Poiésis 193

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Polo Naval é tema de debate em Jaconé

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Divulgação / Ria Mendoza

Camilo Mota

www.jornalpoiesis.com.br

Literatura, Pensamento & Arte

O autoconhecimento através da música Página 4

Ano XIX- nº 193 - abril de 2012 - Saquarema, Araruama, Cabo Frio, Arraial do Cabo, S. Pedro da Aldeia e Petrópolis Informe Publicitário

Guarda Municipal promove cidadania para estudantes

Camilo Mota

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Artes Plásticas Infância é tema de exposição de Jorge Vale em Saquarema

A Guarda Municipal de Saquarema está desenvolvendo um projeto junto às escolas da rede municipal com o objeti-

Usando técnicas de retomam o processo estilístico do impressionismo e do modernismo, o artista plástico Jorge Vale traz para Saquarema sua exposição “Infância”, ficando em cartaz na sede do CACS, no Lake’s Shopping, durante todo o mês de abril e início de maio. Página 2.

INEA presta esclarecimentos sobre a barra franca

vo de levar informação e despertar os jovens para a importância do desenvolvimento de sua própria cidadania. Feito em

Regina Mota

espírito de voluntariado, alguns guardas chegam mesmo a aproveitar seus dias de folga para fazer palestras e exibir filmes

motivacionais para as crianças, que recebem noções de segurança no trânsito e bullying, entre outras. Página 8.

Jornal Poiésis faz homenagem às mulheres Camilo Mota

Literatura O cenário linguístico de Alckmar Santos Luiz Horácio Rodrigues escreve sobre o romance “Ao que minha vida veio”, de Alckmar Santos, que traz uma sintaxe particular, com um cenário linguístico próprio e que comprova, segundo o crítico, que teoria e paixão podem andar juntas. Página 5.

Economia Saquarema se destaca na gestão fiscal O município de Saquarema ficou na quarta colocação no ranking estadual de gestão fiscal, segundo levantamento feito pela Firjan. O bom uso do dinheiro público por parte da Prefeitura tem trazido para a cidade investimentos importantes como a nova escola técnica recém inaugurada no bairro da Barreira, a revitalização de praças e escolas, entre outros. Página 3.

Heloisa Ferreira Cruz apresentou número de dança cigana

O superintendente regional do INEA, Túlio Vagner, e o secretário municipal de Meio Ambiente de Saquarema, Gilmar Magalhães, convocaram uma audiência pública para discutir com a comunidade a obra

de desassoreamento que está acontecendo na lagoa Saquarema. Ambientalistas e moradores questionaram em redes sociais na internet a falta de cuidado no descarte da areia retirada do local. Página 2.

Lona Cultural terá sarau de poesia no dia 28 de abril Página 3

Música, dança, informação, cultura e confraternização. Em clima de muita harmonia, o Jornal Poiésis realizou o II Festival da Mulher, no dia 31 de março, na sede do Círculo Artístico e Cultural de Saquarema (CACS), reunindo cerca de 200 pessoas. Segundo Regina Mota, coordenadora do evento, a iniciativa faz parte da filosofia da dire-

ção do Poiésis, que enxerga no equilíbrio de forças entre homens e mulheres a sustentabilidade de um mundo melhor e mais justo para todos. O II Festival da Mulher também sorteou brindes, distribuiu cartilhas sobre a Lei Maria da Penha e contou com a presença da secretária municipal da Mulher, Rosângela Mendonça. Página 7.

Marina flutuante será construída em Arraial do Cabo Divulgação

Automóveis Os carros antigos vão tomar conta das ruas de Saquarema. Um grande encontro de antigomobilismo está confirmado para acontecer no dia 6 de maio, em Bacaxá. Página 8.

A obra na Praia dos Anjos faz parte do Projeto de Fomento e Organização do Turismo Náutico do Estado. Página 2.


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nº 193 - abril de 2012

TURISMO

ARTES PLÁSTICAS

Jorge Vale expõe “Infância” em Saquarema

Divulgação

O ator e artista plástico Jorge Vale está de volta a Saquarema, trazendo a exposição “Infância”, composta de 12 telas, retratando crianças sob uma ótica impressionista e em outros estilos da arte moderna, ecoando traços de Portinari e Tarsila do Amaral, entre outros. A abertura da mostra será dia 5 de abril, às 20 horas, e ficará em cartaz até o dia 6 de maio, na sede do Círculo Artístico e Cultural de Saquarema (CACS), no segundo piso do Lake’s Shopping. “A ideia de retratar o universo infantil veio a partir do meu trabalho com crianças menos favorecidas na ong Educandário do Bem, aqui em Saquarema”, disse o artista. “Esta exposição é na verdade uma maneira de celebrar a vida e resgatar o puro e o nostálgico dentro de nós”, confessa Jorge Vale.

MEIO AMBIENTE INEA ouve comunidade sobre denúncia ambiental na Barra Franca Regina Mota

Camilo Mota Após uma semana de denúncias em redes sociais na internet sobre problemas ambientais no trabalho de desassoreamento da Lagoa de Saquarema, a Prefeitura Municipal e o Instituto Estadual do Ambiente (INEA) realizaram uma audiência pública na região da Barra Franca para esclarecer os fatos e ouvir as reivindicações da comunidade. O encontro aconteceu na manhã de 23/03. O clima tenso causado pela falta de informação chegou a colocar alguns ânimos em confronto. Pescadores e ambientalistas, que deveriam atuar em harmonia pelo bem estar da região, defendiam, cada um a sua maneira, os pontos de vista que não eram divergentes, mas no calor da discussão pareciam opostos. Enquanto, de um lado, representantes comunitários defendem um novo destino para a areia que está sendo retirada do local e uma melhor avaliação do impacto ambiental da obra, do outro pescadores falam do benefício que foi a obra de abertura do canal da Barra Franca há mais de dez anos. “Antigamente os pescadores tinham que tirar a areia do canal com as próprias mãos, usando pás e enxadas; quando o canal ficava fechado, os peixes morriam e era triste ver os peixes mortos boiando na lagoa; com a abertura da Barra Franca todo este problema acabou”, relatou Manuel Alves da Silva Filho, pescador na região há 47 anos. Presente ao encontro, o secretário municipal de Turismo, Armando Ehrenfreund, ressaltou a importância da comunidade se organizar para reivindicar de maneira objetiva as melhorias necessárias. “Cabe às pes-

