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“Tolos, impostores e incendiários”

“igualdade do ser” se afirme como solução melhor e mais prática do que o primado da Pessoa Humana, do que as Liberdades e do que o Desenvolvimento Integral.

A tragédia da pseudo-”esquerda” é que a alternativa que propõe ao Sistema capitalista, resume-se sempre em utopia.

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Como escreve Scruton “propõem uma sociedade em que tudo o que torna uma sociedade possível - lei, propriedade, costume, hierarquias, Família, negociação, Governo e instituições - é eliminado”. No fundo, a pseudo-”esquerda” acha o socialismo “desejável”, mas é incapaz de adiantar solidamente mais do que isto. Trata-se de uma “fé” em que a política se transforma em religião.

A “revolução” deles é destruir. Depois há-de se ver... Uma “revolução” sem Teoria, sem Estratégia, sem conseguir desenhar convincentemente as instituições futuras.

Porque a pseudo-”esquerda” não quer aceitar que a única alternativa ao primado da Pessoa Humana e à Liberdade, é o totalitarismo, a escravidão das sociedades.

Esta pseudo-”esquerda” enterrou Kant que nos considera pessoas e que devemos ser tratadas como fins e não como meios. Ignora Aristóteles, “disciplinar os nossos apetites de forma a que a virtude triunfe sobre o vício”. Marginaliza Hegel na nossa “realização enquanto sujeitos livres num mundo de objectos”. Nem vê a distinção de Óscar Wilde entre “coisas que têm um valor e coisas que tem um preço”.

A pseudo-”esquerda” mergulhou no dogmatismo de todas as coisas terem um preço.

Como a Pessoa Humana não tivesse Sentimentos, nem Referências, não professasse Valores.

O fim último das correntes socialistas é o disparate do o Estado (e a “classe” ditatorial que Dele se apoderou) ter o domínio de toda a vida em sociedade, o domínio de tudo o que exista, nada ser permitido fora do Estado.

Não existe vivência do Principio da Separação de Poderes.

Não temos o Direito de possuir. Não temos o Direito de educar os nossos filhos. Não é permitida a distinção entre a sociedade civil e o Estado. O Estado de Direito transforma-se no Estado de partido único.

A pseudo-”esquerda” recusa a Igualdade só ser possível com Liberdade.

E termino esta passagem pelo livro “Tolos, Impostores e Incendiários” mais uma vez transcrevendo Scruton: “De forma a afogar a ainda pequena voz da discordância, os partidos comunistas recorreram à ideologia - um conjunto de doutrinas a maior parte de uma imbecilidade surpreendente, concebidas para fechar os caminhos da inquirição intelectual. O propósito de tal ideologia não era o de fazer as pessoas acreditar nela. Pelo contrário, o propósito era o de tornar a crença irrelevante, livrar o mundo da discussão racional em todas as áreas em que o partido tomara posições. A ideia de uma “ditadura do proletariado” não pressupunha descrever uma realidade.

Pressupunha trazer um fim à inquirição, de forma a que a realidade não pudesse ser perceptíve

No decurso da semana passada, fomos surpreendidos com a triste notícia do falecimento de Lídia Sales (1954-2023), cofundadora e diretora da revista da diáspora Lusopress, um relevante meio de comunicação social da comunidade portuguesa em França, a mais numerosa das comunidades lusas no Velho Continente.

Natural de Lisboa, da freguesia de Penha de França, Lídia Sales, em conjunto com o companheiro de vida, José Gomes de Sá, tiveram o condão de lançar no alvorecer do séc. XXI na capital francesa um dinâmico meio de comunicação que através do formato de revista e audiovisual na internet, progressivamente ampliou o seu raio de ação junto das comunidades portuguesas espalhadas pelos quatro cantos do mundo.

Para esse contexto, muito contribui uma das suas iniciativas mais emblemáticas, mormente o prémio “Portugueses de Valor”, que tem o Alto Patrocínio do Presidente da República, e demanda valorizar anualmente 100 portugueses que se encontram espalhados pelo mundo, cujo percurso profissional, pessoal ou associativo se tem destacado em prol das comunidades portuguesas. Sendo que 10 desses compatriotas são premiados numa sessão pública no âmbito do seu percurso excecional nas áreas empre-

Palavras Literárias

DANIEL BASTOS