Correio de Venezuela 866

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Edición #866 • Quinta-feira 17 de Junho de 2021 Correio de Venezuela

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VENEZUELA

Dia 10 de Junho foi celebrado em todo o país -P8-12 Embaixador destacou ligação entre países -P4 Portugal pede apoiar migrantes venezuelanos -P6 PORTUGAL

Covid-19: Dez concelhos não desconfinam -P16 DIÁSPORA

Berta Nunes quer reactivar ligação da TAP entre Caracas e Lisboa A Secretária de Estado das Comunidades Portuguesas mostrou grande sensibilidade para encaminhar as preocupações da comunidade luso-venezuelana ao Governo português, nomeadamente no referente à ligação da TAP e à presença da banca portuguesa no país. P4

Voto Eletrónico: avança um projeto piloto -P20 CULTURA

Liliana continua o seu caminho na música -P22 DESPORTO

Vinotintos vão de Portugal para o Brasil -P30

“Não usem agências para tratar dos documentos” O apelo foi feito nesta semana pelo cônsul-geral de Portugal em Caracas, Licínio Bingre do Amaral, e acontece numa altura em que há queixas

sobre dificuldades para fazer marcações on-line, com utilizadores das redes sociais a oferecem-se para facilitar o processo. P6

Marcelo Marceloreuniu-se reuniu-secom com lesados lesadosda daVenezuela Venezuela Rebelo de Sousa realçou que “há recomendações da Assembleia da República e das assembleias legislativas da Madeira, no caso dos lesados

Banif, e dos Açores, nos dois casos, de haver realmente talvez essa hipótese a ponderar de um grupo de trabalho que cubra as duas realidades. P6


QUINTA-FEIRA 17 DE JUNHO DE 2021 CORREIO DA VENEZUELA /# 866

2 | DESTAQUES

FOTODESTAQUE

LASFRASES MARCELO REBELO DE SOUSA

PRESIDENTE DA REPÚBLICA DE PORTUGAL “Eu já tive encontros com lesados do BES talvez uma dezena ou uma dúzia. E mesmo emigrantes da Madeira e emigrantes em geral já tinha tido outras reuniões e, portanto, conheço os casos. Vamos ver se a hipótese do grupo de trabalho é possível. Há recomendações da Assembleia da República e das assembleias legislativas da Madeira, no caso dos lesados Banif, e dos Açores, nos dois casos, de haver realmente talvez essa hipótese a ponderar de um grupo de trabalho que cubra as duas realidades, que têm pontos em comum e outros diferentes”.

JUAN GUAIDÓ

LIDER DE LA OPOSICIÓN VENEZOLANA “Desde Miami tomei nota da vontade da comunidade luso-venezuelana de poder estar mais ligado Portugal a Venezuela através da TAP. Irei transmitir essa vontade e essa necessidade que também é importante simbolicamente, como essa ligação a Portugal que os portugueses e os luso-venezuelanos não querem perder porque querem manter-se ligados aos seus países de origem. Também tomei nota da necessidade de que as instituições bancarias continuem a dar apoio a nossa comunidade, em particular a Caixa Geral de Depósitos”.

FOTOFLASH

Novo Regulamento Consular.

O novo Regulamento Consular, aprovado em maio em Conselho de Ministros, consagra a desmaterialização de todos os atos consulares que puderem ser realizados à distância. Segundo Berta Nunes, Secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, o novo decreto-lei “adapta o anterior regulamento às necessidades dos cidadãos, no sentido de prestar serviços de maior proximidade e, sempre que possível, desmaterializados, evitando a deslocação dos cidadãos aos consulados”. A norma regulamenta o sistema de gestão consular eletrónico (e-SGC), que permite, desde logo, o registo consular online, que anteriormente não es-

tava previsto - tinha que ser presencial, e implementa a “gestão consular única”, oferecendo, por exemplo, a possibilidade a qualquer pessoa que, “tendo feito uma inscrição consular, deslocar-se a outros consulados sem terem que fazer uma nova inscrição”, de acordo com a secretária de Estado. No novo modelo aparece ainda o e-Visa, que está a ser implementado desde março último, e permite o pedido de vistos nacionais através de uma plataforma, também à distância. Por enquanto, as pessoas têm ainda de deslocar-se aos consulados para fazer o pagamento dos vistos, mas o novo regulamento prevê que esse pagamento possa ser feito por via eletrónica.

LASCIFRAS

ELDATO

255.457 860.395 Honrando as nossas raízes. O 10 de Junho foi sempre si-

Rif.: J-40058840-5

nónimo de uma variedade de iniciativas e eventos nas comunidades portuguesas, com o objetivo de homenagear um país que é levado no coração. O caso da Venezuela não é exceção e este ano, apesar da pandemia, vários atos protocolares tiveram lugar em todo o país, agitando a bandeira de Portugal e salientando o orgulho pelo sangue que corre nas nossas veias. Estas iniciativas são uma oportunidade perfeita para reforçar os laços entre compatriotas e para passar o legado de geração em geração, assegurando que a alma lusitana tenha continuidade em tempos futuros na Venezuela e no mundo.

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Diretor Aleixo Vieira Sub Diretor: Sergio Ferreira Soares Endereço: Av. Veracruz. Edif. La Hacienda. Piso 5, ofic. 35F. Las Mercedes, Caracas. Telefones: (0212) 9932026 / 9571 E-mail: editorial@correiodevenezuela.com

é o número total de pessoas infectadas com Covid-19 na Venezuela desde o início da pandemia.

é o número total de pessoas infectadas com Covid-19 em Portugal desde o início da pandemia.

235.795 817.092

é o número total de pessoas recuperadas de Covid-19 na Venezuela desde o início da pandemia.

é o número total de pessoas recuperadas de Covid-19 em Portugal desde o início da pandemia.

O cônsul-geral de Portugal em Caracas, Licínio Bingre do Amaral lançou um apelo à comunidade portuguesa para que não recorram a “agências” para tratar dos seus documentos. “Nas marcações não se deixem levar por algumas pessoas, através das agências, que prometem muita coisa, as pessoas pagam, e depois é exatamente o mesmo que as pessoas poderiam fazer. Que contactem o Consulado quando precisarem, que estejam atentos e insistam” disse. O diplomata frisou que “há vagas sempre abertas” e precisou que antes da pandemia atendiam “600 e tal pessoas por dia” mas que devido ao distanciamento social da pandemia as autoridades atenderam muito menos.

