Empreendedor Varejo 63

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Facilidade Embalagens viram expositor no ponto-de-venda

N° 63 • Setembro • Ano VI • R$ 9,90

Perfil despojamento e referências artísticas nas peças da grife Q-Vizu Estratégia agrade seus clientes com os serviços de um personal shopper Guia de loja saiba como montar uma vitrine bem convidativa

Ensinamentos do comércio americano

Lojistas brasileiros vão aos Estados Unidos em busca de ideias para aperfeiçoar seus negócios


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varejo A Empreendedor Varejo é editada e comercializada pela Editora Empreendedor

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varejo estadunidense movimenta cerca de US$ 5 trilhões por ano. Mas a crise financeira provocou o fechamento de 148 mil lojas nos Estados Unidos, fazendo do Natal de 2008 o pior dos últimos 40 anos. Os piores resultados foram registrados por lojas de departamento e shopping centers – por terem as anteriores como âncoras. Rapidamente eles reviram muitas estratégias, especialmente de armazenamento, aumentando o giro do estoque, apostando na diminuição de gastos com embalagens e otimizando a logística de entrega. E o resultado não tardou a aparecer: em agosto, as vendas no varejo americano aumentaram 2,7%, perante o mês anterior, segundo dados do Departamento de Comércio dos EUA. Mas não é apenas em momentos de crise que os varejistas brasileiros podem aprender com seus colegas americanos. Eles foram pioneiros, por exemplo, ao investir na integração de diferentes meios de venda, conceitos como compra on-line e retirada na loja, e assistência técnica na própria loja de marca (caso da Apple Store), tudo para facilitar a vida do consumidor e conquistar sua fidelidade. Na loja da Apple, aliás, é possível experimentar todos os produtos expostos e utilizar internet – e comer e beber ao mesmo tempo –, além de ser permitida a entrada de cães e gatos. Há ainda os estabelecimentos que investem em dramatização, como a Outdoor World (loja especializada em produtos de pesca e produtos náuticos em geral, de caça e camping), transformando-se em um verdadeiro parque temático para adultos. Existem ainda soluções simples, como segmentação e layout facilidade Embalagens viram conforme as necessidades expositor no ponto-de-venda do consumidor.

Estes e outros exemplos fazem parte da reportagem de capa desta edição da Empreendedor Varejo. Além de consultores especialistas em comércio varejista, o jornalista Marlon Aseff ouviu lojistas brasileiros que foram conferir in loco os conceitos, práticas e estratégias dos ianques. Uma percepção é comum a todos: planejamento, foco no cliente, equipe capacitada – e motivada – e inovação são fundamentais.

varejo N° 63 • Setembro • Ano VI • R$ 9,90

DIRETOR-EDITOR Acari Amorim acari@empreendedor.com.br DIRETOR DE COMERCIALIZAÇÃO E MARKETING Geraldo Nilson de Azevedo geraldo@empreendedor.com.br REDAÇÃO empreendedorvarejo@empreendedor.com.br EDIÇÃO-EXECUTIVA Alexsandro Vanin REPORTAGEM Beatrice Gonçalves, Cléia Schmitz, Mônica Pupo, Marco Túlio Brüning e Marlon Aseff EDIÇÃO DE ARTE Fernanda Pereira PROJETO GRÁFICO Oscar Rivas REVISÃO Lu Coelho ILUSTRAÇÃO Azzi EDITORA DO PORTAL EMPREENDEDOR Carla Kempinski REPÓRTER DO PORTAL EMPREENDEDOR Raquel Rezende SEDES São Paulo GERENTE COMERCIAL Fernando Sant’Anna Borba fernandoborba@empreendedor.com.br EXECUTIVO DE CONTAS Osmar Escada Junior e Ana Carolina Canton de Lima Rua Sabará, 566 – 9º andar – conjunto 92 – Higienópolis 01239-010 – São Paulo – SP Fone: (11) 3214-1020 empreendedorsp@empreendedor.com.br Florianópolis EXECUTIVA DE ATENDIMENTO Joana Amorim anuncios@empreendedor.com.br Av. Osmar Cunha, 183 - Ceisa Center - bloco C - 9° andar - Centro - 88015-900 - Florianópolis - SC - Fone: (48) 2106-8666 ESCRITÓRIOS REGIONAIS Rio de Janeiro Triunvirato Desenv. Empresarial Ltda / Milla de Souza Rua São José, 40 – sala 31 – 3º andar – Centro 20010-020 – Rio de Janeiro – RJ – Fone: (21) 3231-9017 triunvirato@triunvirato.com.br Brasília Ulysses C. B. Cava Fone: (61) 9975-6660 / 3225-3715 CLSW 301, Bloco C, Loja 62 - Sudoeste 70673-603 – Brasília – DF ulyssescava@gmail.com Rio Grande do Sul Flávio Duarte Rua Silveiro 1301/104 – Morro Santa Tereza 90850-000 – Porto Alegre – RS Fone: (51) 3392-7767 commercializare@terra.com.br Paraná Merconeti Representação de Veículos Comunicação Ltda / Ricardo Takiguti Rua Dep. Atílio Almeida Barbosa, 76 – conjunto 1 – Boa Vista 82560-460 – Curitiba – PR Fone: (41) 3079-4666 ricardo@merconeti.com.br

PErfil despojamento e referências artísticas nas peças da grife Q-Vizu Estratégia agrade seus clientes com os serviços de um personal shopper

Pernambuco HM Consultoria em Varejo Ltda / Hamilton Marcondes Rua Ribeiro de Brito, 1111 – conjunto 605 – Boa Viagem 51021-310 – Recife – PE – Fone: (81) 3327-3384 hmconsultoria@hmconsultoria.com.br

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Ensinamentos do comércio americano

Lojistas brasileiros vão aos Estados Unidos em busca de ideias para aperfeiçoar seus negócios

Minas Gerais SBF Representações / Sérgio Bernardes Faria Av. Getúlio Vargas, 1300 – 17º andar – conjunto 1704 30112-021 – Belo Horizonte – MG Fone: (31) 2125-2900/ 2125-2927 sbfaria@sbfpublicidade.com.br PRODUÇÃO GRÁFICA Impressão e Acabamento Gráfica Coan

www.empreendedor.com.br SERVIÇO DE ATENDIMENTO AO ASSINANTE assine@empreendedor.com.br

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: entrevista Sergio Lozinsky fala sobre cultura intraempreendedora, fundamental em um mercado cada vez mais competitivo

: Estratégia 28 Agrade os clientes de sua loja oferecendo gratuitamente o serviço de um personal shopper em momentos especiais

: Design 32 Falta espaço no seu pontode-venda para expor tantos produtos? Uma das soluções são as embalagens híbridas

: Gestão 38 Estabeleça uma política de cobrança eficiente na recuperação de débitos, sem abusos e que não espante bons clientes 6 |

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: Varejo à americana O comércio mais competitivo do mundo, o norte-americano, atravessa a crise financeira internacional inovando seus padrões de operação. Para os varejistas brasileiros, as estratégias de lojas dos Estados Unidos podem fornecer novas formas de repensar o negócio, adaptando-se a novos padrões e paradigmas. Confira na matéria exemplos de sucesso do varejo americano, visitados por grupos de lojistas brasileiros recentemente, como Miami, Nova York e Orlando.

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: carta ao leitor 4 | : movimento 8 | : guia de loja 22 : notas de franquias 36 | : TI 42 | : produtos e serviços 46 : : fazendo melhor 52 | : banho de loja 54 | : ponto-de-venda 56 : jogo friedman 58 | : agenda 62 | : e-empreendedor 64

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: perfil Os irmãos Grimberg combinam despojamento e referências artísticas nas roupas, objetos e acessórios da grife Q-Vizu

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Mãos à obra As vendas no varejo de material de construção cresceram 4,9% no mês de agosto, na comparação com o mesmo período de 2008. Os dados são da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco), entidade que representa as 138 mil lojas do setor existentes no País. Na comparação agosto de 2009 sobre julho de 2009 o desempenho foi de 5%. Já no acumulado do ano (janeiro a agosto de 2009 sobre o mesmo período do ano passado), o setor cresceu 2,5%. Segundo informações da instituição, o presidente da Anamaco, Cláudio Elias Conz, solicitou a prorrogação da desoneração do IPI para além de dezembro. “Pedimos a continuação da desoneração porque não faz sentido correr o risco de um eventual aumento de preços dos produtos com um programa como o ‘Minha Casa Minha Vida’ em andamento. Estamos preocupados e nos articulando para evitar uma possível alta nos preços, principalmente em função do aumento do custo das matérias-primas no mercado externo, que está trazendo reflexos para o mercado interno.”

Economia em aquecimento O Índice Nacional SCPC de Crédito ao Consumidor, divulgado pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP), apresentou em agosto ligeira queda em relação ao mês anterior, conforme dados divulgados pela instituição. O Índice do mês de agosto atingiu 99,9 pontos, contra 101,3 em julho, com queda acumulada de 1,3%. No entanto, agosto teve um dia útil a menos que julho passado; 27 contra 26 dias, respectivamente, o que significa que a média diária de consultas foi +2,4% maior em agosto, indicando que o ritmo de crescimento observado nos meses anteriores vem se mantendo. Além disso, o Índice de agosto (99,9 pontos) é bem superior (+9,8%) ao Índice de abril passado, de 91 pontos, que regis-

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trou o pior momento dos efeitos da crise internacional de crédito no Brasil. O Índice Nacional SCPC de Crédito ao Consumidor registra, na prática, a queda ocorrida na Região Norte, de 1,7%; a da Região Sudeste, também de 1,7%; a da Região Nordeste, de 1,8%; além da do Centro-Oeste, de 6,4%. Por outro lado, houve a alta da Região Sul, de 1,9%, com a melhoria do clima na área. O Índice Nacional SCPC de Crédito ao Consumidor é calculado com base em amostragem composta por 25 milhões de registros, que envolve diretamente 2.200 SCPCs e SPCs do território nacional, em relação à procura do consumidor por crédito. O propósito do indicador é aferir como o brasileiro está se comportando diante do crédito.

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Contrata-se O comércio varejista de São Paulo continua registrando sinais de recuperação pelo quarto mês consecutivo no nível de emprego, segundo levantamento da Fecomércio com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho (Caged). Em julho, foram abertas 36.936 novas vagas, totalizando 840.557 empregos formais. Comparado a julho de 2008, o crescimento foi de 4,5%. Em relação ao mês anterior, o acréscimo foi de 0,6%. De acordo com a Federação, o crescimento das vendas em julho nos setores de Supermercados (15,9%, segundo Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista – PCCV, produzida pela Fecomercio) e de Farmácias e Perfumarias (12,8%), contribuíram o aumento das contratações em julho. Os dois segmentos foram responsáveis por 2.110 novas vagas – Supermercados com 1.993 e Farmácias e Perfumarias com 117 vagas. Para Flávio Leite, estatístico da Fecomercio, os dados do nível de emprego têm registrado comportamento bastante positivo, desde abril deste ano, indicando que as empresas varejistas continuam otimistas quanto ao rumo de seus negócios para 2009. Dentre os principais fatores que contribuíram para esse quadro estão a retomada do crédito, alongamento dos prazos de financiamentos, prolongamento da desoneração fiscal em segmentos específicos (Concessionárias de Veículos, Eletrodomésticos e Materiais de Construção) e quedas das taxas de juros.

Expectativa otimista

E-commerce em alta De acordo com dados contidos na 20ª edição do Relatório “WebShoppers” (www.webshoppers.com.br), realizado pela e-bit, que conta com o apoio da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (camara-e.net), o faturamento para o setor foi de R$ 4,8 bilhões no primeiro semestre deste ano. Esse valor representa um aumento de 27% em relação ao primeiro semestre de 2008, quando registrou R$ 3,8 bilhões. O tíquete médio elevado, cerca de R$ 323, foi uma das principais características dessa primeira metade do ano. Isso porque os adeptos das compras on-line optaram por produtos de maior valor agregado, como informática e eletrodomésticos, terceira e quarta categorias mais vendidas na web. Para o diretor-geral da e-bit, Pedro Guasti, o comércio eletrônico tem a capacidade de surpreender até mesmo os mais otimistas. “O faturamento alcançado nesses primeiros seis meses do ano supera as expectativas. É um mercado muito dinâmico e competitivo e isso permite ao consumidor optar pelas melhores ofertas. Hoje, passam de 15 milhões de pessoas que já tiveram pelo menos uma experiência de compra pela internet”, afirma Guasti. O segundo semestre de 2009 também deve alcançar números importantes, já que costuma participar com 55% do faturamento anual do canal. Isso ocorre, em parte, por causa das datas sazonais (Dia dos Pais, Dia das Crianças e, principalmente, Natal). No período entre julho e dezembro, espera-se que as lojas virtuais atinjam R$ 5,8 bilhões em vendas de produtos pela internet (excluindo passagens aéreas, automóveis e leilão virtual). A expectativa da e-bit é que o e-commerce feche 2009 com mais de 17 milhões de pessoas que já compraram pela internet ao menos uma vez.

O varejo têxtil, segundo levantamento da Associação Brasileira do Varejo Têxtil (Abeim), registrou aumento médio de 4,73% no faturamento do primeiro semestre deste ano, em relação ao mesmo período de 2008. A expectativa da instituição é encerrar o ano com cerca de 1.800 lojas empregando aproximadamente 135 mil pessoas. "O varejo têxtil vem sentindo os sinais da recuperação econômica e não reduziu sua programação de abertura de novas lojas em 2009. As vendas do segundo trimestre apresentaram boa reação, em virtude especialmente da onda de frio mais intenso", analisa Sylvio Mandel, presidente da Abeim. A entidade, fundada em agosto de 1999, representa o varejo têxtil formado pelas principais empresas do segmento de artigos de vestuário e acessórios. setembro 2009

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Sergio Lozinsky

Potência interna Aproveitando a experiência adquirida como executivo em empresas como PricewaterhouseCoopers e IBM, o consultor Sergio Lozinsky escreveu o livro Implementando

empreendedorismo na sua empresa, que reúne sua vivência como líder de projetos e especialista em gestão empresarial há 30 anos. Tal tema é de extrema relevância, se levarmos em conta que a taxa de intraempreendedorismo nas pequenas empresas brasileiras seja menor do que 1%, segundo dados da pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM)/Sebrae. Leia os conselhos de Lozinsky e descubra como mudar essa situação. Potencialize sua empresa!

