Revista do Varejo 49

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Junho 2008

R$ 9,90

ISSN 1806 7500

Nยบ 49

Ano IV



Sr. JĂşlio, do restaurante VĂŹcolo Nostro e Cliente Real


carta ao leitor Ter uma loja no shopping é o sonho de grande par te dos

A Revista do Varejo é editada e comercializada pela Editora Empreendedor Diretor-Editor Acari Amorim

acari@empreendedor.com.br

pequenos e médios lojistas brasileiros. Atraídos pela possibilidade de ampliar o movimento e ter sua marca em evidência nos grandes centros de consumo – sem contar a preocupação com questões relativas à segurança e comodidade dos clientes –, muitos varejistas vêem o shopping como um caminho cer to para aumentar sua lucratividade. É inegável que os shoppings oferecem algumas vantagens sobre as lojas de rua, mas também Junho 2008

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ISSN 1806 7500

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trazem consigo uma série de exigências Ano IV

contratuais que podem comprometer o sucesso do negócio, especialmente para os empresários de menor por te e com menos fôlego financeiro para se recuperar de um eventual fracasso. Nem sonho, nem pesadelo. A reali-

Redação revistadovarejo@empreendedor.com.br Edição Executiva: Diógenes Fischer Reportagem: Camila Stähelin, Mônica Pupo e Paula Arend Edição de Arte: Fernanda Pereira Fotografia: Casa da Photo, Eliana Vieira e PurestockX Revisão: Lu Coelho Ilustrações: Édio Wilson Cardoso Sedes São Paulo Gerente Comercial: Fernando Sant’Anna Borba fernandoborba@empreendedor.com.br Executivos de Contas: Gesner C. Vieira, Érika Kaiser, Nassara Kedman Rua Sabará, 566 – 9º andar – conjunto 92 – Higienópolis 01239-010 – São Paulo – SP Fone: (11) 3214-1020 empreendedorsp@empreendedor.com.br Florianópolis Executivo de Contas: Vitor Hugo de Carvalho vitorhugo@empreendedor.com.br Executivo de Atendimento: Ronaldo César Pacheco ronaldo@empreendedor.com.br Av. Osmar Cunha, 183 – Ceisa Center – bloco C – 9° andar – Centro 88015-900 – Florianópolis – SC – Fone: (48) 2106-8666

dade é que os shopping centers podem

Escritórios regionais

representar uma nova fase de sucesso

Rio de Janeiro Triunvirato Desenv. Empresarial Ltda / Milla de Souza Rua São José, 40 – sala 31 – 3º andar – Centro 20010-020 – Rio de Janeiro – RJ – Fone: (21) 3231-9017 triunvirato@triunvirato.com.br

para uma rede varejista. Só vai depender de uma coisa: muito planejamento. Conhecer a fundo seu negócio e o per fil de sua clientela, além de estudar as minúcias do contrato de locação e colocar na ponta do lápis os custos e os benefícios de ter uma unidade no shopping, são regras básicas para não se arrepender depois. Na matéria de capa desta edição você vai conhecer alguns exemplos de redes varejistas que começaram na rua e mais tarde passaram para os shoppings, com diferentes graus de sucesso. Além de contar a experiência destes empresários, ouvimos ainda analistas de mercado e especialistas nas áreas financeira, jurídica e de design de ponto-de-venda, que aler tam sobre cuidados específicos que devem ser tomados na gestão da loja, da vitrine ao aluguel do ponto. Por tanto, antes de se decidir por investir ou não em uma loja de shopping, confira o texto da repór ter Mônica Pupo na página 18. Boa leitura e boas vendas!

Brasília Ulysses C. B. Cava Fone: (61) 9975-6660 / 3963-3208 ulyssescava@gmail.com ulysses@agenciamidiax.com.br Rio Grande do Sul / Alberto Gomes Camargo Rua Arnaldo Balvê, 210 – Jardim Itu 91380-010 – Porto Alegre – RS Fone: (51) 3340-9116 ag_camargo@terra.com.br Paraná Merconet Representação de Veículos Comunicação Ltda / Ricardo Takiguti Rua Dep. Atílio Almeida Barbosa, 76 – conjunto 1 – Boa Vista 82560-460 – Curitiba – PR Fone: (41) 3079-4666 comercial@merconet.srv.br Pernambuco HM Consultoria em Varejo Ltda / Hamilton Marcondes Rua Ribeiro de Brito, 1111 – conjunto 605 – Boa Viagem 51021-310 – Recife – PE – Fone: (81) 3327-3384 hmconsultoria@hmconsultoria.com.br Minas Gerais SBF Representações / Sérgio Bernardes Faria Av. Getúlio Vargas, 1300 – 17º andar – conjunto 1704 30112-021 – Belo Horizonte – MG – Fone: (31) 2125-2900 comercial@sbfpublicidade.com.br

Produção Gráfica Impressão e acabamento: Coan Gráfica Editora CTP

ERRAMOS:

www.empreendedor.com.br

Na matéria de capa da edição de maio (“A moda mais perto da loja”), página 23, informamos que o déficit da balança comercial do setor têxtil em 2007 teria sido de US$ 60 milhões. O valor correto, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), é US$ 644 milhões.

Assinaturas: 0800 979 7979 Serviço de Atendimento ao Assinante assine@empreendedor.com.br


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pequenos e médios lojistas brasileiros. Atraídos pela possibilidade de ampliar o movimento e ter sua marca em evidência nos grandes centros de consumo – sem contar a preocupação com questões relativas à segurança e comodidade dos clientes –, muitos varejistas vêem o shopping como um caminho cer to para aumentar sua lucratividade. É inegável que os shoppings oferecem algumas vantagens sobre as lojas de rua, mas também Junho 2008

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Na matéria de capa da edição de maio (“A moda mais perto da loja”), página 23, informamos que o déficit da balança comercial do setor têxtil em 2007 teria sido de US$ 60 milhões. O valor correto, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), é US$ 644 milhões.

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Índice

Matéria de Capa

Como dar certo no shopping Os desafios e as vantagens para o pequeno varejista manter uma loja nos grandes centros de consumo

Revista do Varejo

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6 Junho 2008

Perfil

Franquia

Três colegas de faculdade se inspiraram na internet para criar a loja Endossa, uma experiência inédita de “comércio colaborativo”

Como a rede Valmari vem ganhando mercado com o conceito de dermocosméticos, que combinam estética e saúde

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Banho de Loja

Fazendo Melhor

A arquiteta Kátia Bello acredita que o comprometimento do varejo com ações sustentáveis deve ir além da sacola retornável

O consultor Moacir Moura alerta para a importância das operações de logística no varejo em tempos de consumo aquecido

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aNO V

ENTREVISTA

Gestão

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Mudar a identidade visual de uma loja é um processo delicado que exige a contratação de profissionais especializados e muito planejamento para evitar erros

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Projeto de Loja

A professora da USP Heliana Vargas coordena um laboratório que estuda a interação entre o comércio e as cidades e conta como o meio acadêmico pode ajudar a entender essa relação às vezes conturbada

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Uma estrutura modular que se encaixa de acordo com o espaço disponível para cada loja é o diferencial do projeto arquitetônico desenvolvido pela Hering Store

E MAIS: Carta ao Leitor Movimento

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Pequenas Notáveis

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Serasa

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Feiras Jogo Friedman

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Empreendedor na internet 66 Revista do Varejo

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REVISTA DO VAREJO

O tema do jogo deste mês é “corrida de cavalos”, uma competição onde os vendedores precisam se superar para atingir as metas de venda antes de seus colegas 2008 Junho

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MOVIMENTO

Livro ensina a gerenciar equipes Todos sabem que o trabalho em equipe é algo que só traz benefícios a uma empresa. Especialmente no setor varejista, é essencial ter uma equipe de funcionários trabalhando em harmonia, dos vendedores aos funcionários da administração, passando pelos gerentes, diretores de depar tamento e chegando até o dono da loja. Praticamente tudo o que se faz no varejo depende do trabalho em equipe, principalmente em tempos tão competitivos. Diante dessa realidade do mercado, a Thomas Nelson Brasil lança o livro As 17 incontestáveis leis do trabalho em equipe , do renomado autor de best-sellers empresariais John C. Maxwell. Fundador das organizações Injoy Stewardship Services e Equip, que já treinaram mais de um milhão de líderes em todo o mundo, o autor resume em uma frase a idéia da obra: “Quanto maior o desafio, maior a necessidade de se trabalhar em equipe”. Par tindo dessa premissa, o livro tem como principal objetivo identificar o que exatamente diferencia uma grande equipe de um grupo de pessoas incapazes de trabalharem juntas. Apresentadas em linguagem simples e acessível, as “leis” apontadas por Maxwell neste livro são ferramentas práticas e eficientes para construir times vencedores e empresas bem-sucedidas.

As 17 incontestáveis leis do trabalho em equipe Autor: John C. Maxwell Editora Thomas Nelson Brasil – 1ª edição – 2008 256 páginas

Plastrom Sensormatic inaugura portal de serviços na internet

Revista do Varejo

A Plastrom Sensormatic, especializada em soluções de segurança eletrônica para o mercado corporativo, lançou um portal na internet para que seus clientes varejistas possam acompanhar, em tempo real e de qualquer lugar com acesso à internet, o que está acontecendo com sua loja. O Por tal Plastrom oferece um website com monitoramento remoto aos usuários das soluções de Vigilância Eletrônica de Mercadorias (VEM), Circuito Fechado de TV (CFTV) e Controle de Fluxo de Clientes. Com endereço específico, fácil navegação e acessível por login e

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senha, o portal possibilitará obter informações de funcionamento dos pedestais VEM, dados de fluxo de pessoas e taxas de conversão, efetuar o diagnóstico e a manutenção remota dos equipamentos, gerar alertas automáticos quando um equipamento parar de funcionar, abrir chamados técnicos via internet e produzir relatórios gerenciais. Além disso, os clientes poderão acessar as imagens das câmeras IP instaladas na loja, podendo ver o vídeo ao vivo ou ainda agendar a gravação de fotos e vídeos para horários específicos, reduzindo a utilização da banda disponível.


Metrologic apresenta leitor vertical para ponto-de-venda

Começou a funcionar em Curitiba um novo empreendimento na área de moda – o Fashion Room, um espaço que vai disponibilizar para varejistas marcas do Paraná e de Minas Gerais. O principal objetivo do Fashion Room é mostrar ao varejo marcas novas e inéditas em Curitiba e na Região Sul. Além da venda de confecções, o showroom oferecerá workshops para lojistas com temas voltados para moda e negócios. O empreendimento surgiu com o intuito de facilitar a vida dos lojistas, levando conhecimento, marcas novas e ensinando como compor visuais com peças que são tendência. “Reparamos que os lojistas acabam trabalhando sempre com as mesmas marcas. Os mais estruturados conseguem comprar nos grandes centros, criando uma desvantagem. Estamos trazendo o conceito da indústria para o varejo”, salienta Vanessa Wander, uma das responsáveis pelo espaço. O showroom disponibiliza hoje as seguintes marcas: Sintonia, Cactus Jeans, Latifúndio Jeanswear, Spasu – todas de Minas Gerais –, e as paranaenses Hellen Bee, Ricercato, Menina Bonita, Hot Side e Sempre Bella. Informações para compras: (41) 3014-5365.

A Metrologic do Brasil acaba de lançar o MS7820 Solaris, seu novo leitor vertical, que conta com diversos e inovadores recursos tecnológicos. Apresentando um desempenho de leitura sem precedentes, o MS7820 Solaris tem grande capacidade para reconhecer e efetivamente processar até mesmo códigos de barras de baixa qualidade de impressão, com defeitos como rasuras e problemas de contraste e ainda os códigos de alta densidade, comuns em produtos de pequenas dimensões. Facilmente adaptável a qualquer checkout de vendas, é ideal para aplicações com alto volume de passagem de itens de pequena e média dimensões, como, por exemplo, supermercados, farmácias, lojas de conveniência, de bebidas, mercearias, entre outras. Onde necessário, um leitor manual pode ser diretamente conectado ao Solaris, o que permite a leitura ergonomicamente perfeita para itens maiores ou mais pesados. Por sua alta capacidade de leitura na primeira passagem do produto pelo leitor, o Solaris proporciona uma melhora significativa na produtividade do operador do checkout, uma vez que diminui consideravelmente o tempo despendido para o registro de um produto e praticamente eli­ mina a necessidade de digitação manual do código do produto, muito comum quando o leitor falha devido a rasuras, embalagens molhadas e, principalmente, má qualidade de impressão do código de barras. O MS7820 Solaris conta com botões de ajuste do tom, volume e liga/desliga do tipo “touch-screen”, que eliminam qualquer chance de problemas. Dispõe de recursos para desativar etiquetas de segurança (EAS) integradas à janela do produto e um sistema inteligente de reconhecimento de interface de comunicação: basta conectar um dos cabos de interface (RS-232, teclado, USB ou IBM) que o equipamento se configura automaticamente, facilitando o remanejamento de equipamento entre lojas e a gestão de unidades sobressalentes. Um display indicador de diagnóstico, que agiliza o atendimento técnico em caso de problemas, e uma tela de proteção opcional para recobrir sua janela de leitura contra riscos em aplicações mais severas garantem a manutenção do produto.

