OUTRA JORNADA ÉPICA - Boleiros da Arquibancada e NotiGalo

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Outra jornada épica Atlético campeão da copa do brasil 2014

FOTO: BRUNO CANTINI/ATLÉTICO

Edição especial: detalhes de mais uma conquista inédita do Clube Atlético Mineiro fichas, opiniões, fotos e a voz do torcedor


APOSTE NO SEU TIME DO CORAÇÃO! Foi o que muitos mineiros fizeram na Copa do Brasil 2014. Muita gente lucrou por saber muito sobre suas equipes do coração. Na final da Copa do Brasil, por exemplo, para cada R$ 100 que o apostador investiu na vitória do Atlético no Mineirão, o 188BET pagou R$ 412. Um belo lucro. Você pode apostar sem sair de casa! O 188BET aceita depósitos e saques através de todos os bancos nacionais, e tudo sem taxa alguma.

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OUTRA JORNADA ÉPICA Cá estamos nós mais uma vez, amigos. Os nossos blogs Boleiros da Arquibancada e NotiGalo se unem para deixar registrada mais uma campanha histórica do Clube Atlético Mineiro, dessa vez na Copa do Brasil 2014. Após uma estreia tranquila contra o Palmeiras (nos dois jogos), a caminhada prometia ser dura. Primeiro, o “Todo Pode-

um passado ainda doloroso. Replay. 2 a 0 contra na ida, 4 a 1 na volta, de novo no Mineirão, de novo de virada. Na decisão, para coroar a caminhada épica, o adversário perfeito: o Cruzeiro. Por incrível que pareça, com menos dificuldade dessa vez. 2 a 0 no Horto, 1 a 0 no Mineirão, título encaminhado com tranquilidade. Quem diria que uma tem-

roso” Corinthians, nunca antes eliminado pelo Galo em um mata-mata. Assim como nos duelos contra Newell’s e Olimpia na Libertadores, o 2 a 0 contra no primeiro jogo fora de casa obrigava uma vitória por três gols em casa. O palco escolhido foi o Mineirão e, de forma histórica, 4 a 1, de virada. Contra o Flamengo, considerado por muitos como o maior rival do Atlético (fora o Cruzeiro, claro), a chance de dar o troco após a série de eliminações em

porada iniciada aos trancos e barrancos no time comandado pelo fraco Paulo Autuori terminaria com o time organizado, qualificado e campeão de Levir Culpi. Acreditar nunca fez tanto sentido. O Atlético foi o responsável por outra jornada épica. Nesta edição especial, confira detalhes de todos os jogos, com fichas, galeria de fotos e a voz do torcedor. Parabéns, Clube Atlético Mineiro! João Vitor Cirilo.

SUMÁRIO Dominado.........................4 Um time só.......................5 O que tenho.....................6 Mas já? ...........................8 Aos mestres com carinho.....9 Confia... ........................10 De novo?........................12 Muito mais que uma Simples virada................13 Galo vingador!................14 Nós crescemos assim......15 Acreditar... eu sim!..........16 Você pagou com traição............................18 Dono do horto................20 Incrivelmente fácil...........21 Ensaio: A alma da arquibancada..................22 Responsáveis pelo projeto: João Vitor Cirilo, Rodolpho Victor e Márcio Júnio Editor-chefe do Boleiros da Arquibancada: João Vitor Cirilo Editor-chefe do NotiGalo: Rodolpho Victor Projeto gráfico: Márcio Júnio Fotografia: Thomás Santos/Estúdio Treze Divulgação/Clube Atlético Mineiro Divulgação/Corinthians Divulgação/Flamengo

BOLEIROS DA ARQUIBANCADA: boleirosdaarquibancada.com

NOTIGALO: notigalo.com Boleiros da Arquibancada e NotiGalo

Colaboraram com a edição: Bruno Santana Caíque Rocha Leide Botelho Rafael Martins

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Começou tranquilo demais... Oitavas de final:

27/08/2014 - Palmeiras 0x1 Atlético, Pacaembu, São Paulo (SP) 04/09/2014 - Atlético 2x0 Palmeiras, Independência, Belo Horizonte (MG) A caminhada do Atlético na Copa do Brasil começou com extrema tranquilidade. A série oitavas de final só serviu para percebermos a atual fase do Palmeiras. Mal sabia o torcedor o que viria pela frente...

Palmeiras 0x1 Atlético: Dominado - Por João Vitor Cirilo. “O aniversário é do Palmeiras, mas o presente quem ganha é você”, diria aquele pouco criativo publicitário. Um dia após o centésimo aniversário do Verdão, o duelo disputado no Pacaembu teve como vencedor o Galo, que ainda passava por fase de ajustes. Quando a bola rolou, o retrato do que foi durante praticamente todo o ano: o Palmeiras esbarrava na deficiência na armação de jogadas e viu o Atlético dominar o meio de campo e controlar a partida no primeiro tempo. Leonardo Silva chegou a marcar com seis minutos de bola rolando em São Paulo, mas estava em impedimento. Cinco minutos depois, Tardelli foi quem perdeu, mas parou em grande defesa de Fábio. Aliás, o goleiro palmeirense apareceria outras várias vezes ao longo do duelo. Fábio agiu de novo em chute à queima-roupa de Pedro Bote-

lho, aos 29 minutos, e aos 42 em finalização de Jô, que, naquela altura, ainda era o dono da titularidade no comando de ataque alvinegro (será que alguém tem saudades?). Após tantas chances desperdiçadas na etapa inicial, quase a casa do Galo cai aos 45. Cairia se Henrique não batesse um pênalti para fora. Na verdade, ele teve duas chances. A primeira até entrou, mas o juizão mandou voltar a cobrança alegando invasão. O segundo tempo seguiu da mesma maneira: o Atlético criando e Fábio defendendo. Ele parou as finalizações de Léo Silva e Maicosuel antes do Atlético marcar aos 25, com Luan, de peixinho. Victor operou alguns milagres depois e o placar não foi alterado. Naquele cenário, difícil imaginar algum resultado diferente que a classificação.