por marco tÚlio BRÜNING

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As empresas e seus funcionários já têm a percepção de que é preciso incorporar a cultura do empreendedorismo em suas práticas cotidianas? Sergio – Na verdade a consciência sobre este assunto não é tão geral quanto você imagina. As pessoas falam muito em inovação, em encontrar formas de reduzir custos, dentre outras pautas. Mas o empreendedorismo vai muito além disso, é não só inovar, é ter a capacidade de executar. É conseguir expandir o negócio. No livro eu comento um case em que a partir de um empreendimento inicial se criaram outros quatro. O fundamental é destacar que o processo empreendedor é uma cultura que tem que ser criada. Os donos e gestores precisam fomentar, têm que indicar que isto é algo valorizado pela empresa, que enxergam nisso um elemento fundamental para o futuro da empresa, sua continuidade. De que forma isto é feito? Sergio – Há muito tempo as empresas têm as caixas de “fale com o presidente”, têm café da manhã com os executivos onde se estimula que as pessoas falem, indiquem suas ideias. Empreendedorismo interno requer um pouco mais. É preciso que seja bem estruturado, senão corre o risco de ficar cansativo. Nesses encontros, por exemplo, se ocorre um primeiro, segundo, terceiro, e as ideias aprovadas não são trazidas à prática e aquilo vira um folclore. Depois do momento em que a ideia surge, é preciso um processo organizado para que seja levada para frente. Então o que eu digo no livro é que a empresa que quer ser criativa tem que seguir alguns passos, e um deles é organizar o processo. A fomentação de ideias pode nascer de uma maneira um pouco desorganizada, no sentido de que “ideias são bem-vindas”. No entanto, a partir do momento em que elas são colocadas, tem que haver um processo de filtragem, outro de priorização, tem que fazer a separação entre o que é ideia empreendesetembro 2009

dora, que vai mudar o negócio, de ideias, por exemplo, para corte de custos. E dentro da estrutura da organização, quem deve estar encarregado de tornar estes processos uma prática? Sergio – Isso depende do porte da empresa. Uma possibilidade é ter um comitê de empreendedorismo, ou pode ser uma reunião que acontece de vez em quando, mas o importante é ter etapas que claramente selecionem as ideias mais promissoras, e a partir daí que haja um processo de desenvolvimento delas. Pois no mundo o que não falta é ideia, o que falta é execução. Por aí está cheio de gente com ideia de como ficar milionário, de

olha, aqui tem duas ideias empreendedoras em que a gente vai ter que investir para aumentar o nosso negócio. E aqui do lado tem cinco ou dez ideias de corte de custos. Essas devem ser tratadas como tal – práticas para aperfeiçoar os processos existentes. Já as ideias empreendedoras devem ser tratadas como projetos de investimento que precisam ser avaliados como se a própria empresa fosse um investidor que vai resolver se coloca dinheiro ou não. Como é possível ter esta mentalidade? Sergio – É preciso avançar nos processos com essa ideia até que ela se comprove. Não basta pegar e dizer “esta é uma boa ideia, va-

“Cultura empreendedora é isso. É preciso garantir que cada funcionário da empresa se perceba como alguém que pode contribuir para expandir o negócio” como conquistar o mercado, etc. E como evitar que tudo se torne ideia para corte de custos? Sergio – A empresa que quer empreender não está em busca apenas de corte de custos. Ela quer ideias que façam seu produto alcançar um público maior, ou aumentar o número de clientes no caso do varejo, e ainda pensar novas formas de financiamento mais atraentes para o consumidor e mais lucrativos para a empresa. Empreendedorismo é isso, é fortalecer a marca. Então esse comitê, essas pessoas que avaliam as sugestões, o presidente ou os acionistas, não importa quem for, mas sim quem deve chegar e dizer:

mos fazer assim”. Tem que fazer um piloto, testar, estabelecer um plano de negócios. No começo da conversa a gente falou em cultura. Cultura empreendedora é isso. Não basta ter boas ideias e ir atrás delas, é ter esta

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mentalidade de investidor, e a partir disso criar um ciclo vicioso que ao longo do tempo determina essa cultura, essa mentalidade. É preciso garantir que cada funcionário da empresa se perceba como alguém que pode contribuir para expandir o negócio. E quando o funcionário tem esta percepção mas a empresa não adota estas práticas? Sergio – Quando se fala em cultura, se fala em choque de culturas. É uma questão interessante que também aparece no livro. Mas, resumindo: o empreendedorismo, para se tornar uma cultura, sempre vai depender dos líderes, de que aceitem estes fatos. Se eu quiser empreender mas o meu chefe ou o chefe dele me impedir de fazer qualquer coisa acabarei desistindo. Ter uma atitude empreendedora é um meio que o profissional tem de valorizar sua própria carreira. O que ele deve perceber é se a organização em que ele está é aberta a isso ou não. Ele deve, no entanto, cultivar a atitude. Há algumas maneiras de levar novas ideias para frente. Uma boa ideia que não seja levada de uma maneira articulada e com uma estratégia política adequada, por melhor que seja, tende ao fracasso. Tem que se considerar aspectos de colaboração, e o caminho que tem mais chances de sucesso é aquele que se abre à ideia, se discute, se obtém

suporte, se melhora os projetos ao conversar com outras pessoas, se tem noção do impacto em outras áreas da empresa e se discute que impacto é esse. O que motivou o senhor a escrever esta obra? Sergio – O que na verdade me motivou a escrever o livro é minha convicção de que a atitude empreendedora é algo extremamente necessário para o progresso do profissional de hoje em dia. As empresas, tenham essa cultura ou não, precisam de pessoas empreendedoras espalhadas pela sua organização. Isso faz muita diferença em um mundo competitivo e globalizado como se tem hoje. Eu digo: tenha esta atitude. Se a empresa estiver tão fechada a ponto de não reconhecer isso, vá para outra empresa! Pelo seu próprio futuro.

“As empresas precisam de pessoas empreendedoras espalhadas pela sua organização. Isso faz muita diferença em um mundo competitivo e globalizado como se tem hoje ” 12 |

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Como deve se portar o profissional para não atingir estes extremos? Sergio – Acertar neste ponto demanda muito tato. Há muitos casos de profissionais que são dispensados por serem apáticos quando inseridos em certa cultura empresarial, entretanto florescem em outras organizações. A empresa que perdeu aquele talento muitas vezes não estava pronta para receber o novo. Por isso um processo de articulação, de planejamento, é tão importante. Este processo muda a maneira que a empresa enfrenta períodos de dificuldade? Sergio – Problemas em geral são oportunidades com outro nome. A cultura empreendedora é na verdade uma grande geradora de empregos. À medida que você vai gerando novos negócios, você dá chance para as pessoas progredirem nas suas carreiras, e você forma mais gerentes, mais coordenadores, mais vendedores. Isso cria uma lucratividade que torna as empresas saudáveis, e que cria a necessidade de ela manter os talentos, e não demiti-los. Por fim, é uma atitude em prol do crescimento da riqueza de toda a sociedade.

CONTATO (11) 3645-0415

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Varejo à americana

Lições do maior comércio varejista do mundo auxiliam lojistas brasileiros a aperfeiçoar seus negócios e melhorar os resultados por marlon asefF | fotos fcdl/sc

Empresários do Brasil em visita técnica aos Estados Unidos conferem a obsessão por detalhes, do projeto ao atendimento, na Disney 14 |

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Conhecer as melhores práticas desenvolvidas no maior varejo do mundo é uma realidade cada vez mais próxima dos pequenos e médios lojistas brasileiros. As viagens técnicas aos grandes centros de consumo norte-americanos multiplicaram-se na última década, quando milhares de varejistas dos mais variados segmentos passaram a conferir de perto como são administradas as grandes empresas e como são desenvolvidos os melhores conceitos de varejo na fonte do capitalismo mundial. Antes das missões técnicas tornarem-se regra, grande parte dos lojistas que hoje experimentam visitas assistidas e workshops direcionados buscava informações durante viagens de férias, geralmente acompanhados da família. Com isso, caíam no lugar-comum de uma visão limitada pelo segmento e pelo ponto de vista do cliente. “Na viagem técnica o empresário não se preocupa com a logística, nem com o roteiro ou o traslado, o que é bem diferente de aproveitar a sua viagem de férias com a família. Nestas missões podemos ver que desde o pequeno lojista até o maior consegue rever seus conceitos e aplicar novas soluções para o seu negócio quando volta”, afirma o palestrante e consultor especializado em varejo Eugênio Foganholo. Responsável pela Mixxer, uma consultoria especializada em viagens técnicas, já com 49 roteiros desenvolvidos no Brasil e exterior, Foganholo costuma liderar grupos de lojistas em visitas acompanhadas de workshops diários, onde são debatidas as mais variadas facetas ligadas ao negócio analisado. Nos Estados Unidos são priorizados três grandes destinos para a realização das viagens técnicas: Miami, Nova York e Orlando. Miami, observa Foganholo, é uma cidade amistosa e receptiva, ensolarada e parecida com o Brasil sob vários aspectos. “Facilmente encontramos pessoas que falam a nossa língua, e muitas mais falam o espanhol e

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que nos compreendem. Além, é claro, de ser uma cidade desenvolvida e grandiosa, características que fazem de Miami a porta de entrada para quem quer conhecer o varejo americano”, define o consultor. Nova York, por sua vez, é a “cidade que nunca dorme”. É lá que acontece a NRF – National Retail Federation & Expo, a maior convenção mundial do varejo, realizada todos os anos na metade de janeiro e que em 2010 cumprirá nada menos que a 99ª edição. Ali são discutidas e apresentadas as mais modernas técnicas, inovações e avanços do varejo mundial por empresários e especialistas de renome internacional. Em Orlando, destino da mais recente viagem técnica organizada pela Mixxer, o grande polo turístico americano mostra a sua cara. Segunda maior rede hoteleira do país, possui um comércio varejista que vem se desenvolvendo em ritmo alucinante desde o ano 2000, para atender a uma demanda crescente. Para o lojista Jairo de Souza Martins, empresário do ramo da moda em Cuiabá, a experiência adquirida em duas viagens técnicas aos EUA reverteu em novos conceitos de gestão para sua loja. “As comparações com nossa realidade são inevitáveis, e as mais evidentes são relacionadas ao posicionamento de determinados segmentos de negócio voltados a um nicho específico, ao planejamento do ponto-de-venda para que o cliente crie uma identidade com a marca”, define. Fábio Bigolim, empresário do

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ma té ri a d e c a p a Foganholo, da Mixxer: lojistas reveem seus conceitos e conseguem aplicar

ramo do material de construção em Mato Grosso do Sul, reforça a impressão causada aos lojistas brasileiros do extremo planejamento conferido aos negócios. “Percebe-se que nada é por acaso, tudo tem um sentido e uma razão de existir; eles sabem exatamente qual é o público que pretendem atingir e fazem tudo para que este público encontre o que veio buscar da melhor forma possível, tanto em relação à demonstração dos produtos como em relação à variedade ofertada”, constata. Para Jairo Martins, conhecer de perto os cases do varejo americano possibilita ao lojista brasileiro entrar em contato com inovações tecnológicas e maneiras diferentes de expor os produtos, além de novas formas de encantar os clientes e fazer com que eles tenham uma interação forte com o ponto-de-venda. “A ideia que fica é a de um varejo muito mais

novas soluções para o seu negócio

dinâmico do que pensávamos, com uma inovação constante e fundamental para a sobrevivência do negócio”, constata o lojista. Segundo ele, um dos pontos altos da missão é a interação entre varejistas de segmentos diferentes, com a troca de experiências entre as diferentes áreas. A ideia é reforçada por Eugênio Foganholo. “Vivemos uma era em que o proprietário do fast-food não está só preocupado

com a nova grande rede que virá em breve para o Brasil e se instalará em uma loja próxima à sua. Ele está interessado também na venda de automóvel, no gasto com o medicamento, porque ele sabe que isto tomará uma parcela de renda mensal do seu cliente e afetará o consumo de seu produto. Agora tudo compete com tudo”, ensina o consultor. Nesse sentido, nas missões empresariais não importa o tamanho da empresa participante, mas a disposição do empresário em superar limites, estar aberto ao novo e compartilhar com o grupo as novas ideias, pois o entrosamento é fundamental para o sucesso do programa. O ponto alto são os workshops, momentos em que todos os participantes trocam informações e dividem as observações anotadas em um

The container store A rede adotou um conceito revolucionário e inovador no varejo: a segmentação. Especializada em vender produtos que auxiliam o cliente, para o lar ou escritório, que o ajudem a organizar e guardar objetos. Desta forma, há desde produtos como closets (para organizar e guardar roupas), passando por produtos que ajudam a guardar itens colecionáveis, até embalagens para presentes. Voltado para um público de renda superior, esta loja oferece, efetivamente, um conceito de solução para seus clientes. Como não poderia deixar de ser, a loja é extremamente organizada, segmentada por benefício ao cliente, por ambiente: artigos para cozinha, para o quarto, para o escritório, e assim por diante. Por ser tão inovadora, apresenta margens sensivelmente acima do varejo tradicional. É, há vários anos, considerada uma das 50 melhores empresas americanas para se trabalhar. 16 |

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dia de visitas. Funciona como uma pequena central de negócios, ou de ideias. Os lojistas são instigados pelo consultor a revisitar as melhores práticas varejistas sob diferentes pontos de vista, agregando suas próprias experiências. O resultado é um plano de negócio que nasce sob a influência das melhores práticas observadas e que deve ser colocado em prática no Brasil. Para Sérgio Alexandre Medeiros, presidente da FCDL-SC (Federação da Câmara de Dirigentes Lojistas de Santa Catarina), um dos diferenciais do varejo americano é que eles pensam alto em seus negócios, no melhor estilo “se é para fazer, vamos fazer bem-feito”. O dirigente lojista participou da missão técnica a Orlando, que aconteceu de 31 de julho a 8 de agosto, e voltou com as melhores expectativas depois do workshop final, realizado no último dia dos trabalhos.

“Sem dúvida, muitas práticas podem ser implementadas aqui sem muito custo. Acredito que poucas talvez não se encaixem na nossa realidade.” De acordo com Medeiros, o material humano brasileiro é até melhor que o norte-americano, mas ainda faltam treinamento, reuniões internas para a troca de ideias e experiências, foco no cliente, mais tecnologia e investimentos. Experiências fantásticas Para levar ao público lojista os conhecimentos adquiridos na missão, o presidente da FCDL-SC idealizou um blog diário, publicado na página da entidade na internet e atualizado durante todos os dias da viagem. Ali anotou as impressões que o grupo dividia sobre os melhores cases visitados. Sobre a visita aos bastidores da Disney, ele anotou a importância da concepção dos mínimos de-

talhes para o sucesso de uma operação comercial. “Conhecer os bastidores da Disney foi uma experiência fantástica e uma surpresa muito grande ao ver como tudo foi extremamente bem projetado. Para o lojista levamos uma das principais visões que a Disney tem e que é a importância dos detalhes”, afirma Medeiros. Na Disney, o grupo pôde conferir de perto toda a infraestrutura desenvolvida para abrigar o mundo de fantasia em dois grandes parques na Flórida – o Epcot e o Magic Kingdom. Ficou a convicção da extrema competência tanto do material humano quanto do planejamento tecnológico. “Os funcionários têm como benefícios um bom plano de saúde e ingressos do parque para ele, sua família e amigos, bem como descontos em restaurantes e resorts. Os colaboradores recebem um treinamento muito intenso, inicialmente para ter um total conhecimento

Outdoor World Loja especializada em produtos de pesca e produtos náuticos em geral, de caça e camping. Adota o conceito de dramatização, que é amplo para aqueles que gostam de natureza e interagir com ela. O cliente encontra todos os tipos de produtos para esportes e principalmente lazer. Cada sessão é ambientada de forma apropriada ao tipo de esporte e lazer ao qual é dedicada, onde os equipamentos são feitos sob medida pela própria empresa. É um verdadeiro parque temático para adultos (particularmente homens), uma espécie de Disneylândia. Loja no estilo de atendimento de autosserviço assistido. setembro 2009

