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Piden extender el “Programa Regressar”

Presidente do Conselho das Comunidades defende extensão do programa Regressar às ilhas

Flávio Martins: “há uma grande população portuguesa a residir no exterior que não quer ou não pode voltar para Portugal”

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CORREIO / LUSA

O presidente do Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP) defendeu que o Governo deve melhorar a informação sobre o Programa Regressar, sobretudo para fora da Europa, e estendê-lo aos Açores e Madeira para obter melhores resultados.

“A comunidade na Venezuela e na África do Sul têm uma forte influência madeirense”, salientou, e por todo o continente americano há “uma forte comunidade açoriana”, justificou Flávio Martins, referindo que o facto do programa não abranger os arquipélagos da Madeira e Açores deverá constituir “um fator de menor interesse” para emigrantes destas origens.

“Não sei quais foram os critérios para se restringir o programa a Portugal continental, mas acho que com um bom diálogo com os governos regionais isto talvez pudesse ser ampliado para as ilhas, porque há uma comunidade açoriana e madeirense enorme espalhada pelo mundo”, sublinhou.

Em entrevista à Lusa, Flávio Martins referiu que o Programa Regressar “é importante sob o aspeto de levar as pessoas a voltarem para Portugal, de dinamizar a economia portuguesa” e tem surtido alguns efeitos, mas talvez não os esperados pelo Governo.

O responsável considerou que cerca de 3.500 candidaturas registadas até julho “é muito pouco”, perante uma grande comunidade emigrante portuguesa espalhada pelo mundo.

Além disso, estranha que Reino Unido, França e Suíça sejam os três países de onde mais emigrantes portugueses se candidataram ao Regressar, de acordo com os dados mais recentes do Ministério do Trabalho.

“Em princípio, nós diríamos talvez da Venezuela, África do Sul e Brasil, [este último] onde a situação económica anda claudicante”, referiu.

Na sua opinião, estes dados merecem “uma avaliação” por parte do Governo e questionou: “Será que esse número maior de candidaturas de pessoas residentes na Europa não decorre também por conta de uma melhor informação [sobre o programa] projetada para a Europa do que para fora da Europa”, sugerindo que isto deve ser equacionado.

O programa “beneficia com mais 25% quem quiser ir para o interior do país” e “boa parte da comunidade, principalmente a de fora da Europa, e aquela que emigrou antes da ‘troika’ [em Portugal] veio do interior, não veio de Lisboa nem do Porto”, sublinhou.

Flávio Martins lembrou, no entanto, que também “há uma grande população portuguesa a residir no exterior que não quer ou não pode voltar para Portugal”, às vezes por causa da idade e por já estar fora do mercado de trabalho, mas também pelos laços afetivos e mesmo patrimoniais que têm no país de acolhimento.

O responsável defendeu que o Governo deve melhorar a informação, fazendo-a chegar a quem possa estar interessado, nomeadamente através de “publicidade estatal na comunicação social das comunidades”.

Bispo de Aveiro destaca dever no acolhimento a estrangeiros e refugiados

CORREIO / LUSA

O bispo de Aveiro, António Moiteiro, sublinhou em Fátima, que a preocupação pelos necessitados, nomeadamente o acolhimento aos estrangeiros e refugiados, sempre fez parte dos deveres dos cristãos.

“A centralidade do amor na vida das comunidades dos discípulos de Jesus deu lugar (…) a formas muito concretas de ajuda social”, afirmou António Moiteiro, concretizando que “a preocupação pelos necessitados, a atenção aos doentes, o acolhimento aos estrangeiros e refugiados, a assistência aos presos e o cuidado com os mais pequenos e débeis sempre fizeram parte do discipulado cristão”.

“Esta relação pessoal e experiência vital das obras de amor (…) foram para muitos o caminho para descobrirem a verdade do Evangelho e a motivação inicial para o caminho” para o acolhimento, disse o presidente da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé, que sublinhou “a situação dramática” sofrida pelos afegãos, que é um fator de interpelação “a viver um amor mútuo como forma essencial do ser cristão”.

