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Jordana Trentin, da loja Trenteen e presidente da CDL Jovem de Caxias do Sul (RS)

caçadores de

oportunidades Comércio é o setor onde mais pessoas identificam chances de sucesso para abrir uma empresa no Brasil entrevista Estanislau Maria, do Akatu: o poder do consumidor consciente

E-commerce Google lança programa para facilitar acesso de empresas na web

Perfil Liga Retrô, a loja que começou na internet para só depois se dirigente Lojista juLho 2011 1 instalar nas ruas l

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DIrETorIa CnDl

NESTA ediçÃo

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varejo brasileiro, no que se refere ao empreendedorismo, tem duas faces. Se por um lado é o setor que mais atrai pessoas que abrem um negócio para explorar uma oportunidade de mercado, por outro é o que mais abriga aqueles que empreendem por mera necessidade de gerar renda. A dualidade pode ser explicada pelo fato do comércio exigir investimentos iniciais menores e tecnologias mais acessíveis. No entanto, exige um preparo cada vez maior, pois está se tornando uma atividade bastante complexa e sofisticada para atender consumidores atentos aos serviços e diferenciais oferecidos pelo lojista. Planejar e inovar é essencial para se manter no mercado. Responsável por implantar e difundir novas tendências de consumo junto à sociedade, o varejo atual acaba se transformando num celeiro de oportunidades. Apesar de ter mais chances de sucesso que um negócio por necessidade, não deixa de exigir capacidade de realização, iniciativa, persistência, eficiência e comprometimento com a qualidade. As palavras do presidente da FCDL gaúcha, Vítor Koch, reproduzidas pela jornalista Cléia Schmitz na matéria de capa desta edição, definem muito bem o varejista empreendedor: “Não basta ser dono do próprio negócio, é preciso romper paradigmas, buscar novos conceitos e trabalhar com foco no futuro e na sustentabilidade do negócio”. alexsandro Vanin Editor 4

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PrESIDEnTE Roque Pellizzaro Junior 1º. VICE-PrESIDEnTE Vítor Augusto Koch VICE-PrESIDEnTE Adão Henrique VICE-PrESIDEnTE Francisco Honório Pinheiro Alves VICE-PrESIDEnTE Geraldo César de Araújo VICE-PrESIDEnTE José César da Costa VICE-PrESIDEnTE Melchior Luiz Duarte de Abreu DIrETor aDMInISTraTIVo E FInanCEIro Silvio Antônio de Vasconcelos Souza DIrETor Do DaSPC Roberto Alfeu Pena Gomes DIrETor CDl jovem Samuel Torres de Vasconcelos DIrETorES Ralph Baraúna Assayag, Maurício Stainoff, Sergio Alexandre Medeiros, Jair Francisco Gomes, Marcelo Caetano Rosado Maia Batista, Mustafá Morhy Júnior, Paulo Gasparoto, Ilson Xavier Bozi, Maria do Socorro Teixeira Noronha, Antônio Xará, Fernando Luis Palaoro, Francisco Regis Cavalcanti Dias DIrETorIaS ESPECIaIS Adilson Schuenke Emanuel Silva Pereira Celso Vilela Guimarães Geovanne Telles Valdir Luiz Della Giustinna Marcelo Sales Antoine Youssef Tawil José Manoel Ramos Egnaldo Pedro da Silva

Geruza Lúcia de Nazareth, Francisco Freitas Cordeiro, Álvaro Cordoval de Carvalho ConSElho FISCal Alberto Fontoura Nogueira da Cruz, Eduardo Melo Catão e Marcelino Campos (membros efetivos); Jayme Tassinari, Milton Araújo e Divino José Dias (suplentes) SuPErInTEnDEnTE André Luiz Pellizzaro SuPErVISÃo Luiz Santana ConSElho DElIBEraTIVo Do SPC BraSIl PrESIDEnTE Itamar José da Silva VICE-PrESIDEnTE José César da Costa ConSElho DE aDMInISTraÇÃo Do SPC BraSIl PrESIDEnTE Roberto Alfeu VICE-PrESIDEnTE Melchior L. D. de Abreu Filho DIrETor FInanCEIro Silvio Antônio de Vasconcelos Souza VICE-DIrETor FInanCEIro Marcelo Salles Barbosa DIrETor DE CoMunICaÇÃo Dr. Francisco de Freitas SuPErInTEnDEnTE Nival Martins Júnior

ConSElho SuPErIor Romão Tavares da Rocha, Aliomar Luciano dos Santos,

ConSElho FISCal Do SPC BraSIl Luiz Antônio Kuyava, Maria do Socorro Teixeira Noronha, Antoine Yossef Tawil

aSSInE a DIrIGEnTE lojISTa (61) 3213 2000 | assinatura.dirigentelojista@cndl.org.br | www.cndl.org.br

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a revista Dirigente lojista é produzida pela Editora Empreendedor DIrETor-EDITor Acari Amorim acari@empreendedor.com.br DIrETor DE CoMErCIalIZaÇÃo E MarKETInG Geraldo Nilson de Azevedo geraldo@empreendedor.com.br rEDaÇÃo dirigentelojista@empreendedor.com.br EDIÇÃo-EXECuTIVa Alexsandro Vanin rEPorTaGEM Camila Stähelin, Cléia Schmitz, Mateus Boing e Mônica Pupo EDIÇÃo DE arTE Gustavo Cabral Vaz ProjETo GrÁFICo Wilson Williams rEVISÃo Lu Coelho EDITora Do PorTal Da CnDl Ana Paula Meurer EDITora Do PorTal EMPrEEnDEDor Carla Kempinski SEDES São Paulo DIrETor CoMErCIal Fernando Sant’Anna Borba fernandoborba@empreendedor.com.br EXECuTIVoS DE ConTaS Osmar Escada Junior, Gerson Cândido dos Santos e Ana Carolina Canton de Lima Rua Sabará, 566 – 9º andar – conjunto 92 – Higienópolis 01239-010 – São Paulo – SP Fone: (11) 3214-1020 empreendedorsp@empreendedor.com.br Florianópolis EXECuTIVa DE aTEnDIMEnTo Joana Amorim anuncios@empreendedor.com.br Rua Padre Lourenço Rodrigues de Andrade, 496 Santo Antônio de Lisboa – 88053-400 – Florianópolis – SC Fone: (48) 3371-8666 CEnTral DE CoMunICaÇÃo Rua Anita Garibaldi, nº 79, sala 601 - Centro Fone: (48) 3216-0600 E-mail: comercial@centralcomunicacao.com.br

ESCrITÓrIoS rEGIonaIS rio de janeiro Rua São José, 40 – 4º andar – Centro 20010-020 – Rio de Janeiro – RJ Fones: (21) 2611-7996 / 9607-7910 milla@triunvirato.com.br Brasília Ulysses C. B. Cava Condomínio Ville de Montagne, Q. 01 Casa 81 - Lago Sul - 71680-357 - Brasília - DF Fones: (61) 9975-6660 / 3367-0180 ulyssescava@gmail.com rio Grande do Sul Flávio Duarte Rua Silveiro 1301/104 – Morro Santa Tereza 90850-000 – Porto Alegre – RS Fone: (51) 3392-7767 commercializare@terra.com.br Paraná Merconeti Representação de Veículos de Comunicação Ltda / Ricardo Takiguti Rua Dep. Atílio Almeida Barbosa, 76 – conjunto 3 Boa Vista – 82560-460 – Curitiba – PR Fone: (41) 3079-4666 ricardo@merconeti.com.br Pernambuco HM Consultoria em Varejo Ltda / Hamilton Marcondes Rua Ribeiro de Brito, 1111 – conjunto 605 – Boa Viagem 51021-310 – Recife – PE – Fone: (81) 3327-3384 hmconsultoria@hmconsultoria.com.br Minas Gerais SBF Representações / Sérgio Bernardes Faria Av. Getúlio Vargas, 1300 – 17º andar – conjunto 1704 30112-021 – Belo Horizonte – MG Fones: (31) 2125-2900 / 2125-2927 sbfaria@sbfpublicidade.com.br ProDuÇÃo GrÁFICa Teixeira Gráfica e Editora

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A O S

L O J I S T A S

A DURA REALIDADE DOS

loJistas de sHoppinGs a

expansão de shoppings no País é um fato incontestável que se traduz em números objetivos. De acordo com a Abrasce (Associação Brasileira de Shopping Centers), atualmente existem 408 shoppings em funcionamento, totalizando 9,3 milhões de metros quadrados de lojas. Em 2010, o setor obteve um faturamento de R$ 87 bilhões, ante R$ 74 bilhões de 2009, um aumento de 17,5%. São mais de 73 mil lojas instaladas nestes centros de compras, gerando 732 mil empregos diretos. Apesar da grandeza desses números, para a imensa maioria dos lojistas de shoppings no Brasil, no entanto, nem tudo são flores. Há grandes queixas nesta relação. O contrato, por exemplo, é atípico, de adesão e padrão em todo o País, não sendo permitida qualquer alteração em suas cláusulas. É o único negócio no mercado que não possui qualquer regulação. Preocupa também o fato de que a única situação em que a Lei do Inquilinato não se aplica é na relação empreendedores e lojistas de shoppings. Fruto desta rigidez e inflexibilidade, a grande maioria, constituída de empreendimentos de pequeno e médio portes, não consegue sobreviver mais do que cinco anos. Segundo pesquisa recente, realizada pelo Conselho Nacional de Entidades do Comércio de Shopping Center (Conecs), que entrevistou 600 lojistas de shop-

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“É preciso uma mobilização permanente para que os lojistas conquistem o espaço de que são merecedores” roQue pelliZZaro Junior Presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL)

pings no Brasil, dentre as dificuldades impostas pelos contratos de locações estão: cobrança de aluguel em dobro no mês de dezembro de cada ano; reajuste anual acima do índice de inflação oficial (INPC/IBGE), cobrança de aluguéis progressivos e complementares; cobrança de taxa de transferência de locação ou rescisão antecipada, cujo valor pode variar entre 10 e 20 aluguéis mensais, entre outros. O fato é que os grandes grupos de empreendedores de shoppings possuem força política para manter seus contratos blindados, além de contar com a participação de investidores estrangeiros, abertura de capital na bolsa de valores, fundos imobiliários, fundos de pensões e apoio do BNDES.

Tramitam no Congresso Nacional projetos de lei que propõem um equilíbrio nesta relação. É preciso uma mobilização permanente, um grande debate e um diálogo franco e aberto para que os lojistas consigam conquistar não apenas um espaço físico, mas um espaço de respeito e justiça de que são merecedores. A CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas), o Conecs, as federações de CDLs e as Câmaras de Dirigentes Lojistas pedem aos parlamentares que sejam sensíveis ao solicitado para que a relação proprietários de shoppings e lojistas seja harmonizada, possibilitando, assim, um crescimento saudável para ambas as partes deste importante segmento de mercado.


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E-commerce O Google lançou, em parceria com o Sebrae e empresas de referência no mercado, o programa Conecte Seu Negócio, que visa facilitar e ampliar a entrada de empresários no mundo web. Veja como participar.

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Entrevista O coordenador de comunicação do Instituto Akatu, Estanislau Maria, fala sobre o consumidor consciente e como ele pode influenciar as vendas, não apenas pelo boicote, mas principalmente pela fidelidade e recomendação.

Perfil Conheça a história da Liga Retrô, loja que fez o caminho inverso: começou exclusivamente na internet e depois migrou para as ruas, onde repete o sucesso de venda de artigos esportivos com inspiração clássica.

Projeto de Loja A Di Fatto Interiores traz o conceito butique para arquitetos, designers de interiores e decoradores de Joinville (SC). Confira o estilo da loja, que conta com um showroom da Mosarte e espaço gourmet.


SEÇÕES 6

Aos Lojistas

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Tecnovarejo

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Brasil Lojista

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Informe Jurídico

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Leitura

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Agenda

22 Reportagem de capa O varejo é a principal porta de entrada de novos empreendedores no Brasil. O setor é a principal escolha tanto de brasileiros que empreendem por oportunidade de mercado – e por isso têm maiores chances de sucesso – quanto por aqueles que abrem um negócio por mera necessidade de gerar renda. Mas, independente da motivação, é preciso planejar e inovar.

OPINIÃO 56

Banho de Loja, por Kátia Bello

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De Olho no Cliente, por Luciana Carmo

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Ponto de Venda, por Caio Camargo

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E N T R E V I S T A

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estanislau Maria | Akatu

CÍRCULO

virtuoso por mateus boinG

No tupi, ‘akatu’ significa ao mesmo tempo semente boa e mundo melhor. Criado há dez anos no âmbito do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, o Instituto Akatu é uma organização nãogovernamental, sem fins lucrativos, que trabalha pelo consumo consciente. Na entrevista a seguir, o coordenador de comunicação do Akatu, Estanislau Maria, fala sobre o que se espera de um consumidor consciente, como ele pode influenciar positivamente as empresas, como o País está evoluindo nesse sentido e qual o principal obstáculo para o Brasil consumir de forma sustentável, entre outros assuntos. dirigente Lojista l juLho 2011 l 11


E N T R E V I S T A

Dirigente Lojista – O que é um consumidor consciente? O que se espera dele? Estanislau Maria – Consumidor consciente é aquele que tem noção dos impactos que o seu consumo produz nele próprio, na família, na economia, na cidade e no meio ambiente. E não só isso. Ele procura reduzir os impactos negativos e ampliar os impactos positivos porque assim melhora a qualidade de vida, fortalece a economia e contribui para a sustentabilidade, ou seja, para a melhoria do meio ambiente. Dirigente Lojista – O que dá mais resultado: boicotar produtos de empresas nocivas ao meio ambiente e à sociedade ou dar preferência a produtos de empresas social e ambientalmente corretas? Estanislau Maria – No caso do boicote, não vale a pena apenas boicotar, mas forçar a limpeza da cadeia produtiva. O ideal não é tirar um agente do mercado porque daí reduzo a economia. Muitas vezes acaba-se comprando uma calça jeans mais barata, por exemplo, porque é uma cadeia suja, em que há imposto sonegado ou trabalhadores explorados, e o custo acaba caindo, mas o custo ambiental é enorme e o custo social maior ainda. Por outro lado, é preciso valorizar empresas com comportamento responsável. Comprar mais delas, contar para os amigos: olha, o meu supermercado recicla os resíduos e revende carne certificada, minha loja de eletrodomésticos não explora os trabalhadores. Cria-se um círculo virtuoso. Da

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mesma maneira que o consumidor deve boicotar, deve divulgar que a empresa é responsável. Vale a pena valorizar porque se cumpre os preceitos da sustentabilidade.