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da Disney e depois um treinamento na sua área de atuação. Os treinamentos têm prazo de validade e o funcionário tem que se reciclar sob pena de não trabalhar mais na empresa, sendo que tudo é feito pela internet”, escreveu Medeiros no blog. No ambiente do varejo dos Estados Unidos não faltam boas referências de foco e planejamento. A Best Buy, maior rede do planeta dedicada a artigos eletroeletrônicos, eletrodomésticos e informática, é uma prova disso. A loja é muito bem dividida, em termos de layout, de acordo com suas grandes seções: eletrodomésticos, eletroeletrônicos, games, informática e home theater, que é a mais nova sensação das categorias americanas. Tanto que a empresa criou uma marca própria para esta área, chamada Magnólia, onde realiza prestação de serviço como montagem e instalação do

home theater. Outro diferencial é o Geek Squad, um verdadeiro esquadrão de técnicos para dar suporte aos equipamentos à venda nas lojas. Mas o que esta gigante sabe fazer muito bem é atender o cliente e identificar muito bem a quem está servindo. A Best Buy treina a sua força de venda incansavelmente para atender o seu cliente. A qualidade do atendimento é reflexo do quanto a empresa sabe quem realmente é o seu cliente. Para otimizar o desempenho, a Best Buy dividiu o seu público em quatro alvos, quatro perfis de consumidores que frequentam a sua loja, e cada perfil é representado por um casal – com um nome e uma história de vida. Eugênio Foganholo detalha: “Representando o perfil de classe média alta, eles têm a Jill, uma dona de casa que comanda a sua casa, superatarefada e presa por qualidade de tempo. Eles

sabem o que a Jill quer: momentos de compras mais práticos, ajuda para manter a família unida, ajuda para encontrar soluções de entretenimento. E também sabem como ela se sente na Best Buy. Ela pensa que é um parque de diversões voltado para seu marido e filho. Com base nestas informações, a abordagem a Jill é completamente diferente, já que a Best Buy quer se tornar a primeira opção para satisfazer suas necessidades neste segmento”. Segundo Joilson Abreu, empresário baiano do ramo de eletromóveis, uma das impressões mais fortes da missão a Orlando foi a concepção de negócio da loja Outdoor World, dedicada à pesca, montanhismo e camping. Ricamente decorada com figuras do mundo animal e que remete a aventuras, a Outdoor World também capricha nos detalhes para encantar o cliente. Na entrada

Apple A Apple tem uma particularidade no design, sede por inovação, isso tudo intrínseco na filosofia da empresa, tangível nos produtos e transparente nas campanhas publicitárias. Esses procedimentos reforçam um conceito que tem na experiência de compra o seu grande diferencial. Suas lojas não poderiam ser diferentes. Todos os produtos expostos possibilitam a interação e experimentação do consumidor, o que a torna uma loja totalmente interativa. O uso da internet é livre, e é permitido comer e beber na loja durante o uso dos produtos. Além disso, as lojas tornaram-se um verdadeiro centro comunitário para a vizinhança, onde é permitida a entrada de cães e gatos. Há personal shoppers e um “bar” com profissionais técnicos à disposição. Personal trainers comandam workshops com os produtos e os vendedores possuem POS para efetivar o pagamento em qualquer lugar da loja. Um conceito transformado em algo tangível, que o cliente pode de fato experimentar em toda a sua dimensão. 18 |

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da loja, uma faixa saúda, de maneira muito bem-humorada, os “pescadores, caçadores e outros mentirosos”. Com 62 lojas espalhadas por todo o país, a rede disponibiliza uma série de atrativos, como aulas de isca em tanques dentro da loja, teste de arco e flecha e tiro ao alvo, entre outras atrações convidativas. E como o ambiente remete a um universo bastante masculino, a loja dispõe de um local com ótimo som ambiente e um enorme aquário, destinado às esposas, que preferem aguardar os maridos enquanto eles se divertem comprando. O empresário de publicidade Edson Pansera, que também participou da recente missão a Orlando, além de inúmeras outras viagens técnicas aos Estados Unidos, reforça a ideia de posicionamento como uma estratégia bem adotada pelos varejistas ianques. “A impressão que fica é que eles têm uma

estratégia e um posicionamento muito claro na consolidação dos modelos de varejo. Parece até um mantra que têm na cabeça. Eles repetem o tempo todo: meu negócio é esse, o que eu faço é isso, e não fazem nada que não esteja de alguma forma alinhado com a estratégia e o posicionamento daquele modelo de varejo”, define. Para o publicitário, o segmento brasileiro do comércio precisa se espelhar nisso e encontrar o seu DNA, definir melhor a estratégia, pois o que não falta são recursos humanos, até melhores e com facilidade de adaptação. “Só precisamos de mais educação e treinamento para obter um resultado melhor.” Depois de uma semana envolvidos diretamente com novas experiências de varejo, o grupo brasileiro, gerentes e proprietários de negócios em vários segmentos voltam empolgados e dispostos a colocar em prática

os ensinamentos adquiridos na missão, que podem abarcar desde pequenos detalhes até conceitos mais elaborados. Fábio Bigolim aproveitou a experiência para melhorar a iluminação nas lojas e nos produtos ofertados, além de promover algumas mudanças nos produtos ofertados e em processos internos relacionados a logística, controles internos de acomodação de estoques e foco no cliente. “Estamos em fase de expansão e uma das precauções dos americanos está muito relacionada a estacionamento, algo que estamos colocando em prática neste momento. Estamos montando um centro de distribuição que nos dará força para dar um crescimento mais estruturado e planejado em relação a novas unidades de venda. Isso é resultado de pesquisa de mercado e muito planejamento, algo que mais do que nunca os americanos sabem fazer bem e usam de

Whole Foods

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A concepção da Whole Foods mostra que “ser verde é rentável”, a mais bem-sucedida operação de supermercado americano dedicado a produtos ecológicos e a alimentos orgânicos. Destaque nas seções de frutas, legumes e verduras, higiene e beleza, bem como nos produtos alimentícios prontos para serem consumidos na própria loja. Esta última seção é um grande atrativo para os clientes, que tendem a aumentar sua frequência na loja e, por consequência, suas compras. Posicionado para um público de maior renda, visto que seus preços são sensivelmente superiores aos dos supermercados tradicionais, comparando-se as mesmas categorias de produtos. Possui uma estratégia diferenciada de certificação e rastreabilidade dos produtos ali vendidos, já que este é um dos mais importantes pontos para uma loja neste conceito.

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forma constante em seus negócios”, avalia o lojista. No último dia da viagem técnica internacional a Orlando, o workshop realizado entre os lojistas, sob a supervisão do consultor Eugênio Foganholo, definiu alguns pontos importantes para a concepção de um plano de negócios bem-sucedido, independente do ramo de atividade. O treinamento continuado do quadro de funcionários, por exemplo, deve ultrapassar a empolgação do início da atividade, e os funcionários devem entender a a importância dos detalhes. Outro ponto importante é olhar mais para o que o consumidor quer e menos para a concorrência. Assim, é possível estar sempre um passo à frente dela. Também conhecer bem o cliente e definir antes de tudo os objetivos, qual o perfil de cliente que se deseja atender. Só assim será pos-

sível tomar as verdadeiras decisões sobre a operação. Resumindo, a palavra é foco. Outra lição retirada das melhores práticas americanas é a importância de funcionários apaixonados pela empresa, pelo que a empresa vende e, antes de tudo, vendedores que se identifiquem com o público-alvo da loja. “O importante é agregar valor ao negócio, àquilo que vendo, sair do mercado de commodities para especiarias”, constatou o presidente da FCDL-SC, Alexandre Medeiros. O workshop mostrou também que planejamento é fundamental. Quem não sabe para onde vai, nunca vai chegar a lugar nenhum. A tomada de decisões deve ser mais rápida e não se pode descuidar também do investimento em tecnologia e na comunicação com o cliente. Eugênio Foganholo acrescenta que o lojista brasileiro precisa estar disposto a co-

nhecer as novas práticas e se envolver. Se o fizer, estará diante de um novo mundo: “Depois de uma viagem técnica o seu olhar nunca mais será o mesmo. Pode parecer clichê, mas é verdade. Estará atento a tudo o que acontece à sua volta e que direta ou indiretamente afetará o seu negócio”, complementa. E se afeta o negócio, certamente afetará o cliente.

CONTATO Sérgio Alexandre Medeiros (48) 3251-5131 Jairo de Souza Martins jairo.jj@terra.com.br Fábio Bigolim (67) 3345-4000 Eugênio Foganholo (11) 3666-1131 Joilson Abreu conceito@conceitobahia.com.br

Home Depot Maior rede mundial de material de construção, este setor é chamado de home improvement (melhoramento do lar) nos Estados Unidos. É uma loja bastante espartana, com todo o estoque na própria loja, guardado na parte superior dos racks industriais. Destaque para seu layout que, no sentido da esquerda para a direita da loja, inicia com materiais básicos, segue para acabamento e termina com artigos de decoração. Ou seja, a loja acompanha exatamente o fluxo de necessidades do consumidor.

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Fisgar pelo olhar

Lembra daquele vendedor que ficava na porta da loja convidando as pessoas para entrar? Faz tempo que o varejo desistiu dessa estratégia, até mesmo porque esse papel passou a ser executado exclusivamente pela vitrine, uma ferramenta de venda muito mais eficaz e bem menos inconveniente. Quando elaborada de forma correta, a vitrine funciona como um vendedor silencioso com um convite irrecusável para entrar na loja.

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Sua função é conquistar o consumidor pelo olhar e deixar um gostinho de 'quero ver mais'. "Se não soubermos cativar o público pelo olhar, será difícil vender", sentencia Regina Blessa, autora do livro Merchandising no ponto-de-venda. A vitrine é mesmo uma das mais poderosas ferramentas de comunicação do varejo. De acordo com a designer Silmara Carreiro, da NT Vitrina, empresa especializada em

merchandising visual, a vitrine responde, em média, por 50% das vendas de uma loja. "Em alguns segmentos, esse percentual pode chegar a 80%", destaca a profissional, que tem entre seus clientes grandes redes como Zara e Crawford. Além de trazer um resultado fantástico, a vitrine ainda é uma ferramenta de marketing com produção bem mais barata do que mídias tradicionais como rádio, televisão, jornal e revista. Outra vantagem é sua flexibi-

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Vitrines devem funcionar como um convite irrecusável, pois respondem, em média, por 50% das vendas de uma loja por Cléia schmitz | fotos fcdl/sc

Para seduzir o cliente durante todo o processo de venda, a vitrine deve estar em sintonia com o interior da loja

lidade. Se não funcionou, é fácil mudar. E nesse aspecto a vitrine ainda tem outro ponto positivo: a rapidez em visualizar o impacto que a ferramenta exerce no públicoalvo. A resposta do cliente é dada na hora, o que também dá margem para fazer ajustes com mais eficiência. Por isso, vendedores, gerentes e proprietários de loja devem ficar muito atentos ao comportamento do consumidor. Sempre que possível, anote quantas

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pessoas entraram na loja em função do que viram na vitrine. Se ninguém parar para olhar nada, mude logo, é sinal que a produção não cumpriu com o objetivo de atrair o cliente. Lembre-se: medir resultados é imprescindível em qualquer estratégia. Mas para que uma vitrine traga bons resultados, ela tem que ser um retrato do negócio. Ao bater o olho, o cliente tem que perceber o que a loja vende e quem é seu

público-alvo. Assim, não adianta fazer uma vitrine sofisticada se os produtos que você vende são populares, e vice-versa. As informações contidas na arrumação da vitrine têm que estar sintonizadas com o interior do ponto-de-venda. "A cada dia mais se coordena a decoração das vitrines com o ambiente interno da loja, fazendo com que o cliente não perca o 'clima' ao entrar na loja e continue sendo seduzido", afirma Silmara.

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A escolha dos produtos expostos deve fazer parte da estratégia de uma loja

Alguns cuidados são importantes na hora da montagem efetiva da vitrine. O primeiro passo é certificar-se de que a estrutura do espaço permite uma boa produção. Uma dica é usar materiais versáteis e cores neutras no piso, nas paredes e no teto. Elas permitem diferentes composições sem grandes investimentos. Segundo Silmara, essa questão é fundamental ao preparar a loja para o verão, uma temporada comprida, com cerca de seis meses. A designer explica que cores em

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excesso podem cansar rapidamente. Em geral, os vitrinistas recomendam não passar de três cores. Se quiser quebrar a regra, escolha um especialista no assunto. Com relação aos materiais, prefira aqueles que aceitam furos, colagens e pinturas. Foco certo Outro item que merece cuidado ao montar uma vitrine é a iluminação. "É a cereja do bolo", resume Silmara. A designer recomen-

da mesclar a iluminação geral do espaço com luzes focadas nos produtos em exposição. Parece óbvio, mas é comum ver vitrines com foco nos elementos cenográficos. Imagine o cliente entrando na loja interessado no vaso ou na cadeira que você colocou para compor o ambiente. Para evitar situações como essa, adote a seguinte regra como dica: nunca apoie o preço de um produto sobre o item de decoração. Por falar em preços, não deixe de colocá-los na vitrine. Primeiro porque é lei do Código de Defesa do Consumidor e, segundo, porque omiti-lo pode fazer o cliente desistir da compra. Para Regina Blessa, esconder o valor dos produtos é um dos maiores erros no varejo brasileiro. "O lojista que pensa que dessa forma vai 'grampear' o cliente que entrou na loja para perguntar o preço está na idade da pedra. Para cada 'trouxa' que entra, 20 vão embora por não querer pagar mico e por entender que só omite preço quem tem motivo", afirma. Há outras armadilhas que podem frustrar o cliente e fazê-lo ir embora. Entre elas, a falta em estoque do produto exposto na vitrine. Por isso, antes de escolher o que você vai apresentar, informe-se sobre numeração e cores disponíveis. "Nunca esqueça de comunicar na parte de dentro da loja o que foi anunciado na vitrine", recomenda Regina. Outro erro comum é o excesso de produtos em exposição. Muitos itens na vitrine provocam poluição visual, confundindo o cliente. Não há uma regra sobre a quantidade de peças por metro quadrado, tudo depende de como as mercadorias são colocadas. Se quiser mostrar variedade de itens e cores, aposte no uso de materiais de apoio que ajudam a organizá-los, como manequins, araras, cabides, painéis e cubos. Outra dica: peças no chão geralmente desvalorizam o produto. No caso de uma loja de decoração ou moda, escolha itens conceituais para mostrar na vitrine. São elas que traduzem a coleção e fazem

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com que o cliente se interesse por conhecer mais no interior da loja. Ainda com relação aos produtos expostos na vitrine, certifique-se de que eles estão em boas condições. No caso de roupas, por exemplo, as peças devem estar limpas, passadas e bem arrumadas. "Tudo tem que ficar impecável. Andando no comércio, a gente percebe muitos lojistas que limpam a loja inteira, mas esquecem a vitrine empoeirada", comenta Silmara. Cuidado também com o acabamento da produção. Um rolo de fita-crepe esquecido no canto pode passar a imagem de desleixo e acabar com uma produção inteira. Aliás, a escolha dos materiais é importante para a coerência da mensagem que a loja quer passar. "Cetim ou papel crepom empobrecem e não melhoram o aspecto visual dos produtos expostos", afirma Regina. Simples e barato Para Silmara, é possível fazer uma decoração interessante gastando pouco. "Pode-se abusar de adesivos de recorte de vinil e impressão digital – que eu adoro e sempre uso – e muita forração nos pisos das vitrines com corinos, plásticos e afins, que são baratos e dão um acabamento perfeito", sugere. Segundo a designer, até mesmo as tradicionais produções das vitrines da década de 1970

e 1980, com roupas presas por alfinetes, podem render bons resultados. Basta fazer uma releitura e iluminar os painéis de forma que a roupa seja um elemento decorativo de destaque. Ainda no caso de uma loja de confecção, peças flutuando em cabides pendurados ao teto dão um efeito bonito com um custo baixo. Não custa lembrar: vitrine exige renovação. Uma vitrine estática perde a função de causar impacto e a vontade de conferir o interior da loja. Procure fazer um planejamento anual, tomando como base o calendário promocional do varejo. E nunca esqueça de mudar a vitrine no dia seguinte às datas comemorativas. Com relação às produções fora do calendário, a duração depende de vários fatores, como segmento de atuação e fluxo de consumidores. Mas de um modo geral troque as peças a cada 15 dias. O cenário pode se manter por mais tempo. O ideal é que o cliente fique sempre com a impressão de estar vendo coisas novas. E se ele entrar na loja depois de conferir a vitrine, comemore – o convite foi aceito.

