Poiésis 266

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anos Ano XXV- nยบ 266 - Saquarema, Araruama e Regiรฃo dos Lagos - agosto de 2018


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nº 266 - agosto/2018

A Legenda dos Dias ACADEMIA BRASILEIRA DE POESIA sucessora da Academia Petropolitana de Poesia Raul de Leoni,

fundada em 1985 – Boletim nº 09 – Agosto, 2018

COMENTÁRIO, de J. Roberto Gullino

ANUAR JORGE - Um de nossos patronos, ocupante da cadeira 07. Petro-politano, nasceu em 22.10.1912 e faleceu em 27.03.1942, tendo publicado seus trabalhos no “Jornal de Petrópolis’ . Típico boêmio, sonhador incor-rigível, de grande sensibilidade, por certo a explosiva mistura do sangue oriental que corria nas veias. Letrista de música popular, foi parceiro de Gastão Lamounier em duas valsas: “Só nós dois”, gravação de Sílvio Cal-das/1935, e “Única aventura”, de Augusto Calheiros/ 1938. “RECUERDO”

AMOR ESQUECIDO

Era tão jovem, linda e fascinante que se diria uma santa divinal. Tinha a tez de uma alvura [deslumbrante, e era o seu porte esbelto e sensual.

Que saudades dos tempos tão ditosos em que, como felizes namorados, passeávamos sozinhos, encantados desta vida de aspectos tão formosos.

Amei-a a este amor puro e constante, era meu sonho, meu único ideal. Meu anseio era vê-la a todo instante, e o não vê-la era o meu único mal. Mas um dia eu perdi a minha amada, levou-a Deus para o céu aureolada em candidez da morte em manto [rubro. Transformou-se-me a vida em mar de [escolhos. Hoje, se eu olho dentro de meus olhos, aquela imagem de mulher descubro.

Quantas vezes nós íamos calados, arquitetando planos venturosos, eram sonhos de amor esplendorosos que, de amor, nos tornavam [arrebatados. Passados tempos, nós nos olvidamos da afeição que nos deu a suavidade da alegria que outrora desfrutamos. E agora decorridos tantos anos nos resta tão somente uma saudade precursora de novos desenganos.

POEMÍNIMOS DE SYLVIO ADALBERTO, NOSSO CONFRADE Meu coração louco e fundo não suporta minhas dores mas canta os males do mundo.

A saudade prova: a tinta dos nossos sonhos permanece sempre nova.

Quem me dera que o pão de cada dia viesse com sabor pra se escrever poesia.

A dor que por ventura o poeta sinta para quem o lê é só pingo de tinta.

Por uma revalorização da literatura oral brasileira Rodrigo Conçole Lage

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urante muito tempo, antes do surgimento da escrita, histórias e poemas foram elaborados e difundidos oralmente. Com o surgimento da escrita esses textos puderam ser registrados e, ao mesmo tempo, o homem começou a produzir novas obras especificamente para esse novo meio de difusão. Assim, durante anos e anos, a literatura foi composta dos textos orais e dos escritos. Não havia uma separação radical entre os dois grupos. Contudo, o surgimento da imprensa no Ocidente vai mudar essa situação. Pelas mais diferentes razões, à medida que ela foi se difundindo, os teóricos e críticos passaram a excluir as narrativas orais do acervo literário das nações, acervo que passou a ser visto como sendo formado exclusivamente das obras escritas. O fato da “Ilíada” e outros textos da antiguidade terem sido inicialmente transmitidos oralmente e só depois passarem a ser registrados em algum suporte material, para serem difundidos por meio de cópias elaboradas por copistas, não foi suficiente para que as narrativas orais fossem consideradas obras literárias. Só no século XX teremos uma revalorização dessa literatura. Da mesma forma, por questões culturais, não só as editoras brasileiras quase que não investem na publicação de coletâneas de narrativas orais, mas os próprios leitores brasileiros não têm muito interesse neste tipo de trabalho. Por isso, raramente encontramos nos catálogos das editoras brasileiras o lançamento de novas coletâneas. Quando muito, temos o relançamento de alguma antiga obra do gênero como, por exemplo, o livro “Literatura oral no Brasil”, de Luís da Câmara Cascudo, ou o “Assombrações do Recife velho”, de Gilberto Freyre. Ao mesmo tempo, ao contrário do que ocorreu em outros países, os estudos voltados para a literatura oral ainda são relativamente incipientes em nosso país. Não só não temos traduções de muitos dos clássicos dos estudos de literatura oral como não há uma difusão de pesquisadores voltados para o registro e o estudo dessa literatura nas mais diferentes regiões do país. Com isso, o acervo de literatura oral dos contadores de história, grupos indí-

