Poiesis 238

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Novos carros para luta contra a dengue em Araruama

Reprodução

Marcelo Figueiredo

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Literatura, Pensamento & Arte

Nesta edição ainda tem poesia, ópera e meio ambiente

Página 3 Páginas 4 e 5 Ano XXIII- nº 238 - janeiro de 2016 - Saquarema, Araruama, Iguaba Grande, Cabo Frio, Arraial do Cabo, S. Pedro da Aldeia e Petrópolis

Os valores na educação e na vida Elza Fiuza / Agência Brasil

A foto ilustra um bom exemplo da valorização da cultura e da singularidade de cada região. As cartilhas falam de temas rurais e práticas do campo e foram elaboradas pela professora e os alunos do Centro de Ensino Fundamental Pipiripau 2, localizada em um núcleo rural em Brasília.

Calçadão da Vila é inaugurado em Saquarema Waldo Siqueira

A nova orla de Saquarema está ganhando um novo visual. A primeira parte do calçadão, na Praia da Vila, foi inaugurada no final de dezembro. Página 3.

Ao iniciar um novo ano é bom trazer à tona as noções daquilo que nos torna verdadeiramente humanos: os valores que cultivamos a partir do reconhecimento de nossas singularidades. O tema motiva reflexões acerca do que o país tem realizado no campo da educação, bem como nós, enquanto indivíduos, temos contribuído para a melhoria do mundo a partir de ações sensatas, reflexivas e transformadoras, de práticas que valorizem a unidade e a diversidade, sem perder de vista que sempre teremos diante de nós almas em busca de sua própria essência. A questão dos valores é o tema do mais recente livro do filósofo e teólogo espanhol Francesc Torralba lançado no Brasil: “O valor de ter valores”. A obra aborda a importância da relação entre mestre e discípulo, aluno e professor, num ambiente que valorize as singularidades e contribua para a realização da liberdade humana. E vai além. A educação proposta no livro está além da sala de aula. É um mergulho no caminho do autoconhecimento e da plena realização do ser humano no encontro de si mesmo e do outro. Página 4.

Queima de fogos anuncia o novo ano em Araruama Camilo Mota

Uma queima de fogos de 15 minutos, shows e muita animação marcaram as comemorações pela chegada do ano novo em Araruama. Página 6.

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nº 238 - janeiro de 2016 Divulgação

Alice Munro e a valorização do conto Rodrigo Conçole Lage*

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o longo da história os diferentes gêneros literários foram divididos em maiores e menores. Essa divisão implicou um juízo de valor que fez com que alguns como, por exemplo, o conto e a crônica fossem desvalorizados. Desvalorização que, em maior ou menor grau ainda está presente. Essa questão é extremamente polêmica e complexa até porque gêneros maiores como a poesia e a tragédia não têm hoje, entre os leitores, o mesmo prestígio e importância que tiveram no passado. Pessoalmente acredito que cada texto deva ser valorizado por suas próprias qualidades, independentemente do gênero a que pertence. Mas, um dos problemas da questão da valorização dos gêneros é que as próprias editoras podem não ter interesse em publicar determinada obra na crença de que o gênero não vende. Marcio Renato dos Santos em seu artigo “O conto não vende?”, publicado no Jornal Cândido, em junho de 2015, cita as palavras de Marcos Pedri, diretor comercial

do Grupo Livrarias Curitiba que afirma: “Infelizmente, conto não vende muito”. Problema parecido nós podemos encontrar em livros de crônicas, poesia, teatro, etc. Contudo, não se pode esquecer que importantes escritores se destacaram por seus contos. Howard Phillips Lovecraft e Edgar Allan Poe, nos Estados Unidos; Jorge Luis Borges e Julio Cortázar, na Argentina, Anton Tchekhov e Isaac Babel, na Rússia; Dalton Trevisan, José J. Veiga e Murilo Rubião, no Brasil, são alguns dos muitos escritores que se destacaram por sua produção contística. Assim, o fato da escritora canadense Alice Munro ter ganhado o Nobel de Literatura em 2013 foi também uma junta homenagem à literatura contística. Alice Ann Laidlaw, seu nome de batismo, nasceu no dia 10 de julho de 1931 em Wingham, na província de Ontário, Canadá. Ela começou a escrever relativamente cedo. Em 1950 publicou seu primeiro conto, “The dimensions of a shadow”, enquanto estudava na University

of Western Ontario. Lá ela conhece James Munro, com quem veio a se casar no ano seguinte. Munro continuou escrevendo e publicou seu primeiro livro de contos, “Dance of the happy shades”, em 1968. Foi uma estréia de sucesso que lhe rendeu o maior prêmio literário do Canadá, o “Governor General’s Award”. Em 1971 publica “Lives of girls and women”, livro de classificação incerta já que alguns o classificam como uma coletânea de contos que se interligam uns com os outros e outros o definem como um romance. Em 1972 ela se divorciou e, em 1976, ela voltou a se casar, com Gerald Fremlin. Ao mesmo tempo, ela continuou a se dedicar a sua carreira de escritora e veio a publicar várias coletâneas, num total de catorze livros. O fato de ter ganho o mais importante prêmio literário fez com que as editoras se interessassem pela obra da escritora e ela tem sido muito traduzida. A editora Globo publicou “Fugitiva”,