CONTATO Silmara Carreiro (11) 3729-1074 Regina Blessa (11) 2263-3037

Criatividade é a chave para montar uma vitrine eficiente sem gastar muito com materiais

Dicas úteis 1. Escolha materiais versáteis e cores neutras para teto, parede e piso; 2. Monte uma vitrine criativa, escolha um tema que encante seu cliente; 3. Selecione lançamentos ou itens que você queira vender para expor; 4. Não coloque muitas peças na vitrine para não poluir o ambiente; 5. Certifique-se de que os itens expostos estão em bom estado; 6. Utilize materiais de apoio como manequins, cubos, araras e outros expositores; 7. Capriche na iluminação do ambiente e invista em luminárias com foco nas peças; 8. Renove a vitrine, não deixe que ela fique velha aos olhos do seu cliente. setembro 2009

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A Mercatto, de Blumenau (SC),

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colocou uma personal shopper à disposição das clientes na reinauguração da loja, e planeja repetir a dose no lançamento da próxima coleção

Guia de compras Disponibilizar o serviço de um personal shopper para os clientes é uma boa forma de estimular as vendas por mÔnica pupo Já imaginou ser pago para fazer compras? Pois esta é justamente a função do personal shopper, profissional especializado em moda e consultoria de imagem que auxilia os consumidores, indicando as peças e lojas mais adequadas ao perfil de cada um. Afinal, em meio a tantas vitrines e com inúmeras opções de endereços, marcas e produtos, é natural que os clientes sintam-se desorientados na hora de fazer compras. Muito associado às celebridades – como a cantora Madonna, que possui sua própria assistente de compras –, hoje o serviço está cada vez mais acessível ao público em geral. Através de parcerias com lojas e shoppings de todo o País, os personal shoppers conquistam seu espaço e representam uma ótima oportunidade de alavancar as vendas no varejo, além de atrair e satisfazer a clientela. A profissão teve início nos Estados Unidos e chegou ao Brasil na última década. Mas, por ser relativamente caro, o serviço ainda permanece desconhecido da maioria das pessoas. Normalmente, a consultoria é cobrada por hora, com valores na faixa de R$ 100. Embora seja muito associado à moda, o personal shopper abrange todos os segmentos, de supermercado a concessionária de veículos. “Já cheguei a comprar um jet ski para um cliente”, exemplifica Joana Magalhães, consultora da Personal Shopper Brasil, do Rio de Janeiro. Além disso, é comum os profissionais serem requisitados para fazer pesquisa de preço de produtos como carros, 28 |

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lanchas e imóveis. Apesar de serem complementares, é importante não confundir personal shopper e personal stylist. De acordo com Aline França, consultora de imagem e diretora da Prima Soluções em Negócios de Moda, o personal shopper é uma das etapas da consultoria de estilo. “Enquanto o personal stylist é um serviço mais aprofundado e ligado às questões de moda e estilo, o que não quer dizer que ele vá fazer as compras por você, o personal shopper vai direto ao ponto, ou seja, às compras.” O trabalho do personal shopper começa com um bate-papo, com o objetivo de identificar o estilo, tipo físico, preferências, necessidades, desejos e orçamento do cliente. Com base nestes dados, o profissional pesquisa as lojas e produtos mais adequados, elaborando um roteiro de compras que depois será percorrido em companhia do cliente. “A compra flui muito mais rápida, pois eu vou às lojas antes e separo as peças no tamanho certo. A pessoa se livra de ter que bater perna no shopping e só tem que experimentar e, se gostar, leva para casa”, conta Joana Magalhães. Atrativo gratuito De olho nessa tendência, alguns estabelecimentos comerciais têm oferecido o serviço gratuitamente, como forma de atrair os consumidores e aumentar as vendas. Este é o caso do Floripa Shopping, que foi

o primeiro da capital catarinense a apostar na estratégia, que já é bastante comum em shoppings de São Paulo e Rio de Janeiro. Durante duas semanas, no último mês de junho, Aline França e sua equipe de consultores de imagem ficaram à disposição dos clientes, oferecendo dicas sobre moda e estilo. As consultas tinham duração de uma hora e meia, sendo 30 minutos para entrevista e 60 minutos para fazer o acompanhamento nas lojas. A iniciativa agradou aos consumidores e lojistas, tanto que o shopping decidiu resetembro 2009


petir a dose em setembro para promover o lançamento da coleção primavera/verão. “A primeira temporada foi mais do que um sucesso, faltou espaço e tempo para preenchermos tanta demanda, pois hoje em dia todos querem aliar bom gosto e praticidade, sem esquecer do investimento”, afirma Mônica Freitas, gerente de marketing do empreendimento. Outra opção para os comerciantes interessados em aumentar as vendas e o movimento é contratar um personal shopper para atuar dentro do próprio estabelecimento. Foi setembro 2009

o que fez a Mercatto, loja de calçados de Blumenau (SC), que ficou fechada por dez dias no início de agosto para reformas na fachada e no layout interno. Para reinaugurar em grande estilo, as proprietárias Fernanda Marins e Carolina Rodrigues promoveram um coquetel para as clientes, que contou com a presença da personal shopper Aline França. Durante todo o período do evento, a consultora falou sobre os sete estilos existentes – tradicional, esportivo, elegante, romântico, sexy, criativo e moderno – e deu dicas de calçados e acessórios indicados para cada empreendedor

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um deles, além de responder às dúvidas das participantes sobre como combinar sapatos, bolsas e joias. Mais de 100 mulheres compareceram e as sócias pretendem repetir a dose no lançamento da próxima coleção. “A presença da personal shopper agregou muito valor aos nossos produtos, pois minhas clientes são pessoas que costumam viajar bastante ou trabalham fora e têm necessidade de estar bem vestidas e trocar ideia sobre moda”, conta Fernanda Marins.

idiomas e ter uma boa bagagem cultural, já que será preciso lidar e compreender pessoas de todos os tipos. Além disso, é preciso conhecer bem as lojas da área de atuação e ter bom senso e muita sensibilidade para lidar com os desejos e expectativas dos consumidores. “O foco do personal shopper é o cliente – o que ele gosta e pode gastar – porque não necessariamente você vai comprar algo que seja do seu gosto e interesse”, completa Aline França.

dentro daquele espaço, não temos vínculo com nenhuma loja”, garante a carioca. Para tirar maior vantagem dessa nova tendência, a dica das especialistas é criar uma ponte entre a loja e os consultores que atuam na região. Procure saber quem trabalha como personal shopper na sua cidade e não se esqueça de avisá-los sobre novidades, lançamentos e promoções. “Os lojistas devem ter em mente que é possível abrir muitas portas com o serviço de

Vale lembrar que a função do personal shopper não é concorrer com os vendedores, mas sim intermediar e facilitar as vendas. Segundo Joana Magalhães, a ética é o principal pré-requisito dos assistentes de compras. Ao contrário do que acontece com alguns guias de turismo, que direcionam os turistas para lojas e restaurantes específicos a troco de comissão, os personal shoppers têm compromisso único e exclusivo com os clientes. “A não ser que sejamos contratados para atuar dentro de um estabelecimento específico, orientando as pessoas somente

personal shopper, que só tende a crescer cada vez mais no Brasil”, afirma Joana Magalhães.

Aline França: "O foco do personal shopper é o cliente – o que ele gosta e pode gastar – porque não necessariamente você vai comprar algo que seja do seu gosto e interesse"

Formação profissional Para se tornar um personal shopper não basta gostar de ir às compras. O ideal é fazer um curso de consultoria de imagem ou moda, como os oferecidos pelo Senac. Também é recomendável saber falar outros

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CONTATO Floripa Shopping (48) 3331-7000 Mercatto (47) 3322-0012 Prima Soluções em Moda (48) 3024-4924 Personal Shopper Brasil www.personalshopperbrasil.com

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Embalagens expositoras Embalagens híbridas servem, ao mesmo tempo, para transportar e expor o produto, desempenhando alguma função no pontode-venda por mÔnica pupo

Organizar a exposição das mercadorias no ponto-de-venda nem sempre é uma tarefa fácil. Com novos lançamentos a cada dia, o espaço nas gôndolas está cada vez mais concorrido. Para facilitar a vida dos lojistas – e garantir destaque aos seus produtos – muitos fabricantes têm investido nas chamadas embalagens expositoras. Práticas e funcionais, elas são desenvolvidas sob medida para as necessidades do varejo e têm como objetivo melhorar a aparência da loja e chamar a atenção do consumidor.

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Também conhecida como embalagem de autovenda ou híbrida, a embalagem expositora é aquela que, ao mesmo tempo, serve para transportar e expor o produto, desempenhando alguma função no pontode-venda. Esse tipo de recipiente deve prezar pela proteção do conteúdo, possibilitar o empilhamento e conter imagens e informações que atraiam os clientes. “Há uma tendência em desenvolver embalagens cada vez mais funcionais, que facilitem tanto a logística no varejo (transporte, empilhamento, exposição, armazenamento

e reposição de gôndola) como a comunicação com o público”, afirma Marcos Sebben, diretor da Design Inverso, empresa especializada em projetos de design. Um dos projetos criados pela Design Inverso com foco no comércio é o invólucro dos produtos da linha Catarinense Spa, do Laboratório Catarinense. Desenvolvida para transporte e exposição na loja, a caixa-display se transforma em um expositor com duas divisórias sobrepostas, como se fossem prateleiras, onde ficam os produtos. “É ótimo porque o lojista não

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perde tempo na reposição do produto, basta destacar parte da embalagem, além de favorecer o aproveitamento do espaço”, explica Sebben. VERSATILIDADE Muito comum em produtos de compra por impulso – como chicletes e chocolates, geralmente posicionados próximos ao check-out – ou alimentos, as embalagens expositoras começam a ser utilizadas por outros segmentos da indústria. Este é o caso da recém-lançada embalagem dos fogões de mesa – cooktops – da Mueller Fogões. Com estrutura interna reforçada, a caixa de papelão pode ser facilmente adaptada, tornando-se um expositor. Basta recortar parte da tampa superior do recipiente, reforçar as laterais com fita adesiva e encaixar o fogão. Quando quiser vender o mostruário, o varejista tem ainda a opção de refazer o invólucro de forma simples. Foi a partir da demanda constante dos próprios revendedores que a empresa decidiu repensar o design da embalagem apenas dois meses após o lançamento da linha de produtos, em março deste ano. Antes era preciso retirar o produto da caixa e expor em uma bancada – o que muitas vezes era improvisado, principalmente em pequenos e médios estabelecimentos. “Notamos certa dificuldade em inserir o produto em algumas redes de varejo pela questão do expositor. Era comum encontrar os cooktops dispostos em cima de balcões ou de ilhas de fogões, o que desvaloriza a mercadoria e prejudica o layout das lojas”, conta Alexandre Pires, diretor comercial. De acordo com o executivo, utilizar a própria embalagem de papelão como expositor foi uma decisão estratégica. O mais comum, no caso dos cooktops, é utilizar expositores fixos de metal, o que encarece os custos com matéria-prima e, por consequência, influencia no preço final do pro-

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Recipientes da Cana Bacana formam painéis que favorecem o visual da gôndola

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duto. Além disso, o novo design dá ao lojista mais flexibilidade na hora de expor os produtos. “A nossa embalagem possibilita uma disposição diferenciada, que permite acomodar os fogões de mesa de acordo com a necessidade do comerciante”, afirma Pires. É possível, por exemplo, inserilos na vitrine ou empilhar as caixas e criar ilhas promocionais em qualquer ponto da loja. Lançada em agosto, a nova embalagem dos cooktops tem recebido elogios dos comerciantes, embora ainda seja cedo para aferir os resultados da iniciativa. A preocupação em facilitar a exposição dos produtos no varejo também motivou o desenvolvimento das embalagens da ducha eletrônica Thermosystem. Em vez de optar pelo blister – que costuma ser utilizado pela maioria dos fabricantes de chuveiros – a empresa desenvolveu uma caixa plástica transparente, que deixa o conteúdo à mostra e permite o empilhamento nas gôndolas ou em ilhas espalhadas pela loja. Comunicação criativa Mas se transformar em expositor ou permitir o empilhamento não são as úni-

Embalagem permite acomodar os fogões de mesa de acordo com a necessidade do comerciante

cas características das embalagens híbridas. Recipientes projetados com o objetivo de, agrupados, formar painéis que comuniquem sobre o produto também são considerados expositivos. É o caso da embalagem da aguardente Cana Bacana, da empresa Multidrink, elaborada pela Design Inverso. “Esse tipo de design é muito versátil e interessante para os comerciantes, já que favorece o visual da gôndola e tem grande apelo junto ao consumidor”, diz Sebben. Como a proteção do conteúdo é função primária de qualquer recipiente, as embalagens expositoras devem ser planejadas de forma a evitar que as mercadorias possam ser manuseadas pelo público. “Os clientes têm receio de comprar um produto fora da embalagem ou que esteja exposto a ponto de correr o risco de sujar ou riscar”, alerta Sebben. Além da questão estética e da funcionalidade, um item obrigatório nesse tipo de recipiente é a informação. Para Marcos

Caixa-display se transforma em expositor com duas divisórias sobrepostas, como se fossem prateleiras

Sebben, as embalagens expositoras surgiram justamente com a evolução do varejo, onde cada vez mais predomina o autosserviço. “Se eu tenho um vendedor intermediando a compra, a embalagem passa a ser complementar. Mas no autosserviço o produto deve comunicar por si só.” Ainda segundo dados da Associação Brasileira de Embalagem (Abre), cerca de 90% dos produtos que estão à venda nos supermercados não possuem nenhum tipo de apoio de mídia, contando apenas com as embalagens como meio de comunicação. “As informações devem ser chamativas e de fácil entendimento, porque quando o consumidor caminha pela loja, ele olha apenas três segundos para cada mercadoria. E é nesse tempo que a embalagem deve despertar a atenção e transmitir as qualidades e diferenciais do produto”, explica Luciana Pellegrino, diretora-executiva da Abre.

