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Eucalipto: com a Camat, madeira chega à 3ª geração de produtores em Salesópolis

Por Lailson Nascimento lailsonnascimento@leiaogazeta.com.br

Eucalipto: um negócio que movimenta a economia de Salesópolis há quase 100 anos e que, por intermédio da Camat (Cooperativa Agrícola Mista do Alto Tietê), chegou à terceira geração de cooperados. Essa é a visão do atual presidente da cooperativa, Antônio Camargo Neto, mais conhecido como Ticão, ou engenheiro Camargo. Aos 71 anos, é lho de um dos primeiros produtores da cidade e ex-prestador de serviços da Suzano (antiga Cia Suzano), o que lhe garante conhecimento de sobra para lidar com os desaos da madeira.

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Há praticamente dois anos à frente da Camat, Ticão vem fazendo a diferença em nome dos cerca de 220 cooperados. Um dos exemplos práticos é a correção do valor do produto bruto, o que não ocorria há 12 anos. Mas a transformação da atividade em uma terceira geração de fato, isto é, de acordo com o mercado atual, vai muito além dos ganhos nan- ceiros. A começar pela relação entre os produtores. Por meio de feiras periódicas realizadas no próprio pátio da Camat, a cooperativa tem possibilitado a troca de produtos entre os cooperados e a convivência das famílias que se dedicam ao cultivo do eucalipto.

Na sede da cooperativa, Ticão foi enfático: “A minha família toda é de produtores, e eu, apesar de ser engenheiro, também sou produtor. Trabalhei na engenharia, mas o eu- calipto nunca saiu do sangue. A família sempre trabalhou nessa área.” Por conta disso, ele decidiu aceitar o desa o de presidir a Camat para representar as centenas de pessoas que permanecem no mercado.

“A Camat está diversi cando o produto, não camos só na parte da celulose, mas abertos para quaisquer tipos novos de negócios para incentivar os nossos produtores a voltarem para a cooperativa. Nossa maior batalha é fazer com que os cooperados voltem a utilizar a cooperativa como sendo deles. Toda semana recebemos novos grupos de investidores. Estamos abertos para todo tipo de negócio.”

Ticão ressalta a importância do eucalipto para a cidade.

“Eucalipto não deixa de ser o carro chefe de Salesópolis, porque a atividade agrícola de Salesópolis ainda é o eucalipto. É um município carente de indústrias, não se pode manter exploração de indústrias na cidade, uma diculdade tremenda para empregos, tanto é que quando me formei engenheiro eu fui trabalhar fora. O eucalipto, hoje, ainda é forte. Existe a di culdade da celulose, mas o pessoal descobriu um novo campo, como pontaletes para construção civil, torinhas, palletes, en m, muitas atividades de serraria. E a Camat está aqui para escoar o produto, de maneira legalizada”, concluiu.