A escritora canadense ganhou o Prêmio Nobel em 2013

“Falsos segredos”, “A vista de Castle Rock”, “Amigas de juventude” e “Ódio, amizade, namoro, amor, casamento”. E a Companhia das Letras publicou “Felicidade demais”, “Vida querida” e “O amor de uma boa mulher”. Assim, dos catorze livros temos, até agora, oito deles traduzidos, o que não é pouco. Além disso, para os aman-

tes de cinema, temos uma boa adaptação do conto “Ódio, Amizade, Namoro, Amor, Casamento”, de 2014, em “Amores inversos”. O filme foi dirigido por Liza Johnson, roteiro de Mark Poirier e estrelado, entre outros, por Guy Pearce, Hailee Steinfeld e Kristen Wiig. Ele foi lançado no Brasil em DVD, pela

Paris Filmes, sendo encontrado com facilidade. Assim, aqueles que já conhecem sua obra poderão ver a adaptação de uma de suas histórias e os que já conhecem o filme tem uma boa oportunidade de entrar em contato com a obra dessa notável contista.

* Professor de História de Itaperuna-RJ

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nda tu bem acima do mundo existente, atravé do poder do Maior Nome, a fim de que te possas tornar consciente dos mistérios imemoriais e venhas a conhecer o que ninguém conhece. Verdadeiramente, teu Senhor é Quem auxilia e é de tudo informado; é o Onisciente. Sê tu como uma artéria vibrante pulsando no corpo da criação inteira, a fim de que, mediante o calor gerado por esse movimento, apareça o que vivifique os corações dos que hesitam. (Bahá’u’lláh)

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EXPEDIENTE O Jornal Poiésis - Literatura, Pensamento & Arte é uma publicação da Mota e Marin Editora e Comunicação Ltda. Editor: Camilo Mota. Diretora Comercial: Regina Mota. Conselho Editorial: Camilo Mota, Regina Mota, Fernando Py, Sylvio Adalberto, Gerson Valle, Marcelo J. Fernandes, Marco Aureh, Francisco Pontes de Miranda Ferreira, Charles O. Soares. Jornalista Responsável: Francisco Pontes de Miranda Ferreira, Reg. Prof. 18.152 MTb.

Rua das Bougainvilleas, 4 - Rio do Limão - Araruama-RJ CEP 28970-000 ( (22) 98818-6164 ( (22) 99982-4039 ( (22) 99770-7322 E-mail: jornalpoiesis@gmail.com Site: www.jornalpoiesis.com.br. Facebook: www.facebook.com/ jornalpoiesis Distribuição dirigida em: Saquarema, Araruama, São Pedro da Aldeia, Iguaba Grande, Cabo Frio, Arraial do Cabo e Petrópolis. Fotolito e Impressão: Tribuna de Petrópolis.

Colaborações devem ser enviadas preferencialmente digitalizadas, espaço simples, fonte Times New Roman ou Arial, corpo 12, com dados sobre vida e obra do autor. Os originais serão avaliados pelo conselho editorial e não serão devolvidos. Colaborações enviadas por e-mail devem ser anexadas como arquivo .doc ou .docx. Os textos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Jornal Poiésis.


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nº 238 - janeiro de 2016

Novos veículos fortalecem ações de combate ao mosquito aedes aegypti em Araruama

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prefeito de Araruama, Miguel Jeovani, participou no dia 22 de dezembro da cerimônia de entrega de 170 veículos feita pela Secretaria de Estado de Saúde. O município recebeu 2 carros, que serão utilizados nas ações de combate e investigação de casos de dengue, chikungunya e zika vírus. Segundo o secretário de estado de Saúde, Felipe Peixoto, a opção pela aquisição dos veículos se deu após um diagnóstico das necessidades

das equipes de atuação em vigilância epidemiológica dos municípios. A verba investida na aquisição dos veículos foi proveniente do Ministério da Saúde, para uso exclusivo em ações de Vigilância Epidemiológica (apoio às equipes de campo, transporte de amostras, investigação de casos, entre outras) a serem definidas pelos municípios. “A Secretaria de Estado de Saúde entende que diante do desafio do combate ao aedes aegypti se faz tam-

bém fundamental a investigação dos casos de dengue, chikungunya e zika vírus. Neste sentido, os veículos repassados aos municípios vão contribuir para o combate as endemias, fortalecendo a estrutura das equipes”, disse. De acordo com o prefeito de Araruama, Miguel Jeovani, o governo municipal tem se empenhado em promover campanhas e ações que visam a prevenção de doenças. “Todo dia é dia de se com-

Marcia Jeovani propõe política de incentivo à economia criativa

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deputada estadual Marcia Jeovani (PR-RJ) deu entrada no projeto de lei nº 1.179/2015, de 23 de novembro de 2015, que institui a Política Estadual de Incentivo à Economia Criativa no Estado do Rio de Janeiro. Entre as iniciativas do propositura estão o fomento à pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias de produção que visem à elevação da qualidade dos produtos e serviços, assim como o incentivo e a organização dos empreendedores criativos. “É importante que os empreendedores da economia criativa vejam que estamos trabalhando em prol dessas atividades inovadoras. Precisamos transformar a criatividade em riqueza, e nada melhor que dar incentivos e permitir que eles estejam inseridos em políticas públicas de grande alcance cultural, econômico e social”, ressaltou a deputada estadual Marcia Jeovani. Economia Criativa é um termo criado para nomear modelos de negócio ou gestão que se originam em atividades, produtos ou serviços desenvolvidos a partir do conhecimento, criatividade