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n ot a s f ra n q u ia s

Boteco chique

Jovens e franqueados Pesquisa realizada pela consultoria Rizzo Franchise mostra que o número de

Após se tornar um boteco de referência na região de Sorocaba

franqueados com até 25 anos já representa 16,10% do total, crescimento de

(SP), o Salomé Café Bar aposta na expansão através do franchi-

17% em relação ao ano passado. Já a procura aumentou 50,55%. O levanta-

sing. Atualmente com uma unidade própria e duas franqueadas,

mento consultou 465 franqueados de 186 diferentes franquias e 2.390 candi-

todas no interior de São Paulo, a empresa – que recentemente

datos. E, apesar do que a pouca idade possa indicar, muitos jovens já acumu-

conquistou o aval da ABF – deve inaugurar outras quatro franquias

laram capital suficiente para investir em uma unidade de maior porte: 43%

no interior do estado ainda em 2009. Mas a intenção é expan-

dos jovens candidatos a uma franquia possuem até R$ 80 mil para investir no

dir também para outras regiões e já estão em andamento ne-

próprio negócio.

gociações com empreendedores de Pernambuco, Paraná e Mato

www.rizzofranchise.com.br

Grosso do Sul. O investimento inicial é a partir de R$ 250 mil, com expectativa de retorno entre 18 e 24 meses. O faturamento médio mensal gira em torno de R$ 110 mil. www.salomecafebar.com.br

Tecnologia inovadora A franquia espanhola Não+Pelo, que acaba de chegar ao Brasil, traz ao mercado nacional a tecnologia de fotodepilação, técnica de remoção de forma rápida e indolor. A primeira franquia da rede já opera na cidade de São Paulo e servirá como base da expansão da marca para todo o País. "O brasileiro tem uma forte cultura de beleza e estética, além de ser um celeiro de empreendedores, o que nos faz acreditar na repetição do modelo vencedor na Europa, onde já possuímos mais de 400 unidades”, afirma Danny Kabiljo, responsável pela expansão da rede no Brasil. www.naomaispelos.com.br

Rede imobiliária A franquia do ramo imobiliário Harcourts está de olho no Brasil, país onde ainda existem poucas redes no ramo. Segundo levantamento da Global Franchise Consulting, empresa responsável por trazer a marca, nos Estados Unidos as franquias representam 60% do setor de imobiliárias, enquanto no Brasil o índice é menos de 1%. A rede Harcourts atualmente conta com 600 unidades e dispõe de sistema de gerenciamento de vendas e de publicidade diferenciado. O valor de investimento nas franquias master varia de acordo com o tamanho do território, com valores a partir de US$ 200 mil. www.globalfranchise.com.br

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Tudo verde A Mundo Verde, franquia especializada em produtos orgânicos e naturais, acaba de inaugurar sua maior loja. Localizada no Bairro Moema, em São Paulo, a unidade tem 210 metros quadrados e 9 mil itens no mix de produtos. Em média, as franquias possuem cerca de 60 metros quadrados e 5 mil itens. Seguindo a tendência da rede, a nova loja conta com detalhes em arquitetura e decora-

Modelo premium O novo modelo de franquia da Wizard traz para o mercado de ensino de idio-

ção sustentável, além de carrinhos e cestinhas feitos de garrafas PET, mesmo material utilizado nos uniformes dos funcionários. www.mundoverde.com.br

mas o conceito premium. O método de ensino é o mesmo, mas as unidades Wizard Vip serão implantadas em espaços com mais de 300 metros quadrados e terão facilidades como estacionamento com mais de 20 vagas, auditório, salas de aula com recursos tecnológicos, maior área de convivência, além de loja, cantina e cyber café. O formato se une ao também recém-lançado conceito Wizard Express – escolas pequenas para locais de grande fluxo de pessoas e com taxa de franquia reduzida –, como nova oportunidade para os empreendedores que têm interesse em investir no segmento. www.wizard.com.br

Cafezinho móvel O novo conceito de lojas da Fran's Café, mais compacto, pode ser instalado em prédios comerciais, aproveitando a demanda gerada pelas tradicionais "paradinhas" para o café. O novo formato Station é constituído por uma estação móvel de até 9 metros quadrados, autonomia total, conexão Wi-fi e o conforto de uma sala de estar. O investimento inicial do formato é de cerca de R$ 104 mil, com previsão de retorno entre 12 e 36 meses. Hoje a rede Fran's Café possui 13 lojas Station nas cidades de São Paulo e Barueri. www.franscafe.com.br

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Roda da inadimplência

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Estabelecer uma política de cobrança é tão importante quanto as técnicas de venda por MARLON ASEFF | fotos photostogo

Prestações tentadoras e juros “invisíveis” costumam exercer um apelo de compras quase imbatível aos olhos do consumidor. As ofertas de produtos a crédito escondem, no entanto, os preços reais que terão de ser pagos, e quando isso se une à falta de uma cultura orçamentária do consumidor brasileiro, o resultado é a inadimplência. A roda se completa com perdas para o varejo e mais endividamento por parte dos consumidores, que correm atrás de dinheiro a juros altos para pagar contas antigas. Nesse momento, o lojista tem de optar por uma boa maneira de ir atrás das prestações que

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não foram pagas, sem correr o risco de perder o cliente – uma operação delicada que exige técnicas cada vez mais aprimoradas. Os processos de cobrança geralmente não são pensados com o mesmo peso que a venda, e isto é um erro quase generalizado entre os pequenos e médios varejistas. O foco na venda é a razão de sobrevivência de qualquer negócio, só que os problemas acontecem exatamente no momento em que a cobrança é inadiável. Nessa hora, terceirizar o serviço pode ser a melhor alternativa, especialmente para os pequenos lojistas, que não podem perder nem entrar

em conflito com seus consumidores. Desconhecer os motivos do débito ou simplesmente não dominar as técnicas de cobrança pode ser decisivo para perder definitivamente um cliente. “O pequeno lojista deve manter um relacionamento muito amigável com seu cliente inadimplente, porque muitas vezes ele pode ter enfrentado um problema no cheque ou algo similar, mas no mês seguinte ele fará outra compra”, afirma Simone Trocoli, gerente de produtos da Serasa Experian, empresa especializada em soluções de crédito e cobrança. De acordo com ela, é importante identificar o perfil do

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Simone Trocoli: "Terceirizar a recuperação dos débitos deixa o lojista focado em seu core

devedor e uma série de questões anexas, que podem ter provocado o atraso no pagamento, como desemprego, problemas de saúde ou mesmo uma readequação do fluxo financeiro. O que importa é evitar que o consumidor saia desgastado com um mau relacionamento gerado pelo processo de cobrança. “Terceirizar a recuperação dos débitos deixa o lojista focado em seu core business, ou seja, vender e fazer girar o capital, enquanto uma empresa especializada trata da cobrança, gerando uma relação melhor para todos os envolvidos”, assegura Simone Trocoli. Para o varejista manter uma carteira de clientes em dia com os pagamentos, a Serasa Experian aposta em uma ferramenta que permite aumentar a recuperação de crédito, reduzir perdas e minimizar atritos com os bons pagadores. O programa Gestor de Cobrança baseia-se em melhorias que garantem mais eficácia no processo de cobrança e segmentação de clientes em atraso, com a adoção de acordos e descontos. O objetivo é detectar aqueles clientes que sempre foram bons pagadores mas que por um motivo desconhecido ao lojista não estão agindo da mesma maneira. Os motivos podem ser vários, e alguns bem simples, que podem incluir até mudanças no dia de pagamento, devido a um novo emprego, por exemplo. Por outro lado, casos como desemprego abortam qualquer tentativa de cobrança. Nesse momento o melhor é concentrar esforços em consumidores que priorizaram o pagamento das dívidas com a concorrência, ensina Simone Trocoli. Com o Gestor de Cobrança, um médio varejista que possua um diversificado perfil de clientes pode classificá-los de acordo com a propensão ao pagamento, mais algumas variáveis que pode eleger, como taxa de atraso, valor de dívida ou priorizar as ações por região. Com base nos perfis identificados, o lojista trabalha em conjunto com o consultor na

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business"

criação de estratégias que trarão menor custo de ações de cobrança e um melhor resultado financeiro. No final do processo a conta tem que ser sempre positiva. “As pessoas não são iguais e não passam a ficar inadimplentes pelo mesmo motivo, por isso o cliente final merece um tratamento adequado”, avalia a gerente da Serasa Experian. Através do Gestor de Cobrança o lojista tem acesso a relatórios detalhados do perfil dos consumidores inadimplentes e pode definir as melhores maneiras de cobrança, entre as estratégias campeãs e desafiantes, dentro de um mesmo pacote. Mudança de mentalidade Para o consultor Emanuel Gonçalves da Silva, autor do livro Como negociar dívidas, o varejista tem que entender que não pode maltratar o cliente na hora da cobrança, com técnicas superadas e muitas vezes ultrajantes. Para ajudar os pequenos varejistas a reaver seus débitos e os consumidores a planejar melhor os gastos, o consultor mantém em Salvador há mais de 10 anos a empresa SOS Dívidas. Um dos objetivos é oferecer suporte administrativo e jurídico para consumidores reduzirem o valor dos juros em suas contas e negociar pagamentos. O consultor baiano defende que os varejistas adotem as técnicas de marketing não somente para vender, mas também na hora de cobrar. O

consumidor deve ficar “encantado” com as técnicas da empresa, como campanhas estimulando limpar o nome antes do Natal e em datas de forte apelo comercial. “O lojista tem que criar facilidades para estimular o pagamento de uma dívida em atraso, só que para fazer isso tem que mudar de mentalidade”, garante Gonçalves. Simplesmente colocar o freguês na lista negra dos sistemas de proteção ao crédito não basta mais. “A truculência ainda existe, mas está com seus dias contados. Quem não observar as mudanças e não se adaptar continuará com seus índices de inadimplência crescendo sempre”, diz o consultor. O cliente devedor geralmente está sobrecarregado com outras contas, em uma roda-viva insuportável. O importante nessa hora, ensina Gonçalves, é não criar um clima de hostilidade, pois quem deve hoje pode ser o bom comprador de amanhã. Segundo o consultor, as cartas de cobrança também devem perder o velho tom inquisidor, e “encantar” o cliente, se quiser que ele quite a dívida. “Imagine um cliente devendo para a sua empresa e você envia uma carta de parabéns pela passagem de seu aniversário, desejando-lhe muitos anos de vida, prosperidade e que a empresa confia que ele vai, o mais breve possível, negociar e pagar

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a sua pendência financeira”, sugere. Outra dica importante para o lojista é adotar procedimentos de segurança antes de efetuar a venda. Nesse momento não basta apenas verificar o nome no Serasa ou SPC, é preciso ver se o salário é compatível com o pagamento das prestações. Também é recomendável conferir endereço e consultar o cheque, se essa for a forma de pagamento utilizada.

Benicchio. O projeto da SysOpen nasceu da constatação de que o pequeno lojista desperta pouco interesse nas grandes empresas de recuperação de crédito, enquanto as grandes redes possuem softwares compatíveis com suas carteiras. A tendência do mercado de software agora é passar a fornecer “serviços” e não mais vender licenças, através da instalação de aplicativos. Por este novo processo, os serviços de cobranRecursos tecnológicos ça e gerência da carteira de inadimOs problemas com a quitação de plentes passam a ser disponibilizados Emanuel Gonçalves da Silva: o varejista débitos sempre acompanharam o vaà empresa usuária, não só através do tem que entender que não pode maltratar rejo, só que antes da revolução tecnouso do sistema aplicativo mas de toda o cliente na hora da cobrança, com técnicas lógica das décadas recentes era muito a infraestrutura de software básico superadas e muitas vezes ultrajantes mais difícil identificar os detalhes casob o qual o aplicativo é processado. dastrais de cada consumidor e a partir “Basta ter acesso à internet e todo o daí definir uma estratégia de cobrança. trabalho é realizado remotamente, sem Para Eduardo Benicchio, diretor de somente um aviso, mas um boleto com códi- a preocupação com a manutenção de todo marketing da SysOpen Informática, empre- go de barras. Pode ser enviada por e-mail e o o ambiente tecnológico, que fica por conta sa especializada no fornecimento de solu- pagamento pode ser realizado também pela do fornecedor do aplicativo”, esclarece o dições de automação para os processos de re- internet. Se o devedor quiser, pode renego- retor da SysOpen. Pelo novo sistema, tanto cuperação de créditos, o mercado brasileiro ciar a dívida por e-mail, sem a necessidade o banco de dados que contém as informaviveu uma verdadeira revolução a partir da de deslocamentos desnecessários. ções de inadimplentes quanto o aplicativo década de 1980, com o advento da microinDentro desse universo virtual, o novo são hospedados em um servidor localizado formática. A partir do final dos anos 1990, projeto da SysOpen, que deve entrar em remotamente em um data center que gaos hardwares e softwares básicos passaram operação no início de 2010, traz uma solução rante o funcionamento do ambiente com a ser acessíveis, contribuindo para o aces- de cobrança para dentro da loja, acessível ao todos os requisitos de disponibilidade e so à tecnologia até pelo pequeno varejo, microcomputador de qualquer atendente. segurança. Com a solução on-line, o lojista deixando para trás um ambiente arcaico. A ideia, adianta Benicchio, é aprimorar um não precisará fazer grandes investimentos, Uma década atrás, para se negociar e quitar software para gerir a carteira de clientes mas apenas cadastrar seus devedores e uma dívida, o consumidor tinha de ir pes- inadimplentes, onde cada lojista poderá efe- iniciar um novo relacionamento, porque os soalmente até a loja, perder uma boa parte tuar o trabalho de recuperação de créditos. procedimentos de cobrança nada mais são do seu tempo produtivo, e esperar que os Tudo será disponibilizado em um portal, es- do que um relacionamento diferenciado cálculos efetuados para o pagamento em pecífico para estas ações e otimizado para com um cliente que não pode ser perdido. caixa fossem finalizados. ser operado com simplicidade. “Os requiMas se antes a área interna de cobrança sitos para a manutenção da infraestrutura CONTATO da maioria das empresas utilizava tecnologia tecnológica de uma empresa, necessários Simone Trocoli/Serasa Experian sucateada e profissionais mal preparados, à utilização de softwares aplicativos, reque(11) 2847-8428 agora a realidade mudou. O mercado de rem profissionais especializados e caros. É Emanuel Gonçalves da Silva software de cobrança oferece soluções onde principalmente nesse aspecto que a internet http://www.sosdividas.com.br os dados aparecem instantaneamente na tela abre novos horizontes para as empresas com Eduardo Benicchio/SysOpen do computador. A carta de cobrança já não é menor capacidade de investimento”, define (11) 3077-2777

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Fim dos boletos bancários Sistema de DDA permite que empresas façam cobrança on-line sem precisar emitir títulos por BEATRICE GONÇALVES A forma de pagar as contas vai mudar. A partir de 19 de outubro entra em operação no Brasil o sistema de Débito Direto Autorizado (DDA) desenvolvido pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Com o DDA, os clientes que aderirem ao sistema poderão pagar suas contas eletronicamente sem precisar dos boletos bancários impressos. Ao invés de receber 42 |

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os títulos de cobrança em casa, eles terão acesso às contas por meio da internet, telefone e dos terminais de autoatendimento dos bancos cadastrados. O serviço estará disponível em 129 instituições bancárias do País. O DDA muda também a forma de cobrança das contas. As empresas que se inscreverem no sistema deixarão de pagar

pela impressão e postagem dos boletos, além de conseguir entregar a cobrança ao cliente em um menor tempo. “Antes o boleto cobrança demorava de cinco a oito dias para chegar até as mãos do cliente pagador; na medida em que o boleto passa a ser digitalizado esse tempo é reduzido e pode chegar a um ou dois dias”, explica Lúcia Helena Rehder, coordenado-

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ra do grupo de trabalho de tecnologia do DDA da Febraban. Para utilizar o novo sistema de cobrança, o cliente deve fazer o cadastro no banco em que é correntista. A instituição bancária avisa o sistema financeiro que o cliente é um sacado eletrônico – no caso de pagador de boletos – ou cedente, no caso de emissor de cobranças. Para que o DDA funcione e as contas sejam enviadas eletronicamente sem a impressão dos boletos é preciso que tanto o sacado quanto o cedente estejam cadastrados no sistema financeiro. No DDA, o título trafega em uma rede digital, o que evita fraudes, rasuras e adulterações que poderiam acontecer durante a impressão, postagem ou entrega do título. As informações sobre os boletos ficam registradas na Câmara Interbancária de Pagamento (CIP), órgão responsável pelo processamento, compensação e liquidação de transferências interbancárias. Assim que é emitido um boleto contra um cliente, o banco em que o título está registrado envia a cobrança à CIP. Cabe à Câmara Interbancária encaminhar o título para o banco de relacionamento do cliente. O banco do sacado apresenta o título através do DDA e é o cliente quem faz o agendamento para pagar na data em que melhor lhe convier. O sistema não tem autorização para fazer o débito automático sem a permissão do cliente. O DDA só permite o pagamento de títulos registrados como contas de condomínio, planos de saúde, mensalidade escolar, financiamento de veículos e casas. Ainda não é possível pagar através do DDA cobranças sem registro como contas de luz, água, gás e telefone. A expectativa da Febraban é que,