O secretário municipal de Meio Ambiente, Gilmar Magalhães, acompanhou a audiência pública ao lado do superintendente do INEA, Tulio Vagner

soas que gostam da praia se organizar e conhecer os passos do poder público na execução dos trabalhos”, disse. Os representantes comunitários temem ainda que o esgoto e os resíduos retirados da lagoa fiquem depositados na praia, causando danos ambientais a médio e longo prazo, além de se tornar um problema de saúde pública. Apesar da obra ser de responsabilidade do INEA, como contratante dos serviços, a reunião foi convocada inicialmente a pedido da prefeita Franciane Motta (PMDB), para ouvir a comunidade e prestar os devidos esclarecimentos. A Prefeitura esteve representada pelo secretário municipal de Meio Ambiente, Gilmar Magalhães. “Esta é uma obra que faz parte ainda dessa abertura de barra; a gente sabe hoje que o problema maior da permanência da barra da lagoa de Saquarema é a reformulação do molhe (de pedras)”, disse o secretário, ressaltando ainda a importância de se ouvir os pescadores da região por sua experiência no convívio com as vicissitudes do mar. Segundo ele, foi ouvindo os pescadores que se conseguiu fazer a barra da melhor forma possível na época. O superintendente regional do INEA, Túlio Vag-

ner, prestou todos os esclarecimentos solicitados e colocou o órgão à disposição da comunidade civil organizada para que soluções para a melhoria dos trabalhos sejam encontradas e colocadas em prática nos próximos anos. Segundo ele, duas questões devem ser consideradas na análise global da situação das obras. “São duas intervenções fundamentais que têm de ser feitas para garantir a integridade ambiental da lagoa de Saquarema. Uma delas é o desassoreamento da entrada da boca da barra. É justamente esse movimento de entrada e saída da água da lagoa que promove a sua recuperação ambiental”, disse ele. O segundo ponto é a necessidade de se fazer o projeto e implantação do molhe de pedras, cujos estudos estão em fase de finalização para que nos próximos anos seja reduzida a necessidade de novos desassoreamentos. “O INEA e o (governo do) Estado não se furtam a pensar alternativas para garantir a essência do empreendimento, a integridade da renovação das águas da lagoa de Saquarema”, reiterou Túlio Vagner, convidando a comunidade a se envolver mais diretamente na questão, através do diálogo e da apresentação de alternativas junto ao INEA.

Arraial do Cabo ganhará marina pública flutuante Novidades não param de chegar a Arraial do Cabo. Agora uma Marina Pública Flutuante vai ser instalada na Praia dos Anjos. A ação é referente o Projeto de Fomento e Organização do Turismo Náutico do Estado, que visa construir marinas flutuantes em cinco municípios. E a cidade cabista será a primeira cidade a ser contemplada com o projeto. A marina de Arraial do Cabo vai comportar 120 barcos de médio porte, que ficarão atracados com total segurança. A Prefeitura Municipal será responsável pela manutenção e operacionalização da atividade. O projeto envolve geração de empregos, renda, desenvolvimento da indústria off-shore e melhorias na área do meio ambiente, além da realização de cursos de capacitação e qualificação para os empregadores. Serão aulas de receptivo e idiomas. O objetivo é incrementar o turismo nas localidades. O investimento total, de todas as marinas, para os próximos meses é de R$ 5 milhões. Para o Secretário Tu-

Divulgação

A obra será instalada na Praia dos Anjos

rismo de Arraial do Cabo, Marco Simas, a cidade foi uma das escolhidas devido ao pronto atendimento feito, por parte do município, a todas as exigências feitas pela Secretaria de Estado. - Além de muito bem divulgado, Arraial do Cabo vem atendendo todas as exigências da Secretaria de Estado e isso ajuda muito na escolha, aliás, fomos escolhidos para ser a primeira a cidade a receber a marina – explica Simas. O Secretario informa ainda que antes da implantação da marina, um estudo de capacidade de carga, socioeconômico e ambiental vai ser feito pela CEPERJ (Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio de Janeiro) - Através desse estudo vamos saber quantas vagas vão surgir, quantas

pessoas podem utilizar e entre outras coisas. É um estudo muito amplo que já está em sua etapa inicial – informa Simas. Acrescentando ainda que depois do estudo completo, a implantação da marina vai durar cerca de dois meses. De acordo com o secretário estadual de Turismo, Ronald Azaro, a responsabilidade ambiental do projeto está presente nos materiais utilizados na construção das marinas que serão flutuantes em PVC ou Polietileno e o piso, tipo deck de madeira plástica, 100% reciclável. O processo de construção é simples, seguro e econômico em relação ao sistema convencional, fixo de concreto. Todo o projeto tem baixo índice de risco ambiental e uma excelente eficácia no atendimento às embarcações. (Ascom/Arraial do Cabo)

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EXPEDIENTE O Jornal Poiésis - Literatura, Pensamento & Arte é uma publicação da Mota e Marin Editora e Comunicação Ltda. Editor: Camilo Mota. Diretora Comercial: Regina Mota. Conselho Editorial: Camilo Mota, Regina Mota, Fernando Py, Sylvio Adalberto, Gerson Valle, Marcelo J. Fernandes, Marco Aureh, Celso Caciano Brito, Francisco Pontes de Miranda Ferreira, Charles O. Soares. Jornalista Responsável: Francisco Pontes de Miranda Ferreira, Reg. Prof. 18.152 MTb. Diagramação:

Camilo Mota. CAIXA POSTAL 110.912 BACAXÁ - SAQUAREMA - RJ CEP 28993-970 ( (22) 2653-3597 ( (22) 92013349 ( (22) 8818-6164 ( (22) 9982-4039 E-mail: jornalpoiesis@gmail.com Site: www.jornalpoiesis.com.br Distribuição dirigida em: Saquarema, Araruama, São Pedro da Aldeia, Iguaba Grande, Cabo Frio, Arraial do Cabo e Petrópolis. Fotolito e Impressão: Tribuna de Petrópolis. Colaborações devem ser enviadas preferencialmente digi-

talizadas, em formato A4, espaço simples, fonte Times New Roman ou Arial, com dados sobre vida e obra do autor. Os originais serão avaliados pelo conselho editorial e não serão devolvidos. Colaborações enviadas por e-mail devem ser anexadas como arquivo do Word (.doc ou .docx). Os textos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Jornal Poiésis.


