Relatório Técnico - Ação Curvelo - Abr a Jun 2014

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R E L AT Ó R I O T É C N I C O P ROJETO “ A ÇÃO C URVELO”

ABR A J U N|2014

Coordenação:

Parceria:


RELATÓRIO TÉCNICO PROJETO “AÇÃO CURVELO” - CURVELO|MG ABRIL A JUNHO 2014

1. INTRODUÇÃO A partir do estudo socioeconômico feito em janeiro de 2014, o Projeto AÇÃO pôde encontrar maneiras para avançar no trabalho determinado. Felizmente, o AÇÃO deu mais um passo em relação à geração de renda e comércio solidário e uma nova proposta foi iniciada. A comercialização dos frutos dos saberes sertanejos facilita a aquisição de produtos saudáveis pelos moradores da zona urbana. Produtos saudáveis, sustentáveis e com precificação justa! Dessa forma, além de complementar a renda familiar, essa produção mentém viva a cultura local e os costumes mais tradicionais da comunidade. Outras atividades também acontecem simultaneamente, enriquecendo a atuação do projeto.

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2. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS 2.1 - Comercialização de produtos rurais na zona urbana de Curvelo O compromisso ambiental, o empoderamento comunitário, a promoção da cultura local Roseana são objetivos do projeto, além da geração de renda voltada para a satisfação econômica e o protagonismo das mulheres das comunidades de Paiol de Baixo e Canabrava. O AÇÃO busca contribuir para o desenvolvimento da capacidade de produção nos quintais e na culinária, favorecendo ações empreendedoras e gerenciais das produtoras. A questão da geração de renda tem sido uma das metas do projeto desde o início desta fase. As feiras foram a primeira alternativa utilizada para dar resposta a essa questão. No trimestre de abril a junho, o AÇÃO iniciou a criação de um sistema de encomendas e entregas, ligando zonas rural e urbana. É uma experiência ainda tímida, mas que vem crescendo com a divulgação “boca a boca”. Os produtos das comunidades rurais têm excelente aceitação por todos em face da qualidade que apresentam. O sistema funciona da seguinte forma: - Todas as sextas-feiras são enviadas, por e-mail, listas com os produtos oferecidos na semana; - Na segunda-feira seguinte, essas listas são recolhidas e os pedidos são encaminhados para as produtoras, que têm três dias para confeccionar os produtos; - Na quinta-feira, os produtos prontos são enviados à cidade pelo ônibus de linha. Lá, eles são distribuídos aos compradores que buscam suas encomendas no escritório do CPCD. Neste período, alguns avanços já são percebidos. As produtoras estão mais confiantes em relação à produção; por isso, sempre buscam a inovação. Hoje, as encomendas chegam até Curvelo! Entre as produtoras de cada comunidade foi combinado o recolhimento de 10% (dez por cento) do total das vendas para custear o ônibus, quando não houver nenhuma pessoa indo para a cidade que possa levar os produtos. Essas ações, ainda em iniciação, têm grande significado, porque fomentam o empreendedorismo das mulheres envolvidas no Projeto AÇÃO.

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2.2 - Revitalização de espaços comunitários A revitalização dos espaços comunitários continua acontecendo, principalmente às margens da Rodovia BR 040. Algumas barracas já estão de cara nova! Esse processo é demorado, uma vez que o material escolhido para a revitalização – pneus usados – é de difícil transporte. Mesmo com essa dificuldade, os pneus são a melhor opção, uma vez que são duráveis e oferecem maior segurança para as barraquinhas. Utilizando técnicas de permacultura, esses pneus também são uma ótima opção para a criação de bonitos ambientes combinando plantas e outros objetos. 2.3 - Feiras As feiras foram a primeira opção escolhida para a geração de renda e comércio solidário. Elas acontecem, sistematicamente, duas vezes por mês, na empresa PLANTAR e no Posto de Saúde em Cobú. A partir das feiras, podemos dividir os excedentes, como preveem os conceitos de permacultura, e incentivar a continuidade do uso de técnicas permaculturais. 2.4 - Roda de Gamba Gamba, uma dança típica da região de Canabrava, não faltava nas festas acontecidas na região. Porém, com o tempo, passou a ser esquecida e muitos jovens nem a conhecem direito. Com o intuito de buscar a valorização dos costumes sertanejos, o projeto vem incentivando e participando de diversas rodas de Gamba. Assim, crianças e jovens têm a oportunidade de conhecer esse maravilhoso espetáculo cultural. Muitos já arriscam até alguns passos, perpetuando o Gamba em meio à comunidade. 2.5 - Oficinas comunitárias As oficinas comunitárias são ferramentas de mobilização utilizadas pelo Projeto AÇÃO. Durante a confecção de receitas, diversos assuntos são discutidos e muitas soluções são encontradas para as questões do dia a dia do projeto e da comunidade em geral. Nessas oficinas, além de trocar os saberes, a comunidade ainda se diverte de forma saudável e produtiva.