André Barbosa

O prefeito Miguel Jeovani participou da solenidade de entrega dos veículos ao lado da secretária de Saúde, Rejane Silva, e do coordenador de combate a endemias, Charles Barbosa.

dores devem ficar atentos em suas residências a qualquer possível foco do mosquito, mantendo as caixas

ou capital intelectual de indivíduos, com foco na geração de trabalho e renda. Diferentemente da economia tradicional, de manufatura, agricultura e comércio, a economia criativa, essencialmente, prioriza o potencial individual ou coletivo para

produzir bens e serviços criativos. De acordo com as Nações Unidas, as atividades do setor estão baseadas no conhecimento e produzem bens tangíveis e intangíveis, intelectuais e artísticos, com conteúdo criativo e valor econômico.

adequações para proporcionar a presença de quiosques nas regiões costeiras, a Prefeitura de Saquarema investiu na criação de um calçadão, dois banheiros sustentáveis e quatro decks para apreciação da paisagem. O local também ganhou duas academias para exercício físico ao ar livre.

Mesmo sem ainda contar com uma infraestrutura gastronômica adequada para a recepção e atenção ao turista, a Praia da Vila é uma referência turística no Estado do Rio, tanto pela beleza natural quanto por ser um dos pontos para a prática de surfe na região.

Dicas de Saúde e Qualidade de Vida.

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d’água bem tampadas, nunca deixando água acumulada em plantas, garrafas, pneus e outros objetos.

Vereador Bruno Pinheiro cria Semana de Atendimento e Prevenção de Doenças em Saquarema

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Waldo Siqueira

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bater o mosquito da dengue. O trabalho de prevenção é de extrema importância para que neste verão consigamos reduzir ainda mais o número de casos de dengue em Araruama”, disse. A Prefeitura de Araruama tem reforçado as visitas do agentes de combate a endemias nos bairros em que há maior incidência do mosquito. As ações são contínuas e realizadas o ano inteiro com a finalidade de conscientizar a população para que participe ativamente no combate ao aedes aegypti. Os mora-

Semana de Atendimento e Prevenção de Doenças será realizada sempre na primeira semana do mês de outubro. A Lei de número 1.466 de 18 de dezembro de 2015 foi criada pelo vereador Bruno Pinheiro e sancionada pela prefeita de Saquarema, Franciane Motta, favorecendo os que vivem nos asilos e casas de repouso do município. Segundo a Lei, a semana deverá ser elaborada e coordenada pelo Executivo Municipal e suas secretarias correspondentes, podendo

Prefeitura de Saquarema inaugura calçadão na Praia da Vila

pós meses de muito trabalho e espera, a orla da Praia da Vila, em Saquarema, começou a mudar de visual. A primeira parte das obras de revitalização foi inaugurada no dia 22 de dezembro. Ao contrário de outros municípios da região que fizeram

Marcelo Figueiredo

ainda buscar parcerias com a iniciativa privada da área de saúde, tais como hospitais, clínicas médicas, laboratórios de análises, indústrias

farmacêuticas, faculdades e universidades. Também poderão participar do atendimento as instituições que estiverem devidamente cadastradas e regularizadas conforme as disposições das Leis aplicadas no município de Saquarema. A Lei também dispõe sobre os horários de atendimentos nas instituições que deverão ser estabelecidos pelos órgãos competentes e executados por equipes formadas por iniciantes nas áreas de saúde e serviço social, com a supervisão de profissionais experientes de cada área.

Papel da Guarda Civil de Saquarema no cenário da Segurança Pública André Soares*

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stamos atravessando um período de extrema dificuldade em todos os setores de nossa sociedade, tanto na saúde, quando na política quanto na economia, trazendo muitas preocupações ao cidadão brasileiro. Mas existe uma crise que não podemos deixar de comentar, que cresce a cada dia no município de Saquarema: a Segurança. Notadamente temos verificado que o índice de insegurança tem crescido demasiadamente em nossa cidade. Sabemos que não existe um remédio eficaz para essa crise que se espalha em toda a nossa nação. Mas notem que quanto mais instituições se aliarem para esse combate, podemos diminuir em muito os indicadores negativos que temos presenciado na sociedade. Por isso ressalto o im-

portantíssimo papel das Guardas Civis em todo o Brasil, principalmente em Saquarema. A Guarda Civil tem papel fundamental na Segurança Pública, conforme o Artigo 144 da Constituição Brasileira: “A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos”. Não devemos alijar os Municípios de seu efetivo papel, no pensamento equivocado de que a Segurança Pública é dever do Estado. Quando na verdade o Estado a que a Carta Magna se refere, trata-se de todos os entes federativos, a saber, Distrito Federal, Estados e Municípios. Ressalto que para isso as Guardas Civis foram instituídas, não apenas para proteção de patrimônio pú-

