Empreendedor Varejo 65

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varejo N° 65 • Novembro • Ano VI • R$ 9,90

Tempo bom Meteorologia ajuda a planejar estoques

Dentro da lei: saiba como contratar trabalhadores temporários Marketing: tabloides promocionais devem ter distribuição dirigida

E-commerce popular

Depois de levantar as vendas do comércio tradicional, os consumidores da classe C, agora equipados e conectados à internet, descobrem as lojas virtuais


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c a rt a a o l e i to r

varejo A Empreendedor Varejo é editada e comercializada pela Editora Empreendedor

A

té bem pouco tempo atrás eles estavam praticamente excluídos do mercado. Mas, nos últimos anos, eles cresceram em número e ganharam poder de compra, a ponto de sustentar o movimento do comércio tradicional brasileiro – e até mesmo impor certo crescimento em um período de crise financeira mundial. São as classes populares, em especial a classe C, que agora, munidas de computadores adquiridos nesta primeira fase e conectadas ao mundo virtual, e com um cartão de crédito à mão, respondem pela expansão do comércio eletrônico nacional. Segundo cálculos da Fundação Getulio Vargas (FGV), 53% da população brasileira pertence à classe C, e essa camada não para de crescer – de julho de 2008 a julho de 2009, o número de pessoas que ganham de quatro (R$ 1.860) a dez salários mínimos (R$ 4.650) aumentou 2,5%. Hoje, 70% dos brasileiros que têm computador em casa pertencem às classes C, D e E, e quase a totalidade deles possui acesso à internet. Além disso, de cada dez cartões de crédito, sete estão nas mãos desses consumidores. Isso permitiu que eles avançassem para o comércio virtual, sendo que, em 2009, 59% das pessoas que fizeram compras pela internet pela primeira vez pertenciam à classe C. E também tem ajudado o e-commerce brasileiro a atingir um crescimento esperado de 30% neste ano, em relação a 2008, o que coloca o Brasil como o principal mercado virtual da América Latina e um dos 10 maiores do mundo. Este é novo perfil do consumidor brasileiro. Mas para bem atendê-lo virtualmente são necessários muito planejamento e estratégias adequadas. Na matéria de capa desta edição, a repórter Beatrice Gonçalves apresenta características deste novo mercado e dicas de especialistas para conquistar o e-consumidor popular. Ele não pode errar, e o lojista virtual deve ajudá-lo a fazer compras na web, deixando-o completamente seguro para fazer a transação. Isso também exige boas táticas de divulgação. Não deixe de conferir esta reportagem e venha fazer parte desse novo mundo.

DIRETOR-EDITOR Acari Amorim acari@empreendedor.com.br DIRETOR DE COMERCIALIZAÇÃO E MARKETING Geraldo Nilson de Azevedo geraldo@empreendedor.com.br REDAÇÃO empreendedorvarejo@empreendedor.com.br EDIÇÃO-EXECUTIVA Alexsandro Vanin REPORTAGEM Beatrice Gonçalves, Cléia Schmitz, Mônica Pupo, Marco Túlio Brüning e Marlon Aseff EDIÇÃO DE ARTE Fernanda Pereira PROJETO GRÁFICO Oscar Rivas REVISÃO Lu Coelho ILUSTRAÇÃO Azzi EDITORA DO PORTAL EMPREENDEDOR Carla Kempinski REPÓRTER DO PORTAL EMPREENDEDOR Raquel Rezende SEDES São Paulo GERENTE COMERCIAL Fernando Sant’Anna Borba fernandoborba@empreendedor.com.br EXECUTIVO DE CONTAS Osmar Escada Junior e Ana Carolina Canton de Lima Rua Sabará, 566 – 9º andar – conjunto 92 – Higienópolis 01239-010 – São Paulo – SP Fone: (11) 3214-1020 empreendedorsp@empreendedor.com.br Florianópolis EXECUTIVA DE ATENDIMENTO Joana Amorim anuncios@empreendedor.com.br Av. Osmar Cunha, 183 - Ceisa Center - bloco C - 9° andar Centro - 88015-900 - Florianópolis - SC - Fone: (48) 2106-8666 ESCRITÓRIOS REGIONAIS Rio de Janeiro Triunvirato Desenv. Empresarial Ltda / Milla de Souza Rua São José, 40 – sala 31 – 3º andar – Centro 20010-020 – Rio de Janeiro – RJ – Fone: (21) 3231-9017 triunvirato@triunvirato.com.br Brasília Ulysses C. B. Cava Fone: (61) 9975-6660 / 3225-3715 CLSW 301, Bloco C, Loja 62 - Sudoeste 70673-603 – Brasília – DF ulyssescava@gmail.com Rio Grande do Sul Flávio Duarte Rua Silveiro 1301/104 – Morro Santa Tereza 90850-000 – Porto Alegre – RS Fone: (51) 3392-7767 commercializare@terra.com.br Paraná Merconeti Representação de Veículos Comunicação Ltda / Ricardo Takiguti Rua Dep. Atílio Almeida Barbosa, 76 – conjunto 1 – Boa Vista 82560-460 – Curitiba – PR Fone: (41) 3079-4666 ricardo@merconeti.com.br Pernambuco HM Consultoria em Varejo Ltda / Hamilton Marcondes Rua Ribeiro de Brito, 1111 – conjunto 605 – Boa Viagem 51021-310 – Recife – PE – Fone: (81) 3327-3384 hmconsultoria@hmconsultoria.com.br Minas Gerais SBF Representações / Sérgio Bernardes Faria Av. Getúlio Vargas, 1300 – 17º andar – conjunto 1704 30112-021 – Belo Horizonte – MG Fone: (31) 2125-2900/ 2125-2927 sbfaria@sbfpublicidade.com.br PRODUÇÃO GRÁFICA Impressão e Acabamento Gráfica Coan

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SERVIÇO DE ATENDIMENTO AO ASSINANTE novembro 2009 assine@empreendedor.com.br


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índice

: matéria de capa

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A classe C já é maioria entre a população do Brasil e também entre os consumidores virtuais brasileiros. Mas são poucas as redes de varejo brasileiras que adaptaram seus produtos e serviços na web para os consumidores das classes populares. Para entrar no canal que mais cresce no País e atender o novo perfil de consumidor brasileiro são necessários planejamento e estratégias adequadas. Leia a reportagem de capa desta edição e conheça mais este mercado e as dicas de especialistas para bem atender este público virtualmente.

: entrevista Luis Lobão fala sobre planejamento estratégico e na facilidade de implantação desta ferramenta nos micro e pequenos negócios

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: Estratégia 26 O tempo está maluco? Não deixe de consultar os serviços meteorológicos na hora de planejar os estoques da próxima estação

: carta ao leitor 4 | : movimento 8 | : notas de franquias 42 : produtos e serviços 52 | : fazendo melhor 56 : banho de loja 58 | : ponto-de-venda 60 : jogo friedman 62 | : agenda 64 | : e-empreendedor 66

: Legislação 28 Fim de ano, época de reforçar a equipe para dar conta do aumento das vendas. Saiba como contratar temporários dentro da lei

: Marketing 30 Uso e distribuição de tabloides promocionais devem ser bem planejados para evitar desperdício de dinheiro e recursos naturais 6 |

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: perfil Xarmonix, loja baiana especializada em artigos de presentes e decoração, vencedora da etapa nacional do prêmio gia

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movimento

Consumo em alta Segundo estudo Crise ou Incerteza?, da Nielsen Brasil (www. br.nielsen.com), o consumo está crescendo gradativamente no País e os números mostram que o brasileiro voltou a buscar os itens preferidos e não apenas os mais baratos. A percepção do bom momento da economia também foi verificada em um levantamento global da empresa – com 17,1 milhões pessoas, em 50 países – que coloca o País em quarto lugar no ranking mundial de confiança do consumidor, atrás apenas de Indonésia, Índia e Filipinas. No País, a confiança está em 96 pontos, 14 acima da média global. Outros dados que revelam o otimismo do brasileiro são as perspectivas para os próximos 12 meses em relação a emprego, finanças pessoais e compras de produtos necessários ou desejados. Em relação ao trabalho, por exemplo, a perspectiva saltou de 33% no primeiro trimestre de 2009 para 46% no penúltimo trimestre deste ano (nos três meses anteriores à crise, a perspectiva era de 61%). A recuperação do número de categorias que voltaram a crescer aos patamares de 2007 é outro sintoma de que o País vive uma onda otimista. No comparativo entre 2008 e 2007, 21% das categorias cresceram e 47% permaneceram estáveis. Já na comparação entre os primeiros semestres de 2009 e 2008, o crescimento foi de 42% e o índice de estagnação caiu para 31%. As cestas demonstram crescimento de 1,7%, com destaque para as que trazem melhores propostas de custo-benefício e remetem à praticidade, saudabilidade e inovação. A categoria Iogurtes cresceu 10,5% com os investimentos em linhas light e diet e o lançamento de embalagens econômicas. Já o mercado de bebidas energéticas, que cresceu 49,7%, e o de isotônicos, cujo aumento foi de 27,7%, foram impulsionados pela entrada de novos players. Na comparação entre o primeiro semestre deste ano e o mesmo período de 2008, os destaques são as cestas de bebidas não-alcoólicas e perecíveis, ambas com crescimento de 3,6%. Entre todas as ações para chamar a atenção dos compradores, as ações no PDV (ponto de venda) foram as que se mostraram mais eficazes. De acordo com o levantamento, as iniciativas no ponto de venda incrementaram as vendas em 55%. 8 |

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Mercado sensual Homens e, principalmente, mulheres têm procurado cada vez mais o mercado sensual. Os produtos variam para todos os gostos e todos os bolsos. Segundo a Associação Brasileira das Empresas do Mercado Erótico (Abeme), em 1997 as mulheres representavam apenas 5% dos consumidores; hoje elas compõem 70% desse público. No Brasil, de acordo com a Abeme, este segmento movimenta mais de R$ 700 milhões por ano em brinquedos com gel, vibradores, fantasias e comércio de vídeos e livros.

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Carrinhos cheios As vendas do setor supermercadista em setembro de 2009 cresceram 6% em relação ao mesmo mês de 2008, de acordo com o Índice Nacional de Vendas, divulgado mensalmente pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Em comparação a agosto de 2009, houve queda de 4%. No acumulado dos primeiros nove meses de 2009, em comparação com o mesmo período do ano anterior, o resultado chega a 5,37%. "O fechamento dos números nesses patamares, somado às boas perspectivas macroeconômicas e de festas de final de ano, favorece a possibilidade de fechar o último trimestre do ano com bons índices de vendas. Isso nos deixa otimistas para o final do ano", avalia o presidente da Abras, Sussumu Honda.

Inadimplência em queda Dados da Equifax (www.equifax.com.br), líder mundial em informação e inteligência para decisão e gestão empresarial, mostram que no mês de outubro foram devolvidos 1.976.307 cheques. Este volume representa o aumento de 1,48% frente a setembro de 2009 e a redução de 17,26% quando comparado a outubro de 2008. De acordo com a instituição, a tendência é de recuperação da atividade econômica, com manutenção de aumento da renda real das famílias, o que deve garantir para os próximos meses um comportamento satisfatório da inadimplência em relação aos pagamentos realizados por meio de cheques. Sobre o pequeno aumento do volume de cheques devolvidos, na comparação de outubro em relação ao mês anterior, a Equifax ressalta que a variação é estatisticamente mínima, gerada por um pequeno repique em função do aumento do movimento no comércio. Provedora do maior banco de dados sobre pessoas físicas e jurídicas da América Latina, a Equifax é líder global no fornecimento de informação e inteligência para decisão e gestão empresarial. Com mais de 100 anos de existência e presente em 15 países, oferece ao mercado soluções que agregam valor e lucratividade a todo o ciclo de negócios. No Brasil, iniciou suas atividades em 1998, com a aquisição da SCI, empresa fundada em 1974 e pioneira no fornecimento de informações restritivas e positivas sobre pessoas jurídicas no País. novembro 2009

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movimento Veículos a prazo

Varejo de alimentos Apesar do impacto que a crise financeira gerou no mercado mundial, o varejo brasileiro não sentiu variações negativas, tendo um ótimo desempenho em 2008 e, até, grandes expectativas de fechar 2009 com um resultado ainda melhor. Essas informações são resultado de uma pesquisa que a GfK Brasil realizou em setembro de 2009 com 240 varejistas de todo o País que estão em cargos com grande influência no processo de decisão (presidentes, vice-presidentes, diretores, superintendentes e gerentes), do canal de autosserviços de uma forma geral, ou seja, grandes, médios e pequenos estabelecimentos chamados de varejo alimentar. A pesquisa revelou que para 45% dos entrevistados o desempenho de 2008 está acima do esperado com relação a 2007. Além disso, os varejistas que avaliaram o ano passado dentro do esperado representam 48% da amostra. Assim, apesar do PIB (Produto Interno Bruto) do último trimestre de 2008 ter tido queda em relação ao trimestre anterior (-3,6%, segundo o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), essa variação negativa não trouxe grandes prejuízos para as vendas no varejo. O consumidor brasileiro não deixou de adquirir produtos em hipermercados, supermercados, lojas de bairro, entre outros. Ao contrário, gastou mais durante a crise. Estes resultados são importantes, pois o varejo alimentar é um segmento com quase 900 mil funcionários em todo o País. Portanto, seu bom desempenho não só garantiu a manutenção desses empregos neste período como pode ter gerado ainda mais postos de trabalho.

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De acordo com levantamento da Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef), as vendas a prazo de veículos e comerciais leves atingiram, no terceiro trimestre de 2009, o índice de 58%. Desse total, 29% correspondem ao CDC (Crédito Direto ao Consumidor), 24% são referentes ao Leasing e 5% das vendas ocorreram por meio de Consórcio. No segmento de veículos comerciais (caminhões e ônibus), 58% das unidades comercializadas foram por Finame, 19% por Leasing, inclusive Finame Leasing, 11% ocorreram por meio de CDC e 2% por Consórcio. No setor de motocicletas, 41% das vendas ocorreram por meio de CDC, 35% por Consórcio e 3% por Leasing. Outro dado relevante aponta que o saldo total das carteiras de CDC e Leasing para financiamento de veículos pelas pessoas físicas chegou ao patamar de R$ 153,9 bilhões em setembro 2009, um crescimento de 11,9% sobre o mesmo período de 2008. Se analisadas separadamente, as operações de CDC apresentaram crescimento de 5,5% em relação a setembro do ano passado, saltando de R$ 83,3 bilhões para R$ 87,9 bilhões. Já o Leasing cresceu 21,7%, saindo de R$ 54,3 bilhões em setembro de 2008 para R$ 66 bilhões no mesmo período de 2009. A taxa média de juros praticada pelas empresas associadas à Anef vem apresentando queda. Em setembro, a média ficou em 1,45% ao mês e 18,86% ao ano. As taxas em setembro de 2008 fecharam em 1,78% ao mês e 23,58% ao ano.