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2.6 - Quintais Sustentáveis Apesar da falta de chuva, os quintais continuam plantados, mesmo que em pequena escala. A limpeza dos quintais e o fim das queimadas comprovam a eficiência do projeto na região. As oficinas de permacultura para construção de canteiros, adubo orgânico e espirais de ervas acontecem em diversas casas, garantindo uma alimentação de qualidade para as famílias envolvidas.

3. GERENCIAMENTO DO PROJETO O gerenciamento das atividades é feito pelo Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento - CPCD, que disponibiliza todos os recursos pedagógicos necessários para que projeto tenha um bom desempenho e alcance os objetivos propostos.

4. DESEMPENHO DOS EDUCADORES O Projeto AÇÃO é coordenado por duas Educadoras do CPCD que garantem a metodologia de trabalho e planejam as atividades juntamente com as comunidades envolvidas. As tecnologias de aprendizagem propostas pelo CPCD e AÇÃO, como PTA, MDI e MPRA, são utilizadas continuamente no planejamento, desenvolvimento e avaliação das ações propostas.

5. ENVOLVIMENTO DAS FAMÍLIAS E COMUNIDADES Tanto os moradores das comunidades envolvidas, quanto a associações dessas comunidades, participam ativamente das atividades do projeto e o apoiam.

6. ENVOLVIMENTO DAS ENTIDADES LOCAIS As associações comunitárias são muito presentes nas decisões locais do projeto; elas contribuem cedendo seus espaços e apoiando as ideias propostas. Em alguns casos, somos convidados a participar de reuniões e a formar parcerias em eventos destinados à comunidade.

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7. AVANÇOS OBTIDOS 7.1 - Índices Quantitativos

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02 comunidades beneficiadas diretamente;

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07 comunidades beneficiadas indiretamente;

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01 roda de viola, com roda de gamba;

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38 famílias envolvidas nas atividades do projeto;

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15 produtores participando efetivamente das feiras;

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06 feiras realizadas para comercialização de produtos rurais;

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R$3.104,50 arrecadados com a venda de produtos rurais na feira que acontece no escritório da Plantar;

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R$20136,00 alcançados com a venda de produtos rurais, realizada na zona urbana de Curvelo;

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42 oficinas comunitárias (laguinhos, pintura de terra, espiral de ervas, quitandas, remédios caseiros, etc.);

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13 locais comunitários revitalizados ou com revitalização iniciada.

7.2 - Indices Qualitativos

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Geração de renda a partir dos saberes locais;

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Qualidade dos produtos oferecidos nas feiras e encomendas entregues;

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Melhor escoamento da produção caseira;

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Melhor estética dos produtos ofertados;

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Feiras funcionando como vitrine para os produtos das pessoas envolvidas no projeto;

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Economia solidária sendo discutida e colocada em prática;

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Valorização dos costumes sertanejos.

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8. DIFICULDADES ENCONTRADAS -

Estiagem;

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A reunião de pessoas para realizar atividades e discutir propostas nem sempre é fácil, devido à falta de transporte;

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Transporte de pneus para a revitalização dos espaços.

9. BREVE SÍNTESE A comercialização dos produtos feitos pelas mulheres tem gerado muito mais que um complemento nas rendas familiares; toda a valorização da produção contribui para aumentar a autoestima e confiança dessas mulheres. O comércio solidário tem gerado excelentes resultados!

Janaína Rodrigues da Fonseca | Maria Dirce da Silva Rodrigues Coordenadoras - Projeto AÇÃO Curvelo

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10. ANEXOS

10.1 - MPRA - Monitoramento de Processo e Resultado de Aprendizagem As questões apresentadas a seguir são sugestões oferecidas aos coordenadores e Educadores dos projetos para utilizá-las durante as avaliações parciais (dos processos) e anuais (dos produtos). PERGUNTAS

1. Quantos iniciaram a atividade e/ou o projeto? Quantos concluíram?

RESPOSTAS As atividades do projeto, no trimestre Abril, Maio e Junho, foram iniciadas por 15 produtores, participando efetivamente das feiras; mais 9 produtores participaram eventualmente, conforme sua produção caseira. 9 famílias ajudaram na entrega de produtos a partir das encomendas feitas em Curvelo. As atividades foram concluídas com 23 produtores participando da feira e 7 famílias entregando encomendas para a zona urbana de Curvelo. Além disso, temos 31 famílias ao todo participando das atividades do projeto.

2. Quanto tempo gastamos ou necessitamos para realizar a atividade e/ou módulo? O tempo determinado foi suficiente?

3. Quantos produtos e/ou materiais de apoio e/ou instrução foram feitos? Eles atendem aos objetivos do projeto?

Este relatório se refere aos meses de Abril, Maio e Junho de 2014. As atividades tomam os rumos esperados para que atinjamos os objetivos propostos.