Temos que fazer um trabalho paralelo: ampliar a educação formal da população e ao mesmo tempo levar as mensagens e os conteúdos do consumo consciente para que a população possa começar a se conscientizar

Dirigente Lojista – Estaríamos em que posição num ranking hipotético do consumo consciente no mundo? Ou, por outra, como está o Brasil nessa área em relação a outros países? Estanislau Maria – Não há um movimento mundial organizado do consumo consciente. O que posso falar é de impressões. Vemos um movimento muito grande de conscientização na Europa. O consumo do europeu está mais conscientizado que o do brasileiro, até por uma diferença básica: educação. Na América, o Brasil estaria atrás do Canadá, mas em relação a outros países está em pé de igualdade. Em outras áreas, como direito do consumidor, a gente está até na frente. A lei brasileira obriga a colocar na embalagem do produto a quantidade de gordura trans ou o carimbo livre de gordura trans. No México não tem isso. Na Argentina os produtos não vêm com data de validade, como determina o nosso código do consumidor. O Brasil está até mais à frente dos Estados Unidos, se for comparar a nossa pegada ecológica com a sociedade de consumo americano. Os EUA têm um impacto muito maior no meio ambiente, são uma sociedade muito mais consumista que a nossa. Mas, no geral, o Brasil está na média. Só perde para o nível de consciência do canadense. E perdemos por cau-


sa do nível de educação. Eles têm mais anos de escolaridade e nível de qualidade melhor. Dirigente Lojista – No ranking de educação da Unesco, o Brasil ocupa o 88º lugar entre 127 países. Como criar consumidores conscientes num país deficiente em educação? Estanislau Maria – Esse é o grande problema hoje. É o problema do Brasil para todas as áreas. Temos que fazer um trabalho paralelo: ampliar a educação formal da população e ao mesmo tempo levar as mensagens e os conteúdos do consumo consciente para que a população possa começar a se conscientizar. Hoje a questão da qualidade de vida nas cidades, o excesso de poluição, o excesso de carros, a violência, o trabalho exagerado, o problema na coleta e reposição dos resíduos já são tão grandes que não podemos esperar aumentar a educação da população para depois começar a trabalhar na conscientização do consumo consciente. O processo tem que ser paralelo. Mas o maior problema hoje é esse: a falta de educação formal. Dirigente Lojista – Que impacto teve o aumento do poder aquisitivo das classes C e D no perfil do consumidor brasileiro? Estanislau Maria – Segundo a Fundação Getulio Vargas do Rio, em pesquisa divulgada recentemente, o governo Lula colocou 40 milhões de pessoas na chamada nova classe C. Houve um ganho de renda muito grande nessa faixa, que tinha um

mero de consumidores conscientes. Esse é um dado positivo.

Há um percentual alto de pessoas com valores do consumo consciente, mas para partir da consciência para a mobilização você precisa de uma força para tirá-las da inércia. Informação e exemplo são as melhores armas

consumo represado. Havia necessidades básicas muito grandes que não podiam ser satisfeitas por causa do limite de renda. Daí que tivemos um aumento grande na fatia dos chamados consumidores indiferentes. Por outro lado, na pesquisa de 2006 do Akatu sobre o perfil do consumidor brasileiro tínhamos 5% na categoria dos conscientes, que é o núcleo mais duro, são os influenciadores, aqueles que já tomaram consciência do consumo, já mudaram os atos de consumo diário, já influenciaram outras pessoas. Na pesquisa de 2010, esse grupo permaneceu em 5%, mesmo com o crescimento enorme no consumo e inclusão de uma parcela enorme com necessidades represadas. Se considerarmos que a população cresceu de 2006 para 2010, mantidos os 5%, quer dizer que, em números absolutos, aumentou o nú-

Dirigente Lojista – Como fazer com que o consumidor não apenas adquira valores de consumo consciente, mas também coloque em prática e divulgue a causa? Estanislau Maria – Há uma diferença entre valores do consumo consciente e comportamento do consumo consciente. O Akatu trabalha em três níveis: sensibilização, conscientização e mobilização. Então, há um percentual alto de pessoas com valores do consumo consciente, mas para partir da consciência para a mobilização, da teoria para a prática, você precisa de uma força para tirá-las da inércia. E a informação é a melhor arma. Informação e exemplo. O consumidor que tem essa consciência mas ainda não a põe em prática, quando vir os resultados que vizinhos, amigos obtiveram vai pensar que é possível fazer a mesma coisa. Então são dois os pontos: é o exemplo, uma comunidade de referência, pessoas que influenciam, o reforço positivo, como dizem os psicólogos. E informação, porque muitas vezes as pessoas dizem: eu concordo com as questões do consumo consciente, concordo que tenho que vigiar meus fornecedores e cobrar que eles tenham responsabilidade social e ambiental. Mas como fazer isso, tem selo? Como sei que a carne que eu compro tem origem legal ou não? A comunidade de referência, que reforça a atitude dele, e sobretudo a informação levam a uma convergência do percentual de consciência e do percentual de comportamento para o consumo.

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PORTA DE

entrada Comércio é a principal escolha tanto de brasileiros que empreendem por oportunidade quanto por aqueles que abrem negócio por mera necessidade por Cléia sChmitZ

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varejo é a principal porta de entrada de novos empreendedores no Brasil. A conclusão é da última Pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM 2010 – 11ª edição), realizada no Brasil pelo Instituto Brasileiro da Qualidade e Produtividade (IBQP) em parceria com o Sebrae. O estudo mostra que o Brasil é um país cada vez mais empreendedor e o comércio é a atividade onde mais se enxergam chances de sucesso. De cada 100 empresários que abrem negócios por perceberem uma oportunidade de mercado, 25 se tornam donos de lojas. Mas o comércio também é a escolha de 26% dos empreendedores que montam uma empresa por mera necessidade de gerar renda. Esses dados da Pesquisa GEM re14

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velam duas faces do varejo no Brasil: de um lado, um número crescente de negócios que tendem a ser mais promissores por terem sido criados com base em necessidades do mercado; de outro, lojas que, em geral, têm baixa expectativa de vida – afinal, só foram abertas porque seus empreendedores não encontraram outra opção para ganhar dinheiro. “É claro que as empresas criadas por necessidade podem virar grandes negócios, mas os empreendedores por oportunidade tendem a ser mais bem-sucedidos porque estão melhor direcionados”, explica Romeu Friedlaender, economista do IBQP. O comércio varejista também responde pela maioria das microempresas no Brasil. De acordo com o Sebrae, a atividade representa 52%


olHar atento Foi observando o interesse dos clientes na loja da mãe que Jordana Trentin decidiu apostar num novo negócio: uma loja de “soluções para presentes”, a Trenteen

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Varejo tem crescido a taxas até maiores do que o piB nos últimos anos

Divulgação Mixxer

do total desses negócios, seguido do setor de serviços, com 33%, e da indústria, com 11%. Para se ter uma ideia da importância dessa representatividade, as micro e pequenas empresas (MPEs) geraram mais de 68% do total de empregos criados no País em maio passado, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego. O varejo também lidera o número de empreendedores individuais (EI) formalizados, com 39% das adesões a esta nova

figura jurídica, criada em 2009. Especialista em varejo, o consultor Eugênio Foganholo lista duas razões para o comércio despertar o interesse de tantos empreendedores brasileiros. “A primeira é que os investidores estão percebendo que o varejo está crescendo a taxas até maiores do que o PIB (Produto Interno Bruto), o que de fato tem acontecido nos últimos anos”, destaca Foganholo. No ano passado, segundo dados da Pesquisa Mensal do Comércio, realizada pelo IBGE, as vendas do comércio brasileiro acumularam um crescimento de 10,9% em comparação aos resultados de 2009. No mesmo período, a receita nominal apresentou uma evolução de 14,5%.

acesso fácil

euGÊnio foGanHolo Varejo permite investimentos iniciais relativamente modestos e tecnologias mais acessíveis 16

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Segundo Foganholo, a outra razão para a atividade varejista ser escolhida por 25% dos novos empreendedores é o fato dela apresentar baixa barreira de entrada. “O varejo permite investimentos iniciais relativamente modestos e tecnologias mais acessíveis”, explica. De fato, a 11ª GEM mostrou que 58,1% dos empreendimentos que fizeram parte do universo da pesquisa demandaram investimentos de menos de R$ 10 mil para serem abertos. Apenas 18,9% deles exigiram gastos superiores a R$ 30 mil. A pesquisa também mostrou que 36% dos valores usados para abrir o negócio eram de capital próprio. Nos Estados Unidos, esse percentual é de 86%, e na China, 67%. Para Vítor Koch, presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Sul (FCDL/ RS) e do Conselho Deliberativo do Se-


brae no estado gaúcho, esta postura empreendedora observada no setor de comércio reflete as mudanças ocorridas no varejo nos últimos anos e também as que estão por vir – novas tecnologias e, sobretudo, a importância cada vez maior do controle das informações. “O varejo tem sido responsável por implantar e difundir as novas tendências do consumo junto à sociedade e, por isso, se coloca como importante elo entre o setor industrial e o consumidor”, avalia Koch. O dirigente afirma que o cenário exigido para o varejo atual é totalmente compatível com as características necessárias ao empreendedorismo – capacidade de realização, iniciativa, persistência, eficiência e comprometimento com a qualidade. “Não basta ser dono do próprio negócio, é preciso romper paradigmas, buscar novos conceitos e trabalhar com foco no futuro e na sustentabilidade do negócio”, destaca Koch. No final do ano passado, a FCDL/RS lançou o programa Q Comércio, cuja proposta é levar os critérios de qualidade estabelecidos pela Fundação Nacional da Qualidade (FNQ) aos 75 mil lojistas associados à federação. O programa utiliza um software especialmente direcionado para as atividades de gestão de projetos e processos das empresas. Desta forma, é possível trabalhar com indicadores referências e, assim, verificar e analisar os pontos que precisam ser desenvolvidos ou aqueles que estão com nível de excelência adequado. As empresas que conquistarem desempenho de excelência em seus processos receberão o Certificado de

COMÉRCIO EMPREENDEDOR A 11ª edição da Pesquisa GEM constatou que o comércio é a atividade que mais oferece oportunidades aos novos empreendedores. De cada 100 empresários que abrem um negócio por oportunidade no Brasil, 25 são varejistas. A GEM colocou o Brasil como o país com a maior taxa empreendedora do G20 (grupo composto pelas maiores economias do mundo) e também do Bric (grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia e China). A taxa de empreendedores em estágio inicial (TEA) é de 17,5% da população adulta (18 a 64 anos), cerca de 21,1 milhões de brasileiros. Dados do Sebrae mostram que o comércio responde por 52% das microempresas brasileiras e por 39% dos empreendedores individuais formalizados. Em maio deste ano, as micro e pequenas empresas brasileiras foram responsáveis pela geração de mais de 68% de todos os empregos criados no mês. O comércio participou com 13,6% dos postos de trabalhos criados pelas MPEs.

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Qualidade emitido pela FCDL/RS e pela CDL local. Também conquistará o Selo de Qualidade para ser usado nas vitrinas de seus estabelecimentos a fim de mostrar a seus clientes e fornecedores que aquela loja alcançou grau de excelência. O consultor Eugênio Foganholo lembra que o comércio exige um preparo cada vez maior de seus donos, pois está se tornando uma atividade bastante complexa e sofisticada. Com o aumento da competitividade, nunca é demais reforçar que o consumidor está

O consumidor está mais exigente em relação aos produtos e preços e aos serviços e diferenciais oferecidos

Divulgação Sebrae

Bruno QuicK, do seBrae Políticas públicas com menos impostos e menos burocracia para que MPEs sobrevivam, prosperem e se desenvolvam

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mais exigente não só em relação a produtos e preços, mas principalmente quanto aos serviços e diferenciais oferecidos pelo lojista. “O problema é que aos olhos de quem está entrando, o varejo pode não parecer tão complexo quanto realmente é”, diz o consultor. Mas Foganholo acredita que é só uma questão de tempo para que esses empreendedores percebam a necessidade de planejarem seus negócios. “Antes de qualquer coisa, é preciso pesquisar a oferta local e definir claramente o tipo de público e de produto que a sua loja vai oferecer”, recomenda Foganholo. Mas não é só. Para o consultor, uma das principais condições para criar uma loja competitiva é que o lojista seja capaz de responder com segurança à seguinte pergunta: quais são as razões com que fará que o meu cliente venha à minha loja, ou seja, quais são os diferenciais que eu ofereço em relação aos concorrentes? “A meu ver, há uma profissionalização desses novos empreendedores, o que tende a criar mais condições de sobrevivência aos negócios.” O problema é que o Brasil aumentou sua taxa de empreendedorismo inicial, mas ainda investe pouco em educação empreendedora. Isso quer dizer que ainda tem muita gente abrindo negócio no escuro. “Quando o assunto é preparar para empreender, ainda estamos engatinhando”, afirma Juliano Seabra, diretor de Educação, Pesquisa e Cultura da Endeavor, instituição que trabalha pelo empreendedorismo de qualidade. Enquanto no Chile 40% dos adultos tiveram treinamento para montar seus negócios, no Brasil esse índice foi apenas de 9% e,


Divulgação FCDl/rS

destes, apenas 3% receberam orientação nas universidades.

