Revista Três vezes Cruzeiro

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Uma, duas, três vezes CRUZEIRO! Foto: Washington Alves/Textual/Divulgação Cruzeiiro

Relembre a trajetória do Cruzeiro neste Brasileirão 2013. Os principais jogos do campeão, com fichas de todas as partidas, além de textos e estatísticas da campanha azul


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INCONTESTÁVEL

“A torcida do Cruzeiro não aceita Marcelo Oliveira. Atleticano, aqui não!” “Abram o olho com o Corinthians! Fluminense também está entre os favoritos” “Talvez o Cruzeiro seja apenas um bom candidato à surpresa” “Ricardo Goulart é jogador de time pequeno” “Bruno Rodrigo? Reserva de Durval e Edu Dracena?” “Ninguém conhece esse Nilton” “Cruzeiro trazendo uma barca de jogadores. Nem sempre é essa a fórmula do sucesso”

Cito ao lado apenas algumas frases ditas no início da temporada (algumas delas eu concordei, inicialmente). Porém, aos pouquinhos, o Cruzeiro foi trabalhando, quieto, sob o comando de um treinador que demonstra qualidade desde os tempos de interino no Atlético. Marcelo Oliveira, assim como Cuca do outro lado, tem agora em seu currículo uma grande conquista que o credencia a ser um dos principais técnicos do país. Ele merece os parabéns. Um cara que eu torcia para dar certo no Galo, há muito tempo, mas por arrogância e falta de

reconhecimento de alguns, não conseguiu obter sucesso. Teve que sair, buscar valorização em outros quintais, para voltar a Minas Gerais e levantar seu primeiro caneco de peso. O presidente Gilvan, outro muito contestado no início do ano, conseguiu montar uma bela equipe. Bancou Marcelo, e com a ajuda dos outros membros da diretoria, fez pontuais e interessantíssimas contratações. Quem diria que Willian seria moeda de troca por mandar o ineficiente Diego Souza para a Ucrânia? E o Cruzeiro ainda levou uma boa grana...

Mas talvez ninguém mereça mais esse título do que Fábio. Ninguém defendeu essa camisa como ele nos últimos tempos. Ninguém salvou tanto o Cruzeiro em momentos ruins como ele. Ninguém foi tão injustiçado, nunca lembrado pelos comandantes da seleção brasileira. Esse título é seu, Fábio. Comemore. E o torcedor azul já estava cansado de esperar uma grande conquista, que não vinha há dez anos. Voltar a gritar depois de tanto tempo de seca, ainda mais vendo o rival se tornar o principal time do continente, tem sabor especial. Toda

a festa é merecida. E, juntamente com o título da Libertadores (e quem sabe do mundo?) do Galo, esse Brasileirão é a consolidação de um futebol mineiro mais forte. Parabéns, Atlético e Cruzeiro. 2013 é de vocês. Aqui nesta revista do campeão, trazemos todos os detalhes da campanha azul, com fichas de todos os jogos, textos e outros destaques da conquista. Parabéns, Cruzeiro Esporte Clube!

B O L EIR O S D A A R Q U IB A NC A D A : w w w . bo l e i r o s da a r q u i ba n ca d a .c o m

Expediente

Editor-chefe do Boleiros da Arquibancada: João Vitor Cirilo Diagramação e artes: João Vitor Cirilo e Rodolpho Victor Fotografia: Denis Dias Textual - VIPCOMM Divulgação/Cruzeiro Esporte Clube

Textos: Felipe Freitas Felippe Drummond Neto Frederico Vieira Helena Sader João Paulo Freitas Júlia Alves Matheus de Oliveira Pâmela Matos

João Vitor Cirilo, editor do Boleiros da Arquibancada.


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Um tri para apagar o quase Por Felippe Drummond Neto.

Não é apenas um título. É um fardo que todos nós cruzeirenses tiramos de nossas costas e cabeças. Pergunte para qualquer “louco” se a final da Libertadores de 2009 não estava engasgada. Certamente ele vai te responder que sim. O filme daquela partida volta e meia passava pela mente de todos que estavam presentes no Mineirão ou assistiram pela televisão. Não vou falar que vamos esquecer o que aconteceu há quatro anos, afinal, ninguém esquece sentimentos fortes. Mas, enfim,

podemos dizer: superamos. É como uma ex-namorada que gostamos. Nós nunca a esqueceremos, mas conseguimos aos poucos superá-la. Enfim, veio o tricampeonato brasileiro, e, agora sim, aquilo ficou no passado. Muitos ganham um título por sorte, alguns preferem a raça aliada à competência, mas nós, não. Nunca ficamos satisfeitos se o nosso time está ganhando apenas por ganhar. Temos que convencer, jogar bonito, de forma ofensiva e bater todos os times, fato, aliás, que só este time pode falar aos quatro ventos que fez.

O Cruzeiro de 2013 não é apenas um time formado por 11 jogadores. É muito mais que isso. Não temos 11, mas pelo menos 18 titulares, sem exagerar. Willian, Júlio Baptista, Vinícius Araújo, Luan, Henrique, Mayke e Léo, com exceção do primeiro, nenhum foi titular de fato, porém, cada um deles jogou muito quando exigido, seja em tempo ou em qualidade. Mas o principal responsável por tudo foi o nosso técnico. Marcelo Oliveira, atleticano ou não, você chegou desacreditado por grande parte da torcida e é o grande culpado por nos fazer comemorar

o título durante 19 rodadas seguidas, o que, mais uma vez, não é exagero. É a constatação de um fato que apenas nós cruzeirenses sabíamos. Afinal, jogando como estávamos jogando, desde o final do primeiro turno, o título era inevitável. Dizem que a matemática é uma ciência exata, mas o Cruzeiro fez questão de provar que ela, na verdade, é burra. Faltando cinco rodadas para o fim, estávamos 13 pontos à frente do segundo colocado. Ali já éramos campeões. Por isso, fizemos a festa do título no Mineirão. Azar de quem queria um campeonato mais equili-

brado. Por falar no “Gigante da Pampulha”, que apenas nós podemos chamar de casa, foi ele o nosso trunfo para fazer com que uma equipe que estava sendo montada para 2014 quebrasse os prognósticos e faturasse o brasileiro este ano. Não é à toa que, após quase três anos longe da Toca 3, só agora conquistamos um título que ficou próximo duas vezes. Alguns acham feio ser arrogante, mas me desculpem os céticos e os “rivais”, nós somos assim. Fomos mal-acostumados. Por isso essa camisa azul com cinco estrelas no peito impõe tanto respeito.


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Foto: Washington Alves/VIPCOMM

O CAMINHO ATÉ O TRI: Relembre todos os jogos da gloriosa campanha azul neste Campeonato Brasileiro Fichas de todas as partidas e destaque para os duelos mais importantes da temporada


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A estreia - Cruzeiro 5x0 Goiás: O primeiro atropelamento

Foto: Washington Alves/VIPCOMM

Por Helena Sader. Foi o primeiro jogo do Brasileiro para a Raposa. Após atuações discretas nas duas últimas edições – a de 2011 até preocupante –, o Cruzeiro precisava mostrar para o seu torcedor que estava de volta. Bom, pelo primeiro jogo do Brasileirão não tem como prever o que acontecerá no restante da competição (o Goiás é um bom exemplo), mas para a nação celeste, as boas vindas serviram de esperança para uma nova temporada que estava chegando. Mesmo com a perda do

Mineiro dias antes do início do Brasileirão, o torcedor azul e branco se mostrou disposto para apoiar a equipe durante o ano. Na primeira partida da final, o Cruzeiro foi derrotado por 3 a 0 pelo Atlético-MG, no Independência. Mesmo assim, a torcida cruzeirense foi convocada para comparecer ao segundo jogo, no Mineirão. Depois de lançada a campanha #FechadoComOCruzeiro, com a China Azul em peso no estádio, o Cruzeiro venceu o rival por 2 a 1, depois de bela atuação. O resultado não foi suficiente para reverter o título que

já era do Galo, mas rendeu boa relação entre o clube e sua torcida. Na estreia do Brasileirão, a Raposa voltou a apresentar bom futebol e animou ainda mais a nação celeste. No domingo, 26 de maio, o Cruzeiro mandou a partida no Independência e atropelou o Goiás pelo placar de 5 a 0. O time mineiro foi ofensivo e eficiente do começo ao fim da partida e o Goiás não teve chances de reagir. Das jogadas mais efetivas do Cruzeiro em 2013, as de bolas aéreas ganham destaque (três dos cinco gols). O gol da Raposa saiu

2ª rodada: Atlético-PR 2x2 Cruzeiro Atlético-PR

Ficha do jogo CRUZEIRO

Weverton Fábio Léo (Derley) Ceará Manoel Dedé Cléberson Bruno Rodrigo Pedro Botelho Egídio Deivid Leandro Guerreiro João Paulo Nilton Éverton (Douglas Coutinho) Diego Souza Felipe Éverton Ribeiro (R. Goulart) Éderson (Marcelo) Dagoberto (Luan) Marcão Borges (Anselmo Ramon) Téc: Ricardo Drubscky Téc: Marcelo Oliveira

Quarta, 29/05/2013 - 15h Local: Vila Olímpica, Curitiba Público: 3.366 pagantes 4.113 presentes Renda: R$ R$ 41.700 Gols: Manoel, P.Botelho; Dedé, Luan Árbitro: André Luiz de Freitas Castro (GO) Auxiliares: Marco Antonio Moreira (GO) e Bruno Pires (GO) Amarelos: João Paulo (CAP); Nilton e Luan (CRU)

Ficha do jogo: já no início, com, agora exCRUZEIRO: Fábio; Ceará, Dedé, cruzeirense, Diego Souza Bruno Rodrigo e Egídio; Leandro (foto). Bruno Rodrigo, BorGuerreiro, Nilton, Diego Souza ges e, um dos nomes do (Elber), Éverton Ribeiro (Lucca) jogo marcando dois gols, e Dagoberto (Ricardo Goulart); Borges. Téc: Marcelo Oliveira Nilton completaram a vitória avassaladora. Mesmo sem GOIÁS: Harlei; Vitor, Ernando, marcar, Dagoberto mereceu Valmir Lucas e William Matheus; destaque pela movimenAmaral, Thiago Mendes, Renan tação e assistências. Teve Oliveira e Hugo (Ramon); Araújo até gol de Éverton Ribeiro, (Eduardo Sasha) e Walter (Júnior Viçosa). Téc: Enderson Moreira anulado em lance bastante duvidoso. Domingo, 26/05/2013 - 18:30 Se a partida não repreLocal: Independência, em BH sentou o que seria o ano do 12.018 pagantes (R$ 327.680) Goiás, a Raposa, com fute- Gols: Diego Souza, Bruno Rodrigo, Nilton (2) e Borges bol envolvente, realmente estava com fome de título e Árbitro: Ronan Marques Rosa (SC) vinha disposta a brigar pela Auxiliares: Carlos Berkenbrock (SC) taça. e Fabiano da Silva Ramires (ES) Amarelo: William Matheus