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e-Natal

Consumidores confiantes O Índice Nacional de Confiança ACSP/Ipsos de outubro registrou 136 pontos na média de todas as regiões, contra 135 em setembro, e 140 pontos em outubro de 2008. Por regiões, a exceção foi o Nordeste, que teve uma queda de 6 pontos em outubro, passando de 121 para 115 pontos. A Região Sul subiu de 136 pontos para 143, em seguida a Norte-Centro-Oeste, que continua a mais otimista com 156 pontos, e Sudeste obteve uma alta de quatro pontos, subindo de 137 para 141. Quando a referência são as classes sociais, a mais otimista é justamente a que tem sustentado o mercado varejista: a classe C, com alta de dois pontos, passando de 147 para 149. Em seguida vêm as classes A/B, que registram 128 pontos, uma alta de sete pontos, enquanto as classes D/E caíram de 126 pontos para 124. Um indicador importante é que o número de pessoas conhecidas dos entrevistados que perderam o emprego, que em julho havia atingido o pico de 4,5, continua em queda. Em agosto era 4,4, em setembro 4,0, e em outubro ficou em 3,7, voltando ao mesmo patamar da época em que a crise internacional ainda não havia atingido o emprego no País. E o número de consumidores que se sentem mais seguros no emprego continua liderando com 36% dos entrevistados, contra 28% que se dizem menos seguros, ou menos confiantes. O reflexo dessa percepção otimista pode ser verificado no número de pessoas que se sentem pouco à vontade para a compra de eletrodomésticos, que caiu de 37% para 31%, sendo que os que se sentem mais à vontade permanecem em 43%. Isso sugere que a segurança no emprego reduziu o receio de comprar a prazo. A pesquisa nacional ACSP/Ipsos faz 1 mil entrevistas domiciliares por mês, 12 mil por ano, em nove regiões metropolitanas e 70 cidades do interior brasileiro. A margem de erro é de três pontos percentuais. O Índice da ACSP/Ipsos varia de zero a 200 pontos, sendo que acima de 100 pontos está na região do otimismo, e do pessimismo abaixo de 100 pontos. novembro 2009

Segundo estimativas da e-bit (www.ebit.com.br), para os varejistas virtuais, o Natal deve gerar um faturamento de R$ 1,63 bilhão, um crescimento nominal de 30% em relação a 2008, quando o setor atingiu R$ 1,25 bilhão em vendas. Em grande parte dos carrinhos virtuais dos consumidores deverão estar as categorias Livros – que historicamente é a líder do setor – e Eletrodomésticos, que deve continuar em alta com a prorrogação do IPI reduzido até final de janeiro. Eletrônicos e Informática também estarão presentes entre os mais vendidos, enquanto Saúde, Beleza e Medicamentos devem constar como preferências do público feminino. Com o resultado do Natal, o e-commerce nacional deve fechar 2009 com um faturamento superior a R$ 10,5 bilhões, confirmando a expectativa da e-bit de um crescimento nominal de 28% em relação ao ano passado. Os números mostram o imenso potencial de evolução do canal, tendo em vista que apenas 25% das pessoas que acessam a internet no Brasil são, de fato, econsumidores (a estimativa é chegar a 17 milhões no final de dezembro). Presente no mercado brasileiro desde janeiro de 2000, a e-bit conquistou destaque no desenvolvimento do comércio eletrônico no País, sendo referência no fornecimento de informações de e-commerce. Os consumidores são convidados a responder a uma pesquisa de satisfação após realizarem uma compra em alguma das mais de 2 mil lojas virtuais conveniadas à e-bit. Para garantir a credibilidade e integridade dos dados, o sistema assegura que somente compradores efetivos preencham as pesquisas. A satisfação geral é avaliada levando-se em conta 10 quesitos: Facilidade de Comprar, Seleção de Produtos, Informação sobre os Produtos, Preços, Navegação, Entrega no Prazo, Qualidade dos Produtos, Qualidade do Atendimento a Clientes, Política de Privacidade e Manuseio e Envio dos Produtos.

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L u i s L o b ão

Lugar certo, hora certa O economista Peter Drucker escreveu há mais de três décadas que um bom planejamento estratégico aumenta as chances de que, no futuro, uma organização esteja no local certo e na hora certa. Hoje, a ferramenta é comum a grandes e médias empresas, mas segundo Luis Lobão, professor de estratégia e desenvolvimento organizacional da Fundação Dom Cabral, de Belo Horizonte, ainda é um processo raro em pequenos negócios. "Até um tempo atrás era possível não pensar uma empresa estrategicamente. Existiam poucos players e o mercado era comprador. Mas hoje o planejamento estratégico não é mais uma opção, é imperativo que as empresas o façam." por Cléia Schmitz 12 |

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Por que fazer planejamento estratégico? Luis Lobão – O planejamento estratégico ajuda a organização a compreender o ambiente onde ela está inserida. Eu costumo brincar dizendo que “nunca antes na história” se viveu um momento tão instigante e ao mesmo tempo tão perigoso para fazer negócios. A dinâmica do mercado mudou. Hoje temos o fenômeno da hipercompetição que se apoia em três grandes movimentos. O primeiro é o ciclo de vida dos produtos – que em alguns casos chega a se reduzir em até 70%. O segundo fenômeno da hipercompetição é o que eu chamo de “tudo muito e muito igual”. Hoje temos no Brasil mais de 120 marcas de cerveja e mais de 450 modelos de carro, só para citar dois exemplos. Esse movimento faz com que haja uma aceleração da comoditização dos produtos e, consequentemente, queda nos preços. Se não bastasse, vivemos um momento em que a briga não é mais entre produtos, mas entre alternativas. Recentemente, eu estava fazendo o planejamento estratégico de uma empresa fabricante de calçados infantis e o presidente levantou e falou: “O meu maior concorrente hoje é a conta do celular”. O fato é que o consumo per capita de sapatos de criança caiu porque as famílias têm cada vez mais alternativas de gastos. Isso faz com que produtos de diferentes segmentos passem a concorrer diretamente. Esse é um pano de fundo para mostrar que é cada vez mais fácil perceber as mudanças, mas entender como elas impactam nos nossos negócios é complicado. Para ter essa compreensão é preciso fazer planejamento estratégico. E o que é exatamente um planejamento estratégico? Lobão – A definição mais comum para planejamento estratégico é conjunto de ações da alta direção para alcançar um objetivo desejado. Mas eu diria que é mais do que isso, é uma resposta densa para um desafio que a organização se propõe, uma resposta com boa interpretação e bom diagnóstico

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da situação em que ela se encontra. O planejamento estratégico é o que vai criar uma vantagem competitiva para o negócio, e cada vez mais essa vantagem é temporária. A ideia do planejamento estratégico é um entendimento profundo de como organizar a empresa para responder a esse desafio, é a busca de uma vantagem dentro de um determinado mercado. Pressupõe-se, então, que se trata de algo contínuo? Lobão – Sim, é contínuo e cada vez mais dinâmico. Aquela visão de que o plano estratégico só acontece no final do ano é errônea. Ele merece ajustes pelo menos trimestrais porque cada vez mais as respostas que ele busca são emergentes. Um plano estratégico

da os movimentos antes que eles sejam óbvios demais. Esse é um fator importantíssimo para qualquer empresa não só porque faz com que ela se coloque à frente do movimento, mas também porque alinha a organização. No processo de elaboração do plano estratégico, é definido um conjunto de ações que todos os atores compreendem ser importantes, o que faz com que as pessoas trabalhem em sintonia. Por último, ele permite planejar, o que é fundamental para evitar correção de rumos a todo momento. Mas é bom que se diga que é uma linha, não é um trilho, um plano estratégico não pode engessar uma organização. Quem deve participar da elaboração do planejamento estratégico? Lobão – Numa grande empresa, quem faz esse

“O planejamento estratégico ajuda a organização a compreender o ambiente onde ela está inserida. Nunca se viveu um momento tão instigante e ao mesmo tempo tão perigoso para fazer negócios” deve conter uma mensagem consistente ao mercado, uma definição clara da inovação de valor da empresa, do seu modelo de negócio. Afinal, existem produtos commodities e não negócios commodities. Saber que você pode fazer a diferença mesmo com um produto commodity é importante para o planejamento estratégico. O que um plano estratégico pode trazer de resultados para uma empresa? Lobão – Ele faz com que a organização enten-

trabalho normalmente é um grupo de desenvolvimento formado não só por diretores, mas também por pessoas que detêm informações importantes e formadores de opinião. Assim, o plano será a síntese de tudo o que os executivos aprendem, interagem ou ouvem dentro de um determinado mercado. Numa pequena organização, o processo poderia e deveria ser mais participativo. Se uma empresa tem só dez funcionários, por que não chamar todos para colaborar? Por outro lado, o que vale é a qualidade dos integrantes e não a quantidade. A elaboração de um plano estratégico não

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precisa ser feita por um fórum democrático, a intenção não é essa. Mas é mais fácil para uma pequena empresa? Lobão – Eu acho que sim. Na verdade, quando a gente fala em planejamento estratégico, há três grandes etapas que precisam ser cumpridas: a primeira é definir o conceito do negócio, ou seja, sua missão, visão e valores. A segunda é estabelecer os direcionadores de estratégia e a terceira e última etapa é definir o conjunto de ações necessárias para chegar lá. Fazer isso pode ter sofisticação numa grande empresa, exigindo contratação de consultores e o levantamento de um grande volume de informações. Mas numa pequena empresa esse processo pode ser feito com a ajuda apenas dos funcionários. Não é difícil, basta aprender os três passos: onde quero ir, em que ambiente vou estar e que conjunto de ações eu preciso definir para cumprir meu objetivo. Como ser objetivo num processo de elaboração do plano estratégico e fugir das reuniões que parecem não levar a nada? Lobão – O empreendedor precisa entender que esse processo é um investimento e que todo projeto requer discussão, informação e

deliberação. Não dá para fugir de algum tempo. Até porque precisamos colocar as questões na mesa e chegar a um consenso. Mas também não devemos confundir o processo de planejamento estratégico com uma projeção numérica. Para evitar perda de tempo, sugiro que a organização escolha uma pessoa para atuar como facilitador que evite discussões desnecessárias e a perda de foco do grupo. Mesmo num grupo pequeno, o papel do facilitador é importante. As empresas brasileiras fazem planejamento estratégico? Lobão – Praticamente todas as grandes organizações fazem o plano, que também é cada vez mais comum em médias empresas. Mas, infelizmente, ainda não é uma metodologia usada por pequenos negócios. O desafio dessas empresas tem sido sobreviver no dia a

“Não é difícil fazer um planejamento estratégico, basta aprender os três passos: onde quero ir, em que ambiente vou estar e que conjunto de ações eu preciso definir para cumprir meu objetivo” 14 |

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dia. Normalmente, elas não param para planejar o futuro, ficam muito presas à operação e, por esse motivo, perdem a oportunidade de identificar um desafio e de crescer. O que fazer para um plano estratégico não ficar só no papel? Lobão – Uma organização precisa saber que o mais importante não é ter o plano, mas o compromisso de acompanhar o resultado. A maioria das empresas faz o plano e depois esquece. Os eventos de avaliação acabam se transformando em fóruns de desculpas e justificativas que não levam a lugar nenhum. Enfim, a empresa não alcança o resultado e ainda fica tentando explicar o porquê em encontros que não fazem mais nada a não ser aborrecer todo mundo. Para evitar isso, a organização tem que estabelecer um conjunto de indicadores que possam medir de forma simples o seu desempenho. É importante também ter disciplina e organizar as causas do não-atingimento e trabalhar as contramedidas para tentar alcançá-las. Eu também acredito seriamente na meritocracia. Para os processos de gestão acontecerem é preciso haver consequências tanto positivas quanto negativas – punição – para os atores. Recompense as pessoas pelo alcance de resultados.

CONTATO (11) 3645-0415

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Cl贸vis Souza, da floricultura on-line Nova Flor, que oferece produtos dirigidos 16 |

a classes populares empreendedor varejo

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classe C O poder da

Eles já são maioria no Brasil e não param de crescer, e depois de levantar o comércio tradicional agora invadem as lojas virtuais por BEATRICE GONÇALVES

Enquanto muitas empresas tiveram que reduzir sua produção para enfrentar a crise, a loja virtual Nova Flor, especializada na venda de arranjos de flores pela internet, foi na contramão das tendências e registrou crescimento de 173% de janeiro de 2008 a janeiro de 2009. A receita para o sucesso foi investir no comércio eletrônico, no parcelamento dos preços e na classe média brasileira. A Nova Flor pertence ao grupo Giuliana Flores, que tem três lojas físicas em São Caetano do Sul (SP) e três virtuais, e foi criada por Clóvis Souza em 2005 para ser a marca de combate da rede. A ideia foi segmentar o mercado para que a loja Giuliana Flores oferecesse produtos e serviços para as classes A e B e a Nova Flor para classes mais populares. A loja se especializou em vender arranjos e cestas de café com preços baixos e em parcelas pequenas para atrair um público que tem pouca experiência em compra on-line e que tem renda familiar de até R$ 4.650. Para divulgar os produtos e serviços, a loja foi procurar na internet o público-alvo que queria atingir. A estratégia da rede foi divulgar a marca em sites de lojas de departamento e em páginas de busca na internet que costumam ser acessados por pessoas que ganham de quatro a dez salários mí-

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nimos e que pertencem à classe C brasileira. Para conquistá-los, a Nova Flor usou como atrativo o preço baixo dos produtos. Na página da loja é possível encontrar arranjos de flores com parcelas de até R$ 4 por mês. “Quando esse cliente compra pela primeira vez, costuma gastar R$ 30, mas o interessante é que ele volta e na segunda vez gasta mais, o equivalente a R$ 80 a R$ 90”, conta Souza. Para o empresário, a diferença no tíquete médio registrado entre a primeira e a segunda compra está relacionada ao medo que o consumidor da classe C tem em realizar a primeira compra pela internet. Por isso, para vender on-line ele precisou adaptar os serviços e oferecer a assistência de um call center para orientar os clientes que compram pela primeira vez. Um investimento que, segundo Souza, tem retorno imediato porque depois que o consumidor testa o sistema e vê que é seguro, ele costuma se tornar um cliente fiel. A Nova Flor registra uma média de 3 mil encomendas por mês e é a loja virtual do grupo Giuliana Flores que mais cresce. “Pretendemos fechar o ano com aumento de 90% nas vendas em comparação ao ano passado”, afirma o proprietário da rede.

Mais do que ser uma floricultura online, a proposta da Nova Flor foi investir em arranjos diferentes que associam flores a bebidas, como champanhes e vinhos, ou a chocolates. Para garantir o preço baixo, a Nova Flor trabalha com produtos de marcas mais baratas. “Enquanto na Giuliana Flores eu ofereço arranjos com chocolates da Cacau Show, na Nova Flor eu vendo arranjos com chocolates da Brasil Cacau, que é a segunda linha da Cacau Show.” O sucesso da Nova Flor no varejo on-line está associado ao investimento que a marca fez em se adaptar às necessidades de um novo perfil de consumidor brasileiro. Pelos cálculos da Fundação Getulio Vargas (FGV), hoje 53% da população brasileira pertence à classe C, o que representa mais de 80 milhões de pessoas, e é essa parcela da população que mais cresce no País. Só para se ter uma ideia, de julho de 2008 a julho de 2009, o número de pessoas que ganham de quatro (R$ 1.860) a dez salários mínimos (R$ 4.650) aumentou 2,5%. Essa mesma parcela da população fez aumentar a venda de computadores e o uso da internet no Brasil. A estimativa é que 70% dos brasileiros que tenham computador em casa pertençam às classes C, D e E.

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A aquisição dos PCs pelas classes média e baixa está associada à redução de impostos na comercialização dos produtos eletrônicos feita pelo governo federal. De 2004 a 2008, o preço médio dos computadores no Brasil caiu 32%, impulsionado pela queda do dólar e pela isenção de PIS/Cofins em 9%. Com computador em casa e conectados à internet, esses brasileiros conquistaram o canal para participar da web, e com a popularização dos cartões de crédito no País eles se tornaram consumidores no comércio eletrônico. Hoje, de cada dez cartões, sete estão nas mãos de consumidores das classes C, D e E. A estimativa da Associação Brasileira de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) é de que existam mais de 552 milhões de cartões no País. Em números absolutos, as classes média e baixa brasileiras formam o maior número de consumidores na web. A estimativa é que só em 2009 mais de 2 milhões de pessoas fizeram a sua primeira compra pela internet e que, desse total, 59% pertencem à classe C brasileira. A média de gasto desses consumidores na internet é de cerca de R$ 323. Mas em datas comemorativas, como o Dia das Crianças, esse valor médio pode aumentar e chegar a R$ 340. Entre os produtos mais pesquisados e comprados pela classe C estão livros, materiais de informática, produtos de saúde e beleza e eletrodomésticos.