Chefe de redação Sergio Ferreira |Jornalistas Oscar Sayago, Ommyra Moreno, Delia Meneses, Julio Materano, Andreína Mendes, Antonio Da Silva |Correspondentes Edgar Barreto (Falcón), José Manuel De Oliveira (Falcón), Carlos Balaguera (Carabobo), Trinidad Macedo (Lara), Silvia Gonçalves (Bolívar), Mariana Santos (Nueva Esparta), Luis Canha (Mérida), Carlos Marques (Mérida), Antonio Dos Santos (Zulia) |Colaborações Catanho Fernandes, Sónia Gonçalves, Cristina Da Silba Bettencourt, Arelys Gonçalves, Serafim Marques, António Delgado, Daniel Bastos, Ana Cristina Monteiro |Paginação Franklin Lares |Fotografia Agostinho Perregil |Administração Jesús Quijada, M. Liliana Batista |Distribuição Luis Alvarado, Carlos A. Perregil R. |Tiragem 15.000 exemplares |Fontes de Informação Lusa, Diário de Notícias, DN Madeira, Portuguese News Network e outras publicações.


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24/05/2021

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Berta Nunes irá transmitir “necessidade de manter ligação da TAP” com Caracas A Secretária de Estado mostrou sensibilidade para encaminhar as preocupações da comunidade luso-venezuelana ao Governo SERGIO FERREIRA ALEIXO VIERA A Secretária de Estados das Comunidades Portuguesas “tomou nota” da vontade dos portugueses na Venezuela “de estarem mais ligados a Portugal” através da TAP e da necessidade da companhia aérea bandeira de Portugal retomar as suas frequências semanais para as terras de Simón Bolívar. As declarações de Berta Nunes foram feitas no âmbito das comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. “Desde Miami tomei nota da vontade da comunidade luso-venezuelana de poder estar mais ligado Portugal a Venezuela através da TAP. Irei transmitir essa vontade e essa necessidade que também é importante simbolicamente, como essa ligação a Portugal que os portugueses e os luso-venezuelanos não querem perder porque querem manter-se ligados aos seus países de origem” assegurou Nunes, depois de um encontro

com vários membros da comunidade luso-venezuelana que por uma razão ou outra se encontravam na cidade de Miami, Estados Unidos. A Secretária de Estado mostrou grande sensibilidade para encaminhar as preocupações da comunidade luso-venezuelana ao Governo português, nomeadamente no referente à banca portuguesa, ao funcionamento do Consulado e à ausência de delegado da AICEP no país. Sem dúvida, uma das questões que gera maior preocupação entre os luso-venezuelanos está relacionada com a banca portuguesa na Venezuela porque as instituições têm vindo a fechar as suas portas uma a uma e a impor restrições às operações dos utilizadores devido a sanções internacionais; decisões que para os membros da comunidade portuguesa no país são “injustas”, se tivermos em conta que foi esta comunidade que durante muitos anos suportou o sistema bancário português. Nunes valorizou pela positiva a

continuidade da Caixa Geral de Depósitos na Venezuela e comprometeu-se a transmitir a mensagem às outras instituições bancarias para manterem a presença no pais. “Tomei nota da necessidade de que as instituições bancarias continuem a dar apoio a nossa comunidade, em particular a Caixa Geral de Depósitos, como uma instituição pública que é muito necessária e muito importante manter-se na Venezuela e apoiar à comunidade nos seus investimentos e em tudo o que é necessário” explicou a representante do Governo de Portugal. Relativamente ao trabalho desenvolvido pela Embaixada e pelos Consulados de Portugal na Venezuela, a representante do Governo disse que se mantém o compromisso e a intenção de estar ao lado dos cidadãos. “Nos temos essa vontade de que o Embaixador e os Cônsules estejam muito próximos das comunidades. Embora tenha sido um período difícil e todas estas restrições pela pandemia implicam até um distanciamento

Carlos de Sousa Amaro destaca força dos vínculos bilaterais O Embaixador pediu a todos “paciência e resiliência” CORREIO / LUSA O embaixador de Portugal em Caracas, Carlos de Sousa Amaro, destacou, na noite de sábado, a antiguidade e a força dos vínculos que unem Portugal e a Venezuela, país onde vivem oficialmente mais de 600 mil portugueses. “Os vínculos que unem Portugal e a Venezuela são antigos e fortes. A numerosa comunidade lusa que reside neste país é prova disso”. O diplomata falava durante a estreita virtual da peça de teatro “Pedro e Inês”, escrita e dirigida pela venezuelana Elizabeth Yrausquín de Postalian e inspirada no amor proibido entre o rei português D. Pedro e Inês de Castro, no âmbito das celebrações lo-

cais da “Semana de Portugal”. “Aos nossos amigos venezuelanos, convidamos a juntarem-se a esta comemoração que celebra Portugal, os portugueses e a cultura portuguesa”, disse Carlos de Sousa Amaro. “Nestes tempos difíceis, ofereço-lhes uma mensagem de amizade e esperança, com a certeza de que, mais cedo que tarde, tempos melhores virão”, sublinhou. Por outro lado, recordou que este domingo, “ainda que de maneira virtual” vai ser exibido “um concerto musical para celebrar o centenário do nascimento de Amália Rodrigues, a rainha do fado” e que estão marcados eventos, “com a finalidade de divulgar, na Venezuela, um pouco da cultura

portuguesa”. O diplomata iniciou o discurso explicando que é a 4.ª vez que, como embaixador, tem a honra de fazer novamente “homenagem aos grandes promotores de Portugal e da cultura, isto é, os portugueses espalhados pelo mundo e, neste caso, a vigorosa Comunidade Portuguesa residente na Venezuela”. “[Portugal] tem quase 900 anos de história, uma cultura única e singular que fez de Luís Vaz de Camões, o príncipe dos poetas, o nosso herói nacional e um rico passado onde, como povo de navegantes e exploradores, demos novos mundos ao mundo, nunca renunciando a um desafio, por muito grande que este se afigurasse”.

maior das comunidades, desejamos que rapidamente na Venezuela como em outros países a situação se normalize, que seja possível as pessoas se vacinarem e puderem, em segurança, retomarem a normalidade, e neste caso em particular nossos serviços consulares e Embaixada continuarem a ter essa aproximação” disse. “Os apoios são para continuar.

Embora vai depender todos os anos do número de candidaturas, queremos continuar a dar esse apoio porque sabemos que é muito importante para as comunidades” concluiu Nunes, ao tempo que afirmou estar sempre atenta a Venezuela, um pais que Portugal mantem excelentes relações políticas desde sempre e deseja voltar “logo que seja possível”.