3ª rodada: Botafogo 2x1 Cruzeiro BOTAFOGO

Ficha do jogo Sábado, 01/06/2013 - 16h20 CRUZEIRO

Local: Raulino de Oliveira,

Renan Fábio em Volta Redonda Lucas Público: 2.685 pagantes Ceará Bolívar 4.469 presentes Dedé Antônio Carlos Renda: R$ 89.875 Bruno Rodrigo Júlio César Gols: Lodeiro (2), A. Ramon Egídio Marcelo Mattos L.Guerreiro (Lucas Silva) Árbitro: Wilton P. Sampaio (GO) Gabriel (Lucas Zen) Nilton Auxiliares: Márcio S. Maciel (GO) Lodeiro (Renato) Diego Souza Seedorf (André Bahia) Éverton Ribeiro (R. Goulart) e Evandro G. Ferreira (GO) Vitinho Dagoberto (Luan) Amarelos: Renan, Lucas, Rafael Marques Anselmo Ramon M.Mattos (BOT); B.RodriTéc: Oswaldo de go, L.Guerreiro (CRU) Téc: Marcelo Oliveira Oliveira


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4ª rodada: Cruzeiro 1x0 Corinthians

5ª rodada: Cruzeiro 2x2 Internacional

Ficha do jogo

Ficha do jogo

CRUZEIRO

CORINTHIANS

Quarta, 05/06/2013 - 22h Local: Arena do Jacaré, Sete Lagoas (MG) Público: 15.082 pagantes Renda: R$ 326.035 Gol: Dagoberto

Fábio Cássio Ceará (Mayke) Alessandro Dedé Paulo André Bruno Rodrigo Gil Egídio Fábio Santos Árbitro: Jaílson Macedo (BA) Leandro Guerreiro Ralf Auxiliares: Luiz Carlos Silva Nilton Guilherme Teixeira (BA) e Fábio Pereira Éverton Ribeiro (Elber) Danilo (TO) Diego Souza Douglas (Romarinho) Dagoberto Emerson Amarelos: B.Rodrigo (CRU); Anselmo Ramon (Luan) Alexandre Pato Gil e Emerson (COR) Vermelhos: F. Santos (COR) Téc: Marcelo Oliveira Téc: Tite

CRUZEIRO Fábio Mayke Dedé Bruno Rodrigo Egídio Leandro Guerreiro Nilton Éverton Ribeiro Diego Souza Dagoberto (Elber) Anselmo Ramon (Ricardo Goulart) Téc: Marcelo Oliveira

Sábado, 08/06/2013 - 16h20 Local: Arena do Jacaré, Sete Lagoas (MG) Muriel Público: 15.513 pagantes Gabriel Renda: R$ 335.370 Índio (Josimar) Gols: Elber, É.Ribeiro; Juan (Ronaldo Alves) Gabriel, Otávio

INTERNACIONAL

Fabrício Airton Willians Fred D’Alessandro Otávio Rafael Moura Téc: Dunga

Árbitro: Guilherme Ceretta (SP) Auxiliares: Anderson Coelho (SP) e Herman Vani (SP) Amarelos: L.Guerreiro (CRU); Fabrício, Airton, Willians e R.Moura (INT) Vermelho: R.Goulart (CRU)

6ª rodada: Portuguesa 1x1 Cruzeiro

7ª rodada: Cruzeiro 3x0 Náutico

Ficha do jogo

Ficha do jogo

PORTUGUESA Lauro Luís Ricardo Lima Valdomiro Ivan Ferdinando Corrêa Souza Cañete (Romão) Matheus Diogo Téc: Edson Pimenta

CRUZEIRO

Sábado, 06/07/2013 - 21h Local: Canindé, em São Paulo (SP) Público: 2.769 pagantes Renda: R$ 76.860 Gols: Valdomiro e Bruno Rodrigo

Fábio Mayke Dedé Bruno Rodrigo Egídio Nilton Árbitro: Paulo Henrique Souza (Tinga) de Godoy Bezerra (SC) Éverton Ribeiro Auxiliares: Kleber Lucio Diego Souza (Lucca) Gil (SC) e Nadine Schram Luan Camara Bastos (SC) Vinícius Araújo Amarelos: Valdomiro, (Anselmo Ramon) Ferdinando e Souza; Téc: Marcelo Oliveira Éverton Ribeiro e Luan

CRUZEIRO

NÁUTICO

Domingo, 14/07/2013 - 18h30

Local: Mineirão, em BH Fábio Ricardo Berna Público: 15.528 pagantes Mayke Maranhão Renda: R$ 639.980 Dedé William Alves Gols: Ricardo Goulart e Bruno Rodrigo Vinícius Araújo (2) João Filipe Egídio Eltinho Nilton Árbitro: Márcio Chagas (RS) Auremir Souza Magrão (Jonatas Belusso) Auxiliares: Altemir Hausmann Éverton Ribeiro (RS) e Rafael da Silva Alves Derley (RS) Ricardo Goulart (Tinga) Marcos Vinícius (Dadá) Lucca (Martinuccio) Rogério Amarelos: Tinga (CRU); Vinícius Araújo Oliveira (Jones Carioca) João Filipe, Magrão e (Anselmo Ramon) Téc: Zé Teodoro Derley (NÁU) Téc: Marcelo Oliveira

8ª rodada - São Paulo 0x3 Cruzeiro: Foto: Washington Alves/VIPCOMM

Por João Vitor Cirilo.

Chega de freguesia; noite de Luan

Independente da qualidade dos dois times, em Esse SPFC 0x3 Cruzei- qualquer época, o time ro merece registro por do Ceni sempre dá um dois motivos. O primei- jeito de roubar uns ponro: todos sabemos da tinhos da Raposa. O sefreguesia recente do gundo: Luan fez três gols Cruzeiro para o Tricolor. (sim!!!) e esse é um fato

que não podemos deixar passar em branco. Àquela altura, o time azul já se colocava como sério candidato ao título e o São Paulo se enfiava em uma das maiores crises de sua história. A derrota daquela noite de sábado foi a sétima seguida. Ex-palmeirense, Luan não foi piedoso com o momento da equipe do Morumbi, que recebeu 11 mil torcedores. Marcou o primeiro só no segundo tempo, aos seis minutos, aproveitando falha da defesa para pegar de

primeira e mandar no ângulo após cruzamento. O segundo, aos 33, foi em contragolpe. Luan recebeu passe de Vinícius Araújo e tocou na saída de Rogério Ceni. Pra fechar o caixão, três minutos depois, o atacante recebeu de Martinuccio, em novo contra-ataque, esperou a definição de Ceni e tocou no canto esquerdo do experiente goleiro que, em outras oportunidades, foi o vilão em duelos contra a equipe mineira. Dessa vez, Luan assumiu o papel, mas do outro lado.

Ficha do jogo: SPFC: Ceni; Douglas, Lúcio, Tolói e C.Rodríguez; Denilson (Roni), Rodrigo Caio, Ganso e Jádson; Osvaldo (Silvinho) e Luís Fabiano (Aloísio). Téc: Paulo Autuori CRUZEIRO: Fábio; Mayke (Leandrinho), Dedé, B.Rodrigo e Egídio; Nilton, Souza, É.Ribeiro (Martinuccio) e R.Goulart (Lucca); Luan e Vinícius Araújo. Téc: Marcelo Oliveira Sábado, 20/07/2013 - 18:30 Local: Morumbi, em São Paulo Público: 11.698 presentes Renda: R$ 325.545 Gols: Luan (3) Árbitro: Héber Roberto Lopes (PR) Auxiliares: Carlos Berkenbrock (SC) e Kleber Lucio Gil (SC)


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9ª rodada - Cruzeiro 4x1 Atlético-MG: Carimbando a faixa do campeão

Foto: Denilton Dias/VIPCOMM

do Mineirão, o time azul entrou a partida com seriedade, como deveria ser, e goleou. Verdade que o Atlético começou melhor, foi pra cima e conseguiu marcar primeiro (será que o momento era tão bom que a vitória no clássico viria mesmo com um time quaPor João Vitor Cirilo. mas um clássico é sempre se todo reserva?). Marcos um clássico. E o Cruzeiro Rocha sofreu falta na área Tudo bem que o rival encarou desta maneira. e Alecsandro mandou para acabara de conquistar a Li- Mesmo com os gritos de “é a rede, aos 18 minutos. Pobertadores, vinha com time campeão” vindos do lado rém, não tinha jeito. A Ramisto, despreocupado... alvinegro da arquibancada posa passou a dominar e já

virou o primeiro tempo em vantagem. Éverton Ribeiro, craque do campeonato com todo merecimento, empatou aos 31, e Ricardo Goulart, outro importante na campanha, virou aos 42. Segundo tempo e Nilton, melhor volante do Brasileirão, fez 3 a 1 aos sete. Aos 12, Goulart fez outro. A goleada estava construída e o Cruzeiro, com o foco no título, seguia de olho na liderança. Pouco importa se o rival não estava nem aí.

CRUZEIRO: Fábio; Mayke (Ceará), Dedé, B.Rodrigo e Egídio; Nilton, Souza, É.Ribeiro, R.Goulart e Luan (Martinuccio); V.Araújo (Willian). Téc: Marcelo Oliveira ATLÉTICO: Giovanni; Michel, Gilberto S., R.Marques e Jr César; L.Cândido, Richarlyson (Jemerson), Rosinei (Leleu) e M.Rocha; Luan (Elder) e Alecsandro. Téc: Cuca Domingo, 28/07/2013 - 16h Local: Mineirão, em BH Público: 35.689 pagantes Renda: R$ 1.815.755 Gols: Ribeiro, Nilton, Goulart (2); Rocha Árbitro: Cleisson Veloso (MG) Auxiliares: Marcio E.Santiago (MG) e Pablo Almeida da Costa (MG) Amarelos: Souza, Luan; Richarlyson, Alecsandro e M.Rocha

10ª rodada: Fluminense 1x0 Cruzeiro

11ª rodada: Cruzeiro 1x0 Coritiba

Ficha do jogo CRUZEIRO

Ficha do jogo

FLUMINENSE

Diego Cavalieri Fábio Jean Mayke Gum Dedé Leandro Euzébio Bruno Rodrigo Carlinhos Egídio Edinho Nilton Diguinho (Igor Julião) Souza Wagner (Kenedy) Éverton Ribeiro Deco (Felipe) Ricardo Goulart Rafael Sóbis Luan (Willian) Fred Vinícius Araújo (Lucca) Téc: Luxemburgo Téc: Marcelo Oliveira

CRUZEIRO Quarta, 31/07/2013 - 19h30 Local: Maracanã, no RJ Público: 13.882 pagantes - 18.042 presentes Renda: R$ 397.505 Gol: Fred Árbitro: Wilton Sampaio (GO) Auxiliares: Fabrício Vilarinho (GO) e João de Araujo (GO) Amarelos: Diguinho, Wagner e Fred; Mayke e Dedé

CORITIBA

Sábado, 03/08/2013 - 18h30 Local: Mineirão, em BH Público: 25.108 pagantes Renda: R$ 1.298.440 Gol: Luan

Fábio Vanderlei Mayke Victor Ferraz Dedé Leandro Almeida Bruno Rodrigo Chico Egídio Diogo Goiano Árbitro: Francisco Carlos do Nilton (Leandro Guerreiro) Willian Farias Nascimento (AL) Auxiliares: Fábio Pereira (TO) Souza Gil e Thiago Gomes Brigido (CE) Éverton Ribeiro Botinelli (Arthur) Ricardo Goulart (Tinga) Lincoln Amarelos: Mayke, Luan Robinho Éverton Ribeiro e Tinga; Vinícius Araújo (Borges) Bill (Keirrison) Willian, Botinelli, Arthur e Téc: Marcelo Oliveira Téc: Marquinhos Santos Lincoln