genas, etc. corre o risco de ir paulatinamente se perdendo. Não se pode esquecer que, devido às próprias transformações da sociedade, nem todos os relatos foram transmitidos para as novas gerações, pois, nem sempre, os guardiões dessa tradição puderam encontrar alguém a quem transmitir seu saber. Assim, hipoteticamente falando, a morte de um contador de histórias que não teve a quem transmitir todas as narrativas que sabia representa a perda de todo um acervo. Da mesma forma, se pensarmos no que aconteceu às comunidades indígenas, só podemos lamentar o fato de que muito pouco tenha sido preservado e que tribos inteiras tenham desaparecido sem que os elementos de sua cultura tenham chegado até nós. Isso torna ainda mais lamentável o desinteresse pele estudo da literatura oral produzida pelas comunidades indígenas que ainda existem. Suas canções, histórias e demais relatos orais parecem ter estimulado poucos pesquisadores a registrá-los de forma sistemática. Se isso não vier a acontecer um dia, muitas de suas histórias poderão se perder. A coleção “Mundo Indígena”, publicado pela editora Hedra, o livro “Mitos Indígenas”, publicado pela editora Ática e o “No País do Jabuti – Contos e Mitos Indígenas no Brasil”, de Beatrice Tanaka, são alguns exemplos dos trabalhos publicados no Brasil nessa área, mas são pequenas parcelas de um conjunto maior. Não são trabalhos voltados ao registro de todas as narrativas das diferentes tribos. Assim, seria de fundamental importância que o acervo literário dos contadores de história, e o das comunidades indígenas, passasse a ser devidamente registrado e difundido para que o pouco do que chegou até os dias atuais fosse preservado e pudesse também ser inserido no patrimônio da literatura brasileira. Assim como seria importante uma revalorização das pesquisas do folclore brasileiro e a difusão do trabalho que os folcloristas realizaram, e ainda realizam, em nosso país. Apesar do trabalho de Luís da Câmara Cascudo ser relativamente bem conhecido em todo o país nomes como Deífilo Gurgel, Glauco Saraiva, João Carlos D’Ávila Paixão Côrtes, e muitos outros, ainda são pouco conhecidos pela maior parte das pessoas.

EXPEDIENTE O Jornal Poiésis - Literatura, Pensamento & Arte é uma publicação da Mota e Marin Editora e Comunicação Ltda, CNPJ 07.546.414/0001-60. Editor: Camilo Mota. Diretora Comercial: Regina Mota. Conselho Editorial: Camilo Mota, Regina Mota, Fernando Py, Sylvio Adalberto, Gerson Valle, Marcelo J. Fernandes, Marco Aureh, Francisco Pontes de Miranda Ferreira, Charles O. Soares. Jornalista Responsável: Francisco Pontes de Miranda Ferreira, Reg. Prof. 18.152 MTb. Av. John Kennedy, 121 sala 13 - Centro - Araruama-RJ CEP 28970-000 ( (22) 99982-4039 E-mail: jornalpoiesis@gmail.com Site: www.jornalpoiesis. com.br. Facebook: www.facebook.com/jornalpoiesis. Edição digital: www.