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Meirelles, da Data Popular: "consumidor popular não pode se dar ao luxo de errar"

Estratégia de entrada De olho nesses consumidores, a Casas Bahia inaugurou em fevereiro deste ano a primeira loja virtual da rede. A decisão de entrar no comércio eletrônico só foi tomada quando a empresa conquistou mais de 5 milhões de usuários dos cartões de crédito private label, que são cartões próprios da rede oferecidos aos clientes em parceria com o banco Bradesco. “Construímos essa base em três anos, dando oportunidade às classes menos favorecidas de terem seus primeiros cartões de crédito. Com isso, facilitamos também de alguma forma o acesso desse público às compras on-line”, explica Michael Klein, diretor-executivo da Casas Bahia. A rede investiu mais de R$ 3,7 milhões

fatores de aumento do poder de compra da baixa renda * Juventude das classes C, D e E * Ascensão social * Aumento da oferta de crédito * Aumento real dos rendimentos * Programas de distribuição de renda

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Fonte: Data Popular

no portal e a meta é que a loja represente pelo menos 2% do faturamento da Casas Bahia já em seu primeiro ano de funcionamento. São mais de 13 categorias de produtos entre móveis e eletrodomésticos, o que equivale a 4 mil itens oferecidos na web. Para auxiliar os clientes no momento da compra, a rede disponibiliza no site YouTube vídeos explicativos sobre os produtos que vende, suas características e benefícios. Para Renato Meirelles, sócio-diretor do instituto de pesquisas Data Popular, as redes que têm interesse em atingir o público da classe média pela internet precisam ter alguns cuidados, isso porque esses consumidores não costumam comprar de quem eles não conhecem. A maior parte desse público tem ainda receio que seus dados sejam clonados na internet e que o pedido não seja entregue. “O custo do erro para o consumidor popular é muito caro, pois o dinheiro é muito contado, porque ele não pode se dar ao luxo de errar”, afirma. Nesses casos, o pesquisador orienta os comerciantes a ensinar seus consumidores a comprar pela internet, a deixar muito claras as oportunidades oferecidas pelo canal de vendas e a criar avalistas de compras que passem ao consumidor a segurança necessária para efetuar a transação. A dica para divulgação da página na web é investir em parcerias com grandes portais ou sites de buscas e em mecanismos e ferramentas de compra segura. Segundo Meirelles, são poucas as redes de varejo brasileiras que adaptaram seus produtos e serviços na web para os consumidores das classes populares. “A classe C é o grande filão de mercado, mas são poucos varejistas que estão preparados para atendê-la.” O pesquisador cita que, no caso de aparelhos eletrônicos, não basta só oferecer produtos baratos, a marca também tem papel fundamental para as classes populares porque ela funciona como um selo de

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qualidade. “Ele só vai comprar uma marca diferente se souber que está ligada a outra grande”, explica. Antes de decidir por uma compra na internet, os consumidores da classe média costumam pesquisar mais do que os das classes A e B. Com menos dinheiro para gastar, Meirelles conta que a compra por impulso é menor nesse segmento. O que faz desses consumidores os maiores usuários de sites de busca de preços de produtos que, além de informações sobre os itens, tenham referências sobre o varejista. Outro alerta do pesquisador para os comerciantes é que quando os e-consumidores sentem uma falta de tangebilidade na compra virtual, eles preferem fazer a pesquisa de preços no ambiente da web, mas vão para as lojas físicas efetuar a compra. Nesses casos, mesmo quando não há venda on-line, a internet tem um papel fundamental na decisão de compra do consumidor. “Os varejistas que têm lojas físicas e trabalham com o conceito multicanal em que o consumidor pode fazer a compra on-line e retirar na loja saem na frente daqueles que

Sztamfater, da PortCasa: serviço de atendimento telefônico para ajudar os clientes a comprarem pelo site

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são somente varejistas on-line, isso porque o consumidor sabe onde pode encontrar a rede”, afirma. Conceito multicanal Esse foi um cuidado que Natan Sztamfater teve antes de abrir a rede PortCasa, especializada na venda de produtos de cama, mesa e banho. Desde o início do negócio o empresário pensava em montar uma loja física e uma virtual, mas antes de partir para o e-commerce testou o negócio. “Demos prioridade para a loja física para que o site já iniciasse com esse apoio”, explica. O local escolhido para abrir a PortCasa foi o Bairro Bom Retiro, em São Paulo, em uma área que é referência em comércio popular. A intenção do empresário foi oferecer um mix de produtos voltados para os consumidores da classe C. “Nós estamos atendendo um público que quer gastar menos, quer produtos de boa qualidade, mas com um preço acessível. A gente sempre tenta mostrar a PortCasa dessa maneira.” Quatro meses após a abertura da loja física, o empresário decidiu abrir a unidade virtual. Na web, procurou associar à loja PortCasa a tradição do Bairro Bom Retiro e passou a divulgar a rede em sites acessados pela classe média. “Eu consegui ser mais assertivo no marketing da PortCasa na web quando decidi anunciar no Orkut, porque mais de 2 milhões de brasileiros da classe média costumam navegar nessa página diariamente.” No ambiente virtual, a PortCasa oferece mais de 2 mil itens selecionados de acordo com o perfil dos consumidores da classe C. A estratégia da rede é oferecer marcas que esse consumidor está acostumado a comprar com preços baixos e com a possibilidade de pagar em até dez vezes. Para os e-consumidores que têm dificuldades em efetuar a transação eletrônica, a rede oferece o serviço de atendimento telefônico que ajuda os clientes a realizarem a compra pela internet.

Perfil da classe

C

59,1% da classe C tem cartão de crédito

61% dos internautas

de baixa renda que compram na internet visitam lojas físicas antes de decidir pela compra na internet

55% dos internautas

de baixa renda pesquisam na internet antes de adquirir o produto na loja

Para estimular a entrada da baixa renda na internet é preciso Ensinar a comprar pela internet Deixar claras as oportunidades oferecidas pelo canal Criar avalistas de compras Fonte: Data Popular

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Os investimentos na loja virtual fizeram com que a rede registrasse faturamento de R$ 2,5 milhões em 2008 e a meta é chegar a R$ 6 milhões neste ano. O empresário conta que a crise financeira não prejudicou seu negócio e até ajudou a aumentar as vendas. Isso porque consumidores da classe B migraram para os padrões de consumo da classe C e passaram a pesquisar mais na internet antes de comprar. “O que nós sentimos foi um aumento no número de pedido de itens de valor agregado baixo pela internet”, explica. O aumento nas vendas na web durante a crise foi registrado em todo o setor do comércio eletrônico. O e-commerce teve crescimento de 30% em 2009, em comparação com 2008. No ano passado o faturamento do setor foi de R$ 8,2 bilhões e, para este ano, a projeção é de que o e-commerce movimente R$ 10,5 bilhões e que sejam feitos mais de 30 milhões de pedidos pela web. “Enquanto o PIB brasileiro deve zerar este ano e o varejo off-line deve crescer menos que 10%, o varejo on-line vai crescer 30%”, afirma Gersom Rolim, diretor-executivo da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (Camara-e.net). O crescimento expressivo do e-commer-

Produtos mais vendidos no e-commerce em volume de vendas 17% livros 12% artigos de informática 10% produtos de saúde e beleza

Sandra Turchi, da ACSP: comerciante deve planejar a loja virtual como se fosse abrir mais uma loja física

ce no País nos últimos anos fez com que o Brasil se tornasse uma referência mundial no setor. O País está entre os dez principais mercados de comércio eletrônico e é líder em e-commerce na região – responde por 45% do faturamento do comércio eletrônico na América Latina. “O segundo colocado

é o México, que gera um faturamento que representa menos de 40% do que o Brasil gera”, comenta Rolim. Para o diretor-executivo da Camara-e. net, à medida que se populariza a conexão banda larga no País é possível que o número de e-consumidores cresça. Isso porque o aumento no uso da conexão de banda larga está diretamente associado ao número de consumidores que fazem compras on-line. “No Brasil, são 15 milhões de e-consumidores e 13 milhões de usuários banda larga.” O pesquisador cita que a popularização da internet nos últimos anos já produz efeitos no perfil dos webshoppers brasileiros. “Há dois anos as mulheres representavam menos de 45% dos e-consumidores, e a partir do ano passado a porcentagem de mulheres que compram pela internet se igualou à proporção de homens.” Mercado concentrado No Brasil, as 50 maiores redes de varejo detêm 90% do market share do comércio eletrônico, enquanto as empresas de pequeno e médio portes representam 9% do mercado. Mas a tendência é que essa distribuição de mercado mude. A pesquisa webshoppers realizada pelo e-bit mostra

Evolução do volume de pedidos pela web

Evolução do faturamento do setor

2001 – 2,5 milhões

2001 – R$ 549 milhões

2003 – 4,3 milhões

2003 – R$ 1,2 bilhão

2005 – 8,8 milhões

2005 – R$ 2,5 bilhões

2007 – 21 milhões

2007 – R$ 6,4 bilhões

2009 – 30 milhões

2009 – R$ 10, 5 bilhões

7% de eletrodomésticos 22 |

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que só no primeiro semestre deste ano as dez principais redes perderam em média 2,3% de mercado, enquanto as pequenas registraram crescimento de 1,5% de market share na internet. Para Sandra Turchi, superintendente de marketing da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), a baixa participação dos pequenos e médios varejistas no comércio eletrônico está associada ao medo de competir com as grandes redes e ao receio de não conseguir oferecer a infraestrutura necessária. “Eles têm medo de levar calotes na web e de não conseguir oferecer aos clientes a segurança para efetuar as compras on-line.” Para estimular a entrada dos pequenos e médios comerciantes no e-commerce, a ACSP está trabalhando em conjunto com a Camara-e.net para oferecer treinamentos aos varejistas. Em um ano, mais de 600 empresas do Estado de São Paulo participaram de atividades realizadas no fórum de debates sobre e-commerce. “Uma das nossas preocupações foi mostrar a esses varejistas como podem ser utilizadas as ferramentas de segurança para as transações eletrônicas”, explica Sandra. A especialista orienta ainda a planejar a loja virtual como o comerciante fosse abrir mais uma loja filial física. “Devido à falta de planejamento, 45% dos empreendimentos virtuais cancelam suas atividades antes mesmo do primeiro mês”, afirma. Para entrar no mercado eletrônico, a loja Amercantil investiu em ferramentas e mecanismos de segurança para o site. Isso tudo para conquistar a confiança dos econsumidores. A empresa criada em 2007 pelos irmãos Márcio e Marcelo Albino é hoje uma referência. A loja virtual vende mais de 3 mil produtos por mês e em 2008 faturou cerca de R$ 3,5 milhões. A rede concentrou esforços em vender produtos eletrônicos, eletroportáteis, brin-

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quedos e artigos de informática 24 horas por dia. Os principais clientes do site são consumidores da classe C. Do total de vendas realizadas pela rede, 40% é para atender o consumidor da classe média. A estratégia da Amercantil para conquistar esses clientes também passa por garantir preço baixo. A rede tem em seu portfólio, além de grandes marcas, a segunda e terceira linha de produtos das empresas. “Nosso diferencial está em oferecer aos nossos clientes diferentes opções em mercadorias com parcelas que cabem no bolso do nosso consumidor”, afirma Márcio Albino. Para atrair mais clientes para a página, a loja di-

Irmãos Albino, da Amercantil: investimentos em segurança para conquistar a confiança dos e-consumidores

vulga seus produtos no Orkut e ainda realiza, pelo menos uma vez por semana, promoções relâmpago em que a maior parte dos produtos tem 30% de desconto.

CONTATO Nova Flor www.novaflor.com.br Data Popular www.datapopular.com.br PortCasa www.portcasa.com.br Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico www.camara-e.net Amercantil www.amercantil.com.br Associação Comercial de São Paulo www.acsp.com.br/ecommerce Casas Bahia www.casasbahia.com.br e-bit www.e-bit.com.br

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Clima de boas vendas Investir em previsões meteorológicas e climáticas pode reduzir desperdícios e melhorar os resultados por Mônica Pupo

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Consultar a previsão do tempo antes de tomar decisões estratégicas faz parte do dia a dia da indústria e do varejo. Com o aumento da oferta de serviços personalizados, cada vez mais empresas de todos os portes e segmentos utilizam a meteorologia na hora de planejar as compras, o lançamento de novos produtos e a ambientação do ponto de venda e das vitrines. Até porque, com as oscilações constantes do clima nos últimos anos, qualquer passo em falso pode resultar em mercadorias encalhadas e prejuízo. Prever o abastecimento do ponto de venda conforme a previsão do tempo não é fundamental apenas para evitar produtos encalhados, mas também para não sofrer com o problema oposto: a dificuldade de reposição. A meteorologista Ana Lúcia Frony, do Grupo Climatempo, lembra que o setor de moda já passou por um problema semelhante no passado. “Durante o inverno de 2004, as temperaturas caíram mais do que o esperado e a população estava com bom poder de compra. Os dois fatores levaram o consumidor às lojas em busca de roupas novas para o frio, mas o comércio não estava bem abastecido e as indústrias também não fabricaram o suficiente”, exemplifica. Foi justamente a necessidade de antecipar tendências que fez o segmento de moda se tornar um dos primeiros a incluir a meteorologia no planejamento estratégico. No entanto, lojistas de todos os ramos, incluindo supermercados, perfumarias, farmácias e delicatéssen, também podem se beneficiar com a previsão do tempo. Segundo o meteorologista Willians Bini, da Somar Meteorologia, são muitas as vendas que estão atreladas às condições climáticas. “Há diversas categorias de produtos que apresentam algum tipo de sazonalidade, incluindo sorvetes, bebidas, laticínios, chocolates, cosméticos e medicamentos.” Quando se trata de utilizar a meteorologia a favor das vendas, não basta apenas novembro 2009

Boutique Karina, de Itapetininga (SP), recorre à previsão antes de comprar

olhar para o céu ou contar com a previsão do tempo no jornal. Para dar resultado, o ideal é investir em um serviço personalizado, com informações sob medida para a região e o foco do negócio. Além dos habituais dados climáticos – como temperatura e umidade relativa do ar –, algumas ferramentas permitem até mesmo calcular o desempenho da empresa em função das mudanças climáticas. “Com base em resultados dos anos anteriores, conseguimos fornecer ao cliente índices de projeção que indicam de modo objetivo quanto ele vai vender em cada período do ano, seja em unidade ou lucro líquido”, explica Willians Bini. A meteorologista Patrícia Madeira, da Climatempo, lembra que existem dois tipos de boletim, cada um com uma função específica para o comércio. O primeiro é a previsão do tempo propriamente dita, que indica o comportamento imediato do clima para um período máximo de 15 dias e permite planejar estoque, liquidações e vitrines. Já a previsão climática é mais abrangente, pois analisa as estações do ano como um todo, além de ser desenvolvida para até os próximos 12 meses, facilitando a programação das compras e a ambientação da loja. “O índice de acerto em previsões para até seis meses chega a 90%”, afirma Patrícia.

Grandes redes de varejo – como Pão de Açúcar, C&A e Pernambucanas – são exemplos de empresas que utilizam a consultoria meteorológica. Mas o serviço também é acessível aos pequenos, como é o caso da Boutique Karina, que há cinco anos investe nas previsões personalizadas, normalmente contratadas por um período de seis meses. Localizada na cidade de Itapetininga (SP), a loja multimarcas possui apenas uma unidade de rua, especializada em vestuário feminino e infanto-juvenil. Antes de planejar as compras de inverno, normalmente em fevereiro, o gerente João Batista Silvano recorre às análises da Climatempo para não errar no abastecimento do estoque. As campanhas de marketing e as vitrines da loja também são programadas em função do clima. “É fundamental para o lojista saber se fará mais ou menos frio em sua cidade, assim é possível dimensionar as compras com mais segurança e antecedência”, diz Silvano.