12ª rodada - Criciúma 1x2 Cruzeiro: Também vence na marra Por Frederico Vieira. Que partida, que emoção, que vitória na raça! Cruzeiro e Criciúma fizeram um digno jogo de Brasileirão, único no mundo capaz de transformar partidas entre o líder e o “quase rebaixado” em verdadeiras batalhas. Aqui, todo jogo é uma final, parceiro. Ninguém tem vida fácil para ganhar do Criciúma no Heriberto Hülse. Jogo quente desde o inicio. Vinicius Araújo, que

substituía o machucado Borges, abriu o placar depois de bobeada da zaga. O torcedor esperava uma goleada. Helton Leite se destacou com belas defesas no primeiro tempo, que acabaria mesmo no 1 a 0. O Criciúma voltou melhor e o jogo melhorou em qualidade. A partida já se encaminhava para o fim quando Lins, o ótimo atacante do Tigre, fez um daqueles lances maravilhosos, puxou uma bicicleta improvável

dentro da área cruzeirense. Fábio nada pôde fazer, porém, aquela jogada linda parou no travessão. Coisas do futebol. No rebote, Bruno Lopes só completou. O estádio quase veio ao chão. Pensei: “o Cruzeiro perdeu pontos importantes, perdeu muitas oportunidades”. Mas, o Cruzeiro de 2013 é assim; adora contrariar, calar a boca dos que duvidam do seu potencial. A Raposa não fez uma grande partida, porém, quem quer

ser campeão, também tem que vencer na raça. E foi isso que aconteceu. Já no fim, uma bola cruzada da esquerda atravessou toda a área; entre um bate-rebate, sobrou na ponta direita para Martinuccio, que havia acabado de entrar; o argentino cruzou para o meio da área, e o sempre bem posicionado Ricardo Goulart tocou de letra. Um golaço! Ainda bem que nosso rival não disputa promessa. Obrigado, Goulart!

CRICIÚMA: H.Leite; Suéliton, Fábio Ferreira (Leonardo), Matheus Ferraz e Marlon (L.Brasília); E.Páscoa, Gilson, Ivo e Fabinho; Lins e Cassiano (Bruno Lopes). Téc: Vadão CRUZEIRO: Fábio; Mayke, B.Rodrigo, Dedé e Egídio; Guerreiro, Souza, Goulart e É.Ribeiro (Martinuccio); Luan (Willian) e V.Araújo (Borges). Téc: Marcelo Oliveira Quarta, 07/08/2013 - 19h30 Local: Heriberto Hülse, em Criciúma (SC) Público: 11.057 presentes Renda: R$ 135.330 Gols: Bruno Lopes; V.Araújo e Goulart Árbitro: Marcos André da Penha (ES) Auxiliares: Alexandre Barreto (RS) e Cristhian Sorence (GO) Amarelos: Sueliton, M.Ferraz, Marlon; É.Ribeiro e Luan


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13ª rodada: Cruzeiro 0x0 Santos CRUZEIRO

Ficha do jogo SANTOS Domingo, 11/08/2013 - 16h Local: Mineirão, em BH

Público: 27.533 pagantes Fábio Aranha - 27.709 presentes Mayke Cicinho Renda: R$ 1.322.243 Dedé Edu Dracena Bruno Rodrigo Durval Árbitro: Paulo H.de Godoy Egídio Mena Bezerra (SC) Nilton Alison (Leandrinho) Auxiliares: Carlos Berkenbrock Souza Arouca (Alan Santos) (SC) e Fábio Rubinho (MT) Ricardo Goulart Cícero Martinuccio (Elber) Montillo Amarelos: Martinuccio, Luan (Lucca) Neílton (Thiago Ribeiro) Vinícius Araújo (CRU); Edu Dracena, Mena, AliVinícius Araújo (Borges) Henrique Téc: Marcelo Oliveira Téc: Claudinei Oliveira son, Leandrinho e Thiago Ribeiro (SAN)

14ª rodada - Grêmio 3x1 Cruzeiro: Uma pitada de desconfiança Foto: Cruzeiro/Divulgação

Por João Vitor Cirilo.

incomodar tanto assim. Cá entre nós, o Cruzeiro, além Na época, o principal rival do próprio mérito, também do Cruzeiro na briga pelo tí- foi campeão pela falta de tulo era o Botafogo. Mal sa- adversários à altura. bia a Raposa que o adversáEnfim, vamos falar de rio da noite seria outro que GRE vs. CRU. Na Arena, na brigaria pelo topo, mas sem fria noite porto-alegrense, o

Cruzeiro, então líder, teve nos pés de Éverton Ribeiro a oportunidade de abrir o placar no jogo em que tinha total domínio nos minutos iniciais. O problema era que, do outro lado, estava um velho conhecido da torcida azul. Dida, antes herói da Raposa, agora cumpriu o papel no Tricolor e relembrou os velhos tempos voando no canto esquerdo e defendendo a cobrança do craque do torneio, aos 33. Não bastasse o pênalti perdido, o Cruzeiro também perdeu Souza, expulso infantilmente. Aí as coisas

GRÊMIO: Dida; Werley, Rodolpho

se complicaram. Após uma e Bressan (G.Biteco); Pará, Ramiqueda em parte da ilumina- ro, Souza, Maxi (M.Biteco) e Alex Telles; Kléber (Paulinho) e Barcos. ção da Arena, o jogo volTéc: Renato Gaúcho. tou do intervalo após meia hora. Ao contrário dos seus CRUZEIRO: Fábio; Ceará, Dedé, refletores, o Grêmio voltou B.Rodrigo e Egídio; Nilton (Lucas S.), Souza, É.Ribeiro (Willian), aceso. Marcelo, erroneaGoulart e Luan; Vinícius Araújo (L. mente, colocou Guerreiro Guerreiro). Téc: Marcelo Oliveira. na vaga de Vinícius Araújo, Data: 14/08/2013 - 21h50 e perdeu o jogo. Aos 12, Werley completou após de- Local: Arena do Grêmio, Porto Alegre Público: 17.330 presentes fesa de Fábio. Cinco minuRenda: R$ 508.415 tos depois, Barcos encobriu Gols: Werley, Barcos, Kléber; Nilton a muralha azul para fazer o segundo. Nilton ainda des- Árbitro: Paulo César de Oliveira (SP) contaria em cobrança de Auxiliares: Vicente Romano Neto (SP) e Kléber Lucio Gil (SC) falta, mas Kléber, aquele Amarelos: Rhodolfo, Bressan; mesmo, decretou a derrota Bruno Rodrigo e Luan. cruzeirense. Vermelho: Souza

15ª rodada: Cruzeiro 5x1 Vitória

CRUZEIRO

Ficha do jogo Sábado, 17/08/2013 - 18h30 VITÓRIA Local: Mineirão, em BH Público: 14.369 pagantes - 15.014 presentes Renda: R$ 670.185 Gols: Léo, Mayke, Borges, Goulart e Vinícius Araújo; Dinei

Fábio Wilson Mayke Dimas Dedé Victor Ramos Léo Fabrício Egídio Euller (Reniê) Nilton Michel (Dinei) Árbitro: Marcelo de Lima Lucas Silva Cáceres Henrique (RJ) Éverton Ribeiro (Elber) Luís Alberto Auxiliares: Marcelo Van Ricardo Goulart Renato Cajá Gasse (SP) e Pedro Martinelli Willian (Martinuccio) Vander (Marquinhos) Christino (PR) Borges (Vinícius Araújo) Maxi Biancucchi Téc: Marcelo Oliveira Téc: Caio Júnior Amarelos: Dedé, Nilton; Victor Ramos


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16ª rodada - Ponte Preta 0x2 Cruzeiro: Por Helena Sader. Ah, a liderança... A tão almejada e aguardada primeira posição. Para o Cruzeiro, ela chegou na 16ª rodada. Vítima da vez: Ponte Preta. Em noite inspirada no Moisés Lucarelli, a Raposa fez excelente trabalho coletivo e conseguiu o topo da classificação do Brasileiro. Foi a primeira partida depois do 2 a 1 contra o Flamengo no Mineirão pela Copa do Brasil. Como muitos sabem – poucos ou quase ninguém deixou de

Assumindo a ponta, para não largá-la mais lembrar –, o zagueiro Dedé foi o “responsável” pelo gol marcado pelo Urubu em território mineiro. Eventualmente, foi esse o gol que causou a eliminação do Cruzeiro na Copa do Brasil deste ano (visto o resultado por 1 a 0 a favor dos cariocas no Rio de Janeiro). A eliminação foi dolorida para a nação celeste, que acreditava ser a favorita na competição. Quando o sonho do penta acabou – Elias, o culpado aos 42 da etapa final –, a equipe cruzeirense deixou o

Por Felipe Freitas. Jogo de oito gols e muitas alternativas. Aquele Cruzeiro e Vasco, do dia 1º de setembro, foi um prato cheio para os 18 mil torcedores que marcaram presença no Mineirão. Começou com o gol mais rápido do campeonato, aos 31 segundos, com Willian abrindo o placar para a Raposa, que continuou em cima. Aos 18, o Vasco empatou com Willie, disposto a mostrar que o time mineiro deveria jogar muita bola se quisesse vencer mais um adversário em sua casa. Diante dessas condições, apareceu o garoto Lucas Silva, que agarrou a oportunidade, fez dois gols e se tornou uma peça fundamental para o Cruzeiro no restante do campeonato. O volante desempatou aos 32, começando a escrever seu nome no jogo no qual seria o destaque. Aos 39, em cobrança de falta, Júlio Baptista fez o terceiro. Porém, o Vasco estava vivo e tinha do outro lado um outro co-

gramado do Maracanã em silêncio. Em entrevistas nos dias seguintes, o papo dentro da Toca era: foco no Brasileirão. Bom, a partida contra a Ponte Preta foi alguns dias antes da eliminação, mas o foco da Raposa já existia. Os números são esclarecedores nesse campeonato. O Cruzeiro foi o melhor mandante e melhor visitante do Brasileiro. No caso da partida contra a Macaca, a equipe celeste não se mostrou intimidada com o fator fora

de casa e conseguiu Ficha do jogo: fazer boa partida. In- PONTE: Roberto; César, Betão e clusive, se o Dedé foi Sacoman (Giovanni); R.Souza, o vilão no caso contra Magal (Ramírez), Fernando Bob, o Flamengo, o zaguei- Chiquinho e Uendel; Rildo e Dennis (Rafinha). Téc: Carpegiani ro se tornou mocinho dos mais adorados CRUZEIRO: Fábio; Ceará, Dedé, contra a Ponte. O joB.Rodrigo e Everton (Egídio); gador fez boa partida Nilton, Souza (L.Silva), É.Ribeiro, R.Goulart (Henrique) e Willian; e ainda marcou o priBorges. Téc: Marcelo Oliveira meiro gol da Raposa. Artilheiro do Cruzeiro Sábado, 24/08/2013 - 18:30 na temporada, o ataMoisés Lucarelli, em Campinas cante Borges marcou Público: 5.974 pagantes Renda: R$ 103.755 o segundo gol e fechou o caixão da PonÁrbitro: Wilton P. Sampaio (GO) te no jogo. O Cruzeiro Auxiliares: Rodrigo Pereira Joia (RJ) dormia na liderança. e Márcia Bezerra Lopes (RO) Mal sabia a Raposa que viria a ficar no Amarelos: Uendel, Rafinha (PON); Souza, Goulart e Nilton (CRU) topo ainda muito temGols: Dedé e Borges po.