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nº 193 - abril de 2012

POESIA Lona Cultural promove sarau Evento dia 28/04 comemora aniversário de Alberto de Oliveira

Regina Mota

Os 155 anos de nascimento do poeta Alberto de Oliveira (1857-1937) serão comemorados no próximo dia 28 de abril na Lona Cultural, na Praia da Vila. O evento é uma realização da Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Saquarema, contando com apoio técnico do Núcleo de Poesia Alberto de Oliveira e do Círculo Artístico e Cultural de Saquarema (CACS). A produção é do Jornal Poiésis. Produzido em forma de sarau, o evento terá a participação de escritores e poetas da Região dos Lagos, apresentações musicais, varal de poesia, exposição e venda de livros, sorteios e um show de encerramento. Escritores interessados em expor seus trabalhos, devem entrar em contato antecipadamente com os organizadores do evento através do e-mail poesianarua@gmail.com ou pelo celular (22) 8102-0959. Alberto de Oliveira foi poeta e professor e um dos principais nomes do parnasianismo brasileiro, ao lado de Olavo Bilac e Raimundo Correia. Nascido em Palmital de Saquarema, em 28 de abril de 1857, foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, ocupando a cadeira nº 8, tendo como patrono Cláudio Manoel da Costa.

Terças Poéticas - Durante todo o mês de abril prossegue o projeto Terças Poéticas, desenvolvido pelo Núcleo de Poesia Alberto de Oliveira, na sede do CACS (loja 51, Lake’s Shopping, segundo piso). O encontro de escritores, músicos e artistas em geral acontece toda terça-feira a partir das 20 horas, com entrada franca. “A opção cultural que criamos está levando muita gente a tirar da gaveta seus escritos e a mostrar em público, promovendo assim um forte compartilhamento de emoções e de afetos. Nosso evento funciona como uma grande sala, em que recebemos os amigos para dividirem conosco suas experiências”, conta Camilo Mota, coordenador do projeto.

ECONOMIA

Saquarema é a 4ª cidade do Estado em Gestão Fiscal Uma administração responsável e comprometida com o bem estar da população, colocou Saquarema em quarto lugar no ranking estadual e em 87º, no País, em gestão adequada do orçamento público. Os números foram divulgados pela Firjan – Federação das Indústrias do Rio de janeiro -, através do IFGF – Índice Firjan de Gestão Fiscal dos Municípios -, com base em dados fornecidos pela Secretaria do Tesouro Nacional. A Escola Técnica de Bacaxá, o

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Aconteceu no dia 18/03, no Theatro D. Pedro, em Petrópolis, a entrega do Prêmio Maestro Guerra-Peixe de Cultural 2012. Logo na abertura, o evento contou com apresentação de esquetes bem humorados conduzidos pelos atores Nilson Tassi e Malu Maia. A música ao vivo ficou por conta do quinteto formado por André Mendes (piano e escaleta); Rafael Geraets (violino); Wesley Costalonga (trompete); Felipe Depoli (contrabaixo) e Luis Coquinho (bateria). Todos os indicados deram depoimentos - que foram reproduzidos em peças audiovisuais no telão -, sobre as suas obras e da importância de estarem concorrendo ao prêmio. Alguns se mostraram bastante emocionados por terem sido nominados e pela valorização que esse destaque representa. Outro momento que causou comoção foi durante a apresentação do vídeo “Janela para a saudade 2012” (editado por Paulo de Carvalho e com narração de Reinaldo Gonzaga) que prestou uma homenagem a dez agentes culturais que faleceram no ano anterior. A linguagem que mais se destacou este ano foi a literária. A comissão julgadora leu 34 livros (a maior produção desde a criação do prêmio) e teve dificuldades para indicar somente quatro. Outra surpresa foi a indicação da GE CELMA na Categoria Espe-

cial pela sua atuação como investidora cultural. O Prêmio Maestro GuerraPeixe de Cultura se consolida como um dos principais programas destinados à valorização dos agentes culturais de Petrópolis, nascidos ou residentes. A comissão julgadora foi formada por Maria Luiza Retamal, Maria Luisa Melo, Marilda Varejão, Ângela Vale, Cristina Moraes, Claudio Partes, Paulo de Carvalho, Leonardo Randolfo, Gabriela Falconi, Flávia Miranda

VENCEDORES Música Popular – Serra Velha Quarteto (Atuação geral em 2011) Música Erudita – Marco Aurélio Lischt (Atuação geral em 2011) Teatro - Raquel Theo (Direção de arte em “Depois da Chuva”) Dança – Maicon de Souza (Atuação geral em 2011) Artes Visuais – Marcelo Lago

(Retrospectiva) Literatura – Luiz Gonzaga de Souza Lima (A Refundação do Brasil) Comunicação – TVC – Canal 16 (Cobertura Cultural 2011) Audiovisual - Gustavo Pizzi (Riscado) Produção Cultural - Circuito Cultural SESI Categoria Especial - Museu Imperial Notório Reconhecimento Myrian Dauelsberg

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Prêmio Maestro Guerra Peixe faz homenagem a agentes culturais de Petrópolis