blico, mas também para que as pessoas tenham sensação de segurança, que estão protegidas. Mas para que isso aconteça a Guarda Civil de Saquarema precisa se adequar à Lei 13.022, onde no Artigo 2º diz “incumbe às guardas municipais, instituições de caráter civil, uniformizadas e armadas conforme previsto em lei, a função de proteção municipal preventiva, ressalvadas as competências da União, dos Estados e do Distrito Federal.” Entre outras solicitações que fazem parte está o Estatuto da Guarda Civil de Saquarema, já elaborado pela própria Guarda Civil e que precisa ser votado e aprovado pela Câmara de Vereadores. *Guarda Municipal em Saquarema, com Especialização Profissional em Planejamento e Gestão Municipal de Segurança Pública

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4 Valores, ética e educação

nº 238 - janeiro de 2016

Camilo Mota*

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essência de todo processo educacional é mais do que levar o indivíduo a adquirir técnicas e dominar conhecimentos visando sua inserção no mercado de trabalho. A visão de uma educação bancária, no dizer de Paulo Freire, na qual o professor deposita o ensino e o aluno o aceita sem questionar, ainda faz parte da realidade escolar brasileira. No entanto, no limiar do século XXI, novas perspectivas e paradigmas desafiam o entendimento humano. Estamos diante de uma era de transformações em que o modelo de escola até hoje vigente precisa ganhar novas feições para acolher o novo homem que está surgindo num mundo regido por tecnologias, sob um domínio materialista que já mostra sinais de crise, e a emergência de uma reto-

mada da espiritualidade, como forma de equilíbrio e sustentabilidade. O filósofo espanhol Francesc Torralba propõe uma educação voltada para a singularização, ou seja, o desenvolvimento pleno do indivíduo em todas as suas instâncias, a partir de sua consciência, de modo a permitir ao sujeito reconhecer o potencial que está latente em sua alma. Em “O valor de ter valores” (Petrópolis, Vozes, 2015, Trad. Camila Borgéa), Torralba descreve as etapas desse processo de autodescoberta, que leva o indivíduo a viver em liberdade, pois deve estar em afinidade com o seu próprio ser a partir da convivência com o outro. O autor defende, assim, uma educação que leve a pessoa a se tornar aquilo que ela nasceu para ser, pois cada pessoa é única, singular. Segundo ele, ser

singular “é livrar-se da máscara, é atrever-se a viver na primeira pessoa, a sair de todos os armários em que nos escondemos para não ter que dar explicações, não querer se justificar”. O caminho que leva à singularidade não se impõe ao indivíduo de fora para dentro, mas justamente nasce dentro de cada um. Os valores são os vetores para que este autoconhecimento floresça. A partir do reconhecimento dos valores que nos guiam iniciamos uma jornada comandada não pelo Ego, que exige pressa, recompensas e satisfações, mas pelo Self, onde brilham as estrelas de nossos talentos. Cabe ao professor, ao mestre, despertar em seus discípulos esse conhecimento das próprias potencialidades. Para Torralba, os valores são sementes intangíveis que estão

presentes no subsolo da alma humana, mas que para se desenvolverem dependem de humildade e esforço. “Humildade é aceitar o que somos, viver segundo a nossa própria essência, reconhecer os próprios limites, mas também nossas possibilidades”, diz o filósofo. Em cada capítulo que forma o livro, Torralba inicia com uma historieta, que ilustra os temas que serão desenvolvidos acerca dos valores que o autor irá descrever: calar, falar, perdoar, chorar, acolher, pensar, perguntar, começar, perseverar, doar-se, comprometer-se, desapegar-se. “O valor de ter valores” é uma obra de referência para este novo milênio para toda pessoa interessada em educação, ética, filosofia, autoconhecimento e espiritualidade. Sua linguagem acessível é um convite à leitura de qualquer

pessoa sensível aos novos rumos que estão emergindo na sociedade, trazendo luz para uma visão mais integrada do homem, que possa estar em harmonia

tanto com a matéria quanto com o espírito. *editor do Jornal Poiésis, é psicanalista transpessoal e terapeuta holístico (www. camilomota.com.br)

O LUGAR DA POESIA Dinovaldo Gilioli*

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vida passa rápido demais, às vezes como um voo rasante. E, a morte, quanto tempo leva? O poeta Manoel de Barros se foi há um ano. Quantos se lembram, além dos mais próximos? A deslumbrante poesia de Manoel, que amava as coisas simples, nos remetia – quase sempre, à transcendência. Ele falava da fugacidade da vida, como quem sabia que viemos e voltaremos como um cisco. Na sua escrita direta, sem entrelinhas, botava mais que pingos nos is. Sem seguir modismos, fazia do poema um canto eterno. Ele sabia sabiamente que o lugar da poesia é qualquer

tempo e espaço. Manoel se encantava com um inseto, e dele fazia sua matéria poética. No mundo em que vivemos, quanto valem as coisas simples? Para o poeta de palavras encantatórias e atemorizantes, o cu de uma formiga era mais importante que uma usina nuclear. Criticava criativamente os que endeusam a tecnologia, e não enxergam um palmo adiante. Se foi Manoel como a vida queria, encharcado de poesia por todos os poros. Translúcido, feito vagalume, vagueia e alumia outros lugares. Com seu jeito faceiro de dizer, na lata, o que pensava, deve continuar assom-

Guilherme Filho/ Secom-MT

brando os que fazem da vida um acúmulo de coisas imprestáveis para o deleite da alma. Certamente, onde estiver, se nega a descansar em paz. A paz mórbida que não remove, e só espera a esperança. Manoel de Barros, feito carne e osso, se dissolveu no tempo. Seus poemas, porém, continuam ecoando feito cantar passarinheiro. Quem saberá onde ele está agora? Como sua poesia, em qualquer lugar que a vida respira depois da morte!