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em três anos, 1 bilhão de boletos bancários sejam emitidos apenas eletronicamente – o que deve reduzir o consumo de papel e pode tornar as operações bancárias mais sustentáveis. Hoje, para emitir 2 bilhões de boletos bancários ao ano, são necessários o corte de 363 mil árvores, o consumo de cerca de 1 bilhão de litros de água e de outros 45 milhões de KWatts de energia, um volume suficiente para manter uma cidade de 190 mil habitantes por 12 meses. O Brasil é o primeiro país a ter um sistema de DDA. Para a Febraban, a mudança só foi possível porque o setor bancário brasileiro investe continuamente em infraestrutura tecnológica para melhorar os serviços. Só em 2008 os bancos gastaram R$ 16 bilhões em tecnologia, dos quais mais de R$ 6 bilhões foram em investimentos para aprimorar o sistema. Para implementar o DDA, a Febraban investiu R$ 20 milhões em infraestrutura e pretende gastar mais R$ 77 milhões nos próximos nove anos. “O DDA é um sistema pioneiro, específico do Brasil, ele é possível porque os bancos

já vinham trabalhando na padronização do boleto de cobrança com a criação da ficha de compensação. Essa infraestrutura permitiu que os bancos trabalhassem em um projeto de colaboração junto com as associações montando todo esse projeto de transferência eletrônica de informações e apresentações de seus compromissos”, explica Lúcia. O sistema ainda não está em operação, mas já é possível se cadastrar para ser um sacado ou um cedente eletrônico. O Banco do Brasil permite o registro via internet e nos terminais de autoatendimento. A instituição oferece aos clientes que fazem adesão ao DDA a apresentação eletrônica dos boletos emitidos pela própria instituição e não há cobrança de tarifa. “O banco fez uma primeira entrega para os clientes testarem e conhecerem o DDA. As pessoas fazem o cadastramento e imediatamente os títulos emitidos pelo Banco do Brasil, onde ele figura como sacado, nós apresentamos eletronicamente”, explica Sidney Passeri, gerente-executivo

Edson Silva, da Nexxera: DDA traz facilidades para quem paga, quem recebe e o intermediário que é o banco

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de diretoria comercial do Banco do Brasil. Nesta primeira fase, além da apresentação on-line do serviço, o banco imprime os boletos para que o cliente possa comparar a agilidade do serviço. Os clientes que aderirem ao DDA e tiverem o serviço de mensageria via celular, recebem mensagens SMS da instituição toda vez que chegar um novo boleto. O Banco do Brasil estima que no primeiro ano de utilização do DDA 35% das cobranças emitidas pela instituição sejam apresentadas eletronicamente. O que vai possibilitar poupar 14 mil árvores e mais de 26 milhões de litros de água que antes eram utilizados no processo de confecção do papel para o boleto. Tecnologia nacional Para conseguir emitir as cobranças e cadastrar os clientes no sistema financeiro, cada banco deve ter um sistema de DDA. As grandes instituições financeiras investiram em tecnologias próprias. Já as instituições de pequeno e médio portes e as agências de bancos internacionais que atuam no Brasil estão se adaptando ao novo sistema e são o público-alvo das empresas que desenvolvem soluções de Débito Direto Autorizado. A Matera Systems desenvolveu o sistema DDA da suíte Matera Banco, solução que roda nas pla-

Sidney Passeri, do BB: instituição estima que no primeiro ano do DDA 35% das cobranças emitidas pelo banco sejam apresentadas eletronicamente

taformas Windows, Linux e Unix. O sistema é flexível e robusto, podendo trabalhar com mais de 5 milhões de boletos em uma única carga – isso é cinco a dez vezes o volume mensal de um banco de médio porte. Não precisa ser instalado no computador, é todo em web e roda em browser. A solução foi desenvolvida com o uso de metodologias ágeis, como Scrum e TDD (Test Driven Development) e integra os sistemas bancários com o sistema de informação dos clientes corporativos das instituições financeiras. A solução de DDA não exige investimentos em hardware, mas precisa de um sistema eletrônico consolidado. “O DDA é um movimento que força cada vez mais os bancos a terem internet banking; quando se fala dos grandes bancos de varejo todos têm e não é uma novidade, mas você tem bancos de nicho, bancos de empresa que não tinham, e o DDA vai dar mais um empurrão para que os bancos tenham internet banking”,

explica Carlos Augusto Leite Netto, presidente da Matera Systems. Outra dificuldade dos bancos pequenos é operacionalizar os títulos encaminhados pela CIP e identificá-los para cada cliente. A Nexxera desenvolveu o NexxDDA, solução de débito direto autorizado que, além de enviar e receber os títulos da CIP, gerencia e identifica os títulos para cada cliente. A solução faz o reordenamento dos títulos para os bancos que não têm como desmembrar ou agregar os arquivos para entregar para o sacado. Todo o serviço do DDA é realizado no data center da empresa e não há limite de tráfego de boletos por dia. O sistema faz a varredura, captura, apresentação, pagamento, créditos e antecipações dos boletos. No ambiente eletrônico de negócios da Nexxera, as empresas cedentes eletrônicas têm um canal de negociação com o cliente sacado e há um serviço para os fornecedores de antecipação de pagamentos. Outro diferencial do NexxDDA é que o serviço consegue capturar três tipos de documentos: título com registro, título sem registro e a nota fiscal (eletrônica e mercantil). “A grande vantagem do DDA foi despertar o mercado para que cada vez mais o processo eletrônico possa acontecer, e nós conseguimos trazer facilidades para quem paga, quem recebe e o intermediário que é o banco”, afirma Edson Silva, presidente da Nexxera.

CONTATO Lúcia Helena Rehder www.febraban.org.br Sidney Passeri www.bb.com.br Carlos Augusto Leite Netto www.matera.com Edson Silva www.nexxera.com.br

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pr od u t os e s erviç o s

Marca própria A NeoGrid trouxe para o mercado varejista e atacadista brasileiro seu PLM (Product Lifecycle Management), solução para gestão de marca própria implementada pelo Wal-Mart nos Estados Unidos. A ferramenta promete ajudar varejistas e fabricantes a obter maior controle, velocidade e precisão do ciclo de vida de desenvolvimento de produtos de marca própria. Ao aumentar a exatidão de dados e processos, as empresas eliminam retrabalhos e repetições, que geram altos custos. Além disso, validam informações sobre origem, ingredientes e valor nutricional de produtos. O prazo para a implementação da solução é de três a oito meses, dependendo do relacionamento do varejista ou atacadista com seus fornecedores e da quantidade de fornecedores e produtos. “O lançamento do PLM cobre uma importante lacuna, pois o segmento de marcas próprias no varejo brasileiro, em franco desenvolvimento, ainda está carente de ferramentas de TI que permitam a eficiente gestão deste processo”, afirma André Ghignatti, diretor de ofertas de integração, colaboração e comunicação da Neogrid. www.neogrid.com

Ambiente imunizado

Olhar preciso

A 3M lança placa para controle microbiológico em ambientes

A Axis Communications e a Kowa Company

de produção de alimentos e bebidas. O produto da linha Pe-

anunciaram em agosto o P-Iris, um novo e

trifilm pode ser utilizado em esteiras, ralos e pias e é capaz

preciso controle da íris que garante melhor

de identificar em ambientes frios a incidência da bactéria Lis-

qualidade de imagem – tanto para am-

teria spp. A placa fornece dados sobre a incidência da bacté-

bientes internos como externos – às

ria e ajuda os profissionais a definirem que tipo de

câmeras em rede fixas. As lentes P-Iris,

ação deve ser tomada

juntas com software especializado, po-

para o controle mi-

dem regular de forma automática e pre-

crobiológico. Por ser

cisa a abertura da íris e assim garantir melhor contraste,

psicrotrófica, a Listeria

claridade, resolução e profundidade de campo. O controle

tem alta capacidade

avançado da íris será especialmente benéfico para câme-

de multiplicação em

ras megapixel/HDTV e aplicações de videomonitoramen-

ambientes refrigerados.

to. A nova tecnologia será incorporada nos próximos lan-

A ingestão do alimento contaminado com

çamentos de câmeras da Axis, começando pela câmera

esse tipo de bactéria pode causar infecção

de 3 megapixels Axis P1346.

em recém-nascidos, grávidas, idosos e adultos

www.axis.com

que tenham o sistema imunológico comprometido. www.3m.com.br

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Impressora velocista

Conversão de documentos

A impressora bizhub C200 da Konica Minol-

A ABBYY está lançando o FineReader Engine, um kit de software de desenvolvi-

ta é uma multifuncional compacta p&b e

mento (SDK) altamente portátil para reconhecimento óptico de caractere (OCR).

colorida, com gerenciamento de impressão.

A solução, que suporta 60 idiomas, provê uma nova geração de multifuncionais

O modelo tem capacidade de restringir e

(MFPs) com conversão de documentos e capacidade de gerenciamento. "Com o

controlar cópias e impressões por centro de

novo SDK, os fornecedores de MFP podem agregar maior valor aos periféricos que

custo. Com memória superior a 512 MB e

fornecem ao mercado através de recursos de OCR e customização flexível. O Fi-

possibilidade de expansão, a bizhub C200

neReader Engine para Sistema Operacional Embarcado da ABBYY agiliza o geren-

imprime 20 páginas por minuto e ainda

ciamento de documentos nas empresas, reduzindo custos associados à instalação

possui um rápido scanner, com velocidade

e ao suporte de software adicional, e simplificando a tarefa de converter docu-

de 40 páginas por minuto em preto e bran-

mentos", afirma Andrey Isaev, diretor do departamento de produtos de tecnologia

co, e 20 em cores. O produto é compatível

da ABBYY. Outra vantagem é que a solução pode ser integrada virtualmente em

com as plataformas Windows e Macintosh.

qualquer plataforma ou dispositivo de imagem, tornando sua tecnologia mais

www.konicaminolta.com.br

acessível aos fornecedores de MFP. www.abbyy.com.br/(11) 3569-5633

Acesso seguro A MSI Tecnologia apresenta linha de roteadores Draytek de alta performance. São equipamentos que possibilitam o acesso remoto com segurança na transação dos dados e gerenciamento de múltiplos links de internet. A linha Vigor 2950 suporta até 200 VPNs, faz duas conexões com a internet e oferece opções para bloquear ou monitorar mensageiros instantâneos e programas peer-to-peer. www.msitecnologia.com

Notebooks corporativos A Dell lança novos notebooks da linha Vostro projetados para atender às necessidades de pequenas e médias empresas que desejam soluções de segurança para os equipamentos. Os computadores têm disco rígido criptografado, chip TPM 1.2 com software wave, leitor de impressão digital e discos rígidos com sensor de queda. Os novos notebooks vêm com câmera e software de videoconferência Dell Video Chat, uma solução que permite realizar videoconferência com até quatro

RH desburocratizado Desenvolvido totalmente no Brasil, o Global Antares, software para

participantes, chamadas telefônicas, mensagens instantâneas e vídeo-mail.

gestão de pessoas da Apdata, garante aos usuários maior flexibilidade

www.dell.com.br

no gerenciamento da área de recursos humanos. Entre as vantagens anotadas pelos clientes está a desburocratização do setor, permitindo que os responsáveis se dediquem a processos mais importantes como a gestão estratégica do RH. A ferramenta ainda reduz custos ao dispensar a impressão de relatórios e holerites. O Global Antares é o principal produto da Apdata do Brasil, empresa fundada em 1984 e que conta atualmente com cerca de 400 clientes em mais de dez países. www.apdata.com.br

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Laboratório visual Os irmãos Grimberg combinam despojamento e referências artísticas nas roupas, objetos e acessórios da grife Q-Vizu por MÔNICA PUPO Misturar moda e bom humor é a especialidade dos irmãos Renata e Alan Grimberg, fundadores da grife jovem Q-Vizu. Nascidos no Rio de Janeiro, eles descobriram um nicho de mercado promissor ao combinar o despojamento tipicamente carioca a referências do cinema, da música e das artes. O resultado são roupas, objetos e acessórios que se destacam pela ousadia e irreverência. O carro-chefe são as camisetas com estampas descoladas, que trazem dizeres como “Se só Jesus salva, para que memory card?”, “I love porn” e “NY don’t love u”, entre outras. Às vésperas do quinto aniversário – em outubro – a mar-

ca contabiliza quatro lojas próprias entre o Rio de Janeiro e São Paulo, e está presente em diversas multimarcas do País, além de ser revendida na Austrália e Inglaterra. Mais do que uma loja, pode-se dizer que a Q-Vizu é uma espécie de laboratório visual, onde todos são convidados a criar. “Sempre quisemos construir nossa própria história e nunca nos baseamos em nenhuma outra marca”, afirma Renata Grimberg. Uma das propostas da grife é convidar artistas – ligados ou não à moda – para desenvolverem peças exclusivas. A primeira foi a estilista Rita Wainer, que criou uma série de camisetas. O próximo será o

humorista e cartunista Danilo Gentili, que está desenvolvendo estampas que serão lançadas ainda em outubro – e prometem se tornar o hit da estação. Ao contrário do que faz a maioria das marcas, a Q-Vizu evita coleções sazonais. Inquietos, Renata e Alan preferem apostar em novidades constantes em vez de lançamentos pontuais. “Temos muitas ideias. Se deixar a gente lança um produto novo por dia”, conta Renata. Em nome da exclusividade, também faz parte da filosofia da empresa produzir um número reduzido de peças e nunca, em hipótese alguma, reeditar as estampas. “Por mais que o produto seja um sucesso e esgote em uma semana, nós não refazemos.” Cara e coragem Foi em nome de um sonho de infância – o de transformar seus gostos e afinidades pessoais em estampas exclusivas – que os irmãos resolveram mudar totalmente o rumo de suas vidas. Renata, hoje com 25 anos, formou-se em Jornalismo e estagiava numa assessoria de imprensa, mas queria mesmo era trabalhar com moda e desenvolvimento de produtos. Já Alan, 30 anos, cursou Administração de Empresas e atuava na empresa de equipamentos de segurança que pertence à família, sem nunca deixar de lado a paixão pelo desenho. “Sempre tivemos o objetivo de unir

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Idade: Renata, 25, e Alan Grimberg, 30 anos Local de nascimento: Rio de Janeiro Formação: Jornalismo e Administração de Empresas Empresa: Q-Vizu Cidade-sede: Rio de Janeiro Número de funcionários: 30

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Entre outras funções, Alan é responsável pelo desenho de várias estampas da grife e Renata pelo layout do ponto-de-venda

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o meu gosto por artes, música e cinema com o dom do Alan para o desenho, transformando isso em moda”, conta Renata. Decididos a entrar em ação, eles colocaram o sonho no papel e apresentaram o projeto da loja à administração do Shop­ ping Rio Sul, no Rio de Janeiro. “Fomos com a cara e a coragem”, relembra Renata. “Quando viram os pilotos das primeiras peças, eles acharam tão inovador que decidiram nos dar uma chance.” Inaugurada em outubro de 2004, a primeira unidade da Q-Vizu logo caiu no gosto da clientela. O que os lojistas nem sequer podiam imaginar era que, entre seus primeiros – e mais assíduos – clientes, figuravam alguns 50 |

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dos principais produtores de moda e figurinistas da cidade. Assim, em pouco tempo, a marca ganhou fama entre os descolados de plantão – hoje em dia é comum ver peças da grife sendo usadas por celebridades e artistas. O sucesso quase instantâneo, na opinião dos irmãos, é reflexo do trabalho árduo, mas, principalmente, da paixão pelo que fazem. “Quando você trabalha com verdade e amor, o público acaba sentindo isso de alguma maneira”, acredita Renata. Novatos no varejo, Renata e Alan tiveram que se desdobrar para dar conta da criação, produção e venda dos produtos. Nos primeiros dois anos da loja, eles

ficaram literalmente “com a barriga atrás do balcão”, com o objetivo de identificar as necessidades e as críticas da clientela. Com as dicas obtidas “in loco”, foi possível não só aprimorar a modelagem e o acabamento das peças, mas também obter ideias para o desenvolvimento de novos produtos e planejar a ampliação do mix. No início, com uma estrutura bem enxuta, a loja só oferecia camisetas masculinas e femininas. Mas, apenas seis meses após a inauguração do ponto-de-venda, os irmãos decidiram investir numa linha de produtos infantis que tivesse a mesma “pegada irreverente” da marca. “As pessoas nos desencorajavam, apontando as difisetembro 2009


culdades de trabalhar com modelagem de roupas infantis”, conta a lojista. Apostando na intuição, os irmãos arriscaram todas as fichas no lançamento de uma linha de bodies e camisetas infantis em cores vibrantes e com estampas de rock’n’roll. E deu certo, tanto que o mix de produtos infantis só cresce e, atualmente, abrange a faixa etária de zero a 10 anos. Além de roupas, é possível encontrar também acessórios – como babadores e porta-fraldas – e até mesmo CDs exclusivos para os pequenos, como o que traz clássicos do rock transformados em canções de ninar. Com o tempo, os comerciantes perceberam que havia espaço no ponto-devenda para outros segmentos além do vestuário. Acessórios, objetos de decoração e utilidades domésticas foram então incorporados ao mix. Itens inovadores – como a calça jeans unissex, lançada há três anos, muito antes da moda das chamadas calças boyfriend, ou o vestido com capuz de orelhas de coelho – também são presenças garantidas nas araras. “O único pré-requisito é que sejam produtos inusitados e bem-humorados”, define Renata. Uma das apostas da loja é a coleção de toy-art. Elaboradas em parceria com um artista plástico de São Paulo, as peças fazem alusão aos principais ícones da cultura pop, caso das miniaturas de Michael Jackson e Beatles. Apesar de toda a produção ser terceirizada, os lojistas fazem questão de cuidar pessoalmente do desenvolvimento dos produtos. Responsável pela gestão da marca, Alan Grimberg também é o desenhista responsável por várias estampas da Q-Vizu. Já Renata dedica-se à criação e pesquisa de novas peças, além de ser responsável pelo layout do ponto-de-venda e pela atualização do blog e twitter – que têm contribuído para tornar a grife conhecida nacionalmente.