Axis traz ao Brasil câmera com alta resolução de imagem A Axis Communications, líder em soluções em vídeo para ambientes de rede, lança a câmera IP com resolução de até 1.3 megapixel voltada aos segmentos de varejo, hotelaria e transportes. A Axis 209 MFD tem apenas 4 cm de altura e permite imagens extremamente detalhadas, ideais para a identificação de indivíduos ou objetos. Ela pode realizar o monitoramento de áreas movimentadas de entrada e saída em lojas, recepções e corredores, além de áreas internas em grandes veículos. Com design compacto e cúpula protetora, o modelo é resistente a poeira, umidade e trepidações. Outro diferencial da Axis 209 MFD é sua tecnologia de escaneamento progressivo, que produz imagens de objetos em movimento com alta resolução e sem distorções. A câmera é equipada ainda com alarme contra intrusão, caso seja movida, coberta ou pulverizada com algum material. A alimentação do equipamento é via rede por meio da tecnologia Power over Ethernet (IEEE 802.3af), o que elimina a necessidade de cabos elétricos e reduz os custos de instalação. O preço sugerido é US$ 1.600.

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Revista do Varejo

Fashion Room cria novo espaço para lojistas de moda em Curitiba


Visual Presence promove o uso de portáteis para gestão do PDV

Eclética Informática lança versão web de soft de gestão comercial

Equipamentos como os Per sonal Digital Assistants (PDAs ou Hand­helds) vêm ganhando cada vez mais espaço na automação comercial. Especializada em marketing de varejo, a Visual Presence é uma das empresas que investem nos PDAs para dar mais agilidade à coleta e análise de dados no ponto-de-venda, além de proporcionar o monitoramento da concorrência em tempo real e maior acerto na tomada de decisões estratégicas. Por meio de PDAs operados pelas equipes de campo da empresa são coletadas informações como volume de vendas, variação de preço, ações promocionais e uma série de outros dados. Trabalhando com smartphones, a Visual Presence disponibiliza estas informações estratégicas em tempo real para consulta dos clientes usuários da ferramenta VP-Knowledge. Após analisados e convertidos em relatórios gerenciais, os dados circulam pelas áreas de vendas, marketing, serviços, operações e administração dos clientes, colaborando com decisões estratégicas e criando oportunidades de negócios.

A Eclética Informática, empresa especializada no desenvolvimento de softwares de automação comercial para o segmento de alimentação, está lançando a versão para internet de seu aplicativo de gestão empresarial, batizado de Web Manager. O objetivo do lançamento é possibilitar ao usuário uma maior mobilidade no acesso em tempo real aos bancos de dados de suas lojas, sem que haja a necessidade de deslocamentos. Basta que o funcionário esteja conectado à internet no portal da Eclética (www.ecletica.com.br) para visualizar todas as operações da companhia, como estoque atual, faturamento em aberto, dados estatísticos ou até mesmo contas a pagar e receber. Rubens Ferraz, presidente da Eclética, ressalta que sua carteira de clientes, hoje composta por mais de mil empresas, tem perfil de um público adepto à tecnologia, que enxerga no fato de se ter acesso on-line e em tempo real à empresa uma necessidade indispensável à execução de tarefas cotidianas. “O que fizemos foi pensar na maior praticidade que traríamos aos nossos usuários. Eles passam a ter, por intermédio de um browser, um verdadeiro espelho da loja refletido na tela. Além do mais, o acesso remoto evita perdas financeiras e desgastes mentais com o trânsito caótico das grandes metrópoles”, completa.

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Cartão de débito que dá troco é aceito em mais de 600 lojas Um ano após o lançamento do Visa Electron Troco Fácil, a Companhia Brasileira de Meios de Pagamento (VisaNet Brasil) já alcança 600 lojistas de todo o País. O serviço é aceito em estabelecimentos como o D’Avó Supermercados, Droga Verde, Drogaria Iguatemi, Drogaria Viva Mais, Extrafarma, Drogaria Big Bem, Drogaria Rosário, Redes Igrejinha, Gasoline e Mizuno. O serviço oferece aos portadores dos cartões Visa Electron a possibilidade de receber troco em dinheiro ao efetuar compras a partir de R$ 20. O valor do troco pode ser de até R$ 100, desde que o banco emissor do cartão verifique a existência de saldo na conta do cliente. Utilizar o serviço é simples. No momento da transação com o Visa Electron, o consumidor solicita o Troco Fácil e o lojista disponibiliza o valor solicitado em dinheiro ao cliente. O comprovante de venda discrimina o valor da compra e o valor do troco, facilitando a leitura da transação e o controle do cliente.

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Entrevista

O comércio

nas cidades

Heliana Vargas, professora da USP e coordenadora de um laboratório voltado a estudar a interação entre a atividade comercial e os espaços urbanos, conta como esse tipo de pesquisa pode auxiliar tanto o varejo quanto o Poder Público a entender melhor essa relação nem sempre harmoniosa por camila stähelin

Revista do Varejo

A

história das cidades modernas está intimamente ligada ao comércio, que sempre foi um fator determinante para a maneira como os espaços urbanos foram organizados ao longo do tempo. Pensar as atividades comerciais a par tir do lugar em que estão inseridas – e não ter como ponto de par tida o mercado em si – permite entender o varejo de outras formas. Assim se pode perceber, por exemplo, o modo diferenciado que um proprietário e um inquilino de um ponto comercial tratam suas lojas. Na maioria dos casos, a preocupação com a manutenção do espaço físico costuma ser muito maior quando se é dono do local. Assuntos como este são estudados pela professora Heliana Comin Vargas, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, da Universidade de São Paulo (USP). Ela é responsável pelo Laboratório de Comércio e Cidade (LabCom), que realiza trabalhos de pesquisa para fornecer material para elaboração de políticas públicas de controle e indução do desenvolvimento urbano e ajudar os varejistas a melhorar o desempenho de seus negócios. Na entrevista a seguir, a professora conta mais detalhes do trabalho

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fotos casa da photo

do LabCom e comenta alguns aspectos da relação entre o comércio e a cidade. Revista do Varejo – Por que pensar o varejo a par tir da sua relação com o espaço físico? Heliana Vargas – Há várias formas de se olhar para a cidade, e o comércio foi e é determinante na formação dos espaços urbanos. A grande geração de fluxo de mercadorias e, até mesmo, o aumento do e-commerce, que aparentemente pode parecer que não interfere no espaço físico, criam a necessidade de se estudar essa relação. A Administração e a Economia se preocupam mais com o desenvolvimento econômico dos estabelecimentos, mas o local onde estão inseridos e a forma como interferem nele precisam ser pesquisados também. RV – Como surgiu a idéia de criar um laboratório específico para estudar este tema? Heliana – O LabCom foi criado formalmente em 2000, mas há algum tempo já pesquisava sobre o assunto. Além de pesquisa com alunos, também prestamos consultoria. Não é uma área que desperte muito inte-


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Revista do Varejo


Entrevista resse no corpo docente, embora esse quadro venha mudando. No entanto, por conta disso, os recursos de pesquisa ainda são muito escassos – todos vindo de instituições de financiamento de pesquisas – e o laboratório não tem parceria com nenhuma outra instituição. Só que ao mesmo tempo que isso pode resultar na ausência de recursos materiais, acabamos tendo mais autonomia para realizar o nosso trabalho, já que a independência nos permite um posicionamento crítico. Essa liberdade nos permite dizer exatamente o que o espaço em questão precisa ou não, sem levar em consideração interesses mercadológicos desta ou daquela empresa. RV – Como é a relação do LabCom com as empresas varejistas? Heliana – Nossas pesquisas de campo englobam varejistas, usuários e moradores do local. Procuramos propor intervenções nas áreas estudadas. Para citar alguns trabalhos já realizados, temos a requalificação da área central da cidade de Santo André, na Grande São Paulo; a criação de um shopping em Cotia (SP); e, ainda, a revitalização da área que abrange o Mercado Municipal de São Paulo.

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RV – De onde par tir para estudar essa questão do espaço relacionada com o comércio? Heliana – É impor tante ressaltar que cada cidade tem suas especificidades, que devem ser obedecidas no momento de pesquisá-la. No entanto, no caso do Brasil, a forma de comercializar é muito parecida em todas as regiões e reflete nossa herança árabe, trazida pelos portugueses, facilmente confirmada ao adentrar os incríveis bazares árabes. Neles, a exposição e a divulgação de mercadorias são confusas e congestionadas, com sensação de bagunçadas muitas vezes, sendo mais relacionadas à troca e não ao consumo. O consumidor tem liberdade para manusear os produtos. RV – Quando se fala em pensar o espaço de um estabelecimento comercial, não há como deixar de abordar a publicidade do lugar, que muitas vezes causa poluição visual, levando algumas cidades, inclusive, a proibir propaganda. Como tratar disso?

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Heliana – Por envolver a percepção de pessoas e o tratamento de lugares diversos, discutir a poluição visual causada pela publicidade e propaganda veiculadas pela paisagem urbana, por si só, já exige uma diferenciação no tratamento da questão. É preciso ver o todo, e não o estabelecimento visual simplesmente. A mídia exterior (outdoor) faz par te da cultura urbana e é altamente democrática. Com a lei da cidade limpa, os grandes estabelecimentos é quem ganham, já que querem exclusividade. Como as pessoas estão mais tempo na rua do que vendo televisão, esse tipo de mídia é muito mais eficaz, então é preciso ver o que está verdadeiramente envolvido em ações como esta. RV – O que está por trás disso? Iniciativas como esta devem ganhar peso? Heliana – A limpeza das fachadas, principalmente nas áreas urbanas consolidadas, tende a ser temporária, como sempre foi, pela falta de fiscalização. Mas o que está por trás é o monopólio da informação e da

Convencer os

pequenos lojistas de que precisam estar preocupados com a sua loja e que não devem esperar que o Poder Público faça tudo, como arrumar sua calçada, por exemplo, ainda é muito difícil


RV – Nos estudos do Laboratório, há uma preocupação em abordar varejistas de todos os por tes? Heliana – No Laboratório englobamos estudos desde os vendedores ambulantes até os shopping centers. No entanto, nossa preocupação é focar mais nos pequenos vendedores, na relação deles com a rua e a concorrência com os grandes lojistas. Mas ainda encontramos um cer to conservadorismo de grande parcela dos pequenos estabelecimentos. Convencê-los, por exemplo, de que precisam estar preocupados com a sua loja e que não devem esperar que o Poder Público faça tudo, como arrumar sua calçada, por exemplo, é muito difícil. Um outro ponto interessante, também, é a diferença que há quando o lojista é proprietário ou inquilino do ponto. Costuma

haver uma resistência do locatário em gastar com a manutenção do espaço, já que muitos não percebem isso como um investimento com possível retorno e sim como um gasto desnecessário. RV – É possível perceber outras formas de manifestação de conservadorismo como estas no varejo? Heliana – Os comerciantes mais tradicionais estão focados somente na venda da produção. Concorrência é quem vende o mesmo produto que ele; cliente é quem compra e ponto, não consegue ter uma visão macro do negócio. Hoje os grandes estabelecimentos ou os pequenos mais avançados estão focados no mercado, que vai além do concorrente. Um bom exemplo são as padarias. O pãozinho já não consegue mais manter uma padaria, principalmente por conta do leite de caixinha, do pão de forma – vendidos nos supermercados – e do freezer. Os donos de padaria perceberam que seria preciso agregar valor ao local, diversificando o mix de produtos oferecidos e ampliando o serviço

Revista do Varejo

publicidade urbana a ser veiculada, o que provoca o cerceamento da livre manifestação e expressão, por viés ideológico ou de poder econômico, interferindo drasticamente na imagem das cidades e na perda de suas identidades culturais.

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Entrevista

Há uma diferença

quando o lojista é

proprietário ou inquilino do ponto. Costuma haver resistência do locatário em gastar com a manutenção do espaço, já que não percebe isso como um investimento e sim como um gasto desnecessário

Revista do Varejo

prestado. Assim, foi preciso adquirir outro formato, e as padarias, atualmente, são centros de conveniências, com cafés e outros tipos de serviços. RV – O shopping center também é um exemplo de diversificação, já que, em sua maioria, prima pela oferta de diferentes tipos de produtos e serviços? Heliana – O shopping é um centro de compras que, mais do que qualquer outro, precisa ser ressignificado constantemente. Ele surgiu na década de 1950, nos Estados Unidos, como centro de abastecimento dos locais mais afastados do centro da cidade. Atualmente, virou um verdadeiro produto de consumo, um empreendimento imobiliário, onde as pessoas vão para consumir o espaço em si. É um espaço de socialização, onde se vê vitrines ou se passeia, simplesmente, não necessariamente se compra o que está à venda. E isso faz com que ele acabe tendo um ciclo de vida muito curto. Há um certo movimento de preservação do shopping, que precisa ser reinventado o tempo inteiro para criar nas pessoas o desejo de

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consumi-lo como espaço. RV – Mas, ao mesmo tempo que as padarias, por exemplo, tiveram que se diversificar, ampliando o mix ofertado, também ocorre o movimento contrário, com a chamada compra comparada e a especialização dos espaços comerciais? Heliana – É preciso saber de que forma cada espaço precisa ser modificado, a partir de que demanda, e aí sim identificar se o caminho é a diversificação ou a especialização, como no caso da chamada compra comparada, quando encontramos um determinado tipo de produto sendo ofertado por diversas lojas em uma mesma região, como os eletrônicos da Santa Efigênia, em São Paulo. Um outro exemplo disso são as galerias. Muitas estão se especializando e adotando uma mesma tipificação de produtos para vender nos seus vários estabelecimentos. Essa é uma saída inteligente, já que elas são internas e não há passantes pelo local, não existindo compra por impulso. As pessoas vão até lá com a intenção de comprar.



