Informativo Estação Conhecimento - Ano 1 - nº 4 - Edição Especial

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INFORMATIVO CPCD ANO 1 . NÚM 04

2015

edição especial O projeto Núcleo Produtivo da Estação Conhecimento é realizado em Arari|MA, desde janeiro de 2014

Editorial

DESTAQUES Implantação de tecnologias . pág 2

Caros leitores, O Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento (CPCD) compartilha com vocês a quarta edição do informativo do Projeto Núcleo Produtivo da Estação Conhecimento de Arari. Acompanhe conosco as novidades. A cada edição, uma nova aprendizagem: formações, oficinas comunitárias, banco de tecnologias, criação de pequenos animais e implementação de horticultura, fruticultura, entre outras atividades.

Sistema de fossa septica . pág 2 O alimento ao alcance das mãos. pág 3 Casa de vegetação. pág 4 Piscicultura . pág 5 Semeando boas ideias . pág 6 Meu lugar é aqui . pág 7 Vozes da comunidade . pág 11 O que vem por aí? . pág 13

Boa leitura!

Projeto beneficia famílias de quatro comunidades em Arari Em 2015, um dos trabalhos desenvolvidos pelo projeto foi a criação dos campos agroecológicos nas comunidades Muquila, Bubasa, Mata e Bamburral com a preparação de uma área total de 20 mil metros quadrados, atendendo a 34 famílias. Nosso grande propósito foi trabalhar com uma produção orgânica sem uso de pesticidas e agrotóxicos. Ao fazer uma avaliação da colheita e do processo, concluímos que as chuvas tardias favoreceram a perda de muitas sementes. Assim, os espaços foram replantados e tivemos uma boa produção. Percebemos que nem todos os produtores tiveram uma colheita favorável e alguns estavam des-

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Mudas doadas às comunidades atendidas pelo projeto

motivados. Por isso, discutimos essa questão na roda e chegamos ao consenso de que a próxima safra será feita em conjunto, sem divisão de espaços. Ou seja, plantaremos unidos e toda a produção será dividida igualmente, possibilitando que todos tenham lucro, pois o esforço e a dedicação serão os mesmos.

Comunidade Bamburral

“Inicialmente, as coisas aqui foram muito ruins... O inverno tardou, a semente não germinou, a terra sofreu por falta d’água e nosso plantio morreu. Se não fosse o clima, tudo estaria perfeito! Não faltaram dedicação e compromisso. E quem plantou o arroz e persistiu teve sucesso garantido.” Francisco de Chagas Neves

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Famílias atendidas pelo projeto

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Pessoas atuando diretamente na Estação Conhecimento de Arari


NA ESTAÇÃO CONHECIMENTO DE ARARI Implantação de tecnologias Seguiu-se a implantação de tecnologias na casa mãe da Estação Conhecimento (EC), com o intuito de transformá-la em uma residência autossustentável, a partir da captação de água de chuva, produção de alimentos ao entorno da residência, e em breve, a implantação de um sistema de energia solar.

Sistema de fossa séptica biodigestora Foi instalado junto à casa-mãe um sistema de tratamento de àguas negras (águas dos vasos sanitários), através da construção de uma Fossa Séptica Biodigestora, sistema bastante indicado para solucionar um dos principais problemas da região, destinação de resíduos e melhoramento da produção de alimentos com a produção de um biofertilizante orgânico.

Além dessas tecnologias, temos também o tratamento de resíduos, como águas cinzas (águas de pias, chuveiros e área de serviço), já implantado e com ótimos resultados obtidos com o sistema escolhido, que é o de círculos de bananeiras. Bons resultados podem ser citados, tanto no que se refere ao tratamento como também na produção de bananas, que retorna à residência como alimento, e, se comercializada, pode gerar uma renda anual, conforme pesquisa de mercado na região, entre R$ 1,5 mil a R$ 2mil.

Construção de cisterna de ferrocimento na casa mãe A cisterna em ferrocimento junto a casa-mãe da unidade produtiva, com capacidade de 30 mil litros, é parte da integração e implementação sustentável dessa residência, no que se refere à captação, uso e reuso de águas pluviais. As atividades de construção da cisterna foram realizadas em formas de oficina, em Arari, na unidade produtiva. Participaram pessoas das comunidades do entorno atendidas pelo projeto, colaboradores do CPCD e da EC.