CONTATO Climatempo (11) 3736-4591 Somar Meteorologia (11) 3816-2888 Boutique Karina (15) 3271-0414

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l eg i s la ç ã o

Temporários dentro da lei Saiba o que fazer ao contratar funcionários específicos para a época de fim de ano e temporada por Mônica Pupo Com a chegada do Natal e das festas de fim de ano, começam as contratações de funcionários temporários em todo o País. Só no comércio, a expectativa é abrir 123 mil postos de trabalho até dezembro, conforme a Associação Brasileira das Empresas de Serviços Terceirizáveis e Trabalho Temporário (Asserttem). Além do varejo, o setor de serviços e entretenimento também depende de mão de obra temporária neste período, que coincide com a temporada de verão. Mas para não ter prejuízos na principal data comercial do ano, os empresários devem ficar atentos na hora da contratação, já que qualquer deslize pode significar um processo trabalhista no futuro. Em primeiro lugar, não é possível contratar trabalhadores temporários diretamente. Neste caso, é obrigatório que o contrato de trabalho seja feito através de uma empresa especializada em terceirização de mão de obra. “Ela é que vai recrutar, registrar e fazer o pagamento dos salários, encargos e multas, em caso de rescisão”, explica o advogado Alessandro Rangel Veríssimo dos Santos, especializado em Direito do Trabalho. É fundamental ainda checar os antecedentes da empresa contratada e verificar se ela possui registro no Ministério do Trabalho e Emprego. “Qualquer problema, como a falta de recolhimento de FGTS ou do pagamento de horas extras, poderá recair sobre quem está contratando”, alerta o advogado. Além disso, completa Alessandro, o contrato de trabalho deve especificar o motivo da admissão. Definido pela Lei nº 6019/74, o

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emprego temporário só é permitido em duas situações: para substituir funcionários regulares ou permanentes por determinado tempo – em caso de férias ou licença médica –, ou quando é motivado por um acréscimo de serviço. A validade máxima do contrato de trabalho temporário é de três meses. Mas, em casos extraordinários, é possível prorrogá-lo uma única vez e por igual período de tempo. Se quiser transformar o funcionário provisório em efetivo, será necessário firmar um novo contrato, dessa vez feito diretamente entre a empresa e o colaborador. “É importante deixar isso bem claro para os empresários: o contrato de trabalho temporário não pode, de maneira nenhuma, substituir o contrato a prazo de experiência”, diz Alessandro. Estima-se que, em média, 35% dos trabalhadores temporários são efetivados a cada temporada. Os direitos do funcionário temporário são, em sua maioria, idênticos aos do efetivo: ele recebe a mesma remuneração, 13º salário, férias proporcionais, Fundo de Garantia, Previdência Social, adicional noturno, seguro contra acidentes de trabalho e outros benefícios. A principal diferença, segundo Alessandro, é que para os temporários não existe aviso prévio e nem multa do Fundo de Garantia, justamente porque o prazo é limitado. Como a maior parte da demanda é gerada pelo comércio, as funções mais solicitadas nesta época do ano são: vendedores, fiscais de loja, empacotadores, estoquistas, etiquetadores, operadores de telemarketing, analista de

crédito e papai noel. Em cidades litorâneas ou turísticas, o setor de serviços e entretenimento também abre vagas temporárias para camareiras, garçons, recepcionistas, mensageiros, manobristas e cozinheiros, entre outros. De acordo com a Asserttem, existem dois perfis de funcionário que disputam vagas sazonais: aqueles que pretendem permanecer no emprego e os que apenas buscam uma renda extra no final do ano. Outra característica do trabalho temporário é que ele representa a chance do primeiro emprego para muitos jovens. Das 123 mil vagas previstas para este ano, 27% devem ser ocupadas por pessoas entre 18 e 25 anos. Além dos jovens, os idosos também encontram no trabalho temporário uma chance de retornar ao mercado de trabalho. Hoje eles já ocupam 11% das vagas sazonais abertas ao longo do ano, considerando-se as quatro principais datas comerciais: Natal, Dia das mães, Páscoa e férias de julho. Segundo a diretora de comunicação da Asserttem, Jismália Oliveira Alves, as empresas estão percebendo que só têm a ganhar investindo na contratação de pessoas acima dos 60 anos. “Uma pessoa idosa num posto de trabalho, principalmente no comércio, dá uma sensação de credibilidade e confiança”, afirma.

CONTATO Asserttem (11) 3258-1204 Alessandro Veríssimo dos Santos (Rodrigues Jr. Advogados) (11) 3585-5541

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TRABALHO TEMPORÁRIO x EFETIVO Direitos

Empregado Temporário

Empregado Normal

Registro CTPS

Sim – Empresa trabalho temporário

Sim, empregador

Determinado – 3 meses ou mais, com

Indeterminado ou determinado

Prazo Salário

autorização do Ministério do Trabalho Sim – equivalente ao dos empregados

Sim

da empresa tomadora de serviços Aviso prévio

Não, ainda que haja rescisão

Sim (no prazo indeterminado) e

antecipada

Não (no prazo determinado)

13º salário

Sim

Sim

Férias Proporcionais acrescidas de 1/3

Sim

Sim

Jornada legal (8 horas diárias

Jornada legal (8 horas diárias

e 44 semanais)

e 44 semanais)

Sim, é possível

Sim, é possível

No mínimo 50% ou percentual

No mínimo 50% ou percentual

previsto na Norma Coletiva em Norma

previsto na Norma Coletiva

Coletiva aplicável à Categoria

aplicável à Categoria

Sim

Sim

No mínimo 20% ou percentual

No mínimo 20% ou percentual

previsto em Norma Coletiva

previsto na Norma Coletiva

aplicável à Categoria

aplicável à Categoria

Seguro contra acidente

Sim

Sim

Vinculação à Previdência Social

Sim

Sim

Vale-transporte

Sim

Sim

Indenização 40% sobre o FGTS na

Não. No caso a indenização é de 1/12

Sim

rescisão sem justa causa

para cada mês trabalhado ou 15 dias

FGTS

Sim

Sim

Liberação do TRCT para saque do FGTS

Sim

Sim

Seguro-Desemprego

Não*

Sim

Licença-Maternidade

Sim

Sim

Descanso Semanal Remunerado

Sim

Sim

Jornada de trabalho Jornada de trabalho reduzida de acordo com a atividade Adicional de horas extras

Jornada noturna reduzida Adicional por Trabalho Noturno

* Dependerá do período em que durou o contrato de trabalho temporário, ou seja, se inferior a 6 (seis) meses, a princípio, não terá direito ao seguro-desemprego.

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Jornalzinho de varejo Tradicional ferramenta promocional, o tabloide tem maior aceitação entre as classes mais baixas por marlon aseff O tabloide, ferramenta promocional muito usada pelos grandes e médios varejistas, é melhor distribuído nas classes A e B, mas é realmente aceito nas classes da base da pirâmide social. Um levantamento coordenado por técnicos do instituto Data Popular, assinado pela especialista em estudos para o setor do varejo, Sônia Bittar, mostra que ainda há espaço para o crescimento e aprimoramento desse veículo de comunicação direta com o consumidor, mas é preciso que seja levado até as classes mais baixas e fazer com que elas sejam fidelizadas. No geral, os tabloides são ofertados na zona primária de influência da loja, ou seja, a uma distância percorrida em até 10 minutos de automóvel, aproximadamente. Mas observando-se os mapas das cidades, se verá que as classes consumidoras estão a uma distância bem maior das grandes redes, sendo efetivamente abastecidas pelo pequeno varejo. Por isso os grandes varejistas, que investem em tabloides, mais direcionados às classes A e B, e não alcançam as periferias. De acordo com os números da pesquisa, as redes de supermercado que en-

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viam tabloides para as residências possuem maior cobertura nas camadas superiores, com 73,8% de penetração nas classes A e B, 72,3% na classe C e 58,3% nas classes D e E. O grande problema é que, embora a distribuição dos tabloides seja mais bem realizada no topo da pirâmide, este veículo informativo encontra sua melhor aceitação nos domicílios das classes D e E. Entre a baixa renda, 35% das classes D e E gostam de recebê-los em casa. Já entre o topo da pirâmide apenas 26,2% aceita bem o material. De acordo com Sônia Bittar, o tabloide tem o objetivo claro de fazer com que as ofertas aumentem o fluxo na loja, através da compra de outras mercadorias. Mas as classes A e B, para as quais os tabloides são geralmente ofertados, não gostam do veículo e nem mesmo de conferir ofertas. E aqueles que não recebem, ou recebem menos, vão muitas vezes atrás de uma oferta em cada loja. O estudo contrasta o comportamento do consumidor após receber o tabloide com os números da cobertura física do material. São as camadas da base da pirâmide – 48,3% de D e E e 39,7% de C – que afirmaram ir a vários supermercados para aproveitar ofertas de cada um, percentual que desce para 32% em A e B. Isso revela que o tabloide se torna mais útil para as pessoas de baixa renda, revelando-se uma grande mídia de massa,

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Sônia Bittar: tabloide deve ser veículo de informação, de relacionamento, de educação, com um caráter comunitário

comparada ao rádio e jornal. Ante esses impasses de estratégia, a especialista se pergunta: “Até que ponto a distribuição está acertada? Até que ponto o conteúdo está certo?, pois se não é segmentado por classe social, está servindo apenas para a caça de ofertas e não para a venda de outros produtos”. Ou seja, da maneira como está sendo tratado, o tabloide não fixa a imagem institucional do varejo, pois o consumidor não sabe de onde veio a informação, e até o objetivo promocional começa a ficar complicado. “Os varejistas não estão conseguindo fixar a imagem em um público, pois todo mundo faz a mesma coisa, e aí ninguém sabe qual é o supermercado mais barato, pois vive-se de oferta, sem importar a bandeira”, determina Sônia Bittar. De acordo com ela, gasta-se muito dinheiro sem se descobrir qual o retorno efetivo e qualificado, se o consumidor veio só pela oferta ou se ampliou a base de compras gerais. Geralmente o grande varejista, com isso, não consegue acertar o grau de efetividade de fixação de marcas, ou seja, aumentar a pulverização para áreas que ainda não estão cobertas e segmentar por conteúdo. O ideal seria elaborar tabloides segmentados para determinados públicos e, dentre esses públicos, o grande contingente de fu-

turo está nas classes C e D. Por um lado, os grandes varejistas já descobriram isso e estão mudando o perfil de loja. Daqui para frente as lojas que vão proliferar serão as menores e em zonas periféricas. Entre os grandes, muitos já estão migrando para estratégias nesse formato, com a aquisição de novas bandeiras populares, como o Carrefour e o Dia %, Wal-Mart e a rede Todo Dia, ou o Extra Perto, buscando um formato tradicional com relacionamento aproximado e de vínculo mais afetivo com o consumidor. “Nessa hora o tabloide pode ajudar. Se for veículo de fornecimento de informação, de relacionamento, de educação, com um caráter comunitário, essa é a próxima oportunidade, pois ficar só falando em preço confunde, o consumidor não fixa quem tem a melhor oferta”, ensina Sônia Bittar. O varejista tem que aprender, ela insiste, que o retorno qualificado não vem com a venda do produto promocionado, pois o objetivo é criar fluxo, e não leiloar o mercado. A dona de casa pega o leite em um, a carne em outro, mas no fundo ela continua leal ao mercadinho, que segue a lógica do sortimento baixo, enquanto o grande sortimento do varejo maior confunde a clientela. Ela explica que o cliente do pequeno varejo vê a loja de bairro como um espaço de integração e aumento da autoestima, que também reflete a cultura local. O relacionamento direto e cuidadoso entre pequeno lojista e cliente vem de longa data e tem uma relação firmada na confiança mútua. Mas se o grande varejista quiser tirar proveito dessa lição de proximidade, terá que suprir a carência de comunicação que há entre o tabloide e a base da pirâmide. Utilizar o veículo de maneira estratégica, fidelizando a grande massa de clientes da baixa renda, é condição fundamental para a conquista do mercado de bairro, enfatiza Sônia Bittar.

CONTATO Data Popular (11) 2146-0909

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me rc a d o

Prontos para toda carga Apesar da queda em relação ao ano passado, 2009 ainda será o segundo melhor ano nas vendas de caminhões por marco túlio brüning Credor no mercado global e atualmente a quinta maior economia mundial, o Brasil ultrapassou os efeitos da crise econômica internacional em um ano, e saiu – por incrível que possa parecer – fortalecido. Foi essa a impressão unânime de quem andou pelos pavilhões de exposição do Anhembi, em São Paulo, entre os dias 26 e 30 de outubro, durante a realização do 17º Salão Internacional dos Transportes – Fenatran 2009. Um importante termômetro do momento vivido na economia, o segmento rodoviário é responsável por 60% do que é movimentado pelo setor de transportes no País. Em 2008 foram vendidos 118 mil caminhões, e para este ano a expectativa é fechar em 100 mil unidades. Apesar da queda de quase 20% 32 |

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em relação ao ano passado, 2009 ainda será comemorado como o segundo melhor ano da indústria, superando 2007 com suas 94 mil unidades vendidas. E as perspectivas para 2010 são muito animadoras. Para exemplificar o que tais números representam, o Brasil com esse desempenho passa a ser o principal mercado mundial da MercedesBenz. Nos nove primeiros meses do ano houve demanda por 21,8 mil caminhões de mais de 6 toneladas zero-quilômetro, contra 16,8 mil veículos na Alemanha, a segunda colocada, e vindo em um distante terceiro a Turquia, com 3,7 mil novos emplacamentos. “O Brasil é o primeiro mercado a dar sinais fortes de recuperação. Na Europa, esta crise é a mais grave que já enfrentamos desde a Segunda Guerra”, afirma

Hubertus Troska, vice-presidente-executivo da Divisão Caminhões da Mercedes-Benz Europa e América Latina. A queda nas vendas no velho continente deve atingir 45% este ano em comparação com 2008. O bom momento que estava presente na atmosfera da Fenatran 2009 se confirmou nos primeiros resultados anunciados. A Júlio Simões Logística, maior do País no setor de logística rodoviária, fechou a compra de 42 caminhões do primeiro lote que a estreante MAN vai entregar no Brasil, em 2011. São veículos com capacidade de transporte superior a 40 toneladas para operações com papel e celulose, sucroalcooleiro e de mineração. Fernando Simões, presidente do Grupo Julio Simões, explica a decisão da empresa novembro 2009


de encomendar os caminhões com essa antecedência: “Somos um dos maiores compradores de veículos extrapesados e sempre fomos parceiros da Volkswagen Caminhões, desde a sua inauguração. Essa montadora demonstrou grande capacidade de inovação. Por este motivo, nunca investimos em equipamentos importados. Mas no caso da MAN é diferente. Além da qualidade de seus caminhões ser reconhecida internacionalmente, ela já ingressa por meio de uma marca forte no País (a Volkswagen Caminhões). Na condição de um dos principais clientes dessa marca, é natural que também apostemos na MAN. É um orgulho estarmos entre seus primeiros clientes no Brasil”. A empresa conta atualmente com 2,6 mil caminhões próprios, entre cavalos e carrocerias. Em 2009 foram gastos R$ 280 milhões na renovação da frota. Os caminhões são trocados, em média, a cada dois anos e meio de uso. Quem mais uma vez provou sua força foi a marca sueca Scania, que anunciou vendas de mais de 600 unidades tratoras durante

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a feira, impulsionadas pelo lançamento do Scania Banco, uma instituição financeira que estreia com um capital de R$ 40 milhões. Outro grande argumento da marca para ampliar as vendas é o sistema de mudanças contínuas, ou seja, não é necessário esperar o lançamento de novos produtos para a introdução de melhorias que são solicitadas pelos clientes, elas se dão durante toda a vida útil do produto. “Adotamos o conceito de evoluções contínuas. Isso significa que os produtos passam por inovações tecnológicas sem mudanças drásticas em sua plataforma original. É o caso dos novos caminhões, em que as mudanças mais significativas estão concentradas no ambiente de trabalho do motorista e no estilo”, afirma Christopher Podgorski, diretor-geral da Scania no Brasil. Inovações Mas não é só da venda de caminhões que vive o segmento de transporte rodoviário. Na Fenatran havia expositores ofertando pneus,

recapeamento, lubrificantes, sistemas de segurança, de análise de risco, softwares de gerenciamento de frotas, rastreamento, treinamento, implementos para transporte agrícola, de minérios, de combustíveis, além de todo tipo de carrocerias e reboques, inclusive frigoríficos, caminhões e vans de pequeno porte para zonas de restrição metropolitanas e soluções para pontos de venda e transporte de executivos, apenas para se ter uma ideia. Toda essa oferta é determinada pela cada vez maior exigência por parte da logística e também da legislação de emissões e de restrição à circulação em zonas urbanas e/ou metropolitanas. A necessidade de melhorar a eficiência na entrega faz com que haja praticamente um veículo para cada tipo de produto, sendo que alguns fabricantes adaptam seus projetos às exigências do comprador. Há poucas décadas encontravam-se rodando pelo País os Scania, os saudosos “jacarezão”, normalmente ostentando em suas pinturas um brilhoso tom de laranja, que depois enfrentaram a concorrência dos Volvo, os “cara-