Novo regulamento consular publicado em Diário da República MARCO SOUSA O novo Regulamento Consular, que “adapta a organização consular às novas realidades e necessidades da emigração portuguesa e das comunidades portuguesas”, foi ontem publicado em Diário da República. Numa nota, o gabinete da secretária de Estado das Comunidades Portuguesas destacou que foi necessário “proceder à revisão do Regulamento Consular, redefinindo regras organizacionais e de funcionamento dos serviços consulares”, depois de o programa do XII Governo Constitucional ter consagrado “como prioridade no processo de modernização consular a implementação do Novo Modelo de Gestão Consular”. “O novo Regulamento Consular representa o próximo passo

na relação dos serviços consulares com os cidadãos, ao estabelecer que todos os atos consulares que não exijam a presença da pessoa utente nos serviços consulares podem ser praticados por via eletrónica com recurso a meios telemáticos e plataformas móveis colocadas à disposição pelo Estado”, refere. O novo Regulamento Consular, aprovado em maio em Conselho de Ministros, consagra a “desmaterialização de todos os atos consulares que puderem ser realizados à distância”, disse a secretária de Estado das Comunidades. Segundo Berta Nunes, o novo decreto-lei “adapta o anterior regulamento às necessidades dos cidadãos, no sentido de prestar serviços de maior proximidade e, sempre que possível, desmaterializados, evitando a deslocação dos cidadãos aos consulados”.


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6 | COMUNIDADE

Marcelo vai falar com Centeno sobre lesados de Banif e BES O Presidente da República adiantou que está a ser ponderada a criação de um grupo de trabalho AGÊNCIA LUSA Em resposta a questões dos jornalistas, no Funchal, a propósito de reuniões que teve na segunda-feira com representantes de lesados daqueles dois bancos, Marcelo Rebelo de Sousa relatou: “Falaramme sobretudo numa ideia concreta que é a constituição de um grupo de trabalho”. No seu entender, “pode ser uma plataforma interessante para ambos os casos, que não são exatamente iguais, mas têm pontos comuns”. “Ficaram de me enviar, e já recebi, ainda não li, um relatório de uma comissão de peritos independentes terminado no final de 2019, princípios de 2020, e que é importante ler. Disseram-me que aguardam um parecer do Banco de Por-

tugal. Vou ter oportunidade de falar disso com o senhor governador do Banco de Portugal [Mário Centeno] oportunamente”, declarou, por outro lado. O chefe de Estado, que prestava declarações aos jornalistas após um almoço com membros da Assembleia Legislativa Regional da Madeira, no Palácio de São Lourenço, referiu que “já conhecia” a situação dos lesados do Banif e do Banco Espírito Santo (BES). “Eu já tive encontros com lesados do BES talvez uma dezena ou uma dúzia. E mesmo emigrantes da Madeira e emigrantes em geral já tinha tido outras reuniões e, portanto, conheço os casos. Vamos ver se a hipótese do grupo de trabalho é possível”, acrescentou. Marcelo Rebelo de Sousa rea-

lçou que “há recomendações da Assembleia da República e das assembleias legislativas da Madeira, no caso dos lesados Banif, e dos Açores, nos dois casos, de haver realmente talvez essa hipótese a ponderar de um grupo de trabalho que cubra as duas realidades, que têm pontos em comum e outros diferentes”. À saída do Palácio de São Lourenço, Marcelo Rebelo de Sousa voltou a ser questionado sobre o anúncio das autoridades espanholas de que iriam exigir prova de vacinação contra a covid-19 ou teste negativo nas fronteiras terrestres com Portugal, norma entretanto corrigida. O Presidente da República, que já tinha falado sobre este assunto na segunda-feira à noite e hoje de

O Presidente “já conhecia” a situação dos lesados do Banif e do BES manhã, após a retificação desta norma por parte de Espanha, não se quis alongar e deu o problema como ultrapassado, declarando: “Agora vamos olhar em frente e vamos continuar o nosso caminho comum”. “Foi um lapso, acontece na vida dos povos e na vida das pessoas. Agora vamos em frente e aquilo

que nos une e aquilo que temos de fazer em conjunto é mais importante do que estes pequenos lapso”, reforçou. Mais tarde, Rebelo de Sousa afastou qualquer ligação entre este caso e a competição pelo turismo: “Não, eu penso que neste caso específico, não. Foi um lapso, foi um erro. Aconteceu, aconteceu”.

Portugal pede apoio para países que acolhem migrantes AGÊNCIA LUSA

Cônsul apela a portugueses que não usem agências para tratar dos documentos AGÊNCIA LUSA O Cônsul-geral de Portugal em Caracas, Licínio Bingre do Amaral, lançou um apelo à comunidade portuguesa para que não recorram a “agências” para tratar dos seus documentos. O apelo acontece numa altura em que há queixas sobre dificuldades para fazer marcações on-line, com utilizadores das redes sociais a oferecem-se para facilitar processo. “Nas marcações não se deixem levar por algumas pessoas, através das agências, que prometem muita coisa, as pessoas pagam, e depois é exatamente o mesmo que as pessoas poderiam fazer”, frisou.

Bingre do Amaral falava à Lusa, quarta-feira, à margem de uma permanência consular em El Junquito (35 quilómetros a sul de Caracas), a primeira nessa localidade, desde que o início da pandemia local da covid-19, em março de 2020, e à qual acederam perto de 300 portugueses. “Que contactem o Consulado quando precisarem, que estejam atentos e insistam” disse. O diplomata frisou que “há vagas sempre abertas” e precisou que antes da pandemia da covid-19 atendiam em média “600 e tal pessoas por dia” mas que devido ao distanciamento social da pandemia as autoridades atenderam muito menos.

Portugal apelou à solidariedade internacional para mobilizar apoios para os países que acolhem os 5,7 milhões de migrantes e refugiados venezuelanos que desde 2015 abandonaram a Venezuela, fugindo da crise política, económica e social. O apelo foi feito pelo secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Francisco André, durante a Conferência Internacional de Doadores em solidariedade com os Migrantes e Refugiados Venezuelanos, convocada pelo Canadá e durante a qual Portugal anunciou uma contribuição financeira pelo valor de 100 mil euros. “Pouco mais de um ano depois

da última Conferência de Doadores a situação dos refugiados venezuelanos nos países da região continua a agravar-se e permanece o impasse da situação política interna da Venezuela, e a incidência da covid-19 na região tem contribuído para tornar esta crise ainda mais complexa”, disse. “Importa, pois, continuarmos a trabalhar em conjunto de forma solidária para que esta situação crítica não seja esquecida”, disse o governante. “As necessidades da população venezuelana, refugiada e deslocada, são crescentes e concretas, pelo que devemos fazer o que estiver ao nosso alcance para ajudar, mobilizar apoios para os países da região que a acolhe”, frisou.

UE e Estados Unidos comprometem-se a apoiar negociações para eleições “livres” AGÊNCIA LUSA A União Europeia (UE) e os Estados Unidos comprometeram-se em apoiar um “resultado negociado” para a realização de eleições livres e justas na Venezuela. O compromisso foi divulgado em um comunicado conjunto emitido após a cimeira UE-EUA que juntou, em Bruxelas, o Presidente norte-americano, Joe Biden, e os presidentes do Conselho Europeu, Charles Michel, e da Comissão, Ursula von der Leyen, em que foi feita uma menção especial à situação na Venezuela.