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Controle de nível dos açudes Foram instaladas tubulações de PVC de 250mm para drenagem dos açudes e construídas barreiras de proteção contra o desbarrancamento e erosão próximo ao sistema de escoamento e drenagem de água nos taludes dos açudes, tanto interna como externamente.


Sistema de captação e reaproveitamento de água Na EC, foi implantado um sistema de captação de água das chuvas e reaproveitamento das águas de manutenção dos açudes da piscicultura. Queremos expandir essa ideia para as comunidades de Arari, especialmente para cerca de 300 piscicultores que estão sofrendo com a falta de água para renovação dos seus açudes. Com esse sistema de reaproveitamento da água, vamos ter uma rotação de água, ou seja, toda água pode ser usada na piscicultura e em outras atividades da propriedade.

NAS COMUNIDADES Visitas aos campos agroecológicos Durante todo o período de produção, educadores e equipe técnica visitaram os campos agroecológicos. A proposta dessas visitas era aproximar produtores e projeto, dando sugestões ou solucionando possíveis problemas, como controle de pragas, fungos e lagartas, de forma natural.

O alimento ao alcance das mãos Nossos quintais já começam a dar frutos! As mandalas já produzem parte dos alimentos das famílias e, aos poucos, ganhamos a confiança de todos os moradores. Felizmente, o fato de alguns quintais produzirem alimento orgânico na porta da cozinha já está virando costume!

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Esse sistema de produção permite produzir alimento para uma família e ainda gerar rendimento, mesmo em uma pequena área com poucos recursos.

Casa de Vegetação plasticultura A Casa de Vegetação é uma estrutura coberta, abrigada artificialmente com materiais transparentes para a proteção das plantas contra os agentes meteorológicos. Sua área interna permite o desenvolvimento das culturas em todo o seu ciclo vegetativo. O Maranhão é um estado de clima tropical com duas estações definidas – seis meses de verão (período seco) e seis meses de inverno (período chuvoso). No inverno, realizamos a produção de hortaliças. Por isso, percebemos necessidade de construir no núcleo quatro Casas de Vegetação. Cada casa tem 30m de comprimento por 7m de largura, com área interna de 210 metros. Atualmente, são 840m de área com plasticultura, sendo que uma delas é utilizada para compostagem, possibilitando, assim, produzir verduras e legumes nos 12 meses do ano.

Tal tipo de agricultura iniciou-se na África, em locais secos e quentes. Embora muito útil em locais assim, esses canteiros são capazes de melhorar as condições de crescimento em praticamente qualquer clima. Ou seja, as hortas sustentáveis possibilitam o reaproveitamento de restos orgânicos da cozinha, dos quintais e água de lavagens, incentivando o conceito de produção limpa e sustentável.

Descobrindo as cores da natureza

Horta mandala e canteiros buraco de fechadura Com a construção das mandalas, a proposta é garantir que as famílias cadastradas passem a produzir parte dos alimentos em seus quintais e que esse alimento seja orgânico, contribuindo de forma direta com a saúde de toda a comunidade. Mandala ou canteiro em forma de “buraco de fechadura” é uma horta circular elevada, considerada como um dos sistemas de agricultura mais produtivos comprovados até hoje.

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As pinturas de tinta de terra fascinam as comunidades. Todos ficam surpresos com o resultado e as transformações causadas por elas. São muitas as variedades de cores, despertando nas pessoas a vontade de morar em um lugar bonito, bem cuidado e limpo. As casas pintadas ao longo da BR-222 já despertam curiosidade nos motoristas que transitam por ali. Algumas famílias já estão passando o barro na parede para receber a tinta de terra.


Piscicultura Neste ano, ampliamos de forma significativa a produção de peixes. Já utilizamos os tanques construídos a partir da tecnologia de bioconstrução de ferro e cimento para alevinagem. Esses tanques servem para receber os alevinos, livrando-os de possíveis predadores. Depois desse processo, as espécies vão para o viveiro onde serão alimentados para ganhar peso até o momento exato do abate, geralmente depois de quatro a cinco meses. Trabalhamos com 5 mil alevinos de tabatinga. Agora, ampliamos as espécies e estamos com mais três mil surubins e pintados, tilápias e curimatãs. Torna-se relevante destacar que aumentamos o número para 20 mil alevinos de tabatinga, pois a proposta é produzir 3 mil quilos de alimento mensalmente. Algo que ajudou muito foi o “kit de Medição de PH e Oxigênio na Água”. Dessa forma, estamos reduzindo o risco de mortalidade dos peixes e garantindo o ganho de peso dos mesmos em um tempo mais curto.