17ª rodada - Cruzeiro 5x3 Vasco: Afirmação para o garoto Lucas Silva

adjuvante tentando assumir papel principal. Antes de Willie marcar seu segundo no jogo, o terceiro do Vasco, o cruz-maltino marcou com André. Os gols foram aos 42 e aos 45 minutos. O eletrizante primeiro tempo terminou em 3 a 3. Haja fôlego! Veio o segundo tempo e a partida continuava movimentada. O torcedor continuava sofrendo. Aos 21, Lucas, em seu segundo jogo como titular, marcou mais um lindo gol, em chute de fora da área, assim como no primeiro gol, colocando o Cruzeiro em vantagem Ficha do jogo novamente. Vinicius Araújo, outro CRUZEIRO VASCO jovem, que havia entrado no segundo tempo, fez o seu aos 40 e Fábio Diogo Silva Ceará selou a vitória da equipe celeste. Fágner (Edmílson) Dedé Lucas, o nome da vitória, tinha Cris Bruno Rodrigo Rafael Vaz motivos para comemorar. “Este Egídio Yotún jogo vai ficar guardado na minha Lucas Silva Abuda memória para o resto da vida. Meu Henrique Wendel (Montoya) primeiro gol como profissional, Éverton Ribeiro (Dagoberto) Juninho Pernambucano Ricardo Goulart aqui no Mineirão. Felicidade total”, Marlone Willian (Alisson) Willie (Tenório) disse o bom volante após o duelo, Júlio Baptista André partida na qual ele agarrou a chan(Vinícius Araújo) Téc: Dorival Júnior ce e não largou mais. Téc: Marcelo Oliveira

Foto: Washington Alves/VIPCOMM

Domingo, 01/09/2013 - 18h30 Local: Mineirão, em BH Público: 18.607 presentes Renda: R$ 808.445 Árbitro: Flávio R.Guerra (SP) Auxiliares: Rogério Zanardo (SP) e Daniel Ziolli (SP) Amarelos: L.Silva, Henrique, É.Ribeiro e V.Araújo (CRU); Fágner, R.Vaz e Yotún (VAS) Vermelho: Dagoberto Gols: L.Silva (2), J.Baptista, Willian e V.Araújo; Willie (2) e André


Boleiros da Arquibancada

Três vezes Cruzeiro

11

18ª rodada: Bahia 1x3 Cruzeiro

19ª rodada: Cruzeiro 1x0 Flamengo

Ficha do jogo

Ficha do jogo

BAHIA

CRUZEIRO

Quarta, 04/09/2013 - 21h50 Local: Fonte Nova, Salvador Público: 9.120 pagantes 10.502 presentes Renda: R$ 228.487 Gols: Fahel; Borges, Éverton R. e J.Baptista

Marcelo Lomba Fábio Madson (Wiliam Barbio) Ceará Lucas Fonseca Dedé Titi Bruno Rodrigo Demerson Egídio (Mayke) Raul Lucas Silva Árbitro: Paulo César de Fahel Henrique Oliveira (SP) Hélder (Feijão) Éverton Ribeiro Auxiliares: Luis Carlos Marquinhos Gabriel (Martinuccio) Bezerra (RN) e Pedro dos (Anderson Talisca) Júlio Baptista Santos Araújo (AL) Fernandão Willian Wallyson Borges (Ricardo Goulart) Amarelos: Demerson, Téc: Cristóvão Borges Téc: Marcelo Oliveira Talisca; Ceará

CRUZEIRO

FLAMENGO

Fábio Ceará Dedé Bruno Rodrigo Egídio (Mayke) Nilton Lucas Silva Éverton Ribeiro Ricardo Goulart Willian (Alisson) Borges (Dagoberto) Téc: Marcelo Oliveira

Paulo Victor Léo Moura Wallace Samir André Santos Cáceres Luiz Antônio (Carlos Eduardo) Elias Gabriel (Bruninho) Rafinha (Nixon) Hernane Téc: Mano Menezes

Domingo, 08/09/2013 - 16h Local: Mineirão, em BH Público: 35.797 pagantes - 37.466 presentes Renda: R$ 2.137.575 Gol: Ricardo Goulart Árbitro: Anderson Daronco (RS) Auxiliares: Nadine Bastos (SC) e Emerson Augusto de Carvalho (SP) Cartões amarelos: Egídio, Lucas Silva, Goulart; Cáceres, Bruninho

20ª rodada: Goiás 1x2 Cruzeiro

21ª rodada: Cruzeiro 1x0 Atlético-PR

Ficha do jogo

Ficha do jogo

GOIÁS

CRUZEIRO

Quarta, 11/09/2013 - 21h Local: Serra Dourada, Goiânia Público: 10.786 pagantes Renda: R$ 230.580 Gols: Renan Oliveira; Willian (2)

Fábio Renan Ceará (Mayke) Vitor Dedé Valmir Lucas Bruno Rodrigo Rodrigo Egídio William Matheus Nilton David Lucas Silva Árbitro: Péricles Bassols (RJ) Thiago Mendes Éverton Ribeiro Auxiliares: Vicente Romano Renan Oliveira Neto (SP) e Lorival Cândido Alisson (Anselmo Ramon) Ramon (Tartá) das Flores (RN) Willian Hugo (Araújo) Ricardo Goulart Neto Baiano (Jr Viçosa) Amarelos: Thiago (Dagoberto) Téc: Enderson Moreira Mendes; Nilton Téc: Marcelo Oliveira

CRUZEIRO Fábio Ceará Dedé Bruno Rodrigo Egídio (Mayke) Nilton Lucas Silva Éverton Ribeiro Ricardo Goulart Willian (Alisson) Borges (Dagoberto) Téc: Marcelo Oliveira

ATLÉTICO-PR

Sábado, 14/09/2013 - 18h30

Local: Mineirão, em BH Weverton Público: 30.339 pagantes Léo - 31.660 presentes Manoel Renda: R$ 1.329.370 Luiz Alberto Gol: Nilton Maranhão Deivid (Felipe) Árbitro: Raphael Claus (SP) Bruno Silva Auxiliares: Marcelo Van João Paulo Gassee (SP) e Katiuscia Mendonça (ES) Everton Marcelo (Dellatorre) Amarelos: É.Ribeiro; Éderson (Roger) Weverton, Maranhão, Téc: Vágner Mancini Deivid

Foto: Divulgação/Site oficial do Cruzeiro


Foto tirada no dia 10/11/2013, antes de Cruzeiro 3x0 Grêmio

Em pé: Borges, Rafael, Nilton, Henrique, Dedé, Léo, Lucas Silva, Paulão e Fábio Agachados: Leandro Guerreiro, Everton, Elber, Ceará, Júlio Baptista, Souza, Vinícius Araújo, Luan, Egídio, Ricardo Goulart, Éverton Ribeiro, Willian e Mayke

Três vezes Cruzeiro Foto: Denis Dias

12 Boleiros da Arquibancada


Boleiros da Arquibancada

Três vezes Cruzeiro

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Os campeões

1 - Fábio

2 - Ceará

3 - Léo

4 - Victorino

6 - Egídio

7 - Tinga

16 - Lucas Silva 17 - Éverton Ribeiro

8 - Henrique

9 - Borges

10 - J. Baptista 11 - Dagoberto

12 - Rafael

18 - Wallace

19 - Nilton

20 - Martinuccio

21 - Lucca

22 - Elisson

23 - Everton

26 - Dedé

27 - Elber

30 - Vinícius Araújo

31 - R. Goulart

32 - Mayke

33 - Bruno Rodrigo

37 - Igor

40 - Alisson

41 - Willian

55 - L. Guerreiro

78 - Souza

86 - Paulão

88 - Luan

99 - Anselmo Ramon Téc: Marcelo Oliveira Pres: Gilvan de Pinho Tavares

Fotos: Site oficial do Cruzeiro Esporte Clube (www.cruzeiro.com.br)


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Três vezes Cruzeiro

Boleiros da Arquibancada

22ª rodada: Cruzeiro 3x0 Botafogo: A primeira “final” Foto: Washington Alves/VIPCOMM

Por Frederico Vieira. O atual sistema de pontos corridos divide opiniões. O que seria o ideal? A emoção do mata-mata ou a justiça do time de melhor campanha? A verdade é que, em 2013, tivemos final! Digna de estádio cheio e dois grandes times. O Cruzeiro já tinha certa vantagem, mas o Botafogo vinha embalado e precisava dos três pontos para manter o sonho do título vivo.

Jogo tenso, brigado, o famoso “lá e cá”. Até que, aos 45 do primeiro tempo, escanteio para o Cruzeiro. Me veio na cabeça uma frase que o meu pai sempre dizia: “Escanteio em final é falta perigosa”. Ainda mais quando se tem Nilton na área. GOLAÇO! Um sem pulo ou um voleio? Não interessa; o gol do título, talvez. Um gol para colocar fogo no Gigante da Pampulha, gol que fez a torcida cantar todo intervalo e os

jogadores voltarem tranquilos para o segundo tempo. Porém, foi o Botafogo quem voltou em cima, e em um dos ataques perigosos do time carioca, Rafael Marques foi derrubado por Bruno Rodrigo. Pênalti. Seedorf na bola. Lembro que, assim como no gol do Nilton, o lance foi perto do gol que eu estava. Atrás da baliza do Fábio, me ajoelhei em silêncio. Não orei, não sequei, apenas olhei firme para o holandês. O cara era

frio, como se estivesse batendo um pênalti na final do campeonato da escola. Autorizado, foi andando pra bola... PRA FORA! Fábio caiu para a esquerda, Seedorf mandou ao lado da trave direita, jogou fora a bola do ano para o Botafogo. Chorava feito menino. Eu e quase 60 mil. Dava tudo certo, era nosso! Júlio Baptista, a principal contratação do Cruzeiro para 2013, não foi o protagonista do título, mas entrou no segundo tempo daquele jogo, e mostrou a que veio. O pênalti agora era nosso. JB chamou a responsabilidade e pegou a bola. Eu, mais tranquilo, dessa vez ficaria em pé, estava confiante. Até que apareceu um cara no meio da arquibancada, nervoso, gritando: Ajoelha, ajoelha agora! O ritual do pênalti do Seedorf tinha sido visto por todos. Foi uma loucura. Todo mundo me mandando repetir o ato do primeiro pênalti. Eu ajoelhei, e dessa vez eu vi, de longe, Júlio bater mal no canto direito de Jefferson, que acertou

o lado, mas a bola passou por baixo do seu corpo. Sorte de campeão. Júlio ainda faria o terceiro, com classe. A verdade é que ali o campeonato perdeu a graça. Ninguém teria forças para acompanhar o Cruzeiro. E para os torcedores do “Amarelo Superior”, eu acabava de virar um amuleto da sorte desse time. Que fase! Ficha do jogo: CRUZEIRO: Fábio; Ceará, Dedé, Bruno Rodrigo e Egídio; Nilton (Henrique), Lucas Silva, Éverton Ribeiro, Goulart (Dagoberto) e Willian; Borges (Júlio Baptista). Téc: Marcelo Oliveira BOTAFOGO: Jefferson; Edílson, Bolívar, A.Bahia e J.César; M.Mattos, Renato (Hyuri), Seedorf e Lodeiro; R.Marques (Henrique) e Elias (Alex). Téc: Oswaldo. Quarta, 18/09/2013 - 21h50 Local: Mineirão, em BH Público: 44.504 pagantes 46.167 presentes Renda: R$ 2.337.530 Árbitro: Luiz F. de Oliveira (SP) Auxiliares: Marcelo Barison (SP) e Anderson Coelho (SP) Amarelos: J.Baptista e Elias Gols: Nilton e J.Baptista (2)