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8 | COMUNIDADE

Centro Português comemorou Dia de Portugal e 63º Aniversário Luis Miguel Da Gama insta comunidade a recuperar quota de comércio CORREIO/LUSA No âmbito das comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas e do seu 63º Aniversário, a Associação Civil Centro Português, localizada no setor de Macaracuay, em Caracas, preparou no dia 10 de junho um programa especial, onde o orgulho de ser português foi o protagonista. A iniciática iniciou na Praça Luís Vaz de Camões, localizada no setor La Guairita, em frente do Centro Comercial Xpress, com o içar das bandeiras de Portugal, Venezuela e o Estado Miranda, além da entregue de reconhecimentos a várias instituições. Os atos protocolares estenderam-se até às instalações do clube capitalino com o içar de bandeiras e a colocação de ofertas florais perante os bustos de Luís Vaz de Camões e Simón Bolívar. De seguida, os sócios participaram na Missa Solene de Ação de Graças, presidida pelo Monsenhor Alexandre Mendonça, na capela Nossa Senhora de Fátima. Também teve lugar a inauguração da fotografia do ex-presidente Juan Ricardo Ferreira e a colocação da placa comemorativa na Galeria do centro social como um memorial da Junta Diretiva, da Mesa da Assembleia e do Conselho Fiscal para o período de 2020/2021. No evento, o convidado especial, Luis Miguel Da Gama, assinou o livro de Ilustres Convidados e depois foi inaugurada no Cantinho da Cultura a exposição “Mosteiro dos Jerónimos”. O ato oficial iniciou-se às 5h15, no Salão Nobre. Após a instalação da mesa de honra e a interpretação dos hinos de Portugal, Venezuela, Estado Miranda e Centro Português, o presidente da Junta Diretiva, Gil Sergio Nunes, deu as boas-vindas aos convidados. Este ano, o Gran Cordón Centro Português “João Fernándes Leão Pacheco” foi atribuído ao Instituto Português de Cultura, pelo em prol da Cultura Portuguesa.

A velada prosseguiu com o discurso do orador de ordem de Luis Miguel Da Gama. O presidente da Universidade Metropolitana de Caracas, uma das mais prestigiadas da Venezuela, instou os portugueses a recuperarem a quota de comércio e de poder que já tiveram num país que considera continuar a ser de oportunidades. “Eu não tenho visto, ultimamente, nenhum lusodescendente na Federação de Câmaras de Comércio, na Câmara Venezuelana da Indústria de Alimentos e no Conselho Nacional de Comércio e Serviços. Todos os [seus] representantes são descendentes de espanhóis e italianos”, disse Luís Miguel da Gama. “Onde estamos? O que estamos fazendo? Porquê, se tínhamos essa quota de comércio e de poder não estamos aí? Isto é para refletir”, enfatizou. O presidente da Universidade Metropolitana de Caracas, que foi convidado especial da cerimónia, sublinhou: “Devemos sentir-nos orgulhosos de ser portugueses e onde estivermos representamos Portugal”. “Onde há um português esse espaço cresce (se multiplica), geramos família, progresso, tecnologia, trabalho, princípios e valores. Há que dizer isso aos nossos filhos. Geramos puras coisas boas, não há gente como a gente”, afirmou. Quanto à Venezuela, explicou, que “a situação é complexa” : “Não podemos tapar o sol com um dedo. O mar está picado (agitado), bem picado e é complexo cambiar o mar”. “Mas vocês sabem, melhor do que eu, que os portugueses foram os melhores navegadores. Podemos mudar esse mar, essa embarcação. Podemos decidir a que velocidade vamos, onde vamos, com que clima e ambiente. Então não há desculpas”, acrescentou. Luís Miguel da Gama precisou que a nível “macro a situação é complexa, [mas] no micro há oportunidades”.

“Todos os dias vai sair gente a chorar às ruas e outros que riem. Têm que escolher a qual equipa vão subir para continuar. Um pensamento positivo sempre vai ajudar. Temos que recuperar esse espírito aventureiro de onde viemos”, explicou. Por outro lado, fez “um especial reconhecimento pelo trabalho da embaixada e do consulado”, ao embaixador de Portugal em Caracas, Carlos de Sousa Amaro, e ao cônsul-geral Licínio Bingre do Amaral. “A verdade é que no marco das relações bilaterais têm estado bem presentes e defendido os interesses da comunidade. Muito obrigado, senhor, embaixador Amaro. Muito obrigado, senhor,

cônsul Linício, pelo que fazem pela Venezuela”, frisou. Durante a sua declaração, Luís Miguel da Gama citou como exemplo de orgulho os prémios Nobel Egas Moniz e José Saramago, Henrique, o Navegante, Luís de Camões, o marquês de Pombal, Fernando Pessoa e Amália Rodrigues. No desporto recordou Cristiano Ronaldo, Figo e Eusébio, e no plano religioso Nossa Senhora de Fátima, “que sempre” cuida e a quem rezou para que tudo lhe corresse bem na sua intervenção. Filho de madeirenses, Luís Miguel da Gama, 57 anos, nasceu em Caracas. É atualmente presidente do conselho superior da

Universidade Metropolitana, instituição a que também preside. É também presidente executivo da rede de supermercados Gama (propriedade da família). Entre 1984 e 1985 foi analista de crédito do Banco de Venezuela e entre 1985 e 1989 foi gerente do Banco do Orinoco para a Região Capital. Gama é graduado em Ciências Administrativas pela Universidade Metropolitana, com especialização em ‘Banking &Finance’, na mesma instituição. Fez ainda estudos sobre ECR (resposta eficaz ao consumidor) no Instituto de Tecnologia de Estudos Superiores de Monterrey, México.


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CSM prestou juramento aos seus novos diretivos SERGIO FERREIRA

Portugueses na Venezuela homenagearam Camões

Na quinta-feira, 10 de Junho, o Centro Social Madeirense prestou juramento aos membros dos seus Conselhos Diretivo e Fiscal para o período 2021-2023 e comemorou a celebração portuguesa, com um modesto ato protocolar nas suas instalações localizadas no município de San Diego, estado de Carabobo, sob rigorosas medidas de biossegurança. O evento começou com uma oferta floral do presidente do Centro Social, Danny Barradas e Federico Batista, membro fundador da associação, com algumas palavras muito sinceras da Professora Rita Fernandes, presidente da Fundação Cultural

Camões. Seguiu-se uma Missa de Acção de Graças oficiada pelo padre Pedro De Freitas, pároco da Catedral de Valência. Posteriormente, a Comissão Eleitoral, presidida por Moraima Garcia, juramentou as novas autoridades, perante os convidados presentes: Fátima De Pontes, Conselheira das Comunidades Portuguesas; Manuel Fajín, Presidente da Irmandade Galega; Oreste Sabina, Presidente do Círculo Cubano; Carlos Rodríguez, Presidente da Casa Portuguesa; Victor Moreu, Presidente do Lar Hispânico; Giuseppe Iacobucci, Secretário Principal do Centro Ítalo Venezolano; assim como Mario Simões Papel, Presidente da Academia do Bacalhau.