Visitas - Perpetuando as informações e tecnologias Recebemos alunos do 1º e 2º anos da Casa Familiar Rural de Bom Jesus das Selvas (CFR). Esses alunos residem em três municípios: Buriticupu, Bom Jardim e Bom Jesus das Selvas. A CFR funciona em um sistema de alternância, ou seja, o aluno passa 15 dias na escola e 15 dias em casa, praticando aquilo que aprendeu. Durante as visitas, nossos técnicos acompanharam os jovens e explicaram cada item e cada tecnologia permacultural implantada nos espaços. Na segunda visita, o grupo foi conhecer também o trabalho realizado nas comunidades de Muquila. Na oportunidade, os meninos foram recebidos pelos agentes comunitários de desenvolvimento e pelos agricultores que desenvolvem um trabalho junto ao projeto. Esse foi um momento muito rico de troca de conhecimento e informação, finalizado com um almoço coletivo. O grupo conheceu o campo agroecológio e os quintais de algumas famílias cadastradas, além de ver a área dos viveiros de peixes da comunidade, o que gerou muito encantamento e curiosidade. Assim, o grupo formado por 20 estagiários, dois educadores e um técnico de agroecologia permaneceram no Centro de Permacultura durante cinco dias, participando de todas as atividades do projeto. Houve muita troca de informação e todos saíram ainda mais motivados.

Viveiro para produção de mudas Foi construído no Centro de Permacultura um viveiro circular com 20m de diâmetro para produção de mudas. Esse viveiro tem um papel muito importante dentro das comunidades, pois, a grande maioria das mudas produzidas foi doada por moradores locais. O viveiro abastece a Estação do Conhecimento e promove escambos nas comunidades.

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Nosso milho crioulo Devido à prática de troca de sementes, a humanidade se alimentou por mais de 10 mil anos, mas em menos de 50 anos a produção de alimentos mudou de forma drástica e o novo modelo de agricultura criado negou ou ignorou todas essas práticas populares de armazenamento, troca e melhoramento das espécies, julgando esses métodos atrasados. E isso não foi diferente em Arari.

Sendo assim, o Centro de Permacultura – Estação Conhecimento de Arari incentiva as comunidades a retomar a antiga prática de armazenamento e troca de sementes. Agora, já é comum encontrar nos bolsos dos agricultores sementes para serem trocadas. Isso é algo que já estava se perdendo e estamos resgatando. Conseguimos até uma espécie de semente crioula: o milho sangue de Cristo. Já estamos em fase de purificação da espécie!

As variedades crioulas – sementes, mudas e diversidade genética que as famílias camponesas mantiveram ao longo da história – foram muito combatidas pela revolução verde. Em muitas regiões, elas deixaram de existir ou foram contaminadas, perdendo seu vigor. O fato é que a grande tecnologia gerou avanços, mas também teve efeito negativo na continuidade das espécies e raças, criando sérios problemas culturais.

Semeando boas ideias Foram construídas, nas comunidades de Mata e Bamburral, as sementeiras para produção de mudas de hortaliças. A proposta é produzir mudas para plantar em todos os quintais das famílias cadastradas. Na comunidade de Mata já estamos distribuindo as mudas produzidas.