23ª rodada: Corinthians 0x0 Cruzeiro

24ª rodada: Internacional 1x2 Cruzeiro

Ficha do jogo

Ficha do jogo

CORINTHIANS Cássio Edenílson Gil Paulo André Igor Ralf Maldonado Douglas Danilo Romarinho Emerson (Pato) Téc: Tite

CRUZEIRO

Domingo, 22/09/2013 - 16h Local: Pacaembu, em SP Público: 27.053 pagantes - 28.740 presentes Renda: R$ 846.011

Fábio Ceará Dedé Bruno Rodrigo Egídio Árbitro: Felipe Gomes da Nilton Silva (PR) Auxiliares: Luiz Antonio Lucas Silva de Oliveira (RJ) e Rodrigo Éverton Ribeiro H. Correa (RJ) Ricardo Goulart (A.Ramon) Willian (Dagoberto) Amarelos: Emerson e Borges (Júlio Baptista) Paulo André (COR); Téc: Marcelo Oliveira Ricardo Goulart, e Lucas Silva (CRU)

INTERNACIONAL

CRUZEIRO

Domingo, 29/09/2013 - 18h30 Local: Estádio do Vale, em Novo Hamburgo (RS) Público: 5.434 pagantes 6.219 presentes Renda: R$ 161.600

Muriel Fábio Gabriel Ceará Ronaldo Alves Dedé Juan Bruno Rodrigo Kléber (Fabrício) Egídio (Mayke) Árbitro: Wilton P. Sampaio (GO) Willians Nilton Auxiliares: Carlos Berkenbrock Josimar (Leandro Damião) Henrique (SC) e Fabrício Vilarinho (GO) Jorge Henrique Éverton Ribeiro (Tinga) Amarelos: Josimar e Caio Otávio Dagoberto (Alisson) (INT); Egídio, Dagoberto Alan Patrick (Alex) Willian e Alisson (CRU) Caio Borges Téc: Dunga Téc: Marcelo Oliveira

Gols: Otávio (INT); Nilton e Willian (CRU)


Boleiros da Arquibancada

Três vezes Cruzeiro

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25ª rodada: Cruzeiro 4x0 Portuguesa

26ª rodada: Náutico 1x4 Cruzeiro

Ficha do jogo

Ficha do jogo

CRUZEIRO

PORTUGUESA

Quarta, 02/10/2013 - 19h30 Local: Mineirão, em BH Público: 32.016 pagantes - 33.633 presentes Renda: R$ 1.346.630 Gols: Éverton Ribeiro, Willian, Borges (2)

Fábio Lauro Ceará Correa Dedé Moisés Moura Bruno Rodrigo Valdomiro Egídio Rogério Nilton Ferdinando (Wanderson) Árbitro: Jean Pierre Gonçalves Lucas Silva Bruno Henrique Lima (RS) Éverton Ribeiro (Lucca) Luís Ricardo Auxiliares: Kleber Lucio Gil (SC) Ricardo Goulart Moisés e Luis Carlos Bezerra (RN) Willian (Vinícius Araújo) Souza (Cañete) Borges (Dagoberto) Gilberto (Bergson) Amarelos: Dedé, Egídio, Téc: Marcelo Oliveira Téc: Guto Ferreira Borges; Souza

NÁUTICO

CRUZEIRO

Domingo, 06/10/2013 - 16h Local: Arena Pernambuco, em São Lourenço da Mata Público: 19.591 pagantes 20.661 presentes Renda: R$ 528.715 Gols: Maikon Leite; Goulart (2), Éverton Ribeiro, Mayke

Ricardo Berna Fábio João Filipe Ceará William Alves Léo Leandro Amaro Bruno Rodrigo Bruno Collaço Mayke Dadá (Ángelo Peña) Nilton Elicarlos Lucas Silva Árbitro: Dewson Freitas da Derley Éverton Ribeiro (Tinga) Silva (PA) Diego Morales (Hugo) Ricardo Goulart Auxiliares: Edilson Frasão Maikon Leite Willian (Alisson) Pereira (TO) e Luis Claudio Olivera Rodrigues da Costa (AM) Borges (Dagoberto) (Marcos Vinícius) Téc: Marcelo Oliveira Téc: Marcelo Martelote Amarelos: Leandro Amaro

27ª e 28ª rodada: Cruzeiro 0x2 São Paulo e Atlético-MG 1x0 Cruzeiro:

Crise?

Foto: Washington Alves/Textual/Divulgação Cruzeiro

Ficha do jogo: CRUZEIRO: Fábio; Ceará, Léo, Bruno Rodrigo e Egídio (Mayke); Nilton, Lucas Silva (Alisson), É. Ribeiro, Goulart (Dagoberto) e Willian; Borges. Téc: Marcelo Oliveira SÃO PAULO: Denis; P. Miranda, Rodrigo Caio e É.Silva; Douglas, Wellington, Maicon, Ganso (Lucas E.) e Reinaldo; Ademílson e Aloísio (Welliton). Téc: Muricy Quarta, 09/10/2013 - 21h50 Local: Mineirão, em BH Público: 40.743 pagantes Renda: R$ 1.899.595 Gols: Douglas e Reinaldo Árbitro: Jaílson Macedo Freitas (BA) Auxiliares: Ivan Bohn (PR) e Rafael Trombeta (PR) Amarelos: Lucas Silva, Dagoberto; Wellington e Ganso

Por João Vitor Cirilo. O cruzeirense já parecia certo de que o título se encaminharia com naturalidade. Todo dia de jogo em BH era festa para a China Azul, que ia ao Mineirão com a certeza de que o resultado positivo viria. Tal certeza foi verificada naquela quarta, noite de mais um Cruzeiro vs. São Paulo na Pampulha. No ônibus, comentei a um amigo: “Cara, acho que o Cruzeiro vai vencer, mas, sei lá... sinto um clima de ‘já ganhou’, daquele Galo x Tijuana” – na oportunidade, máscaras do pânico foram distribuí-

Foto: Pedro Vilela/Textual/Divulgação Cruzeiro

das e o torcedor do Atlético nunca teve tanta certeza que a vitória viria. Ah, se não fosse a perna esquerda de Victor... Não deu outra. O adversário era o São Paulo, sempre cascudo contra a Raposa. Mesmo no Mineirão e ainda fugindo do rebaixamento, o time do Morumbi, sem uma grande referência em campo a não ser Ganso (Ceni fora), venceu com gols de Douglas e Reinaldo. Primeira derrota no “novo” Mineirão. O Cruzeiro poderia abrir 14 pontos para o Grêmio, que perdera para o Criciúma – que ajudaria de novo na rodada do título

– na Arena, mais cedo. Um clássico poderia colocar tudo nos eixos. Mas, não. O Cruzeiro jogou recuado, se apequenou, e pouco incomodou o Atlético. O rival, ao contrário, partiu pra cima, jogando no Horto, e parecia que marcaria a qualquer instante. Melhor em campo, foi premiado pela insistência, com golaço de Fernandinho, já no fim. As duas derrotas poderiam representar uma crise, mas veríamos nas rodadas seguintes que não era motivo de alarde. Momentos de queda fazem parte da caminhada. Marcelo e seus comandados sabiam disso.

Ficha do jogo: ATLÉTICO: Giovanni; M.Rocha, Léo Silva, Emerson e Jr César; Pierre, Josué (Donizete), Luan (Carlos César), Tardelli e Fernandinho; Alecsandro (Berola). Téc: Cuca CRUZEIRO: Fábio; Ceará, Léo, Bruno Rodrigo e Egídio; Nilton, Lucas Silva (Henrique), É.Ribeiro, Goulart e Willian (Dagoberto); Borges (Alisson). Téc: Marcelo Oliveira Domingo, 13/10/2013 - 16h Local: Independência, em BH Público: 15.368 pagantes Renda: R$ 574.655 Gol: Fernandinho Árbitro: Luiz Flávio de Oliveira (SP) Auxiliares: Janette M.Arcanjo (MG) e Pablo Almeida da Costa (MG)


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Três vezes Cruzeiro

Boleiros da Arquibancada

29ª rodada: Cruzeiro 1x0 Fluminense

30ª rodada: Coritiba 2x1 Cruzeiro

Ficha do jogo

Ficha do jogo

CRUZEIRO

FLUMINENSE

Fábio Mayke Léo Bruno Rodrigo Egídio (Ceará) Nilton Lucas Silva Éverton Ribeiro Ricardo Goulart Willian (Elber) Borges (Dagoberto) Téc: Marcelo Oliveira

Kléver Bruno Gum Leandro Euzébio Ailton (Igor Julião) Edinho Jean Rafinha (Rhayner) Wagner (Felipe) Rafael Sóbis Samuel Téc: Luxemburgo

Quarta, 16/10/2013 - 19h30 Local: Mineirão, em BH Público: 31.564 pagantes Renda: R$ 1.270.930 Gol: Borges Árbitro: Paulo H. de Godoy Bezerra (SC) Auxiliares: Fabrício Vilarinho (GO) e Nadine Bastos (SC) Amarelos: Egídio, Nilton, Lucas Silva, Willian; Rafinha, Rhayner Vermelhos: Felipe e Sóbis

CORITIBA

CRUZEIRO

Domingo, 20/10/2013 - 18h30 Local: Couto Pereira, em Curitiba Fábio Público: 14.402 pagantes Ceará - 16.264 presentes Dedé Renda: R$ 283.752 Bruno Rodrigo (Léo) Gols: Keirrison, CarlinEgídio (Luan) hos; Dagoberto

Vanderlei Gil Leandro Almeida Luccas Claro Carlinhos Willian Farias Nilton Júnior Urso Henrique Árbitro: Jaílson M.Freitas (BA) Auxiliares: Carlos Augusto Robinho Éverton Ribeiro Nogueira Júnior (SP) e BruAlex (Lincoln) Ricardo Goulart no Salgado Rizo (SP) Geraldo (Germano) Willian Júlio César (Keirrison) Borges (Dagoberto) Téc: Péricles Chamusca Téc: Marcelo Oliveira Cartões amarelos: Gil,

31ª rodada - Cruzeiro 5x3 Criciúma:

Lincoln, Keirrison; Egídio, Nilton, Luan

Um pouco mais de emoção, mas o mesmo resultado: vitória Foto: Juliana Flister/Textual/Divulgação Cruzeiro