No evento, estudantes da Língua Portuguesa homenagearam vários personagens da comunidade lusa radicada no país CORREIO/LUSA Dezenas de luso-venezuelanos desafiaram, na quinta-feira, a pandemia da Covid-19, e foram à Praça Luís de Camões, em Caracas, homenagear o poeta “exibir a sua portugalidade” e reafirmar as suas raízes. No ato, participaram estudantes do 3.º ano de português como língua estrangeira que investigaram a vida e homenagearam vários personagens da comunidade lusa radicada no país. “É uma atividade inédita desde que se inaugurou esta praça magnífica de homenagem à comunidade e a Camões, que os estudantes de língua e cultura portuguesa fazem presença no dia de hoje [quinta-feira] para comemorar o nosso dia nacional”, disse um professor de português à Lusa. Jany Moreira explicou que é importante passar o sentimento de portugalidade “às camadas mais novas para que transmitam depois aos filhos e netos”. “No meu caso particular, que tenho 35 anos de trabalho à comunidade, vejo com bastante significado a necessidade de passar o testemunho aos mais novos e que possam continuar o nosso labor de tantos anos”, frisou. Por outro lado, precisou que os estudantes do 3.º ano de portu-

guês investigaram “a emigração portuguesa para a Venezuela e desse trabalho surgiram nomes de histórias de vida de pessoas, desde os seus pais e avós (…), tanto dos portugueses como de lusodescendentes da 2.ª e 3.ª geração e conseguiram fazer um espólio bem simpático dessas histórias da emigração portuguesa para este país”. O estudante de português Gabriel Fonseca, que frequenta o Colégio Virgem de Fátima (San Bernardino, Caracas), explicou que o professor lhes pediu para “organizar uma homenagem a personagens da emigração portuguesa”. “É um ato pequeno, mas significativo. A minha personagem foi David Pinho que tristemente não esteve aqui. Acho que é importante porque é uma forma pequena, mas simbólica de dizer que há portugueses na Venezuela, que queremos que este país seja melhor no futuro. E viva Portugal”, disse. A ida à Praça de Camões, segundo Alberto Viveiros, ex-diretor de cultura do Centro Português de Caracas, permitiu “fazer uma viagem a Portugal, mas não foi uma viagem humanitária”. “Viemos a Portugal, à Praça de Portugal onde está a única calçada portuguesa original que temos

na Venezuela, um cantinho de Portugal”, disse. “É um trabalho que a pandemia não conseguirá terminar (…) vivemos momentos distintos, mas a pandemia não pode estar por cima da nossa cultura das nossas raízes e costumes”, disse. “Temos que nos ir acostumando a fazer as coisas de outra maneira, a que a pandemia está connosco, mas que vamos vencer”, frisou. Fernando Campos, presidente do Instituto Português de Cultura viu no 10 de Junho uma oportunidade para ir à praça “celebrar”. “O maior recurso que tem um país é a sua gente. Todos os dias a comunidade portuguesa da Venezuela honra a sua portugalidade, engrandece os valores lusitanos e por outro lado contribui com o engrandecimento desta terra”, disse. Recordou que a Venezuela está “um bocadinho golpeada pela situação [crise]” mas que “as raízes culturais superam qualquer coisa”. “Identidade não é só a nossa língua, costumes e valores”, disse, reforçando: “Portugal é um país que precisa dos seus emigrantes e que muitas vezes esquece que não somos só 10 milhões, mas 14 ou 15 milhões, porque o que estamos fora também são os portugueses”.

Dia de Portugal também foi celebrado em Lara e Aragua SERGIO FERREIRA Os clubes lusitanos do interior da Venezuela também se juntaram às celebrações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Na cidade de Barquisimeto, Estado de Lara, o Centro Luso Larense promoveu um ato protocolar que contou com a presença dos membros do Conselho de Administração do clube e membros proeminentes da comunidade. Destacou a participação da Côn-

sul Geral de Portugal em Valência, Rosa Lemos Tavares, bem como o Cônsul Honorário de Portugal na cidade musical da Venezuela, Pedro Ferreira. Por seu lado, o Conselho de Administração da Casa Portuguesa de Aragua realizou a sua tradicional oferta floral na Praça Bolívar, na cidade de Maracay. O presidente do clube, David Alcaria, acompanhado por outros membros do conselho de administração, prestou homenagem perante a estátua do Libertador.


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Lusodescendentes querem mais promoção da cultura portuguesa CORREIO / LUSA

Portugal foi homenageiado no município de Los Sálias Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas foi comemorado em Los Altos Mirandinos CORREIO / LUSA Los Sálias, um dos cinco municípios de Los Altos Mirandinos agradeceu, no domingo, a contribuição da comunidade lusa para o desenvolvimento local. O agradecimento foi feito pela economista e diretora-geral da Câmara Municipal de Los Salias, Sara Medina, à margem das festividades em honra de Santo António, na Praça de Portugal, em Los Sálias (25 quilómetros a sul de Caracas), que evocaram ainda o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. “Gostava dar-lhes o meu agradecimento, porque vocês [portugueses] fazem parte do desenvolvimento ordenado que este município tem tido, com valor, sacrifício, e dando um exemplo para o crescimento de uma comunidade e de uma sociedade. Quero agradecer à comunidade lusitana pelo seu contributo e por tudo o que nos tem ensinado”, disse à agência Lusa. Além de Los Sálias, fazem também parte de Los Altos Mirandinos a cidade de Los Teques e os municípios Guaicaipuro e Carrizal, onde residem mais de 30.000 portugueses. “A comunidade portuguesa faz parte da idiossincrasia de Santo

António. Temos uma influência muito grande, tanto de canarinhos como de portugueses. Neste momento crítico da economia venezuelana, os municípios vivem da arrecadação [de impostos]” e “uma parte muito elevada corresponde aos portugueses que tiveram por bem radicar-se no nosso município”, disse Sara Medina. Por outro lado, explicou que além do “comércio, da agricultura e floresta, os portugueses casaram-se com venezuelanas e venezuelanos e por isso temos uma bela mistura de mulheres e cavalheiros, que agora são santo-antonianos”. “Todos temos, de alguma forma, raízes daquele grupo de imigrantes que veio da Europa de outrora. O valor é incalculável. As tradições, a comida, o comportamento. Incutiram-nos a fé em Nossa Senhora de Fátima”, disse, recordando que no município vizinho de Carrizal, há uma réplica do santuário de Fátima, feito por portugueses. Em declarações à agência Lusa, o cônsul honorário de Portugal em Los Teques, Pedro Gonçalves, explicou que Santo António é o padroeiro de Los Sálias e que na igreja local estão em conjunto “uma bandeira de Portugal, uma de Itália e da Venezuela”.