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Expansão Apenas um ano após a inauguração da primeira loja os comerciantes já tinham motivos de sobra para comemorar. Em 2005, a Q-Vizu foi uma das grifes nacionais convidadas a integrar o Ano do Brasil na França, em Paris, onde tiveram a chance de expor e vender seus produtos. “Foi uma honra. Éramos a grife mais jovem a participar do evento e tivemos a chance de ficar lado a lado com marcas conceituadas”, rememora a lojista. Além disso, a esta altura eles já tinham conseguido ca-

Produtos infantis, como bodies e camisetas, mantêm a "pegada irreverente"

pital suficiente para abrir mais um pontode-venda, desta vez no BarraShopping. O sonho de ter uma loja de rua foi realizado em 2006, com a abertura da terceira unidade numa galeria comercial em Ipanema, bairro onde os irmãos viveram durante a infância. Em 2008 foi a vez de São Paulo entrar na rota da Q-Vizu. Localizada no Shopping Higienópolis, a loja caiu no gosto dos paulistas com menos de um ano de inauguração. Para manter a média de uma loja aberta por ano, os irmãos pretendem abrir uma unidade em Curitiba ainda este ano. Além disso, os produtos da grife são revendidos em multimarcas nos estados de Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Maranhão e Mato Grosso. Para atender os clientes de todo o Brasil, a loja virtual também deve entrar no ar em breve. Por enquanto, o atendimento é feito informalmente através de contatos pelo blog. Apesar da pouca idade, os irmãos sabem onde querem chegar e não se iludem com o sucesso. Se no começo “não tinham nada a perder”, hoje reconhecem que é preciso conquistar o público diariamente para se manter no mercado. “O lojista não pode se acomodar achando que já conquistou o público, pois o cliente sente essa estagnação.” Futuramente, há grandes chances da Q-Vizu tornar-se uma franquia, já que são constantes as propostas de empreendedores de todo o País. No entanto, Renata avisa que a expansão “será cautelosa, já que nosso foco é a exclusividade e não a massificação”. “Queremos nos aproximar do público, mas não queremos estar em todos os lugares”, completa a comerciante.

CONTATO www.qvizu.com.br (21) 2275-8917

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faz e n d o m e l h o r

Segredos da venda

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ual é o segredo da venda? Aliar boa educação, jeito para lidar com pessoas e determinação para fechar. Transformar uma simples pesquisa em venda. Parece besteira, mas o fato de existir espelhos ou transparências que reflitam as pessoas melhora o humor e a disposição da equipe para se relacionar melhor com os clientes. Fernandez, gerente de uma transportadora, acaba de se mudar para um apartamento novo e precisa comprar um conjunto de estofado bege, para combinar com a decoração da sala. Apressado, vai à loja Móveis Bom Preço, onde recebe tratamento vip, com água mineral, café, etc. Só que não há no estoque nem o modelo nem a cor procurada. Decepcionado, acaba entrando na Móveis Tem D’tudo, organização que se orgulha pelo seu amplo sortimento de mercadorias. Perdido na loja sem ser notado, encontra o conjunto, com preço ligeiramente superior ao que esperava, mas se surpreende com a falta de atenção do pessoal. Indiferentes, todos davam a impressão de dizer: ‘Temos o que procura, nosso preço é esse e se quiser compre, ou então... dê o fora’. Nessas alturas, o personagem decide conhecer mais sobre a qualidade do atendimento. Visita outras lojas analisando a atitude dos vendedores, a participação das chefias, sistemas de atendimento, produtos, preços e outros pontos como o astral do ambiente também, cujos fatores podem suplantar até mesmo o preço. Impressionante. Embora esteja ali para vender, nem toda loja tem clima para venda. Móveis Rápidos, informatizada e moderna. Despojada, boa organização, com mesas e cadeiras para os clientes sentarem, cujos profissionais demonstram conhecer os produtos com os quais trabalham. Sorridente, o vendedor vem logo ao seu encontro. "Seu nome, por favor?" – "Muito bem senhor Fernandez, meu nome é Santos, em que posso ser útil?" – "Estou procurando um conjunto...." – "Pois não, vamos sentar, por favor." – "Conjunto bege, tecido especial, design moderno, superconfortável, como o senhor procura." O vendedor abre a tela do terminal, exibe vários modelos, mostra o produto decorado, apresenta o preço e oferece cafezinho e um projeto de decoração grátis. Mas nem tudo o que reluz é ouro. "O senhor comprando hoje, dentro de sete dias úteis entregaremos em sua casa.” Prosseguindo na missão, já no interior da loja Móveis Soluções, um vendedor o aborda justamente na frente do tão sonhado conjunto, em cima do qual havia um cartaz destacando o preço e outra informação mágica: entrega imediata! Houve total interatividade com o vendedor, crediário, gerente, com todos enfim. "Que bom, parece que eles aqui sabem do meu problema e as pessoas estão dispostas a me atender, sem muita frescura", suspira aliviado. Quando acontece isso, o cliente fica com a agradável sensação de que alguém da loja está sempre pensando nele. Visando evitar que isso aconteça com você, quais as principais falhas das lojas relacionadas anteriormente?

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Qualidade do atendimento e outros pontos como o astral do ambiente podem suplantar até mesmo o preço.

por MOACIR MOURA Palestrante, escritor, consultor de varejo e especialista em gestão e inspiração de pessoas moacirmoura@terra.com.br

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ba n h o d e l oja

Lojas familiares

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rande parte de nossos clientes é formada por empresas familiares, cuja gestão de seu ponto-de-venda é também realizada pela família. É comum em algumas lojas observarmos a gestão compartilhada entre gerações como pai e filho, ou até entre pai, filho e neto. A estes somam-se, por vezes, irmãos, primos, tios e cunhados, formando uma extensa árvore genealógica empresarial. Famílias são um emaranhado de emoções e laços que mantêm pessoas unidas. O desafio é como gerir lojas familiares e conciliar a carga emocional com a carga profissional no negócio. Certa vez, passei por uma situação na qual fomos contratados para cuidar da reforma de uma loja e melhorar o visual merchandising, e quando fiz a primeira visita ao local, perguntei a um dos irmãos por que os produtos estavam organizados com aqueles agrupamentos. A resposta foi simples e imediata: os produtos que eu compro ficam do lado direito da loja e os produtos que meu irmão compra ficam do lado esquerdo. A loja era dividida em territórios “conquistados” na guerra pessoal que os dois travavam. Pela primeira vez percebi que a luta de espaço numa loja pode ir além do que nossa vã filosofia pode imaginar. Já tinha visto agrupamentos de exposição de produtos na qual as lojas repetiam a ordem que constava em seu sistema de informática, sem muito nexo com as necessidades do consumidor, mas este exemplo de divisão de loja como se fosse uma divisão de herança até então era inédito para mim. Também é comum observarmos em lojas atendidas por nós que quando a geração mais nova começa a tomar decisões quer modernizar e evoluir o ponto-de-venda, atitude que, por vezes, é vista com certa desconfiança pela geração anterior. Essa geração vem de uma época em que as funções do ponto-de-venda se confundiam com as de estoque. Os produtos eram colocados na loja sem muita preocupação com o sequenciamento de exposição, ou display. Comunicação e visual merchandising não faziam parte do vocabulário corrente. Era uma época em que uma empresa valia o quanto possuía de acúmulo de capital e ativos. Conceitos como valor de uma marca não eram difundidos no passado. Porém, hoje há empresas cujas marcas valem mais que todo seu maquinário e edifícios somados. O convívio de múltiplas gerações nas lojas pode ser muito bom quando se consegue aliar a experiência dos mais velhos às novas ideias e energia que os mais novos trazem ao negócio. O aumento da expectativa de vida facilitou a coexistência de um maior número de gerações no mesmo local de trabalho e da dinâmica da convivência entre elas dependerá a performance da empresa. O que difere as gerações é mais do que a data de nascimento. É o modo de pensar, de interagir, de consumir e de trabalhar. Entender seus sinais, encontrar um meio de comunicação e funções que contemplem as habilidades e talentos de cada membro na gestão da loja e do negócio não é tarefa fácil, mas perfeitamente possível.

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O convívio de múltiplas gerações nas lojas pode ser muito bom quando se consegue aliar a experiência dos mais velhos às novas ideias e energia que os mais novos trazem ao negócio.

por KÁTIA BELLO Arquiteta e sócia-diretora da Opus Design katia@opusdesign.com.br

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po n t o-d e -v e nd a

Dez itens da loja de sucesso

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ontar uma loja, não importa seu tamanho, investimento ou segmento, nunca é um processo simples. Por isso, o Falando de Varejo criou uma lista com 10 grandes características de uma loja de sucesso, muito interessante para quem está montando seu próprio negócio, ou aqueles que pretendem analisar seu ponto-de-venda, pensando em uma reforma. 1. Localização Um acesso fácil ou próximo de onde seu cliente reside (conveniência) é sempre uma maneira de se destacar no mercado. O ideal, quando possível, é sempre buscar uma localização em uma via de alto tráfego, pois na maioria dos casos sua loja vai chamar a atenção de diversos clientes que não pretendem comprar o que você vende agora, mas que saberá procurá-lo quando necessário. Cabe sempre analisar o sentido da avenida mais interessante. Alguns tipos de comércio têm melhores resultados quando localizados no sentido Centro-bairro de uma via, e outras ao contrário. Estude o seu cliente atentamente para perceber melhor seu momento de compra. Quando seu cliente costuma visitar seu ponto-de-venda: quando sai de casa para o trabalho ou quando volta do trabalho para casa? 2. Estratégia de mercado O posicionamento, ou estratégia de mercado, é um dos pontos-chave para o sucesso de um negócio. Como se comporta o mercado no qual você atua? Quem você deseja ser? Onde está a oportunidade? Respondendo a essas perguntas você vai perceber se é melhor ser mais popular ou apostar em algo mais sofisticado, por exemplo. 3. Marca Muitos pensam apenas em um “nome para a loja”, ou em um logotipo, quando pensam em marca. Em alguns casos, a decisão é feita entre os familiares, levando em conta apenas seus gostos pessoais. O nome deve ser um reflexo de seu posicionamento. Em alguns casos, deve-se observar a possibilidade de que o nome faça uma analogia aos produtos ou o posicionamento do mercado. Exemplo: Tend Tudo, Compre Bem, Pague Menos, Peg&Faça, etc. 4. Fachada A fachada é o cartão de visitas de sua loja. É o primeiro contato que seu cliente tem com você. Uma fachada imponente e interessante

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pode agregar, e muito, à sua marca desde o início. Entretanto, nem toda fachada precisa ser “cara”. Pórticos, grandes painéis em lona ou até mesmo a utilização de telhas metálicas sobre a fachada podem gerar criativos e impactantes resultados. 5. Produtos e serviços O posicionamento do ponto-de-venda tem tudo a ver com o sortimento ou a exposição de produtos que será utilizada. Não dá para falar de varejo popular sem pensar em grandes pilhas ou gôndolas cheias, sinônimos de fartura, assim como não dá para falar em varejo de luxo sem pensar em destaques e exclusividade de produtos. Gôndolas vazias ou rupturas criam uma imagem de má administração que repercute em desconfiança e descrédito por parte do consumidor. No caso dos serviços, principalmente se complementam a venda de produtos, pode ser uma excelente estratégia para conquistar e fidelizar clientes. Bons serviços criam valia à marca e possibilitam rentabilizar melhor os produtos oferecidos. 6. Preço/Promoção Preço não é diferencial de mercado. Acreditar ser o melhor de sua região apenas porque é o mais barato, além de não conquistar nenhum tipo de fidelidade (pois a qualquer momento pode surgir um novo concorrente com preços menores do que os seus), compromete as margens de lucro. Oferecer bons preços, condizentes com sua qualidade de produtos e serviços, é sempre o melhor caminho. Utilizar as promoções para alavancar as vendas e conquistar os consumidores é uma excelente arma na briga pelo mercado. Uma loja sem promoção, apenas com preços, é uma loja morta. As promoções dão o tom do dinamismo que o varejo precisa. Utilize todo o arsenal de equipamentos de merchandising como banners, splashes e cartazes para criar promoções que impactam e cativam seu cliente. Uma boa ideia é buscar criar uma “sensação de oportunidade única” na mente de seu cliente: “Somente neste final de semana” / “Até o final do estoque” / “É só até sábado” 7. Ambiente de Loja O ambiente de loja é o principal elo entre “tudo o que você deseja ser para seu consumidor” e “tudo o que o seu consumidor pensa sobre você”. Características como o mobiliário, o tipo de exposição,

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as cores aplicadas na loja, a organização de gôndolas e até mesmo o tipo de música que será utilizada (ou não) criam a atmosfera de compra para seu cliente. O conceito mais em voga hoje é o de “criar experiências de compra”, ao invés de simplesmente vender produtos. Isso pode ser visualizado em alguns varejistas como as redes de eletroeletrônicos que possibilitam experimentar televisores e sistemas de som em salas fechadas, como em um home theater, ou ainda as lojas de artigos esportivos que possibilitam experiências únicas como poder andar e testar bicicletas, testar a pontaria com um modelo novo de chuteira, ou ainda as livrarias que possibilitam que consumidores folheiem e leiam os livros e revistas antes de comprar, sem nenhum tipo de abordagem agressiva, disponibilizando até mesmo assentos e bancos confortáveis, incentivando este tipo de comportamento. 8. Atendimento De nada adianta uma loja bem planejada, com bons produtos e conceito ímpar quando a equipe de vendas ou atendimento está malformada. Sua equipe de vendas é o combustível que faz sua loja andar e crescer, ou seja, vender. Tal como um motor, um combustível de qualidade faz o desempenho do mesmo melhorar, assim como um combustível de baixa qualidade corrói e faz o motor parar. Motivação é o elemento que gera energia. 9. Logística Entrega gratuita? Entrega em 24 horas? Qual a melhor estratégia? A melhor estratégia é sempre aquela que você pode cumprir junto ao seu cliente, sem o menor risco de falhar naquilo que prometeu. Invista, melhore seu serviço, mas nunca prometa se há dificuldades de se cumprir o combinado. Busque sempre uma margem de segurança, ou avise seu cliente antecipadamente em caso de algum problema ou imprevisto. 10. Pós-venda Ter um serviço de pós-venda eficiente, que atenda e prolongue a experiência de compra bem-sucedida de seu cliente, é vital para um negócio de sucesso. Imagine a seguinte situação: em um varejo de construção, um cliente faz uma compra gigantesca, com diversos itens. Até aí foi bem atendido e saiu feliz. Os produtos foram entregues corretamente e na data combinada. Ponto positivo novamente. Só que surge um problema: o chuveiro que ele comprou veio com um probleminha de fábrica e precisa ser trocado. Em muitos casos, o mesmo cliente que foi superbem recepcionado na hora da compra, na hora da troca, se vê passando por um momento que, além de burocrático, muitas vezes até mesmo o trata com certa suspeita, imaginando se não se trata de golpe ou coisa parecida. É nesse ponto que um excelente cliente vira um cliente inexistente. Pense nisso.