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Reciclagem e óleo para produção de sabão caseiro Através das oficinas de sabão, conseguimos mobilizar a comunidade. Sabemos que o óleo de cozinha usado é um grande vilão para nossa saúde e também para as nossas águas, pois é altamente poluente. Cada litro derramado é suficiente para poluir até um milhão de litros de água. O prejuízo não para por aí! Se jogado na natureza, o óleo provoca a morte de peixes e desequilibra o ecossistema. Para descontaminar a água, o custo é alto – cerca de 20% do tratamento do esgoto. Assim, iniciamos a Campanha de Coleta do Óleo de Cozinha Usado nas cinco comunidades em que atuamos – Muquila, Bubasa, Escondido, Mata e Bamburral. As 180 famílias cadastradas na atividade recolhem mensalmente, no mínimo, 40 litros de óleo usado. Logo após essa etapa, realizamos as oficinas comunitárias para produção de sabão. Depois de pronto o sabão, muitas mulheres economizam com produtos de limpeza. Assim, elas podem investir em outras necessidades. Com todo o óleo arrecadado, produzimos sabão liquido e em barra.


Mudando velhos hábitos

Biometria

Realizamos a oficina de biofertilizantes e repelentes naturais com os produtores rurais e Agentes Comunitários de Desenvolvimento (ACD’s) das comunidades de Mata, Muquila, Bubasa, Bamburral e Escondido. O objetivo é reunir todos os agricultores dos campos agroecológicos e os ACD’s para criar uma cultura de produção orgânica e disseminação da permacultura na região. A proposta de fazer os biofertilizantes e os repelentes veio em tempo para favorecer o combate às pragas, que são bem comuns na região. Esses produtos, além de proteger, melhoram a qualidade das plantações.

Todo o processo de produção necessita de um acompanhamento que permita avaliar o crescimento e saúde dos peixes ao longo do cultivo. Para isso, é realizada a biometria, processo em que se mensura diversas informações sobre a produção de alevinos, como peso e estado de saúde dos animais. Além disso, a biometria permite ajustes no manejo da produção, principalmente na alimentação.

Meu lugar é aqui Iniciamos o curso de permacultura com os Agentes Comunitários de Desenvolvimento Social e membros das comunidades – agricultores, donas de casa e adolescentes. O objetivo é disseminar a permacultura nas comunidades em torno da Estação Conhecimento, contribuindo com a formação dessas pessoas e mudando a visão sobre a forma de produzir alimentos.

Esse processo deve ser realizado, preferencialmente, a cada 15 dias. Nesse período, os peixes terão crescido o suficiente para ter a alimentação ajustada. Intervalos maiores que esse podem resultar em deficiência no crescimento dos alevinos por falta de adequação da quantidade de alimento para os animais.

de forma orgânica, entre outras. Torna-se relevante destacar que a capacitação dos Agentes Comunitários de Desenvolvimento é contínua e semanal, sendo realizada sistematicamente.

Esse curso, com duração de 48 horas divididas semanalmente, contou com 8 horas de formação de Educadores Sociais e 40 horas de práticas permaculturais. A ação foi bastante completa; na oportunidade, falamos amplamente sobre a permacultura e suas técnicas, como canteiros, compostagem, piscicultura, preparação de solo

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Multiplicando a nossa renda

Cuidando dos tataranetos

Em pleno funcionamento, a barraca rústica às margens da BR-222, na comunidade de Mata, gera renda para as famílias envolvidas. Na barraca são vendidos produtos e derivados da comunidade, fugindo dos atravessadores que geralmente compram dos produtores rurais por um preço quase insignificante e revendem por outro.

Foram feitos cinco viveiros rústicos para produção de mudas nas comunidades de Escondido, Mata, Bamburral, Bubasa e Muquila. Em todas as localidades, a produção merece destaque, pois as mudas já foram distribuídas e plantadas. O objetivo é criar sistemas de agrofloresta para garantir alimento, oxigênio e melhor qualidade de vida para as próximas gerações.

A barraca funciona de terça a sexta-feira. Nela são vendidos produtos da horta comunitária, a produção dos quintais das famílias cadastradas, além de hortaliças, frutos e comidinhas especiais, como os bolos de macaxeira e milho, sucos, doces, molhos de pimenta, entre outras coisas. Uma vez na semana, à noite, vendemos comidas típicas da região, como o famoso mocotó, mingau de milho e canjica.

De janeiro a dezembro, produzimos em cinco comunidades com a ajuda de 20 Agentes Comunitários de Desenvolvimento e voluntários, totalizando o plantio de 20.797 mudas. Dessas, apenas 5.567 morreram ou não germinaram. – 12.067 mudas foram doadas e plantadas nas comunidades de Muquila, Escondido, Bubasa e Mata. – 5.567 mudas estão divididas nos viveiros das cinco comunidades para plantio em fevereiro.