Fragmentos de Manoel de Barros: Tem horas leio avencas. Tem horas, Proust. Ouço aves e beethovens. As coisas que não têm nome são mais pronunciadas por crianças. Um girassol se apropriou de Deus: foi em Van Gogh. Eu penso renovar o homem usando borboletas. Escutei um perfume de sol nas águas. Não tem altura o silêncio das pedras.

*autor dos livros Sindicato e Cultura (Sinergia/Editora Insular) e Cem poemas (Editora da UFSC), entre outros.

Eu queria crescer pra passarinho...

A fumaça e a luz das cidades que apaga as estrelas Francisco Pontes de Miranda Ferreira*

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poluição atmosférica nos aglomerados urbanos não é novidade. Em 1257 a mulher de Henrique III, Eleonora, reclamou da poluição de Londres. No século XVI a fumaça escura era uma característica da capital inglesa e as paredes das construções ficavam escuras de tanta poluição. A fumaça era causada pela concentração de casas e estabelecimentos comerciais com chaminés. Essa situação é claro priora tremendamente a partir do século XIX quando foi reportada a existência de mais de 500 mil chaminés soltando carvão queimado no ar. No entanto, na época a fumaça era orgulho da cidade, símbolo de ser a mais poderosa do mundo – capital do império. Apesar do já presente alerta de pesquisadores que chamavam a atenção da contaminação provocada pela fumaça. A poluição de Londres inspirou histórias de ficção como a de Sherlock Holmes de Arthur Conan Doyle e Dr. Jekyll and Mr. Hyde de Robert Louis Stevenson. Fumaça que ficou também eternizada nas

obras de Monet quando morou em Londres de 1899 a 1901. No início do século XX começou a campanha contra a poluição de Londres com a Coal Smoke Abatement Society que liderava o movimento de substituição do carvão pelo gás. As indústrias também foram nesse período afastadas da zona central da cidade pelos planejadores urbanos. Entretanto, a fumaça pior reportada na capital inglesa é a dos anos 1950 chamada de SMOG em que milhares de pessoas adquiriram doenças respiratórias graves. No dia 16 de janeiro de 1955 a cidade ficou completamente escura em pleno dia. Em 1956 foi criado o Clean Air Act de muito pouco efeito já que no inverno de 1962, 60 pessoas morreram diretamente em consequência do SMOG. Nesse mesmo dia o sistema de trens urbanos teve que parar por falta de visão. O Clear Air Act se tornou mais severo, mas a poluição das cidades médias e grandes só chegará próxima de um fim com a eliminação do transporte com matriz no petróleo e que privilegia

o veículo particular e com o menor consumo de produtos industriais. Caetano Veloso fala da feia fumaça de São Paulo em “Sampa” que apaga as estrelas. A poluição de São Paulo se tornou tão grave nos anos 1990 que o governo local criou o “rodízio” em que alguns dias da semana só carros com final de placas ímpares podiam circular e outros em que só carros com final de placa par poderiam circular. Luzes da Cidade - Outra característica típica das cidades modernas é o excesso de iluminação. Luzes que apagam as estrelas. No século XVII foi criada em Londres a Convex Light Company responsável pela iluminação pública. No século seguinte a iluminação nas ruas estava diretamente relacionada com a segurança nas ruas e com a ascensão do comércio. As lojas investiam em suas placas iluminadas. Fato que no século XX se tronou um incômodo com o excesso de placas e outdoors iluminados. Os Quaquers protestavam então da iluminação urbana argumentando que apagavam a

Divulgação / Oswaldo Corneti

A poluição foi um dos fatores que levou ao sistema de rodízio de veículos em São Paulo

luz interna. As luzes da cidade eram símbolo da burguesia e do consumo. Vários poetas do século passado, no entanto, resgataram o valor da escuridão e contra o excesso de marcas anunciadas no espaço urbano como Carlos Drummond de Andrade em “Eu Etiqueta”. A pouca luz das aldeias camponesas foi valorizada pelos artistas. Os expressionistas tiravam luz da escuridão em gravuras como as do brasileiro Oswaldo Goeldi retratan-

do os subúrbios mal iluminados. Os primeiros outdoors elétricos foram colocados em Piccadilly Circus e depois se tornaram símbolo de Times Square em Nova York e da agitada Las Vegas. As luzes urbanas formam uma cúpula iluminada sobre as cidades que podem ser avistadas de longe. As imagens de satélite do planeta à noite marcam nitidamente as concentrações urbanas e a escuridão continental ficou limitada às florestas e aos desertos.