Na homilia da missa da peregrinação aniversária ao Santuário da Cova da Iria, António Moiteiro disse ainda que “o convite à conversão está no centro da mensagem de Fátima” e que “a conversão e a penitência, bem como a adoração”, são “elementos fundamentais da mudança de vida pedida pelo Evangelho”.

“Precisamos de dois ou três deputados da diáspora na ALRAM”

CORREIO / JM MADEIRA

José Nascimento, conselheiro da diáspora madeirense na África do Sul, questiona se os 5 milhões de portugueses espalhados pelos quatro cantos do mundo apenas servem para envio de remessas. “Precisamos de 2 ou 3 deputados da diáspora na Assembleia Legislativa Regional para melhor defenderem os interesses da diáspora”, reivindica o conselheiro das comunidades madeirenses na África do Sul.

O advogado de profissão quer uma nova revisão Constitucional que seja ciente dos cincos milhões de portugueses que compõem a nossa diáspora.

“Quero ver se a nova Revisão Constitucional é ciente dos 5 milhões da Diáspora ou se estes só servem para remessas?”, questiona.

O conselheiro defende que o assunto deve ser tratado agora no parlamento em Lisboa se a vontade é sincera.

“É uma loucura que um terço dos portugueses só tenham 4 dos 230 deputados, ainda por cima escolhidos por Lisboa e que Açores e Madeira nem um deputado têm”, lamenta.

Para José Nascimento, “os conselheiros da diáspora açoriana têm algum poder vinculativo em relação à governação de assuntos que tocam à diáspora”.

“Não podemos esperar muito mais tempo”, diz perentório.

Candidaturas ao Programa Regressar já aprovadas envolvem 9ME de apoios do Estado

No total, houve candidaturas de 79 países, sendo os que registaram candidatos o Reino Unido, seguido da França e da Suíça

CORREIO / LUSA

O total de 2.300 candidaturas aprovadas no âmbito do Programa Regressar, para apoio aos emigrantes que queiram voltar para Portugal, envolvem nove milhões de euros de ajudas do Estado, segundo os dados do Governo.

Em 31 de julho de 2021 havia “3.480 candidaturas, que abrangem mais cerca de 7.700 pessoas, e daquelas já estão aprovadas, ou em fase final de aprovação, 2.330, que abrangem mais de 5 mil pessoas, ou seja, cerca de dois terços das candidaturas foram já aprovadas”, disse o secretário de Estado do Emprego, Miguel Cabrita, numa entrevista à Lusa conjunta com a Secretária de Estado das Comunidades, Berta Nunes. Estas candidaturas já aprovadas implicam cerca de nove milhões de euros de ajudas do Estado, “dos quais seis milhões já efetivamente pagos”, salientou o responsável do Ministério do Trabalho pela coordenação do programa.

Ao contrário dos críticos do programa, que consideram o número de candidatos ao Regressar baixo para uma comunidade emigrante portuguesa tão grande, o secretário de Estado defendeu que, em pouco mais de dois anos de execução do programa e “mesmo com grandes restrições à mobilidade”, causadas pela pandemia de covid-19, os dados do Regressar mostram que “manteve a sua atratividade”.

O secretário de Estado referiu que as quase 3 500 candidaturas que existem representam, se vierem a ser aprovadas, um volume global de 14 milhões de euros de ajudas do Estado. “Três em cada quatro candidaturas” são de pessoas jovens, que emigraram a partir de 2008, realçou ainda Miguel Cabrita.

“Sociologicamente é compreensível, ou seja, temos aqui dois fatores, um deles a antiguidade do processo de emigração, portanto são os mais recentes que temos mais capacidade para reverter, e também, por isso, foi importante o Programa Regressar aparecer nesta altura, para de alguma forma reverter e captar pessoas que tinham saído recentemente”, afirmou.

Por outro lado, há “a questão da proximidade geográfica”, disse, referindo que é da Europa que estão a regressar mais pessoas.