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me rc a d o

chata”. Para a cidade e para o campo, havia a “mercedinha”. Não podemos nos esquecer dos caminhões da Coca-Cola e do caminhão de lixo. Todos ainda estão aí. No entanto, para enfrentar Scania e Volvo, temos MercedesBenz, MAN, Volkswagen, Ford, Iveco e Agrale, única empresa brasileira a figurar na lista. Um bom exemplo desta afinidade com os novos tempos vem da fabricante gaúcha Randon, que está comemorando 60 anos de fundação e apresentou no salão uma série comemorativa à passagem, abrilhantada pelo aniversário de 80 anos do fundador Raul Anselmo Randon. Líder no mercado brasileiro de carrocerias e reboques, e entre os dez maiores do mundo em rebocáveis, a empresa exibiu na Fenatran soluções como Carroceria Furgão Carga Geral, Carroceria Frigorífico, Carroceria Basculante (caçamba), Carroceria Sider (laterais deslizantes), Reboque Graneleiro Série 60 Anos, Linha Florestal Tora Reflorestada, Semirreboque Sider para bebidas, Semirreboque Canavieiro 12,50m, Reboque Tanque Cilíndrico Aço Carbono, Semirreboque Basculante Caixa de Carga Deslizante, Semirreboque Sider e o caminhão para aplicações fora de estrada RK 430M, detentor de 50% da frota nacional em operação até 30 toneladas. A Randon apresentou também seu novo processo de pintura batizado de DuraTech, que se em termos de marketing eleva a garantia da pintura para cinco anos, em termos de preocupação com o impacto ambiental se traduz em um processo que utiliza tintas à base d’água livre de metais pesados, e tintas em pó com isenção total de solventes. Mesmo os grandes fabricantes não podem se dar ao luxo de ficar de fora da opção dos compradores em um momento favorável como este. Por esta razão, eles se renovaram e acrescentaram ao seu “mix” de produtos uma série de soluções que vão muito além da venda e assistência técnica de caminhões. Eles querem tirar bom proveito dos programas de financiamento Finame e Procaminhoneiro, que vão até 31 de dezembro e oferecem taxas fixas de 0,57% e 0,37% ao mês, 34 |

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Fedalto, da Volvo: "showcase"

Podgorski, da Scania: vendas de mais

das tecnologias na Fenatran

de 600 unidades durante a feira

respectivamente. “Mais do que um financiamento, oferecemos um pacote de soluções financeiras de acordo com as necessidades de cada transportador”, afirma Adriano Merigli, diretor-presidente da Volvo Financial Services Brasil. Um dos grandes diferenciais é o financiamento sazonal, um plano que atende às demandas de acordo com a sazonalidade da atividade de cada cliente, com prazos que variam entre 12 e 60 meses. Carl Hornestam, presidente da Volvo Financial Services Latin America, explica a estratégia: “Somos uma empresa especializada no setor de transporte e, por conhecermos os negócios de nossos clientes, trabalhamos para desenvolver as melhores soluções”. Para ajudar a renovação e a ampliação da frota dos transportadores, a Volvo Financial Services oferece também a modalidade consórcio como alternativa de aquisição. Com planos de até 100 parcelas, o consórcio já vendeu mais de 30 mil cotas e contemplou em torno de 20 mil clientes. A Volvo também apostou na segurança como fator decisório na hora da escolha entre os caminhões pesados, mostrando a Série FH, aclamado como o caminhão mais seguro do mundo. “A segurança está no ‘DNA’ da Volvo”, afirma Bernardo Fedalto, gerente de caminhões da linha F. Os Volvo FH podem vir equipados com o ESP (Controle Eletrônico de Estabilidade), faróis duplos de xenon, sensor de chuva,

detector de atenção e cansaço, piloto automático inteligente ACC – que diminui o risco de acidentes causados muitas vezes por desatenção do motorista –, um sensor de ponto cego, o LKS (monitoramento de faixa de rodagem), faróis auxiliares de conversão, um espelho lateral auxiliar duplo e a tecnologia Bluetooth, entre outras amenidades. O FH com motor de 16 litros e 700cv de potência tem, na atualidade, o motor de caminhão mais poderoso do planeta. Desenvolvido ao longo de três anos pelos engenheiros da empresa, o veículo representa a vitória do desafio da Volvo de combinar alta potência com redução de emissões, sem aumentar o consumo de combustível. O FH16 com 700cv é produzido na fábrica de Tuve, nos arredores de Gotemburgo, sede mundial do Grupo Volvo, e está sendo comercializado na Europa. Sua presença na Fenatran foi apenas como um “showcase” das tecnologias desenvolvidas pelo fabricante sueco.

CONTATO Grupo Julio Simões www.juliosimoes.com.br Randon www.randon-veiculos.com.br Scania www.scania.com.br Volvo www.volvo.com.br novembro 2009


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Há dissabores em vender algo que não se acredita?

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ntro em uma loja de eletrodomésticos com o prinnão se acredita? Observe nos dois fatores abaixo: cipal objetivo de comprar uma máquina de lavar Você daria emprego a um especialista em jeitinho? – O roupas. Sou abordado pelo vendedor, que após profissional que deseja apresentar coerência no momento de ouvir minha necessidade, convida para conhecer os modeargumentar sobre o produto ou o serviço ao cliente, deve los disponíveis na loja. O profissional começa elogiando o praticar o exercício antecipado de conhecer o que está falanprimeiro modelo, depois enaltece os diferenciais da marca do através de um treinamento prévio. Passa a ser inaceitável da segunda máquina de lavar e, para finalizar, apresenta de e um dissabor observar uma balconista em pé, parada em maneira expressiva o terceiro modelo. Afirma que todas são uma loja, sabendo que neste momento ela poderia estudar excelentes e brinca de forma irônica o catálogo de produtos, o tabloide de que "as máquinas para serem impeofertas e realizar a análise comparaticáveis só faltam estender as roupas e va dos diferenciais de funcionamento passar!" Depois de ouvir o vendedor, de uma marca. Penso que é um dissaquestiono qual dos modelos apresenbor ao cliente quando, ao procurar por tados ele tem em casa. Para minha informações de um produto, ele se surpresa, ouço o profissional respondepara com um vendedor que pede der que reside sozinho e não possui licença para consultar um catálogo e máquina de lavar. Uma situação como este profissional demonstra espanto esta já ocorreu com você? ao descobrir que o produto é capaz de Quantas vezes estamos diante de fazer algo que ele próprio nem imaum profissional de vendas, que enalginava. O especialista em jeitinho é tece o serviço ou o produto, entretanaquele que, ao contrário de estudar, to não é capaz de comprar o que está busca apresentar justificativa pela vendendo? Encontramos professores ausência de conhecimento. Quando que apresentam dissabor ao plano de é convidado para participar de um ensino e desejam que os alunos fiquem treinamento de vendas, o especialisatentos ao conteúdo programático! Há ta em jeitinho responde de imediato publicitários que são capazes de criar que é pura perda de tempo e que é a campanha de um determinado losabedor de tudo que será apresentacal, mas ao serem questionados se do. Gosta de improvisar com assuntos gostariam de conhecer pessoalmente improdutivos ou demonstra ausência Dalmir Sant'Anna – Palestrante a cidade, assinalam de maneira nede argumentações sobre um detercomportamental, mestrando em gativa. Encontramos garçons que são minado produto ou serviço. Um treiAdministração de Empresas, póscapazes de dizer que a comida está namento ou uma reunião interna de graduado em Gestão de Pessoas, maravilhosa, mas ao questionar se ele trabalho pode contribuir para eliminar bacharel em Comunicação Social e comeu, a resposta é negativa! E qual o comportamento do especialista em mágico profissional. Autor do o motivo destas ações? Qual o fator jeitinho e permitir transformar o dislivro Menos pode ser mais destes dissabores em vender algo que sabor de um cliente em satisfação,

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aliado com atitudes profissionais coesas com as realidades do mercado. Pode ocorrer dissabor sem a identificação do público alvo? – Para desenvolver, ampliar e fortalecer o profissionalismo na área comercial, além da conduta ética, há a necessidade de um perfil comunicativo, inovador e criativo nas atitudes desenvolvidas, através da cordialidade e uso da empatia. Existem vendedores que abandonam a seriedade desta importante profissão para fazer piadas para quem não quer ouvir e acredita que está arrasando! Você conhece pessoas assim? Há vendedoras que trabalham em lojas de roupas que deixam de mostrar novidades para seus clientes e justificam que determinada marca possui preço elevado demais para o perfil da cliente. Há profissionais de vendas que persistem em realizar a abordagem comercial, frequentemente da mesma forma. Não são capazes de oferecer outro produto e deixam de explorar que a empresa conta com um expressivo mix de venda, por exemplo. Ao utilizar de opções práticas e vivenciais, o profissional fortalece o compromisso de criar novas argumentações para produtos e serviços, tornando os apontamentos mais atrativos de acordo com o perfil do público-alvo. Houve um período da história comercial em que o vendedor era representado por uma pessoa que usava de pretextos para "empurrar" algo a um cliente. Este tempo passou e atualmente o papel do profissional de vendas é encarado como uma atividade essencial e verdadeira para o crescimento de qualquer organização. Neste sentido, não acredito ser coerente que um profissional de vendas deixe de acreditar no seu próprio produto ou serviço. Note que quando ouvimos a sugestão de alguém que usou determinado serviço e posteriormente aprovou, passamos a analisar com maior segurança a proposta. Agora responda: você estaria confortável em uma aeronave, onde o piloto não planejou que vai chegar? Você acredita em um professor que em sala de aula apresenta dissabor pelo próprio plano de ensino? Você realizaria a compra de um automóvel com um vendedor que não acredita e enfatiza dissabores no que está oferecendo?

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Motivação P, M e G

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conomias, empresas e carreiras sempre estarão sujeitas a altos e baixos, surpresas agradáveis e desastres, sucessos e fracassos. E quanto maior o baque ou a incerteza, maior a necessidade de se recorrer a emoções positivas para dar conta do recado. Falo da motivação – a ferramenta emocional mais importante para garantir o sucesso das empresas e carreiras. Como mantê-la nos piores momentos e assim evitar ser derrubado pelos golpes? Longe de mim criar uma fórmula – as emoções humanas são muito complexas para tal. A intenção é compartilhar um conceito que criei e que vem ajudando pessoas e empresas a atuar construtivamente. Imagine três tamanhos para a motivação: o P, o M e o G. Isso mesmo – pequeno, médio e grande. A motivação pequena se origina nos pequenos prazeres: uma conversa no cafezinho, um elogio, uma tarefa encerrada. Metas, promoções e projetos geram motivações médias. Eles até podem parecer suficientemente grandes antes de acontecerem, mas tendem a perder o peso emocional quando atingidos. A grande motivação está atrelada ao sonho de vida e às contribuições que podemos dar ao planeta. Quando os fatores externos são desfavoráveis, a motivação de tamanho médio é a mais abalada: é mais difícil atingir

objetivos pessoais e profissionais e muitos deles precisam ser repensados. Além do mais, ampliam-se as possibilidades de golpes duros como demissões e perdas financeiras. Infelizmente, quando é difícil atingir a motivação média, as pessoas tendem a se esquecer da pequena e da grande. Justamente quando ela se torna mais importante. Minha atuação nas empresas leva ao seguinte: Investir na motivação P: dedicar mais atenção às pequenas alegrias do dia a dia que continuam acontecendo, como o sorriso dos filhos, e à busca de novos prazeres, como a leitura de um bom livro. Tenho observado que quando uma empresa está com problemas, líderes e equipes abandonam a motivação P. Por exemplo, deixam de fazer elogios, de bater papo no cafezinho, de considerar ideias. Cuidado! Além da perda das próprias ideias, as pessoas perdem componentes de um alimento motivacional fundamental neste momento. Reforçar a motivação G: mesmo quem tiver que adiar seu sonho, não deve abandoná-lo. Esta é a situação na qual a crise pode se tornar oportunidade e as dificuldades se transformam em atalhos. Meu trabalho, portanto, tem sido não só reconstruir visões, mas adaptá-las ao momento e fortalecê-las. É também o momento para que se pense construtivamente nos problemas que o planeta enfrenta e nas soluções a serem encontradas. Assim, é hora de alinhar a missão da empresa com a sustentabilidade. Diminuir o apego à motivação M: é possível que as coisas não estejam mesmo tão bem em determinadas épocas da vida. Hora de rediscutir projetos e negociar metas. Sem drama. O passo seguinte é o plano de ações que cada empresa, equipe e pessoa deve realizar para administrar os três tamanhos da motivação. Dessa vez sob medida.

Gisela Kassoy, consultora especializada em Criatividade e Inovação, tem formação específica no Centro de Liderança Criativa da Carolina do Norte (na Universidade de Nova York) e na Escola de Gerentes do MIT. 38 |

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fra n q ui a s

Prova de maturidade Projeto de lei em trâmite no Congresso deve estabelecer prazo mínimo de operação para empresa ter direito a vender a franquia da marca | por Beatrice GONÇALVES

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O sistema de franquias pode mudar. O Projeto de Lei 4319/2008, que tramita na Câmara de Deputados, propõe mudanças na Lei 8955/94, que regulamenta o contrato de franquia empresarial. Se a proposta for aprovada, será necessário um prazo mínimo de um ano de operação para que uma empresa adquira o direito de vender a franquia de sua marca. Para entrar em vigor, a medida precisa ser votada no plenário e depois sancionada pelo presidente. O projeto de lei de autoria do deputado

federal Carlos Bezerra (PMDB-MT) torna mais rígido o processo de franchising no Brasil. Com a medida, as empresas que desejam expandir seus negócios pelo sistema de franquias terão que investir em unidades próprias e passar por um processo de maturação do negócio para conquistar a excelência necessária. Só depois de cumprir esse requisito é que elas poderão formatar a rede e oferecer a Circular de Oferta de Franquia (COF), com balanços, minutas de contrato e pré-contrato ao candidato a franqueado.

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Jager, da Koni Store: projeto de lei pode limitar a expansão de franquias

Melitha: ser franqueador exige tempo

inovadoras, dando tempo para a concorrência criar produtos similares

de aprendizado e maturação

Para a consultora jurídica especialista em franquias Melitha Novoa Prado, essa mudança pode organizar melhor o sistema de franchising no País. “A nova lei protegerá franqueadores sérios, que não precisarão concorrer com empresas sem qualquer experiência na hora de vender suas franquias. Não basta ser empresário, é preciso aprender a ser franqueador, mas isso leva tempo de aprendizado e maturação.” Com a proposta, só depois que o negócio for padronizado e testado é que ele poderá ser executado por terceiros. Uma medida que pode trazer mais segurança para os futuros franqueados da marca, isso porque os investidores poderão ter uma melhor dimensão do negócio antes de abrir uma unidade. “Acredito que com menos de um ano o franqueador não teve tempo suficiente para conhecer seu produto e tenha dificuldades em conseguir replicar isso para um terceiro”, explica Marina Bechtejew, advogada do escritório Novoa Prado e Amendoeira. A consultora jurídica lembra que o País registra um alto índice de mortalidade de empresas no primeiro ano de funcionamento e que isso também pode acontecer no sistema de franquias. “Ainda que você monte seu negócio e tenha um produto inovador, o perigo de ter um insucesso com seus primeiros franqueados é muito grande.” Pelas estimativas do Sebrae de São Paulo em 2008, novembro 2009

27% das empresas que abriram no estado fecharam antes de completar um ano. Hoje não há um tempo mínimo estipulado em lei para a abertura de uma franquia. O que permite que muitas empresas se lancem no mercado antes de completar um ano. Criada em 2006 no Rio de Janeiro, a rede de culinária japonesa Koni Store, especializada em produzir temakis (um tipo de sushi), franqueou a marca meses depois da abertura da primeira unidade. “Resolvemos construir o avião voando”, explica Michel Jager, sócio-gestor da rede. Para abrir a franquia, Jager e os sócios Ronnie Markus e Flávio Berman buscaram a assessoria de uma consultoria em franchising e investiram na formatação da rede. Os esforços foram concentrados em oferecer comida japonesa de maneira informal, barata e em horários alternativos, inclusive durante a madrugada. Um investimento que deu certo. Com oito meses de empresa, a Koni Store já tinha a sua primeira unidade franqueada em Brasília. “Eu comecei a receber 15 e-mails por semana pedindo mais informações sobre a rede”, explica. Três anos após o lançamento da franquia, a Koni Store tem 35 unidades no País e hoje integra o Grupo Umbria, maior rede de culinária rápida do Brasil, detentora das marcas de comida italiana Spoleto e da pizzaria Domino’s. Jager diz não se arrepender de ter aberto a franquia tão cedo e

diz que esse foi até um dos diferenciais do negócio. “Muitos investidores não querem só ter uma unidade da marca, eles querem fazer parte da história da rede e ajudar a construí-la desde o começo.” Para o gestor, o projeto de lei pode limitar a expansão de franquias que ofereçam produtos e serviços inovadores e que por terem de esperar um ano para abri-la podem dar espaço para que a concorrência crie produtos similares. “Eu não proibiria a abertura de novas franquias com menos de um ano, o que eu acho que deveria existir é um órgão fiscalizador que pudesse validar se uma empresa pode ou não abrir a franquia.” No Brasil não há um órgão específico que tenha poder de legislar e fiscalizar o setor de franquias – a Associação Brasileira de Franchising (ABF) é a principal referência do setor. A ABF tem mais de 700 associados entre franqueadores, franqueados e prestadores de serviço. A entidade avalia a cada ano a qualidade das redes brasileiras e concede o selo de excelência àquelas que são destaque na rentabilidade do negócio e nos serviços oferecidos.