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Pólo Industrial, o novo Hospital da Barreira, cerca de 64km de pavimentação, salários dos servidores e contas a pagar em dia, máquina a administrativa enxuta e revitalização de praças e áreas de lazer, são alguns exemplos do bom uso do dinheiro público pela Prefeitura de Saquarema. O estudo da Firjan avaliou a maneira como foram aplicados os recursos financeiros dos municípios brasileiros. Fizeram parte dos indicadores, a receita própria (capacidade de arre-

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nº 193 - abril de 2012

MÚSICA

SEGURANÇA

Miguel Jeovani fala da Delegacia Legal e Batalhão de Polícia no II Fórum de Segurança de Araruama O deputado estadual Miguel Jeovani (PR) participou do II Fórum de Segurança Pública de Araruama na sexta-feira, dia 23 de março, no Teatro Municipal. Diversas autoridades da área de Segurança Pública marcaram presença, como o secretário de Estado de Segurança, José Mariano Beltrame, a chefe da Polícia Civil, delegada Martha Rocha, o comandante geral da PM do Estado do Rio, Cel. Erir Costa Filho, e o presidente do Instituto de Segurança, Ten. Cel. PM Paulo Augusto Teixeira. Organizado pelo Conselho Comunitário de Segurança Pública, sob a presidência de Sueli Lima, o evento abordou diversos temas: A construção de uma Casa de Custódia Regional, a funcionalidade da Delegacia Legal e a implantação de um Batalhão de Polícia Militar na Região dos Lagos. Miguel Jeovani aproveitou a oportunidade para falar das indicações legislativas apresentadas na Alerj e de sua atuação firme em relação à segurança, já que a primeira audiência pública da Comissão Especial presidida pelo parlamentar foi sobre a polêmica construção de uma Cadeia Pública em Araruama.

Divulgação / Paulo Porto

O deputado é autor do projeto de lei que proíbe a construção de casas de custódia, presídios e penitenciárias em cidades com vocação turística.

Com posicionamento contrário do parlamentar em relação à instalação dessa unidade prisional, o assunto foi mais uma vez defendido pelo governo municipal e pelos representantes do governo estadual. O secretário estadual de Segurança, José Mariano Beltrame, destacou em seu discurso uma área limítrofe com outro município. “Depois de tanta cobrança e de nossa persistência como parlamentar na Assembleia Legislativa, finalmente será iniciada a construção da Delegacia Legal

MEIO AMBIENTE

Camilo Mota

Jaconé discute implantação de polo naval em Maricá Foi realizada no dia 29/03 a quarta reunião com a comunidade de Saquarema para a discussão das implicações da planejada instalação do complexo portuário dos Terminais Ponta Negra (TPN). O empreendimento, também conhecido como porto do pré-sal, vem sendo alvo de questionamentos por parte da sociedade civil, que não foi consultada sobre sua implantação no município de Maricá. No encontro realizado em Jaconé,

com presença de representantes da Associação de Moradores local, do movimento Luto por Maricá, além de representantes dos poderes legislativo e executivo de Saquarema, definiu-se que serão movidas ações junto ao Ministério Público a fim de haver uma mediação que provoque a realização de audiência pública para mais esclarecimentos sobre o empreendimento econômico, que trará fortes impactos sociais e ambientais para toda a região.

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em Araruama. Para melhor atender os municípios vizinhos e desafogar o trabalho do 25º Batalhão de Cabo Frio, outro pedido ao governador foi o da criação de um Batalhão de Polícia aqui na cidade e as manifestações de todas as autoridades envolvidas na área de Segurança foram positivas”, comentou o parlamentar. Autor do projeto de lei que cria o Conselho Estadual de Pacificação (CEP), o deputado estadual Miguel Jeovani disse: “Não adianta querer fazer as coisas sem ouvir a população. Tem que

dar voz a comunidade”. Preparado para debater o assunto, o parlamentar ainda foi questionado sobre o reajuste salarial dos policiais e prontamente respondeu: “Foi aprovado um projeto de lei na Casa sobre o aumento dos policiais. Ainda é pouco, até porque eles merecem muito mais. Como também passou o projeto de mais investimentos na Segurança Pública do Estado. Os recursos não faltam. Não se pode deixar o dinheiro ir para o ralo”. Preocupado com a geração de empregos e com o desenvolvimento econômico da região, o deputado ainda reforçou: “O distrito de São Vicente de Paulo, por exemplo, é uma área propícia para se instalar a extensão do Pólo Industrial”. O parlamentar é autor do projeto de lei que proíbe a construção de casas de custódia, presídios e penitenciárias em cidades com vocação turística. A corporação do 25º Batalhão de Polícia Militar, representada pelo comandante Gilmar Barros dos Reis, ainda foi homenageada pelo deputado. A juíza titular da 1ª Vara Cível da Comarca de Araruama, Dra. Alessandra Araújo, também prestigiou o evento. (Arlindo Junior)

OBRAS E RECURSOS Paulo Melo encaminha demandas do Noroeste Fluminense O presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), deputado Paulo Melo (PMDB), recebeu, na manhã desta quartafeira (14/03), uma comitiva de prefeitos do Norte e Noroeste fluminenses em busca de auxílio para remediar a devastação causada pelas enchentes causadas pelas chuvas no início do ano. O deputado afiançou que irá interceder pela região junto ao vice-governador e secretário de Estado de Obras, Luiz Fernando Pezão. “Pedirei ao Pezão que dê prioridade às demandas trazidas pelos gestores. Vou explicar a ele a urgência do pleito trazido por eles”, afirmou ele, acrescentando, ainda, que encaminhou os 11 prefeitos para uma reunião com o secretário de Estado de Saúde, Sérgio Cortes. Os pedidos vão de recapeamento de vias, destruídas pelas chuvas, à atenção ao sistema público de saúde, trazido à tona através de uma discussão sobre os repasses do Programa de Apoio aos Hospitais do Interior (Pahi) – a secretaria de Saúde