MatĂŠria de capa

Revista do Varejo

Como dar certo 18 Junho 2008

no shopping


a

por mônica pupo foto ar qui vo empr eendedor

2008 Junho

Revista do Varejo

Pequenos e médios lojistas que pretendem se aventurar nos grandes centros de compra devem tomar uma série de cuidados para garantir a lucratividade do negócio

rede Kock surgiu em 1982, com uma pequena loja de sapatos localizada na rua de um movimentado bairro de Florianópolis. De administração familiar, a empresa mantém seis unidades em operação nesta mesma rua, distribuídas em bandeiras especializadas em calçados, moda, surfwear e artigos infantis. Mesmo desfrutando de uma clientela cativa, quando o Shopping Iguatemi decidiu abrir as portas a poucos quilômetros de distância surgiu a preocupação com a concorrência e o desejo de conquistar novos clientes. Os proprietários decidiram investir em uma loja no shopping. A escolha foi pela Kock SurfShop – que já possuía uma unidade na rua. “Pensamos no perfil do público do shopping, geralmente mais jovem e descontraído”, relata Fernanda Kock, diretora de marketing. Inaugurada há pouco mais de um ano, a loja está em fase de consolidação e ainda não alcançou o retorno do investimento. Um dos pontos negativos, segundo a executiva, foi o excesso de formalidade que a administração do shopping adotou durante a fase de montagem da loja. “Não havia uma preocupação em personalizar o atendimento aos lojistas, o distanciamento era evidente”, conta. Mas, problemas à parte, a nova loja tem conquistado seu espaço dia após dia. “Temos públicos distintos: quem compra na rua dificilmente vai comprar no shopping, enquanto os clientes do shopping nem sempre conhecem as lojas de rua”, conclui Fernanda. Casos como estes são cada vez mais comuns no varejo brasileiro, onde os shopping centers despertam a ambição de muitos lojistas de pe-

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AS DUAS fachadas da Kock SurfShop: públicos distintos formam a clientela do shopping e das unidades de rua

queno e médio portes. O fato destes locais atraírem um fluxo intenso de consumidores – em sua maioria dispostos a gastar – já é motivo suficiente para empolgar a maioria dos comerciantes. Porém, para que o sonho não se transforme em uma ameaça ao negócio, é preciso conhecer as diferenças entre uma loja de rua e de shopping antes de optar por este tipo de empreendimento. Nem mesmo os empresários que possuem uma longa e bem-sucedida trajetória em lojas de rua podem garantir o sucesso em shopping sem antes analisar, passo a passo, todas as condições e custos envolvidos. Mas, afinal, como saber se sua loja de rua está pronta para ingressar em um shopping? Para José Lupoli Jr, consultor do Programa de Administração em Varejo (Provar, da USP), o primeiro passo é conhecer o perfil e a procedência do público-alvo. “Pesquisas mostram que as pessoas

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preferem os shoppings localizados próximos às suas residências”, diz Lupoli. Mas a área de abrangência varia de acordo com as características de cada região. Em cidades que são capitais regionais – Campinas (SP) e Ribeirão Preto (SP), por exemplo – estes empreendimentos adquirem um apelo muito maior, pois abrangem diversos municípios vizinhos. “Já em grandes centros, como São Paulo e Rio de Janeiro, a abrangência dos shop­pings se restringe basicamente aos bairros vizinhos”, completa Lupoli. Escolher o shopping certo é, portanto, uma decisão que exige pesquisa e conhecimento tanto do seu próprio negócio e dos clientes quanto dos empreendimentos que existem na região. Vale lembrar que a segmentação dos centros comerciais é uma realidade em diversas cidades brasileiras, onde os shoppings se dividem em elitizados e populares, sem falar daqueles que se dedicam a

nichos específicos de mercado – exclusivos para decoração ou vestuário, por exemplo.

da rua para o corredor De modo geral, as lojas de shopping e de rua diferem, principalmente, pela infra-estrutura e movimento de clientes. Por mais movimentadas que sejam determinadas áreas urbanas, isso não assegura o fluxo de consumidores potenciais em uma loja de rua, já que essas pessoas nem sempre estão dispostas a consumir. Nos grandes centros de compras a situação se altera, até porque todo o ambiente – da arquitetura à iluminação – é planejado para estimular as vendas. Além disso, os consumidores que procuram esses espaços estão, no mínimo, dispostos a checar as novidades. Segundo pesquisa do Provar, 80% dos freqüentadores de shop­ pings param para olhar as vitrines.


Desses, 85% entram na loja caso algo chame a atenção. Outro dado relevante indica que 66% das pessoas que vão ao shopping compram sempre ou freqüentemente, enquanto apenas 2,2% disseram que nunca compram. Na rua os comerciantes ainda ficam à mercê do clima, enquanto o shopping continua atraindo clientes chova ou faça sol – aliás, muitas vezes é em dias de chuva que o movimento surpreende. A segurança oferecida pelos shoppings é, por unanimidade, a vantagem mais citada pelos especialistas em varejo. “A falência da segurança pública no Brasil acaba empurrando as pessoas para os shoppings, já que muitos têm receio de circular pelas ruas”, observa Nabil Sahyoun, presidente

SAHYOUN: ao analisar as cláusulas contratuais, o lojista deve prestar atenção aos aluguéis extras cobrados em datas comemorativas

da Associação dos Lojistas de Shop­ ping (Alshop). Já o expediente mais longo – a maioria dos shoppings fecha às 22h e abre aos sábados e domingos – apresenta prós e contras. A chance de vender é maior do que na rua, porém as despesas

com folha de pagamento se elevam consideravelmente. “Para os pequenos e médios lojistas estes custos acabam sendo uma desvantagem, é aquele caso típico de receita incerta e despesa certa. Ou seja, é preciso que a loja venda muito”, alerta Lupoli. Outra diferença crucial está nos custos com aluguel e condomínio. Enquanto na rua o lojista tem mais flexibilidade ao fechar um contrato de aluguel com a imobiliária ou com o proprietário do imóvel, no shopping esta questão é mais burocrática e calculada de acordo com a metragem da loja. O valor do metro quadrado difere muito entre os empreendimen-

LOJA DE RUA

LOJA DE SHOPPING

VANTAGENS: •Aluguéis mais baixos e flexíveis •Possibilidade de menor competição próximo à loja •Espaço físico normalmente mais amplo •Maior liberdade na montagem da loja e da vitrine •É o varejista que determina as normas de funcionamento da loja •Menor custo com pessoal

VANTAGENS: •Estacionamento amplo, segurança e comodidade (áreas de lazer e alimentação) •Mix de lojas equilibrado •Maior poder de atração da clientela •Sinergia com outras lojas •Área própria para carga e descarga •Maior movimento (funciona todos os dias, geralmente até as 22h)

DESVANTAGENS: •Dificuldade em garantir segurança e estacionamento, o que pode gerar outros custos •Menor poder de atração da clientela •Provável necessidade de reformas e adequações do espaço físico •O lojista deve administrar, além das vendas, toda a infra-estrutura do ponto (manutenção, ar-condicionado, limpeza, etc.) •Maior dificuldade em providenciar áreas de carga e descarga

DESVANTAGENS: •Elevados custos de aluguel e condomínio, cobrados por metro quadrado •Alguns shoppings costumam cobrar 13º, 14º e até 15º aluguéis •Submissão às normas e à gestão do shopping •Maior custo com folha de pagamento •Pouca flexibilidade •Concorrência direta com grandes redes de varejo 2008 Junho 21

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CONFIRA AS DIFERENÇAS


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LAPORTA: ”É preciso equacionar o potencial de vendas e os custos de ocupação antes de decidir pelo shopping”

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tos e dentro de um mesmo centro comercial é possível encontrar preços completamente distintos. A mesma loja, do mesmo tamanho, no mesmo shopping pode ter um valor diferente se localizada próxima a áreas de entrada ou saída. Além disso, alguns empreendimentos costumam cobrar as chamadas luvas, taxa única – também calculada de acordo com a área locada – que assegura o direito de renovação do contrato de aluguel, geralmente com validade de três a cinco anos. “Quando o lojista passar o ponto, se for o caso, será possível recuperar este valor, vendendo a área assim como ele comprou”, explica Marcos Semenzim, consultor de varejo da Semma Desenvolvimento.

custos e benefícios O condomínio, inexistente nas ruas, representa custos altos e pode

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comprometer os lucros se não for devidamente calculado. A contrapartida, no entanto, está na comodidade e segurança que os shoppings oferecem tanto para os clientes quanto para os varejistas, que se preocupam unicamente com a administração do ponto-de-venda. Ar-condicionado, ampla área de estacionamento, praça de alimentação e toaletes são alguns dos diferenciais. No caso das lojas de rua, o lojista terá – se quiser facilitar a vida dos clientes e aumentar as vendas – que providenciar convênio com estacionamento e contratar segurança por conta própria. A taxa de marketing compartilhado é um dos custos variáveis mais traiçoeiros e que deve ser negociado, se possível, em valores absolutos. Só assim é possível planejar o quanto se vai gastar. “Até porque, como os pequenos e médios representam menos votos no conselho de lojistas, geralmente são as grandes redes de

varejo que estipulam os investimentos em marketing, quase sempre altos”, alerta Lupoli. Se por um lado essa taxa parece polêmica, por outro ela representa uma chance única de pequenas e médias lojas figurarem em campanhas publicitárias em horário nobre, por exemplo. Para não “quebrar” em shopping, a recomendação é que se faça uma análise minuciosa da situação atual do negócio, além do planejamento de gastos com luvas, aluguel, condomínio, reformas e estoque. “Essa relação de custos não pode ser superior a 12% ou 15% do faturamento, ou a loja está sujeita a ter que fechar as portas”, diz Marcos Semenzim. Se não há recursos para contratar uma consultoria que auxilie nesse processo, é possível buscar auxílio em entidades do setor, caso da Alshop, que oferece assistência para os lojistas interessados. “É preciso equacionar o potencial


POLÊMICAS CONTRATUAIS

acerte no formato As lojas de shopping costumam dividir-se em três formatos distintos. As lojas-âncora ocupam grandes áreas e têm a responsabilidade de “puxar” o tráfego de pessoas. Geralmente são grandes lojas de departamento ou supermercados que ficam localizadas nas esquinas ou em acessos específicos. Já as megalojas possuem normalmente três entradas e são instaladas em áreas amplas, também com alto poder de atração do público. E, por fim, as lojas-satélites têm metragem mais reduzida, uma ou duas portas e representam a maioria absoluta dos pontos-de-venda nestes empreendimentos. A dificuldade em se adaptar a esses formatos diferenciados pode ser

Quando decide entrar em um centro de compras, o lojista deve analisar com cautela as condições do contrato de locação. Uma vez assinado, torna-se praticamente impossível rever as cláusulas, o que pode trazer muitos problemas – e prejuízos – para os desavisados. O ideal é aconselhar-se com um advogado que tenha experiência no trato com shopping centers. “O lojista de pequeno e médio portes tem que entender que se trata de uma negociação de Davi contra Golias, já que as condições são impostas pelo shopping e há diferenças claras entre as partes, o que chamamos de cláusulas leoninas, ou seja, que beneficiam a administradora”, define José Lupoli Jr, consultor do Provar. Com validade entre três e cinco anos, o contrato firmado entre lojista e administrador de shopping não é, conforme o nome pode sugerir, um mero acordo de locação de imóvel. Para Sérgio Wainstock, consultor jurídico, “tratase de uma figura nova no direito brasileiro, que pode apresentar semelhança com a locação de imóvel urbano, mas que dele se distingue por suas peculiaridades e natureza jurídica”. O lojista assina quatro documentos distintos: o contrato de locação; o regimento interno do shopping; uma convenção que determina as normas de administração, funcionamento e fiscalização; e a participação na associação de lojistas. É importante ressaltar que os valores são sempre negociáveis e variam de acordo com o interesse do shopping em ter a loja em seu mix. “Se o empreendimento precisa de um determinado lojista, provavelmente as condições serão mais favoráveis. É um jogo comercial”, completa Luiz Fernando Veiga, da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce). Foi o que ocorreu com a Lidador, empório de bebidas e comidas finas que surgiu nas ruas do Rio de Janeiro na década de 1920, quando a cidade ainda era a capital do Brasil. A tradição e o renome da marca despertaram o interesse do BarraShopping, onde inauguraram a primeira loja de shopping, há oito anos. De início, os proprietários da loja relutaram em aceitar a idéia e a administradora acabou cedendo o ponto para facilitar a negociação. Para se adaptar ao novo ambiente, foi preciso reduzir o tamanho das lojas e criou-se a submarca Le Petit Lidador. Hoje, das 10 unidades em operação, apenas quatro estão na rua. “Atualmente preferimos os shoppings, já que as pessoas estão se afastando das ruas”, relata Fernando Cabral Guedes, diretor da empresa. Apesar de já estarem consolidados nos shoppings, no início foi preciso lidar com a cobrança da administradora, que achava que o estabelecimento não vendia o suficiente. “Mas com o tempo as vendas se estabilizaram e não tivemos mais problemas”, conclui. Outra questão contratual que deve receber atenção redobrada são os aluguéis extras, cobrados em datas comemorativas como Natal e Dia das Mães, por exemplo. “Há empreendimentos que cobram 13º, 14º e até mesmo 15º aluguel, o que é injusto até porque o aluguel, de certa forma, já está bem pago”, afirma Nabil Sahyoun, da Alshop. A maioria dos contratos também prevê participação fixa nos lucros, com taxas que variam de 5% a 20%. A multa por rescisão de contrato costuma ser alta, podendo chegar a até 20 aluguéis, o que dificulta a saída dos varejistas em alguns casos. “Os shoppings não costumam negociar a multa a não ser que tenham interesse em locar o espaço para outro estabelecimento que venha a lhe trazer maiores lucros”, alerta Wainstock. Há ainda a chamada “cláusula de raio”, que proíbe o lojista de abrir outra loja dentro da área de abrangência do shopping. No entanto, conforme Sahyoun, esta condição é uma exceção, “até porque atualmente falta lojista para tanto shopping”. 2008 Junho 23

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de vendas e os custos de ocupação antes de decidir pelo shopping”, recomenda Sérgio Laporta, diretor da Casa Almeida, tradicional rede paulista que comercializa artigos de cama, mesa e banho. O administrador de empresas, que já tinha 35 anos de experiência no varejo, foi contratado especialmente para cuidar da expansão para shopping center, em 2002. “A transição foi muito cuidadosa, já que temíamos comprometer a qualidade do atendimento”, relembra Laporta. Se no início os custos com aluguel e condomínio eram pesados demais, com o tempo a situação se equilibrou e o retorno do investimento ocorreu dentro do esperado. Pioneira na operação em shopping center no Brasil – a primeira loja foi aberta em 1966 e funcionou até 1998 – a Casa Almeida possui atualmente três lojas de shopping e a matriz, localizada na Rua Augusta.