CONTATO Koni Store www.konistore.com.br Novoa Prado e Amendoeira Advogados www.npaadvogados.com.br empreendedor

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n ot a s f ra n q u ia s

Parceiros locais A Chicletaria, rede de moda infantil, está ampliando o negócio e procura parceiros. O investimento para abrir uma unidade é de cerca de R$ 150 mil gastos com a taxa de franquia, aquisição do primeiro estoque, mobiliário e compra de equipamentos. “Nossos franqueados têm liberdade para escolher as peças que desejam colocar em sua loja. Essa flexibilidade é muito importante para o sucesso, porque ninguém melhor do

Cosméticos artesanais

que o investidor local para conhecer

A rede Empório Body Store, especializada na produção e comercialização de cosméticos arte-

sócia-diretora da Chicletaria. A rede

sanais, pretende abrir mais quatro unidades até dezembro e busca investidores. A taxa inicial de franquia é de R$ 180 mil e o retorno previsto é de aproximadamente 20 meses. A rede Empório Body Store foi criada em 1997 e oferece cerca de 200 produtos feitos com matéria

seu público-alvo”, explica Bia Castro, tem 32 unidades em dez estados brasileiros. www.chicletaria.com.br

100% natural. www.emporiobodystore.com.br

Pé na estrada A marca de sapatos e acessórios femininos Mentha Pimentha está entrando no mercado de franquias. A rede tem hoje três unidades próprias em São Paulo e quer expandir o negócio no interior paulista e nas regiões Sul e Centro-Oeste. O consultor Eduardo Sato, que já passou por empresas como Tribo dos Pés, Constança Basto e Carmen Steffens, é o responsável pela formatação da franquia. O investimento para abrir uma unidade vai de R$ 150 mil a R$ 250 mil. www.menthapimentha.com.br

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Grelhado sertanejo O grupo Montana Grill, pertencente à dupla Chitãozinho e Xororó, busca parceiros para abrir novas unidades da rede de grelhados fast-food no Recife, Salvador, Manaus, Palmas e Vitória. O investimento previsto é de cerca de R$ 500 mil para a primeira loja e é necessário que o franqueado tenha dedicação exclusiva ao negócio. A rede Montana Grill tem hoje 78 lojas. www.montanagrill.com.br

Ideia refrescante A rede Casa do Sorvete Jundiá quer expandir o negócio no interior paulista e abrir novas unidades em formato quiosque em locais de grande circulação como shoppings, metrôs e galerias. A Casa do Sorvete Jundiá está no mercado de franquias há um ano, tem seis lojas, sendo duas próprias e quatro franqueadas. A rede é especializada em sorvetes, matinais, salgados, vitaminas, açaí e crepes. www.casadosorvetejundia.com.br

Setor pujante O faturamento do setor de franquias de janeiro a setembro deste ano teve um aumento de 25% em comparação com o mesmo período de 2008. Os dados são da pesquisa sobre o desempenho do setor de franquia realizada pela Associação Brasileira de Franchising (ABF) e pelo Instituto Provar/FIA, que ouviram uma amostra de 50 redes de franquias. Pelas estimativas da pesquisa, as empresas ouvidas devem registrar aumento de 8% no faturamento no terceiro trimestre e de cerca de 10% no quarto. www.abf.com.br

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Sonho de noiva A rede Rainha das Noivas, especializada em cama, mesa e banho, inaugurou uma unidade em Passo Fundo, no Rio Grande do Sul. A loja tem projeto arquitetônico inovador e tem infraestrutura para o acesso de portadores de necessidades especiais. Até o final do ano, a rede quer abrir mais uma unidade em Santa Maria (RS). A Rainha das Noivas tem 36 lojas no Rio Grande do Sul. www.rainhadasnoivas. com.br

Por baixo e por cima A rede de underwear e outerwear Scala deve inaugurar até o fim do ano mais 11 unidades. A meta da rede é fechar 2009 com 78 lojas. A Scala está no mercado de franquias desde 2002 e é uma das maiores indústrias têxteis da América Latina. Os produtos Scala são vendidos também na Inglaterra, Estados Unidos e México. www.scalasemcostura.com.br 44 |

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Chope em casa A rede Chopp Brahma inaugurou a primeira franquia da loja Chopp Brahma Express em Santa Catarina. A unidade fica em Florianópolis e traz para a cidade o conceito de entrega de chope em domicílio. O cliente pode levar para casa a bebida em chopeiras que comportam de 10 a 100 litros. A franquia do Chopp Brahma, da AmBev, possui três modelos em operação: Quiosque Chopp Brahma, Loja Chopp Brahma Express e Chopp Brahma Móvel (carrinhos). Atualmente, são 544 unidades em operação. www.brahma.com.br

Doce de letra A Chocoprint, empresa especializada em impressão comestível em alimentos e chocolates, está buscando parceiros. A rede, que está presente em mais de 40 países, trabalha com a impressão em chocolates feita por uma impressora desenvolvida exclusivamente para operar com corantes comestíveis, dispensando qualquer utilização de transfer ou papel-arroz. Com a ajuda de um software específico, imagens, logotipos, frases ou fotos são trabalhadas e gravadas. O investimento para abrir uma unidade vai de R$ 200 mil a R$ 500 mil. www.chocoprint.com.br

Espetinho profissional Chega ao mercado de franquias a rede Espetíssimo, especializada em fast-food de espetos assados. A rede iniciou sua atuação pela capital paulista e pretende implantar unidades nas cidades da Grande São Paulo. A formatação do negócio prevê a implantação de dois modelos de quiosque e um de loja. A intenção é atender a demanda de consumidores que buscam uma alimentação rápida, leve e nutritiva, localizando a franquia em pontos com grande fluxo de pessoas, como supermercados, terminais rodoviários e ruas movimentadas. O investimento médio inicial depende do formato escolhido, mas varia de R$ 63 mil a R$ 81 mil, mais R$ 15 mil de taxa de franquia. www.espetissimo.com

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Sem crise no comércio eletrônico

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e a situação financeira mundial preocupava diversos setores da economia desde o final de 2008, o mesmo também ocorria com o comércio eletrônico. Esta apreensão foi, porém, bastante amenizada com a ajuda do governo brasileiro, quando anunciou, por exemplo, redução de IPI para eletrodomésticos, fomentando as vendas. Somente em compras realizadas pela internet, foram movimentados R$ 4,8 bilhões neste primeiro semestre, um aumento de 27% em relação ao mesmo período de 2008, de acordo com a 20ª edição do Webshoppers. Outros fatores que motivaram este bom momento para o e-commerce foram a maior confiança e satisfação do consumidor com os serviços oferecidos pelas lojas virtuais. Atualmente, mais de 15 milhões de pessoas já tiveram pelo menos uma experiência de compra pela internet. Em um mercado tão dinâmico e competitivo como este, as pessoas buscam e optam pelas melhores ofertas, condições de pagamento e nível de serviço. Um ponto nesta movimentação que contribui para a crescente audiência é a inovação dos buscadores e comparadores de preço, que de maneira democrática alinham as ofertas de grandes e pequenos, possibilitando que o e-consumidor tome sempre a melhor decisão de compra. Os internautas estão cada vez mais informados e orientados a fazer uma compra com segurança, e a implementação de novas ferramentas gerenciadoras de pagamentos on-line e de prevenção à fraude trouxe uma segurança a mais tanto para clientes quanto lojistas, potencializando as oportunidades para lojas de pequeno e médio portes. Este gerenciamento de risco em transações de compra não-presenciais, aliado à especialização de pequenas e médias empresas em um segmento específico, dividiu o foco dos consumidores mostrando uma tendência de descentralização no setor. Segundo o levantamento da e-bit, as dez maiores empre-

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sas do varejo eletrônico perderam uma fatia de 2,3 pontos percentuais no mercado, enquanto o chamado “long tail”, que engloba as pequenas e médias, ganhou 1,6 ponto percentual em participação no comparativo do primeiro semestre de 2009 em relação ao primeiro semestre do ano passado. Outra boa surpresa foi o tíquete médio elevado de cerca de R$ 323 na primeira metade deste ano, consequência da preferência dos e-consumidores por produtos de maior valor agregado, como Informática e Eletrodomésticos, terceira e quarta categorias mais vendidas na web. A expectativa agora fica por conta do segundo semestre de 2009, que geralmente representa 55% do faturamento anual do canal. O período deve trazer números expressivos, já que temos ainda pela frente o Natal, data que aquece muito o comércio em geral, além da contabilização das vendas no Dia dos Pais e Dia das Crianças. Esperamos fechar o ano com boas notícias e a estimativa é a de que no período entre julho e dezembro, as lojas virtuais atinjam R$ 5,8 bi em vendas de produtos (excluindo passagens aéreas, automóveis e leilão virtual). Se os lojistas derem continuidade ao investimento em novas ferramentas para atrair a atenção dos consumidores e conquistar ainda mais a confiança destes, devemos chegar ao final de 2009 com mais de 17 milhões de pessoas com pelo menos uma experiência de compra via internet. Que continuem as boas “e-notícias”!

* Pedro Guasti diretor-geral da e-bit

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Tempero baiano de sucesso Duas décadas dedicadas à inovação e qualidade de apresentação e atendimento fizeram da Xarmonix a preferida dos consumidores brasileiros por marlon aseff A loja baiana Xarmonix, especializada em artigos de presentes e decoração, começa a colher os frutos de um trabalho de mais de duas décadas no mercado da capital, Salvador. Vencedora da etapa nacional do prêmio gia Brasil 2009/2010, a loja buscou na inovação, em um mercado tradicional, o diferencial nas variadas frentes que desenvolve, da apresentação da loja ao mix de produtos e atendimento de qualidade. A primeira loja da Xarmonix surgiu há 22 anos. Empresa familiar, começou em um espaço de apenas 47 metros quadrados no Shopping Barra e, em apenas dois anos de existência, fez a primeira ampliação para 78

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metros quadrados. Desde o início já apresentava uma variedade de artigos para casa, tornando-se rapidamente uma das melhores opções da cidade na hora de presentear. Como reflexo da sua ótima aceitação no mercado e com o intuito de abranger a sua atuação para um dos pontos mais estratégicos da cidade, abriu a sua segunda loja com 69 metros quadrados no Shopping Center Iguatemi, o maior da cidade, em 1995. Em 2000, surgiu a necessidade de aumentar a loja “mãe” do Shopping Barra, desta vez para 196 metros quadrados, apresentando um conceito inovador para a época. O resultado não tardou a aparecer. No

mesmo shopping desde 2005, todos os anos, no período de outubro a dezembro, é instalada uma loja temporária para venda exclusiva de artigos de Natal, que surpreende os clientes pela criatividade, bom gosto e originalidade dos produtos. Com o decorrer do tempo e crescimento, principalmente definido pela atuação em listas de casamento e presentes, um novo mercado foi identificado e a empresa percebeu que deveria expandir o seu conceito e sua área de atuação, ampliando o seu negócio para o segmento de decoração. O marco dessa decisão foi em 2007, com a abertura da sua mais nova loja no Salvador

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Katiane Cunha Arcoverde: cada passo na administração da loja foi pensado para reforçar a interação com o cliente

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perf i l

Shopping, que também acabara de abrir suas portas. Com 400 metros quadrados, uma concepção extremamente contemporânea e muito bem planejada, a sua linha de produtos também teve que ser ampliada. Além disso, a loja trouxe um “Espaço Gourmet”, no qual uma cozinha experimental permite que o cliente conheça os produtos e “vivencie” as suas características, adquirindo-os com mais segurança. Nesse espaço é possível, inclusive, ao próprio cliente testar receitas ou fazer degustações. A entrada do segmento de decoração permitiu agregar ainda mais valor à marca Xarmonix, percebida no mercado pela sua qualidade, variedade e bom gosto. Com isso, a importação de produtos exclusivos fez-se necessária, sendo inseridos no seu portfólio de produtos a porcelana francesa Limorges, guardanapos da Alemanha e, da Itália, objetos de vidro da IVV e produtos para cozinha da conhecida marca Guzzini. Devido ao aumento da demanda de presentes para noivos adquiridos por clientes fora do estado, bem como fruto do seu constante processo de atualização, foi lançada em março de 2009 a loja e lista virtual da Xarmonix, que podem ser acessadas pelo

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site www.xarmonix.com.br. É a ampliação do conceito Xarmonix para a internet. De acordo com Katiane Cunha Arcoverde, uma das proprietárias da loja, cada passo na administração da loja foi pensado para reforçar a interação com o cliente. “Sempre pensamos em algo mais, não é apenas receber o cliente, vender e embalar. Procuramos sempre ir além e interagir com ele”, revela. Para Katiane, relacionamento no varejo é imprescindível, o que revela um algo mais da loja, até virar referência. Por ser uma empresa familiar, a Xarmonix galgou cada degrau com planejamento e experiência. “Sempre me interessei pelo varejo, buscava sempre mais, e meu pai me deu essa experiência para que pudesse chegar a algum lugar, e esse prêmio gia veio coroar o trabalho”, define. Neste ano, a Xarmonix foi a vencedora da etapa nacional do prêmio gia Brasil 2009/2010. O prêmio gia Brasil é organizado e promovido pelo International Housewares Association (IHA), nos Estados Unidos, e tem como organizadora no Brasil a Revista HG Casa, que elege a loja brasileira mais ino-

vadora. Anualmente é escolhida uma loja de cada país onde o prêmio é divulgado – aproximadamente 23 países incluindo o Brasil. Com a vitória, a loja brasileira participará da fase internacional, em março de 2010, em Chicago, em uma cerimônia de gala, junto a outras selecionadas de cinco continentes. O prêmio é o principal evento do setor de varejo de artigos para casa em todo o mundo, e tem por objetivo estimular a inovação em lojas da categoria em todo o globo. Ao vencer a etapa brasileira, a empresa se destacou perante a concorrência por ser reconhecida como uma das melhores empresas do segmento. Além de treinamento de qualidade que promove entre seus funcionários, ações promocionais internas e externas, a loja ainda capricha na divulgação em mídia, atenção especial à vitrinagem, busca constante pela expansão nacional e acompanhamento das tendências e desenvolvimento do país e do mundo, o que faz com que a empresa esteja sempre atualizada no mercado. Além de refletir o trabalho e o cuidado das ações que a Xarmonix desenvolve no mercado de artigos de presentes e decoração, Katiane afirma que a premiação não poderia ter vindo em melhor momento. “O prêmio veio em hora muito boa, pois estamos todos muito motivados e empolgados, o que fará com que o trabalho seja melhor desenvolvido”, garante a proprietária da Xarmonix. Com isso agregou outro diferencial à sua trajetória de sucesso e realizou o sonho que todo pequeno e médio varejista almeja, ou seja, passar a ser procurada pelos melhores fornecedores, oferecendo aos clientes cada vez melhores produtos, com a oportunidade de realizar os melhores negócios e se tornar o benchmarking do mercado.

