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Brasil
6 • CORREIO BRAZILIENSE • Brasília, sábado, 3 de outubro de 2015
POLÍTICAS SOCIAIS/ Senador Cristovam Buarque (PDT-DF) seguiu os passos do ex-presidente Lula no agreste pernambucano para documentar a falência dos programas do governo. As estatísticas, porém, mostram que realidade melhorou
Índices avançam, mas ainda são ruins Annaclarice Almeida/DP/D.A Press - 14/2/14
» NÍVEA RIBEIRO
Futuro melhor
ESPECIAL PARA O CORREIO
educação apresentou índices positivos crescentes nos últimos anos, como no número de crianças e jovens matriculados, de alunos que concluíram o ensino fundamental e médio e ainda nos dados sobre desempenho escolar, enquanto a taxa de abandono caiu. Entretanto, muito ainda falta para que o país atinja patamares ideais de escolaridade: no segundo trimestre de 2015, estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que 8,3% da população do Brasil com mais de 14 anos estudou menos de um ano; 30,3% possuem ensino fundamental incompleto e 7,7% não terminaram o ensino médio. Na Região Nordeste, a fatia sem instrução chega a 15,2%, frente a 4,8% no Sudeste. Há 10 anos, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) visitou crianças do bairro Canaã, em Caruaru (PE), onde havia estado, semanas antes, o então presidente Luís Inácio Lula da Silva, e encontrou uma situação crítica: crianças que não sabiam ler ou escrever e frequentavam a escola para receber a merenda. Voltou lá 10 anos depois e, em entrevista ao Correio, Buarque atestou que pouco mudou na vida delas. Os agora adolescentes não concluíram o ensino fundamental, são analfabetos funcionais e seguem dependentes do Bolsa Família. “Os indicadores educacionais têm melhorado, mas é importante apontar que isso tem acontecido com dificuldade. Quem está em patamares muito baixos, está em uma situação em que a educação pouco pode fazer sozinha”, explica Alejandra Meraz Velasco, coordenadora-geral da organização Todos pela Educação. Para ela, é necessária a integração com outras políticas públicas para que a educação tenha efeitos reais, em especial nos casos de pobreza extrema, como o do bairro Canaã. “Se você não
Estatísticas mostram evolução na Região Nordeste
A
Crianças na escola — 4 a 7 anos (em %) 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
87,8 88,1 88,4 89,0 90,1 91,0 92,1 92,7 92,7 93,2 93,3 93,6
Notas no Ideb (de 1 a 10) 2005 2007 2009 2011 2013
Ensino médio 3 3,1 3,3 3,3 3,3
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
Ensino médio 9,6 11,2 13,2 13,1 20,1 19,3 18,1 16,4 14,2 13,3 12,5 9,7
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
Ensino médio 86 83,4 81,1 70,9 70,9 71,6 72,3 74,3 76,3 76,3 77,7 79,3
Anos finais do ensino fundamental 2,9 3,1 3,4 3,5 3,7
Escola no Nordeste: especialistas reconhecem melhoria, embora desempenho esteja longe do ideal Taxa de abandono (%)
tem um planejamento conjunto de assistência social, saúde, saneamento, alfabetização de adultos, você não terá o resultado esperado. Outras forças sociais acabam influenciando, como a violência e a gravidez na adolescência”, exemplifica. A deputada federal Alice Portugal (PCdoB-BA) avalia que o país tem nível alto de investimento em educação, mas não apresenta resultados semelhantes aos de países desenvolvidos porque a defasagem é histórica. Em 2014, o Brasil investiu, no ensino, cerca de 6% do Produto
Interno Bruto (PIB). O desafio, para a deputada, é manter os recursos e melhorar a qualidade: “Isso não significa que vencemos todos os dilemas, como podemos ver nosíndicesdeanalfabetismoadulto e funcional: são 13,9 milhões de adultos sem alfabetização”.
O ensino médio é mais problemático devido ao extenso programa apresentado em pouco tempo e à exigência de melhor qualificação dos docentes. “Isso tudo acaba criando um ensino
superficial, com muitas disciplinas e falta de conexão entre o conteúdo e a vida do jovem”, lamenta AlejandraVelasco. A deputada federal Professora Dorinha (DEM-TO) acredita que as dificuldades na educação básica ainda são graves. “O que o estudante que sai do ensino fundamental ou médio aprende de fato é muito aquém do que ele deveria ter assimilado. Temos alunos concluindo o terceiro ano sem uma educação consolidada.” Segundo a parlamentar, também preocupa a formação dos professores e a falta de padronização dos conteúdos que eles devem passar aos estudantes em cada série — proposta da Base Nacional Comum do Ministério da Educação, que ainda não tem versão final definida. “Temos um problema sério que é a descontinuidade de políticas públicas. Para conseguirmos avançar, temos que estruturar algumas políticas que não podem ser mudadas com trocas de cargos, seja de prefeitos, seja ministros”, conclui.