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Palmeiras 0x1 Atlético-MG PALMEIRAS: Fábio; Weldinho, Lúcio, Victorino e Victor Luis; Marcelo Oliveira, Renato (Felipe Menezes), Mendieta, Mazinho (Cristaldo); Diogo e Henrique (Mouche). Técnico: Ricardo Gareca

ATLÉTICO: Victor; Alex Silva, Leonardo Silva, Jemerson e Pedro Botelho; Josué, Rafael Carioca (Luan), Maicosuel (Marion), Dátolo e Diego Tardelli; Jô (André). Técnico: Levir Culpi Local: Pacaembu, em São Paulo (SP) Público: 18.396 pagantes

Renda: R$ 406.752,00 Data: 27/08/2014, 22h Gols: Luan, 25’/2ºT

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Atlético 2x0 Palmeiras: Um time só - Por João Vitor Cirilo No Horto, só se viu um time em campo. E ele jogava de preto e branco. O Palmeiras não demonstrou nenhum tipo de reação à pressão imposta pelo Galo, que matou o jogo logo com 16 minutos de bola rolando. Aos 12, o goleiro Fábio, que pegou tudo em São Paulo, errou na saída de bola e Jemerson subiu mais alto que todo mundo para abrir o placar.

gundo gol. Dátolo deu ótimo passe para Carlos, que bateu cruzado; Fábio espalmou e a bola sobrou para Luan só empurrar para o fundo das redes. O Atlético dominava todo o meio de campo e não dava espaços para o adversário jogar. O Palmeiras apresentava erros de posicionamento, a defesa batia cabeça e não conseguia encaixar a marcação. Nos raros momen-

bém mostraram deficiências com muitas falhas de finalizações. No segundo tempo, o Galo diminuiu o ritmo e passou a cadenciar o jogo. Mesmo sem muito esforço, os donos da casa continuavam superiores e até tinham espaço para buscar ampliar a vantagem no marcador. O goleiro Victor trabalhou pouco na partida e, quando foi acionado em uma das

A torcida atleticana ainda tos que o Verdão chegou ao ata- poucas vezes que o Palmeicomemorava quando saiu o se- que, os homens de frente tam- ras arriscou, fez boa defesa.

FOTO: BRUNO CANTINI/ATLÉTICO

Atlético-MG 2x0 Palmeiras ATLÉTICO: Victor; Alex Silva, Léo Silva, Jemerson e Pedro Botelho (Emerson Conceição); Rafael Carioca, Leandro Donizete, Dátolo (Claudinei) e Luan (Dodô); Carlos e Jô. Técnico: Levir Culpi

PALMEIRAS: Fábio; Weldinho, Lúcio (Wellington), Tobio e Juninho; Renato, Marcelo Oliveira, Allione (Mazinho) e Bruno César (Cristaldo); Diogo e Henrique. Técnico: Ricardo Gareca Local: Independência, em Belo Horizonte (MG) Público e renda: 19.657 pagantes / R$ 261.010

Data: 04/09/2014, 20h Gols: Jemerson, 12’/1ºT, Luan, 16’/1ºT

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O QUE TENHO - por Leide Botelho Olho pro céu e agradeço as cores que me vestem, pela família alvinegra, pela fé no meu DNA. Acredito sim, acredito com humildade. A humildade de quem teve que lutar muito e sempre para ter o que tem. A humildade de quem não se intimidou diante das dificuldades, que não pulou do barco com medo de que ele afundasse.

Tenho fé e humildade, traços marcantes de uma história de imortalidade. Tenho amor e paixão, porque só um ou outro não são suficientes pra não deixar de lutar. Tenho raça e vontade, porque nem o pior vento e a maior tempestade me fazem temer o amanhã. Sou verdade! Porque o que sinto, sinto sem esperar nada em troca. Porque

o que escolhi como jeito de ser é gratuito, é forte, desperta curiosidade, inveja e medo. Olho pro céu e agradeço porque com superação e entrega. Ensinar essa doutrina é simples. O dia hoje começa com ansiedade, mas como todos os dias, começa e termina com a certeza de que não quero ser outra coisa que não ATLETICANA.

FOTO: THOMÁS SANTOS/ESTÚDIOTREZE

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Respeitem o Galo! Quartas de final:

01/10/2014 - Corinthians 2x0 Atlético, Arena Corinthians, São Paulo (SP) 15/10/2014 - Atlético 4x1 Corinthians, Mineirão, Belo Horizonte (MG)

FOTO: BRUNO CANTINI/ATLÉTICO

“Todo Poderoso Timão”? Não! Aqui é Galo! O Atlético impôs respeito a todo o Brasil durante as quartas de final. Não existe 2 a 0 contra que deixe o povo atleticano incrédulo.

