consta que Shakespeare tenha saído da Inglaterra. Por conseguinte, o adjetivo é colocado na crença de suas leituras. Ultimamente, entretanto, e mais um mistério se adiciona à vida de Shakespeare, um pesquisador italiano, Martino Iuvara escreveu um curioso livro intitulado: “Shakespeare era italiano”, onde tenta provar que ele nasceu na Itália, seguiu um seminário franciscano, onde aprendeu latim, grego, História, etc., e não teria se tornado padre por se ter apaixonado por uma mulher que faleceu antes de se casar com ele. Desgostoso, viajou por alguns países, acabando por fixar-se na Inglaterra onde seguiu as carreiras de poeta, ator e dramaturgo que se conhecem... Há também a hipótese levantada por outro estudioso de que entre 1585 e 1592, anos de que pouco se sabe dele, teria vivido num convento na Itália. Ligada à essa suspeita, um intelectual canadense afirma que nosso bardo era profundamente católico, tendo encontrado registros em antigos conventos de seu nome disfarçado em latim, o que

parece verossímil com suas peças onde expressões católicas ocorrem, sob, talvez, a desculpa destas peças tratarem de tempos anteriores à criação da Igreja Anglicana por Henrique VIII. Como a rainha Elizabeth I, que perseguia os papistas, poderia admirá-lo como se diz? Mas, talvez ele nunca revelasse sua religião, e esta fosse mais uma justificativa de sua ambígua posição misteriosa ante a vida. Indubitavelmente, o Frei Lourenço de Romeu e Julieta é um personagem simpático, ao contrário da ironia com que se tratavam os padres no teatro de outros autores ingleses de então. Curiosamente, parece birra de um católico latino o tratamento dado ao judeu Shylock em “O Mercador de Veneza”, que ao emprestar dinheiro, assina com o devedor um contrato que se este não cumprir o pagamento em dinheiro terá de fazê-lo com uma libra da carne de seu próprio corpo, e no tribunal não aceita o pedido de misericórdia, só retrocedendo ante a prova de que o contrato previa carne e não sangue, portanto não podendo cortar a carne sem sangrar. Como em 1290 o rei Eduardo I expulsou os judeus da Inglaterra, e se Shakespeare nunca saiu de lá, não deve ter conhecido nenhum judeu por toda a vida! De forma, que o aparente anti-semitismo da peça é apenas o uso de um símbolo tradicional para representar a mesquinhez e egoísmo da usura e do dinheiro como valores acima do sentimento de fraternidade humana. E há a referência na peça à Veneza como o lugar “aonde o homem brincou de ser Deus. Construiu a mais bela cidade feita pela mão do homem”. Pura referência livresca ou ele a conheceu? Também na Itália, em Pádua, se passa a comédia “A megera domada”. A jovem Catarina é rebelde, e não aceita se casar porque não quer se curvar ao desejo de ninguém, como as mulheres deviam fazer naquele tempo diante dos homens. Petrucchio, nome estranho bem italiano, casa-se com ela forçada pelo pai. Para

POESIA TERCETO MUNDO #1 André Garcia Que poder a arte tem? Uma boma atômica em cada mente. A caminhada é longa, mas apenas um passo importa: o próximo. Vou sair à procura de olhos à procura de mim.

se vingar, ela o trata a patadas. Ele responde, desaparecendo com os vestidos de sua vaidade e impedindo, de forma sempre engraçada, dela comer. Com tudo que ela sofre, acaba por se curvar e no final da peça, diante da família dela Petruccchio pede: “Kiss me, Kate”, e ela o beija obedientemente. Aqui também pode-se criticar, achando as feministas a história machista. Mas, o que sobressai é a necessidade do entendimento na relação amorosa, mesmo à custa de algumas situações politicamente incorretas, mas reveladoras dos costumes e que ensejam momentos engraçados. O amor é tema constante na obra de Shakespeare. Antes de “Romeu e Julieta” escrevera a comédia “Dois cavalheiros de Verona”, onde aparecem algumas definições amorosas e o uso de uma corda para subir ao quarto, tal como na noite de amor do famoso casal. Os elementos cidade de Verona, amor, corda, por conseguinte, se repetem. É como se Shakespeare se preparasse para o seu primeiro grande sucesso, narrando os amores de Romeu e Julieta. Curiosamente eu já ouvi de um televisivo professor paulista que “Romeu e Julieta” é uma peça mais política que amorosa, sendo