Waldo Siqueira

anunciou que repassaria a nove municípios atingidos pelas chuvas um total de R$ 450 mil. Estiveram presentes os prefeitos de Miracema, Ivany Samel; de Varre-Sai, Everardo Oliveira; de Porciúncula, Antônio Jogaib; de Itaperuna, Fernando Paulada; de São José de Ubá, José Hylen; de Aperibé, Flávio Gomes; de Itaocara, Alcione Corrêa; de Cambuci, Antônio Nicolau; de Bom Jesus do Itabapoana, Branca Motta; Italva, Joelson Gomes e de Cardoso Moreira, Gilson Nunes. (Fernanda Porto/Alerj)

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Renato Barcelos

O

estudo musical como forma de autoconhecimento é um dos inúmeros argumentos em favor do estudo da musica. Uma simples frase melódica tocada ao violão, por exemplo, nos põe diante de várias questões sobre velocidade, timbre, duração de tempo, intensidade etc., e obviamente sobre como e o que fazer para se ter controle sobre estes recursos. Em contrapartida, para o iniciante, tantas questões podem imobilizá-lo. Portanto, a iniciação deve acontecer sob um processo natural e instintivo, quase inconscientemente sobre o que estamos fazendo. A preocupação maior, talvez única, é a de manipular os sons para deleite próprio. Aprender a tocar um instrumento é algo tão prazeroso e satisfatório, no qual às vezes não percebemos ou esquecemos o número de repetições e do esforço de horas e horas dedicadas ao objetivo de fazê-lo. A ciência nos mostra que se parássemos para pensar na forma elaborada em que nossos músculos devem trabalhar para podermos andar, talvez nós nunca andássemos! Algo semelhante acontece quando aprendemos um instrumento musical. Apenas fazemos sem nos darmos conta exatamente de como fazemos. Quando queremos atingir um nível técnico mais elevado, propondo-nos a tocar peças de maior grau de dificuldade, torna-se necessário o conhecimento exato de cada movimento executado por cada músculo, um verdadeiro conhecimento sobre nossas capacidades e limitações, justamente para sermos cada vez mais capazes e menos limitados. Atingir tal estágio exige de nós grande capacidade de concentração, observação e meticulosidade, culminando obviamente no exercício da paciência e controle do estresse. Tanto esforço reflete-se, sem dúvida, em nosso cotidiano nos transformando em pessoas mais concentradas, observadoras e pacientes, ou seja, acabamos por conhecer um pouco mais sobre nós mesmos.

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nº 193 - abril de 2012

LITERATURA

Ao que minha vida veio Luiz Horácio Rodrigues

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ste aprendiz, quando aluno de mestrado, conheceu um professor que disse, não sem a devida pompa e arrogância, que pesquisava a(s) diferença(s) entre o regional e o universal em literatura. Para ele isso era regional, aquilo universal. É dos tais que separa literatura masculina e literatura feminina. Até quando? Com sua licença, estimado leitor, naquele tempo e atualmente, este aprendiz entende tal preocupação e referida pesquisa como grandes tolices. Prefiro Todorov:“Literatura não é teoria, é paixão.” Desconheço criação, pelo menos no campo das artes, que não traga em sua origem uma grande paixão. Cabe deixar bem claro que teoria e paixão podem andar juntas. Desde que, e aqui reside a questão que o tal professor bem que poderia tomar para si, acompanhadas da imaginação. Exemplo: ao que minha vida veio..., autor: Alckmar Santos. Narrativa que apresenta uma sintaxe particular, não digo se tratar da fala do homem do povo, ou do caipira, muito menos do trabalhador rural semi alfabetizado, não pretendo ser tão raso. O cenário linguistico é outro. O cuidado com a linguagem chega a ser comovente. Não podemos dizer que este ou aquele personagem fale errado. Por mais exigentes que sejamos. Por falar nisso, a linguistica nos impede de fazer essa distinção,certo e errado linguisticamente. Linguisticas à

parte; as personagens de Alckmar podem não fazer uso do mesmo léxico que você, erudito leitor, e este aprendiz,no entanto, são incapazes de truncar a recepção, de turvar o sabor dessa requintada trama. Bem diferente de Contos Gauchescos, de Simões Lopes Neto, que exige um dicionário de termos campeiros. O que não extrai o tédio da maioria de seus contos. Alckmar conta uma história sofisticada, exige total atenção, mas sem afetações, sem os excessos barrocos de Saramago e seus nefastos imitadores. Tio Eli deixou um bilhete: Viva o amor E pulou do ponto mais alto a que pôde chegar da sapucaieira maior das três que por lá havia Ao que minha vida veio... tem seu início lá pelos anos 30 e se estende por quatro décadas de intensa criatividade narrativa onde o privilegiado leitor entra em contato com cenários e um elenco de personagens e acontecimentos, reais e fictícios, suicídio de Getúlio Vargas por exemplo, todos coadjuvantes da trajetória tropeiro Juca Capucho. O autor não recorta a realidade para depois colá-la nas páginas do livro, não, a opção é outra, mais arriscada. Alckmar transforma, recria um mundo, experimenta, arrisca, inventa. Impossível não lembrar Guimarães Rosa, cenário, personagens, linguagem, a relação do homem com a terra, com a sua terra. Relação que tem tanto poder de fertilizar ingenuidades, mas também pode produzir abjetos jagun-

Divulgação

Alckmar Santos ganhou o Prêmio Salim Miguel de romance em 2011

ços. Embora nestes, em Guimarães Rosa, também se possa notar traços de ingenuidade. Mas Alckmar soube equilibrar a questão da linguagem, não impede a fluidez narrativa, com um sutil suspense que perspassa essa brilhante história, um policial/ existencialista ambientado em região jamais explorada para tal fim. Quando alguém arrisca, inquieto leitor, gera o inevitável: ciúme. É isso, este aprendiz, ter-

minada a leitura, sentiu uma pontada de inveja envolta em celofane de admiração. Voltemos ao que interessa, ao luxuoso cerne da questão. A convivência harmoniosa da linguagem, erudita e popular, a opção pela rusticidade, sem perder a beleza, das frases, os diálogos repletos de musicalidade da fala dos tropeiro, são suaves gritos de alerta: olha aqui, a literatura não acabou, ainda há o que inventar, vale a pena pesquisar a linguagem... Ao que minha vida veio é uma carreira em cancha reta. O cavalo, chamado Imaginação, é um ganhador, o jóquei precisa vencer, nem pensa em photo chart. O troféu: conhecer sua origem, descobrir o tesouro mais valioso; nomes de pai e mãe que lhe são negados. Caro leitor, ao que minha vida veio... é um livro de se ler e reler. Luiz Horácio Rodrigues é jornalista, mestre em Letras, autor dos romances “Perciliana e o pássaro com alma de cão”, “Nenhum pássaro no céu” e “Pássaros grandes não cantam”.