“Santo António nasceu em Portugal, morreu em Itália e celebrase na Venezuela. É uma coisa mesmo interessante (...) é o nosso santo padroeiro [local], a quem pedimos a bênção e que proteja a nossa comunidade”, disse. Por outro lado, explicou que em Los Sálias esta a maior praça de Portugal da Venezuela, que “foi entregue pelas autoridades municipais à comunidade portuguesa e pelas autoridades nacionais a Portugal”. “Nesta praça, os jardins e tudo aqui, é cuidado pela nossa comunidade (...) é uma grande honra ter aqui o nosso Luís de Camões, Santo António, Nossa Senhora de Fátima e a cruz que representa a nossa esperança”, frisou. Segundo Pedro Gonçalves 90% dos mais de 30 mil portugueses de Los Altos Mirandinos são originários da Madeira e dedicam-se à agricultura e floricultura, um trabalho que é acompanhado pelos netos e filhos, que se destacam também como médicos, engenheiros e jornalistas. “Têm dado muito à Venezuela, mas também há muitas pessoas [lusas] com grandes necessidades. Somos trabalhadores, unidos, sempre pensamos em Portugal e fazemos o melhor para ajudar”, disse.

A comunidade luso-venezuelana quer mais promoção local da cultura e da língua portuguesa, inclusive entre os venezuelanos, em Los Altos Mirandinos, onde residem 30 mil portugueses. “Deve haver mais promoção da cultura e de tudo. Quem nasceu na Venezuela e até mesmo que não viaja lá [a Portugal] com frequência conhece apenas algumas coisas de Portugal, mas deveríamos conhecê-lo mais”, disse uma lusodescendente. Maria José Nunes, publicista e radialista, está orgulhosa das suas raízes, mas com alguma tristeza disse que “entente tudo, mas não fala” português. “No meu caso, Portugal é a minha segunda terra, porque a primeira é a Venezuela, onde nasci, mas tive a experiência de passar alguns meses em Portugal, porque fique ‘varada’ [impedida de regressar] por causa da pandemia [de covid-19]. Além do Funchal, apaixonei-me por Portimão, Lisboa e Portugal, que até

então não conhecia”, explicou. Por outro lado, o luso-venezuelano Serafín de Abreu, produtor do espaço radiofónico “Com Sabor a Portugal”, transmitido aos fins de semana pela rádio Altos 107.1 FM, explicou à Lusa, que na região vivem “mais de 30 mil portugueses” principalmente dedicados à agricultura e ao comércio. “Nós, que nascemos aqui, não temos a história viva [experiência de vida] desse grande país que é Portugal. Muita gente, por exemplo, não sabe que Luís de Camões não tinha um olho. Nós, os lusodescendentes levamos Portugal no coração mesmo sem saber muito [sobre ele]”, afirmou. Segundo Serafín de Abreu, “há muitos venezuelanos que querem conhecer Portugal” e no seu caso “a rádio é um meio para divulgar a cultura”. A cultura portuguesa, segundo a corretora de seguros lusodescendente Reina Abreu, gera muita curiosidade e paixão tanto entre luso-venezuelanos como entre a população local.

Autarca pede a portugueses que ajudem venezuelanos CORREIO / LUSA “Peço aos países a que a Venezuela abriu as portas há 40, 50 anos, em aqueles momentos tão difíceis que a Europa estava vivendo, principalmente a Portugal, Espanha e Itália, que hoje olhem para a Venezuela”, disse José Fernández. O autarca falava à agência Lusa à margem das festividades em honra de Santo António, na Praça de Portugal, em Los Sálias (25 quilómetros a sul de Caracas), e que evocaram ainda, local-

mente, o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. “A Venezuela está passando muito mal. Hoje, nós, os venezuelanos, estamos passando muito mal e este país abriu as portas a todos”, frisou. O político explicou que fala “dos portugueses porque vieram para a Venezuela e trabalham de 18 a 20 horas por dia, de segunda a domingo”, tendo sido “fundamentais” para levantar o país, “ que também deu tudo às comunidades que chegaram”.


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Emigrantes pedem ‘aperto’ ao governo Lesados do BES pediram a Marcelo para que pressione o Governo a dar continuidade ao Plano de Recuperação de créditos MARCO SOUSA (JM MADEIRA) CORREIO DA VENEZUELA Esperança e confiança. Sentimentos que Marcelo Rebelo de Sousa transmitiu aos emigrantes lesados do BES na reunião que decorreu logo após a aterragem no Aeroporto Internacional da Madeira. Ao JM, Janett da Silva, que reuniu com o chefe de Estado em representação da Associação de Lesados Emigrantes da Venezuela e África do Sul deu conta dessa disponibilidade de Marcelo. “Reunimos às 23 horas com o presidente da República, logo que chegou do aeroporto foi até ao hotel onde estávamos a aguardar que chegasse, numa sala que já estava preparada para nós”, descreveu. Após elogiar a postura de Marcelo, de prontidão, a representante fez um apelo. “Na reunião pedimos ao Presidente para fazer pressão porque já estamos há ano e meio num silêncio total, nada, nenhuma reunião”, lamentava a cidadã. Uma luz ao fundo do túnel “Ontem, finalmente houve uma reunião entre duas pessoas representantes do Governo e as associações dos lesados. Dessa reunião surgiu a disponibilidade do

Governo de criar os grupos de trabalho que é o que se segue agora”, contou. Momento que os emigrantes consideram fulcral para dar continuidade ao processo que fará com que a diáspora consiga reaver o seu dinheiro. “É o que queremos e isto foi o ponto mais importante. Precisamos do presidente para fazer pressão para que estes grupos de trabalho sejam criados. Já é hora de os termos”, reivindicou. Da Silva deu ainda conta de que Marcelo “já tinha conhecimento de basicamente tudo do que tem vindo a acontecer a nível de reuniões entre Governo e associações”. Após pedirem a Marcelo que pressionasse o Governo da República, outro assunto surgiu na agenda da ALEV. “Perguntámos também ao Presidente da República se tinha conhecimento do parecer do Banco de Portugal, porque nunca mais nos disseram nada”, apontou. “O Fundamental agora é a criação de grupos de trabalho e tentar avançar com o parecer do Banco de Portugal”, considera. A concluir, Janett da Silva descreveu uma reunião que “foi muito agradável”. “Acho que o presidente vai apoiar-nos sempre que for necessário”, rematou.