Na opinião do responsável do Governo, estas candidaturas de países mais próximos terão a ver com “a ligação hoje em dia mais facilitada que as pessoas que emigraram para França, para a Suíça e para o Reino Unido têm, enquanto a emigração de países mais distantes tem menos ligação com o território, menos possibilidade de vir cá mais vezes”.

Já a secretária de Estado das Comunidades salientou o facto de a maioria dos que estão a querer regressar serem pessoas jovens, com idades entre os 25 e 44 anos e qualificadas.

“É uma emigração jovem, qualificada, na sua maioria” e que vem sobretudo de dez países, realçou Berta Nunes.

Segundo a governante, a grande maioria dos candidatos pertencem a uma emigração recente, “45% possuem habilitações académicas de nível superior e 78% está no grupo dos 25 aos 44 anos”, explicou Berta Nunes.

Dos emigrados que querem voltar, a maioria são “especialistas em ciências matemáticas, engenharias e afins, o segunda são técnicos de nível intermédio e o terceiro são profissionais de saúde”, especificou.

No total, houve candidaturas de 79 países, sendo os que registaram candidatos o Reino Unido, seguido da França e da Suíça.

No top 10 estão ainda Brasil, Angola, Venezuela, Alemanha, Espanha, Luxemburgo e Bélgica.

Sobre o facto de Venezuela e África do Sul não estarem entre os três primeiros países, o que seria expectável pela situação que enfrentam, referiu que no primeiro caso “já vieram muitas pessoas” e agora há “uma situação relativamente estável” e no segundo “estão a regressar” e Berta Nunes estima que irão “utilizar mais o Programa Regressar”.

Rede Global Da Diáspora chega aos 7500 registados

CORREIO DA VENEZUELA

A maior rede colaborativa da Diáspora portuguesa, promovida pela Fundação AEP, chegou aos 7500 registados na plataforma www.redeglobal.pt, de 126 países. Um resultado potenciado com as ações de ativação que decorreram em Genebra, Berna e Zurique, onde foi possível estar de perto com a Diáspora portuguesa na Suíça, visitar empresas de empresários portugueses radicados neste país e promover o networking entre investidores que hoje já representam uma comunidade composta por cerca de 260 mil cidadãos e que pontua no terceiro lugar de envio de remessas para o nosso país.

As sessões de apresentação da Rede Global da Diáspora decorrem nas instalações da Câmara de Comércio, Indústria e Serviços, em Genebra e da Switzerland Global Enterprise, em Zurique, e contaram com a presença da Secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, Berta Nunes, do Embaixador de Portugal na Suíça, António Ricoca Freire, do Representante Permanente de Portugal junto das Nações Unidas e outras Organizações Internacionais em Genebra, Embaixador Rui Macieira, do Secretário-geral da Câmara de Comércio e Indústria Suíça em Portugal, Gregor Zemp, da Delegada da AICEP na Suíça, Ana Maria Rosas e do Diretor Executivo da Fundação AEP, Paulo Dinis.

“A ativação na Suíça correu de uma forma muito positiva. Para além das sessões de apresentação da Rede Global realizámos jantares de trabalho com empresários portugueses, visitámos empresas e reunimos com investidores. Mais do que nunca, ficou claro que a Rede Global é uma ferramenta poderosa para a nossa Diáspora. Negócio e investimento foram as palavras de ordem em todos os contactos que fizemos, mostrando que existe muita vontade em apostar no nosso país, embora muitos ainda não saibam como o fazer,” afirma Luís Miguel Ribeiro, Presidente da Fundação AEP.

As sessões de apresentação permitiram dar a conhecer as vantagens de fazer parte da Rede Global, através do Portal do Investidor, funcionalidade exclusivamente dirigida a Empresas e Investidores, que visa facilitar e acelerar negócios à escala global e a Diáspora Business Intelligence, que permite conhecer as dinâmicas comerciais da diáspora ao pormenor, dando a possibilidade de as empresas identificarem os canais de distribuição mais adequados a cada negócio e/ou setor de atividade. As ativações da Rede Global vão continuar a acontecer ao longo de 2021/2022 sendo as próximas previstas ocorrerem em outubro, no Canadá, e novembro, na Alemanha.