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Corinthians 2x0 Atlético: Mas já? - Por João Vitor Cirilo Já sabíamos que a facilidade encontrada na série contra o Palmeiras não deveria ser mais encontrada dali pra frente na Copa do Brasil. Agora o caldo começava a engrossar e do outro lado estava o Corinthians, que se caracterizou por uma defesa sólida nos últimos anos. Jogando o primeiro duelo na nova arena do time paulista, o Galo até criou chances, mas esbarrava

o time paulista passou a aproveitar alguns erros do Galo na defesa para criar. Paolo Guerrero, iniciando noite inspirada, teve a primeira chance aos 18 minutos, em chute cruzado e para fora. Seis minutos depois, o gol. O cruzamento de Renato Augusto foi na medida para o centroavante peruano, que ganhou de Marcos Rocha, cabeceou, encobriu o goleiro Victor e contou com a sorte

golpe fatal. A melhor dela veio aos 34, quando Dátolo recebeu lançamento de Guilherme na área e acertou a trave. Dois minutos depois, o goleiro Victor falhou ao sair do gol em cobrança de falta e Guerrero desviou para Luciano que, com o gol aberto, só empurrou para o fundo das redes: 2 a 0. Com a vantagem ampliada, o clube paulista administrou o restante da partida vendo o Atlético cada

nos erros de passe e nas falhas em momentos decisivos. Quando chegou ao ataque, aos 10 minutos, Gil salvou milagrosamente a finalização de Guilherme que entraria no gol. Depois disso,

ao ver a bola pegar na trave duas vezes e entrar. O nervosismo bateu no Atlético, que aumentou ainda mais os erros de passe. Na etapa final, o Galo perdeu algumas boas chances antes do

vez mais nervoso. Muitos diziam que “apenas um milagre” classificaria o Atlético Mineiro. Bom, estamos falando de Atlético...

Corinthians 2x0 Atlético-MG CORINTHIANS: Cássio; Fagner, Gil, Anderson Martins e Fábio Santos; Bruno Henrique, Elias, Petros e Renato Augusto (Danilo); Guerrero e Malcom (Luciano). Técnico: Mano Menezes FOTO: RODRIGO COCA/AG.CORINTHIANS/DIVULGAÇÃO

ATLÉTICO: Victor; Marcos Rocha, Leonardo Silva (Edcarlos), Jemerson e Douglas Santos; Leandro Donizete, Josué, Dátolo e Guilherme (André); Diego Tardelli e Carlos (Luan). Técnico: Levir Culpi Local: Arena Corinthians, em São Paulo (SP) Público: 27.457 pagantes - 27781 presentes

Renda: R$ 1.495.296 Data: 01/10/2014, 22h Gols: Guerrero, 24’/1ºT, Luciano, 36’/2ºT Boleiros da Arquibancada e NotiGalo

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Aos mestres, com carinho – por Rodolpho Victor brilhar algumas vezes. E no calor infernal da capital, sua frieza foi fundamental. Bola na rede, desespero total. Tardelli me ensinou que quem quer acaba conseguindo. Pra esse eu dou nota 10. Luan também tentou, mas se sua alma estava disposta, o corpo não soube acompanhar. Restou ao Madson assistir o jogo e chorar, como um “fiel” torcedor. Os corintianos deveriam ter sido expulsos de sala. É covardia deixar pobres seres sofrerem tanto. Tem que ter o sangue muito frio. Sorte pro Galo, que bebeu sangue quente de gavião. Guilherme não. Ele é calculista. Sabe a hora certa de enfiar a espada no rival. Foi cortando o oxigênio da ave

de rapina aos poucos. Ele dá no meio. No meio do gol. Só faltava mais um. A Massa pedia. “Mais um, mais um”. E quando o aluno pede, o Mestre retribui. E o Galo com sua mania de criar ídolos caricatos fez surgir mais um. Daqui 50 anos, quando contarmos que a gente estava naquele 4 a 1, vamos falar que Edcarlos subiu no terceiro andar e fez o quarto. Depois do quarto, nossa quarta entrou pra história. Nunca deixe de sonhar e acreditar, porque a aula daquela noite nos mostrou tudo. No dia dos professores, a lição que fica é uma só: aqui no Mineirão gavião vira galinha. Que venha o próximo…

FOTO: THOMÁS SANTOS/ESTÚDIOTREZE

Toda hora é hora de aprender. E não tinha dia mais oportuno para tal. Um gol adversário nem sempre decreta o fim. Aqui em Minas, paulistas, ele só mostra por onde começamos. Aprender sobre o dinheiro é muito bom. R$ 50 que estava caro antes do jogo, ficou barato depois. Se nos obrigassem a sair do estádio, compraríamos mais um. Uns. Alguns. Luan me ensinou que pra terminar uma caminhada, precisamos do primeiro passo. Guilherme deu o passe, e o menino maluquinho guardou de cabeça. Guilherme mostrou que nem sempre precisamos de técnica. A estrela tem que

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Atlético 4x1 Corinthians: Confia... - Por João Vitor Cirilo “Confia, que a história não vai terminar assim”. A música cantada pelo lateral Júnior César antes da final da Libertadores 2013 está na mente dos atleticanos. Católicos, espíritas, evangélicos, ateus... todos têm sua fé, mesmo que ela não tenha nenhuma relação com alguma divindade. Estamos falando de futebol, do Clube Atlético Mineiro. “O Corinthians não leva três gols, o Galo não vira de jeito nenhum”, diziam. Sabe aquela história de que

sua parte, mesmo depois de Guerreiro ganhar do ótimo garoto Jemerson e quase colocar o Corinthians na semi. Quase. Dali pra frente, o time se organizou e a superação apareceu. E a genialidade de Guilherme também. Contestado por alguns, mas com qualidade reconhecida por todos, o camisa 17 cruzou e a bola morreu no gol de Cássio aos 23 minutos. Luan tentou cabecear e acabou ganhando o gol. Aos 31, novamente

ataque confiando que conseguiria segurar. Sacou Malcom e Renato Augusto, armas de contragolpe. Melhor para o Galo, que tinha em Tardelli o exemplo: em campo no mesmo dia em que chegara de longa viagem com a seleção. A vontade de Tardelli contagiava a equipe, que não desistiu após o gás de seu camisa 9 acabar. Aos 31, Douglas Santos cruzou, Carlos ajeitou e Guilherme, que regula em decisões, fez o terceiro. Ele

quando a camisa alvinegra está em campo, as dificuldades são esquecidas? O time estava disposto a mostrar que encarnou o espírito. O momento: 15/10/14, no Mineirão. Após o balde de água fria em São Paulo, a confiança na classificação não foi total como outras vezes, mas quem foi ao estádio fez