Reunião virtual Apesar de ténues, segunda-feira, foram dados mais alguns passos neste processo que se arrasta há algum tempo. “As associações de lesados e dois membros do Governo reuniram de forma virtual para fazerem um ponto da situação”, descreveu Janett da Silva. “Dessa reunião pouco resultou. Claro que as associações mostram-se realmente indignadas porque nesta altura ainda estamos a fazer um ponto da situação. Já houve comissão de peritos, tanta coisa e só agora voltam a fazer um ponto da situação”, denun-

ciou também. A espera iniciou-se a 9 de dezembro de 2019, altura em que o relatório da comissão de peritos foi entregue. “Para janeiro [após o relatório de dezembro de 2019] íamos criar os grupos de trabalho e dar continuidade. Em janeiro não tínhamos o vírus, não tínhamos o problema da pandemia, em fevereiro também. A pandemia iniciou-se em março, mas entre janeiro e fevereiro não houve sinal nenhum para nos sentarmos e dar continuidade”, lamentou Da silva. Após isso chegou a pandemia e defende a representante da ALEV,

surge “a desculpa perfeita”. “Já estamos em junho, já passou ano e meio desde que a comissão de peritos entregou o relatório final e ninguém tinha dito nada. Ontem decidiram fazer um ponto da situação. Não faz sentido, pensávamos que o Governo ia dar alguma notícia, fosse boa ou má”, considerou. Para a lesada, “a situação da pandemia atrasou o processo mas não é, digamos, o principal motivo para ser travada a continuidade que deveria ter tido” o processo de recuperação de créditos.

vernador do Banco de Portugal e ele reafirmou-me que muito brevemente o Banco de Portugal dará essa informação, ou seja, ficarmos a saber qual é a potencialidade de recuperação desses créditos. Isso é importante para a pro-

teção do erário público, porque não estou a falar do meu dinheiro, estou a falar do dinheiro que é de todos os portugueses, portanto, é preciso saber em que medida esse dinheiro adiantado é efetivamente recuperado.”

Lesados Banif desconvocam manifestação após encontro com António Costa no Funchal CORREIO / LUSA A Associação dos Lesados do Banif (ALBOA) desconvocou a manifestação prevista para quinta-feira, no Funchal. A decisão foi tomada após reunião com o primeiro-ministro, António Costa. Tendo em conta o teor da reunião e as posições assumidas pelo primeiro-ministro, a ALBOA decidiu desconvocar a manifestação programada para amanhã (quinta-feira), no Funchal, e que iria decorrer no período das comemorações oficiais do 10 de Junho, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas”, refere em comunicado.

Os lesados consideram que António Costa, com quem se reuniram num hotel do Funchal, se mostrou sensível à “situação desesperada”, tendo prometido “enviar todos os esforços para o encurtamento do prazo para encontrar uma solução”. “Para tal, informou que iria ser constituído, a breve prazo, o já referido grupo de trabalho, que terá como missão encontrar as melhores e mais rápidas vias de se avançar para a concessão da garantia governamental necessária para a constituição do Fundo de Recuperação de Crédito junto da Comissão do Mercado dos Valores Mobiliários (CMVM)”, lê-se no

comunicado. O primeiro-ministro revelou esta quarta-feira que deverá ser concluído em breve pelo Banco de Portugal o processo de avaliação da “potencialidade de recuperação” de créditos dos lesados do Banif, sublinhando a necessidade de gerir com “sentido de justiça” e “prudência” a matéria. “Esse trabalho está a ser concluído”, disse à chegada à Madeira, onde se encontra para participar nas comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. E acrescentou: “Já tive oportunidade de falar com o senhor go-


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Direção Regional das Comunidades

e Cooperação Externa

A Direção Regional das Comunidades e Cooperação Externa (DRCCE) foi criada em janeiro de 2020. Tem por missão executar a política de migrações, apoiar as comunidades madeirenses dispersas pelo mundo e as Casas da Madeira em território nacional, e ainda potenciar a cooperação externa ao nível económico. Dando continuidade ao Centro das Comunidades Madeirenses e Migrações, fundado em 1977, a criação desta nova Direção Regional representa um alargamento das suas competências e simultaneamente um maior compromisso do Governo Regional da Madeira com a Diáspora. A DRCCE acautela a defesa dos interesses dos emigrantes e dos imigrantes através de aconselhamento, acompanhamento, apoio e orientação a todos os que contactam este serviço. Promove a internacionalização de empresas madeirenses e o investimento da Diáspora na Região.

“Para a DRCCE tudo começa nos direitos mais básicos das pessoas, como o direito a ter uma nacionalidade, ter acesso à educação, ao emprego, à saúde. O nosso papel na promoção dos Direitos Humanos é desbravar o caminho para os nossos conterrâneos que emigram, para os portugueses originários da Madeira e seus descendentes, que decidem regressar, e também para os estrangeiros que escolhem a Região para viver e trabalhar. Promovemos, ainda, a internacionalização de empresas madeirenses, e captamos investimento dos madeirenses da Diáspora para a Região.

Nos nossos serviços garantimos o acesso à informação, fazemos o encaminhamento correto. Só desta forma conseguimos garantir que os direitos e os inte-

resses de todo os cidadãos ficam assegurados”.

Rui Abreu Diretor Regional das Comunidades e Cooperação Externa

COVID-19: Desde o início da pandemia, a DRCCE tem sido contactada para dar informações e intervir nas mais variadas situações. Desde pessoas que ficaram retidas em países onde estudavam ou passavam férias que queriam regressar à Região. Outras que ficaram retidas na Madeira e precisavam de regressar aos seus países. Algumas que necessitavam de regressar a Portugal por motivos de saúde, de emprego e de reunificações familiares. A pandemia trouxe consigo novos desafios para todos, devido ao condicionamento das viagens, ao encerramento de espaços aéreos e à inconstância das normas nos vários países. Atualmente viajar implica ponderação e planificação. Por isso, antes de viajar, seja para o estrangeiro, seja para Portugal Continental ou para a Madeira, informese acerca das medidas sanitárias, da necessidade de realização de testes e quarentenas, quer no país de origem, quer nos países de trânsito e de chegada.