Antologia Poética de Camilo Mota “Os nomes da terra: antologia poética” reúne seleção de textos dos 4 livros editados (Cântico, Bálsamo, Tríade e Século Algum), além de outros inéditos de Camilo Mota, editor do Jornal Poiésis. Sua poesia valoriza a imagem e possui um ritmo próprio, fazendo refletir o homem frente ao tempo, às questões da existência, da natureza e da transcendência. Adquira já através da internet. Versão digital: R$ 7,30 / Brochura: R$ 20,77 + frete

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TRECHO Daí que esses anos todos, mais de dez, no-seguro e certo!,daí é então que esses todos anos se passaram como corredeira de pouca água em enchente de pouca monta. Houve alguns rebuliços no lá-longe de outros. Estados, agitações que a nós até chegavam sujeitas, agora, à intermitência dos reclames e dos noticiosos do rádio na forma de assembleias e golpes e contragolpes e abortadas revoluções, mas é mesmo que nada de nenhuma coisa alguma nos empurrava a atroar algum desacordo ou desacorçoo com o ramerrão da rotina seca e fria a que nos tínhamos. Aldebar e Altair, os tios idos a São-Paulo para os seus estudos, passaram por aqueles anos e escolas, meteram anéis de causídicos e alianças de casados, esmeraram-se em empregos públicos cavados nos tempos e termos de governo de Adhemar Pereira de Barros e nem mais deram caras e vistas na casa-grande, eles também esquecidos, e mesmo talvez mais.A criançada cumpriu seu ofício de ir crescendo e saindo, agora cada vez mais cedo, para os devidos e já esperados estudos no Ginásio Nogueira da Gama de Guaratinguetá e no-depois a partida para São Paulo à exceção das meninas que ficavam é mesmo no curso normal e se formavam mestras-de-escola sem que escola houvesse para elas, voltando então para aquela casa-grande agora cada vez maior e impressionando a pequeneza das gentes a golpes de imensidão enorme! O AUTOR Alckmar Santos é professor de Literatura Brasileira na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), onde coordena o Núcleo de Pesquisas em Informática, Literatura e Linguística (NUPILL). Foi pesquisador convidado na Université Paris 3 – Sorbonne Nouvelle (2000-2001) e na Universidad Complutense de Madrid (2009-2010). É também poeta, romancista e ensaísta. Autor dos livros Leituras de nós: ciberespaço e literatura, Dos desconcertos da vida filosoficamente considerada (ensaio e poemas, respectivamente Prêmio Transmídia – Instituto Itaú Cultural), Rios imprestáveis (poemas, Prêmio Redescoberta da Literatura Brasileira da revista Cult).


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LITERATURA

Três por quatro André Kano Sou esse retrato três por quatro. Providencial que seja a foto da identidade tão pequena. Seria difícil mostrar mais que 12 centímetros quadrados do que somos. . Nunca quebrei um osso e a doença raramente me visita. Ainda assim, meu corpo é minha maior fraqueza. Infante e imaturo, tenho nele um cansaço ancião. Só a cabeça, porém, envelheceu. Penso mais que vivo, sinto

mais que digo. Eu não suportaria viver tudo o que penso, ninguém me suportaria se ouvisse tudo o que sinto. Amante de pequenas vaidades, como quem coleciona quinquilharias e as amontoa num empoeirado, velho e soturno porão. Em cima a sala é limpa, onde recebo as pessoas. Não tenho apego a lugares e não me apego a pessoas. Todas as vezes que morei em um pedaço dessa terra, houve terremoto. Todas as vezes que tive amigos fui para eles um estranho familiar.

Eustáquio Gorgone de Oliveira

Reflexão de fim de noite Camilo Mota Hoje vi uma pessoa sofrer, um pássaro cantar e um amigo morrer. Vi crianças coloridas brincando em quadros e quadras. O mundo se acabando por causa da cobiça. Gente unida em busca de esperança. Vi meus olhos se perderem fora de mim. E um santo clamar no deserto por socorro. Camilo Mota é editor do Jornal Poiésis, terapeuta holístico, autor de “Os nomes da terra: antologia poética” (2012).

Marcelo J. Fernandes agora, daqui em diante, os degraus a calçada o meio-fio serão mais largos como o seu sorriso, que crescerá ainda mais, como você.

escolha o seu feitio, o corte, o pente e veja o corpo que move, que há, enquanto as mechas caem pelo chão junto com o menino que, lentamente, deixa também no ar. e nesse espaço de reflexos sem fim que já conhece de cor, não se sinta sozinho: dentro de você, desde a água, pulsam, ardem e vibram um tambor rubro de vigor e outro menor, meu, com uma vênula que os irmana e instila só o que chamo, assim, de amor. Petrópolis, fevereiro/12

o que é um poema? cavalo preso em nossas baias. ilusão de refazer a mesma tela. sabemos que o corpo é sua própria cova. lastreados estamos nos enganos da arte, por enquanto. Eustáquio Gorgone de Oliveira (1949-2012), nasceu em Caxambu-MG, era licenciado em Letras e Pedagogia. Na década de 80, foi integrante do grupo Abre Alas, em Juiz Fora. Premiado em vários concursos literários, deixou uma obra poética de grande universalidade e apuro linguístico. Seu primeiro livro, “Tear de imagens”, foi publicado em 1990, seguido por “Girassol fixo” (1995) e “Passagem na orfandade” (1999). Com o livro “Manuscritos de Pouso Alto”, recebeu em 2003 a menção “Referência Especial” no 2º Prêmio Cidade de Juiz de Fora. E venceu a edição 2004 do mesmo Prêmio com a obra “Ossos naives”, de onde extraímos o poema acima. Faleceu no dia 26 de março passado, em São Paulo, vítima de infarto. O corpo foi sepultado em sua terra natal no dia seguinte. Sua obra segue viva, construindo novas metáforas a cada novo leitor que se aproxime.

meu filho vai ao barbeiro sozinho

então, adentre o salão de espelhos e sua imagem se multiplicará como os afãs, na mesma velocidade do caleidoscópio de homens e gestos.