Mesmo esses com pontos iluminados. Restando apenas os mares e os oceanos ainda sem luzes extensas. O desenvolvimento da iluminação urbana está muito associado ao automóvel. As estradas, avenidas, estacionamentos e ruas iluminadas. Os outdoors para serem vistos dos carros e dos ônibus e que muitas vezes anunciam automóveis e gasolina. O farol dos próprios veículos que muitas vezes nos provocam cegueira. *Jornalista


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nº 238 - janeiro de 2016

DUAS ÓPERAS INFANTIS NO THEATRO MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO Gerson Valle*

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Theatro Municipal do Rio de Janeiro com a mudança de direção, sendo empossado diretor o compositor João Guilherme Ripper, voltou a ter uma programação representativa, mesmo dentro da escassez de verba de nossa área cultural. Dentre as novidades trazidas em seu repertório, curiosamente, duas óperas escritas para jovens. A primeira delas do nosso maior compositor, Heitor Villa-Lobos, e que nesse teatro tinha sido estreada pouco depois de sua morte, parecendo desde então arquivada... A menina das nuvens” foi inicialmente uma peça infantil de Lúcia Benedetti, usada como base da ópera. Não há um libreto de versos sintéticos que facilite o canto. E assim, Villa-Lobos deixa correr o recitativo com flexões descritivas da ação teatral, com apoio muito grande na orquestra, que desenvolve passagens do mais puro lirismo. Uma ópera muito mais para orquestra que para o canto. E nela, reencontramos o velho Villa do tempo dos Choros, com melodias envolventes e de teor seresteiro. É curioso que o público, habituado à ópera italiana das árias, não parece dar-se conta dos desenvolvimentos orquestrais, tendo eu ouvido muitas quei-

xas de que aquela é uma ópera de “chatos recitativos” e só! Quando, na verdade, me parece um retorno ao que Villa tinha de mais sublime, das melodias brasileiras dos Choros da década de 20 (e é significativo que nesse final de vida, ele também tenha feito esse sublime “retorno” em “A Floresta do Amazonas”, quando suas sinfonias, concertos e outras peças de sua terceira fase, a partir dos anos 40, voltava-se mais para um tipo de internacionalismo meio perdido em sequências de notas e harmonias inventivas, mas pouco estruturadas...). Não se pode dizer que Villa-Lobos desconhecesse o gênero ópera. Ao contrário. Sua continuada descrição da cena pela música mostra ter sido uma pena não se ter dedicado mais ao gênero. Teve a grande oportunidade de musicar uma das peças básicas da modernidade, “Yerma” de García Lorca. Mas, coitado do Lorca e coitado do Villa, esta ópera não se deixou envolver pelo espanholismo óbvio do texto e nem se aproxima da linguagem nacional do Villa, ficando num território cinza e sem graça. Curiosamente, aqui e ali se vêm reflexos de Giacomo Puccini no tratamento da voz junto à colocação orquestral, que bem demonstra o quanto este

compositor o influenciou (Aliás, na “Menina das Nuvens” há algumas “puccinadazinhas” também - e quem não pensa no coro da “Bocca Chiusa” da “Butterfly” em momento de vocalize do soprano em “A Floresta do Amazonas” ao final do “Canto da floresta”?, e sempre há respingos de Puccini como de Debussy e Stravinski em todo Villa, que teve essas influências, como todo artista tem as suas, mesmo possuindo um dos estilos mais pessoais do século XX). O trabalho do maestro Ricardo Duarte, que tem tanto se dedicado à obra villalobística foi de muito mérito na ópera em causa, e eu tomo a liberdade de perguntar-lhe publicamente: Você que juntou algumas continuidades da orquestra, produzindo uma boa Abertura, não poderia continuar este trabalho, compondo uma suíte orquestral de “A menina das nuvens”? O mesmo dedicado maestro à música brasileira, Ricardo Duarte, regeu a outra ópera infantil, “O menino maluquinho”, de Ernani Aguiar. Há uns vinte e tantos anos atrás eu assisti à cantata do mesmo compositor com textos do livro do Ziraldo, que muito me entusiasmou pelo seu dinamismo e espontaneidade. Agora a obra de muito significado na Literatura Brasileira torna-se ópera.

Que não se fale em adaptação! Um gênero quando passa para outro (romance para filme, peça para ópera, qualquer narrativa para peça de teatro, etc.) não é uma adaptação, pois cada gênero tem características diferenciadas, e a obra muda de acordo com a forma. Este negócio de dizer que tendo visto o filme não se precisa ler o livro é de quem não sabe nada nem de literatura nem de cinema! A “Abertura” da ópera me indicava que a emoção sentida na cantata continuaria nessa “performance”. Entretanto, como já lembrei, os gêneros se desenvolvem diferentemente... Para começar, por falar em gênero, como ópera falta à peça uma continuidade dramática que torne sua narrativa presente, não gratuita. O compositor declarou tratar-se não de uma ópera, mas de um “divertimento”. Para mim este termo está ligado a peças instrumentais do tempo de Mozart, e que tinham o cunho muito distante do que aqui se trata. Pode-se pensar numa equivalente “brincadeira”? E a peça cita muitas parlendas e cantigas de roda, que podem referendar o mundo infantil abordado. Entretanto, continuo a achar que o entusiasmo infantil que havia na cantata citada não há na ópera. A sequência de