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um grande empecilho para o sucesso de um negócio em shopping. Foi o que aconteceu com a Multicoisas, rede de lojas de conveniência especializada em materiais para reparos domésticos. A primeira experiência em shopping coincidiu com o lançamento de sua primeira franquia, no início da década de 90, e resultou em uma sucessão de erros. “Nossa mentalidade estava voltada para a loja de rua e essa inauguração foi muito sofrida, já que precisávamos de uma grande área de estoque”, conta Luis Henrique Stockler, diretor de marketing e expansão da rede.

O QUIOSQUE é uma alternativa barata e segura para marcar presença nos shopping centers

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Dessa forma, as primeiras unidades da Multicoisas em shopping tinham entre 150 m2 e 200 m2, o que tornou o negócio inviável devido aos altos custos de aluguel e condomínio. Foi preciso adaptar o projeto da loja para 80 m2, o que só foi possível com a criação de um centro de distribuição que permitisse às lojas reduzir a área de estoque. Atualmente com 64 lojas em operação, a rede dá preferência para a operação em shopping. “Nos três últimos anos, de cada dez lojas que inauguramos, nove estão no shopping”, afirma Stockler.

a opção quiosque Redes maiores, como a Multicoisas, possuem um fôlego financeiro que permitiu reformular suas lojas a tempo de recuperar a lucratividade. Mas há uma alternativa para quem pretende investir em uma operação de shopping e não dispõe de tantos recursos: o formato de quiosque, que se popularizou recentemente e já é bastante comum na maioria dos centros comerciais. Apesar de o metro quadrado custar relativamente mais caro do que nas lojas físicas, a área locada é menor – cerca de 12 a 15 m2 – e o contrato de aluguel é menos rígido, geralmente com validade de três a seis meses. Em alguns casos, se o negócio não for bem o lojista ainda pode encerrar a atividade sem pagar multa. Mas esse tipo de formato não funciona para qualquer loja ou produto. “O quiosque é recomendado para produtos de conveniência, em que a compra acontece por puro impulso”, alerta o consultor José Lupoli. É preciso considerar, ainda, o fato de que as mercadorias ficam mais expostas e é preciso garantir maior fiscalização. Outra vantagem do quiosque é seu grande apelo de marketing, já que oferece 360º de acesso e desfruta de todo o movimento dos corredores do shopping. Foi essa visibilidade que incentivou a rede gaúcha Wallstreet Posters a eleger o quiosque como formato exclusivo para suas franquias. A rede, que atualmente possui 34 unidades espalhadas em shoppings pelo Brasil, teve início em 1990 com uma loja de rua em Porto Alegre. “Logo depois já optamos pela expansão através do quiosque por ser uma operação mais compacta, de menor investimento e


STOCKLER: depois de uma transição conturbada, a Multicoisas mudou o formato das lojas para se adaptar ao shopping

grandes, para atrair as pessoas que estão no trânsito. “No shopping a vitrine pode ser mais detalhista, pois o consumidor está mais tranqüilo e disposto a observar”, afirma. As cores escuras também podem ser exploradas nas vitrines de shopping, onde a iluminação é controlada, já que na rua é preciso evitá-las para não correr o risco de criar um efeito de espelho. “A vitrine deve ser coerente com o espaço e, principalmente, com os freqüentadores do

shopping”, recomenda Patrícia. Considerado pelos especialistas como o “negócio do futuro”, os shop­pings totalizam hoje 367 empreendimentos no País, conforme dados da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce). E o setor só tende a crescer: atualmente, 76 shoppings estão em fase de obras ou em projeto, o que significa abertura de aproximadamente 13.250 novas lojas nos próximos anos, segundo estimativas da Alshop.

Contato Provar (11) 3894-5007 Alshop (11) 3179-0600 Abrasce (11) 5502-3277 Sérgio Wainstock (21) 2255-1642 Semma Des. e Viabilização do Varejo (11) 3141-0877 Vitrina & Cia (Patrícia Rodrigues) (11) 2193-2470

Multicoisas (67) 3321-0580 Casa Almeida (11) 3082-1538 Kock Modas (48) 3234-1386 Lidador (21) 2533-4988

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ideal para nosso produto, que tem grande apelo visual”, diz Rodrigo Etlis, sócio-diretor da empresa. Independente do formato escolhido, o layout, a vitrine e a fachada da loja são fatores que devem estar adequados ao padrão do shopping center em questão. De modo geral, as lojas de shopping têm área mais reduzida e o espaço deve ser aproveitado ao máximo. Enquanto na rua o lojista faz o que quer para atrair clientes – como, por exemplo, instalar letreiros luminosos, distribuir panfletos e colocar música alta –, no shopping essas ações são proibidas e há diversas regras estabelecidas para evitar a poluição visual. Cada empreendimento define suas próprias normas e há fiscalização permanente para garantir a harmonia do ambiente. De acordo com a vitrinista Patrícia Rodrigues, nas vitrines de rua é preciso trabalhar com elementos

Wallstreet Posters (51) 3061-9090

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GESTÃO

Mudança de

identidade

Em tempos de informação acelerada e consumidores exigentes, é preciso manter sua loja sempre atual e em sintonia com a evolução do público. Mas como saber a hora certa de mudar e renovar o visual sem perder a personalidade do negócio?

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a

o entrar em uma loja, antes mesmo de ser atendido, o cliente já se deixou envolver pela atmosfera do local. Do layout da fachada aos materiais de sinalização no ponto-de-venda, uma série de estímulos visuais se combina para transmitir uma primeira impressão do negócio e construir a expectativa para uma experiência de compra satisfatória. Conhecido como “identidade visual” pelos profissionais do design, esse conjunto de fatores tem recebido uma atenção crescente por parte dos varejistas. Diante de consumidores cada vez mais ávidos por novidades, o maior dilema para os empresários hoje é encontrar o momento certo de renovar o visual e uma maneira eficiente de construir e fixar a marca junto ao público. Especialmente no caso do comércio varejista, em que o cliente

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por mônica pupo entra em contato direto com a loja, todo o ambiente deve estar alinhado com o conceito da marca. Segundo Leonardo Araújo, diretor de criação do GAD Design, escritório especializado em branding e design com unidades em São Paulo e Porto Alegre, “as pessoas compram conceitos e não simplesmente produtos”. Antes de definir um design, é preciso conhecer os diferenciais da empresa e o perfil do público-alvo que se pretende atingir. Engana-se quem pensa que a identidade visual diz respeito apenas à logomarca da loja. “A identidade visual do varejo é muito mais sensitiva, envolvendo cores, sons, aromas e disposição dos produtos, entre outros fatores”, explica Luciano Deos, diretor-presidente do GAD Design. Dessa forma, não faz muito sentido investir apenas na mudança da placa na entrada

foto pur estoc k x da loja, já que todo o ambiente deve refletir a “personalidade” da empresa. De acordo com Deos, a receita para uma identidade visual eficiente é a simplicidade e a facilidade de leitura. “Ela deve também possuir uma mística sutil que atraia os clientes e ser atemporal, não recorrendo aos modismos do momento, mas, sim, investindo em formas consistentes.” Isso não significa que, para obter bons resultados, seja preciso investir em grandes reformas ou mudanças drásticas na estrutura física da loja. Para Leonardo Araújo, até mesmo as alterações mais sutis podem ser percebidas pelo consumidor. “Soluções simples como ajuste de cor das paredes, iluminação e a forma como a loja orienta os clientes para as promoções já fazem diferença.” O arquiteto ainda alerta


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GESTÃO

Fotos Eliana Vieira

FACHADA antiga

AlÉM DA fachada, as mudanças na rede Patropi incluíram até o uniforme das vendedoras e a criação de uma marca própria

para o fato de que, hoje em dia, os clientes compram conceitos e não simplesmente produtos.

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atualização da marca Mas, afinal, como saber a hora certa de reformular sua identidade visual? Na opinião da consultora empresarial Lígia Fascioni – autora do livro Quem sua empresa pensa que é?, que trata sobre identidade corporativa –, as marcas só correm o risco de “envelhecer” se não forem bem concebidas. “Quando a marca é bem projetada, ela pode ser atualizada de tempos em tempos, sem perder a sua essência.” Além do fator estético, é preciso considerar possíveis mudanças no mix de produtos oferecidos, a decisão de investir em um segmento diferente ou se há a intenção de atingir outro públicoalvo. “O momento adequado para

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mudar é quando a identidade atual já não traduz a proposta da loja, ou seja, é preciso reposicioná-la no mercado”, explica Deos. O auxílio de um especialista para determinar esse momento, contudo, é fundamental para o sucesso da iniciativa. A pesquisa de mercado foi o que determinou o sucesso na mudança de identidade visual da Patropi, tradicional loja de roupas femininas localizada em Florianópolis. Neste caso atípico, já que normalmente são os lojistas que saem em busca dos designers, as proprietárias foram abordadas pela publicitária Cibele Rigoni, da Passarela Fashion Office – escritório de design e marketing de moda –, que, na época, precisava de um tema para seu projeto de pós-graduação. “Eu me lembrava da importância da marca nos anos 1980, no auge, quando havia poucos concorrentes na cidade. A loja

possui uma clientela fiel, coisa rara hoje em dia”, conta. O planejamento de marketing constatou que a marca, existente há 34 anos, precisava se reposicionar no mercado. Em um primeiro momento houve resistência por parte das proprietárias, que pensavam até mesmo em extinguir a confecção própria, justamente o item que acabou fazendo toda a diferença. “As pesquisas com clientes e ex-clientes detectaram que muitas pessoas deixaram de freqüentar a loja justamente por sentirem falta das roupas exclusivas da Patropi”, explica Cibele. A solução encontrada contemplou mudanças na logomarca, fachada, uniformização das vendedoras e na parte interna do estabelecimento, com novas cores e decoração. Além disso, foi criada uma marca para as roupas da confecção própria, a Patropi Atelier, que


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mudança só é válida se estiver atrelada à evolução da empresa como um todo”, explica Luciano Deos. A alteração da identidade visual é uma decisão estratégica que deve ter como objetivo melhorar a comunicação da loja com seu público, e não necessariamente o lucro imediato. A implantação de novidades na identidade visual de um negócio no varejo deve ser planejada para que o consumidor não se confunda e acabe pensando que a loja não é mais a mesma. Transformações radicais requerem um plano que envolve ações de marketing e publicidade para anunciar ao público que o estabelecimento está de cara nova. Caso isso não seja feito, o consumidor pode ficar em dúvida se a antiga empresa fechou ou se está sob nova direção, por exemplo.

loja nova na cidade

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A NOVA LOGO da rede Politintas foi acompanhada de mudanças na fachada e no interior das lojas que despertaram a curiosidade dos consumidores

passou a responder por 70% de participação no mix de produtos, sendo que antes não passava dos 20%. O resultado é que, desde dezembro de 2006, quando a nova identidade visual passou a ser utilizada, a loja registrou aumento de até 60% nas vendas. E se antes a logomarca e a vitrine praticamente passavam despercebidas – apesar da loja estar

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localizada em um dos pontos mais movimentados da cidade – hoje a fachada da Patropi se destaca pelas cores e iluminação. É importante lembrar, entretanto, que o acréscimo nas vendas não acontece a curto prazo e nem é determinado apenas pela mudança visual. “Espera-se que haja um incremento do negócio, mas essa

Um exemplo do impacto que uma nova identidade visual pode causar ocorreu com a reformulação da Politintas, rede capixaba que possui cinco lojas especializadas no comércio de tintas. Em 33 anos de atuação, a empresa está na sua quinta logomarca que, desta vez, veio acompanhada por modificações na fachada e no interior das lojas. “As mudanças foram tão positivas que as pessoas passaram a enxergar melhor a nossa marca, a ponto de nos parabenizarem pela nova loja na cidade de Vila Velha. Detalhe: a loja já estava lá há sete anos”, comemora Cristóvão Ventorim, diretor de marketing da Politintas. Um dos problemas com a logomarca anterior, utilizada durante 12 anos, era a dificuldade de reprodução em pequenas dimensões, o que li-