É mais fácil para mim amar uma humanidade de homens

distantes que não conheço do que essa feita daqueles que me cercam. Sou um bom profissional, mas estou na profissão errada. Toda análise que faço diz que me satisfaria mais vender melancias à beira de uma estrada. Todos conhecem bem as melancias, não é preciso discursar sobre elas. Do amor, vivo a ciência de ser ele o tema mais incompreendido do mundo ainda que seja também o mais debatido. Uma geração deveria ser capaz de aceitar sua inaptidão para certas coisas; e eu pertenço a essa geração. Travo contra Deus uma guerra

Ossos naives (4)

POESIA

a cada passo uma via se oferecerá, inteira, toda, tal que desfrute e desvende como um jovem argonauta na gávea ou no tombadilho de seu barco sem medo.

Colagem digital: Camilo Mota

+PBQJ Paulo Barata Onde está o sumo das éguas voantes? Para lá da tangente à curva, no Vórtice da Primeira Pessoa. Paulo Luiz Barata é membro do Núcleo de Poesia Alberto de Oliveira, em Saquarema, e autor de “Escola do Trovão” (Ibis Libris, 2011)

Porque cantar já não muda em manhã Fernando Fábio Fiorese Furtado Porque cantar já não muda em manhã A paisagem, nem mesmo abrevia a cena Onde me falta, ali onde o amor acena - decerto uma rubrica temporã, o gesto equívoco de quem espera aquele que na palavra demora e, sabendo não haver olhos nem hora, descreve a elipse que não quisera. Porque cantar já não apura senão O palrar do corpo, a palavra pouca E demasiada – o nada, o nunca, o não.

Marcelo J. Fernandes é professor universitário, membro do conselho editorial do Porque mesmo em festa, cantar ressalta Jornal Poiésis e membro titular da Acade- O que em mim recusa, recua ou apouca mia Brasileira de Poesia Quando a palavra acusa minha falta. Fernando Fábio Fiorese Furtado é poeta, doutor em Semiologia, escritor e professor universitário. É autor, dentre outros livros, de “Ossário do mito” e “Corpo Portátil”.

sem tréguas, e me espanta perceber que Ele é meu maior aliado. Todas as vezes que desisto da aliança, perco eu a batalha. Tenho como sonho a grandeza de um dia deixar de querer ser grande. E desaparecer como uma bola de sabão que estoura porque um cisco a encontrou no ar. . Considero a alegria a maior das ditaduras. Sou feliz como um bocejo. André Kano é jornalista, publica o blog arremedo.wordpress. com

CREPÚSCULO LUNAR

Gerson Valle A lua descia dando lugar a um novo dia, enquanto o poeta aparava a grama de estar sozinho. Em meio ao trânsito de trombadas dos foguetes pelo cosmo, e trombetas dos alardes eletrônicos, as luzes escancaradas das vitrines dos namoros, e tanto filme carregando multidões de gente nua, se matando em socos, metralhadoras, beijos loucos, o poeta apenas aparava a grama de estar sozinho. Onde passa a lua deixa muito sono em meio à morte. Os corpos deitados aparentam a serenidade faltante de tantas ruas. Fora, os holofotes não deixam um instante deste mundo refletir apenas a lua pálida com seu dengue de mulher tranquila, meiga, ou traiçoeira e falsa, Todas as reflexões se apagam ante o poeta que aparava a grama de estar sozinho. Em trabalhos de formigas, movimentos revoltados famílias sobre andares de andares de edifícios, corredores apinhados na espera de elevadores, e gente a todo canto querendo ocupar, brigar, fazer o mundo despedaçado em mil histórias de terror, amor ou só bolor da História. Tudo vibrava ao redor da porta do poeta que aparava a grama de estar sozinho. E sozinho se levava às crises circundantes, discutindo com as sombras e janelas de seus braços. Tudo que há se passa no ar. E a briga dos homens e mulheres apressados fumando os cigarros de seus dólares chega ao quarto isolado do poeta, por dentro do próprio peito humano e rouco de seu também mundano gosto. Nada há de se fazer contra a inexorabilidade de ser. Ainda assim, e talvez por isto mesmo, o poeta apenas aparava a grama de estar sozinho. Gerson Valle é membro do conselho editorial do Jornal Poiésis e membro titular da Academia Brasileira de Poesia.


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II Festival da Mulher celebra a cultura em Saquarema A tarde-noite de 31 de março fechou com chave de ouro o mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher. Realizado pelo Jornal Poiésis, o II Festival da Mulher atraiu cerca de 200 pessoas para o Lake’s Shopping, em cujo segundo piso montou-se uma pequena feira para exposição de trabalhos de artesãs, artistas plásticas e divulgação dos patrocinadores. Já dentro da sala do Círculo Artístico e Cultural de Saquarema (CACS) a cultura fluiu e preencheu corações e mentes. Na parte musical, Érica Vidal e Tuta Queiroz abriram o evento com um

show de MPB, seguidos pelo Coral Vozes de Saquarema, sob a regência do maestro Moisés Santos, finalizando com apresentação de Miro Zager. Dança do ventre, cigana e flamenga envolveram as espectadoras, que ainda se encantaram com a coreografia de SwáSthya Yôga, apresentada por Taty Nascimento, representando a Uni-Yoga de Saquarema. Jota de Jesus e Camilo Mota, do Núcleo de Poesia Alberto de Oliveira, apresentaram poemas. Um dos pontos altos da noite foi o desfile de modas comandado pelo Studio Miriam Gizzi, com roupas

da Classe A e Liliputi Modas. Dezenas de brindes também foram sorteados. “Nossa intenção é prestar uma homenagem às mulheres, por sua luta, pelo que significam e pelo que representam em nossa sociedade; é através do equilíbrio entre homens e mulheres que construiremos um mundo melhor”, disse Regina Mota, organizadora do II Festival da Mulher. Mais fotos do evento estão no site www.novasaquarema. com.br. Reportagem em vídeo está disponível no site www. saquaonline.com.br. Fotos: Camilo Mota

Regina Mota coordenou o evento.