escrita para provar que a impetuosidade da juventude deve ser reprimida pela autoridade dos mais velhos, defendendo o absurdo dos pais escolherem os casamentos dos filhos. Esta é a ideia que perpassa a introdução do poema de Brooke, de onde Shakespeare tirou os dados, mas se opondo àquela baboseira reacionária, com seu hino ao amor e à juventude. Nesse posicionamento do citado professor, a que me oponho, o personagem principal seria o Príncipe que aparece somente 3 vezes na peça para mostrar bom senso administrativo. É um ponto de vista, parece-me, de quem considera a burocracia mais importante que a emoção. E para quem não tem afinidade literária ou teatral as figuras do frei Lourenço, da Ama e de tantas personalidades, que parecem ter vida, são menos significativas que o papel policialesco governamental. Tal visão crítica insiste em que Romeu, passando do amor de Rosalina tão rapidamente ao de Julieta, só tendo os dois uma noite juntos e ainda a história se desenvolvendo em apenas 5 dias, a existência do amor não está garantida. Shakespeare, mui-

to mais modernamente, garante o contrário, que o amor independe do número de noites em que se dorme juntos, nem da continuidade da afeição, pois um jovem pode ter a percepção intuitiva do amor num rompante, como na expressão francesa “coup de foudre” (“golpe de raio”, literalmente), admitindo-se aí uma variante de intensidades, em Romeu a sensibilidade lhe apontando para Julieta como a mais forte. E é de se notar a subjetividade de tais preferências, pois a Ama observa que o conde Páris, além de bom partido era um homem bonito. Isto não impressionou Julieta. O amor não é materialmente explicável, assim, na peça. As carranquices reacionárias de quem despreza o que seja amor, arte, literatura não atingem a realidade de nosso psiquismo, que sensivelmente se refletem nas posturas poético-musicais. Sigmund Freud descreve, em todo ser humano, a punção de Eros e a punção de Tânatos. Em outras palavras, o amor em sua manifestação lírica construtiva, conduzida pelo desejo sexual, e a morte, com sua violência destrutiva, que também nos acompanha inexoravelmente. A peça aludida coloca essas punções em evidência ao tratar de suas manifestações espontâneas na juventude. Não apresenta uma reflexão madura sobre o amor da convivência por uma vida nem a visão amorosa da conjugação da Humanidade fraterna espiritual e ideal. Mas, representa em cena, de forma crua na cara do espectador, a manifestação juvenil dessas punções irrefletidas, como se dá quando são sentidas no momento em que aparecem, como um raio inevitável, forte, imponente. Os jovens são levados pelas correntes das paixões - dos arrebatamentos amorosos às brigas de rua raivosas -, construindo a poesia existencial contrária à prosa das meditações mais compreensivas e maduras. Corajosamente desafiam o destino de peito aberto, expondo-se às adversidades desprotegidos, com a ingenuidade dos puros.

DESNIVELAMENTO

CERCA VIVA (45)

- Por que tanto tropeças, camarada, ao longo dessa nossa caminhada? - Tento seguir o traço que não acho, forçando-me a viver altos e baixos!

ferrovia morta os tilhos se encontram no infinito

Tais impetuosidades juvenis, estranhamente, nos dão uma ideia muito mais aproximada das paixões latinas, de que os italianos são os mais representativos, do que a contenção normalmente lembrada nas atitudes anglo-saxônicas. E sem apoiar nenhuma hipótese esdrúxula quanto a do estudioso italiano que reivindica a nacionalidade de Shakespeare a seu país (quem que, intelectualmente bem informado, não gostaria de ter como compatriota um dos marcos fundamentais da Literatura universal?), mas pondo um pouquinho de fogo mais na fogueira, quando o grosso da Humanidade esquece da relevância de seus herois escritores, lembremos ainda de “Othello”. O primeiro ato se passa em Veneza e os outros 4 na Ilha de Chipre. Por acaso é anglo-saxão o ciúme desesperado do apaixonado mouro? E o ódio apaixonado também, do perverso Iago? Curiosamente, Giuseppe Verdi (que teve 3 óperas inspirado em Shakespeare, “Macbeth”, “Otello” e “Falstaff”, e que se dedicava com fervor à leitura de sua obra, tendo se frustrado por não escrever um “Rei Lear”, e que muita gente considera seu teatro musical como o que melhor reflete as intenções e comportamentos de personagens do bardo inglês) teve o libreto de seu Otello de um italiano grande conhecedor de Shakespeare, Arrigo Boito, que o fez transpor para música as situações da tragédia original com uma expressividade tão ou mais significativa que o original (entre nós, inclusive, Otto Maria Carpeaux escreveu que o Iago delineado por Boito/Verdi é mais aperfeiçoado dramaticamente que o de Shakespeare). Para mim - e esta, sem dúvida, é uma curiosidade por mais que eu leia e goste da peça de Shakespeare, “Othello” (ou “Otello”) sempre me parece com a melhor representação do que há de mais bem acabado de uma ÓPERA ITALINA!!!