Exemplo materno A lojista e presidente da CDL Jovem de Caxias do Sul (RS) Jordana Marcílio Trentin, 26 anos, teve a sorte de ter uma escola em casa. Desde os 16 anos ela trabalha na loja da mãe, Marli Trentin, um comércio de artigos de decoração e utilidades para o lar, em Caxias do Sul (RS). Começou como telefonista e hoje exerce a função de diretora administrativa. “Fiz administração de empresas, mas minha melhor faculdade foi na loja de minha mãe”, conta Jordana. E foi observando o interesse dos clientes por pequenos itens colocados na “boca” do caixa da loja que ela decidiu apostar num novo negócio: uma loja de “soluções para presentes”. Assim nasceu a Trenteen, focada em itens criativos e inusitados. O negócio ainda não c0mpletou um ano de vida, mas Jordana tem a segurança de quem fez a lição de casa antes de investir. “Pesquisei mercado, produto, fui a feiras. Mas iniciar um negócio não é nada fácil. Tive dificuldades em conseguir linhas de crédito e sei que, financeiramente, demora muito para dar retorno. Mas o público gostou muito da proposta”, afirma a lojista. Fascinada por varejo, Jordana garante que não pretende fazer outra coisa da vida. “Minha mãe ainda me pergunta se tenho certeza de que é isso que eu quero porque, afinal, o comércio é sacrificante, precisamos trabalhar muitas horas, inclusive fins de semana. Mas eu adoro o que faço e quero me especializar em varejo.” Assim como Jordana, o goiano

vÍtor KocH, da fcdl/rs Postura empreendedora observada no comércio reflete as mudanças ocorridas no varejo nos últimos anos e também as que estão por vir – novas tecnologias e, sobretudo, a importância cada vez maior do controle das informações

“É preciso romper paradigmas, buscar novos conceitos e trabalhar com foco na sustentabilidade do negócio”, diz Koch

Leandro Rodrigues Almeida também acabou empreendendo por uma necessidade do mercado. Dono de uma editora, seu pai tinha dificuldades na distribuição de livros e decidiu montar uma livraria para fazer a comercialização das obras. Hoje, a Leart atua como editora, distribuidora e livraria. “O varejo não tem operações simples, por isso, desde o início sempre procurei aprimorar meus conhecimentos administrativos”, conta Leandro. “Passei por muitos desafios para elaborar o plano de negócios. Muitos fracassaram porque eu estava muito envolvido no fazer a empresa e pouco no planejar”, reconhece o comerciante. dirigente Lojista l juLho 2011 l 19


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E M P R E E N D E D O R I S M O Divulgação Sílvio Simões/Sebrae

leandro rodriGues, da leart “O varejo não tem operações simples, por isso, desde o início sempre procurei aprimorar meus conhecimentos administrativos”

“Quando o assunto é preparar para empreender, ainda estamos engatinhando”, diz Juliano Seabra 20

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Já o pipoqueiro Valdir Novaki, 41 anos, passou 13 anos de sua vida planejando o que faria para se diferenciar da concorrência quando conseguisse a licença da prefeitura de Curitiba para montar um carrinho de pipoca. Hoje, cinco anos depois, ele ganhou fama por suas estratégias de venda: pipoca feita na hora, preço menor, cartão fidelidade e kit de higiene, composto por guardanapo, fio dental e bala de hortelã. “A ideia do kit surgiu no dia que vi uma cliente limpar a mão com o próprio saquinho da pipoca. Fiquei constrangido”, conta

Valdir. Diariamente, ele recebe cerca de 500 clientes fiéis e tantos outros que prefere não revelar. Valdir é um exemplo de empreendedor por necessidade. Ele conta que quando chegou do interior do estado a Curitiba, aos 18 anos, tinha sérias dificuldades em arranjar um emprego. “Eu tinha estudado só até a 4ª série e sabia que só conseguiria uma renda melhor com um negócio próprio.” Assim que conseguiu juntar dinheiro suficiente, comprou seu primeiro carrinho de pipoca e passou a atuar em eventos. Num fim de sema-


Divulgação la Imagen

diferenciais planeJados Valdir começou o negócio por necessidade, mas ganhou fama por suas estratégias de venda: pipoca feita na hora, preço menor, cartão fidelidade e kit de higiene

na conseguia tirar mais do que num mês de trabalho como manobrista num estacionamento. Recentemente, ele se formalizou como empreendedor individual e já faz planos para contratar um funcionário. “Depois que dei entrevista para a Globo, minha clientela triplicou.” Para o gerente da Unidade de Políticas Públicas do Sebrae, Bruno Quick, o empreendedorismo do comércio varejista e de todas as MPEs deveria ser melhor recompensado com um ambiente mais favorável a esses negócios. “A pequena em-

presa tem crédito com o País porque ela emprega na economia formal seis em cada dez trabalhadores. Entretanto, sua participação no PIB ainda é de apenas 20%. Essa equação não fecha”, argumenta. Para Quick, ter políticas públicas com menos impostos e menos burocracia para que elas sobrevivam, prosperem e se desenvolvam é fundamental para ter quantidade e qualidade de postos de trabalho. Só assim o alto índice de empreendedorismo do comércio poderá refletir em bons negócios tanto para seus proprietários quanto para o País.

“Pequena empresa tem crédito com o País porque emprega na economia formal seis em cada dez trabalhadores”, diz Quick dirigente Lojista l juLho 2011 l 21


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sua loJa NA WEB Projeto lançado no Brasil oferece suporte técnico e estratégico para a entrada das micro e pequenas empresas no mundo virtual por Camila stÄhelin

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CONECTE SEU NEGÓCIO Passo a passo

Vantagens

aperfeiçoamento

1. Acesse www.conecteseunegocio.com.br 2. Faça seu cadastro 3. Verifique se o domínio (nome do seu site) está disponível 4. Escolha o plano (detalhes como suporte de e-mail, ferramentas para analisar tráfego, dentre outros) 5. Desenhe sua página (escolha o modelo e as cores e fontes) 6. Divulgue seu website

1. Hospedagem e criação do site gratuitos 2. Suporte técnico e estratégico 3. Equipamentos com descontos 4. Divulgação do seu site pelo Google

Fique atento ao conjunto de soluções “Internet para Pequenos Negócios”, lançado pelo Sebrae. São palestras e oficinas presenciais e a distância sobre a temática. Na versão presencial, por exemplo, estão disponíveis nas unidades estaduais as seguintes oficinas: ‘Como criar um site de sucesso’, ‘Como usar um blog para a sua empresa’ e ‘Como abrir uma loja virtual’.

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ma busca rápida na internet traz uma infinidade de manuais e dicas de como criar uma loja virtual. Isso mostra que estar na web deixou de ser privilégio das grandes marcas, e que qualquer pequeno negócio pode ter seu próprio site. Mas, na hora de ingressar na rede, é fácil esbarrar em alguns obstáculos, como a falta de conhecimento com ferramentas de informática ou a dificuldade em definir qual o principal objetivo da sua página, como e para que você a quer. Para facilitar e atrair a entrada dos pequenos empresários brasileiros no e-commerce, o Google, em parceria com o Sebrae, a HP e a Yola, lançou no País o projeto “Conecte Seu Negócio”. O programa oferece suporte técnico e estratégico, sendo que o empresário desembolsa quase nada para participar. “Como parte do lançamento do programa, o Google ofereceu domí-

nios grátis aos primeiros 5 mil inscritos – promoção válida para a primeira anuidade. Além disso, o projeto também contempla a criação, o design e a hospedagem do website de forma gratuita”, afirma o head de vendas on-line da América Latina do Google, John Ploumitsakos. O executivo explica que depois dessa marca, cada empresário paga R$ 30 por ano pelo registro .com.br. Segundo a gerente de Atendimento Individual do Sebrae Nacional, Jaqueline Almeida, passado um mês do início do programa, as expectativas foram superadas. “Já temos uma base de cerca de 15 mil sites criados. Estamos até estruturando uma equipe de suporte de atendimento ao cliente só para cuidar do Conecte Seu Negócio”, comemora. A entidade é a responsável pelo apoio estratégico da iniciativa, viabili-

zando cursos, palestras e informações de gestão para os empresários. A grande vantagem do projeto, além do custo praticamente zero, é justamente essa rede de sustentação, formada por empresas de renome. O Google, por exemplo, oferece a cada um que se cadastrar R$ 150 em créditos de publicidade. Através dessa ferramenta, chamada AdWords, é possível promover sua loja virtual nos resultados de busca e em toda a rede de parceiros do Google. Já a Yola, que entra no mercado brasileiro com esse projeto, é a responsável pela criação do endereço (domínio) e pela hospedagem da página, além de disponibilizar a ferramenta de construção do site. Há ainda outros colaboradores. No caso da HP, a companhia participa do projeto como provedora de tecnologia. “Computadores e impressoras desenvolvidos especificamente para dirigente Lojista l juLho 2011 l 23


E - C O M M E R C E

Grande vantagem do projeto é a rede de sustentação, formada por empresas de renome

as pequenas e médias empresas são ofertados com condições especiais de compra”, enfatiza o gerente de Vendas de SMB da HP, Eduardo Brach. E o Serasa Experian fornece pacotes com descontos. “Essa iniciativa de inclusão digital para micro e pequenas empresas valoriza-as e as coloca no lugar de destaque que efetivamente têm na economia brasileira; por isso consideramos desenvolver uma oferta especial para os empresários que participarem do projeto”, salienta o diretor de Relações com o Mercado América Latina, Jorge Dib.

Primeiros frutos

plouMitsaKos, do GooGle Projeto contempla criação, design e hospedagem gratuita do website 24

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A proprietária do Menina da Villa – Spa Urbano, situado na Vila Leopoldina, em São Paulo, Rafaela Altafin Parmejain, de 23 anos, foi uma das primeiras a ingressar no programa. A jovem empreendedora abriu seu negócio em dezembro de 2010, com ajuda da mãe, assim que terminou a faculdade de Fisioterapia. Ela conta que o Google procurou por elas em abril para apresentar o projeto, e que ele veio na hora certa. “Antes de termos nossa página na web, tínhamos muita dificuldade com a divulgação do negócio. As pessoas têm sido doutrinadas a ir a lugares que já têm site. Elas passam na rua, veem o nome e procuram no Google. Todo mundo que quer saber alguma coisa, joga no Google”, destaca a jovem empresária. De acordo com a fisioterapeuta, com menos de um mês da criação do endereço virtual já foi possível perceber aumento em torno de 30% a 40% na procura pelo estabelecimento. “Com um site passamos a ter muito mais

credibilidade. Através dele, você consegue mostrar seu serviço, seu estabelecimento”, afirma. A jovem diz que foi muito rápido para criar a página, e que muitos interessados no projeto têm entrado em contato com ela. “Tenho respondido a alguns e-mails de empresários de vários lugares do Brasil perguntando sobre como operar. Mas é superfácil de editar”, diz Rafaela. Durante o lançamento do programa no Brasil, o vice-presidente de Desenvolvimento de Negócios da Yola, Dave Saxton, afirmou que a companhia se preocupou em desenvolver uma ferramenta fácil de ser manuseada, que possibilite a customização, permitindo a cada cliente criar uma página com sua identidade, sem um template engessado. “A falta de tempo e de conhecimento técnico impede, muitas vezes, o pequeno empresário de montar seu próprio site”, disse. Mas a gerente do Sebrae afirma que, apesar de todas as facilidades em relação à maneira de montar o site, o cliente ainda tem dúvidas técnicas, o que faz com que busque bastante a entidade. “Já aconteceu de no meio da criação do site cair a conexão de um empresário e ele não conseguir retomar com o CNPJ já criado. Ou outro que criou com nome errado da empresa e não conseguia fazer alteração”, enumera.

Mercado promissor O Conecte Seu Negócio já existe em outros países como Reino Unido, Irlanda, França, Alemanha, Bélgica, Espanha e Itália. Segundo John Ploumitsakos, foi a boa fase da economia


brasileira que fez com que o País fosse o escolhido na América Latina para receber a iniciativa. “O Brasil é um dos países que mais crescem no mundo, assim como o resto da América Latina, que está em posição similar. Em setembro de 2010 um relatório sobre a promessa da América Latina, feito pela The Economist, observa que a economia da região deverá crescer mais de 5% este ano – um ritmo que está relacionado ao crescimento dos cinco anos anteriores a partir de 2008”, ressalta o head de vendas on-line do Google. O e-commerce no Brasil segue essa mesma tendência de crescimento, e diferentes estudos têm mostrado isso. Para se ter uma ideia, de acordo com a e-bit, empresa especializada em informações do setor, o Dia dos Namorados (que representa a última data de alta no comércio) foi bastante positivo. De 29 de maio a 12 de junho foram faturados R$ 680 milhões no varejo on-line no País, um acréscimo de 15% no ano se comparado com o mesmo período de 2010, com mais de 2 milhões de pedidos realizados. Dados de consultorias indicam que as compras on-line no Brasil estão crescendo mais de 85% ano após ano, e os brasileiros estão comprando on-line a uma taxa maior do que o resto dos países da América Latina. “Como o poder de compra da classe média brasileira continua crescendo e mais empresas começam a vender produtos on-line, acreditamos que este crescimento será ainda mais rápido. Existe uma enorme oportunidade para os micro e pequenos empresários chegarem nesse segmento de consumidores também”, salienta o executivo do Google.

eduardo BracH, da Hp Computadores e impressoras desenvolvidos para pequenas e médias empresas ofertados com condições especiais

As compras on-line no Brasil estão crescendo mais de 85% ano após ano dirigente Lojista l juLho 2011 l 25


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Inadimplência registra alta de 6,9% em junho a inadimplência do consumidor registrou alta de 6,9% em junho de 2011, na comparação com o mesmo período do ano passado. Esta foi a quinta elevação seguida da taxa em 2011 ante os resultados do ano anterior, um indicativo de que a crescente alta de juros combinada com inflação mais forte vem contribuindo, mês a mês, com um cenário de inadimplência do consumidor. Para o presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Junior, o comportamento da inadimplência tem mostrado uma tendência de elevação, ainda que mais moderada, para os próximos meses, projeção que diverge da posição oficial do presidente do Banco

Central, Alexandre Tombini, que disse esperar que a inadimplência recue nos próximos meses. “Essa é uma tendência que preocupa, pois reflete um quadro de juros altos com demanda reprimida das classes mais baixas, que estão se comprometendo com gastos além da sua capacidade de pagamento”, avalia Pellizzaro. Na passagem de maio para junho, a inadimplência recuou 10,09%, invertendo o resultado do mês anterior, que apontou queda no nível do calote, em face da proximidade do Dia dos Namorados, quando mais brasileiros honraram suas dívidas para se manterem ativos no consumo.

combinação explosiva Alta de juros e inflação mais forte geram cenário de inadimplência do consumidor 26

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a Fundação CDl Vitória conta com um novo parceiro. Trata-se da 4BIh, uma empresa da área de consultoria e treinamentos que desde o mês de junho promove cursos na fundação. ao todo, são 14 capacitações. Entre elas, Conquiste o cliente no atendimento; Como agradar em uma entrevista; e Fidelize seu cliente. os cursos serão oferecidos gratuitamente para todos os que trabalham na CDl Vitória. E tem mais novidade: as pessoas que forem indicadas pelos colaboradores da entidade pagarão o mesmo valor do associado: r$ 49,90. a FCDl/PE realizou, no dia 12 de julho, uma reunião de presidentes de CDls para apresentar e tirar dúvidas a respeito da Convenção nacional, que ocorrerá em Fortaleza (CE). Para a apresentação, a ocasião contou com a presença do presidente da CDl Fortaleza, Freitas Cordeiro, que falou sobre o evento, convidou todos e apresentou um vídeo que mostra as belezas da cidade e o que os participantes da convenção usufruirão.