Correio faz seminário sobre contrabando
sociedade e as ações do governo para coibir a entrada de produtos ilegais em território brasileiro. O evento ocorre na sede Correio, no Setor de Indústrias Gráficas (SIA), e contará com a presença do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, do presidente da Frente Parlamentar Mista de Combate ao Contrabando e à Falsificação, deputado Efraim Filho (DEM-PB), representantes do Tribunal de Contas da União (TCU), empresários dos setores mais afetados pelo contrabando e especialista do tema.
O seminário, que também conta com o apoio do Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras (Idesf ), Fórum Nacional contra a Pirataria e Ilegalidade (FNCP) e Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF), começa às 8h30 e termina às 12h45. As entidades que participam do seminário integram o Movimento em Defesa do Mercado Legal Brasileiro. Trata-se de uma coalizão que já conta com a adesão de mais de 70 entidades que representam setores da
É importante registrar que nossa estrutura escolar é tardia e improvisada. Apesar do investimento alto, temos essa herança negativa” Alice Portugal, deputada
Evasão
Anos finais do ensino fundamental 13,9 13,5 15,2 13,9 15,7 11,8 10,7 8,9 8 7 6,8 5,7
Taxa de aprovação (%) Anos finais do ensino fundamental 79,2 79,1 76 69,3 69,3 72,6 72,8 75,5 77 77,7 78,5 79,6
Fontes: MEC, INEP, DTDIE, IBGE, Todos pela Educação
DEBATE
O Brasil perde todos os anos R$ 100 bilhões só com os efeitos do crime de contrabando no país. Diante do grave cenário que afeta a economia, gera desemprego e causa prejuízos bilionários, o Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (ITCO), em parceria
com o Correio, promove, na próxima terça-feira, o seminário “Contrabando no Brasil: impactos e soluções”. Entre os temas a serem debatidos, estarão: a fragilidade das fronteiras, a ameaça à indústria brasileira, um crime que afeta a
economia prejudicados por diversos tipos de desvios, como o contrabando, a falsificação, o descaminho e a pirataria. O presidente executivo do Instituto de Ética Concorrencial, Evandro Guimarães, fará a abertura. A presidente da Souza Cruz, Andrea Martini, fala sobre a ameaça à indústria brasileira. Também palestram o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas Não Alcoólicas (ABIR), Alexandre Jobim, e o diretor da Associação Brasileira de Combate à
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Em passeata realizada pelo movimento Ocupe Estelita, no Recife, na quinta-feira, um policial militar reagiu a um dos manifestantes com um tiro de borracha à queima-roupa, após uma das faixas de protesto ficar presa à sua boina. Vídeos divulgados pelas redes sociais ontem mostram o momento em que o PM se vira contra o jovem Leonardo Ferreira, 21 anos, e atira. Quando o policial levantou a arma em direção ao rosto de Leonardo, o jovem virou e foi atingido na parte superior das costas.
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You Tube/Reprodução
PM atira em manifestante por causa da boina
Falsificação (ABCF), Rodolpho Ramazzini. O auditor federal do TCU Mario Bertuol debate governança das fronteiras numa mesa com o presidente do Idesf, Luciano Barros, e do FNCP, Edson Vismona. O ministro da Justiça, José EduardoCardozo,encerraoevento apresentando as ações do governo brasileiro pra coibir o crime de contrabando. Para participar do encontro, basta enviar nome completo, número de CPF e de telefone para o e-mail seminariocontrabandocb@gmail.com.
Prefeito é assassinado em emboscada no interior de SP O prefeito de Elias Fausto (SP), Laércio Betarelli (PSDB), 58 anos, foi assassinado com seis tiros na manhã de ontem, quando vistoriava obras da prefeitura no bairro Balneário Carimã. Betarelli, que cumpria o terceiro mandato não consecutivo de prefeito, estava sozinho, próximo do canteiro de obras, quando ocorreram os disparos. Pessoas que estavam nas imediações ouviram os tiros e encontraram o corpo caído com ferimentos à bala no peito e na cabeça.
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