Como em uma oração, Borges, o artilheiro nascido na Bahia, terra de todos os santos, nos fez explodir de alegria. Com muita garra e confiança em seu trabalho — muitas vezes contestado pela maior parte da torcida —, estufou as redes por duas vezes. No seu segundo gol, o quarto do Cruzeiro, o bom baiano Por João Paulo Freitas. eis que o Tigre ressurge não segurou as lágrimas e, e, com um desempenho mal sabia ele, emocionou Somente o Campe- surpreendente, vira o toda uma nação. Ironia do onato Brasileiro pode jogo de maneira incon- destino, não? Antes de terminar, se proporcionar momentos testável. lembram do que o Dagoberde emoção entre o líder Argel, técnico do time isolado, Cruzeiro, e uma catarinense, saiu ao fi- to havia dito? Cumpriu! Fedas equipes que lutava nal do primeiro tempo contra o rebaixamento, como se ele fosse o coCriciúma. Logo no co- mandante do time de meço da partida, pensei melhor performance no SANTOS comigo mesmo: “será Brasileirão. Mal imagium massacre. Mais um nava ele que ali havia Aranha show de bola”. E qual toda uma China Azul Cicinho cruzeirense apaixonado que não desiste jamais; Edu Dracena que apoia e acredita até não imaginou isso? Gustavo Henrique E sendo assim, com o fim. Mena Dagoberto, atacante apenas 18 minutos, a Alison (Alan Santos) Raposa já abria dois do time celeste, ao sair Arouca Cícero gols de vantagem. A do gramado, disse a seMontillo festa era imensa. A guinte frase: “só saio confiança, ainda maior. deste gramado com a Willian José (Victor Andrade) Everton Costa (Geuvânio) Porém, quando tudo se vitória”. Santo, “Dagol”. Téc: Claudinei Oliveira encaminhava para uma Seu desabafo foi uma enorme tranquilidade, benção.

chou com seu segundo gol na partida, fazendo 5 a 3. Confesso a vocês, meus amigos, que naquele momento soltei o grito de tricampeão. O Brasil inteiro já dizia, mas cautela nunca é demais. Como diria nosso comandante Marcelo Oliveira, “um campeão se faz com trabalho, respeito e humildade”. E assim seguimos. Mais loucos e apaixonados do que nunca. Naquele momento era sonhar e esperar. Nosso ídolo e capitão Fábio, finalmente você teria uma grande taça para levantar.

CRUZEIRO: Fábio; Ceará (Mayke), Dedé, Léo e Egídio; Henrique (J.Baptista), Lucas S., É.Ribeiro, Dagoberto e Willian (Elber); Borges. Téc: Marcelo Oliveira CRICIÚMA: Galatto; Sueliton, Matheus Ferraz, Fábio Ferreira e Marlon; Henik, João Vitor, Ricardinho (Cassano), Ivo (Ezequiel); Lins e Marcel (Douglas). Téc: Argel Sábado, 26/10/2013 - 18h30 Local: Mineirão, em BH Público: 38.378 Renda: R$ 1.769.440 Gols: É.Ribeiro, Dagoberto (2) e Borges (2); João Vitor, Lins e Ricardinho Árbitro: Wilton Sampaio (GO) Auxiliares: José Franco Filho (RS) e Márcia Lopes (RO) Amarelos: Dedé, Borges; Henik, Douglas Vermelho: Sueliton

32ª rodada: Santos 0x1 Cruzeiro Ficha do jogo CRUZEIRO Fábio Ceará Dedé Léo Egídio Nilton Lucas Silva Éverton Ribeiro (Tinga) Ricardo Goulart Dagoberto (Elber) Borges (Júlio Baptista) Téc: Marcelo Oliveira

Domingo, 03/11/2013 - 17h Local: Vila Belmiro, em Santos Público: 9.460 pagantes Renda: R$ 278.156 Gol: Éverton Ribeiro Árbitro: Marcelo de Lima Henrique (RJ) Auxiliares: Bruno Boschilia (PR) e Neuza Back (SC) Amarelos: Cicinho, Everton Costa; Tinga


Boleiros da Arquibancada

Três vezes Cruzeiro

33ª rodada: Cruzeiro 3x0 Grêmio: Que se dane a matemática. CAMPEÃO!

Por Frederico Vieira. porque àquela altura o Cruzeiro lutava apenas 10 de novembro de contra o tempo. O Grêmio era a es2013, o dia da consagração de um trabalho perança do Brasil, não maravilhoso realizado para tirar caneco da gente. Mas naquele nesta temporada. Ai vocês vão se per- dia, o time porto-aleguntar: mas não foi grense era o único clucontra o Vitória? Não, be do Brasil que ainda foi contra o Grêmio. não tinha perdido para Sou daqueles torcedo- o Cruzeiro. Poderia res que acreditam em tornar o campeonato superstição. A roupa um pouco menos sem era a mesma do jogo graça; o torcedor grecontra o Botafogo, mista poderia se orgumas a semelhança fi- lhar e vangloriar aos cava mesmo só nos seus filhos e netos datrajes, porque o sen- qui uns anos: nós fotimento era único. A mos os únicos a não festa foi maravilhosa. perder para aquele tiA sintonia da torcida maço cruzeirense de com o time em cam- 2013. Pura ilusão. Renato Gaúcho papo contagiava a todos que puderam partici- recia conformado, jopar daquele momento. gou fechado. Dava A partida tinha tom de sinais que queria apedecisão, não uma final, nas amenizar o vexa-

me. Em uma entrevista antes mesmo do jogo começar, ele disparou: “Eles já são os campeões, estão sobrando no campeonato. Se não for hoje, será no próximo jogo”. Ele estava certo. Matematicamente, o Cruzeiro precisava do resultado positivo, e de um tropeço do Atlético-PR; mas até mesmo o Oswald de Souza – aquele matemático –, depois do término do jogo, rasgou os cálculos e foi pra rua. Não existia mais dúvida: o Cruzeiro é o campeão brasileiro, soberano, egoísta e implacável. Enfiamos logo 3 a 0 no Grêmio. Barcos até que tentou, mas um grande time começa por um

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Foto: Denis Dias

grande goleiro. Enfim, Ficha do jogo: não precisamos falar mais nada. Assim como em 2003, não jogamos o campeonato. Brincá- CRUZEIRO: Fábio; Ceará, Dedé, Léo e Egídio; Nilton, Lucas Silva, vamos de lotar está- Éverton Ribeiro (Luan), Ricardo dios e golear nossos Goulart e Dagoberto (Willian); adversários. Concordo Borges (Júlio Baptista). Téc: Marcelo Oliveira plenamente com todos os nossos rivais que GRÊMIO: Dida; Bressan, Werley disseram que o cam- e Rhodolfo; Pará, Ramiro, Souza, peonato foi fácil. Re- Riveros (Maxi Rodríguez) e Alex almente, foi sem graTelles; Kléber (Yuri Mamute) e Barcos. Téc: Renato Gaúcho ça. Não importa o time que você torça; ele Domingo, 10/11/2013 - 17h também perdeu para o Local: Mineirão, em BH Cruzeiro em 2013. Em Público: 56.854 pagantes tom de ironia, demos 58.113 presentes Renda: R$ 5.231.711 volta olímpica, zombaGols: Borges, Willian e Goulart mos os nossos concorrentes, ignoramos a Árbitro: Wilson Luiz Seneme (SP) matemática. Auxiliares: Carlos Berkenbrock Mas cá entre nós, (SC) e Marcelo Van Gasse (SP) àquela altura, querer respeitar os nossos Amarelos: Ceará, Léo e Éverton Ribeiro; Ramiro, Alex Telles e adversários seria uma Kléber grande hipocrisia da nossa parte.


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Três vezes Cruzeiro

Boleiros da Arquibancada

34ª rodada: Vitória 1x3 Cruzeiro: Agora é oficial: TRI!

Foto: Site oficial do Cruzeiro

Por João Paulo Freitas. Criciúma sobre o Atlético– PR para sair para o abraço. Nesta altura do CampeTínhamos um forte aliaonato, a China Azul já co- do do time catarinense. memorava o tricampeona- Sim, amigos. Welington to Brasil afora. Porém, era Paulista. Poderia sair dele preciso mais uma vitória. A o gol do nosso título. Meu mais importante, por sinal. Deus, aonde vamos parar? Aquela que iria sacramen- E assim o fez. Porém, por tar de vez o que o mundo mais que WP9 tenha nos inteiro já sabia. E não pode- ajudado lá no sul, a Raporia existir palco melhor pra sa fez sua parte de forma começar uma festa do que brilhante e, de um jeito a Bahia. Salvador iria ficar completamente inusitado, pequena pra tanta alegria. comemorou o título no inMas o comandante Mar- tervalo da partida, dentro celo Oliveira pedia cautela e do vestiário. E, por incrível comprometimento de seus que pareça, isso não afeatletas. Postura de vence- tou em nada a atuação do dor. A confiança era tanta, time ao longo do segundo que bastava uma vitória do tempo.

A equipe continuou atacando, pressionando, massacrando a defesa do time baiano. A fome de gols era gigantesca. Somos loucos. Loucos por um futebol ofensivo, bem jogado, de toques rápidos e envolventes, desnorteando os adversários. Pobre Vitória. Mal sabiam eles que no ano de 2013, no Campeonato Brasileiro, o Cruzeiro mandava e desmandava. Ditava o ritmo, seja dentro ou fora de casa. Aí, “meu rei”, pode ligar o trio elétrico que a festa vai começar. Em meio a lágrimas e taças improvisadas, a Nação Celeste vibrou

VITÓRIA: Wilson; Ayrton

como há muito tempo não (P. Oldoni), Victor Ramos, Kadu e o fazia. “Toda honra e toda Juan; Marcelo (Euller), Cáceres, glória ao nosso Senhor”, Cajá (William H.), Escudero; Marquinhos e Dinei. Téc: Ney Franco disse o capitão Fábio, chamado por alguns de “pé CRUZEIRO: Fábio; Mayke, Dedé, frio”. A muralha azul já não Léo e Egídio (Everton); Guerreiro, precisava mostrar mais Lucas Silva, Goulart, Dagoberto nada pra ninguém, porém, (Tinga) e Willian; Borges (Júlio Baptista). Téc: Marcelo Oliveira nunca se fez por satisfeito. Segundo ele, seu maior Quarta, 13/11/2013 - 21h50 sonho era dar um título de Local: Barradão, em Salvador respeito ao Cruzeiro, para Público: 27.168 presentes marcar de vez sua história Renda: R$ 361.447 Gols: Dinei; Willian, J.Baptista e no clube. Goulart Em nome de mais de oito milhões de loucos, Árbitro: Paulo H.de Godoy Bezerra (SC) muito obrigado, guerreiros! Auxiliares: Carlos Berkenbrock “Não preciso jogar na seleção. Eu jogo no Cruzeiro”. FÁBIO.