Seminário de SPC traz qualificação para o comércio catarinense p alestras motivacionais, simpósio jurídico, qualificação para vendas, empreendedorismo jovem e muita integração entre o movimento lojista catarinense. A 47ª edição do Seminário Estadual do SPC/SC reuniu, nos dias 8 e 9 de julho, em Gaspar, no Hotel Fazenda Park, cerca de 400 pessoas representando as CDLs de todo o estado. “Além do relacionamento, os gestores das CDLs catarinenses sempre voltam para suas bases com novidades que ajudam lojistas e consumidores a alavancar o varejo de Santa Catarina”, ressalta Ivan Roberto Tauffer, presidente do Conselho Diretor do SPC/SC e vice-presidente de Serviços da FCDL/SC. Uma das novidades apresentadas no evento foi o novo serviço “Escore SPC”, que mostra aos lojistas a qualidade de crédito dos clientes, reduzindo os riscos de inadimplência para o varejo. O novo serviço foi explanado pelo presidente da CDL Jaraguá do Sul e ex-conselheiro do SPC/SC, Wanderlei Passold, e pelo diretor da TAN, Aldo Jacques. Para o bom consumidor, o “Escore SPC” representa uma oportunidade de comprar com condições diferenciadas (mais prazo, menos juros). “A segurança na concessão de crédito fortalece o varejo”, lembra Tauffer. A implantação do Cadastro Positivo no comércio foi apresentada pelo presidente da Federação das CDLs, Sergio Alexandre Medeiros, e depois debatida pelo assessor jurídico da Federação,

escore spc “A segurança na concessão de crédito fortalece o varejo”, diz Tauffer

Rodrigo Titericz, que explicou a evolução das leis que regulamentam as informações cadastrais de consumidores no comércio. O Seminário Jurídico contou também com palestra do juiz de Direito Stephan Klaus. O Seminário do SPC apresentou também o programa “Recicla CDL”, que já retirou mais de 150 toneladas de lixo eletrônico do comércio catarinense, case que deu à Federação das CDLs o prêmio Empresa Cidadã, da ADVB/SC. O sucesso da iniciativa levou o projeto para as escolas de Santa Catarina, uma forma de disse-

minar práticas sustentáveis para as futuras gerações. A noite de abertura do evento teve como um dos momentos de destaque a entrega dos certificados aos participantes do PIDG (Programa de Integração e Desenvolvimento de Gestores). No dia 9 de julho aconteceu uma concorrida atividade de desenvolvimento interpessoal, conduzida pela equipe da Selcon. Depois, o professor Pachecão encantou os presentes com sua palestra motivacional. Atividades esportivas e jantar de encerramento concluíram as atividades do evento. dirigente Lojista l juLho 2011 l 27


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CDL Santa Cruz do Capibaribe realiza 1º Encontro de Mulheres A

CDL Santa Cruz do Capibaribe (PE), através do Núcleo Feminino da entidade, realizou na noite de 7 de julho o 1º Encontro de Mulheres. O evento contou com a participação da vice-presidente, Lúcia Nascimento, da primeira-dama da CDL, Nara Raquel, da secretáriaexecutiva, Katyane Michele, e da diretora do Núcleo Feminino da CDL, Míriam Regina – que presidiu o encontro –, além das convidadas, associadas e mulheres que participaram do Seminário Empretec. As participantes debateram sobre uma possível campanha de sensibilização à não-utilização de brinquedos que remetem à violência nas escolas. O encontro teve início com Míriam Regina apresentando a pauta e o cartaz da campanha. Ela enfatizou que o principal obje-

Educação Cedelistas e empretecas planejam uma campanha contra a utilização nas escolas de brinquedos que remetam à violência

tivo do evento é saber o que as mulheres ligadas à entidade esperam da CDL, sobretudo do Núcleo Feminino, para que assim possa se pensar em mais ações específicas para elas. A empresária Benivalda Oliveira disse que a campanha precisa antes de tudo ser educativa e que atinja os pais

e educadores. “A violência é o reflexo de como anda o Brasil. Aqui em nossa cidade a educação das pessoas deixa muito a desejar no sentido do respeito pelo próximo e isso acaba refletindo em violência. Portanto, não tenho dúvidas de que esta campanha será muito relevante para nossa cidade”, explicou.

te da CNDL, Roque Pellizzaro Junior, acompanhado do superintendente da

CNDL, André Luiz, e do gerente de relacionamento da CNDL, Luiz Santana.

Assembleia Geral da FCDL/PR conta com participação do presidente da CNDL A FCDL do Paraná realizou dia 1º de julho uma assembleia geral. O presidente da Federação, Samoel Antonio de Mattos, recebeu o presiden-

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Q Comércio é apresentado em Pantano Grande O Programa Q Comércio foi apresentado à diretoria da ACI/ CDL (Associação Comercial e Industrial e Câmara de Dirigentes Lojistas) de Pantano Grande (RS) na noite de 7 de julho. O programa tem como objetivo promover a gestão de qualidade dentro das empresas do comércio varejista. O encontro teve a participação do presidente da CDL Pantano Grande, Mauri Vili Kuhn, e da ACI, Cleri José Tompsen. A FCDL/RS estava representada pela coordenadora do programa, Geisiane Fraga. A secretária da CDL de Pantano Grande, Michele Pires Nowiski, explicou que a entidade local já conhecia o programa, mas que existia a necessidade de apresentar o Q Comércio aos associados. “O presidente da CDL, Mauri Vili Kuhn, em reunião distrital realizada na cidade de Encruzilhada, conheceu os detalhes do programa e entendeu ser importante repassar as informações aos associados de Pantano Grande”, contou Michele. O encontro foi realizado no Restaurante Degraus, no centro da cidade. Após a apresentação, Geisiane Fraga conversou diretamente com os associados para tirar dúvidas e trocar experiências.

Roque Pellizzaro Junior participa de reunião em Belo Horizonte No dia 5 de julho, o presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Junior, esteve reunido com entidades que operam o SPC em Belo Horizonte. Acompanharam o presidente da CNDL o presidente da FCDL/MG,

José César da Costa; o presidente do Conselho Deliberativo do SPC Brasil, Itamar José da Silva; o presidente da CDL/BH, Bruno Falci; além do presidente do SPC Brasil, Roberto Alfeu Pena Gomes.

Presidente da CNDL participa de evento em São Paulo No dia 7 de julho, a Votorantim Corretora realizou o evento “Raio X – Consumo e Varejo” em São Paulo. O objetivo principal do encontro foi fomentar o contato de investidores institucionais no Brasil com empresas de capital fechado, visando me-

lhor entendimento sobre o potencial do setor de consumo e varejo e aproximar os empresários de um possível canal de captação futura. Entre os palestrantes e participantes do evento estava o presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Junior. DIRIGENTE LOJISTA  JULHO 2011  29


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Presidente da FCDL/MG inicia programa de visitas às CDLs do estado pela região sul

o

presidente da Federação das CDLs, José César da Costa, visitou a região sul de Minas Gerais no dia 28 de junho. Ele esteve em Paraguaçu e, por convite do presidente da CDL local, Nilson Andrade, palestrou a uma numerosa plateia e se encontrou com dirigentes lojistas das seguintes cidades: Alterosa, Machado, Lambari, Perdões, São João Del Rey, Cambuquira, São Thomé das Letras, Cambuí, Passa Quatro, Poço Fundo, Paraguaçu, São Lourenço, Coqueiral, Alfenas, Varginha, São Sebastião do Paraíso, Campos Gerais, Três Corações e Três Pontas. Com intenção de estreitar laços e conhecer melhor as CDLs mineiras e suas peculiaridades, José César da Costa deu início a um programa de visitas, começando pela região sul. Ela é composta, junto com o sudoeste mineiro, por 146 municípios. “Na região sul encontramos uma organização diferente da nossa, no

centro do estado, e assim é Minas, cheia de situações bem regionais. O sul é formado por municípios menores e em grande quantidade, a economia é altamente agrícola e o café tem grande destaque. Nosso momento atual é de conhecermos melhor cada região, as CDLs que as compõem para desenvolver nossos serviços e produtos a fim de melhor atendê-las. Capto informações e levo um pouco da história do nosso movimento. É uma troca enriquecedora”, destacou o presidente. O presidente da CDL de Paraguaçu, Nilson Andrade, comentou o quanto é importante para a CDL receber a visita do presidente da FCDL/MG. “Quando o presidente da federação visita o nosso município, apresentamos para ele a nossa realidade e, juntos, podemos desenvolver produtos e serviços que auxiliarão no desenvolvimento da CDL e consequentemente do comér-

cio varejista mineiro. Ficamos muito honrados com essa visita.” Outras regiões também serão contempladas com essas reuniões. O objetivo é visitar todo o estado este ano. Segundo o presidente, conhecer a realidade de cada município facilita o desenvolvimento de um trabalho mais focado, com resultados mais expressivos. “Minas é muito grande, mas temos trabalhado para conhecer todas as regiões. Assim, podemos estudar as necessidades de cada uma para desenvolver produtos e serviços que agreguem valor para determinada CDL. Buscamos constantemente o aprimoramento de nossos produtos e serviços na FCDL/MG, e a melhor maneira de fazê-lo é conhecendo cada particularidade do nosso estado, além de ser um grande prazer poder visitar as entidades que, juntas, nos fazem ser a maior federação do Brasil”, concluiu José César da Costa.

José césar “Procuramos estudar as necessidades de cada CDL para desenvolver produtos e serviços que agreguem valor”

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CAMINHO

inverso Liga Retrô se lançou no e-commerce para só depois iniciar a expansão nas ruas e shoppings de todo o País por mÔniCa pupo fotos diVulGaÇÃo

a

dotada como slogan, a frase “O esporte na máquina do tempo” resume bem a proposta da Liga Retrô, grife carioca especializada na criação de réplicas de uniformes de times de futebol fundada em 2006 pelos sócios Marcelo Roisman, 30 anos, e Leonardo Klarnet, 32. Com faturamento de R$ 4,5 milhões no ano passado, a empresa se lançou no e-commerce para, dois anos depois, iniciar a expansão nas ruas e shoppings de todo o País. Através do franchising, a rede conta hoje com sete unidades – sendo três próprias – e espera inaugurar outras quatro até o fim de 2011. “Pretendemos estar presentes em todas as cidades-sede da Copa do Mundo de 2014”, diz Roisman. Enquanto a esmagadora maioria dos lojistas se esforça para adaptar suas operações à internet, outros utilizam a web para lançar negócios que, mais 32

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tarde, se transformarão em lojas físicas. “Fizemos o caminho inverso desde o início”, afirma Leonardo Klarnet. Lançado às vésperas da Copa da Alemanha, em 2006, o site listava apenas 20 modelos de camisetas no catálogo. Hoje são mais de 170 modelos, incluindo linha feminina, infantil, agasalhos e acessórios. Os produtos são licenciados por 30 clubes nacionais e seleções dos cinco continentes. “Grande parte do nosso sucesso se deve a essa trajetória inversa, com o início na internet e a divulgação através do boca a boca dos clientes que descobriram o site e, mais tarde, a loja”, reflete Klarnet. Em 2008, motivados pelos bons resultados obtidos com as vendas online, os lojistas decidiram apostar no primeiro ponto de venda próprio e exclusivo no Rio de Janeiro. “Abrimos a loja no segundo andar do nosso próprio escritório, que fica numa gale-


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LINHA DO TEMPO 2006 Lançamento da marca com vendas exclusivas através do site www.ligaretro.com.br

2008 Inauguração da primeira loja, anexa ao escritório da marca, em Ipanema.

2009 Inauguração da segunda loja, no BarraShopping, também no Rio de Janeiro.

2010 Início da expansão por franquias, com a inauguração da unidade de Brasília. ria comercial de Ipanema, e ficamos muito surpresos, pois o novo canal de vendas começou a ter uma aceitação muito grande e a dar um lucro que não esperávamos que fosse dar”, diz Klarnet. Em 2009 surgiu a segunda loja, dessa vez no BarraShopping, também na capital carioca. Na sequência, veio o passo mais ousado: a formatação do projeto de franquia. O desenvolvimento do sistema contou com investimento de R$ 300 mil e a primeira franquia foi inaugurada em Brasília no ano passado.

Conhecimento de causa A formação acadêmica dos sócios contribuiu para o sucesso da Liga Retrô. Tanto Marcelo como Leonardo são formados em Administração de Empresas pela PUC-Rio. Klarnet possui ainda MBA em Marketing Esportivo pela mesma instituição, e Roisman é especializado em Marketing Esportivo 34

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pela Fundação Getulio Vargas (FGV-RJ). “O conceito de marketing esportivo – e os investimentos dos clubes em marketing, em geral – vem crescendo ano a ano. A marca surgiu então a partir do momento em que vimos que não havia no mercado produtos de futebol que remetessem ao passado de glórias dos grandes times e seleções de futebol”, conta Klarnet. Mas a ideia de recriar as réplicas das camisetas dos principais clubes esportivos do mundo também surgiu por um sonho de infância do empreendedor. “Sempre fui colecionador de camisas e, em minhas viagens, percebia o quanto os clubes de fora valorizavam sua história e possuíam produtos retrô em suas lojas”, revela Klarnet. Outra observação do empresário diz respeito ao design dos uniformes: embora

os atuais sejam bem desenhados e tecnológicos, são cheios de anúncio e deixam a desejar no quesito charme e originalidade se comparados aos das décadas passadas. “No futebol, os grandes ídolos do passado são eternamente venerados, mas o varejo esportivo não percebia esse fato como uma oportunidade e, dentre tantos produtos licenciados, nenhum remetia ao passado”, explica ele. O início no e-commerce teve seus benefícios, como a popularização da marca, mas também trouxe desafios. Um deles foi adaptar a identidade visual da web para o “mundo real”. Se antes bastava contar com os conhecimentos de um bom webdesigner, com a loja física os sócios precisaram investir em serviços de decoração e design de interiores para garantir a coerência entre o site e o ponto de ven-


vintage O slogan “O esporte na máquina do tempo” resume bem a proposta da Liga Retrô

da. “Nosso DNA está no site, portanto criamos um layout de loja todo tematizado, seguindo o estilo e as cores que usamos na web. O uniforme dos vendedores, por exemplo, também é retrô, com boina e suspensório. Além disso, a loja é decorada com painéis com fotos antigas e há um telão em preto e branco transmitindo jogos de futebol antigos”, detalha Klarnet. Foi necessário também adequar o mix de produtos, aumentando os itens do catálogo. “Seria muito limitado se abríssemos as lojas para vender apenas camisetas, como fazíamos inicialmente no site”, afirma Klarnet. Por esse motivo, a empresa investiu na ampliação do mix, que agora inclui camisetas alusivas a outros esportes – como vôlei e basquete –, além de acessórios como bonés, bolas, capacetes de Fórmula 1, agasalhos e linhas infantil e feminina, tudo dentro do conceito retrô que caracteriza a grife.

O desafio maior, entretanto, foi enfrentar a resistência inicial dos consumidores, algo inevitável em se tratando de uma marca completamente inédita e desconhecida do público. “Ninguém conhecia nossos produtos, a qualidade, acabamento e tamanho. Por este motivo, o site foi feito de forma muito simples e autoexplicativo para que os

clientes pudessem escolher com o máximo de detalhamento possível, diz Klarnet. Para aumentar o grau de confiança dos compradores, os lojistas buscavam antecipar as entregas. “Se prometíamos para três dias, entregávamos em dois, buscando sempre surpreender os clientes.” O investimento na produção das mercadorias foi um dos pontoschave para o sucesso da empresa. A marca conta uma equipe de desenhistas e colaboradores especializada na pesquisa e análise de material antigo, como fotografias, vídeos e desenhos, para a elaboração da réplica mais fiel possível do uniforme. “Chegamos numa fase onde são os próprios clubes que nos procuram para sermos parceiros em licenciamento, resgatando suas glórias e reaproximando os torcedores de sua história”, comenta Roisman. dirigente Lojista l juLho 2011 l 35


I N F O R M E

J U R Í D I C O

O novo “aviso prévio” pelo STF O Brasil que deseja crescer precisa desonerar a folha de pagamento e não criar obstáculos e encargos ao emprego

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Supremo Tribunal Federal julga quatro mandados de injunção (nº 943, 1010, 1074 e 1090) cujos autores, ex-funcionários da Vale, reclamam a omissão do Congresso Nacional em regulamentar o artigo 7º, inciso XXI, da Constituição Federal (CF), que trata do “aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei”. Durante os debates, os ministros decidiram pela ciência ao Congresso Nacional para a adoção das providências necessárias à regulamentação do preceito constitucional como prescreve o §2°, do art. 103, da CF, mas também que estarão fixando novas regras para o aviso prévio enquanto perdurar a omissão do Legislativo. Para encontrar essa nova regra, foram suscitadas experiências da Alemanha, Dinamarca e Suíça, onde o aviso prévio pode ser de três a seis meses, dependendo da duração do contrato de trabalho e da idade do trabalhador; na Itália, pode chegar a quatro meses, um acréscimo ao atual aviso prévio de 10 dias por ano e até uma indenização de um salário mínimo a cada cinco anos, adicionalmente ao direito mínimo a 30 dias de aviso prévio.