Guilherme finalizou e contou com desvio para ver a bola entrar. Era necessário marcar mais dois. O Galo não desistiu mesmo perdendo o lutador Luan (saiu ao intervalo com dores na costela, quebrada após no clássico dias antes). Quem acabou ajudando foi Mano Menezes, que abriu mão do

de novo! A concretização do sonho veio aos 41, quando Dátolo cobrou escanteio da esquerda e o contestado – mas em boa fase – Edcarlos tocou para as redes de Cássio. O Mineirão explodiu em festa como quem tivesse conquistado um título por antecipação. E ele estava a caminho. FOTO: BRUNO CANTINI/ATLÉTICO

Atlético-MG 4 x 1 Corinthians ATLÉTICO: Victor; Marcos Rocha, Edcarlos, Jemerson e Douglas Santos; Leandro Donizete (Josué), Luan (Maicosuel), Dátolo e Guilherme; Diego Tardelli (Marion) e Carlos. Técnico: Levir Culpi CORINTHIANS: Cássio; Fagner, Anderson Martins, Felipe e Fábio Santos; Guilherme Andrade (Elias), Bruno Henrique, Petros e Renato Augusto (Danilo); Malcom (Luciano) e Paolo Guerrero. Técnico: Mano Menezes Local: Mineirão, em Belo Horizonte (MG) Público e renda: 32.640 pagantes / R$ 1.704.425,00

Data: 15/10/2014, 22h Gols: Guerrero, 4’/1ºT; Luan, 21’/1ºT, Guilherme, 31’/1ºT e 31’/2ºT, e Edcarlos, 41’/2ºT Boleiros da Arquibancada e NotiGalo

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“Classificadaço!” Semifinal:

29/10/2014 - Flamengo 2x0 Atlético, Maracanã, Rio de Janeiro (RJ) 05/11/2014 - Atlético 4x1 Flamengo, Mineirão, Belo Horizonte (MG)

FOTO: THOMÁS SANTOS/ESTÚDIOTREZE

De alma lavada! Foi com esse sentimento que o torcedor alvinegro saiu de campo no dia 5 de novembro. Todas as dolorosas derrotas do passado foram vingadas por esse time que luta enquanto houver esperança.

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Flamengo 2x0 Atlético: De novo? - Por Bruno Santana Nas semifinais, mais um fantasma pela frente: o Flamengo. Se nas quartas de final o Atlético quebrou o tabu de nunca ter eliminado o Corinthians em uma disputada de mata-mata, contra o time rubro-negro isso já havia acontecido uma vez, mas várias outras duras eliminações deixaram feridas abertas no torcedor atleticano por algumas décadas. Entre as polêmicas, “apenas” uma decisão de Campeonato Brasileiro, uma semifinal e uma decisão de vaga para a Copa Libertadores de 1981, esta última no Serra Dourada, tendo como ato principal a arbitragem de José Roberto Wright.

O resultado disso tudo foi o sentimento de rivalidade dos atleticanos contra o time do Rio. Algo havia de ser resgatado. E a hora era essa. Jornais cariocas trataram de colocar a pimenta a mais na história. “Freguês” era a forma como se referiam ao Atlético. Rio de Janeiro, quarta-feira, 29 de outubro de 2014, 22 horas. O Maracanã era palco de mais um encontro de um clássico que é considerado o maior interestadual do país. O time de Levir Culpi detinha a maior posse de bola no primeiro tempo, mas via pela frente uma forte marcação do time de Vanderlei Luxemburgo, somado a uma noite

pouco inspirada do meio de campo atleticano, que não conseguia criar oportunidades. Esperando uma bola para abrir vantagem, o Flamengo teve duas. Uma delas com Cáceres em bola alçada na área por Gabriel os 15 minutos e a segunda em uma cobrança de pênalti convertida por Chicão aos 33. 2 a 0, de novo. O alvinegro até teve chance de marcar o seu, mas Dátolo perdeu chance preciosa dentro da pequena área. O milagreiro Victor segurou o 2 a 0 contra. Segurou mesmo, já que vencer o Atlético por 2 a 0 no primeiro jogo, ultimamente, não tem se tornado a melhor pedida. FOTO: GILVAN DE SOUZA/FLAMENGO/DIVULGAÇÃO

Flamengo 2x0 Atlético-MG FLAMENGO: Paulo Victor; Léo Moura, Chicão, Samir e João Paulo; Cáceres, Canteros (Amaral), Marcio Araújo, Everton (Luiz Antônio) e Gabriel; Eduardo da Silva (Nixon) Técnico: Vanderlei Luxemburgo ATLÉTICO: Victor; Marcos Rocha, Edcarlos, Jemerson e Douglas Santos (Alex Silva); Pierre (Luan), Josué, Dátolo e Maicosuel; Carlos (Marion) e Diego Tardelli. Técnico: Levir Culpi Local: Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ) Público: 40.909 pagantes - 45.642 presentes Renda: R$2.858.215,00 Data e hora: 29/10/2014, 22h (de Brasília) Gols: Cáceres, 15’/2ºT, Chicão, 33’/2ºT Boleiros da Arquibancada e NotiGalo