CONTATO Xarmonix (71) 3450-5925

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pr od u t os e s erviç o s

Uso profissional Ouvir as necessidades dos profissionais da construção é um dos meios que a multinacional americana Irwin encontrou para produzir ferramentas diferenciadas. A partir de várias informações coletadas, a empresa confeccionou uma trena profissional, ergonômica, voltada ao uso profissional, produzida em plástico ABS com superfície emborrachada. A trena traz para os profissionais da construção as características essenciais para que o trabalho seja otimizado. A principal delas: uma altíssima durabilidade da fita e do corpo, que fornece qualidade superior em relação a qualquer outro produto de medição no mercado. A trena apresenta uma marcação frente e verso em uma fita que avança 2,3 metros sem dobrar. Mais larga e com uma melhor visibilidade, a fita vem coberta por uma película em náilon, que protege a marcação dos números. Também reúne a trava e o freio da trena em um só botão, fora o inovador gancho magnético que prende a ponta da fita em superfícies metálicas. www.irwin.com.br

Nova apresentação O surgimento da Gripe A (H1N1) impactou diretamente os hábitos de higiene dos brasileiros, que passaram a buscar novos produtos para o asseio pessoal diário, principalmente para a limpeza das mãos. Atenta a esse movimento do mercado, a 3M do Brasil apresenta a nova versão de 500 ml do Gel Antisséptico Nexcare, com válvula pump. O novo item vem complementar o portfólio do produto, que já conta com as embalagens de 60 ml e 240 ml. Também conhecido como álcool gel, o produto da 3M tem eficácia comprovada para eliminar 99% dos germes e bactérias das mãos, contribuindo para a prevenção da disseminação de inúmeras doenças no País. O Gel Antisséptico Nexcare possui 70% de álcool etílico, concentração recomendada pela Anvisa para a eficácia do produto. Por possuir válvula pump, o Gel Antisséptico Nexcare torna-se ideal para banheiros, mesa de trabalho, quartos de bebês, recepção, escolas, restaurantes, dentre outros lugares de grande fluxo de pessoas. Assim como as demais versões, o lançamento possui refrescante aroma cítrico, hidratante para não ressecar a pele e absorção instantânea.

Brindes especiais Líder em chapas de polipropileno (material 100% reciclável, que pode ser translúcido e por isso ideal para embalagens) a Confetti lança no mercado um novo material, feito da reciclagem de caixas tipo longa-vida: as chapas Tetra. Com este material, para o final do ano, as agendas são os produtos mais solicitados, por serem bonitas, modernas, sofisticadas e muito úteis – vale lembrar que os materiais podem ser reciclados depois. www.confetti.com.br

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Capacitação em gerenciamento Com o objetivo de preparar e capacitar profissionais para gerenciar pequenas e grandes empresas, utilizando metodologias modernas, o Centro Europeu de Joinville está com matrículas abertas para a sua primeira turma do curso de Gerenciamento de Empresas. O curso desenvolve em um semestre letivo cinco áreas fundamentais para a capacitação profissional: Diagnose e Planejamento, Produção e Processos, Gestão Empresarial, Marketing, Vendas e Perfil Gerencial. No programa acadêmico estão presentes, entre outros, temas como estruturação diagnóstica e estruturação de projetos; planejamento estratégico; inovação e empreendedorismo; contabilidade e custos; modelos gerenciais e gestão de processos; direito empresarial; fusões, consórcios e sucessão; técnicas de marketing; gestão em vendas; liderança e comportamento humano; construção de cenários e tendências; e administração de pessoal. Para facilitar a absorção de conhecimentos, o curso do Centro Europeu oferece também atividades práticas que visam aproximar os alunos do mercado profissional, entre elas os Jogos de Empresas, atividades que simulam o gerenciamento de uma empresa virtual, onde os alunos terão que tomar decisões importantes para o sucesso do “empreendimento”; e os Cases Empresariais, palestras onde profissionais com vasta experiência profissional apresentam histórias de sucesso de empresas dos mais variados setores. O próximo semestre letivo do curso de Gerenciamento de Empresas do Centro Europeu de Joinville terá início em março de 2010. As aulas acontecem na sede da instituição, localizada na Rua Henrique Meyer, 280. www.centroeuropeu.com.br

Same Day no Brasil A DHL Express, empresa líder mundial em serviços expressos e logística, traz para o Brasil o DHL Same Day. O serviço premium de remessas expressas oferece o menor tempo de trânsito e máxima segurança, com toda flexibilidade necessária aos clientes. Não importa o território, se a remessa é um documento urgente ou equipamento médico emergencial, o DHL Same Day oferece um serviço dedicado e customizado de remessa porta a porta. O atendimento imediato à solicitação dos envios de alta complexidade logística abrange também aconselhamento no planejamento da operação, com suporte 24 horas todos os dias do ano, coletas e entregas além do horário comercial, finais de semana e feriados. O novo serviço abrange importação, exportação e liberação aduaneira, formatando a operação para remessas de diferentes pesos e tamanhos, atendendo as especificidades por acondicionamento e embalagem. O website traz informações em quatro idiomas, incluindo o português, além de inglês, espanhol e francês, e permite ao consumidor agendar e rastrear suas remessas da retirada até a entrega, fornecendo confirmação de recebimento por telefone, fax, e-mail ou celular, e

Dados corporativos É crescente a quantidade de informações que são levadas das empresas por

também acesso ao Trade Automation Services da DHL Express para vasto suporte internacional às remessas. www.dhlsameday.com

pessoas não autorizadas. E com o advento da crise cresce a rotatividade do quadro de funcionários, o que torna ainda mais preocupante a falta de proteção de dados confidenciais e processos de negócios. Para atender a essa demanda, a 2S Inovações tecnológicas está oferecendo uma solução de DLP – Data Loss Prevention – que, por meio de ferramentas adequadas para cada ambiente e tamanho do cliente, protege as informações corporativas. Esses dados vão desde uma lista de cartões de crédito ou uma lista de clientes, até a relação de propostas comerciais ativas e os diferenciais de venda. “Muitas informações são levadas inadvertidamente para fora da empresa por meio de ações tão simples como uma impressão, busca em um banco de dados por pessoas não autorizadas, cópias em pen drives ou o envio por e-mail para contas pessoais”, exemplifica o presidente da 2S, Renato Carneiro. Agora essa proteção aos negócios dos pequenos e médios empresários pode ser contratada como um serviço, o que significa que o cliente não precisa ter orçamento planejado e previamente aprovado para isso. A 2S oferece, inclusive, uma análise de risco gratuita para que a empresa tenha, antes da contratação, uma visão clara do grau de risco das suas informações. www.2s.com.br novembro 2009

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prefeitura rj

Copa do Mundo e Olimpíada no dia a dia empresarial Impacto econômico dos dois eventos está estimado em US$ 60 bilhões, o que vai permitir múltiplas oportunidades de negócios A Copa do Mundo começa em 2014, mas para muitas empresas a bola já está em campo. Da capacitação de profissionais em áreas como o turismo, entretenimento e alimentação ao desenvolvimento de projetos sofisticados, as micro e peque-

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nas empresas já dão sinais de que estão dispostas a ocupar todos os espaços. Nesse cenário de grandes investimentos, que inclui ainda os Jogos Olímpicos em 2016, os números justificam o empenho dos empresários no desenvolvimento de novos produtos e serviços. O custo inicial só para esses dois grandes eventos ultrapassa US$ 60 bilhões. Para o Rio de Janeiro, o impacto econômico está estimado em mais de US$ 20 bilhões, o que vai permitir múltiplas oportunidades de negócios. Com ‘escritório’ na praia de Ipanema, o empresário Fábio Tabach co-

manda os negócios com um notebook e celular. Cansado da vida de executivo de terno e gravata, ele fez a opção radical de trabalhar ao ar livre. Mas a informalidade desse carioca não se aplica às suas atividades profissionais. Como produtor cultural, tem no currículo organização de grandes eventos musicais, tendo como destaques as apresentações no réveillon do Rio. Agora, sua empresa, a Tabach Criações Artísticas Ilimitada, já recebeu encomendas de dez grandes empresas para marcar presença no calendário dos grandes eventos. “Não conheço outra cidade que, em tão pouco

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pedro kirilos/riotur

oportunidade tempo, tenha sediado os Jogos PanAmericanos e ainda se prepara para a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos. Já sinto uma mudança no meu dia a dia e sei que os negócios vão aumentar ainda mais”, comemora. Com foco no mundo corporativo, a Zoom Out, agência de comunicação e marketing voltada para o setor de energia, petróleo e gás, também quer ocupar mais espaço. Para atender executivos das grandes companhias, os sócios Hamilton Falcão e Fernanda Gomes estão preparando o que chamam de “circuito radical corporativo”, com atividades como escalada, rapel e trilha em pontos privilegiados da cidade, como o Pão de Açúcar e a Floresta da Tijuca. “As empresas do segmento querem oferecer ações de relacionamento com seus clientes de forma diferenciada para que eles conheçam e desfrutem a cidade de um ângulo inusitado. A proposta é que eles respirem a Copa do Mundo de outra forma, mas sempre com um viés no esporte”, define Falcão. Para a Ativa – Tecnologia e Desenvolvimento, que desenvolve sistemas complexos para detecção e contenção de óleo, por exemplo, participar de um evento esportivo era uma possibilidade praticamente inexistente, mas os sócios André Souza, Daniel Camerini e Rodrigo Carvalho perceberam a chance de expandir o raio de ação da empresa. A chamada ‘barreira ativa’, utilizada para evitar que o óleo se espalhe, está sendo adaptada para recolher o lixo no mar e monitorar a qualidade da água. “Essa é uma tecnologia muito avançada usada no segmento de petróleo e gás que será aplicada em uma área visível para a população”, avalia Souza. A Ativa já fechou

Impacto econômico da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos está estimado em mais de US$ 20 bilhões apenas para o Rio de Janeiro

contrato com outra empresa para construção dos equipamentos dessa ecobarreira ambiental. Essa parceria é um exemplo de como uma micro ou pequena empresa pode vencer suas limitações naturais ao se aliar a um parceiro para ganhar escala e oferecer preços competitivos. Maior acesso A possibilidade de formação de consórcio foi um dos avanços consolidados pela Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, aprovada em dezembro de 2006. O maior acesso das pequenas empresas às compras governamentais foi outra mudança fundamental vinda com a lei. Hoje, elas respondem por 44% das compras, contra 8% registrados em 2007, segundo a Secretaria Nacional de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento. Os grandes eventos potencializam as oportunidades e, para usufruir desse cenário, a estimativa é que mais de 1 milhão de empreendimentos, que hoje atuam na informalidade, legalizem seus negócios até o final de 2010, de acordo com projeção do Sebrae Nacional. Com a escolha da cidade como sede dos Jogos Olímpicos de 2016, o Rio de Janeiro pavimentou mais uma etapa de um ciclo de crescimento definido como extraordinário pela subsecretária estadual de Comércio e

Serviços, Dulce Ângela Procópio. “Só com os grandes projetos já decididos e outros em andamento em diversas áreas como siderurgia e petróleo, nos próximos quatro anos os investimentos são da ordem de R$ 123 bilhões, isso sem contar com a Copa e os Jogos Olímpicos”, assinala. Na análise da subsecretária, o reflexo positivo desse cenário é imediato para as micro e pequenas empresas, que terão a chance de suprir toda a necessidade dessa cadeia de produção e ainda é preciso levar em conta que todas as projeções têm efeito multiplicador, considerando os investimentos públicos e privados. “A qualidade no fornecimento de produtos e serviços é um fator fundamental e os empresários têm uma enorme responsabilidade nesse processo, tanto para agregar valor ao que oferecem quanto para incorporar esse conceito na gestão dos negócios”, frisa. Só com os Jogos Olímpicos, os investimentos públicos estão calculados em R$ 25,9 bilhões e a meta para as micro e pequenas empresas é alcançar, no mínimo, R$ 7,8 bilhões ou ainda chegar a R$ 10 bilhões, considerando o setor privado, segundo cálculos do Sebrae Nacional. Para que nenhuma oportunidade seja perdida, a instituição já criou o ‘Comitê Técnico da Copa 2014’, cujas ações poderão ser estendidas para a Olimpíada em 2016. www.agenciasebrae.com.br

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faz e n d o m e l h o r

Credibilidade

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pesar de especialistas enfatizarem que o profissional de vendas deve mais ouvir que falar, não podemos menosprezar a importância da palavra na venda, no relacionamento e na vida das pessoas, razão pela qual devemos usá-la com sabedoria e moderação. O arquiteto Oscar Niemeyer defende que a palavra vem antes do desenho, desfazendo a ideia de que uma imagem vale mais que mil palavras. Quando mal usada, a mensagem produz efeito contrário, alerta o filósofo Luís Sérgio Lico. Confie em mim. Confiança, quanto mais se pede, mais as pessoas desconfiam. Além disso, é prerrogativa do consumidor decidir em quem, como e em que medida confiar. Acredite quando eu falo. Vai por mim, e outras expressões que geram mais dúvida que certeza. Sou seu amigo. A amizade pode até ser um facilitador de tensão, mas ultrapassar as fronteiras do relacionamento fazendo-se de amigo não estabelece a interatividade necessária para conduzir a venda a bom termo. Ninguém vende mais barato do que nós. Ninguém? O mundo é um lugar grande com milhares de empresas e pessoas que vendem coisas similares à que você vende. Talvez melhores e com maior valor agregado, serviços ou facilidades. Se você realmente tiver o preço mais baixo do mundo e puder fazer o negócio legalmente e ainda ter lucro, por que perder tempo com vendas individuais? Espalhe isso através da internet e fique sossegado. Nós somos os melhores! Não vamos desprezar o poder do pensamento otimista e da confiança. Mas os consumidores sabem que 99% dos vendedores dizem ter o que você está procurando, ou similar. Em vez de conquistar a confiança do cliente, aciona ainda mais o seu desconfiômetro. O que você precisa é: “Este computador é exatamente o que você precisa...! Se fosse você, não perderia a oportunidade”. Abordagem de risco, presunçosa e antipática. Como propor isso sem ouvir o cliente, perguntar o que ele realmente precisa. O consumidor saca na hora que você está tentando dar uma de Mandrake, na tentativa de enganá-lo, sem procurar estabelecer alguma relação de simpatia ou confiança. Nunca e sempre. Puro exagero, metáfora morta, sem sentido algum. “Nós sempre oferecemos serviços de qualidade” ou “Nossos entregadores nunca se atrasam”. As pessoas não apreendem o sempre ou o nunca com seus valores de face. Aplicam logo um deságio. De fato, ninguém em sã consciência pode admitir um absoluto em termos práticos: sempre significa eternamente e nunca também é algo que não pode ocorrer. Isto é perfeito para qualquer um! Difícil existir produtos ou serviços que sirvam para todos em qualquer lugar. Nem água mineral se encaixa nesse padrão de perfeição. Há diversos tipos de embalagens, sabores e origem, por exemplo. No mundo competitivo em que vivemos, o consumidor tem o poder de escolha e o bom senso para avaliar se o que está ouvindo é verdadeiro ou não passa de exageros de vendedor. Confiança não se compra, muito menos se impõe. É um ideal que se conquista com trabalho, dedicação e bom senso. Usando prestação de serviços e a verdade como principais bandeiras. 56 |

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Confiança não se compra, muito menos se impõe. É um ideal que se conquista com trabalho, dedicação e bom senso. Usando prestação de serviços e a verdade como principais bandeiras

por MOACIR MOURA Palestrante, escritor, consultor de varejo e especialista em gestão e inspiração de pessoas moacirmoura@terra.com.br