Observa-se que inexiste consenso na Suprema Corte que traz exemplos de países de “primeiro mundo” para aplicação à nossa realidade laboral e econômica. O aviso prévio que hoje é de 30 dias objetiva prevenir a surpresa na rescisão do contrato de trabalho por iniciativa do empregador ou do empregado. Ao empregado é uma garantia salarial que possibilita um tempo hábil e sem perda salarial para buscar um novo posto de trabalho, tendo também uma redução na jornada laboral neste período para esta procura. Socorre-se ainda o trabalhador do FGTS e do salário desemprego. É bom lembrar que a demissão somente ocorre diante de uma dificuldade do empregador, geralmente econômica; assim, o prazo de 30 dias atualmente previsto é razoável e eficaz para atender a Constituição Federal até que o Congresso Nacional traga a matéria para debate, encontrando a melhor proposta que atenda às relações de emprego. Assim, enquanto não tivermos uma lei complementar, caberia aos sindicatos de classe discutir a questão, mantendo ou ampliando o aviso

prévio de acordo com a realidade de cada classe laboral que representam. Atualmente já encontramos convenções e acordos coletivos de trabalho disciplinando a matéria. Hoje, no Brasil, um funcionário tem um custo em encargos que pode chegar a mais de 100% do seu salário, e com a majoração do aviso prévio este custo aumentará ainda mais. Vejam que nos Estados Unidos os encargos sobre o salário somam 23%, no Japão, 19%, na Itália, 24%, e na Inglaterra, 28%. Precisamos desonerar a folha e não trazer mais encargos ao empregador. Temos assim que a majoração do aviso prévio levará a um aumento do passivo trabalhista das empresas, aumentando o “custo Brasil” e inviabilizando os negócios das MPEs que hoje correspondem aproximadamente a mais de 99% dos 5,8 milhões de negócios formais existentes no Brasil e empregam mais da metade dos trabalhadores com carteira assinada do País. O Brasil que deseja crescer precisa desonerar a folha de pagamento, e não criar mais obstáculos e encargos ao emprego, a exemplo do aumento do aviso prévio e da redução da jornada de trabalho.

“Não devemos servir de exemplo a ninguém. Mas podemos servir de lição” mário de andrade 36

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por andrÉ

luiZ, assessor jurídico CNDL

DANO MORAL

Desentendimento entre cliente e lojista não configura O Tribunal de Justiça de Santa Catarina manteve sentença que julgou improcedente pedido de indenização por danos morais ajuizado por um consumidor contra um lojista. Na ação, o autor argumentou que foi agredido verbalmente pelo gerente da empresa ao tentar trocar uma mercadoria errada que a loja lhe enviara. No entanto, não comprovou o dano e, de acordo com testemunhas, o gerente apenas alterou a voz com o cliente, sem proferir ofensas. A relatora da matéria, desembargadora Maria do Rocio Luz Santa Ritta, concluiu que o ocorrido pode ter causado aborrecimentos e transtornos, mas está longe de ser um abalo. A votação foi unânime. (Fonte: TJSC)

Depositar cheque antes da data gera ação “A devolução do cheque por falta de provisão, ocasionada pelo desconto do cheque anteriormente à data prefixada, evidencia abalo de crédito e dano moral em razão da situação constrangedora pela qual passou a autora, que, aliás, atinge qualquer pessoa cumpridora de seus deveres.” A autora pagou suas compras com cheques pré-datados que foram depositados antes da data combinada, resultando na devolução dos cheques e inscrição da consumidora no SPC. Em contestação, o lojista alegou que apresentou os cheques antes da data porque houve um erro quando da observação do ano e que regularizou imediatamente a situação, o que não convenceu o julgador, que condenou a empresa ao pagamento de indenização por danos morais no valor de R$ 2 mil. A decisão foi confirmada pelo Tribunal de Justiça Catarinense. (Fonte: Conjur)

Em alta

Em baixa

O legado entusiasta deixado pelo ex-presidente Itamar Franco.

O aumento do aviso prévio pela Suprema Corte sem uma discussão legislativa apropriada, aumentando o “custo Brasil”.

assejur@cndl.org.br

NOTAS RÁPIDAS TST aplica nova súmula sobre intimação de advogado O TST editou a Súmula nº 427 em que “havendo pedido expresso de que as intimações e publicações sejam realizadas exclusivamente em nome de determinado advogado, a comunicação em nome de outro profissional constituído nos autos é nula, salvo se constatada a inexistência de prejuízo”. Entram em vigor novas regras para uso do cartão de crédito Além da anuidade, só poderão ser cobradas tarifas pelo fornecimento de segunda via do cartão, pela retirada de dinheiro na função saque, pelo pagamento de contas e pela avaliação emergencial de limite de crédito pelo cliente. Para os clientes que já trabalham com cartão de crédito, as cinco tarifas permitidas passam a valer a partir de 1º de junho de 2012. (Fonte: Agência Brasil) Informação veiculada em site da justiça tem valor oficial O Superior Tribunal de Justiça decidiu que as informações veiculadas pelos tribunais em suas páginas de andamento processual na internet, após o advento da Lei nº 11.419/06, devem ser consideradas oficiais, e eventual equívoco ou omissão não pode prejudicar a parte. (Fonte: STJ) Indenização a consumidor que teve nome no SPC Uma consumidora teve seu nome inscrito no SPC pela empresa decorrente de débito que sustentou inexistir. A empresa sustentou que agiu em exercício regular de direito, além do que a cliente não comprovou os danos morais sofridos. “O dano moral independe de provas, pois o lesado não pode ver seu nome tido por mau pagador”, ressaltou o relator da matéria, desembargador substituto Saul Steil. O magistrado concluiu que a empresa não comprovou o débito da consumidora. Contudo, reduziu a condenação de R$ 20 mil para R$ 15 mil. (Fonte: TJSC) dirigente Lojista l juLho 2011 l 37


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DE DECORAÇÃO Di Fatto Interiores, loja de Joinville que conta com showroom da Mosarte, apresenta conceito pioneiro para arquitetos, designers e decoradores por mateus boinG 38

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fotos rodriGo arseGo

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isturar ingredientes ou materiais, seguir uma receita ou um padrão, dar um toque único ao resultado final. Para quem admite semelhanças entre a arte de cozinhar e a arte de criar mosaicos, o novo showroom da fábrica de revestimentos especiais Mosarte não poderia ter endereço mais apropriado: a Via Gastronômica,


como é conhecida a Rua Visconde de Taunay, em Joinville (SC). O showroom faz parte da loja de interiores Di Fatto, que divide espaço com os restaurantes da região desde o fim do primeiro semestre. De acordo com a proprietária, a empresária do ramo moveleiro Genilce Judith D’Aros, a Di Fatto é uma loja pioneira em Joinville no conceito

butique para arquitetos, designers de interiores e decoradores. Inaugurada em 31 de maio, com 200 metros quadrados, o espaço abriga um showroom da Mosarte, a principal marca da loja, além de produtos de mais duas empresas: a Solarium, que fabrica revestimentos cimentícios para pisos e paredes, e a Eleganti Mobili, que

produz móveis de alto padrão usando materiais como madeira de demolição, fibras naturais e laminados de bambu. O projeto de loja é das arquitetas Sabrina Sedrez e Agnes Schwartz Teixeira. “O projeto foi adaptado da loja da Mosarte na Alameda Gabriel Monteiro da Silva (endereço da capital paulista que reúne lojas de referência em dirigente Lojista l juLho 2011 l 39


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design e decoração)”, afirma Sabrina. O estilo é contemporâneo, com linhas retas. “A inspiração veio dos próprios produtos. A proposta é que o cliente consiga visualizar como e onde usálos, revestindo grandes áreas e criando novos conceitos.” A loja fica no primeiro pavimento de uma casa antiga, de mais de 40 anos, onde antes funcionava uma floricultura. “O térreo estava em péssimo estado. Havia uma edícula na frente que foi removida”, conta Genilce, que investiu mais de R$ 150 mil na reforma. Segundo ela, o custo poderia ter sido maior 40

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sem o apoio da Mosarte e da Solarium, que participaram da execução da obra fornecendo, por exemplo, mão de obra para a colocação dos revestimentos. A reforma deixou a loja com o desenho de um cubo. Paredes laterais cegas e grandes áreas envidraçadas na frente e nos fundos. O interior praticamente sem paredes internas, que foram derrubadas. Pé-direito alto e porta de entrada pivotante e de vidro incolor, com 2,5 metros de largura e 3,2 metros de altura. “Não aproveitamos nada da construção antiga. Optamos por um novo conceito, que deu

amplitude para a loja”, diz Sandra. Com isso é possível ter ampla visão do que ocorre dentro da loja a partir da rua. “Os limites do lote levaram a essa escolha, que resultou no melhor aproveitamento da área e da iluminação natural”, afirma Sandra. Perto da entrada fica o showroom da Mosarte, com grandes painéis de mosaicos, e a área de vendas, com duas mesas de 1,70 metro de comprimento por 60 centímetros de largura. “A ideia é que o cliente já se sinta acolhido, com alguém para recepcioná-lo, logo que entrar na loja”, explica Genilce.


Os diferentes tipos de revestimentos e mosaicos da Mosarte estão concentrados no showroom, embora existam peças da fabricante por toda a loja, inclusive decorando o banheiro de clientes – no caso, um mosaico com madeira de demolição, mármore e espelho. O mesmo ocorre com os produtos da Solarium e da Eleganti Mobili, ou seja, apesar de estarem concentrados em determinado espaço da loja, também podem ser vistos aplicados ou decorando pontos diversos do interior. “É um espaço interativo e de inspiração para o cliente, que

sHoWrooM A proposta é que o cliente consiga visualizar como e onde usar os produtos, revestindo grandes áreas e criando novos conceitos dirigente Lojista l juLho 2011 l 41


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pode visualizar os produtos por toda a loja”, comenta Sandra. Em geral, a loja apresenta piso e paredes em cores neutras e discretas. O piso do showroom, por exemplo, é um porcelanato polido, em tom bege claro, de 80 x 80 centímetros, da própria Mosarte. Em outras áreas aparece um piso cimentício da Solarium que imita madeira de demolição, um aspecto rústico que traz caráter acolhedor, segundo Sandra. Também em tom pastel, nichos de gesso abrigam produtos da Mosarte como rosones, peças decorativas que podem ser usadas em tampos de mesa, e painéis paginados, feitos com mármore do Paquistão, Itália e Espanha.

Mobiliário

iluMinaçÃo No teto, lâmpadas fluorescentes. Nos nichos e espaços expositivos, lâmpadas dicroicas tipo LED garantem a preservação dos produtos 42

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Na parte central da loja, há mesas de paginação que servem para montar amostras de mosaicos e móveis de fórmica branca onde as peças empregadas nesses mesmos mosaicos ficam à disposição para o cliente que queira sentir relevo e textura dos componentes. Grande parte do mobiliário é de madeira de demolição, e a decoração também conta com vasos de plantas. “Não gostaríamos de um ambiente tão clean que pudesse ser frio”, afirma Sandra. A iluminação interna é feita com lâmpadas fluorescentes nos pontos localizados no teto. Nos nichos e espaços expositivos, lâmpadas dicroicas tipo LED (diodos emissores de luz, na sigla em inglês) garantem a preservação dos produtos, uma que vez não aquecem como as lâmpadas incandescentes nem emitem raios ultravioletas como as fluorescentes, além de serem


eficientes, duráveis e econômicas. Por ficar em uma área de restaurantes, com movimento de pessoas durante a noite, a vitrine permanece iluminada por meio de um sistema de fotocélulas e temporizadores até as 3h. Assim como ocorre dentro da loja, produtos da Mosarte e Solarium também são usados no lado de fora. Na parede externa, por exemplo, há um revestimento em mármore da Mosarte, enquanto o deque – que passa pelo pequeno jardim frontal e invade a loja com o objetivo de conduzir o cliente até o interior – é feito de revestimento cimentício da Solarium. Os cimentícios, basicamente uma mistura especial de concreto com diferentes materiais, incluindo celulose, rochas e areia, chegaram ao mercado brasileiro há cerca de três anos. Eles reproduzem com grande perfeição madeira e pedras, por exemplo. A manutenção é uma das vantagens do produto, que, na comparação com a madeira, tem também maior durabilidade. Ainda do lado externo, o pequeno jardim frontal foi uma sugestão de Genilce acatada pelas arquitetas, que haviam projetado para o local vagas de estacionamento. “Foi uma mudança interessante”, afirma Sandra, destacando que o jardim, por meio

“É um espaço interativo e de inspiração para o cliente, que pode visualizar os produtos por toda a loja”, comenta Sandra do deque, integra a parte externa e interna da loja. Ao lado da entrada, foi erguida uma parede de alvenaria, pintada de preto com tinta automotiva, para permitir o máximo aproveitamento de vidro na parede frontal do ponto comercial. Nessa parede preta estão os nomes da loja e das marcas, em letras de caixa metálicas. Na outra ponta, nos fundos da loja, perto do muro com a propriedade vizinha, havia um espaço de cerca de 1 metro de largura que funcionava como depósito. Uma ampla limpeza foi realizada no local. Nesse canto criou-se um jardim vertical que, graças às paredes de vidro e à falta de paredes internas,

pode ver visto inclusive da rua. Um dos destaques do projeto da loja, e totalmente de acordo com os estabelecimentos comerciais da vizinhança, é o espaço gourmet, que deve ser concluído em meados de agosto. Apesar de ainda estar em obras, Genilce tem grandes expectativas para o ambiente de 20 metros quadrados. Segundo ela, o espaço vai servir de ponto de encontro de clientes, com o objetivo de ultrapassar a fronteira profissional. “Queremos estreitar o relacionamento com os clientes através de atividades culinárias, happy hours e reunião de grupos. O espaço também vai servir como estação de trabalho para os arquitetos, que terão à disposição internet sem fio, linha direta com os fornecedores e espaço para receber seus próprios clientes”, conta. Empresária do ramo moveleiro com 20 anos de experiência, Genilce espera que o espaço gourmet valorize ainda mais a Di Fatto Interiores. O estabelecimento, de acordo com Genilce, já foi considerado por um artista plástico da cidade como “um presente para Joinville”. A empresária, por sua vez, elogia os produtos que oferece, especialmente os mosaicos da Mosarte. “São joias feitas à mão”, afirma. dirigente Lojista l juLho 2011 l 43