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mitava a aplicação da marca na estrutura física da loja, em diversas peças. A nova que permaneceu a mesma. versão, criada pela agência de A escolha do escritório publicidade Artcom, é versáde design é um desafio, já til e pode ser apresentada em que os profissionais mais qualquer cor, o que remete ao consagrados (ou famosos) produto vendido pelas lojas. cobram preços inviáveis para Uma das preocupações da os micro e pequenos emPolitintas era a de resguardar presários. “A empresa deve os elementos mais tradicioprocurar assessoria de pronais da logomarca. Segundo fissionais com formação em Vinícius Ventorim, diretor comunicação e design para comercial da empresa, “apegarantir que a identidade visar de a mudança ter sido sual esteja sempre atualizada grande, mantivemos o azul e em concordância com as do nome e as cores das gotas, tendências do mercado”, reque antes eram representacomenda Alexandre Felizola, luciano DEOS: “O momento adequado para mudar das no redemoinho”. diretor de arte da Idéias DeSe a identidade visual não é quando a identidade atual já não traduz a proposta mais Comunicação & Design, da loja, ou seja, é preciso reposicioná-la no mercado” corresponde às característiresponsável pelo projeto da a ver com decoração”, lembra Tânia cas da loja ou dos produtos Terra Nossa. A consultora oferecidos, é preciso redesenhá-la Alves, supervisora de marketing da empresarial Lígia Fascioni concorda completamente. Este foi o caso da Terra Nossa. Os conceitos de arte- e sugere os escritórios-modelo de Terra Nossa, que possui duas lojas sanato, natureza e decoração foram universidades e escolas de design de móveis rústicos e decoração, inseridos na nova logomarca através como uma alternativa para os que localizadas no Rio de Janeiro. A dos símbolos dos quatro elementos, não dispõem de muita verba. “Seja logomarca anterior, utilizada por além da extensão “móveis e decora- qual for a opção, é como procurar um 14 anos, não chegava sequer a es- ção”, acrescentada ao nome da loja. médico ou dentista: a melhor forma clarecer o ramo do estabelecimento, O uniforme dos funcionários, as é buscar as referências de trabalhos já que utilizava um genérico mapa- embalagens, folhetos promocionais anteriores e analisar atentamente o múndi como símbolo. “Poderia ser e toda a parte de papelaria também portfólio dos designers.” uma agência de viagens ou qualquer acompanharam a mudança. Mas, Contato coisa do tipo, mas não tinha nada neste caso, não foi preciso intervir GAD Branding & Design (11) 3040-2222

Idéias Demais Comunicação & Design (21) 2518-6467 Passarela Fashion Office (48) 9981-1191 Artcom (27) 3357-0000 Lígia Fascioni www.ligiafascioni.com.br

UMA RENOVAÇÃO radical na logomarca foi a solução encontrada pela rede Terra Nossa para criar uma identidade mais adequada ao ramo de decoração

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Politintas (27) 3246-3201 Patropi (48) 3222-4644 Terra Nossa (21) 2224-3208

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Perfil

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ComĂŠrcio 32 Junho 2008

colaborativo


Inspirados pela internet, três colegas de faculdade criaram a Endossa, uma loja que vende praticamente de tudo em espaços alugados para qualquer pessoa oferecer seus produtos diretamente ao consumidor por ca mila s t ähelin

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Endossa pode ser definida como uma espécie de “Mercado Livre” (site de compra e venda na internet) do mundo off-line. Criada em março deste ano, a loja tenta aplicar no ponto-de-venda os conceitos de colaboração e participação do usuário já consagrados no ambiente virtual. A proposta consiste em alugar espaços na loja – divididos em módulos no formato de caixas – onde qualquer pessoa pode criar uma marca e oferecer seus produtos ao consumidor, com total autonomia em relação ao que vender e quanto cobrar. O mix de produtos inclui desde bijuterias e camisetas até guitarras, tudo para atrair os mais diversificados públicos. A idéia surgiu quando os estudantes de Propaganda e Marketing Gustavo Ferriolli, Carlos Margarido e Rafael Pato decidiram montar um negócio em sociedade. “Gostaríamos de trabalhar com consignação, mas não tínhamos uma idéia muito clara de como seria”, conta Carlos. O conceito do projeto estava em estudo há mais de um ano pelo trio. “Tínhamos duas premissas que nos guiavam: a primeira, uma filtragem de conteúdo, e a segunda, o perfil colaborativo”, destaca Gustavo. Procuraram em livros e em diversos sites na internet algum material sobre o assunto, mas nada se aproximava exatamente do que queriam. Até que encontraram quatro parágrafos sobre uma loja em Cingapura, onde os produtos consignados eram disponibilizados em caixas. Era o detalhe que faltava para embasar o conceito da loja colaborativa. Depois de um período de planejamento, já sabiam o que queriam e como implementariam a idéia. Chamaram a arquiteta Maíra Ramos para ajudá-los a fazer o projeto da loja e orientar a 2008 Junho

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INEXPERIENTES no varejo, Rafael (esq.), Gustavo e Carlos apostam em um novo conceito para o ponto-de-venda

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Perfil

disposição das caixas. Como ainda não tinham produtos para abrir a loja – apenas oito das 163 caixas existentes estavam preenchidas – o jeito foi encontrar uma saída tão original quanto a própria idéia do negócio: inauguraram a Endossa com as caixas cheias de canecas com o logo da empresa. “Fizemos 500 canecas para preencher todos os espaços. As pessoas passavam na rua e achavam curioso uma loja cheia de produtos exatamente iguais e entravam para saber o que era.

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Chegaram a perguntar se vendíamos closet”, conta Carlos. Na verdade, as canecas não estão disponíveis para venda e são dadas de brinde para quem aluga uma caixa.

movimento constante A escolha do ponto não foi difícil. Independente do que fosse a empresa, sabiam desde o início que queriam algo nas redondezas da Rua Augusta, em São Paulo. “Justamente pela metamorfose em termos de público que há no local. Durante a

semana há os engravatados da Avenida Paulista e no final de semana o povo mais alternativo, freqüentador dos bares da região”, explica Carlos. Nas primeiras duas semanas de funcionamento, alugaram parte considerável dos espaços: 100 das 163 caixas disponíveis. “Para ser mais atraente para os vendedores, oferecemos três meses de aluguel de caixa pelo preço de um”, revela Gustavo. Como a rua é bastante movimentada, já na primeira semana passou


ENDOSSA março de 2008 Sede: São Paulo Área de atuação: aluguel de espaços modulares para venda consignada de diversos produtos Número de lojas: 1 Número de funcionários: 2 Número de itens no mix: 3,4 mil

Fundação:

custa R$ 200 e é a mais procurada. Entre as opções maiores, há a comprida (tanto vertical quanto horizontal), com 60 x 130 cm, por R$ 250; e a large, que mede 130 x 130 cm e custa R$ 350. Todos os preços correspondem à locação por 28 dias, independente do tamanho. A única exceção é para as caixas que ficam nos lugares mais altos, que têm os mesmos preços, independente do tamanho, para um período de 56 dias. Há, ainda, oito espaços com araras, medindo 100 x 60 cm, que custam R$ 250.

autonomia para vender A autonomia oferecida aos “clientes-fornecedores” é, sem dúvida, o principal atrativo para quem deseja colocar seus produtos na Endossa. “Ao contrário das outras lojas que trabalham em consignação, onde os donos é que definem o que será vendido e quanto será cobrado por mercadoria, aqui quem traz o produto é que determina o preço”, explica Carlos. O empresário afirma também que por mais que gostassem de ajudar na precificação, ele e os sócios são iniciantes no varejo e ainda estão aprendendo com o novo negócio. 2008 Junho

Revista do Varejo

uma jornalista pelo lugar, gostou do que viu e divulgou a loja em um guia da cidade de São Paulo. Essa exposição fez com que a locação dos espaços ganhasse um impulso importante. Outro fator que contribuiu para o rápido sucesso da loja é o fato de os proprietários da Endossa não cobrarem comissão sobre as vendas. O que fazem é descontar os impostos dos produtos e as taxas de cartão de crédito, caso a compra seja paga dessa forma. Atualmente, apenas 20 caixas não

estão locadas. Definir exatamente o que vende a loja é tarefa difícil e, muito menos, é intenção dos proprietários. “Ela foi criada para se auto-segmentar. Qualquer descrição pontual do empreendimento foge do que ele deve ser”, diz Carlos. Atualmente, o mix de produtos conta com 3,4 mil itens, entre roupas, bolsas, bijuterias, sapatos e artigos de decoração. Até o momento, os produtos mais vendidos são as bolsas e bijuterias, o que dá ao ponto-de-venda um perfil mais feminino. Contudo, os lojistas ressaltam que isso pode mudar com o tempo. “Não temos muitas restrições em relação ao que vender. Não vendemos nada ilegal, tem que durar mais do que um ano e não pode ter legislação específica. Já tivemos um biólogo aqui que tinha um viveiro de serpentes e queria uma caixa para vender cobras. Mas é claro que existe um limite”, afirma Carlos. As caixas onde estão disponibilizadas as mercadorias são oferecidas em seis tamanhos diferentes – todas com 1,50 cm de profundidade – e valores correspondentes: a menor tem 25 x 25 cm e custa R$ 80; a small, com 60 x 25 cm, sai por R$ 150; a padrão, com 60 x 60 cm,

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Perfil

Revista do Varejo

OS CLIENTES são livres para explorar os boxes à vontade e experimentar os mais de 3 mil produtos colocados à venda

Para facilitar o controle no fluxo de mercadorias, os empreendedores desenvolveram um software que permite aos vendedores acompanhar em tempo real a movimentação de seus produtos. Mais do que isso, eles podem, inclusive, modificar preços em tempo real, já que tudo é etiquetado com código de barras e os clientes conferem os valores em scanners de verificação de preço distribuídos pela loja. Gustavo, no entanto, diz ter aprendido nos últimos meses que “produto tem que ter preço visível sempre”, mesmo que não esteja na vitrine e que tenha um terminal de consulta próximo. Agora, eles estudam uma forma de resolver a questão e combinar a agilidade da remarcação oferecida pelo sistema com uma exibição mais clara dos preços. A Endossa abre das 10h às 12h para check-in e check-out dos ven-

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dedores consignados. O primeiro horário é para entregar os produtos na loja e verificar a precificação. Todas as mercadorias são conferidas por um dos dois funcionários da loja. No check-out, o vendedor pode retirar os produtos restantes do ponto-de-venda, contá-los e receber o dinheiro das vendas. A partir do meio-dia, a loja funciona para o público em geral.

planos virtuais A relação com o vendedor é mediada por um tripé: o box onde ele disponibiliza os produtos; o software, que lhe permite acompanhar as vendas; e uma comunidade criada no site da loja, onde cada marca possui um perfil próprio. Na internet, o objetivo da Endossa é reunir virtualmente uma comunidade de vendedores e compradores para conversar e trocar idéias entre

si. Por enquanto a Endossa não faz vendas on-line, mas este é um plano para o futuro próximo. “Queremos transformar o espaço virtual em um agregador ainda maior da loja física, que facilite não só as vendas, mas o contato entre quem fornece e quem deseja comprar”, ressalta Carlos. Ao todo, foram investidos em torno de R$ 100 mil para deixar a Endossa funcionando. Carlos afirma que nesses poucos meses ainda não foi possível ter o retorno integral de tudo, mas se surpreende com o volume de vendas que já atingiram. “Nosso plano é ampliar ainda mais a atuação da marca, criando, inclusive, uma holding para trabalharmos também com uma pequena assessoria de imprensa, entre outros negócios.” Contato www.endossa.com contato@endossa.com



Franquia

Saúde à flor

da pele

Pioneira na fabricação de dermocosméticos no Brasil, a Valmari investe no franchising para ampliar o alcance da marca para além do público especializado em estética

Revista do Varejo

s

por m ô nic a pupo

e atualmente os chamados dermocosméticos – também conhecidos como cosméticos de terceira geração – são relativamente comuns nas prateleiras de lojas e drogarias, não se pode dizer o mesmo de três décadas atrás. Nessa época, o conceito de produtos que agregam uma abordagem dermatológica ao cuidado com a beleza ainda era restrito à área de pesquisa. Percebendo o potencial deste mercado, dois profissionais com experiência em cosmetologia decidiram apostar em um modelo de negócios para produzir e vender dermocosméticos para esteticistas. Há 28 anos surgia a Valmari, que hoje reúne laboratório, fábrica de cosméticos e uma rede com 87 lojas – uma delas em Portugal –, das quais 79 são franquias. A história da Valmari teve início em 1980, quando a esposa de Silvestre, a fisioterapeuta e cosmetólo-

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fotos casa da photo

ga Maria Rita Lemos de Resende, se uniu ao bioquímico Henrique Valfré com a idéia de abrir uma farmácia de manipulação. O objetivo inicial era atender os médicos dermatologistas, mas a vocação para o trabalho com os esteticistas surgiu logo nos primeiros anos. “Com certeza nós fomos um dos pioneiros a apostar na produção e venda de cosméticos para profissionais de estética”, conta Silvestre Resende, diretor comercial da empresa. “Desde o início procuramos oferecer cosméticos com uma visão dermatológica, que agora se denomina cosmecêutica e está muito disseminada no mercado.”

explorando nichos Para atender a nova demanda, os sócios optaram por um investimento ousado: a criação de uma fábrica para pesquisar e produzir cosméticos em larga escala. A evolução para o franchising aconteceu

ao longo desta expansão, em 1984, época em que o sistema ainda era novidade no Brasil. “Desde aquela época nós formatamos a idéia de lojas exclusivas para comercializar nossos produtos. Ainda mais porque, quando se investe em uma


O mix de produtos oferecidos pela Valmari contabiliza cerca de 600 itens, voltados principalmente a nichos de mercado muito específicos. É possível encontrar opções para peles sensíveis, com acne, antienvelhecimento, gestantes, pele

negra e vasta linha profissional. Apesar de as lojas atenderem também todos os tipos de consumidor, essa variedade e a especificidade de produtos acabam atraindo a atenção de um público mais profissional. Isso levou a empresa a oferecer aos 2008 Junho

Revista do Varejo

fábrica, não dá para se limitar a apenas duas lojas próprias”, completa Silvestre. Atualmente, a rede possui unidades franqueadas em quase todos os estados do País, com exceção do Piauí, Alagoas e Rio Grande do Norte.