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Muito mais do que uma simples virada – por Rodolpho Victor Tá chegando, amigão. Você achou que depois da Libertadores, depois do título da Recopa, depois do Corinthians tudo seria mais fácil? Se enganou, irmão. Algo dispersou sua atenção e te deixou maluco. Aqui é o Clube Atlético Mineiro Por aqui, nada pode ser fácil. Tudo precisa ter um empecilho, um problema. Todo caminho tem que ter uma pedra. Toda passagem precisa de um obstáculo. E em todos eles, lá está o Manto e o Atleticano, pulando por cima de todos eles e superando cada desafio que vê pela sua frente. Aqui a flor tem mais espinhos do que o normal, mas a mão do Atleticano é calejada, de uma história sofrida, mas que nunca nos deixa abalar. Chegar ao paraíso é fácil, difícil é o caminho que precisamos percorrer. Mas chegamos, porque lá no fundo, tudo está escrito com um final feliz. E neste final feliz, por mais que ele demore a chegar, la está o Atleticano pulando e sorrindo, porque ele sabe que o que é nosso tá guardado. Não tem essa de certo ou errado. Tudo está escrito da forma como deve ser. O Universo é Atleticano. O Universo, não compara a explosão de uma estrela com a queda de um copo. Em todas elas, ele grita “Gaaaloooo!”. Ele sabe que temos que caminhar para isso. Sem a existência do Glorioso, o Universo seria apenas algumas pedrinhas girando ao redor das outras. Passem todos os anos,

cheguemos no fim de tudo, quando tudo estiver prestes a acabar, o último sorriso será nosso. O último sorriso será de um Atleticano, que vai ajoelhar, olhar para o nada e dizer “Valeu a pena. Valeu a pena, Galo”. E aqui estamos nós mais uma vez, mostrando para a história que tudo só termina no fim. Aqui estamos nós, irmãos de sangue alvinegro, diante da história. É emocionante. Quem viu 1981, viu. Quem viu 1980, sentiu aquele ano. Quem estava em 1987, chorou mais uma vez. A nova geração viu um pouco da rivalidade em 2009, e agora, quatro anos depois, se depara com a história mais uma vez. Vamos juntos, Atleticanos de coração e alma, caminhando rumo ao Minera, pra saborear a emoção que é torcer pelo Atlético Mineiro. E mais uma vez vemos o vermelho e o preto. E se aproximar um pouco, vemos o amarelo da arbitragem, a mídia e o verde do dinheiro. Mas agora o verde será destruído pelos Atleticanos. Vamos deixar a grama do Gigante vermelha. Cada entrada, cada dividida, cada chute, cada cabeceiro, terá o nosso coração e a vontade de vingança que nos cerca. Vamos transformar o Mineirão em um verdadeiro inferno. Mostraremos aos urubus que o vermelho nem sempre trás o sorriso. O Atleticano nasce, vive e vence. Ele não existe por existir. E nós vamos assim até o fim, contra tudo e contra todos. So-

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mos os Maiores. Somos os Vingadores. Não pedimos vitórias e nem espetáculo, isso é consequência. Só pedimos que aqueles onze entrem em campo e deixem suas almas dentro daquele retângulo insignificante. Vamos mostrar mais uma vez amigos, irmãos, elenco e comissão que nós não somos qualquer um. Não se esqueça, nós somos o Clube Atlético Mineiro. Venha junto, vamos escrever mais um capítulo nesta linda história, que jamais terminará. Se você não tem motivos para ir ao campo, não vá por você ou pelo preço do ingresso. Vá pelo Reinaldo de 1980, pelo Reinaldo de 1981. Vá pela vingança ao Zé Roberto Rato e ao Aramengão. Vá pelos 5 mil Atleticanos que calaram 35 mil flamenguistas no Maracanã. Vá e cante em nome do Oldair, que levantou a primeira taça do Brasileiro e estará dentro de campo nos ajudando. E vamos festejar ao final do jogo, como um único espírito. Você merece estar lá. Você é guerreiro, vencedor, nunca desistiu e não será agora a primeira vez. Você sabe que nós merecemos, que temos um lugar de estar e nunca sairemos dele. Hoje tem muito mais coisas envolvidas do que a virada. Nos encontraremos no Mineirão nesta quarta, cantando como nunca e honrando o nome de Minas como sempre, ok? E eu não aceito um não como resposta.

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Atlético 4x1 Flamengo: Galo Vingador! - Por Bruno Santana Parece brincadeira. Vencer o Atlético por 2 a 0 no primeiro jogo é morte e isso se confirmou no Mineirão, que viu a quarta virada heroica e histórica em menos de dois anos. A história foi construída lentamente, da maneira na qual o atleticano se acostumou. O alvinegro começou atacando pesado. Tardelli carimbou a trave de Paulo Victor na primeira parte. O tempo ia passando, os torcedores assistiam apreensivos e os

na saída de Victor. De novo, o “eu acredito!” vindo das arquibancadas. No tempo restante, o Galo tinha pouco mais de uma hora pra fazer quatro gols e manter vivo o sonho de ser campeão da Copa do Brasil. Aos 41 minutos, Douglas Santos encontrou Carlos na área para empatar. O Mineirão era festa naquele momento e a torcida sabia o que poderia e iria acontecer. Veio o segundo tempo e uma missão de fazer três gols. O Fla-

mada seguia acreditando, mas o tempo parecia adversário. Mas o Atlético demonstrava um controle emocional e uma garra vista em pouquíssimos times no mundo. A regra é não se abater jamais. Já aos 36, Dátolo – que havia perdido chance clara no Rio – fez 3 a 1. Ainda faltava um gol, e ele não demorou. Em bola levantada para a área aos 39, a bola tinha destino certo. Primeiro, o pé do guerreiro Luan; depois, o fundo das redes.

muitos flamenguistas adoravam aquele cenário. O roteiro estava escrito. O Flamengo é quem marcaria primeiro. Aos 34 minutos, Everton disparou pela esquerda e chutou cruzado

mengo não conseguia atacar vendo pela frente um time com ímpeto infinito e pronto para acabar com aquele história de freguesia. Maicosuel marcou o segundo gol aos 11 minutos. A torcida infla-

O “maluquinho” transformava o Mineirão, de novo, no palco iluminado de uma virada histórica. Os minutos restantes foram para provar a santidade de Victor no desespero da equipe do Flamengo.