Divulgação agência Brasil

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Itamar Franco

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ÁGuas Itamar Franco nos deixou lições de democracia e um Plano que viabilizou o Brasil por roQue pelliZZaro Junior, presidente da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas)

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tamar Franco era um líder político que unia a discrição e o estilo mineiro de ser com os resultados vitoriosos que entraram para a história do País. Assumiu a Presidência da República num momento conturbado da Nação, onde os desafios imensos estavam colocando a democracia brasileira numa preocupante encruzilhada. Com determinação, talento e convicção, construiu o Plano Real, tendo o então ministro Fernando Henrique Cardoso como grande condutor do projeto, vencendo definitivamente a inflação. Esta que já tinha uma projeção de atingir 5.000% ao ano, foi totalmente controlada, consolidando a estabilidade econômica do Brasil. Além desta conquista, a estabilidade política também

foi mantida com o sucesso do Plano Real, cujos frutos são colhidos até hoje por todos os governantes que sucederam a Itamar Franco. A perda de Itamar representa a perda de alguém que sempre acreditou em nosso país e não fugiu de suas responsabilidades, seja como presidente da República, governador de Minas Gerais ou senador, cargo este que exerceu até os últimos dias de sua existência, reconduzido pela população com a expressiva marca de mais de 5 milhões de votos. A sociedade brasileira será eternamente grata aos serviços prestados por Itamar Franco, que dedicou sua vida ao exercício da democracia e da política voltada para beneficiar toda a sociedade. dirigente Lojista l juLho 2011 l 45


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Aquisição das lojas do Baú acirra disputa pelo segundo lugar do varejo de eletromóveis

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aquisição das lojas do Baú, anunciada em 13 de junho, foi a primeira grande reação do Magazine Luiza aos recentes movimentos de consolidação do setor, iniciada com a compra do Ponto Frio pelo Pão de Açúcar em 2009. Até agora, a avaliação era de que o Luiza assistia passivamente à concorrência se reestruturar. A aquisição não surpreendeu os consultores, já que alguns consideravam o Magazine Luiza um dos pretendentes favoritos ao casamento com essa ‘filha’ de Silvio Santos. A aquisição de 121 lojas por R$ 83 milhões transforma a rede do interior de São Paulo em

MÁQUINA DE VENDAS


por

Geraldo riGoni geraldo@geraldorigoni.com.br

segunda colocada no ranking do varejo de eletromóveis, segundo Cláudio Felisoni, presidente do Provar/Ibevar. O Magazine Luiza já havia ocupado esse posto – e dele foi tirada a Máquina de Vendas, quando esta rede surgiu, em 2010, fruto da associação entre Ricardo Eletro e Insinuante. Os especialistas, contudo, não acreditam que a Máquina de Vendas não vai reagir. A Máquina de Vendas “certamente vai às compras”, afirma Felisoni. A Máquina de Vendas deve ser mais agressiva do que foi até agora, segundo Eugênio Foganholo, da Mixxer, consultoria especializada em varejo. Afinal, a rede sabe que um dos objetivos do Magazine Luiza com sua oferta pública de ações era levantar dinheiro para aquisições e expansões. A disputa pelo segundo lugar no varejo de eletromóveis no Brasil explicase pela importância do valor de mercado das empresas. Como as margens nesse setor são estreitas, é importante vender muito – e o faturamento dessas companhias indica o valor de mercado delas. E quanto maior a empresa, maior a possibilidade de negociação com os fornecedores e, consequentemente, maior a possibilidade de aumentar a margem. “Dado o volume, qualquer aumento pequeno de margem é interessante”, diz Felisoni. “Tamanho nesse setor faz uma enorme diferença”, afirma Foganholo, que destaca o poder de barganha com os fornecedores. Com a aquisição das lojas do Baú, o Magazine Luiza ainda reforçou sua atuação na Grande São Paulo, um lugar difícil de entrar, segundo Foganholo, e onde a Máquina de Vendas ainda não atua. Para o consultor, essa não deve ser a única aquisi-

disputa pelo segundo lugar explica-se pela importância do valor de mercado das empresas ção do Magazine Luiza após o IPO. Nessa corrida pelo segundo lugar, há dois modelos diferentes, de acordo com Foganholo: o do Luiza, de aquisições e, o da Máquina de Vendas, de associações. Em teoria é mais fácil se associar, porque não exige capital. Mas o varejista brasileiro prefere manter o controle ao invés de compartilhar, segundo Foganholo. “Pela tradição no varejo brasileiro a vantagem é do Luiza”, explica. Além disso, o desempenho do Magazine Luiza em 2011 está melhor do que o da Máquina de Vendas. Entre os ativos que podem despertar maior interesse estão as empresas que faturam entre R$ 300 milhões e R$ 600 milhões, segundo Eduardo Seixas, sócio-diretor da Alvarez & Marsal Brasil.

As lojas do Baú faturaram R$ 415 milhões em 2010 e podem acrescentar 121 lojas à rede do interior paulista. Potencial – O faturamento por metro quadrado dos 121 pontos de venda das lojas do Baú está relativamente baixo, segundo José Lupoli Junior, sócio da Lupoli Junior Consultores Associados e professor da Each/USP. Enquanto o Magazine Luiza faturou R$ 14,2 mil por metro quadrado no ano passado, as lojas do Baú faturaram R$ 9 mil por metro quadrado. “Ele tem todas as condições para alavancar essas lojas para o nível de faturamento das lojas atuais”, afirma. As sinergias entre Magazine Luiza e lojas do Baú também devem ser maiores do que com a última aquisição da rede, as lojas Maia, segundo o professor. “Como negócio potencial, foi melhor que a compra das lojas Maia.” O professor, assim como Seixas, achou a compra barata. “Está pagando menos de R$ 1 milhão por loja”, diz Lupoli. A aquisição das lojas do Baú agregou faturamento para o Magazine Luiza, consolida mais a presença deles em algumas regiões e foi relativamente barata, segundo Seixas. E, além disso, pode indicar que a briga pelo segundo lugar está recomeçando. dirigente Lojista l juLho 2011 l 47


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Máquina de vendas investe em serviços financeiros para classe c

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oi numa conversa com sua empregada doméstica que o presidente do conselho da holding varejista Máquina de Vendas, Luiz Carlos Batista, teve a ideia que resultou no modelo da financeira MV Shop, uma parceria com o banco HSBC que estreia no mercado. “Ela estava entusiasmada porque tinha dez cartões de loja para mostrar às amigas”, conta Batista, um dos controladores da Máquina de Vendas. “Mas um dia, no café da manhã, ela disse que tinha quebrado vários deles e mantido só dois, que tinham as melhores condições de crédito.” Num cenário em que as redes de varejo oferecem cada vez mais serviços financeiros, ficou claro para Batista que era preciso se diferenciar da concorrência para permanecer nas carteiras do público da classe C, principal cliente das redes Insinuante, Ricardo Eletro e City Lar, que estão sob o guarda-chuva da Máquina de Vendas. A oferta de serviços financeiros mais amplos que o tradicional empréstimo para a compra de produtos nas lojas foi um dos pontos de negociação da holding com o banco HSBC

para a criação da MV Shop. Também pesou o alto investimento do banco britânico, que, segundo fontes de mercado, pagou R$ 500 milhões pela participação de 50% na nova financeira, além de fornecer uma linha de crédito de outros R$ 500 milhões para financiar novas aquisições pela Máquina de Vendas. O principal instrumento usado para a concessão das novas linhas será o cartão de crédito MV Card. A meta da rede é atingir 1,5 milhão de plásticos e carteira de crédito de R$ 2 bilhões no primeiro ano. A base de clientes não é desprezível: dona de um faturamento de R$ 6 bilhões anuais, com uma rede de 750 lojas, as três marcas do grupo têm 15 milhões de pessoas cadastradas. O primeiro convênio da MV Shop será celebrado para a venda de motos, em um acordo com a chinesa CR Zongshen, dona da Kasinski, para vender motos em 80 lojas da rede City Lar.

O Magazine Luiza terá Centro de Distribuição na Paraíba O governo do Estado da Paraíba e o Magazine Luiza assinam no mês de julho um protocolo de intenções para instalação de um Centro de 48

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Distribuição da varejista, terceira maior no setor de eletroeletrônicos e móveis do País, para as regiões Norte e Nordeste. O CD será loca-

lizado em Conde (PB), na região metropolitana de João Pessoa, e cuidará também das vendas on-line para a região.


abílio diniz quer poder no varejo mundial

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bílio Diniz, dono do Grupo Pão de Açúcar, pretende se tornar o maior acionista do Grupo Carrefour no mundo, ultrapassando o empresário francês Bernard Arnault, dono do grupo LVMH, maior conglomerado de luxo do mundo. Abílio Diniz ofereceu ao Carrefour parte de suas ações no Brasil e, em troca, receberia 11,7% das ações do grupo francês, uma participação que poderia crescer até 17%. A fusão seria uma solução ousada para ajudar o Carrefour a se reerguer e, ao mesmo tempo, dar a Diniz um poder imbatível no setor varejista brasileiro. A proposta foi planejada em quase total sigilo pelo empresário. Há dois anos, desde que surgiram boatos de que o Walmart estaria comprando a operação do Carrefour no Brasil, intermediários de Diniz se apresentaram ao conselho do grupo francês para demonstrar interesse na aquisição das lojas. O negócio avançou quando finamente o presidente mundial do Carrefour, Lars Olofsson, aceitou se encontrar com Diniz em Paris há um mês. O banco BTG Pactual, através do sócio Claudio Galleazi, que dirigiu o Pão de Açúcar recentemente, se apresentou para ser um sócio financeiro importante do negócio. O BNDES já mostrava interesse em participar de uma operação que consolidasse o varejo brasileiro. A Estater, empresa financeira comandada pelo executivo Pérsio de Souza, lidera a

fusão seria solução ousada para ajudar o carrefour a se reerguer e dar a Diniz um poder imbatível no setor varejista brasileiro tarefa de unir interessados e interesses para conclusão da fusão. A proposta do Pão de Açúcar vale por 60 dias. Neste tempo, Abílio Diniz espera contar com o “senso de negócio” dos dirigentes do Casino, aceitando a fusão com o Carrefour como uma transação que vai aumentar a riqueza de todos os lados. Executivos envolvidos diretamente na negociação esperam que durante o prazo de validade da proposta a fusão seja aprovada pelos conselhos dos dois grupos. A fusão também terá que passar pelo crivo do Cade, já que o setor de varejo no Brasil ficará mais concentrado nas mãos de um grupo só. O Casino, porém, tem o poder de recusar com veemência qualquer possibilidade de união do Pão de Açúcar com o Carrefour.

Solteiros brasileiros movimentam R$ 418 bi por ano Os solteiros brasileiros movimentam R$ 418,7 bilhões por ano, segundo pesquisa do Data Popular. Deste total, os jovens emergentes possuem quase metade de participação (46%). No Brasil, o número de pessoas maiores de 18 anos que mantêm este estado civil é de 47,1 milhões, e a faixa etária é de, em média, 32 anos. Cerca de 3,7 milhões vivem sozinhos, o que corresponde a 8% do total. Nas classes D e E, a maior parte dos solteiros é de mulheres, que totalizam 52% dos 15,4 milhões de brasileiros deste grupo. Já nas classes A, B e C a maioria dos solteiros é homem, com percentuais de 49% e 47%, respectivamente. A Região Norte do País possui a maior concentração de pessoas desse grupo (50,4%) e o Sul brasileiro tem menor distribuição, com 31,9% dos solteiros. As pessoas emergentes que não são casadas detêm 46,3% da massa de renda do grupo, movimentando R$ 193,9 bilhões. A participação das classes A e B nesse montante equivale a 18,1% (R$ 75,6 bi) e 21,6% (R$ 90,5 bi), respectivamente. Os solteiros da base da pirâmide contribuem com apenas 0,8% do total, movimentando R$ 3,3 bilhões.

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produção de móveis cai em abril...

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produção nacional de artigos de mobiliário apontou variação de -2,6% em abril deste ano se comparado com o mesmo mês de 2010. Segundo informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o setor foi a quinta principal queda na categoria de “bens de consumo duráveis”, ficando atrás apenas da linha marrom (-18,6%), eletrodomésticos (-12,9%), linha branca (-11,3%) e automóveis (-9,8%). Bens de consumo duráveis, com variação de -10,1%, foi a categoria que mais recuou, aponta o instituto. André Macedo, gerente da pesquisa, ressalta que o efeito calendário, isto é, o menor número de dias úteis no mês de abril de 2011 ante o mesmo mês de 2010, influenciou os resultados obtidos. No acumulado de 2011 (de janeiro a abril), o setor industrial de mó-

veis também registrou baixa de 3% se comparado ao mesmo período do ano passado, enquanto que no acumulado dos últimos 12 meses houve alta de 2,6%. Após acumular alta de 3,3% nos três primeiros meses do ano, a produção industrial como um todo caiu 2,1% na passagem de março para abril de 2011. De 27 categorias analisadas, 13 obtiveram recuo na produção, com destaque para o setor de máquinas e equipamentos, que recuou 5,4% em abril, após quatro meses de crescimento. Observou-se também redução de -1,3% no confronto entre os meses de abril deste ano e do ano passado. Com esses resultados a indústria brasileira cresceu 1,6% no primeiro quadrimestre,

abaixo dos 2,6% verificados no primeiro trimestre. Segundo a última estimativa apontada pelo relatório Focus, divulgado no começo de julho pelo Banco Central, a previsão de crescimento na produção da indústria é de 3,73% para 2011. Em 2012, os analistas econômicos esperam uma taxa positiva de 4,6%.

Varejistas reduzem as compras Diante do comportamento mais contido do consumidor, os varejistas reduziram, em média de 1,5%, as compras de seus fornecedores nos meses de abril e maio deste ano na comparação com o mesmo período de 2010. O dado foi apresentado ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, pelo Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV), que reúne 35 grandes varejistas como CA, Pão de Açúcar, Magazine Luiza, Leroy 50

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Merlin e Tok&Stok. “As medidas que o governo visava para reduzir a taxa de crescimento já estão surtindo efeito. A preocupação agora é mantê-las nesse nível ou até tomar medidas para reestimular a economia”, afirma o presidente do IDV, Fernando de Castro. Segundo o executivo, o último Dia das Mães foi um exemplo da desaceleração, em que diversos setores venderam menos do que o previsto.