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MAMAS participa do lançamento do Selo Mais Mulher

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Movimento Articulado de Mulheres e Amigas de Saquarema – MAMAS participou do lançamento do Selo Mais Mulher, juntamente com integrantes da Secretaria da Mulher, na sede do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher – CEDIM, no centro do Rio. O projeto, da Secretaria de Direitos Humanos e Políticas para Mulheres e Idosos, realizado através da Subsecretaria de Políticas para Mulheres, visa a certificação dos municípios do Estado do Rio de Janeiro que apresentarem ações de prevenção e enfrentamento a violência contra mulheres. Dentre as principais ações implementadas para aquisição do selo, está a implantação de Organismos de Políticas para as Mulheres (OPMs), a fim de possibilitar a realização de ações de prevenção e combate a violência através da criação de serviços próprios de atendimento a mulher e parcerias regionais. Dados do Dossiê Mulher 2016 mostram que mais de 45 mil mulheres foram vítimas de violência física em todo Estado do Rio. Vale lem-

brar que, além das agressões físicas, as mulheres também sofrem com a violência sexual, patrimonial, moral e psicológica. O lançamento aconteceu em abril. Em seguida o MAMAS acompanhou a entrega da solicitação da documentação necessária para a implantação do Selo Mais Mulher em Saquarema, feito à prefeita Manoela Ramos de Souza Gomes Alves. “Após o evento voltamos para Saquarema com a certeza da implantação das OPMs, mas até o presente momento não obtivemos nenhuma resposta da prefeitura. O MAMAS lutou alguns anos pela instalação da Coordenadoria da Mulher no município, não foi fácil convencer o Poder Público da importância do mesmo. Temos a Secretaria da Mulher e o CRAM, que são órgãos municipais, porém caminham com dificuldades, pois tem um orçamento pífio em relação a outras secretarias”, afirmou a presidente do Movimento de Mulheres, Terezinha Ruade.

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Conselho de Segurança de Saquarema tem nova diretoria

Regina Mota

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o dia 04/07 foi eleita por aclamação a nova diretoria do Conselho Comunitário de Segurança de Saquarema – CCS, em reunião realizada na Câmara dos Vereadores com a presença de membros da sociedade civil, representantes de associações de bairros e da Polícia Militar. O Conselho ficou assim composto: Terezinha Ruade, presidente; Rita Daumas, vice-presidente; Flaviana Reis, primeira secretária; Solange Alvim, segunda secretária; Almir Pereira da Silva, diretor

social. A Comissão de Ética será formada por Odilon Ribeiro, Selma Senna e Maria Januária Senna. As Polícias Civil e Militar são membros natos do CCS. A posse da nova diretoria aconteceu no dia 1º de agosto. Esta é a segunda vez que Terezinha Ruade ocupa a presidência do CCS. Ela também é presidente do Movimento Articulado de Mulheres e Amigas de Saquarema – MAMAS, além de participar de vários conselhos como os de Saúde, do Idoso e da Criança e Adolescente.

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Alimentação e Amor PREPARE O SEU PRÓPRIO LEITE VEGETAL

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amos falar um pouco sobre mitos e verdades de um costume de boa parte da população mundial, o consumo de leite animal. Você sabia que o ser humano é o único ser que consome leite mesmo depois adulto? Todos os outros mamíferos consomem leite somente no primeiro estágio de suas vidas e exclusivamente o leite produzido por suas mães, nunca o leite de outras espécies… Não parece coerente? Recebemos informações enganosas como a de que o leite seria a única ou a melhor fonte de cálcio existente e que o consumo de leite animal é benéfico para a saúde óssea. O cálcio também está presente em outros alimentos, como vegetais verdes escuros (agrião, rúcula, brócolis, couve), castanhas, gergelim, tofu e leites vegetais fortificados, como o de soja - hoje amplamente disponível. 
E vemos cada vez mais gente intolerante à lactose, parece até moda, mas não é. Vamos agora à solução: leites vegetais! Nutritivos, saborosos, livres de