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Franquia

GALVÃO: mesmo sem experiência no varejo, o franqueado já comemora o sucesso da loja inaugurada há cerca de um ano

franqueados uma oportunidade de ampliar o negócio através da prestação de serviços. Além da loja, é possível adquirir uma unidade do Centro de Estudos de Cosmetologia Aplicada (Ceca), que funciona junto às lojas de rua e oferece cursos de formação e reciclagem para profissionais da estética.

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experiência na prática Duas das franquias mais antigas da Valmari estão localizadas em Brasília. A empresária Heloísa Brant, que não tinha experiência anterior no varejo – e nem na área de estética –, entrou no ramo por acaso. Incentivada por uma prima que era esteticista, aceitou a parceria e a dupla inaugurou a primeira loja, em funcionamento há 19 anos. A franqueada, que antes ocupava o cargo de gerente de contabilidade

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de um fundo de pensão, hoje possui duas lojas na cidade, além de uma unidade do Ceca responsável pela formação de mil profissionais por ano. Um dos problemas enfrentados por Heloísa no início das atividades foi o fato de a Valmari ser pouco conhecida pelo público brasiliense na época. “Costumo dizer que nós fizemos um trabalho de ‘formiguinha’, indo a todos os locais, empresas, clínicas de estética, etc.”, lembra a empresária, que diz ter perdido a conta de quantos eventos promoveu para divulgar a marca. Dessa forma, a loja consolidou-se na cidade até que, em 2002, surgiu a necessidade de abrir mais uma franquia, desta vez em um shopping center. “Queríamos nos aproximar do público consumidor, pois a outra loja visava mais os profissionais”, explica. As dificuldades que Heloísa e os

primeiros franqueados encontraram no início do negócio com o tempo serviram para ajustar a operação da franquia e garantir o retorno para os novos parceiros da marca. Um deles é o franqueado Fábio Galvão, que abriu uma loja da Valmari em São Paulo em junho de 2007 e já comemora os bons resultados. “Por ser recém-inaugurada, minha loja superou as expectativas. Desde o primeiro mês mantive o ponto de equilíbrio”, conta o franqueado. Após trabalhar durante seis anos como gerente de vendas da própria Valmari, Galvão não se arrepende da decisão de investir em um negócio próprio. “Eu queria expandir o leque profissional. A experiência com o varejo tem sido muito gratificante e não pretendo voltar a ser executivo.” A experiência no ramo de cosméticos não é um requisito essencial


PERFIL DO NEGÓCIO Fundação:

1980

1984 Negócio: produtos para tratamento facial, corporal e capilar Responsável pela franquia: Meire Marran Unidades próprias: 7 Franquias: 86 Taxa de franquia: R$ 15 mil a R$ 20 mil Royalties: 4% a 12% Taxa de propaganda: 1,95% das compras 2 Área para instalação: 30 m Capital para instalação: R$ 20 mil Capital de giro: R$ 18 mil Previsão de retorno: 18 a 24 meses Criação de franquia:

Faturamento médio por unidade:

R$ 18 mil a R$ 22 mil Funcionários por unidade: Exige experiência?

não

Exige dedicação exclusiva: Aceita conversão?

não

3 sim

Revista do Varejo

para quem quiser investir na franquia. “Não exigimos experiência anterior em nenhum setor específico, porém deve ser uma pessoa empreendedora e com conhecimento nas áreas financeira e comercial”, esclarece Meire Marran, analista de franchising da Valmari. A entrevista pessoal é o primeiro passo no processo de seleção dos candidatos a franqueado. É preciso ainda ter mais de 25 anos de idade, segundo grau completo e senso de organização e liderança. Além disso, é necessário passar por um treinamento de duas semanas antes da aprovação final. O investimento inicial depende do número de habitantes da cidade em que se pretende instalar a loja, mas fica em torno de R$ 53 mil (para municípios com até 100 mil habitantes) a R$ 73 mil. O faturamento médio de uma unidade é de cerca de R$ 18 mil, com lucro líquido de aproximadamente R$ 3,5 mil. Sendo assim, estima-se que o retorno do capital investido ocorra entre 18 e 24 meses. “No meu caso, estamos dentro do prazo”, calcula Galvão. Já a sua colega de Brasília, Heloísa Brant, também ficou satisfeita com o retorno do investimento, mas acrescenta que a aparente comodidade do sistema de franquia não garante, por si só, o sucesso. “É gratificante trabalhar para você mesma, mas é preciso muita dedicação e horas de trabalho para o negócio dar certo”, recomenda. Heloísa elogia o suporte oferecido pelo franqueador e compara com outra experiência que vivenciou no franchising. “Já tive a franquia de uma lavanderia e me causou muitos problemas, pois a empresa não tinha estrutura para arcar com o que

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Franquia

A FRANQUEADA xxxxxxxxxxx

ALÉM DA LOJA, o franqueado pode ter uma unidade do Centro de Estudos de Cosmetologia anexa ao ponto-de-venda

prometia.” A empresária observa o comprometimento da Valmari, “que sempre atende prontamente às nossas solicitações”.

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suporte essencial O suporte às franquias ocorre desde a implantação da loja, com o layout do projeto arquitetônico, orientações para a reforma, manuais operacionais e técnicas de gestão. Os pontos-de-venda são abastecidos diretamente pela fábrica, localizada em Diadema (SP). Os pedidos são feitos por e-mail, o que agiliza a comunicação entre franqueador e franqueados, que contam ainda com apoio em eventos, publicidade, assessoria de imprensa e cursos de reciclagem para os funcionários. “Todo ano nós participamos de diversos treinamentos, workshops e

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lançamentos”, atesta a franqueada de Brasília. O franqueador também disponibiliza professores do Ceca para as unidades que não possuem centro de formação próprio. Para Fábio Galvão, o suporte oferecido está dentro do esperado. “Eu pesquisei a forma como os concorrentes trabalham, e a Valmari está em concordância com o que se oferece hoje em dia no franchising”, analisa. Em 2008, a rede prevê a inauguração de seis lojas. “Até 2010 pretendemos consolidar a marca no Sul do Brasil, sobretudo no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina”, revela Silvestre. Mas há interesse em abrir unidades em todo o País, especialmente no interior de São Paulo. Além disso, a empresa está investindo na reformulação

da identidade visual dos produtos e pretende ampliar o apoio aos franqueados. E, ainda, o lançamento de uma nova linha capilar voltada exclusivamente aos cabeleireiros promete esquentar as vendas neste ano. Outra aposta são os produtos direcionados ao público masculino, mais um nicho de mercado promissor. Segundo o diretor comercial da Valmari, o momento não poderia ser mais propício, “considerando que as pesquisas indicam que apenas dois terços da população do Brasil é consumidora de cosméticos e, ainda assim, somos o terceiro maior consumidor mundial, é possível ter uma idéia de todo o espaço que temos para conquistar”. Contato Valmari (11) 3878-5888



Projeto de loja

Versatilidade Revista do Varejo

modular

Baseado em m贸dulos que se encaixam de acordo com o espa莽o dispon铆vel, o projeto arquitet么nico da rede Hering Store foi criado para se adaptar a qualquer tamanho de loja por paula ar end 44 Junho 2008

fotos cas a da phot o


DUAS AMPLAS vitrines na fachada tornam o interior do salão de vendas visível mesmo de fora da loja

sição dos produtos que permite “encaixar” o seu projeto padrão nos mais diferentes tamanhos de pontos-de-venda existentes no Brasil e exterior. “É possível aplicar o modelo tanto em lojas de 80 m² como de 400 m²”, explica Takano. O formato, que vem sendo implementado desde 2006, também permitiu um aumento de cerca de 40% do estoque em exposição, melhorando a parte operacional da loja, uma vez que o vendedor não precisa recorrer ao estoque fechado

para buscar o produto em tamanho ou cor diferentes. De acordo com Bueno, não se deve esquecer que se trata de um projeto para vender produtos, e a maior agilidade no processo de compra resulta em um aumento das vendas. A Hering já trabalhava com um sistema de exposição em que o produto fica na área de vendas, e com os novos recursos isso aumentou ainda mais e reforçou o conceito fast fashion da loja, que permite atualizações constantes. 2008 Junho

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o

conceito dos famosos brinquedos Lego se baseia em partes que se encaixam permitindo inúmeras combinações. A mesma idéia está presente na concepção arquitetônica das lojas de outra marca bastante conhecida, a Hering, assinada pelo arquiteto Julio Takano e pelo merchandiser Walter Bueno, ambos do escritório Kawahara & Takano. Nas unidades da rede Hering Store, a grife utiliza um sistema modular para a expo-

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Projeto de loja

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Entre os novos recursos estão principalmente o mobiliário, também assinado pelo escritório Kawahara & Takano, que usa materiais como madeira, vidro e aço inoxidável, e o melhor aproveitamento dos chamados locais “negativos”, que agora abrigam os provadores e os caixas. Por exemplo, o caixa antes ficava no centro da loja, mas agora foi reposicionado, e no caso da loja do Shopping Morumbi, em São Paulo, está localizado na área em que o pé-direito do estabelecimento é rebaixado pelo mezanino que abriga o estoque. Os provadores também estão ali. Isso faz com que a área de maior amplitude do ponto-devenda seja destinada mesmo à exposição dos itens. De acordo com o gerente de Franquias da Hering, Marcelo Ta-

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vares D’Amaral, um dos objetivos do projeto foi justamente desenvolver um modelo que pudesse ser aplicado nas demais lojas da rede, sem que isso tivesse um custo impeditivo ao franqueado. “Por se tratar de uma rede com franquias é preciso considerar o investimento com retorno”, acrescenta. Na visão do gerente, o trabalho alcançou essa intenção, uma vez que o custo para a implementação do projeto ficou entre R$ 2 mil e R$ 5 mil por metro quadrado.

evolução da marca A transformação no layout da loja há cerca de dois anos reflete uma mudança de posicionamento da grife decorrente de estudos internos. A marca mostrava uma evolução, estava mais moderna,

HERING STORE São Paulo Data do projeto: 2006 Piso: concreto Laje: gesso e madeira Mobiliário: madeira, ferro e vidro Fachada: vidro e madeira Local:


O MOBILIÁRIO para exposição é composto por módulos recombináveis, que possibilitam mudanças rápidas no layout interno

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a

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Projeto de loja

ESPAÇOS de descanso com miniárvores e móveis de madeira de reflorestamento reforçam o conceito de sustentabilidade da marca OS CAIXAS, que antes ficavam no centro da loja, agora estão em áreas onde o pé-direito é rebaixado pelo mezanino

mas o ponto-de-venda não acompanhava esse movimento. “Não adianta apenas renovar a loja se o produto não teve uma evolução”, pondera Takano. A intenção era fugir do lugar-comum na arquitetura do ponto-de-venda, que foi um dos elementos do projeto de varejo desenvolvido pelo escritório Kawahara & Takano para a marca. E foi nos próprios preceitos da Hering relativos à sustentabilidade que os profissionais buscaram os elementos para delinear o visual da loja e incorporar o que eles chamam de “brazilian soul” (alma brasileira) ao projeto. O uso de móveis de madeira de reflorestamento nos espaços de descanso – chamados de lounge – e a disposição de miniárvores proporcionam uma sensação agradável aos clientes, uma vez que remetem ao ambiente de floresta e natureza. Ao mesmo tempo, as paredes laterais ganharam um tom “bronzeado”, que também remete a essa brasilidade. Outro elemento que teve atenção em razão da questão da sustentabilidade foi a iluminação, com a utilização de lâmpadas econômicas. A iluminação é indireta, proveniente de spots embutidos no teto de gesso, mas com foco dirigido aos produtos.

apelo jovem

Revista do Varejo

A sonorização é outro recurso no projeto desenvolvido pelo escritório Kawahara & Takano. O sistema de som emite vibração e a trilha é selecionada a partir de outro objetivo da marca: atrair o público jovem. “Apesar de a marca atender todas as idades, a loja tem um apelo mais jovem”, afirma

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Takano, argumentando, contudo, que atualmente há uma cultura de rejuvenescimento. Mesmo os mais velhos preferem ambientes nesse formato. Mas além da faixa etária, o projeto visou a acessibilidade para todo o tipo de público, tanto no que diz respeito à faixa de renda como a diferentes estilos. “A marca não se restringe a um determinado público, logo, o ponto-de-venda também não poderia fazer essa seleção”, reforça D’Amaral. E a entrada, ocupando pouco mais da metade da fachada, confirma essa premissa. Há duas vitrines – uma à direita maior e outra menor à esquerda, de canto – parcialmente fechadas, com manequins, mas o uso do vidro em toda a fachada faz com

que a loja inteira fique na vitrine. E como a Hering trabalha com um sistema de exposição em que o produto fica na área de vendas, mesmo de fora da loja o cliente já toma conhecimento do que é oferecido pela marca. “A loja faz parte da vitrine”, reforça Bueno. “A intenção é não limitar o cliente a resolver sua compra apenas com o que está exposto na vitrine propriamente dita. Isso possibilita que o consumidor veja logo a loja como um todo”, acrescenta.