Oficinas

236 pés de árvores cítricas este ano e aplicaram a pasta e a calda bordalesa.

Foi realizada oficina de fungicidas e podas na comunidade de Bamburral, com a presença do permacultor Celso Souza Silva. Essa atividade é de grande interesse das famílias, pois todos enfrentaram a dificuldade da morte precoce dos cítricos, devido à falta de poda e de aplicação de fungicidas e repelentes naturais. A oficina foi totalmente prática e cada pessoa aprendeu a técnica adequada e saudável para o plantio. Hoje, sabemos que as podas drásticas podem ser feitas, dependendo da situação. Essa oficina foi preparada pelos Agentes Comunitários de Desenvolvimento, que já podaram

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Aprendizagem comunitária Alunos da Casa Familiar Rural de Bom Jesus das Selvas dividem momentos ricos de aprendizado. Eles visitam o projeto com frequência, conversando com a comunidade e propondo transformações nos quintais. Sempre que possível, falamos sobre o destino dos resíduos sólidos, as águas cinza, construção de hortas e mandalas, buracos de lixo, círculos de bananeira, horta verticais, biofertilizantes, repelentes naturais e tinta de terra. Todas as turmas que estagiaram aqui no mês de dezembro trocaram experiências bastante ricas.

Cuidados com o quintal aumentam a produtividade Os quintais estão garantindo a produção, mesmo nos períodos secos. Esse resultado se dá devido ao uso de cobertura morta e produções de canteiros mandala e zigue-zague com bordas, pois as bordas e a cobertura morta servem para segurar a umidade no solo.

Bons hábitos

Encontros noturnos

Transformando problemas em soluções, um dos principais desafios nas comunidades trabalhadas é o excesso de lixo. Estamos mudando essa situação e a comunidade já percebe o lixo como material de reaproveitamento e produção.

Nas comunidades em que atuamos, a grande maioria dos pais e mães de famílias não têm renda fixa e recebem auxílio dos programas governamentais. O certo é que essa renda é insuficiente para as famílias. Como as comunidades são pequenas, não há muitas oportunidades de emprego, por isso, pensamos novas maneiras de garantir um aumento na renda mensal das famílias. Além disso, em nossos encontros, discutimos assuntos coletivos, como o combate aos produtos químicos e o cuidado com o lixo e com a água. Nas reuniões noturnas, o público é garantido. Felizmente, estamos mantendo todos os combinados com os grupos de agricultores e, aos poucos, introduzimos novas ações relacionadas às tecnologias permaculturais, garantindo melhor qualidade do alimento.

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Bem-estar e saúde Para conseguirmos maior público nas atividades, realizamos ações lúdicas com as crianças, como brincadeiras, brinquedos, pinturas no rosto, confecção de mudas e catação de sementes. Aos poucos, os filhos estão enlouquecendo os pais para participarem de nossas ações! Um dia, por exemplo, quando estávamos em uma comunidade, uma menina de 9 anos nos chamou no canto e disse:

Produção de mudas frutíferas e nativas Na oportunidade, encontramos sementes de axixa (árvore de grande porte, que troca suas folhas por flores da cor salmão em determinado período do ano) e mulungu, ambas nativas, mas raramente encontradas na região. Infelizmente, as queimadas e o desmatamento desenfreado ainda são problemas latentes, que merecem atenção.

“Betinho, meu pai está usando veneno escondido do senhor. Fala com ele para não fazer isso, pois fará mal para todos nós aqui de casa... Mas não fala que eu te contei.” Através dessa fala, percebemos que essa nova geração já reconhece a importância de se preservar a natureza, plantando sempre com cuidado e adotando práticas permaculturais.

Oficina de doce de mamão verde com coco Essa foi a maneira encontrada para incentivar a comunidade a utilizar melhor o mamão ainda verde, incluindo-o na alimentação e levando em conta que o solo e o clima da região são propícios para esse fruto.

Práticas de permacultura

Novembro azul

Preparo da horta comunitária na comunidade de Escondido. Ao todo, são 12 famílias envolvidas! Percebemos que esse grupo está muito empenhado nessa nova empreitada e preocupa-se com a produção, adotando técnicas sustentáveis de plantio, garantindo produtos saudáveis e de qualidade para essas famílias. Esse grupo é formado basicamente por mulheres, que se tornam a verdadeira força trabalhadora maranhense.