Gerson Valle é membro da Academia Petropolitana de Letras.

Claudio Feldman Gerson Valle

Gerson Valle reside em Petrópolis, é membro da Academia Brasileira de Poesia - Casa de Raul de Leoni.

BLUE Cassiano Nunes (1921 - 2007)

Claudio Feldman é poeta, escritor e roteirista, professor aposentado de língua e literatura. O haicai acima faz parte da obra Cerca Viva, publicada em comemoração aos 30 anos do autor como haicaista.

A ESCADA DO QUARTO Chico Peres

Canções, como as que inventei, outros cantarão.

Sorriso nos lábios descia a escada do quarto passos macios no tapete estendido qual gazela a flutuar pelos campos metida num vestido longo vermelho que marcava o corpo

Já me substituiu artesão mais hábil na oficina.

Antes senti o aroma de seu perfume que aguçava os meus sentimentos deixando-me embriagado

O que você quer? Quer ser o que veste ou vestir o que é?

Outras bocas te revelarão volúpia mais fina.

Meu caminho não decido eu: quem decide é o chão e o céu.

Tudo o que morrer comigo em mais bela forma o mundo verá.

André Garcia é poeta e fanzineiro, mora em Cabo Frio-RJ.

Perdoem-me pela parcela mínima - porém única que não se repetirá.

Desejei você por inteiro tocá-la deslizar minhas mãos por seu corpo até ouvir seus gemidos apertá-la em meu peito dizer o quanto a quero dar-lhe um longo beijo pegá-la no colo subir cada degrau da escada até chegar ao quarto e fazer amor com você

(in: “Cassiano Nunes - Poesia - Obra reunida, vol. I”, Thesaurus Editora, 2015)

Chico Peres é poeta, membro da Academia Saquaremense de Letras e da Academia Araruamense de Letras.

Sou como estou. Tirei o que não queria, sou o que restou. Fazer o bem não faz mal a ninguém.

Versos, como os que escrevi outros escreverão.


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nº 244 - julho de 2016

Reiki, saúde e espiritualidade

Em Foco

com Regina Mota Divulgação

Conselho Comunitário de Segurançade Saquarema - Terezinha Ruade, que esteve por dois anos à frente do CCS, deixa o cargo de presidente e assume a Diretoria Social e de Assuntos Comunitários. Ficaram eleitos: Almir Pereira da Silva, presidente; Odilon Ribeiro, vice-presidente; Flaviana Reis, primeira secretária; Marcia Vidigal, segunda secretária; Tadeu Thram, conselho de ética; Maria Januária dos Santos e Selma Senna. Estiveram presentes também ao evento o delegado Leonardo Macharet, titular da 124ª DP, e o Tenente Genilson Saraiva, comandante da 4ª Cia da PM. Camilo Mota

Pedro Paulo Bravo realiza palestra - Em sua tenra idade, já com título de advogado, ele promoveu palestra para falar sobre os direitos autorais da classe artística, mais precisamente dos bailarinos. O público ouviu com atenção cada palavra e saiu encantado com a forma dele abordar o tema, com firmeza e conhecimento. Camilo Mota

90 anos de Elizabeth - A família se reuniu ao redor da matriarca Elsa Elizabeth Dreher Camargo no dia 9/7 para comemorar seus 90 anos de idade muito bem vividos. Mãe da Assistente Social Iná Guacira de Camargo, da Setid, ela esbanja energia e alegria. Com orgulho fala de suas atividades que ainda realiza diariamente.Parabéns! Camilo Mota

Encontro com amigos - São raras as oportunidades que temos de poder ficar com amigos queridos. A festa julina da Creche São Maximiliano Kolbe, em 9/7, foi uma delas. Feliz em reencontrar Arlindo Junior e Jony Cigano. Dois amigos queridos que hoje trabalham ao lado da Deputada Estadual Marcia Jeovani, na ALERJ.