(SC) e Neuza Inês Back (SC) Amarelos: Victor Ramos, Juan, William Henrique; Borges e Willian

35ª rodada: Cruzeiro 2x2 Ponte Preta

36ª rodada: Vasco 2x1 Cruzeiro

Ficha do jogo

Ficha do jogo

cruzeiro

PONTE PRETA

Domingo, 17/11/2013 - 17h Local: Parque do Sabiá, em Uberlândia Público: 13.168 pagantes Renda: R$ 560.750 Gols: Souza, Vinícius Araújo; Leonardo (2)

Fábio Roberto Ceará Artur Léo César Paulão Ferron Everton (Luan) Uendel Henrique (Vinícius Araújo) Baraka Árbitro: Cláudio Francisco Souza Fernando Bob Lima e Silva (SE) Éverton Ribeiro (Tinga) Fellipe Bastos (Magal) Auxiliares: Cleriston Clay Ricardo Goulart Adrianinho (Elias) Barreto Rios (SE) e Ailton Willian Rildo (Rafael Ratão) Farias da Silva (SE) Júlio Baptista (Elber) Leonardo Téc: Marcelo Oliveira Téc: Jorginho Amarelos: Ceará; Artur,

Fellipe Bastos e Adrianinho

VASCO Alessandro Fágner (Renato Silva) Luan Cris Yotún Abuda Guiñazu Pedro Ken Marlone (Bernardo) Thalles (Robinho) Edmílson Téc: Adilson Batista

CRUZEIRO

Sábado, 23/11/2013 - 19h30 Local: Maracanã, no RJ Público: 32.988 pagantes - 38.654 presentes Renda: R$ 667.340 Gols: Thales, Edmílson; Paulão

Rafael Ceará Léo Paulão Egídio Nilton (Alisson) Árbitro: Marcos André Lucas Silva Gomes da Penha (ES) Éverton Ribeiro Auxiliares: Fabiano da Silva Ricardo Goulart (Elber) Ramires (ES) e Vanderson Willian Zanotti (ES) Vinícius Araújo (Júlio Baptista) Amarelos: Fágner, Guiñazu, Téc: Marcelo Oliveira Marlone, Edmílson


Boleiros da Arquibancada

Três vezes Cruzeiro

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37ª rodada: Cruzeiro 1x2 Bahia

38ª rodada: Flamengo 1x1 Cruzeiro

Ficha do jogo

Ficha do jogo

CRUZEIRO

BAHIA

Domingo, 01/12/2013 - 17h Local: Mineirão, em BH Público: 47.999 pagantes - 48.112 presentes Renda: R$ 2.424.495 Gols: Vinícius Araújo; Marquinhos Gabriel, Anderson Talisca

Marcelo Lomba Fábio Rafael Miranda Ceará Demerson Dedé Titi Bruno Rodrigo Raul Egídio Fahel Lucas Silva Hélder Souza Árbitro: André Luiz de Anderson Talisca Éverton Ribeiro Freitas Castro (GO) Marquinhos Gabriel Auxiliares: Fabiano da Silva (Júlio Baptista) (Diones) Ricardo Goulart (Willian) Ramires (ES) e Márcia Wiliam Barbio (Fabrício Lusa) Dagoberto Bezerra Lopes (RO) Fernandão (Souza) Borges (Vinícius Araújo) Téc: Marcelo Oliveira Téc: Cristóvão Borges Amarelos: Dagoberto;

FLAMENGO

CRUZEIRO

Sábado, 07/12/2013 - 19h Local: Maracanã, no RJ Público: 32.624 pagantes - 41.272 presentes Renda: R$ 1.304.305 Gols: Hernane; Souza

César Rafael Léo Moura Mayke Marcos González Léo Samir (Chicão) Bruno Rodrigo André Santos Everton Árbitro: Paulo Henrique de Amaral (Diego Silva) Leandro Guerreiro (Elber) Godoy Bezerra (SC) Luiz Antônio Souza Auxiliares: Altemir Hausmann (RS) e Celso Barbosa (SP) Carlos Eduardo Tinga (Lucas Silva) Nixon Júlio Baptista Amarelos: Léo Moura, Luiz Paulinho (Bruninho) Luan Antônio; B.Rodrigo, Hernane Vinícius Araújo (Lucca) J.Baptista, Luan, V.Araújo Téc: Jayme de Almeida Téc: Marcelo Oliveira

Vermelhos: Carlos Eduardo; Everton

Fahel e Souza

O tri em números Total

76 pontos 23 vitórias 7 empates 8 derrotas 77 gols pró - Melhor 37 gols contra -3º melhor Saldo de gols: 40

CASA

14 vitórias 3 empates 2 derrotas

BORGES

Artilheiro do time: 11 gols

todo mundo FAZ GOL

FORA

9 vitórias 4 empates 6 derrotas

Nilton, Vinícius Araújo, Willian e Éverton Ribeiro - 7 gols Júlio Baptista e Luan - 5 gols Dagoberto - 4 gols

ÉVERTON RIBEIRO Melhor em assistências no campeonato - 11


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Três vezes Cruzeiro

Boleiros da Arquibancada

Paciência para sorrir

Marcelo Oliveira encarou dois anos de fila e o preconceito de alguns torcedores até chegar ao auge da carreira. As três últimas temporadas testaram os nervos do treinador, que soube lidar bem com a pressão

Foto: Washington Alves/VIPCOMM

Por Matheus de Oliveira. Marcelo Oliveira chegou ao “quase” duas vezes, ambas pelo Coritiba. A primeira, na decisão da Copa do Brasil contra o Vasco, em 2011, e a segunda na mesma situação, mas diante do Palmeiras, no ano seguinte. Finalmente, o treinador debuta como campeão nacional. Seu trabalho no Cruzeiro fez até com que o técnico do rival, Cuca, o colocasse como o melhor deste Campeonato Brasileiro. Marcelo merece, principalmente para sentir o prazer de calar quem o prejulgou. Desde o início de carreira comandando equipes profissionais, Marcelo mostrou que poderia crescer. Após “tapar buraco” no Atlético, como fez diversas vezes, em 2008 ele decidiu que não voltaria à base do Galo e come-

çaria a traçar sua história entre os marmanjos da bola. Voltou com o Ipatinga à primeira divisão do Campeonato Mineiro. Do Paraná Clube, onde realizou um trabalho dentro das expectativas, foi para o rival Coritiba, indicado pelo também mineiro Ney Franco. No Coxa, ganhou a simpatia da torcida e da crônica pela competência e simplicidade, além de ter conquistado uma série recorde de 24 vitórias seguidas. Veio o Vasco e... melhor esquecer. O time cruz-maltino jogou-no na fogueira. A modesta campanha do Cruzeiro no Brasileirão de 2012, sob a batuta de Celso Roth, fez com que a diretoria celeste anunciasse a demissão do então comandante estrelado antes mesmo do fim do campeonato. A partir de então, a Raposa deixou

claro o desejo de contar com Marcelo Oliveira no controle do vestiário. A informação vazou para a imprensa e parte dos cruzeirenses, inconformados pelo treinador ter marcado época em um dos maiores times do Atlético, fizeram até manifestação em frente à sede do clube. Nada que desmotivasse Marcelo a demonstrar seu profissionalismo; pelo contrário. Ao fim do Brasileiro, a diretoria confirmou a chegada do novo comandante. Sob desconfiança de muitos, o técnico teve paciência para aturar as perguntas sobre a marca contraditória que carregaria como futebolista ao defender uma camisa antes vista como rival. Começa a temporada e o Cruzeiro anuncia reforços que se tornariam imprescindíveis no decorrer do ano, como Nilton

e Éverton Ribeiro. Duas pedidas de Marcelo. Aos poucos, mas com incrível rapidez, Oliveira deu liga a um time montado no início do ano. As peças se encaixaram, mas a Raposa não figurava entre os favoritos para conquistar o Brasileiro. Outras equipes, já prontas, como Corinthians, Fluminense e Atlético, eram apontadas como candidatas ao título. Surpreendentemente, como é de hábito no futebol, os grandes de Rio e São Paulo estagnaram – a surpresa é o fato de sete deles, ao mesmo tempo, terem um desempenho ruim. Salvo o Botafogo. Grêmio e Internacional nem ameaçaram a Raposa, apesar de o Tricolor gaúcho se firmar no G-4. O Galo pensa, vive e come o Mundial. Sobrou espaço para os médios, como Atlético-PR, Vitória

e Goiás, sem fôlego para chegar à ponta. Problema deles. A Raposa fez o seu papel. Jogou o que poderia e foi o suficiente para liderar o campeonato do início ao fim. O demérito alheio pode justificar parte da boa campanha cruzeirense, mas os pontos positivos do time mineiro certamente foram mais importantes. A defesa foi a terceira menos vazada do Nacional e o ataque foi o que mais marcou gols. Isso basta para rebater qualquer argumento que desmereça a conquista. E tudo só foi possível por causa de Marcelo, que trabalhou da montagem do elenco ao que foi praticado em campo. Em uma tacada, o treinador levanta seu primeiro troféu de nível nacional e faz com que quem o criticou se curve a ele.


Boleiros da Arquibancada

Foto: Washington Alves/VIPCOMM

Três vezes Cruzeiro

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Nilton,

o craque da arquibancada Por Frederico Vieira.

Existem dois tipos de jogadores que decidem campeonatos. Um é o craque, diferenciado, aquele cara que chama a responsabilidade, pede a bola e resolve; que aparece na hora decisiva, em jogos decisivos. Outro, o cara do conjunto, o famoso “carregador de piano”, o cara que faz o serviço sujo, na maioria das vezes na zaga ou de volante; um jogador sem grife, sem status na mídia, mas que é o coração da equipe. Jogadores, treinadores, jornalistas e alguns membros da comissão técnica da seleção brasileira, em uma votação ministrada pela CBF, elegeram Éverton Ribeiro como o “Craque do Campeonato Brasileiro 2013”. Éverton desfilou um grande fu-

tebol durante a temporada, foi o homem dos golaços, apresentou um futebol bonito, digno da essência do jogador brasileiro. Foi o craque dos críticos, mas não para os torcedores. Existe um abismo entre o cara que vê o seu o time pela TV e o louco, fanático, que vai para campo, e volta quase sempre rouco e alterado. Para esse torcedor, o craque não foi o baixinho canhoto. Foi Nilton. Surpreendente, eficaz, raçudo e decisivo. Nílton foi um primeiro volante na marcação, um segundo volante para atacar. Foi mais que isso. Foi a alma de oito milhões de torcedores em campo. Não tinha bola perdida, JOGO PERDIDO. Chegou com a desconfiança da torcida, pra compor elenco. Talvez, se Henrique não chegasse contundido, nem titular seria. Teve a opor-

tunidade e ganhou a vaga de volante, jogando futebol. E que futebol. Fisicamente, um volante forte, daqueles que marca e bate o tempo todo. Na prática, um volante firme, líder do meio-campo. Nílton foi além; marcou e atacou, foi à frente e resolveu nos jogos mais importantes do ano. Logo na estreia, fez dois gols de cabeça contra o Goiás. Bola aérea que mais tarde seria decisiva para o título, em jogos marcantes contra os Atléticos Mineiro e Paranaense. E naquela “final antecipada” contra o Botafogo. Soube agradar a sua torcida, sem fazer marketing. Assim como todos nós, queria fazer do Cruzeiro um time tricampeão. Tive o prazer de poder agradecê-lo pessoalmente no dia da festa do título. Cheguei perto do

da Libertadores a ele. Fechou o gol na Argentina e permitiu que chegássemos no Mineirão com leve vantagem. Não consigo esquecer um jogo contra o Flamengo (2009, abertura do Brasileiro), em que ele defendeu o jogo inteiro e ainda pegou pênalti de Juan, bem similar ao lance contra o Fluminense no Brasileirão 2013 (Fred perdeu). Lembro também em 2011, quando o time estava em uma má fase, de sempre ouvir nos bares: “Ao menos temos Fábio”. Quem vai esquecer a partida contra o Grêmio, considerada a primeira final de 2013? Sinceramente, sempre torcia pra ter pênaltis nas partidas para o goleiro ter a chance de defender e ser cada vez mais reconhecido pela mídia e, consequentemente, pelos técnicos da seleção brasileira. Sim, há muito tempo o arqueiro está merecendo uma chance de defender o país e ela nunca veio.