FOTO: BRUNO CANTINI/ATLÉTICO

Atlético-MG 4x1 Flamengo ATLÉTICO: Victor; Marcos Rocha, Léo Silva, Jemerson e Douglas Santos; Josué (Leandro Donizete), Dátolo, Luan e Maicosuel (Marion); Diego Tardelli e Carlos (Dodô). Técnico: Levir Culpi FLAMENGO: Paulo Victor; Léo, Chicão, Wallace e João Paulo; Cáceres, Márcio Araújo, Canteros e Everton (Mattheus); Nixon (Elton) e Eduardo da Silva (L.Antônio). Técnico: Vanderlei Luxemburgo Local: Mineirão, em Belo Horizonte (MG) Público: 41.352 pagantes Renda: R$ 4.615.660 Data e hora: 05/11/2014, 22h Gols: Everton, 33’/1ºT; Carlos, 41’/1ºT, Maicosuel, 11’/2ºT, Dátolo, 35’/2ºT, e Luan, 40’/2ºT Boleiros da Arquibancada e NotiGalo

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Nós crescemos assim – por Rodolpho Victor Eu sei que muita gente que nasceu e viveu o Galo dos anos 90 pra trás sofreu demais com o Galo. No quesito sofrimento e emoção estou apenas engatinhando. Mas se tivesse um filho hoje, teria muita história pra contar. Quando me falaram que o Galo cairia em 2005, eu acreditei até o último suspiro. E em 2006 eu comecei a viver esse Clube com muita intensidade. Quando estávamos lá embaixo, e houve a troca de técnicos e o apoio da Massa, eu continuei acreditando. E tudo deu certo. Acreditei em todos os anos, em todos os jogos. É da nossa essência. Antes de não desistir como brasileiro, eu acredito como um Atleticano. Em 2012 acreditamos em várias oportunidades,

mas no final restou a vaga na Libertadores. E nós continuamos a acreditar que daria certo. E o dia foi perfeito. Ver o brilho nos olhos do Ronaldinho e o sorriso no seu rosto foi mágico. Nos fez acreditar que 2000eGalo seria perfeito. e nós acreditamos mesmo. E como acreditamos, amigos… Se dependesse da mídia ignorante e parcial, seríamos o segundo do grupo. Mas destruímos e lideramos toda a competição. Se dependêssemos do soberaninho, cairíamos nas oitavas. E se dependesse do gramado sintético, nas quartas. Se dependesse do espírito pessimista, nem chegaríamos a final e, consequentemente a taça não chegaria. Nesta quarta vamos nos deparar mais uma vez com

o destino em nossa frente. E os malditos dois gols voltam a nos incomodar. A mídia paulistinha esqueceu de perguntar se nós estamos preocupados com isso. Não o quanto eles pensam. Infelizmente nossa torcida está ficando seletiva. É um fato muito deprimente. Nem 40 mil ingressos foram vendidos. E não me venha reclamar de 50 reais. Quem for ao Mineirão, vai ter que cantar três vezes mais. Vamos cantar com o coração. Hoje é dia de guerra. Vamos lotar o Gigante da Pampulha e mostrar pro Corinthians que aqui é Galo. Vamos sofrer bastante e sair cantando nosso segundo hino. Quando nós acreditamos, fica difícil bater de frente. E se é pra voltar com a mística: EU ACREDITO!

FOTO: THOMÁS SANTOS/ESTÚDIOTREZE

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Acreditar... Eu Sim! - Por Rafael Martins “Acreditar, eu não Recomeçar, jamais... Não sei se você me enganou Pois quando você tropeçou

FOTO: THOMÁS SANTOS/ESTÚDIOTREZE

Não viu o tempo que passou...”

A bela canção composta por rota que nos deixa apreensiDona Ivone Lara e Delcio Car- vos, chateados. A enganação valho poderia expressar o senti- numa partida mal disputada mento do atleticano. Porém, de- não nos desequilibra mais. pois do dia 30 de maio de 2013, As noites perdidas na tristedata em que Victor se tornou São za, agora são mínimas diante Victor isolando o pênalti de Rias- das que perco com as grandes cos com a bendita perna esquerda viradas, as vitórias épicas, as aos 47 minutos do segundo tem- disputas por títulos. po, o atleticano acredita em tudo Não imaginávamos há alguns – inclusive em Papai Noel.

anos que passaríamos por isso,

O recomeço vem logo na amigos. Graças a Deus, nos enmanhã seguinte de uma der- ganamos. Boleiros da Arquibancada e NotiGalo

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O desfecho perfeito final:

12/11/2014 - Atlético 2x0 Cruzeiro, Independência, Belo Horizonte (MG) 26/11/2014 - Cruzeiro 0x1 Atlético, Mineirão, Belo Horizonte (MG)

FOTO: THOMÁS SANTOS/ESTÚDIOTREZE

O adversário perfeito para uma campanha quase perfeita. Bom, perfeita do jeito do Galo. E a decisão, ao contrário das fases anteriores, foi irretocável. Na bola, o título tinha que ser do Atlético.