foco nos produtos Dentro da loja predominam os tons neutros, com o piso de placas de concreto queimado e o uso de gesso e madeira na forração da cobertura, além da madeira

no mobiliário e do tom nescau nas paredes. Desse modo, são os produtos que roubam a cena. Isso também facilita a aplicação das campanhas da marca, que são lançadas concomitantemente em todos os pontos-de-venda da rede. Outro aspecto que facilita essa simultaneidade é a adoção de uma definição um pouco mais rígida do sistema de sinalização, que hoje é menos democrático, porém mais objetivo. A segmentação dos produtos – moda, básica, íntima e pessoal – é outra característica. A área de vendas, aliás, é segmentada por duas placas de gesso presas em estruturas metálicas no teto, com iluminação posterior, além das luminárias embutidas. Elas são repartidas por uma “viga”

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NOS FUNDOS da área de vendas, um corredor com seis provadores é separado do caixa por um grande espelho externo

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Revista do Varejo

Projeto de loja

de madeira do tipo imbuia, que acompanha a moldura da entrada. O pé-direito acompanha a altura da fachada, sendo reduzido apenas na parte posterior pelo mezanino onde ficam as poucas peças de estoque, porque a maioria já está à mostra. Nos seis provadores, além do espelho interno, os clientes conseguem uma visualização melhor no espelho que cobre a parede que os separa do caixa. Tudo para ajudar o cliente a visualizar um look perfeito com os produtos da marca. E isso parece ter surtido efeito. Embora prefira não citar valores, D’Amaral afirma que se percebeu um aumento das vendas com o novo projeto de arquitetura. Dados do último trimestre de 2007 ajudam a ratificar isso, embora tenham outros aspectos incluídos. No período, as vendas no conceito “mesmas lojas” na rede Hering

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Store cresceram 29% em relação às do mesmo intervalo de 2006, enquanto o número de atendimentos aumentou 56%. A Hering Store adicionou 30 lojas à sua rede, elevando o seu número para 181 estabelecimentos, dos quais 25 são próprios. E se a empresa fez o seu papel, os profissionais do escritório de arquitetura também colaboraram. O preço dos produtos é de magazine, mas o visual nem de perto lembra esse tipo de estabelecimento, mantendo um aspecto mais intimista e sofisticado aos clientes da marca. Contato Kawahara & Takano (11) 5694-1043 Hering 0800 473113 Hering Shopping Morumbi (11) 5182-5536

os arquitetos Julio Takano (esq.) formou-se em arquitetura na Universidade Mackenzie, em São Paulo, em 1988, mas antes disso já tinha seu escritório em razão de um segundo grau técnico. Atualmente, é sócio da Kawahara & Takano Projetos para Varejo. Walter Bueno é administrador de empresas formado pela PUCSP em 1981. Após integrar a equipe da C&A por muitos anos, em 2003 passou a fazer parte do escritório Kawahara & Takano, onde é diretor visual de merchandising. Além da Hering Store, a assinatura do escritório Kawahara & Takano está em redes como Riachuelo, Wal-Mart, Pernambucanas e Avon, entre outras.



Banho de loja

Sustentabilidade

no varejo

Kátia Bello

Arquiteta e sócia-diretora da Opus Design

Revista do Varejo

katia@opusdesign.com.br

52 Junho 2008

Quando você pensa em iniciativas de sustentabilidade desenvolvidas para o varejo, o que vem à sua cabeça? Shopping bag. Quem ainda não viu aquelas sacolas de tecido ou mesmo de outro material à venda em lojas e supermercados? Agora, quem já viu consumidores passando pelos caixas de um supermercado e, ao invés de usar várias sacolinhas de plástico para acondicionar as compras, usar uma shopping bag? Aposto que poucos de nós, não é verdade? Entre informação e ação existe um hiato. Resta saber por quanto tempo este hiato permanecerá. Não podemos esquecer que a base da sustentabilidade é assegurar condições de sobrevivência das futuras gerações. Este tema é de extrema urgência e parece que todos ainda dão a ele um tom de caridade, como se as poucas ações feitas fossem porque a empresa é “boazinha” ou para tentar tirar proveito no marketing. Se a consciência não vier por amor (aos filhos, aos netos, aos bisnetos), que venha por interesse. Interesse em garantir os ganhos que virão para cada negócio se houver gerações futuras, ganhos que virão da eficiência operacional. Pense em um exemplo de produto: o detergente. Imagine se houvesse um movimento para que o detergente fosse vendido na forma concentrada, com menos quantidade, porém, rendendo mais. A embalagem poderia diminuir e, com isso, diminuiria também o peso a ser transportado. Conseqüentemente, em um caminhão caberiam mais unidades do produto, gastar-se-ia menos combustível e menos espaço para estocagem nos depósitos. Em uma

mesma prateleira do supermercado caberia mais diversidade de produtos e, como se não bastasse, ainda haveria economia de água. Algumas empresas já perceberam que, além de serem “boazinhas” com o meio ambiente, podem ganhar com isso. Nos próximos anos, novos produtos, negócios e soluções nascerão desta necessidade urgente de consciência socioambiental. Novas políticas públicas e leis também virão. Há países na Europa com leis rigorosas sobre consumo de energia e critérios ambientais a serem seguidos antes de se obter uma licença para construção. No Brasil ainda não temos políticas públi-

“Racionalização do consumo

em um país acostumado ao desperdício não é tarefa fácil, mas há de se começar” cas rigorosas na proteção do meio ambiente, talvez por termos a falsa ilusão de que não seremos facilmente atingidos, pois temos o “pulmão do mundo” e enormes reservas de água doce. Racionalização do consumo em um país acostumado ao desperdício não é tarefa fácil, mas há de se começar e há de se entender que as lojas que souberem como atuar nesse contexto poderão lucrar. O ambiente é competitivo e capitalista, mas há oportunidades para quem conseguir aliar interesses que enfoquem o bem-estar dos indivíduos e do meio em que vivemos. Cuidar do planeta é cuidar dos consumidores amanhã.


2006 Maio

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Revista do Varejo


Revista do Varejo

P EQUENAS NOTĂ VEIS

70 Maio 2007


Fazendo melhor

Além do

horizonte Em época de vendas meio devagar, quem dita as regras é o marketing. Em tempos de mercado superaquecido, como o que vemos hoje, quem dá as cartas é a área de logística, cujos profissionais usam todos os recursos possíveis para fazer chegar o produto certo na hora certa nos centros de consumo que estão bombando. Nada mais desagradável que perder vendas por ruptura de estoque. Esqueça as análises feitas por representantes de setores dizendo que cresceram por volta de 7%. Eles estão escondendo o desempenho que suas empresas tiveram. Difícil encontrar um segmento que não tenha crescido acima de 10%. Informática, por exemplo, cravou 38,7% nos últimos 12 meses. As lojas de departamento, apesar do sortimento variado, cujas vendas diluem-se por diversas categorias, emplacaram 21,6% de crescimento. Você consegue imaginar segmentos que normalmente demoram um pouco mais para reagir, como móveis e tecidos, por exemplo? Pois bem, até esses não ficaram para trás e bateram a marca de 16%. E sua empresa, quanto cresceu? Quer saber de outro que explodiu, rompeu os entraves do cartão de crédito e da logística? A venda por internet foi a campeã brasileira com 40%, atingindo o número mágico de R$ 1 bilhão de faturamento. Beneficiadas pelo alongamento dos prazos de pagamento, as concessionárias de veículos estão com sorriso de orelha a

orelha, cujos números ostentam níveis de crescimento em torno de 29%. Entre novos, usados e importados, as vendas beiram os 4 milhões de unidades! Classes econômicas A, B, C, D e E – isso não tem mais sentido. Os consumidores se comportam de forma diferente nas situações de consumo. Estamos assistindo ao surgimento e à consolidação de uma nova classe média baixa, justamente a que mais cresce na euforia consumista. “Que peixe rosa é esse aí que estão servindo naquela mesa?”, perguntou curiosa ao garçom uma consumidora da periferia de São Paulo. Salmão,

“Assistimos ao surgimento

Palestrante, consultor de varejo, especialista em gestão e motivação de pessoas

moacirmoura@terra.com.br

de uma nova classe média baixa, justamente a que mais cresce na euforia consumista” disse o funcionário. Ela experimentou e virou consumidora habitual de “peixe rosa”. Ação e agilidade. Sem reuniões para atrapalhar o trabalho de venda, entrega e atendimento. Agora é hora de exercitar tudo o que foi aprendido nos treinamentos. Desenvolver o raciocínio estratégico e aprimorar ainda mais a engenharia operacional do negócio. Entrar no ritmo do mercado. Em grandes movimentos, o cliente é mais bem atendido do que na calmaria. Ninguém anda calmamente, todos correm agitados. E não faltam argumentos para substituir um produto por outro. Ter a mercadoria vira diferencial. Aproveite! 2008 Junho

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Revista do Varejo

Moacir Moura


Jogo Friedman

Corrida de cavalos

Revista do Varejo

Este jogo fará com que seus vendedores se concentrem em atingir sua meta específica na próxima venda. É o desafio “aposto que você não consegue”.

56 Junho 2008


Como Jogar O primeiro vendedor da lista sorteia uma meta de dentro de um pote. Se ele atingi-la imediatamente na venda seguinte, passa a meta para o próximo vendedor da lista. O jogador que não atingir sua meta na venda seguinte ganha uma letra da palavra CAVALO e o próximo vendedor da lista sorteia uma nova meta. A competição continua com toda a equipe de vendas até que reste apenas uma pessoa que não tenha recebido todas as letras da palavra CAVALO. Regras Básicas • O primeiro vendedor da lista sorteia uma meta, devendo alcançá-la na próxima venda. Caso ele atinja esta meta, o próximo vendedor da lista deve atingir a mesma meta na sua venda seguinte. O desafio continua por todos os vendedores da lista, um a um. • O primeiro vendedor que não atingir a meta ganha a letra “C”. A próxima pessoa da lista sorteia uma nova meta e esta se torna o novo desafio. • Cada vez que um vendedor não atingir a meta de venda

específica, ele ganha outra letra da palavra CAVALO. • O vencedor é aquele que não completar a palavra CAVALO. • Um novo jogo poderá ter início após o vencedor ser conhecido. O jogo deve se estender por todo um dia. Duração Sugerida Um dia ou um fim de semana. Premiações Prêmios de médio valor. Promovendo o Jogo Crie um quadro de jogos. Peça que cada vendedor traga uma foto 3x4 ou tire-as você mesmo. Recorte os rostos de cada um e cole-os no desenho de um corpo de cavalo. Coloque as figuras dos cavalos no quadro de jogos, próximo ao nome de cada vendedor. Toda vez que um vendedor ganhar uma letra, deve escrevê-la ao lado da sua fotografia. Materiais e Recursos Necessários Fotos dos vendedores e cavalos. Variações • Use o nome da sua loja ou outra palavra maior do que CAVALO. • Caso algum jogador atinja a meta, até melhor do que o jogador anterior, este passará a ser, automaticamente, o próximo desafio. Este procedimento torna a competição mais acirrada e desafiadora para o jogador seguinte.

Calendário de Seminários do Grupo Friedman PTG – Programa de Treinamento de Gerentes Brasília – 24 a 26 de junho RIO DE JANEIRO – 7 a 9 de julho PSL – Programa de Supervisão de Lojas São Paulo – 17 a 19 de junho PART – Programa de Atração e Retenção de Talentos São Paulo – 19 a 21 de agosto TVV – Treinamento de Vendas no Varejo São Paulo – 3 e 4 de julho

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Revista do Varejo

Preparação • Liste os nomes dos seus vendedores em uma ordem aleatória. A melhor forma de fazer isso é escrever os nomes em pedaços de papel e sorteá-los, um a um. • Crie uma lista de metas de vendas unitárias, tais como: uma venda de no mínimo R$ 25, uma venda de um produto em promoção ou uma venda de dois itens. Escreva as metas em pedaços de papel, dobre-os e coloque-os dentro de um pote.

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Pequenas notáveis

Projeto promove inclusão de minorias empresariais

Revista do Varejo

Parceria entre Sebrae e Integrare impulsiona negócios de pequenos produtores

Em 2007, negociações comerciais entre um grupo de micro e pequenas empresas brasileiras e grandes companhias geraram negócios no valor de US$ 16 milhões. A boa notícia é que esses laços foram estabelecidos com empreendimentos gerenciados por grupos historicamente excluídos do processo econômico, como afro-descendentes, índios e portadores de necessidades especiais. O resultado é fruto da parceria firmada entre o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e a associação empresarial In­te­grare. O acordo foi criado para aproximar pequenos fornecedores de gigantes do mercado nacional e

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internacional. Por meio de encontros promovidos pelas duas instituições, pequenas empresas dos mais diversos segmentos forneceram produtos ou serviços a marcas de destaque no País e a algumas multinacionais como Coca-Cola, Dupont, Visteon Sistema Automotivo, IBM, Unilever e Cushman & Wakefield. De acordo com o superintendente da associação Integrare, Silas Cezar da Silva, o projeto trouxe benefícios tanto para as empresas fornecedoras e companhias compradoras quanto para a sociedade. “Trata-se, na prática, de responsabilidade social, maior competitividade na cadeira de suprimentos, produtividade, consumo e, conseqüentemente, de

crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). É um programa de inclusão, de redução da pobreza e de desenvolvimento socioeconômico sustentável”, afirma Silas Cezar da Silva. Durante o processo, foram desenvolvidas metodologias pa­­ ra a concretização de negócios entre as partes, um portal de negócios, reuniões e monitoramento de compras. Também foram promovidas premiações para reconhecer os fornecedores e compradores de maior destaque e como forma de incentivo ao programa. Antes da realização dos encontros para formalização das compras, os associados participaram de treinamentos prepa-


ratórios para alinhamento sobre os princípios de negociação. Os workshops focaram tanto o lado dos fornecedores, trabalhando sua postura empreendedora, quanto o dos compradores, sobre suas exigências e demandas. Todas as metas do convênio foram ultrapassadas e, atualmente, o projeto conta com mais de 40 compradoras associadas e cerca de 220 micro e pequenas empresas participantes, a maior parte delas concentrada nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco. Para o Sebrae, este primeiro ano foi fundamental para a consolidação das bases do modelo do programa para que ele possa ser replicado a outros grupos de diversidade social, incluindo todas as regiões brasileiras. “O próximo passo é consolidar o método e aprimorar a plataforma, expandindo o programa a todos os segmentos das micro e pequenas empresas”, diz Luiz Carlos Barboza, diretortécnico do Sebrae Nacional.