POESIA INVENÇÃO DA CHUVA Luis Augusto Cassas

O TEMPO Chico Peres

na horizontalidade de suas curvas o abajur nos acendia os corpos incendiária musa em “ novecento” partia úmida e em contentamento lágrimas nas vidraças a mona lisa no verão do meu desfalecimento

Chico Peres é advogado, poeta, exerce atualmente mandato de vereador no município de Saquarema-RJ.

protegia-a da fúria dos relâmpagos deitada em lençóis de aquecimento aberto exemplar de “ o ser e o tempo”

Villa-Lobos, com seus desenvolvimentos orquestrais lindos, mas que exigem concentração do espectador ou ouvinte, nem Ernani Aguiar com seus arranjos de acompanhamentos de orquestra não conseguem alcançar tal interesse em nossas crianças. O que parece simples é muito difícil na verdade. E eu até me pergunto no latinório dos bachareis se “ópera infantil” não seria um “contradictio in terminis”? Um caso como “L’Enfant et les sortilèges”, de Ravel com libreto de Colette, talvez seja mais um encanto para velhos melômenos como eu que para crianças em geral... Os personagens “Tempo” e as “Bruxas”, por exemplo, na ópera do Ernani, com um texto que procura ser reflexivo e frases musicais sem grandes “arredondamentos”, não parecem conter nada do universo infantil. Poderia atingir a finalidade da “brincadeira” se fosse diferente? Mas eu estou tomando uma feição de crítico meio chata! Não vou continuar. Sobretudo porque eu e o Ernani temos uma parceria de muitos anos muito bem sucedida e de que tenho muito orgulho.

*Gerson Valle é escritor e poeta, membro da Academia Petropolitana de Letras.

MADRUGADAS

Vi uma ruga em mim Um traço Era o tempo Se expressando Querenado dizer algo Coloquei os óculos de grau Olhei no espelho novamente Vi mais de perto A ruga O traço Os óculos de grau É o tempo se expressando em mim

a vida inteira amei a chuva como platão amava os elementos e nietzsche o espírito do vento

cantigas de mãos dadas das crianças passando pela plateia com o entusiasmo e trabalho orquestral que havia na cantata poderia se tornar, com o imenso talento do Ernani Aguiar, num momento bem significativo de nosso teatro musical. Mas, e a pergunta me faço desde o tempo de “Hänsel und Gretel”, de Humperdick (Meu Deus, como sou velho! Com esta frase me revelo com mais de 150 anos!!!), o que seria uma ópera verdadeiramente escrita para crianças? Decididamente, o wagneriano Humperdick tem uma postura séria longe da historinha de João e Maria que tenta descrever... Já vi, por outro lado, encenação traduzida para o inglês, com alguns cortes, de “A flauta mágica”, que foi escrita para “maçons” adultos, com o “Metropolitan”, com regência de James Levine, no domingo de manhã, lotado de crianças, que acompanhavam bem as intenções operísticas de Mozart, talvez por seu espírito (e a música de seu tempo parecia ajudar para isto) conter a espontaneidade de uma eterna criança! Ou talvez porque a criançada da burguesia novaiorquina esteja habituada em casa às melodias de Mozart, o que no Brasil não ocorre em nenhuma classe social. Nem

Luis Augusto Cassas é poeta maranhense, autor de vários livros, entre eles, República dos Becos; O filho pródigo:Um poema de luz e sombra; A mulher que matou Ana Paula Usher, entre outros.

Religião Leandro Garcia Rodrigues E ao bater dos sinos que a todos congrega minha alma se arrepiou. Aquele som estridente e distante entrou pelos meus ouvidos já tão carcomidos pelo existir, pela vontade escatológica de encontrar Deus. E religuei-me à fonte dos meus problemas, das minhas tristezas (in)exatas que se queriam tão certas e redondas, e religuei-me à necessidade humana de querer enxergar além e atravessado. E ao religar Deus às minhas mazelas minhas, percebi que existir vai mais além da oração repetida que sempre aprendi e não pensei, daquela repetição de versos rumo ao Paraíso que nunca chegou, de Deus que se fez possibilidade e não mais certeza. E nesta ânsia sôfrega em achar um sentido para a minha vida, percebi que a anti-lógica é o verdadeiro sentido da vida, da religião que tanto me fizeste engolir. Leandro Garcia Rodrigues é poeta, professor universitário, membro titular da Academia Brasileira de Poesia - Casa de Raul de Leoni, autor do livro de poemas “(des)poético”, organizador do livro “Cartas de esperança em tempos de ditadura: Frei Betto e Leonardo Boff escrevem a Alceu Amoroso Lima” (Vozes).