Ele considera que todos os segmentos estão sentindo a desaceleração, mas que ela é um pouco maior para eletroeletrônicos e materiais de construção. “É muito difícil saber se o remédio é excessivo, mas estamos indicando ao ministro que parece ser suficiente”, diz Castro. O grupo de varejistas também pediu ao ministro uma intervenção para acabar com as barreiras fiscais introduzidas sobre a comercialização entre estados.


...e consumo está menos concentrado

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estudo IPC Maps 2011 (atual substituto do IPC Target), publicado pela IPC Marketing Editora em maio, avalia o perfil do consumo da população urbana e rural em todas as regiões do País, por classe econômica, em 21 categorias. Neste ano, o estudo revela que a projeção de consumo em todas as categorias avaliadas e na categoria ‘Mobiliário e Artigos do Lar’ está migrando da Região Sudeste, que tradicionalmente se mantém na liderança, para as demais regiões do País. Dos R$ 21,8 bilhões consumidos em móveis e artigos do lar no último ano pela Região Sudeste, a expectativa é de que em 2011 sejam consumidos R$ 19,6 bilhões.

O Nordeste se manteve como segundo maior mercado consumidor do País e segundo maior consumidor de ‘Mobiliário e Artigos do Lar’ no ranking do estudo. A projeção de consumo da população nordestina é de R$ 435 bilhões, contra R$ 390 bilhões registrados em 2010. Desse valor, R$ 8,5 bilhões deverão ser consumidos só em mobiliários e artigos do lar – uma evolução no comparativo com o último ano, que registrou R$ 7,8 bilhões. Para o responsável pela pesquisa e diretor da IPC Marketing Editora, Marcos Pazzini, o aumento não é muito significativo, mas reforça uma tendência. “O consumo vai se intensificar no Nordeste, uma região emergente, onde a renda e a qualidade de vida da população deverão melhorar não só pelos programas sociais do governo, mas também pelos investimentos da iniciativa privada que deverão au-

mentar”, afirma Pazzini. Entre 2010 e 2011, mais de 936 mil empresas se instalaram na região. Em outras regiões do País o consumo de móveis e artigos do lar também aumentou. O Sul, que desde 2008 perdeu a segunda posição no ranking para o Nordeste, registrou R$ 7,8 bilhões neste ano. Em quarto lugar está a Região Centro-Oeste com R$ 3,2 bilhões e, por último, com R$ 2,3 bilhões, ficou a Região Norte. A projeção do consumo nacional de móveis será menor: R$ 41,7 bilhões contra R$ 42 bilhões registrados em 2010. Gastos com outras categorias, como “outras despesas” (categoria que abrange a renda destinada principalmente ao setor da construção civil), “manutenção do lar”, “alimentação”, “transporte” e “medicamentos” aparecem no estudo como prioridades dos brasileiros.

NOTAS RÁPIDAS

Colombo

Colombo II

A Colombo, uma das maiores redes de eletroeletrônicos do País, inaugurou em Gramado (RS) uma loja com conceito diferenciado, mais focado na experimentação de produtos tecnológicos desenvolvidos exclusivamente para a cidade, hoje o terceiro maior destino turístico do Brasil. A proposta é aproveitar o glamour de Gramado, que no ano passado recebeu 3,4 milhões de visitantes, para fazer com que os turistas conheçam e valorizem a marca.

A Colombo reinaugurou em julho seu ponto de venda em São Sebastião (SP). Localizada no Centro da cidade, a loja conta com novo layout e promoções especiais para os clientes. Em uma área de 500 metros quadrados, a unidade oferecerá um amplo mix de eletrônicos, móveis e produtos de alta tecnologia. A Colombo conta com 331 lojas no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Minas Gerais.

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T E C N O V A R E J O

espelho, espelho meu Tecnologia de computação visual de ponta permite a criação de provadores virtuais nas lojas de roupas

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Intel lançou uma tecnologia que vai mudar a maneira como as pessoas compram roupas e se relacionam com a moda. Denominada Magic Mirror (Espelho Mágico), uma nova solução de “provador virtual” permite que os usuários experimentem versões virtuais de roupas em um avatar que simula as formas e os parâmetros exatos da pessoa que está à frente. Com o Espelho Mági-

co é possível experimentar diferentes roupas em um avatar 3D antes de se encaminhar para um provador real. O protótipo do Espelho Mágico apresentado é uma tela que funciona exatamente como um espelho de loja – exceto que, ao invés de uma superfície reflexiva, existe uma tela de alta resolução capaz de identificar tamanho e medidas de quem está na frente e criar um avatar 3D que responde em tempo

real aos movimentos da pessoa. Utilizando apenas gestos, o usuário será capaz de selecionar roupas e prová-las em seu avatar 3D, montando visuais e escolhendo peças antes de se encaminhar para um provador físico. A novidade busca criar uma nova experiência de compras no varejo, e permite que as pessoas experimentem um grande catálogo de roupas com mais velocidade e comodidade.

espelHo MÁGico Tecnologia permite provar roupas em avatar 3D antes de se encaminhar ao provador físico

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Marketing segmentado Solução configura banners para cada palavra buscada

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om uma nova tecnologia disponibilizada pela VTEX para sua plataforma de comércio eletrônico, o lojista consegue configurar banners específicos para cada palavra buscada, oferecendo exposição de publicidade diferenciada no acesso do internauta a determinadas páginas. A ação possibilita rentabilizar ainda mais os espaços de publicidade para a marca parceira, a partir de busca orgânica com pala-

Integração homologada A WebSoftware, empresa especializada em tecnologia, oferece o serviço ‘Websoftware PDV’, um sistema para gestão de pontos de venda no varejo homologado pelo governo, capaz de integrar todas as lojas e unidades de uma rede ou franquia. Entre os benefícios estão a simplicidade nas operações, treinamento rápido e simples, estabilidade, confiabilidade e segurança, além de garantir agilidade no ponto de venda. O software é homologado pela Sefaz (Secretarias da Fazenda) e totalmente integrado com os sistemas de retaguarda (ERP) da WebSoftware. É compatível com vários modelos de impressoras fiscais e leitores de cartões de crédito (Pinpad).

vras-chave dentro da loja virtual. Para exemplificar, quando o e-consumidor digitar smartphones em seu sistema de busca, junto aos resultados obtidos será encontrado um banner de um aparelho de uma determinada marca, oferecendo uma exposição diferenciada aos fabricantes. Além disso, a plataforma permite criar campanhas segmentadas por banners e e-mail marketing, perso-

nalizando uma página especial para a ação com layout, vitrine, coleções de produtos, utilizando uma comunicação visual especial e diferenciada.

Venda segura O PayPal, líder mundial em pagamentos on-line, anuncia o lançamento, no Brasil, do PayPal Proteção ao Vendedor, uma solução inédita no mercado brasileiro, sem custo adicional, e que já é oferecida pela empresa para vendas no eBay e em outros países. O programa brasileiro tem como objetivo proteger os lojistas, mesmo nos casos em que o comprador pedir o cancelamento deste pagamento, alegando que não autorizou a compra ou não recebeu o item comprado. Para se beneficiar deste programa, vendedor e comprador precisam estar em território brasileiro e terem feito a transação via PayPal, a partir de 12 de abril de 2011. Além disso, o vendedor precisará apresentar um comprovante de que enviou a mercadoria em até sete dias após a efetivação da compra. Além do PayPal Proteção ao Vendedor, o comerciante conta com um sistema de gerenciamento de risco em todos os pagamentos que forem feitos com PayPal. Este serviço, que visa detectar e impedir transações fraudulentas, também não possui custo adicional.

DIRIGENTE LOJISTA  JULHO 2011  53


T E C N O V A R E J O

controle de campanhas AIM é uma das tecnologias mais sofisticadas do mercado que controla e otimiza as campanhas on-line

a

Adnetik, empresa americana que chegou ao Brasil em setembro de 2010, oferece tecnologia e serviços que integram dados de performance e segmentação, buscando a maior eficiência das campanhas. O principal produto da empresa é a AIM (Audience Investment Management), solução que controla e aumenta o retorno da publicidade on-line. A AIM permite aliar diversos dados referentes ao anunciante e seu público-alvo. Com base nessas informações, é possível direcionar banners de promoções, produtos ou serviços para consumidores que realmente desejam o que está sendo anunciado.

Caixas livres A Fóton Informática, uma das líderes em produtos de softwares para automação bancária, lançou uma ferramenta de autoatendimento especialmente projetada para as lojas, supermercados, drogarias e postos de serviços em geral que atuam como correspondentes bancários. O Sistema Extra Bank admite operações financeiras em totens ou dispositivos similares para realização de autoatendimento nos correspondentes bancários, liberando os caixas das lojas. A solução permite a realização de todas as operações típicas de um balcão de agência, tais 54

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dirigente Lojista

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como consultas de saldos, transferências, depósitos, pagamentos, entre outras. Os totens, além de serem economicamente menos onerosos aos comerciantes, possuem a vantagem de não embutir cofres para saques em espécie através do próprio terminal, evitando, assim, a ação de criminosos. Para atender os clientes que necessitam efetuar saques em dinheiro, o software permite a emissão de um comprovante com o valor de retirada desejado, que é entregue diretamente no caixa da loja, e então liberado pelo atendente.


etiquetas rfid Haco apresenta linha com identificação automática

a

Haco apresentou na Label 2011 suas etiquetas com o sistema de identificação automática através de ondas de rádio. Revolução para o mercado têxtil, as etiquetas com radiofrequência contam com sistemas de vanguarda e provadores inteligentes que possibilitam funções até então inimagináveis. Por meio da tecnologia RFID, estilistas e designers de moda poderão participar, virtualmente, da venda de seus produtos. Por exemplo: o cliente escolhe um item, leva ao provador e lá recebe a ajuda automática do sistema que vai identificar possíveis combinações entre outros produtos. Essas informações que podem potencializar a escolha do consumidor – já que 90% das decisões de compra acontecem dentro do provador – são fornecidas pelos estilistas e designers para um banco de dados, que monta as combinações ideais para cada peça.

Pesagem digital A Toledo do Brasil lançou uma nova balança específica para o pequeno e médio varejo com uma redução de preço de 25% em relação aos modelos anteriores. Denominada Prix 4 Uno, a nova balança apresenta várias inovações para agilizar o atendimento aos clientes e reduzir os custos operacionais dos estabelecimentos. A Prix 4 Uno pesa vários tipos de produtos e, ao mesmo tempo, rea-

liza todo o tipo de rotulagem, seja por peso, por unidade ou mesmo glaciados e drenados. Com capacidade de pesagem de 15 quilos, apresenta ainda dupla faixa de pesagem. Ela é compacta e tem design moderno. Pode ser utilizada tanto na venda direta ao consumidor quanto no pré-empacotamento. É especialmente indicada para uso em açougues, padarias, restauran-

tes, sorveterias e mercados. A capacidade de cadastramento da balança chega a 1 mil itens. Podem ser inseridas informações extras, dados nutricionais, imagens e nome dos operadores. Todos os itens podem ser codificados e precificados. O cadastro pode ser feito na própria balança ou através de microcomputador, quando ela estiver conectada em rede. dirigente Lojista l juLho 2011 l 55


O P I N I Ã O

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B A N H O

D E

L O J A

TEMPO, TEMPO, teMpo s

e fosse possível empaco-

percorrer grandes distâncias den-

tar o tempo e vendê-lo nas

tro de uma loja para completar sua lista de compras, etc.

prateleiras de um supermercado,

certamente ele seria um produto

Indiretamente, um ponto de

campeão de vendas. Isso porque

venda que economiza o tempo

hoje a falta de tempo é uma re-

do cliente está vendendo isso a

clamação recorrente que permeia

ele, está vendendo a facilidade, a

diferentes idades e classes sociais.

conveniência, o que pode ser de-

Sobram afazeres e faltam horas em cada dia.

“Apesar de não ser

terminante para o cliente gastar seu dinheiro ali. Alguns chegam

A maneira como gastamos nos-

possível empacotar

a pensar que, se o cliente entrar

so tempo também vem mudando,

o tempo, é possível

e sair da loja muito rápido, po-

são muitas opções para escolher, muitas informações para absorver.

vendê-lo em nossas

dem perder a chance de fazê-lo comprar por impulso ou conhe-

O que talvez ainda não tenhamos

lojas, com a rapidez

cer outros produtos disponíveis

percebido é que, apesar de não ser

no atendimento,

na loja, tais como novidades ou

possível empacotar o tempo, é possível vendê-lo em nossas lojas. É

assertividade na

sazonalidades. Aí está o grande desafio. Cada

possível vendê-lo de várias formas.

implantação de

vez mais a atmosfera do ponto de

Ele está relacionado com a rapidez

uma loja, facilidade

venda deve proporcionar ao clien-

no atendimento, assertividade na implantação de uma loja, facilidade de acesso e conveniência. É muito fácil perceber como os clientes ficam cada dia mais irritados em perder tempo em filas, em esperar para serem atendidos, em 56

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dirigente Lojista

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de acesso e conveniência” Kátia Bello Arquiteta e sócia-diretora da Opus Design. katia@opusdesign.com.br

te tamanho bem-estar, conforto e atratividade que ele sinta vontade de permanecer no ambiente entretido na experiência de compra e, quem sabe, ter a sua noção de tempo afetada pelo imenso prazer que está sentindo.


dirigente Lojista l juLho 2011 l 57


Empreender julhO/2011 – WWW.SEBRAE.COM.BR - 0800 570 0800

informe do sistema brasileiro de apoio àS micro e pequenas empresas

inovar é preciso Sebrae oferece soluções em inovação para que empresas de pequeno porte possam permanecer no mercado e evoluir

Divulgação

Para Carolina, da Loja Cheia de Vida, a ALI apresentou uma nova visão para o empreendimento

linhar a agenda positiva que vive o Brasil à inovação nas micro e pequenas empresas (MPEs). Esse é o objetivo do esforço que o Sebrae tem feito por meio dos Agentes Locais de Inovação (ALI). Estes profissionais têm levado outros programas desenvolvidos pela instituição, como o Sebraetec e o Sebrae Mais, ao universo dos pequenos empreendimentos. O trabalho terá reforço de R$ 780 milhões nos próximos três anos, segundo destacou o presidente do Sebrae Nacional, Luiz Barretto, na abertura do 2º Encontro Nacional dos Agentes Locais de Inovação (ALI), realizado em julho, em Pernambuco. Com os recursos investidos, o número de agentes de inovação – que reúne cerca de 450 pessoas em 22 estados – vai crescer para mais de 1 mil profissionais até o final de 2012. Os ALI são jovens recém-formados, de nível superior, capacitados para identificar possibilidades de inovação nas empresas de pequeno porte. “O tema da inovação é uma agenda

fundamental, não só para as micro e pequenas se tornarem mais competitivas no atual mercado globalizado mas para todo o Brasil. O tema é mais amplo que a abordagem tecnológica. Envolve também gestão e pequenos aspectos que se transformam em ganhos de produtividade”, disse Barretto. Na sua avaliação, os ALI são importantes para levar as soluções do Sebrae para as pequenas empresas em estágio de gestão mais avançado. // Serviço diferenciado A empresária Carolina Cordeiro enxergou na necessidade uma oportunidade de negócio. Ao perceber a ausência de lojas especializadas na venda de produtos para grávida e pósparto, ela resolveu inovar e apostar na loja Cheia de Vida, em Rio Branco, no Acre. Com apoio do Sebrae, por meio do Agente Local de Inovação (ALI), sua empresa cresceu, se modernizou e permaneceu inovando. A empresária atende as mamães em domicílio ou no hospital. Basta ligar. A empresária leva qualquer produto da loja até suas clientes.