Outra grande atividade realizada foi a parceria firmada com a Secretaria Estadual de Saúde, representada por Silvane de Sá e Tereza Carvalho. Elas vieram participar do nosso “Novembro Azul” e fizeram um bom trabalho com os homens da comunidade de Muquila. Assim, muitos aprenderam um pouco mais sobre o câncer de próstata, câncer de pênis, controle do tabagismo e outros temas. Esse momento foi muito rico e fez com que parte dos homens procurasse ajuda médica para exames de rotina.

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VOZES DA COMUNIDADE

“Aprendi muitas coisas aqui e estou aprendendo cada dia mais. Algo interessante é o composto que resolve a situação das plantas e sai de graça pra gente. Sou o mais novo funcionário daqui e já aprendi tanto! ” José Hermógenes Machado, colaborador do Núcleo Produtivo Rural

“Ao poucos, fui descobrindo o valor das pequenas coisas. Hoje, eu sou um novo rapaz, pois, minha forma de ver a comunidade mudou. Antes, eu nem cuidava da minha vida; minha mãe fazia isso. Hoje, eu quero contribuir com uma cidade melhor.” Júlio César, Agente Comunitário de Desenvolvimento

“Comecei a participar do projeto para ver o que era e logo me apaixonei. Não perco uma atividade! Ajudo no viveiro e nos outros quintais; também ajudo na produção do composto e na preparação do almoço. Produzi, na minha casa, mais de 20 quilos de tomate, cebolinha, coentro e alface... Até doei para meus vizinhos. Voltei a ter vontade de plantar e colher.” Lindauva Santana Lopes , família cadastrada

“A minha comunidade é muito difícil e muitas pessoas não querem sair dos costumes antigos. Alguns estão acomodados com o que já têm e não buscam melhorias. Felizmente, a cada dia, o projeto conquista mais pessoas. Estamos indo devagar, mas estamos indo e vamos vencer.” Rosilda do Espírito Santo Santos, ACD

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O QUE VEM POR AÍ? OFICINAS COMUNITÁRIAS

OFICINAS COMUNITÁRIAS

Comunidades Muquila, Bubasa e Escondido

Comunidades Mata e Bamburral

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13 de janeiro 20 de janeiro 27 de janeiro 17 de fevereiro 24de fevereiro

. 15 de janeiro . 22 de janeiro . 29 de janeiro . 19 de fevereiro . 26 de fevereiro

15 de janeiro 24 de janeiro 3 de fevereiro 17 de fevereiro 24 de fevereiro

. 20 de janeiro . 26 de janeiro . 10 de fevereiro . 19 de fevereiro . 26 de fevereiro

Horário: início às 7h30

Horário: início às 13h30

BARRACA DE PRODUTORES RURAIS

Atividades de piscicultura

Comunidade Mata

EC de Arari

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12 de janeiro 19 de janeiro 26 de janeiro 2 de fevereiro 12 de fevereiro 19 de fevereiro 26 de fevereiro

. 15 de janeiro . 22 de janeiro . 29 de janeiro . 5 de fevereiro . 16 de fevereiro . 23de fevereiro

Horário: início às 8h e término às 12h

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11 de janeiro 25 de janeiro 8 de fevereiro 22 de fevereiro

. 18 de janeiro . 1º de fevereiro . 15 de fevereiro . 29 de fevereiro

Horário: início às 7h


EXPEDIENTE Este informativo contou com a contribuição de Helbert Silva Rodrigues, Cláudio Nascimento, Onésima Gomes Ferreira Mourthé, Jorge Paulo Nava, Diana Ribeiro Toledo, Cristiana Andrade, Doralice Barbosa Mota e Simone Cecília M. da Mata.

Leia também Conheça os informativos de outros projetos desenvolvidos pelo CPCD. Acesse o link: http://www.scribd.com/cpcdbh/documents Os programa Nos Trilhos do Desenvolvimento, Casa Saudável e Núcleo Produtivo da Estação Conhecimento de Arari são iniciativas da Fundação Vale em parceria com o CPCD.

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