No jogo do título, contra o Vitória, acompanhei a partida pela Rádio Itatiaia e, do início ao fim, eles pediam para Felipão prestar atenção no goleiro. Só o reflexo de toda a nação celeste, que, mesmo não querendo perder o seu principal jogador por algumas rodadas, acredita no merecimento e na recompensa. Infelizmente, Felipão já deixou bem claro que essa oportunidade não será dada tão cedo e só fica o sentimento de injustiça, mesclado com a satisfação de contar com o melhor goleiro do Brasil no seu time do coração. Então, 60% desse título é graças a ele, ao seu carinho pelos fãs, à sua fé e constante humildade. Não consigo lembrar de um momento em que ele não foi atencioso com um torcedor ou que respondeu mal um repórter, mesmo quando a partida não foi boa. Uma menção honrosa rápida ao dia que fui à Toca da Raposa conhecê-lo.

Foi em 2009, e bem no dia que eu fui ele não daria entrevistas. Aparentemente, as pessoas só estavam indo vê-lo, o que estava incomodando outros jogadores. Mas quando ele passou e viu a quantidade de fãs com fotos dele, gritando seu nome, abandonou qualquer ordem e foi conversar com a gente. E ainda falou para o assessor que estava lá com ele: “Isso vale mais do que status”. Nesse dia, ele, além de um ótimo goleiro, se transformou em um ser humano excepcional aos meus olhos. Hoje, o grito de “melhor goleiro do Brasil” nunca soou tão verdadeiro. Em 2014 (daqui a 23 jogos), ele se tornará o goleiro que mais vestiu a camisa azul, e a denominação de herói celeste se solidifica cada vez que o vemos no campo. Enfim, só tenho a dizer:

carro de bombeiros e pedi a ele um autografo no pôster oficial do elenco campeão. Ele, na maior humildade, viu a minha difícil situação em meio aquela confusão toda. Eu estava de bota ortopédica com os ligamentos do tornozelo rompidos, mas se Nilton conseguiu fazer do meu time campeão, jogando muitas vezes com o mesmo tornozelo lesionado, porque não fazer isso naquele momento? Ele assinou, me agradeceu pela homenagem e ainda me prometeu a mesma luta que acabava de demonstrar a ele dentro de campo em 2014. E eu respondi com o sincero desabafo: “Obrigado pelo tricampeonato brasileiro. Você representou não só a mim, mas a toda torcida celeste”.

“Pai, até que enfim o Cruzeiro tem um jogador bonito!” MATOS, Pâmela - 2005

Por Pâmela Matos.

Não há como falar do título brasileiro sem mencionar o goleiro Fábio, herói e principal peça do time na temporada. Na verdade, o papel do jogador como símbolo celeste vem sendo adquirido ao longo dos anos. Mas o caminho não foi fácil pra ele. Após o fiasco do gol de costas na final do estadual em 2007, perdeu um pouco do respeito e da admiração dos torcedores e, inclusive, teve seu mérito posto à prova diversas vezes. Mas eu nunca fui contra ele. Sei lá, às vezes por achar que todo mundo tem seus altos e baixos, acreditei que ele fosse se reerguer e sambar na cara da sociedade. E, para alegria geral da nação (celeste, claro), provou que era digno de toda a confiança colocada sobre ele e teve momentos memoráveis depois disso. Para citar alguns, dedico inteiramente o primeiro jogo da final

Obrigada, Fábio!

Foto: Washington Alves/VIPCOMM


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Três vezes Cruzeiro

Boleiros da Arquibancada

A arte nos pés de

Éverton Ribeiro

Por Júlia Alves.

Todo grande espetáculo possui um maestro à sua altura. Foi assim no Campeonato Brasileiro deste ano. O Cruzeiro foi protagonista de grandes exibições, muitas delas comandadas por Éverton Ribeiro. Dono de dribles desconcertantes, assistências milimétricas, gols e golaços, o meia cruzeirense foi indiscutivelmente o craque da competição. O jogador de 24 anos foi revelado pelo Corinthians, mas ganhou visibilidade no Coritiba, time que defendeu em 2011 e 2012 e por qual foi duas vezes vicecampeão da Copa do Brasil. Éverton chegou ao clube celeste no início da temporada, e, na sombra da camisa 10 de Diego Souza, era considerado apenas uma promessa. No entanto, tinha total credibilidade com o técnico Marcelo Oliveira, seu antigo treinador no Sul. A partir da saída de Diego para o Metalist, da Ucrânia, Éverton Ribeiro assumiu a responsabilidade de armar a equipe. É verdade que ele não jogou bem o campeonato inteiro. Foi substituído nos cinco primeiros jogos. Porém, ao longo da

competição, o camisa 17 foi ganhando mais confiança e sua evolução dentro das quatro linhas era nítida. As jogadas encantadoras começaram a aparecer e não demorou para ele cair nas graças da torcida. Éverton Ribeiro deixou de ser uma simples promessa para se tornar uma das principais peças do elenco tricampeão. Com seu futebol envolvente, carregado de agilidade e muito talento, Éverton foi o mortozinho da equipe rumo ao título. Incansável e veloz, a estrela cruzeirense se desdobrava em campo, sendo exímio no ataque e eficiente na marcação. Mas, para o craque celeste, não bastava fazer o simples; era preciso dar show. Dribles, lençóis, chapéus, golaços... tudo isso fez parte repertório eclético do atleta. O que dizer das verdadeiras pinturas como as das partidas contra Bahia e Santos? Foram lances como estes que embelezaram o Brasileirão. Éverton Ribeiro deu muita dor de cabeça às defesas adversárias. Se a marcação apertasse, não tinha problema: o craque resolvia com o seu gingado e os seus dribles. E não foram poucos. O jogador ter-

Foto: Washington Alves/VIPCOMM

minou a competição com o maior número de dribles e acabou sendo apelidado pelos torcedores de Éverton “Dribleiro”. Nada mais justo, é claro. O meia, exercendo

toda sua genialidade para armar o time, também foi responsável pelo maior número de assistências do campeonato. Portanto, será impossível se recordar

do tricampeonato do Cruzeiro sem lembrar o nome de Éverton Ribeiro, jogador que fez do seu futebol uma verdadeira obra de arte para encantar a todo Brasil em 2013.


Boleiros da Arquibancada

Três vezes Cruzeiro

UM POUCO MAIS DE PÃO DE QUEIJO, POR FAVOR

Foto: Washington Alves/VIPCOMM

Por Júlia Alves. “O que é que os mineiros têm?”. Pergunta pertinente no momento. Não é para menos. O futebol de Minas possui o atual campeão da Libertadores e o melhor time do Brasileiro dentro de uma conjuntura em que todos os olhares são voltados para o eixo Rio-São Paulo. Nem o mineiro mais otimista imaginaria que esses dois títulos viriam, ao mesmo tempo, para seu estado em 2013. No entanto, essa realidade não será obra do acaso, mas sim de um trabalho bem feito dentro e fora de campo. Galo e Raposa estão colhendo o fruto de um investimento alto que fizeram em centros de treinamento, profissionais qualificados e gestões administrativas eficientes. Tanto a Toca da Raposa quanto a Cidade do Galo são referências nacionais e proporcionam aos seus atletas um local de excelência para o aperfeiçoamento técnico e físico. Além de um ótimo local de trabalho e grandes jogadores, os dois times possuem pes-

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Foto: Bruno Cantini/Atlético Mineiro

soas se empenhando nos bastidores para que tudo ocorra bem dentro das quatro linhas. A diretoria merece um enfoque especial. Os dois presidentes, Gilvan e Kalil, foram protagonistas de grandes negócios. ATLÉTICO - O mandatário atleticano foi considerado louco por muitos, no entanto, tomou decisão importante e que mudou a história do clube. Alexandre Kalil bancou Ronaldinho. O jogador teve problemas no Flamengo, mas veio para o Galo e mostrou um belo futebol, sendo um dos principais responsáveis pelo vice do brasileiro no ano passado e pela conquista da América em 2013. Kalil acertou novamente quando trouxe o goleiro Victor (dono da Libertadores), Diego Tardelli (de volta após longa novela) e Jô (contestado), fazendo também um esforço para manter o garoto Bernard. Mas o time vencedor começou a ser montado na temporada anterior. A aposta em Cuca foi certeira. Com ele, jogadores fundamentais, como a dupla de

volantes, Pierre e Donizete, somaram ao grupo que também tinha Réver e Léo Silva, considerada por muitos a grande dupla de zaga do país em determinado momento. Marcos Rocha, algumas vezes contestado, também mostrou seu valor em seu retorno após boa temporada no América, e Júnior César foi outra boa aposta para a lateral, apesar de ter perdido posição para Richarlyson em parte da Libertadores. A diretoria também bancou Guilherme, autor de um dos gols mais importantes da história do clube na semi contra o Newell’s, e trouxe Josué, nome importante na reta final após a lesão de Donizete. Sem falar em outros coadjuvantes, como o batalhador Luan. CRUZEIRO - Gilvan de Pinho Tavares foi ao mercado e buscou grandes nomes como o zagueiro Dedé e o meia Júlio Baptista, porém, o gol de placa foram as contratações de jogadores sem espaço em seus clubes para a composição de um elenco forte. O defensor Bruno Rodrigo foi dispensado

pelo Santos e foi o chefão da zaga celeste. Nilton teve passagens discretas por Corinthians e Vasco, mas, em Minas, é o dono da marcação e ainda o artilheiro. Egídio foi renegado no Flamengo, indo para no Goiás até ser contratado pelo time mineiro. Dagoberto não rendia no Inter; aqui, teve atuações importantes. O até então desconhecido Ricardo Goulart veio do campeão da Série B para compor a engrenagem celeste com muita competência. O presidente Gilvan ainda marcou dois golaços. Com a negociação de Montillo, o Cruzeiro comprou Éverton Ribeiro, fundamental na máquina cruzeirense com toda sua categoria - talvez o melhor do campeonato. Outro que fez grande diferença no desempenho foi Willian, que veio por empréstimo do Metalist da Ucrânia, na transação de Diego Souza. Os dois técnicos também têm grande participação no sucesso dos clubes. Cuca abandonou a fama de azarado, montou um time veloz para aproveitar a genialidade de R10 e venceu a Liber-

tadores. Marcelo chegou ao Cruzeiro desacreditado pelo torcida, reformulou a equipe com muitos jogadores recém-chegados e com alguns frutos da base e encaixou cada um de modo que o coletivo se destacasse. E por que não falar que torcidas foram cruciais? Seja com o “Eu acredito” ou “Fechado com o Cruzeiro”, invadiram o Independência e o Mineirão e apoiaram em cada jogo. Em um país no qual a mídia foca em São Paulo e Rio de Janeiro, que concentram as maiores cotas de transmissão e patrocínio, Minas reina soberano. Os times mineiros foram além dos horizontes de BH e bem adiante das montanhas de Minas, e trouxeram, além das taças, o reconhecimento para o futebol mineiro. Depois de alguns anos ruins, 2013 veio para trazer alegria para os mineiros e o prestígio que Atlético e Cruzeiro merecem. Espero que não tenha sido um ano atípico e sim o princípio de uma era em que o Galo e a Raposa briguem no topo de todas as tabelas.


B O L EIR O S D A A R Q U IB A NC A D A : w w w . bo l e i r o s da a r q u i ba n ca d a .c o m


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