Gerson Valle Passeiam madrugadas nas calçadas, Soprando em nossos corpos novos sonhos. Balões soltos, sem fios nem pavios, E tendo o firmamento como estradas. Vão pensamentos, luzes pelos céus, Velando a paz de tudo que se faz. No olho longínquo das estrelas trêmulas Levita o esquecimento sob seus veus... A voz do vento vai buscar pelo ar O brilho respingado nas distâncias Como se ainda aí houvesse vaga De um bater de asas para outro lugar. Há, sim, repouso e pacatez nas matas E prédios apagados dos momentos De nossos movimentos e paixões A calma ousada das canções exatas. A vida volta ao avistar a fonte Da fronte erguida vinda do horizonte. As madrugadas passam sérias, ternas, Em sendo etéreas por visões internas. E no confronto feito na fronteira Do tempo em frente a uma noite inteira Os raios rompem numa passarada Arrancada do chão pela alvorada. Gerson Valle é membro do conselho editorial do Jornal Poiésis. Este poema foi musicado por Ernani Aguiar, para coro, sendo a peça gravada no cd “Imagens do Brasil” pelo “Brasil Ensemble” sob a regência de Maria José Chevitarese.

Círculo Viciado Jorge Antunes Bailando no ar gemia inquieto passarinho. Machado inchado, machado achado manchado sempre esconde choros e gemidos de dor. Pairando no ar soprava a poeira de um ninho. Machado mexido por um macho vexado cortava utopias de um pobre beija-flor. Jorge Antunes é maestro, professor da Universidade de Brasília (UnB)


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nº 238 - janeiro de 2016

Em Foco com Regina Mota

reginamarinmota@gmail.com

Fotos: Camilo Mota

Divulgação/Setid

Espetáculo de fim de ano da Daumas Academia - Belíssimo espetáculo realizado em dezembro no Teatro Mario Lago. As coreografias, os personagens, as músicas,tudo perfeito,sem contar com o figurino impecável, com acabamento de primeira qualidade. Rita Daumas, equipe e alunos estão de parabéns! Para nós que acompanhamos a academia desde a sua fundação é maravilhoso poder ver as crianças se desenvolvendo a cada ano.

Oficina de Italiano na SETID - É com muita alegria que ministro as oficinas oferecidas na Secretaria da Terceira Idade e Desenvolvimento Humano de Araruama. Essa turma de Italiano se formou no final de 2015 e mostra com orgulho os seus certificados. As aulas deverão reiniciar em meados de janeiro. As inscrições podem ser feitas na sede da SETID, na Avenida Brasil, 480 - Parque Hotel. Informações pelo telefone (22) 2665-3131.

Reveillon em Araruama teve shows pirotécnicos e musicais Fotos: Camilo Mota

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A queima de fogos durou 15 minutos

ilhares de pessoas participaram do Reveillon que aconteceu na orla da lagoa de Araruama, que contou com queima de fogos com duração de quinze minutos, surpreendendo o público pela beleza e harmonia das luzes e cores que enfeitaram o céu, alguns com formatos de corações e cascatas. Para completar a noite que brindava a entrada de 2016, ao romper o ano, subiu ao palco o grupo Kiloucura, seguido da bateria da Escola de Samba Império

Serrano, com a presença do mestre Gilmar e de belíssimas mulatas e passistas que deram um show de ritmo na cadência do samba, que encantou a plateia. Os grupos de dança Audácia Pura e Os Pura Qualidade se apresentaram antes da última atração da noite, o grupo Nosso Querer. Os festejos deste ano não tiveram ônus para o município, pois a realização foi da Unicierj contando com apoio da Prefeitura de Araruama. (Regina Mota)

Confraternização da Saúde de Saquarema - A secretária Jerry Adriani em Araruama - O cantor participou da fes- de Saúde de Saquarema, Cristina Silva, realizou uma festa de confraternização da Secretaria da Terceira Idade e ta muito bonita na Cinéia House Fest para comemorar o Desenvolvimento Humano,que aconteceu no Sitio Ilha final de mais um ano. Funcionários e amigos dançaram do Lazer Miguel Jeovani. Assim que ele entrou no ca- ao som de Juceir Junior e Banda. Na foto, ao lado de marim perguntei se ele cantaria músicas italianas e para Cristina e do fotógrafo Julio Cesar Cruz, comemoramos nossa surpresa ele cantou um pout-pourri só com mú- a conclusão dos trabalhos desenvolvidos durante 2015. sicas inesquecíveis vindas diretamente da Itália. A noite Ela que completará dois anos à frente da pasta no início de 2016, mostrando sempre muito respeito ao próximo. foi mais do que perfeita, foi inesquecível. Regina Mota

O Kiloucura se apresentou com muito swing

O Império Serrano deu um verdadeiro show com sua bateria e participação de mestre sala, porta-bandeira e passistas Regina Mota

Amigo Walmir leva show da Frozen a Iguabinha - Por vários anos o vereador faz a festa das crianças daquela localidade. Esse ano estiveram presentes os personagens do filme Frozen, o que arrancou aplausos e gritos das centenas de crianças que participaram do evento, que contou ainda com distribuição de pipoca, algodão doce e de vários brindes que foram sorteados no final da festa como bicicletas e brinquedos.

Jovens talentos - As alunas das oficinas de música do CRAS de São Vicente deram um verdadeiro show na inauguração da decoração de Natal na Praça da Bíblia. Na foto, com o professor de música Thiago Moura, músicos, o prefeito Miguel Jeovani e a primeira dama e deputada estadual Marcia Jeovani.

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