sofrimento animalo e repletos de vitalidade e amor. Trazemos uma receita que produz dois alimentos deliciosos: o leite e uma pastinha ou “ricota” para passar em pães, biscoitos ou até comer com saladas. Ingredientes para o leite: 100 a 150 g de amêndoa, amendoim ou castanha de caju crus* 1 a 1,5 cm de fava de baunilha (opcional) 1 l de água filtrada 1 pitada de açúcar demerara (opcional)

a 6 horas em água filtrada. Após esse tempo, escorra e descarte essa água. Coloque no liquidificador 1 litro de água filtrada, a baunilha, o açúcar e as amêndoas. Bata bem. Em um recipiente grande como uma panela ou um pote limpo coe o líquido com um voal ou um pano de prato bem limpo. O líquido que cair na panela é o seu leite que já está pronto e pode ir para uma garrafa. Na ge-

ladeira ele dura cerca de três dias. Use como usaria o leite animal. Pegue a massa que ficou no coador, coloque em um pote, adicione o orégano, o sal e o azeite, misture bem e está pronta sua deliciosa ricota vegana. *Existem muitos outros leites vegetais como de aveia, de arroz, de inhame…

Para a “ricota”: Toda a massa que sobrar do feitio do leite orégano a gosto sal a gosto azeite a gosto Modo de preparo: Deixe as amêndoas cruas (ou o que escolheu) de molho por cerca de 4

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Clínica R.I.S.O. é pioneira no atendimento odontológico de idosos e portadores de necessidades especiais Criada para atender o público em geral, mas com um olhar inclusivo, a Clínica R.I.S.O. se tornou pioneira em Saquarema no atendimento a idosos e portadores de necessidades especiais. Conheça um pouco dessa história e a proposta do espaço com o diretor Marcos Fernandes.

Quais os trabalhos oferecidos para esse público? Nós atuamos em todas as áreas da Odontologia, em todas as especialidades, e nós temos uma equipe composta de cinco profissionais, cada um especialista dentro de uma área. Então nós temos

Como surgiu a Clínica RISO? A Clínica RISO surgiu por conta de uma observação que eu fiz, após morar durante quatorze anos em Saquarema, ao analisar as clínicas odontológicas verifiquei que em sua maioria eram todas no segundo andar, inclusive na Policlínica, dificultando a acessibilidade para idosos e portadores de necessidades especiais. Comecei a me perguntar quando um cadeirante que estivesse com dor de dente ou precisasse fazer um tratamento, como ele poderia ser atendido. Com isso tive a iniciativa de montar a clínica RISO como uma loja de rua, ao invés de ser em um shopping ou no segundo andar. Hoje um cadeirante entra na clínica e ele pode ir ao banheiro na própria cadeira de rodas, ele pode ser atendido muitas vezes com os procedimentos na própria cadeira de rodas, sem haver a necessidade de fazer a passagem para a cadeira do dentista.

Então é um tratamento único? Começou agora em Saquarema e não tinha outro igual antes? É por isso que eu digo que a Clínica RISO é pioneira na acessibilidade aos portadores de necessidades especiais e aos idosos. Nenhuma outra clínica aqui em Saquarema é adequada a esse tipo de atendimento. É claro e evidente que nós atendemos a todo público, independente de idosos e PNE , mas nós temos esse diferencial . Eu entendo que clínica de odontologia nós temos inúmeras no município, nós temos bons profissionais que atuam na região, mas mas com certeza nós temos a melhor equipe aqui de Saquarema.

Marcos Fernandes - Diretor

Crianças têm atendimento especializado na R.I.S.O.

Jessica Vianna - Odontopediatria

a doutora Úrsula Romeiro, responsável pela parte clínica, temos a doutora Jéssica Viana que é odonto-pediatra, temos a doutora Sara Gutierrez que é Endodontista, que é da parte de canal, temos a doutora Juliana Bairral que é buco-maxilo e temos o Rhyan Bigonha que é da Ortodontia, que é colocação de aparelhos. Então cada profissional tem a sua especificação e a sua área de atuação e quando o tratamento do paciente é multi-profissional, digamos assim, no sentido de ser mais do que uma especialidade, nós montamos um plano de tratamento e ele passa por esses profissionais até sair daqui com o tratamento finalizado.