Atualmente, o projeto Grandes Compradores & Pequenos Fornecedores conta com cerca de 220 micro e pequenas empresas participantes e mais de 40 compradoras

por Tatiana Alarcon Agência Sebrae de Notícias fotos marcia gouthier

O convênio firmado entre o Sebrae e a Integrare, em janeiro do ano passado, é uma das ações do Projeto Grandes Compradores & Pequenos Fornecedores, que tem por objetivo fortalecer cadeias produtivas de micro e pequenas empresas, tornando-as sustentáveis e competitivas para ganhar mais espaço no cenário comercial. Além das grandes empresas que compõem a Integrare, são parceiros do projeto o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o Banco Real, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e a Fundação Nacional da Qualidade (FNQ), entre outras instituições. Segundo a gerente da Unidade de Acesso a Mercados do Sebrae Nacional, Raissa Rossiter, o caminho para a sustentabilidade das micro e pequenas empresas deve ser pela união entre ação social e a força do mercado. “A idéia é prover o Sistema Sebrae de conhecimento e soluções, e articular novas parcerias, buscando aumentar o mercado para os pequenos negócios”, declara a gerente.

Revista do Varejo

Ferramenta de inclusão social

Representantes do Sebrae e da Integrare durante a assinatura do convênio

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Informação e crédito

Um cartão com a cara do seu negócio U

m case de sucesso da Serasa no processamento de cartões private label, as lojas Tent Beach contabilizam cerca de 40 mil cartões próprios emitidos em um ano e meio de operação. “Este é um marco importante em direção à conquista de novos mercados”, comemora o diretor de Produtos da Serasa, Ricardo Loureiro. A Serasa consolidou sua atuação como processadora de cartões com o lançamento, em 2006, da Solução Serasa Cartões, plataforma que oferece informação qualificada para crédito a cada transação. “O acesso a informações qualificadas para crédito, ao longo de todo o ciclo, seja na concessão do limite, nas vendas ou ainda no suporte às ações de cobrança, diferencia a oferta de processamento de cartões da Serasa”, afirma Loureiro. No ano passado, a Tent Beach, rede paulista do varejo multimarca de roupas de surf, decidiu investir na criação de um cartão de marca própria e, para isso, aderiu à plataforma de processamento da Serasa. Ao criar o private label, a varejista se preocupou em aumentar a fidelização e a satisfação dos clientes, ampliando seu poder de compra. O cartão ainda apóia a expansão dos negócios da rede com tecnologia, segurança e qualidade nos processos. “O grande diferencial da Solução Serasa Cartões é justamente ter disponíveis as informações da Serasa, transação a transação, o que garante um controle de risco muito mais eficiente nas operações com cartão”, afirma Marconde Miranda, responsável pelo projeto na Tent Beach. Os 40 mil cartões próprios emitidos concretizam a previsão da Tent Beach na implantação do projeto. “A plataforma da Serasa vem sendo fundamental para que nossas operações sejam bem-sucedidas, pois ela nos fornece uma estrutura completa e eficiente, que atua em cada etapa do ciclo do nosso cartão”, reforça Miranda.

Site da solução Serasa Cartões inova com animação interativa A Serasa lançou, em fevereiro deste ano, o site da Solução Serasa Cartões, com os benefícios e os diferenciais da mais completa solução no mercado para o processamento de cartões private label. O site apresenta uma animação interativa e inovadora e já registrou mais de 9.500 visitas desde seu lançamento. Ao navegar pelo site é possível conhecer e avaliar as vantagens e as facilidades que a Solução Serasa Cartões traz às empresas e aos seus clientes, bem como todas as características do produto. Por meio da Solução, os varejistas têm acesso direto à informação Serasa em cada transação e contam com a tecnologia e a infra-estrutura desenvolvidas para uma efetiva e eficiente gestão do risco.

www.serasacartoes.com.br


o Tent Beach profissionaliza mercado surf e skatewear

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A Tent Beach é a maior rede de multimarcas de surfwear do Brasil, que há 17 anos vem fazendo cada vez mais parte da realidade do público jovem. Fundada em 2 de novembro de 1990, a Tent é resultado do compromisso de satisfazer um público promissor e exigente por meio da variedade de marcas, atendimento diferenciado e sobretudo estilo próprio. Esse público tornouse muito mais abrangente nos últimos tempos e a Tent Beach acompanhou esse crescimento, procurando sempre se destacar dos demais pelo seu padrão de qualidade com preços acessíveis, com intuito de satisfazer essa demanda por meio da otimização de seus serviços. Com presença garantida nos maiores eventos e campeonatos ligados ao surf e skate, inclusive patrocinando atletas promissores e expressivos no cenário nacional e internacional, a empresa se posiciona de forma singular e constante na vida dos atletas e simpatizantes do gênero, que fazem com que o esporte radical seja visto hoje como estilo de vida, ultrapassando os limites do litoral e levando para os centros urbanos um conceito de atitude e de liber-

dade que reflete sua maneira de pensar, cabendo à Tent Beach o papel de expressar essa necessidade de inovação. Na intenção de suprir de forma ímpar esse mercado, a Tent se tornou referência de qualidade nesse segmento, obtendo notoriedade tanto em roupas técnicas utilizadas por atletas quanto na noite e no cotidiano dos jovens, rendendo à marca a posição de “Top of Mind” na região do ABC paulista, além de um expressivo aumento nas demais localidades onde atua. Mas o aumento da marca Tent não se limitou aos índices de lembrança, contando hoje com uma rede de 29 lojas e quatro franquias – duas em Fortaleza, uma em Ribeirão Preto (SP) e uma franquia virtual –, além de quatro Skate Parks de nível internacional, responsáveis por difundir e trazer a cultura urbana para a estrutura do ambiente indoor. A procura de benefícios realmente relevantes para seu público levou a Tent a criar seu cartão de crédito próprio, uma conquista para os clientes que desfrutam de vantagens, e para a Tent, que consegue levar seus produtos ao público de maneira diferenciada.


Feiras Realizada uma vez por ano, sempre no mês de julho, a Francal lança oficialmente as coleções primavera-verão dos setores de calçados e acessórios em toda a América Latina. A feira é o evento mais importante do ano para os fabricantes brasileiros e representa a melhor oportunidade para a realização de negócios da indústria e varejo de calçados, tanto no mercado interno quanto externo. A edição de 2008 reúne cerca de mil empresas expositoras de todo o País ocupando 46 mil m² de área montada dentro dos 70 mil m² da área total do pavilhão de exposições do Anhembi, em São Paulo. São esperados mais de 50 mil visitantes profissionais nos quatro dias da feira. Entre eles, um número superior a 20 mil lojistas e milhares de compradores internacionais vindos dos cinco continentes.

FRANCAL 2008

39ª Feira Internacional de Calçados, Acessórios de Moda, Máquinas e Componentes 1º a 4/07/2008 Pavilhão de Exposições do Anhembi São Paulo – SP Francal Feiras e Empreendimentos  (11) 6226-3100

w w w. f e i r a f r a n c a l . c o m . b r MOVINTER 2008

Feira de Móveis do Estado de São Paulo 22 a 25/06/2008 Pavilhão da Interior Eventos Mirassol – SP Multiplus Produções e Empreendimentos Ltda  (16) 2132-8936

www.multipluseventos.com.br BRASILSHOP 2008

Revista do Varejo

8º Congresso Internacional de Varejo de Shopping & Expo 25 a 28/06/2008 Expo Center Norte São Paulo – SP Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop)  (11) 5080-0505

MEGA ARTESANAL 2008

Feira Anual do Segmento de Artesanato, Artes e Coleções 1º a 6/07/2008 Centro de Exposições Imigrantes São Paulo – SP WR São Paulo Feiras e Congressos  (11) 3722-3344

www.wrsaopaulo.com.br MINASPÃO 2008

Feira Nacional de Panificação, Confeitaria e Sorveteria 2 a 4/07/2008 Expominas Belo Horizonte – MG Faria Vasconcelos Eventos e Promoções  (31) 2127-2096

www.brasilshop08.com.br

www.fariavasconcelos.com.br

ENCONTRO DA MODA FEMININA

FEIVER 2008

www.encontrodamoda.com.br

www.nossacasa-sc.com.br

35º Encontro da Moda Feminina 1º a 4/07/2008 Centro de Convenções Frei Caneca São Paulo – SP SV Eventos, Congressos e Promoções  (31) 3296-5694

62 Junho 2008

FEIRA ABIÓPTICA 2008

16 a 19/07/2008 Transamérica Expo Center São Paulo – SP Associação Brasileira de Produtos e Equipamentos Ópticos (Abiótica)  (11) 3045-2090

www.abiotica.com.br EXPO BRÍNDICE Feira de Brindes, Produtos Promocionais, Presentes Corporativos & Mídia Extensiva 22 a 25/07/2008 Centro de Eventos São Luís São Paulo – SP Grupo Bríndice  (11) 6832-4066

www.expobrindice.com.br SUPERMIX 2008

Feira Verão da Moda do Sul 7 a 11/07/2008 Centro de Eventos Maximiliano Gaidzinski Criciúma – SC Nossacasa Feiras & Eventos Ltda  (11) 3291-9111

Encontro das Indústrias, Atacadistas, Distribuidores e Supermercadistas de Pernambuco 23 a 25/07/2008 Centro de Convenções de Pernambuco Olinda – PE Greenfield Business Promotion  (81) 3466-8989

www.greenfield-brm.com





por alexandre gonçalves www.empreendedor.com.br WWW.EMPREENDEDOR.COM.BR EPmpreendedor equenas notáveis na internet

Seção franquias com conteúdo exclusivo Para atender à crescente procura pelo tema “franquia” por parte dos leitores do site Empreendedor, o portal lançou o Canal Franquias, um espaço exclusivo que traz notícias, reportagens especiais, dicas e artigos sobre o mundo do franchising. O Canal, que possui endereço próprio (www.empreendedor.com.br/franquia), também oferece um guia completo com todas as franquias brasileiras, dividido por 15 segmentos, localizado à direita da página, em ordem alfabética. Nesta seção, o interessado terá acesso a todos os dados necessários para investir em uma franquia, como taxa de investimento, tempo de retorno, faturamento bruto, entre outros. No lançamento do Canal Franquias, o site Empreendedor realizou a cobertura completa da

17ª ABF Franchising Expo 2008, uma das feiras mais visitadas do setor de franquia da América Latina, que aconteceu entre os dias 25 e 28 de junho, no Expo Center Norte, em São Paulo. O evento reuniu mais de 200 redes franqueadoras em busca de empreendedores interessados em abrir um negócio próprio e mais de 30 mil visitantes.

Casais que empreendem juntos

Revista do Varejo

Casais que apostam na parceria para abrir empreendimentos e crescer no mercado é o tema de uma das matérias exclusivas do site Empreendedor. Conciliar a vida conjugal com os negócios é o desafio vivido no dia-a-dia por diversos casais que estão à frente de franquias, empresas e lojas. Os empreendedores casados apostam na confiança e interesses mútuos e na comunhão de sucessos e frustrações para concretizarem seus sonhos profissionais e familiares. Na reportagem, é possível conferir a avaliação do consultor especialista em governança familiar e corporativa, René Werner. Ele alerta que negócios administrados por casais podem dar certo se os limites forem respeitados desde o princípio da relação. Para ter acesso a este conteúdo, basta clicar na seção “Reportagens”, no menu à esquerda do site, e selecionar o título “Casais apostam em parceria para abrir empreendimentos e crescer no mercado”.

FORMATO RSS Acesse o site www.empreendedor.com.br e saiba como receber as manchetes, um resumo e um link de cada novo conteúdo publicado.

66 Julho 2008

alexandre @empreendedor.com.br

INTERATIVIDADE Confira, abaixo, os últimos comentários postados no site durante o mês de junho: Parabéns a quem realizou este estudo. Eu particularmente nunca procuro duas vezes o mesmo produto. Quando há mudanças de lugares na loja, em geral sempre deixo para procurar depois e acabo esquecendo de comprar. Aí acabo comprando fora para não ter que voltar e enfrentar outra fila. Maria Cristina, sobre a notícia “Falta de produtos nas prateleiras frustra e irrita dez entre dez consumidores” É complicado, para quem lida com supermercados, ter todos os itens exigidos pelos consumidores. Creio que esta questão seria amenizada se o gerente fizesse um acompanhamento minucioso de itens mais procurados, analisando suas viabilidades dentro de sua segmentação. Mas, como eu disse e volto a dizer, isso amenizaria. Geovani, sobre a matéria “Falta de produtos nas prateleiras frustra e irrita dez entre dez consumidores” Acredito que, de fato, esse mercado vai “bombar”, porém a desconfiança dos consumidores é uma questão de tempo, pois uma vez realizada a compra estabelece o vínculo com o site. Além disso, há o aumento de consumidores jovens e mais velhos e o congestionamento nas ruas e lojas. Portanto, acho cômodo e tranqüilo comprar pelo site.



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