Camilo Mota*

Q

ue relação há entre um sistema terapêutico, seu benefício para a saúde e o despertar da espiritualidade? Esta questão envolve todo aquele que pela primeira vez toma contato com o Reiki, técnica de imposição de mãos desenvolvida pelo japonês Mikao Usui no início do século XX e que hoje está bem disseminada no ocidente, com milhares de praticantes em todo o mundo. Um primeiro ponto a ser abordado é quem pode praticar Reiki. A resposta é tão simples quanto a técnica: qualquer pessoa que participe de um curso e que seja sintonizada através de um exercício específico realizado por um mestre de Reiki habilitado. Não depende de etnia, formação profissional, gênero, idade ou conhecimentos prévios sobre saúde. É, portanto, algo a ser usado por seres humanos que se disponham a aprender e desenvolver um dom especial que envolve a harmonização do corpo em diversos aspectos de sua existência. Quem pratica Reiki de maneira sistemática, com constância, percebe como ele pode despertar sentimentos de bem estar, aumentando ainda a capacidade de concentração e ampliando a consciência para além das percepções meramente materialistas. Reiki, portanto, promove uma abordagem holística da consciência, permitindo à pessoa que o pratica vivenciar outros aspectos de sua própria realidade a partir da transcendência. A percepção transcendente, no entanto, não é necessariamente algo místico ou misterioso. Possui fundamentação no próprio desenvolvimento psíquico, uma vez que ao ampliarmos o campo da consciência permitimo-nos descortinar

os véus do Ego e penetrar, suavemente, nos reinos de nosso Inconsciente (JUNG, 2015). O Reiki tem, portanto, uma função transcendente que pode levar à união dos conteúdos conscientes e inconscientes. Nesta etapa de união, de unidade entre as forças do consciente e do inconsciente, de individuação, é que nos encontramos no caminho da Saúde. Passamos a reconhecer o corpo como reflexo de nossa consciência. Muitas pessoas que praticam Reiki mudam de hábito, começam a perceber outras nuances da realidade que as levam a ter uma atitude diferenciada diante da vida. De acordo com Dethlefsen e Dahlke (2007): “É a doença que torna os homens passíveis de cura. A doença é o ponto de mutação em que um mal se deixa transformar em bem. Para que isto possa ocorrer, temos de baixar a guarda e, em vez de resistir, ouvir e ver o que a doença tem a nos dizer” (p. 60). Neste ponto, a Espiritualidade permeia todo aquele que entra em contato com Reiki. Ao se aprofundar no conhecimento de si mesmo através de exercícios simples de meditação, e utilizando as mãos como agentes de harmonização mental e emocional, o praticante de Reiki vai tomando contato com o sentimento do Sagrado que nele reside. Não se trata de religiosidade ou de identificação com alguma

doutrina ou seita, mas de um sentimento de pertencimento ao Todo, de transcendência, que possibilita, dentro do tempo de cada um, desenvolver aspectos nobres do seu sistema límbico (que regula as emoções), como o desprendimento, a compaixão, a empatia, etc. Reiki vai resolver todos os problemas da pessoa e levá-la a um estado de iluminação permanente? Não necessariamente. Mas permitirá a ela conhecer-se melhor e fazer escolhas mais adequadas e em harmonia com a sua Unidade Existencial, que inclui a sua racionalidade, o seu sentimento, as suas emoções e os princípios intuitivos que são despertados quando se permite “ouvir a voz do coração”, ou seja, quando se está em harmonia com sua Espiritualidade pessoal, com aquilo que a liga à Essência da Vida. REFERÊNCIAS

D E T H L E F S E N , Thorwald; DAHLKE, Rûdiger. A doença como caminho. São Paulo, Cultrix, 2007. JUNG, Carl Gustav. Espiritualidade e transcendência. Petrópolis, Vozes, 2015.

Camilo de Lélis Mendonça Mota é psicanalista, terapeuta holístico, atende em consultório em Araruama e Saquarema (www.camilomota.com.br)

Regina Mota

Red Blues Band - Um dos shows imperdíveis do Saquá Moto Rock foi da banda saquaremense Red Blues Band, que interpretou vários clássicos do Rock and Roll, destaque para as músicas de Pearl Jam. Na foto: Eder Dionísio, Newton Valladão e Tuta Queiróz. Super banda!

Curta uma vida alegre e saudável!!! A partir dos 2 anos e meio, até onde sua mente comandar seu corpo. Homens e mulheres, sintam-se vivos! Baby Class * Pré-Ballet * Ballet Clássico Jazz Dance * Dança Moderna * Sapateado Capoeira * Alongamento Av. Vilamar, 276 B - Itaúna - Saquarema - (22)2655-3654 www.grupodaumas.wix.com/daed

Ó Amigos! Não abandoneis a beleza eterna por uma beleza fadada a perecer,e não vos afeiçoeis a este mundo mortal de pó. Bahá'u'lláh (1817-1892)

Conheça a Fé Bahá’í: www.bahai.org.br


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