Sarah Gutierrez - Endodontia

Clínica R.I.S.O. - Rua Alfredo Menezes, 227 loja 2 - Bacaxá - Saquarema - RJ (em frente ao Colégio Washington Luiz)

Úrsula Romeiro – Clínica Geral

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CONTO Gerson Valle

SEGREDOS DE OUTRA VIDA

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que vou narrar agora é assunto de extrema confidencialidade. Não se permita reproduzi-lo ao vizinho distraído pela chuva que lhes inunda o quintal comum além das árvores da divisa dos terrenos, ao colega de trabalho repleto da hora do cafezinho, ou ao amigo com que compartilha mulher e chopinho. Aliás, nem mesmo ao cônjuge que só sai de casa nos fins de semana calorentos, pretextando testar sozinho a feijoada, como o provador do rei evitando dele ser envenenado... Ninguém pode saber. É segredo das esferas recônditas que se distrai na divisão do mundo entre machos e fêmeas, bêbados e dançarinos, jogadores de tempo desperdiçado e leitores de parágrafos minuciosos... E, de certa forma, é exatamente acerca dessas divisões perdidas nas hierarquias sociais da História, que desejo abrir a porta e deixar escapar, sem que ninguém saiba de minha inconfidência, os segredos de nossas almas, que digo?, da constituição guardada de todas as

agonias... Aparentemente, o mundo é simples. Os dias se sucedem sem variantes dos lugares marcados de nosso trânsito, personalidades disputando a indumentária mais fiel a seus apegos, cigarros ou óculos escuros disfarçando enfados... Não é bem isto? Talvez se exagere um pouco, alguns preferindo dormir tranquilos enquanto não ocorre terremoto em suas moradas ou relações amorosas. Mas, há limites desconhecidos na continuidade de nossas nações. Você pensa que sempre morou em Pataculi ou Pataculá? Ledo engano. Sim, os orientais sempre nos alertaram: é só aparência... As coisas não são o que mostram ser. Tudo é maia, visão convencional sem

fundo sólido, crendices impostas para se suportar os enganos do desconhecido. O que somos? Por que estamos e aonde está nossa reserva para o dia em que as portas nos enclausurarem sem novos descobrimentos? Há momentos em que tudo se transforma sem vermos. Estávamos jogando futebol na praia, e, de repente, não há mais bola, nem trave do gol, nem mar nem praia... Passamos para as montanhas sem ter nascido de novo. Simplesmente a angústia de muitas controvérsias nos deixaram tontos. O político pecou com o povo, teve relações sexuais mesmo com toda a família que se dizia representar, as firmas faliram por falta de conforto em suas sedes, e os casais já não suportam a repetição de suas fisionomias todo dia iguais, sem descaminhos para novas incursões perigosas, sem o vício contaminado que as vivências disseminam... Extremos intransponíveis, vontades cortadas pela impossibilidade de se afirmarem. Tudo desiste e dorme embriagado. O mundo se tornou inabitável! Mas, não se morre na penúria ou

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podridão! Refaz-se. Séculos à frente ou milhas de distância... Quando a situação periclita, e vem um vento nos jogar em outro plano, abandonamos a continuidade de nossas vidas, nos entregamos ao inesperado, e até somos outros... Ninguém percebe essas mudanças. Tudo se passa como se ao nos restabilizarmos permanecêssemos com a mesma expressão do olhar, quando nossos olhos sequer tinham a mesma cor de agora... Mas, o mundo não nos aguentava mais como éramos. Precisou jogar fora toda saudade de tantas certezas, e tudo se tornar em um novo lar, um novo lugar, um novo aparente desengano até a próxima explosão de tudo! As razões são políticas, guerreiras, discordâncias intransigentes, esgotamentos de toda compreensão. Quando o mar se volta contra suas ondas, não queira mais nadar ali. Tudo será esquecido. O ser humano, que nascera da superioridade dos deuses, perpassa sua própria civilização. E outra recomeça, incessantemente, nos apodrecendo devagarinho enquanto o planeta ainda tiver, num canto, uma fonte d’água a se tomar, sem susto da aparição do grande segredo de sermos esquecidos e mutáveis em nossas culturas de sobrevivência. Não diga nada disso a ninguém. Tal assunto é extremamente confidencial. Tanto que se morremos e voltamos a viver, nós mesmos não nos damos conta. Nunca ninguém nos falou. Que posso saber?