- 02 comunidades beneficiadas diretamente; - 07 comunidades beneficiadas indiretamente; - 01 roda de viola, com roda de Gamba; - 38 famílias envolvidas nas atividades do projeto; - 15 produtores participando efetivamente das feiras; - 06 feiras realizadas para comercialização de produtos rurais; - R$3.104,50 arrecadados com a venda de produtos rurais na feira que acontece no escritório da Plantar; - R$20136,00 alcançados com a venda de produtos rurais, realizada na zona urbana de Curvelo; - 42 oficinas comunitárias (laguinhos, pintura de terra, espiral de ervas, quitandas, remédios caseiros, etc.) - 13 locais comunitários revitalizados ou com revitalização iniciada.

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PERGUNTAS

RESPOSTAS

4. O que foi feito que evidencia ou garante que atingimos os objetivos propostos? As oficinas e tecnologias listadas no relatório buscam e contribuem para o alcance dos objetivos do projeto?

Começar a entregar encomendas para a zona urbana nos coloca um pouco mais perto de atingirmos a dimensão de satisfação econômica, que não quer dizer apenas ter dinheiro, mas principalmente, sentir-se satisfeito e valorizado com o que se tem e com o local onde se vive.

5. Como as atividades foram realizadas? Elas foram lúdicas? Inovadoras? Educativas?

6. O que pode ser sistematizado? Já é possível construir uma “teoria do conhecimento”?

7. O que necessita ainda ser praticado para alcançarmos os objetivos do projeto?

Todas as atividades são planejadas em conjunto com a comunidade e a satisfação dos envolvidos é um dos indicadores de que as atividades estão dando certo. Hoje, as pessoas da comunidade conseguem calcular o preço justo de seus produtos e buscar clientes dentro e fora da comunidade. Ainda não é possível sistematizar resultados, mas é possível perceber avanços rumo aos objetivos propostos.

Nossas habilidades referentes à geração de renda de forma sustentável em comunidades rurais ainda não são satisfatórias, porém a busca de melhores resultados é uma parceria entre comunidade e a instituição. Além disso, as práticas referentes à metodologia precisam ser mantidas para manutenção dos resultados alcançados anteriormente.

8. Se o projeto terminasse hoje, estaria longe ou perto de seus objetivos?

Estamos cada dia mais próximos de alcançar os objetivos propostos e temos boas razões para acreditar que o caminho está se formando de maneira satisfatória.

9. Há necessidade de “correções de rumo” nas atividades? E na metodologia?

Sim. Dentro de cada ação realizada é usado o critério de ação – reflexão – ação, que nos faz perceber que sempre é possível melhorar.

10. Nosso prazer, alegria e vontade em relação ao projeto aumentaram ou diminuíram? Por quê?

Perceber que é possível gerar renda a partir dos saberes locais faz com que Educadores e comunidade sintam-se motivados a buscar mais e melhores resultados rumo ao objetivo proposto.

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10.2 - MDI - Maneiras Diferentes e Inovadoras - Projeto Ação Curvelo Instrumento de planejamento que estimula a criatividade e a inovação. Elaborado mensalmente para diversificar as estratégias de pesquisa, interação, superação de dificuldades e desafios, etc.

PERGUNTAS

AÇÃO

TEMPO

RESPONSÁVEL

Abril a junho|14

Janaína, Dirce e mulheres das comunidades de Paiol de Baixo e Canabrava

1.1 - Criação de tabela com os produtos e seus preços para divulgação

1. De quantas Maneiras Diferentes e Inovadoras podemos conseguir encomendas para as produtoras envolvidas no Projeto AÇÃO?

1.2 - Discussão com as mulheres sobre qualidade, embalagem e apresentação de produtos 1.3 - Divulgação de produtos e catálogo de produtoras via rede social 1.4 - Articulação de rede de entregas via ônibus de linha, aproveitando a visita das produtoras a Curvelo

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10.3 - Projeto Ação - Resultados na Geração de Renda - Janeiro a Junho de 2014 A tabela abaixo mostra os valores que foram recebidos pelas mulheres das comunidades de Paiol e Canabrava nos meses de janeiro a junho, com as atividades ligadas à geração de renda.

Atividades com Renda

Feiras de Produtos

Janeiro

Fevereiro

Março

Abril

Maio

Junho

Valor Total

Famílias envolvidas

Renda por família

R$ 1.484,50

R$ 1.560,50

R$ 1.079,50

R$ 1.280,50

R$ 857,00

R$ 961,00

R$ 7.223,00

14

R$ 515,93

R$ 560,00

R$ 1.173,00

R$ 403,00

R$ 2.136,00

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R$ 267,00

Encomendas Sabores do Sertão

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Na observação da tabela, dentre as 14 famílias beneficiadas com a renda da feira, as 8 famílias que estão produzindo por encomenda são as mesmas participantes nas vendas de produtos nas feiras. Ou seja, 8 mulheres estão recebendo a soma das duas atividades, o que gerou um valor de R$ 782,93 durante esses 6 meses. Os gráficos abaixo ilustram a evolução dessa atividade de comercialização neste período. A queda nas vendas sob encomendas em junho se dá por interferências externas, como a estiagem, pouco leite e menor procura dos consumidores.

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