Agência Sebrae de Notícias

“O TEMA É MAIS AMPLO QUE A ABORDAGEM TECNOLÓGICA. ENVOLVE TAMBÉM GESTÃO E PEQUENOS ASPECTOS QUE SE TRANSFORMAM EM GANHOS DE PRODUTIVIDADE”, AFIRMA BARRETTO Número de agentes de inovação vai crescer para mais de 1 mil profissionais até o final de 2012

“O negócio é sucesso”, garante Carolina. Entre as metas de curto prazo, Carolina pretende “aumentar o faturamento em 50% até o final deste ano”, comemora. O caso de sucesso de sua empresa no programa do Sebrae foi apresentado durante o 2º Encontro Nacional dos Agentes Locais de Inovação (ALI). A apresentação também contou com a participação da ALI responsável por atender à loja Cheia de Vida, Maryslene Vidal. “Agradeço ao Sebrae por ter disponibilizado uma profissional tão bem treinada. Ela me apresentou uma nova visão para o meu empreendimento. Embora o público da empresa fosse óbvio, com a construção do cadastro de clientes, por exemplo, percebi que havia subgrupos de clientes e que, da forma como estava sendo feito, eu não atendia direito todo o mercado”, contou a empresária. “Carolina acreditou no programa e percebeu que era importante a prática da inovação.

Esse é o primeiro passo”, disse Maryslene. Antes de a empresária ter contato com a consultoria do programa ALI, falhas no processo de gestão faziam parte da rotina da sua empresa. Faltava, por exemplo, o controle das contas a receber. “O controle não usava todas as informações que o software gerava. Também havia dificuldades em identificar e mensurar os lucros do negócio. A formação dos preços era de forma empírica, faltava treinamento de quem vendia. A única funcionária da loja não era registrada. Hoje tenho três vendedoras, todas com carteira assinada”, comemora Carolina Cordeiro. // Avanços Ao fazer parte do ALI, Carolina passou a investir na sua própria capacitação e fez o curso de atendimento e oficina de vitrinismo e consultorias financeiras. Outras ações implementadas foram investimentos

Serviço Texto: www.agenciasebrae.com.br Mais informações: www.sebrae.com.br

Empreender – Informe do Sebrae. Presidente do Conselho Deliberativo Nacional: Roberto Simões. Diretor-Presidente: Luiz Barretto. Diretor-Técnico: Carlos Alberto dos Santos. Diretor de Administração e Finanças: José Claudio dos Santos. Gerente de Marketing e Comunicação: Cândida Bittencourt. Edição: Ana Canêdo, Antônio Viegas. Endereço: SGAS 605, Conjunto A, Asa Sul, Brasília-DF, CEP: 70.200-645 Fone: (61) 3348-7100 – Para falar com o Sebrae: 0800 570 0800 Na internet: sebrae.com.br // twitter.com/sebrae // facebook.com/sebrae // youtube.com/tvsebrae

em publicidade como a criação de blog da Cheia de Vida (http://lojacheiadevida.blogspot.com), a divulgação da loja em jornais locais e em campanhas de outdoors. “Passei a investir em áreas que estavam de lado, mas que deveriam ter maior atenção”, afirma. Recentemente, a empresária inaugurou uma nova loja no centro comercial de Rio Branco. O espaço é maior, possibilitando melhor exposição das mercadorias. “Hoje também há a segmentação de mercado e a identificação do público-alvo e dos produtos mais adequados. Há um melhor controle financeiro, com a interpretação e análise das informações geradas pelo software. Com isso, passei a identificar o lucro do negócio facilmente”, revela a empresária. Ainda segundo ela, existe agora uma metodologia na formação de preços e a identificação na empresa dos pontos fracos que devem ser trabalhados. E


O P I N I Ã O

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P O N T O

D E

V E N D A

O QUE É MAIS IMPORTANTE: a venda ou a entreGa? e

ntre os varejistas, é fato que

do negócio. É a qualidade daquilo

a maior de todas as preocu-

que você vende, a entrega que lhe

pações está em relação às vendas.

garantirá essa longevidade. E no

Tudo o que fazemos, não importa

que se refere à entrega, diversos

se investimos em atendimento ou

fatores podem fazer a diferença:

em infraestrutura, tem como in-

o atendimento prestado com qua-

“Mesmo que um

tenção aumentar o faturamento ou

lidade, a entrega de mercadorias

negócio comece

as vendas no ponto de venda. Não

de maneira tal qual foi combinada

seria diferente se não estivésse-

com o cliente, ou até mesmo a

vendendo bem, não

mos falando de varejo.

qualidade única em seu produto,

serão as vendas

Entretanto, acredito que a ven-

como um sabor, cor, tecnologia ou

que garantirão a

da é fundamental para a saúde

outro aspecto que faça a diferença

do negócio. Porém, acredito que

ante a concorrência.

sua longevidade. É a qualidade daquilo

o foco do “bom” varejo está na

Falando em concorrência, sem-

qualidade dos produtos e serviços

pre vejo lojistas fundamental-

que você vende,

que oferece ao seu cliente – ou

mente preocupados com a dispu-

seja, a entrega.

ta de preços como única maneira

a entrega que lhe

Principalmente quando falamos

de conquistar seus consumidores.

garantirá essa

de serviços, a qualidade daquilo

Há tempos que os consumidores

longevidade”

que se entrega é mais importante

procuram mais do que preços, e

até mesmo do que a própria ven-

os lojistas que estão sabendo tra-

da. Pense desta maneira: mesmo

balhar desta maneira, entregando

que um negócio comece bem,

valia, e não apenas valor em seus

vendendo bem, não serão as ven-

produtos e serviços, já colhem

das que garantirão a longevidade

bons resultados.

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caio camargo Arquiteto especialista em varejo, MBA em Marketing pela FGV e autor do blog Falando de Varejo (@falandodevarejo)


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L E I T U R A

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L A N Ç A M E N T O S

encantamento de clientes As empresas precisam encontrar novas maneiras de capitalizar a inteligência, a paixão e a energia criativa de sua força de trabalho, peça-chave de um bom relacionamento

n

ão importa qual o segmento de atuação, todas as empresas buscam hoje atingir a mesma meta: atender melhor as pessoas que compram seus produtos e serviços. Não importa se elas são chamadas de clientes, consumidores, pacientes ou, no caso da Walt Disney World, convidados. Ou você as satisfaz ou corre o risco de perdê-las para a concorrência. Pela primeira vez, o elemento mais importante da metodologia que está por trás da magia Disney será revelado – o atendimento de qualidade. Afinal, as tendências para o mercado de trabalho podem ir e vir, mas as empresas

o jeito disney de encantar os clientes Disney Institute Editora Saraiva, R$ 29

Jogando para vencer John Wooden e Steve Jamison Editora Sextante, R$ 19,90

Qual o segredo da liderança e do sucesso de um dos maiores treinadores esportivos do mundo? Em busca de resposta para essa pergunta, a obra apresenta o inspirador método de trabalho de John Wooden, treinador norteamericano que levou o time de basquete da Universidade da Califórnia (Ucla) a vencer 88 jogos consecutivos e a conquistar dez campeonatos nacionais, sete deles em sequência. Com apresentação e comentários de Bernardinho, o livro traz à tona os princípios e valores que transcendem o universo esportivo e podem ser aplicados à vida pessoal e profissional. 62

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dirigente Lojista

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precisam se concentrar em encontrar novas maneiras de capitalizar a inteligência, a paixão e a energia criativa de sua força de trabalho, pois são justamente os colaboradores a peçachave de um bom atendimento. A obra detalha as iniciativas por trás de toda a magia e mostra quais são os diferenciais da Disney, por meio dos métodos criativos e das práticas inovadoras, que se tornaram referência para todas as companhias que buscam a satisfação de seus clientes. Conheça também os fundamentos sempre atuais de Walt Disney para o sucesso e para nunca deixar de crescer e acreditar.

credibilidade não se ganha. conquista-se

Washington Olivetto, Editora Saraiva, R$ 29

Parte da série “O que a vida me ensinou”, o livro conta a trajetória de vida de Washington Olivetto, um dos publicitários brasileiros de maior prestígio no cenário internacional. Conheça os dilemas, obstáculos, medos e desafios que permearam a vida do autor, e aprenda com as lições, reflexões e experiências vividas por ele durante todos esses anos de carreira. “O sucesso sempre depende de disciplina, dedicação e algum talento. Mas também da escolha do lugar certo, no tempo certo. Afinal, somos resultado das ondas que estamos surfando”, afirma Olivetto.


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O P I N I Ã O

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D E

O L H O

N O

C L I E N T E

NRF 2012 – AS NOVAS reGras do vareJo o

próximo congresso de varejo que

Brasil, há uma mudança no comporta-

acontecerá no início de 2012 terá

mento de compra do consumidor que

como tema principal as novas regras do

tem afetado diretamente as lojas de

varejo, pois é um assunto que tem sido

rua. Lojas escuras, desorganizadas e

discutido no mercado americano.

com funcionários descontentes estão

O que era apontado como tendência

fadadas ao fracasso. Houve uma ascen-

já é regra no varejo atual. Temos vivido

são no poder de compra da sociedade

constantes e rápidas mudanças. O con-

brasileira. As pessoas querem o confor-

sumidor não é mais o mesmo. Quando

to de “passear” num centro de com-

observamos as lojas, há uma maestria

pras, que pode ser um shopping, com

na criação da cenografia feita pelo pes-

banheiros limpos, alimentação diversi-

soal de visual merchandising para des-

ficada e área de lazer para crianças. Comprar virou um evento. Algumas

pertar e atrair a atenção de um consumidor, que hoje é disputado por vários outros segmentos. Ouvir e conhecer bem o seu cliente, ser transparente, dividir vitórias e tam-

“O que era

lojas são preparadas cuidadosamente

apontado como

para receber o cliente. Música, aroma,

tendência já é

iluminação que pode ser alterada através de sistema computadorizado, arti-

bém assumir as falhas, atuar em nichos

regra no varejo

gos de decoração, painéis de LCD, tudo

de mercado, oferecer e proporcionar

atual. Temos

preparado cuidadosamente para propi-

experiências ímpares para o consumidor, usar as redes sociais para auxiliar

vivido constantes e

ciar a melhor experiência ao cliente, do marketing olfativo ao sensorial.

o cliente na tomada de decisão no mo-

rápidas mudanças.

Outra regra que é fundamental: va-

mento da compra não são mais tendên-

O consumidor não

lorize e trate muito bem o seu funcio-

cias e sim regras que vieram para ficar e ser parte do sucesso do seu negócio. O empresário precisa estar atento, pois a experiência proporcionada na loja é o que faz o cliente retornar. Um exemplo: ao visitar algumas capitais do 64

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é mais o mesmo” luciana carmo Especialista em gestão de serviços e palestrante. luciana.carmo@mixxer.com.br

nário, somente assim ele tratará bem o seu cliente. Sem o vínculo de relacionamento duradouro não existirá o cliente, razão de ser de qualquer empresa. Quanto mais feliz você fizer a sua equipe, melhor serão os resultados obtidos.


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A G E N D A

Bem na foto Evento é um dos maiores e mais completos do setor de imagem e eletroeletrônicos do Brasil Um dos maiores eventos do setor de imagem e eletroeletrônicos do País. Abrange o segmento de foto, vídeo, pré-impressão, impressão digital, web design, acessórios, serviços e mídia. Paralelo ao evento é realizada a feira Brazil Consumer Eletronics Expo (BCEE), voltada

para o segmento de games, eletroeletrônicos e notebooks. 16 a 18/08/2011 Photoimage Brazil Expo Center Norte – São Paulo – SP www.photoimagebrazil.com.br

agosto 2 a 4/08/2011 Brazil Promotion Transamérica Expo Center – São Paulo – SP Considerada a principal feira de marketing promocional do País, apresenta as principais novidades em produtos e serviços promocionais, brindes, presentes corporativos, produtos e serviços para a realização de eventos. A feira reúne cerca de 200 expositores e recebe mais de 11 mil visitantes. www.brazilpromotion.com.br 2 a 5/08/2011 26ª Movimat Feira de Intralogística – Movimentação, Armazenagem, Embalagem de Materiais e Tecnologia da Informação e Serviços Pavilhão Vermelho do Expo Center Norte São Paulo – SP Considerado o maior evento do segmento na América do Sul, a Movimat 2011 terá mais de 200 expositores que trarão as mais importantes novidades no setor de logística interna e seu ecossistema. www.feiramovimat.com.br 17 a 19/08/2011 Sports Business Anhembi – São Paulo – SP O Congresso Sports Business deste ano discute as oportunidades e os desafios para a realização da Copa 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016. Na programação do evento estão previstas palestras sobre turismo esportivo, infraestrutura e instalações, materiais e equipamentos e marketing esportivo. www.sportsbusiness.com.br 66

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setembro 10 a 13/09/2011 Beauty Fair Expo Center Norte São Paulo – SP Considerada uma das maiores feiras de cosméticos e beleza da América Latina, reúne mais de 900 marcas do Brasil e do exterior e recebe em média 120 mil profissionais do setor por ano. Durante o evento é realizado o Congresso Científico Internacional de Estética e Cosmetologia e o Seminário em Gestão de Negócios da Beleza. www.beautyfair.com.br 12 a 15/09/2011 Equipotel Anhembi – São Paulo – SP Está entre as cinco maiores feiras de hotelaria e

gastronomia do mundo. Durante o evento são realizados o Equipotel Food & Drinks, Equipotel Spa & Wellness, e Equipotel Conference e Design. São esperados mais de 50 mil visitantes. www.equipotel.com.br 11 a 14/09/2011 52ª Convenção Nacional do Comércio Lojista Fortaleza – CE O evento tem o objetivo de unir representantes das CDLs, FCDLs e empresários do comércio varejista de todo o Brasil, para um amplo debate sobre temas que auxiliem no desenvolvimento do setor. www.cndl.org.br

outubro 6 a 8/10/2011 Expo Bebidas e Serviços Expo Center Norte – São Paulo – SP A 17ª edição reúne fabricantes e distribuidores de bebidas, fornecedores de insumos e de equipamentos e prestadores de serviço. São esperados mais de 10 mil visitantes, entre atacadistas, donos de bares e supermercadistas. www.expobebidas.com.br


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