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POESIA

[meu nome é um corpo cicatrizado]

O TAO DO PEDICURO CELESTIAL

Cláudia Brino

Luis Augusto Cassas

Engaiolado

quem segue o caminho dos opostos tem os pés tortos enviesados pra dentro cruzados pro centro

Pablo Rodrigues Marques

quem segue o caminho do lado tem os pés de pato estilo dez pras duas no meio-fio das ruas quem segue o caminho do meio usa sapatos sem meias pisa macio a folha pra não espocar a bolha quem segue o caminho de baixo os pés ficam um escracho o chão parece um tacho mesmo caminhando no capacho quem segue o caminho de cima os pés logo afinam o vento sopra onde quer esquece logo mulher em todos os caminhos da estrada há sempre uma unha encravada mas sigamos ouvindo os galos ainda que nos cantem os calos Luis Augusto Cassas é natural de São Luís-MA, mora em São Paulo. Como descrito em seu perfil no Facebook, é poeta, mestre em Becos e Phd em Ladeiras.

Anda, que voam as coisas Deixe que voem Aliás, deixe-me à toa Que bem faço Em não tomar parte Na loucura Dessas coisas estranhas Com asas. Pablo Rodrigues Marques é graduado em Biologia e História, professor na rede municipal de Búzios. Músico integrante da Banda 4 Friends.

[À noite, quando o tempo se faz lento] Luciana Cunha À noite, quando o tempo se faz lento, prateada luz se impõe ao infinito a iluminar o céu no firmamento, lembrando-me o que ainda não foi dito. Venha, Lua, inspirar meu pensamento, rompendo da memória esse inaudito. Transponha-me, ó Lua, o cruzamento, liberte-me de um tempo tão restrito. Que a mente se antecipe ao limiar, produza então um céu que ainda será; e a luz que empurra o tempo lentamente, nos predestina ao Sol que de repente rasgando a madrugada, rompe a aurora, enchendo de esperança um novo agora! Luciana Cunha mora em Petrópolis-RJ, é membro titular da Academia Brasileira de Poesia - Casa de Raul de Leoni.

meu nome é um corpo cicatrizado e foi com esse corpo que vim ao mundo e dei de cara com a porta descobri que toda e qualquer esperança faz a ilusão sofrer meus olhos incansavelmente desbotados não viam o outro lado da moeda comovida fiquei com a minha própria dor e sem tempo para afagar as lágrimas e, muito menos, para ficar ouvindo meus lamentos acordei trajada de espantos Cláudia Brino mora em São Vicente-SP, coordena juntamente com Vieira Vivo a editora Artesanal Livros.

Quanto tempo perdido ultimamente Joaquim Branco Quanto temos perdido ultimamente de horizontes, de fábricas, de magistérios, de cursos d’água, de locais amenos, de currículos e até de hospitais e leituras. Quanto temos vivido perdidamente de lições, de métodos, de mágicas sonâmbulas, de conversas em porões, de palácios empoeirados, e tomado ares de provinciano cismar à espera do nada. Quanto temos sentido vividamente em jornadas de céu aberto em janelas de véu coberto em escrutínios — ensimesmados — sofisticados, quietos, pasmos... Joaquim Branco mora em Cataguases-MG, é doutor em Letras, com vários livros de poesia publicados.


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