No segundo piso foi montada a exposição de arte e artesanato.

Márcia e Tereza mostraram artesanato com requinte de artes plásticas.

A presença feminina da Guarda Municipal de Saquarema.

Flora Tropper e Telma Cavalcanti, do CACS.

Tuta e Érica Vidal abriram o evento com show de MPB.

Maestro Moisés regeu o Coral Vozes de Saquarema.

Marcinha levou suas alunas de dança do ventre.

Secretária municipal da Mulher, Rosângela Mendonça

Camilo Mota representou o Núcleo de Poesia Alberto de Oliveira.

Modelos do Studio Miriam Grizzi deram um show na passarela.

Taty Nascimento apresentou coreografia de SwáSthya Yôga

Miro Zager fechou a noite ao som de pop e MPB.

Waldo Siqueira e Monique Nunes, do Saquaonline.

O público lotou o salão durante todo o evento.

O Jornal Poiésis agradece também ao apoio recebido de Movimento Articulado de Mulheres e Amigas de Saquarema (MAMAS), Círculo Artístico e Cultural de Saquarema (CACS), Studio Miriam Grizzi, Clarícia Flores, Céia Festas, H Martins Ideias,

Água Saquá, Rádio Serramar, Rádio Mix, Prefeitura de Saquarema, Secretaria Municipal de Turismo, Secretaria Municipal de Educação e Cultura, deputado estadual Miguel Jeovani, deputada estadual Inês Pandeló, Jornal Litoral de Saquarema, Be-

líssima, Frozi, Malizia, Shopping 1,99, Bazar Melhor Preço, De Coração, Nalin Shopping, Cacau Show, SPAES, Floratti, Saquaonline, e a todos que colaboraram direta ou indiretamente na realização de mais este empreendimento cultural.

Regina Mota

PATROCÍNIO


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CIDADANIA

AUTOMÓVEIS

Guarda Municipal leva palestras às escolas

Encontro de carros antigos em Saquarema será dia 6 de maio

Regina Mota É na infância que se formam os primeiros valores que irão se desenvolver ao longo da vida, tornando o sujeito mais consciente, dependendo de vários fatores de seu meio, como a educação, por exemplo. E quando se dá ênfase a esta fase da vida, promovendolhe as melhores oportunidades de crescimento, um passo fundamental está sendo dado para o fortalecimento da cidadania e da melhora da qualidade de vida. Tendo isto em mente, a Guarda Municipal (GM) de Saquarema está desenvolvendo um projeto de aproximação gradativa com os estudantes da rede municipal de ensino. Através de palestras regulares, a GM tem buscado a proximidade maior com a comunidade a partir do contato direto com os estudantes. Nos encontros realizados nas escolas, são abordados temas como pedofilia, bullying, motivação, superação de dificuldades, etc. “Estamos aqui para servir; a melhor maneira que encontramos de chegar até

os lares foi através das escolas”, disse Norcivan Valviesse, comandante da Guarda Municipal. Segundo ele, a iniciativa da GM também auxilia na formação de uma nova imagem da instituição junto à população, que passa a confiar mais em seu trabalho. “Queremos trabalhar em conjunto com a comunidade, pois assim podemos ver os problemas de perto. Queremos nos aproximar das escolas e com isso das famílias. Procuramos mostrar nas palestras o que pode e o que não se pode fazer, tanto no trânsito como em outras situações”, disse Frank dos Santos Aureliano, um dos mentores do projeto desenvolvido também por Paulo Rogério de Oliveira Silva e Marcelo Marreto Ramos. Vale a pena ressaltar que os trabalhos nas escolas, na maioria das vezes, são realizados nos horários de folga dos guardas municipais, que dedicam o tempo exclusivamente para ministrar as palestras e exibir vídeos instrutivos aos alunos. As escolas interessadas em participar

Fotos: Camilo Mota

Divulgação

Palestras e vídeos são apresentados aos alunos

Ramos, Valviesse, Aureliano e Silva são os primeiros a desenvolverem o projeto, que prevê a capacitação de outros guardas para ampliar o atendimento às escolas

do projeto devem procurar a Guarda Municipal para agendar data e horário. Para mais informações sobre este e outros proje-

tos em desenvolvimento pela Guarda Municipal de Saquarema, acesse o blog http://gmsaquarema.wordpress.com.

Será realizado no dia 6 de maio o 4º Encontro de Carros Antigos em Saquarema, na área do terminal rodoviário em Bacaxá. O organizador do evento, José Mario Novaes, está otimista e conta que deverá receber admiradores e colecionadores de carros de vários estados, entre eles Minas Gerais e São Paulo. Grande entendedor de automóveis, principalmente de Volkswagen, Novaes tem muitas histórias para contar. “O primeiro nome do Fusca foi KDF, poucas pessoas sabem disso”, conta ele. Novaes possui en-

tre seus automóveis antigos alguns com placa preta, que significa que são originais. Para se ter uma ideia, alguns carros datam de 1948. “O objetivo do evento é de aproximar os proprietários e admiradores de veículos antigos”, completou. Por indicação do vereador Gilvam Martinelli, a Câmara dos Vereadores de Saquarema aprovou o projeto que reserva o segundo domingo de maio como o Dia do Antigomobilista de Saquarema, o que deverá valorizar ainda mais o movimento. Mais informações pelo fone (21) 7838-1837 ID 24*28548 ou (22) 9998-2606.

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