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VOCÊ PAGOU COM TRAIÇÃO – por Caíque Rocha Vindo de Caratinga em 2013, 2014 já foi um ano especial pra mim. Finalmente me acostumei com a cidade, estilo de vida, custo e pude realizar meu maior sonho: ficar mais perto do Galo, minha paixão maior. Antes só dava pra acompanhar de longe e, raríssimas vezes, viajar 100km pra vê -lo no Ipatingão. Não posso dizer que é um sonho 100% realizado, pois tudo que queria era sentir o clima antigo, a favela nos estádios, todo mundo cantando e sem frescura. Hoje, isso é utópico. Felizes são os nordestinos que, mesmo com estádios muito bons e nos “padrões”, ainda respiram aquela que sempre foi a atmosfera do verdadeiro futebol brasileiro. Enfim, fiz minha parte. Na Libertadores deu pra ir em todos os jogos em casa, assim como na maioria os jogos do Brasileirão, até então. Nessa Copa do Brasil, em casa fui a todos também. Quando ninguém tava nem aí contra o Palmeiras, eu e meus parceiros estávamos lá. Lavei minha alma contra Corinthians e Flamengo; vinguei um time inteiro, aquele de 1981. Fizemos um pacto, eu e meus amigos, algo parecido com que um certo 10 fez com a Massa: “Vamos juntos até o final!” É… Infelizmente

não vamos. No banheiro antes do último jogo, o pessoal discutia. Uns falavam que o Kalil errava em não jogar sempre naquele estádio padrão FIFA, e que era nossa verdadeira casa (e é!). Realmente lá é muito melhor. Outro berrava: “Ninguém pode falar nada contra o nosso presidente. Ele nos deu uma Libertadores”. Eu só pude responder: “Olha, meu amigo, sou realmente grato a ele por ter feito um time competitivo para tal conquista, mas não posso admirá-lo. Ele nos tirou nosso maior patrimônio, nossa verdadeira torcida”. Fiquei calado, após dizer isso, assim como todos que estavam ali. Rsrs. E nem precisei falar do descaso com nossos ídolos eternos. Mas a facada foi muito maior agora. Olha, não acho que exista alguém que seja mais ou menos torcedor que o outro (apesar de alguns aí nos twitters da vida se acharem OS ATLETICANOS, rs), mas é evidente como o comportamento daquele que só vai na boa, quando o ingresso tá caro e o preto favelado não tá em pé na frente dele que SENTADO, é outro. Vão me desculpar, mas o Atlético não é nada sem um “Vai pra cima deles Galo” bem cantado e até mesmo um “Bota cara alemão” pra extravasar e exterminar

seus demônios. Do fundo do meu coração, espero que eu esteja errado e que quem for quartafeira cante até a alma. Sei que muitos dos que trabalham duro e que tão sempre lá, nas fases boas ou ruins, farão loucura pra estarem presente, mesmo que também sintam essa indignação. Dessa vez não vai dar pra mim. As coisas podem mudar até lá, mas realmente acho que não vai dar. Preciso ter vergonha na cara. E se for pra ir sem meus companheiros de sofrimento, aqueles que acreditaram durante todo o caminho, prefiro nem ir. Só no Brasil mesmo que um cidadão paga R$30 pra ver o Messi e o Dí Maria e R$ 400 pra ver um Conceição não acertar nem um cruzamento. Só peço que o nosso futuro presidente seja alguém mais sensato e carinhoso conosco. Porque um cidadão que ia de geral, no sol quente, apoiar o time na série B ficar de fora para um playboy que via tudo pelo ‘pay per view’ comer o filé, não é justo. Desculpem o desabafo, só não quero que meu time vire coisa de burguês. Eu gosto é de cachorro invadindo o campo e neguinho rodando camisa. Ah, e gosto do Galo também. Muito!

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Atlético 2x0 Cruzeiro: Dono do Horto - Por João Vitor Cirilo

FOTO: BRUNO CANTINI/ATLÉTICO

As semanas pré-clássico, jogo que, em importância, poderia ser considerado o maior de toda a história de Atlético e Cruzeiro, foi marcada por discussões extracampo que mancharam de certo modo o que poderia ser uma decisão ainda mais épica. Após muita discussão, definiu-se que o Galo jogaria no Independência e a Raposa não teria seus torcedores no estádio, abrindo mão de sua carga de ingressos. O Cruzeiro acabaria dando o troco depois, de forma tão lamentável quanto, mais isso é história pra depois. Falemos do jogo.

O Atlético apostou em mandar o jogo no Independência por três motivos. 1: o excelente retrospecto no Horto (apenas três derrotas em três anos); 2: o Cruzeiro queria jogar no Mineirão; 3: o Cruzeiro nunca fez bons clássicos quando jogou no Independência. Pois bem, quando a bola rolou, o Atlético realmente foi melhor desde o início. O gol saiu logo aos oito minutos, com Luan, o cara da Copa do Brasil – e impedido. Com seus principais jogadores Éverton Ribeiro, Ricardo Goulart e Willian - apagados, o Cruzeiro encontrou dificuldade. Alternativa para a ausência do meio, o

lateral Mayke também era bem marcado pelo jovem Carlos. O Atlético aproveitou para dominar o resto da primeira etapa, mas sem marcar mais vezes. No segundo tempo, o Galo seguiu dominando e o segundo gol veio após cobrança de lateral de Marcos Rocha para a área. Carlos ajeitou para Dátolo estufar as redes, aos 13 minutos. As alterações cruzeirenses não surtiram efeito e, na bola, o Atlético poderia até ter feito mais. O placar não foi alterado talvez por excesso de preciosismo e um pouco pelo goleiro Fábio. De qualquer maneira, a vantagem era excelente.