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O ambiente de loja é o principal elo entre “tudo o que você deseja ser para seu consumidor” e “tudo o que o seu consumidor pensa sobre você”.

por Caio Camargo Arquiteto, especialista em PDV, comunicação visual e layout de loja. Autor do blog www. falandodevarejo.blogspot.com. caio-camargo@uol.com.br

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j o g o f ri e d ma n

Grande sorteio Esta competição foi desenvolvida para aumentar as vendas totais. Ela recompensa esforços extras de vendas, incentivando seus vendedores a darem o melhor de si, ao oferecer-lhes chances de ganharem grandes prêmios.

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TIPO DE JOGO Competição individual. DURAÇÃO SUGERIDA Este tipo de jogo requer um pouco mais de tempo, podendo ser um fim de semana ou uma semana inteira. O melhor dia para se fazer o sorteio é aos sábados, após o expediente. Como Jogar Listar as metas de vendas em um grande quadro de jogos (Vendas por Hora, Itens por Venda, etc.) e a quantidade de cupons correspondente a cada uma. No quadro também é anotada a quantidade de cupons ganhos por jogador. Os cupons possuem duas vias: uma delas fica com os jogadores, a outra é colocada dentro de uma urna para o Grande Sorteio. Regras Básicas • No quadro de jogos os jogadores colocam o número de cupons ganhos ao lado dos seus nomes. • Na hora do sorteio, antes de anunciar o número sorteado, fale sobre o prêmio que o vencedor receberá. • Não é necessário que o ganhador esteja presente na hora do sorteio. O cupom vencedor poderá ser fixado no quadro e o ganhador pegará seu prêmio mais tarde. Promovendo o jogo • Exponha os prêmios que serão sorteados de forma que os vendedores possam vê-los e tocá-los. • Certifique-se de que todos saibam quando será realizado o Grande Sorteio. • Toque um sino, sopre uma corneta, anuncie quando alguém atingir uma meta e ganhar muitos cupons.

Calendário de Seminários do Grupo Friedman PART – Programa de Atração e Retenção de Talentos 16 A 18 DE SETEMBRO – São Paulo – Hotel Quality Jardins 19 DE SETEMBRO A 1º DE OUTUBRO – São Paulo – Hotel Quality Jardins PTG – Programa de Treinamento de Gerentes 22 a 24 de setembro – São Paulo – Hotel Quality Jardins TVV – Treinamento de Vendas para o Varejo 25 DE SETEMBRO – Salvador – Mercure Salvador Rio Vermelho 2 de outubro – São Paulo – Hotel Quality Jardins PSL – Programa de Supervisão de Lojas 7 A 9 DE OUTUBRO – Rio de Janeiro – Hotel South American 21 A 23 DE OUTUBRO – São Paulo – Hotel Quality Jardins

MATERIAL PRODUZIDO PELO

Rua da Assembléia, 10 - Sala 2513 - Centro - CEP 20011-901 - Rio de Janeiro - RJ - Fone: 0800 704-4407 Fax: (21) 2156-8861 www. friedman.com.br

Incentivar a venda de itens específicos como uma nova coleção, um novo produto ou um item de baixo giro através de jogos e competições. Essa é a proposta da seção Jogo Friedman: disponibilizar a cada edição um jogo diferente para ajudar você a melhorar uma estatística ou um procedimento de vendas na sua loja. O material é extraído do Manual de Jogos & Competições para o Varejo do Grupo Friedman, uma coletânea de jogos e competições especialmente elaborados para aprimorar a performance no salão de vendas. O manual completo pode ser adquirido na loja virtual do site www.friedman.com.br

premiações • Prêmios de pequeno, médio e grande valor. materiais e recursos necessários • Talões com cupom em 2 vias. • Quadro de avisos com duas listagens: uma das metas de vendas a serem atingidas e seus respectivos valores, outra com os nomes dos seus vendedores e o número de cupons que cada um ganhou. • Uma urna grande e transparente para juntar os cupons a serem sorteados.

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Bússola Sebrae Ferramenta conta com 1.057 usuários no Sistema; a meta é fazer com que haja 2 mil usuários Uma ferramenta que oferece atendimento ainda mais qualificado e possibilita que o cliente obtenha informações capazes de lhe dar uma base

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maior para criar ou ampliar o seu negócio. Esse é o perfil da Bússola Sebrae, que começou a ser implementada em novembro de 2007 e ganhou nova versão, no formato web 2.0. A Bússola abriu novos horizontes nos pontos de atendimento. Quem está na ponta, nos estados, atesta o sucesso da ferramenta em oferecer um atendimento cada vez mais qualificado ao cliente. O Sebrae em

Minas Gerais implementou o recurso em março e já registrou mais de 300 atendimentos só na região metropolitana de Belo Horizonte. Danielle Andrade, que trabalha no Ponto de Atendimento no Centro da capital mineira, diz que a Bússola soma-se a outros produtos da instituição para possibilitar uma tomada de decisão mais qualificada na abertura de negócios. O Sebrae em Minas re-

Empreender Informe do Sebrae Setembro empreendedor

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pesquisa alizou ampla divulgação da ferramenta, o que motivou a demanda nos postos do estado. Segundo Danielle, os clientes saem bastante satisfeitos. “Várias pessoas retornam para buscar mais informações sobre os dados e relatórios que passamos”, conta. Breno Barony, gestor da ferramenta em Minas, revela que criou o Manual de Procedimentos para a Bússola Sebrae no estado. O material foi elaborado em parceria com a equipe da Central de Relacionamento e prevê, por exemplo, a assinatura de um termo de conhecimento pelo cliente, para que ele tenha ciência do real potencial da Bússola e assim sejam evitados problemas jurídicos. O manual também orienta que, ao buscar o atendimento da Bússola em Minas, o empreendedor deve responder a um breve questionário sobre seu ramo de atividade, o público-alvo que busca e se já possui um endereço para o futuro negócio. Esses dados são inseridos no sistema, que oferecerá as informações georreferenciadas buscadas pelo empreendedor. Em Goiás, a Bússola começou a ser usada em fevereiro de 2008. Nesse ano, houve 1 mil atendimentos com a nova ferramenta. A gestora estadual, Juliana Borges, chama a atenção sobre a relevância do número devido ao montante de dados analisados. “Os atendimentos duram em torno de duas horas e chegam a ser quase uma consultoria”, observa. O Rio Grande do Sul utiliza a Bússola desde que a ferramenta chegou ao Sistema, em novembro de 2007. Viviane Ferran informa que na instituição há mais de 100 usuários da ferramenta. A unidade no estado realizou algumas ações para divulgar

a Bússola, entre elas a confecção de banners e fôlderes e a produção de um filme educativo para clientes e funcionários. O Sebrae/RS também realizou palestras em universidades para expor a ferramenta de georreferenciamento. Passo a passo Para acessar a versão web 2.0 os usuários devem utilizar senha e login já cadastrados. Caso não consigam, será necessário realizar ‘primeiro acesso’ na nova versão. O suporte para a Bússola pode ser obtido pelo e-mail suporte@cognatis.com.br ou pelo telefone (11) 3014-6201. “A Bússola 2.0 traz como novidades um layout com ambiente mais amigável e de fácil navegação. A nova versão destaca relatórios que reúnem na mesma impressão e visualização um gráfico e um mapa junto às informações de pesquisa que o empresário busca”, informa a

gestora nacional da Bússola Sebrae, Andrea Faria. Entre as novidades da nova versão está a ausência de limite ou restrição para a área de estudo. A ferramenta também oferece fotos aéreas desses locais e permite que o usuário customize símbolos, cores, especificações e relatórios de pesquisa de acordo com as suas necessidades e características locais. A Bússola Sebrae conta com 1.057 usuários no Sistema. A meta é fazer com que haja 2 mil usuários. O Rio Grande do Sul é a unidade que mais utiliza a ferramenta, seguido, de Goiás, Minas Gerais, Espírito Santo, Ceará, Pernambuco, Bahia, Paraná, Maranhão e Rio de Janeiro. A Unidade de Atendimento Individual desenvolve em parceria com a Universidade Corporativa Sebrae e a Unidade de Gestão de Pessoas do Nacional uma alternativa de capacitação sistemática aos usuários da Bússola Sebrae em todo o Brasil.

Setembro Informe do Sebrae Empreender setembro 2009

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agenda

Jardim internacional : De 24 a 27/09/2009

Fiaflora Expogarden 2009 – Feira Internacional de Paisagismo, Jardinagem e Floricultura Centro de Exposições Anhembi – São Paulo – SP www.fiaflora.com.br A feira internacional de negócios de paisagismo, jardinagem, lazer e floricultura reúne produtores de plantas, distribuidores, arquitetos e paisagistas. Há exposição de flores, plantas ornamentais, acessórios para jardinagem e móveis para áreas externas.

: De 14 a 16/09/09

10ª Expo.Logística 2009 – Feira de Produtos, Serviços e Soluções para Logística Hotel InterContinental – Rio de Janeiro – RJ www.expologistica.com.br

A Expo.Logística apresenta lançamentos em produtos, serviços e soluções. É considerada um dos principais pontos de encontro dos executivos do setor. Durante a feira é realizado o 15º Fórum Internacional de Logística em que são apresentados casos de sucesso e são divulgadas pesquisas sobre a área.

: De 17 a 18/09/2009

Encontro Comercial Braztoa 2009 Centro de Convenções Frei Caneca – São Paulo – SP www.braztoa.com.br

A Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa) promove a 32ª edição do encontro comercial para agentes de viagens. Este ano, o tema do debate é comunicação e marketing no turismo. São esperados mais de 100 expositores entre operadoras de turismo, companhias aéreas, hotéis e locadoras.

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: De 23 a 27/09/2009

: De 1º a 3/10/2009

Maior feira de música da América Latina. Apresenta lançamentos em instrumentos musicais, áudio, iluminação e acessórios. Nos dias 23 e 24 a feira é restrita aos profissionais do setor. De 25 a 27, a Expomusic é aberta ao público.

A Rio Franchising Business é uma das maiores feiras do setor. Um espaço ideal para quem quer ampliar sua rede de franquias ou começar um negócio próprio. Reúne as principais redes do País, empreendedores e investidores.

Expomusic – Feira Internacional da Música Expo Center Norte – São Paulo – SP www.expomusic.com.br

Rio Franchising Business 2009 Pavilhão de Exposições do Riocentro – Rio de Janeiro – RJ www.riofranchisingbusiness.com.br

: De 27 a 29/10/2009 : De 25 a 26/09/2009

Táxi Point – Feira Brasileira dos Fornecedores para o Setor de Táxi Centro de Exposições Imigrantes – São Paulo – SP www.feirataxipoint.com.br

Segunda edição da Táxi Point, feira voltada para o setor de táxis. Há exposição de automóveis, peças, pneus, GPS, conversores de combustível, seguros e assistência técnica. Durante o evento são realizadas palestras sobre a qualidade do atendimento, a tecnologia GPS e a suspensão e cassação da habilitação.

Simpósio Internacional de Soluções de Negócios em RFID Hotel Unique (São Paulo) e Centro de Excelência em RFID da HP Brasil (Piracicaba) – SP www.simposiorfid.com.br

A quarta edição do Simpósio Internacional de Soluções de Negócios em RFID tem como convidado de honra o Ph.D. Ben M. Bensaou, membro do Blue Ocean Strategy Network da Insead. O pesquisador fala da estratégia do oceano azul com foco em inovação de valor, diferenciação e redução de custos. No dia 27, é realizado o Encontro das Universidades em que são apresentados trabalhos sobre identificação por radiofrequência. setembro 2009


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e-empreendedor Interatividade

Microblog Empreendedor

Confira alguns comentários de internautas que geraram polêmica sobre matérias que trataram da redução da jor-

Grandes empresas já despertaram para os bene-

nada de trabalho:

fícios do Twitter, novo canal de comunicação da internet que permite aos usuários enviarem e le-

É claro que não é viável mudar a carga horária de tra-

rem textos de até 140 caracteres. O microblog é o

balho, mas tem que se pensar em algum benefício

mais recente meio de divulgar uma marca, ouvir a

para o trabalhador. Será que só manter o emprego é

opinião dos clientes sobre os produtos e serviços e

suficiente? O valor da hora extra de 50% para 75% já

proporcionar soluções imediatas aos anseios dos

seria um bom começo para o funcionário se sentir mais

consumidores. Para divulgar com mais rapidez seus

valorizado. Alguma injeção de ânimo tem que ter.

principais conteúdos editoriais e provocar a troca de

Luciano Januário de Almeida sobre a repor-

ideias sobre empreendedorismo e negócios, o site

tagem: Redução da jornada de trabalho pode

Empreendedor também lançou seu perfil no Twitter,

trazer consequências à economia

em outubro de 2008. Com uma média de sete tweets publicados por dia e

Não vejo qual o sentido da diminuição da carga de tra-

mais de 800 seguidores, o microblog do site Empre-

balho. É de fato comum que o puro trabalhador luta

endedor comemora o bom resultado para um portal

por uma recompensa gloriosa ao longo da vida, que é

especializado em empreendedorismo. Através do endereço http://twitter.com/empreendedor é possível acom-

a estabilidade e certeza de ocupação no mercado. Di-

panhar, opinar e recomendar as últimas reportagens, artigos, entrevistas e perfis publicados no portal.

minuir a carga de trabalho ocasiona mais contratações,

Para ter acesso ao microblog do site Empreendedor é preciso ter um cadastro no Twitter, o que pode ser reali-

porém de maneira negativa e não positiva. O certo é,

zado através do endereço http://twitter.com/login. Depois é só participar, interagir e ser mais um integrante

como cita no artigo, alavancagem de economia, gerar

da lista dos seguidores empreendedores.

demanda para então gerar contratação e não forçar uma situação de custo a mais com funcionário. Rafael Moreira sobre o artigo: Redução da jor-

Enquete

nada de trabalho pode trazer consequências à economia

A última enquete do site Empreendedor quis saber qual a opinião dos internautas sobre a diferença de preço entre pagar à vista com dinheiro e com cartão de crédito. Confira o resul-

Essa proposta de diminuir para 40 horas prevê mesmo

tado:

g

a redução dos salários? Acho que isso seria contra a CLT,

Concordo, pois assim os comerciantes não precisarão esperar 30 dias para

receber o pagamento

g Não concordo, pois os consumidores serão prejudicados, já que terão que usar somente dinheiro ou cheque

que prevê a irredutibilidade do salário.

54,07%

Vanessa sobre o artigo: Redução da jornada

46% 45,93%

54%

de trabalho pode trazer consequências à economia

Os empresários visam sempre lucros cada vez maiores

Redução da jornada Participe da nova enquete do site Empreendedor respondendo: Qual sua opinião sobre a redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais? Para participar acesse o

e esquecem que uma redução na jornada de trabalho melhorará muito a qualidade de vida das pessoas. O crescimento econômico de um país não pode sacrificar a qualidade de vida e saúde do povo. Gustavo sobre a reportagem: Entidades se mobilizam pela aprovação da jornada de trabalho de 40 horas

endereço: www.empreendedor.com.br/enquete.

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