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ba n h o d e l oja

Resultados exigem investimentos

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um piscar de olhos o calendário mudará e já estaremos em 2010. Na prática, muitos podem pensar que se trata apenas de uma mudança de datas, mas, como sabemos, nesta época de final de ano somos tomados por um sentimento de renovação e, frequentemente, fazemos promessas de mudança a nós mesmos. No plano profissional, tal fenômeno também é comum. As redes e lojas mais organizadas tendem a usar o final do ano para planejar o próximo. Nesta época estão ocupadas com seus planejamentos financeiros, previsões de faturamento, metas, investimentos e outras ações relativas ao gerenciamento da operação de loja. A energia demandada com os números nem sempre é a mesma utilizada para os aspectos ditos intangíveis, tais como o valor de uma marca ou a experiência de compra que o cliente terá na loja em 2010. Primeiro de janeiro para o varejo simboliza o início de um novo calendário promocional, com sazonalidades, épocas do ano mais propícias a vendas de determinados produtos, lançamentos, coleções, tendências, etc. Quantas lojas ou redes têm claro quais serão seus esforços em 2010, para se destacar junto aos consumidores buscando convertê-los em clientes? Quantas destas lojas já têm determinadas as ações de merchandising e as melhorias de ponto de venda para o próximo ano? Já vi empresas que traçam metas numéricas num crescente constante e a equipe de vendas cada vez se desdobra mais para conseguir atingi-las, porém, nem sempre tem o suporte de investimento que a empresa deveria fazer no ponto de venda para impulsionar o crescimento almejado. O fator mais importante são as pessoas e as relações entre elas, sejam vendedores e clientes ou líderes e liderados. O que me intriga é como um planejamento apenas numérico e as avaliações também baseadas exclusivamente em números podem levar a atitudes como esta do exemplo acima, que a meu ver não contribuem para a fidelização e manutenção do bem mais precioso de uma empresa: seus clientes. No fundo, tudo se resume a pessoas. Construímos lojas para abrigar as pessoas que comprarão os produtos, e serviços pensando em como atendê-las cada vez melhor. Queremos que as pessoas que tenham contato com a nossa marca e entrem em nossas lojas levem uma percepção positiva da experiência que será construída a partir de decisões estratégicas tomadas hoje. No próximo ano, como as pessoas que atendem os clientes na sua loja serão avaliadas: apenas pelos números, como costumamos dizer, pela última linha, ou também pelo índice de satisfação do cliente, pela conquista de novos clientes, ou por construir e elevar o conceito de sua marca? Quanto dinheiro será investido nos pontos de venda para melhorar a experiência de compra dos clientes? 58 |

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Já vi empresas que traçam metas numéricas num crescente constante e a equipe de vendas cada vez se desdobra mais para conseguir atingi-las, porém, nem sempre tem o suporte de investimento necessário. por KÁTIA BELLO Arquiteta e sócia-diretora da Opus Design katia@opusdesign.com.br

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po n t o d e v e n d a

Música na loja

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em muita gente que ainda acredita que música no ponto de venda não serve para coisa alguma, ou não toma nenhum tipo de cuidado no tipo de música que coloca em sua loja. Tal como a aplicação das cores, comunicação visual, equipamentos de exposição e muitos outros, a música auxilia na construção da marca. Como se fosse um acessório, ela deve estar de acordo com o posicionamento que sua loja quer, com a imagem que você deseja passar ao seu consumidor. Imagine uma loja de joias como uma Vivara ou H.Stern, por exemplo, tocando ritmos populares como forró ou axé. Nada contra o tipo de música em si, desde que estivéssemos falando de uma loja de perfil popular. Mas como fazer uso da música para melhorar as vendas? Rock ou músicas rápidas: é utilizado para acelerar o cliente no ponto de venda. Uma música mais rápida vai fazer com que seu cliente ande mais rápido por sua loja. Você pode utilizar o efeito de uma música como esta no momento que o excesso de clientes em sua loja estiver prejudicando sua segurança ou a qualidade de atendimento que você presta. Músicas lentas, como new age ou MPB: são utilizadas para reter seu cliente no ponto de venda. Uma música mais lenta fará com que seu cliente fique mais tempo em sua loja, passe mais tempo à vontade e, por consequência, compre mais. É o tipo de música mais utilizado pelos lojistas. Músicas eletrônicas ou de perfil jovem: são utilizadas principalmente por lojas de vestuário, e a escolha do tipo bandas ou artistas tem a ver com o perfil das roupas vendidas – por exemplo, uma loja de surfe vai colocar uma trilha de reggae. Já numa loja de perfil fashion, a trilha certamente será composta por músicas eletrônicas ou que passem um perfil de modernidade e última tendência à loja. Ritmos populares como sertanejo ou forró: devem ser utilizados exclusivamente quando existe algum tipo de sinergia com o consumidor ou com o mix de produtos expostos no ponto de venda. Música é interessante e melhora suas vendas, mas para utilizar a música no ponto de venda é necessário estar atento ao pagamento das taxas de Ecad, referentes aos direitos autorais dos artistas. Mesmo sendo consideradas abusivas por muitos, não pagar estas taxas pode gerar uma multa ao seu estabelecimento. Mesmo se você sintonizar uma rádio na sua loja, teria que pagar as tais taxas. Informe-se e procure trazer mais alegria ao seu ponto de venda. Um grande abraço e boas vendas!

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Como se fosse um acessório, a música deve estar de acordo com o posicionamento que sua loja quer, com a imagem que você deseja passar ao seu consumidor

por Caio Camargo é especialista em varejo e merchandising, diretor de Planejamento Estratégico da Fantasy Publicidade & Propaganda, e autor do FALANDO DE VAREJO (www.falandodevarejo.com.br)

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j o g o f ri e d ma n

Competição de itens por venda

A Competição de Itens por Venda foi originalmente desenvolvida para aumentar a média de itens por venda em uma rede de lojas. O jogo é tipicamente realizado em um período de oito semanas. Quanto melhores forem as vendas de adicionais, mais pontos os vendedores ganharão para adquirir itens que eles desejam em um catálogo da competição. Adapte este jogo para a sua própria loja ou rede de lojas para um melhor resultado.

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TIPO DE JOGO Competição individual. DURAÇÃO SUGERIDA A duração sugerida para uma competição em uma rede de lojas é de oito semanas. Uma única loja poderia ter a competição concluída em um período menor. Como Jogar A gerência cria um sistema de pontos para premiar os vendedores pelas suas vendas adicionais. Quando terminar a competição, os vendedores converterão seus pontos em prêmios. Regras Básicas • Um sistema de pontos é estabelecido para premiar os vendedores pela sua média semanal de itens por venda (ver exemplo). • Para ganhar pontos, um vendedor precisa vender um valor mínimo a cada semana, baseado no número de horas trabalhadas. Por exemplo: um vendedor que trabalha 25 horas deveria vender ao menos R$ 2.500 para ganhar pontos naquela semana. • Pontos de bônus são oferecidos ao atingir determinada média de itens por venda a cada dia. Para ganhar os pontos de bônus, um vendedor precisará ter trabalhado um determinado número de horas e vendido um valor mínimo naquele dia. Por exemplo: você pode ganhar 500 pontos de bônus para uma média de 1,75 item por vendas em um dia, uma vez que o vendedor tenha trabalhado um mínimo de cinco horas e vendido R$ 500. • Cada vendedor deve manter um acompanhamento diário de suas vendas. Os resultados de vendas são registrados a cada dia, e os pontos são contabilizados ao final de cada semana. • Ao terminar o período de oito semanas, os vendedores convertem seus pontos em prêmios. Promovendo o jogo • Faça um grande quadro de jogos para registrar as estatísticas diárias dos vendedores e os pontos ganhos ao final de cada semana. Coloque-o no estoque ou no escritório. • Se você estiver dando prêmios (no lugar de dinheiro), crie um "catálogo" dos prêmios e seus valores em pontos. Ou exiba os prêmios próximo ao quadro de jogos e coloque uma etiqueta indicando o valor correspondente em pontos. No caso de dinheiro, coloque uma lista de valores para os pontos conseguidos próximo ao quadro, e decore-o com cópias de notas reais, etc. • Divulgue o evento. Mostre sempre o que os melhores vendedores ganharam. Pergunte às pessoas que tipo de novembro 2009

prêmios elas gostariam de ganhar. Quando uma pessoa ganha pontos de bônus, anuncie ou toque um sino. premiações • Ofereça uma série de prêmios, baseada no número de pontos ganhos. Tente fazer com que seus fornecedores se envolvam, doando itens ou vendendo-os a preço de custo. Ou você poderia fazer com que cada prêmio valesse uma determinada quantidade de dinheiro. materiais e recursos necessários • Quadro de jogos/itens por venda • Sino ou apito para anunciar grandes realizações • Tabela de premiações (prêmios ou dinheiro) • Estatísticas diárias de vendas para acompanhar os resultados individuais (ver exemplo) variações • Se o jogo estiver sendo promovido em uma rede de lojas, ofereça à loja com o maior número de pontos, baseado na média semanal de itens por venda da loja, um jantar com tudo pago em um restaurante de luxo.

Calendário de Seminários do Grupo Friedman tvv – Treinamento de Vendas para o Varejo 27 DE NOVEMBRO – São Paulo – Hotel Quality Jardins

MATERIAL PRODUZIDO PELO

Rua da Assembléia, 10 - Sala 2513 - Centro - CEP 20011-901 - Rio de Janeiro - RJ - Fone: 0800 704-4407 Fax: (21) 2156-8861 www. friedman.com.br

Incentivar a venda de itens específicos como uma nova coleção, um novo produto ou um item de baixo giro através de jogos e competições. Essa é a proposta da seção Jogo Friedman: disponibilizar a cada edição um jogo diferente para ajudar você a melhorar uma estatística ou um procedimento de vendas na sua loja. O material é extraído do Manual de Jogos & Competições para o Varejo do Grupo Friedman, uma coletânea de jogos e competições especialmente elaborados para aprimorar a performance no salão de vendas. O manual completo pode ser adquirido na loja virtual do site www.friedman.com.br

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agenda

Brasil artesanal : De 24 a 29/11/2009

20ª Feira Nacional de Artesanato Expominas – Belo Horizonte – MG www.feiranacionaldeartesanato.com.br A Feira Nacional de Artesanato completa 20 anos, e nesta edição comemorativa o Brasil é o grande homenageado. Mais de 8 mil expositores apresentam produções artesanais, música, dança e gastronomia de todas as regiões do País. O evento é considerado o maior do gênero no Brasil e são esperados mais de 180 mil visitantes.

: De 22 a 24/11/2009

6º Enempre – Encontro Nacional de Empreendedorismo CentroSerra Convention Center – Lages – SC www.enempre.com.br

O Encontro Nacional de Empreendedorismo é um evento técnicocientífico que reúne empreendedores e pesquisadores de diversas áreas. São apresentados trabalhos científicos, minicursos temáticos sobre empreendedorismo social, gestão empreendedora, empreendedorismo na educação e no agronegócio. O evento é realizado pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento (EGC) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em parceria com a Fundação Carlos Joffre.

: De 24 a 26/11/2009

: De 30/11 a 2/12/2009

: De 28/11 a 6/12/2009

A Nanotec Expo apresenta projetos, produtos e soluções nanotecnológicas dos setores de plástico, têxteis, elétrico e eletrônico. Entre os expositores estão a Exsor – Produtos Ópticos, a SupraNano, o Ministério da Ciência e Tecnologia e a USP.

A Expomanagement é um evento de referência na comunidade executiva brasileira. Durante três dias, mais de 150 executivos e professores do mercado nacional e internacional discutem as tendências do management. Entre os palestrantes estão Rudolph Giuliani, Ian Ayres e Paul Krugman.

Mais de 150 expositores apresentam novidades em lanchas, veleiros, roupas e equipamentos para esportes náuticos. Durante o evento são realizados fóruns de debates, workshops e atividades culturais sobre o meio ambiente e a recuperação do Rio Guaíba. São esperados mais de 15 mil visitantes.

Nanotec – Exposição Internacional de Projetos, Produtos e Materiais Nanotecnológicos Centro de Exposições Imigrantes São Paulo – SP www.nanotecexpo.com.br

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Expomanagement Transamérica Expo Center São Paulo – SP www.expomanagement.com.br

3º Salão Náutico do Mercosul Parque Maurício Sirotsky Sobrinho – Porto Alegre – RS www.salaonauticodomercosul.com.br

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e-empreendedor Interatividade

Prêmio Excelência no varejo

Confira os últimos comentários de internautas so-

Desde a ideia da criação até chegar ao consumidor final o

práticas comerciais e escolheram cinco empresas diferen-

bre os conteúdos publicados exclusivamente no

produto passa por várias fases. E nesse processo que en-

tes que se destacam em cada item. As companhias fo-

site Empreendedor:

volve a indústria e o varejo a pergunta é: quem se destaca

ram apresentadas no site Empreendedor e os internautas

neste grande ciclo da economia brasileira? Para responder à

votaram nas empresas que mais admiram entre diversos

Grande parte da população tem medo de arris-

questão, o Provar (Programa de Administração do Varejo),

segmentos.

car. Sou leigo no assunto, mas quando fui pro-

a FIA (Fundação Instituto de Administração) e a Editora Em-

A ação conjunta resultou em um mapa de referências para

curar um banco realmente orientaram sobre as

preendedor (Empreendedor Varejo) se uniram

outras empresas estudarem os casos e aprender com eles.

para apresentar as 100 empresas que se sobressaem no trabalho diário de

Além disso, o prêmio também teve o propósito de valorizar as melhores estratégias de gestão e di-

aplicações como CDB e outros. É muito oportuno o assunto em face da crescente economia. Luiz Ferreira sobre o artigo: Por que investir em ações?

conquistar e fidelizar clientes.

vulgar a experiência das corporações de sucesso

Os consultores, técnicos e editores

para inspirar outras empresas, tanto grandes

do Provar, FIA e Empreendedor

como pequenas. Confira a seguir as empresas

Muito boa ideia. Sou do Rio e toda novidade

apontaram 20 itens de gestão e

mais votadas escolhidas pelos internautas:

é bem-vinda. Tenho duas opções de local de

Categorias

grande movimento onde está faltando esta novidade. Gostaria muito de receber mais detalhes Serviço: 1º FNAC 2º Submarino 3º Caixa Econôm. Federal 4º Decathlon 5º Porto Seguro

Inovação: 1º Livraria Cultura e Santander 2º Fast Shop 3º Submarino 4º Starbucks

Marca: 1º Havaianas 2º Banco Real 3º Nestlé e HP 4º Losango

Relacionamento: 1º Marisol (Academia do Varejo) 2º Shopping Iguatemi, Pão de Açúcar e Droga Raia 3º Farm

Comunicação: 1º Starbucks e Carrefour 2º Zaffari 3º C&A 4º Lojas Renner Resultado Financeiro: 1º Petrobras e Banco do Brasil 2º Zara 3º Lojas Renner 4º Riachuelo Produção Visual: 1º Todeschini e McDonald’s 2º Casas Santa Luzia 3º DPaschoal e C&C 66 |

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Facilidade: 1º Tok&Stok 2º Pão de Açúcar 3º Casas Bahia e Etna 4º Droga Raia Diversidade: 1º Hering 2º Habib’s 3º Fast Shop 4º Lilica Ripilica 5º Submarino Preço: 1º Wal-Mart 2º Americanas 3º Makro 4º Sam’s Club 5º Extra

Novidades: 1º Nokia e Fast Shop 2º Nike 3º Submarino e Mercedes-Benz

Arquitetura: 1º O Boticário 2º Daslu Cidade Jardim 3º Vivara 4º Drogaria Onofre e Etna

Contemporânea: 1º Imaginarium 2º Vivo 3º Santander, Net e TIM

Sustentabilidade: 1º Natura 2º Banco Real 3º O Boticário, Pão de Açúcar e Mundo Verde

Produtos e Serviços: 1º Hortifruti 2º Apple Store 3º Nespresso e Gregory 4º Marabraz

Presença On-line: 1º Submarino 2º Americanas 3º FNAC e Farm 4º Itaú

Checkout: 1º TAM 2º Dia % 3º Gol 4º Santander e Itaú

Responsabilidade Social: 1º Natura 2º Serasa, Magazine Luiza, Malwee 3º Bradesco

Atendimento: 1º Itaú 2º Livraria Cultura 3º Fast Shop 4º Brooksfield 5º Vivara

Ambiente: 1º Leroy Merlin 2º Richards 3º Livraria da Vila 4º Sony Store 5º Ellus

com relação a esta franquia. Cristina Santos sobre a notícia do Canal Franquia: Franquia de fast-food de espetos com baixo investimento é lançada

Excelente esta matéria. Minha filha Marcela (16 anos) começou a trabalhar como vendedora temporária numa loja aqui em Ilicínea (MG). Assim que ela acordar vou fazê-la ler esta matéria. Tenho certeza que a mesma vai colocar na sua prática estes ensinamentos. Quem sabe é o chute inicial para ela realmente se tornar uma grande empreendedora. Saulo Carvalho Silva sobre o artigo: O melhor vendedor deste Natal é seu cliente feliz

Ótimo. Quanto mais simplificado melhor, dando condições de novos empresários se destacarem e serem privilegiados com impostos mais justos e honrados na condição de empreendedores e geradores de empregos. Vamos lutar para acabar com a desigualdade, prender os corruptos, fraudadores e fazer um país exemplar para o mundo.

Jorge Tadeu Ribeiro Linares sobre a notícia: Sistema de cadastro de Empreendedor Individual será simplificado novembro 2009


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