Atlético-MG 2x0 Cruzeiro ATLÉTICO: Victor; Marcos Rocha, Leonardo Silva, Jemerson e Douglas Santos; Josué, Leandro Donizete, Luan (Marion) e Dátolo; D.Tardelli e Carlos. Técnico: Levir Culpi CRUZEIRO: Fábio; Mayke, Léo, Bruno Rodrigo e Samúdio; Lucas Silva (Nilton), Henrique, Everton Ribeiro (Julio Baptista), Ricardo Goulart (Dagoberto) e Willian; Marcelo Moreno. Técnico: Marcelo Oliveira Local: Independência, em Belo Horizonte (MG) Público: 18.578 pagantes Renda: R$ 4.741.300,00 Data e hora: 12/11/2014, 22h Gols: Luan, 8’/1ºT; Dátolo, 13’/2ºT Boleiros da Arquibancada e NotiGalo

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De nós – por Leide Botelho pro céu, qualquer coisa que fosse pra poder acalentar minha alma meio humana e diminuísse a adrenalina a qual vimos tentando nos acostumar. Não sei dizer quantas vezes repeti a minha oração. Talvez nunca tenha rezado tanto o Santo Rosário. Um verdadeiro mix de fé e paixão. E cá pra nós, como esses dois ingredientes juntos são ainda mais belos não é? Acreditamos, mas acreditamos vivendo um transe. Por vezes nos sentimos fora de nossos corpos, numa esfera totalmente diferenciada da existência humana. Êxtase, mágica, milagre! De nós fica para a história, a capacidade que não se descreve, que só se sente, de ressurgir, de voltar a viver quando o óbito é considerado certo. Do mundo para nós fica, uma inveja incalculável pelo

privilégio na arte de sermos atendidos pelos céus em situações desesperadoras. Estamos na final! Mais que estar numa final de campeonato, estamos na final porque derrubamos previsões. Estamos na final porque derrubamos a arrogância dos que se preocupam em falar demais. Estamos na final! Teremos um confronto tão histórico quanto tudo o que sentimos, vivemos e desmistificamos. Cabe-nos agora, continuar a exalar o amor, a fé e a raça. Como que em transfusão, injetar em nossos heróis a vontade e a esperança. Focar no nosso Galo e esquecer todo o resto. A nós importa mais o que somos e menos o que são os outros. Somos Atleticanos e aqui o impossível é nosso cúmplice! Saudações Alvinegras!

FOTO: THOMÁS SANTOS/ESTÚDIOTREZE

De nós podemos afirmar que algo transformador aconteceu no quesito fé de 2013 até 2014. Não que não a tínhamos, mas a força descomunal que adentrou nossas almas desde 30 de maio de 2013 e fez morada nos impôs um novo jeito de ver a vida como um todo. Longe do previsível, do “aceitável” aos que caminham entre os mortais, fizemos uma nova tatuagem, assumimos com as cores que tremulam em Lourdes, a tatuagem definitiva da imortalidade. Aquela que nos sela mais uma vez, como seres possuidores de dons que nem a razão e muito menos o coração conseguem explicar, semideuses. Ontem enquanto observava todo o ambiente ao meu redor, confabulava comigo mesma e buscava muitas vezes olhando

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Cruzeiro 0x1 Atlético: Incrivelmente fácil - Por João Vitor Cirilo Após mais duas semanas de polêmicas extracampo por conta de decisões contestáveis das duas diretorias, Cruzeiro e Atlético entraram em campo no Mineirão, com a maioria de cruzeirenses (cerca de 37 mil) e menos de dois mil atleticanos. Dentro de campo, parecia que a desvantagem de dois gols era do Atlético. Apenas o Galo jogou bola, buscou o gol, impôs seu ritmo. No primeiro tempo, foram pelo menos três chances claríssimas de gol desperdiçadas. Marcos Rocha saiu na cara de Fábio e parou no goleiro celeste; Dátolo mandou por cima

após pegar rebote com o gol praticamente vazio; Diego Tardelli apareceu dentro da pequena área mas finalizou de joelho, por cima. Pra espantar aquela história de “quem não faz, leva”, seria do camisa 9 do time alvinegro o gol do alívio. Aos 47 minutos, Dátolo cruzou da direita e encontrou Tardelli na área. De cabeça, o ídolo da Massa deslocou Fábio e inaugurou o marcador no último ato da primeira etapa. Mesmo sem Luan, que saiu lesionado na etapa inicial, o Galo não sentiu o baque e seguiu dominando. O Cruzeiro não

demonstrava a força característica jogando em seus domínios e só teve uma chance, em chute de Ricardo Goulart para fora. São Victor nem sujou o uniforme. O tempo foi passando e a certeza do título foi ficando cada vez mais certa na cabeça dos 1800 atleticanos que cantavam mais alto no Mineirão e nas de toda a Massa espalhada pelo mundo. Mais um título inédito que devolve ao Atlético o tamanho que ele sempre teve, mas custava a demonstrar nas quatro linhas. A Copa do Brasil, na bola, já era do Galo.

Cruzeiro 0x1 Atlético-MG CRUZEIRO: Fabio; Ceará (Julio Baptista), Léo, Bruno Rodrigo e Egídio; Henrique (Willian Farias), Nilton, Éverton Ribeiro, Ricardo Goulart e Willian (Dagoberto); Marcelo Moreno. Técnico: Levir Culpi

FOTO: BRUNO CANTINI/ATLÉTICO

ATLÉTICO: Victor; Marcos Rocha, Leonardo Silva, Jemerson e Douglas Santos; Rafael Carioca (Pierre), Leandro Donizete, Luan (Maicosuel) e Dátolo; D.Tardelli (Eduardo) e Carlos. Técnico: Vanderlei Luxemburgo Local: Mineirão, em Belo Horizonte (MG) Público: 39.786 presentes / R$ 7.855.510 Data e hora: 26/11/2014, 22h Gol: Diego Tardelli, 47’/1ºT Boleiros da Arquibancada e NotiGalo

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A Alma da Arquibancada Por Thomás Santos / Estúdio Treze

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