Nós apoiamos, aconselhamos, orientamos! É Emigrante ou quer emigrar? A DRCCE apoia-o em: • Aconselhamento a quem quer emigrar e preparação formal; • Pedidos de nacionalidade; • Análise de contratos laborais, principalmente oriundos da Internet; • Equivalência de estudos; • Ensino Superior – contingente para emigrantes; • Bolsas de Estudo no estrangeiro – informação; • Assuntos de segurança social; • Preenchimento de formulários e requerimentos diversos para o estrangeiro e para Portugal; • Pedidos diversos às entidades consulares portuguesas ou a organismos públicos dos países de acolhimento; • Instrução de processos de pedidos de pensões; • Informação de e sobre Consulados e Embaixadas; • Procura de familiares residentes na RAM; • Pedido de procura e/ou contacto com familiares residentes no estrangeiro; • Declarações várias; • Pensões, reclamações e atrasos; • Dissuasão da emigração irregular; • Repatriações, Evacuações; • Deportações; • Óbitos no estrangeiro.

Subscreva a nossa Newsletter através do site: comunidades.madeira.gov.pt

É Imigrante ou quer viver/trabalhar na Madeira? A DRCCE apoia-o em: • Pedido de nacionalidade; • Marcações e outros assuntos relacionados com o SEF (Serviço de Estrangeiros e Fronteiras); • Inscrição consular; • Passaporte; • Cartão de Cidadão; • Assento do registo civil; • Registos Criminais • Apoio Social; • Declarações Diversas.

É empresário e quer expandir o seu negócio? É empresário madeirense e quer internacionalizar o seu negócio para mercados onde se encontram as comunidades madeirenses? Ou é empresário madeirense a residir no estrangeiro e quer investir na Região? A DRCCE dálhe todo o apoio necessário no Palácio do Governo.

Encontre-nos em: Direção Regional das Comunidades e Cooperação Externa Edifício do Governo Regional, Avenida Zarco, R/C, Funchal Ou na Loja do Cidadão da Madeira, Av. Arriaga, nº 42 T: 291 203 805 E-mail: comunidadesecooperacaoexterna@madeira.gov.pt Site: comunidades.madeira.gov.pt


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1.231 infetados entre pessoas com vacinação completa CORREIO / LUSA

Mariana Vieira da Silva disse que Sesimbra registou, pela segunda semana consecutiva, mais de 240 casos de covid-19 por 100 mil habitantes

Dez concelhos ficam na 4.ª fase do plano de desconfinamento A ministra de Estado e da Presidência referiu que esta semana existe “um número muito alargado, face à semana anterior, de concelhos em situação de alerta” CORREIO / LUSA Braga, Lisboa e Odemira mantêm-se na fase de 1 de maio do plano de desconfinamento, a que se juntam Albufeira, Arruda dos Vinhos, Cascais, Loulé, Sertã e Sintra, assim como Sesimbra com medidas mais restritivas, anunciou o Governo. “Temos, neste momento, 10 concelhos em situação diferente do que estará o resto do país”, afirmou a ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, na habitual conferência de imprensa, após a reunião do Conselho de Ministros, em Lisboa. Os restantes 268 concelhos de Portugal Continental ficam na nova fase do plano de desconfinamento, em vigor desde 10 de junho, com um alívio das medidas para combater a pandemia de covid-19. Relativamente aos 10 concelhos que ficam sujeitos às medidas da 4.ª fase do plano de desconfinamento, aplicada desde 01 de maio, Mariana Vieira da Silva disse que Sesimbra registou, pela segunda semana consecutiva, mais de 240 casos de covid-19 por 100 mil habitantes, pelo que estará num nível de “maior restrição”, inclusive o encerramento da restauração e dos estabelecimentos às 15:30 durante o fim de semana.

“Os restantes nove concelhos encontram-se na fase em que estávamos antes desta nova fase de desconfinamento, genericamente, são eles Albufeira, Arruda dos Vinhos, Braga, Cascais, Lisboa, Loulé, Odemira, Sertã e Sintra”, apontou. Alertando para o agravamento da situação epidemiológica, a ministra de Estado e da Presidência referiu que esta semana existe “um número muito alargado, face à semana anterior, de concelhos em situação de alerta”, num total de 20: Alcochete, Águeda, Almada, Amadora, Barreiro, Grândola, Lagos, Loures, Mafra, Moita, Montijo, Odivelas, Oeiras, Palmela, Sardoal, Seixal, Setúbal, Sines, Sobral de Monte Agraço e Vila Franca de Xira. “Todos estes concelhos – como veem no mapa – maioritariamente localizados na Área Metropolitana de Lisboa, estão hoje em situação de alerta, ou seja, tem mais de 120 casos por 100 mil habitantes ou nas zonas de baixa densidade [populacional] mais de 240 casos por 100 mil habitantes”, declarou a governante. Apesar da situação “mais preocupante” da evolução da pandemia, em que “muito dificilmente” se poderá avançar para a fase seguinte do plano de desconfinamento de Portugal Continental, que foi apontada

para 28 de junho, Mariana Vieira da Silva destacou a recuperação de quatro concelhos, inclusive Vale de Cambra que na semana passada ficou sujeito às medidas da fase de 01 de maio. Os outros três concelhos que recuperaram foram Alcanena, Paredes de Coura e Santarém, que estavam na semana passada em situação de alerta, registando uma taxa de incidência inferior a 120 casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias ou inferior a 240 se forem territórios de baixa densidade populacional. Além das medidas aplicadas a cada concelho de Portugal Continental, o Governo decidiu proibir a circulação de e para a Área Metropolitana de Lisboa (AML) aos fins de semana, a partir das 15:00 de sextafeira, devido à subida dos casos de covid-19 neste território e para que “a elevada incidência [de covid-19] que se faz sentir nesta região não se transporte para fora dela”. “Relativamente à situação da AML, aquilo que temos habitualmente seguido nestas restrições é que elas duram até às 06:00 de segunda-feira”, esclareceu a ministra, adiantando que está previsto um reforço da fiscalização nas deslocações e nas atividades e eventos neste território.

A Direção Geral da Saúde (DGS) revelou na quinta-feira que em dois milhões de pessoas com esquema vacinal completo há mais de 14 dias em Portugal, 1.231 contraíram a infeção por SARS-CoV-2, 43 foram internadas e cinco morreram. Segundo dados divulgados pela DGS, entre os 1.231 casos de covid-19 em pessoas já com a vacinação completa há mais de 14 dias, 26 foram internadas “com diagnóstico principal” de covid-19 e 17 com “diagnóstico secundário”. Portugal regista ainda cinco óbitos de pessoas com esquema vacinal completo, sendo que quatro destas tinham 80 ou mais anos, segundo os dados da DGS sobre a vigilância da mortalidade. “Recordamos que a efetividade vacinal é muito elevada, mas não é de 100%, pelo que se continuam a recomendar as conhecidas medidas de precaução”, salientou a DGS, explicando que existem aproximadamente dois milhões de pessoas com esquema vacinal completo há mais de 14 dias. No total de infetados após vacinação completa, 37% estavam na faixa etária dos 80 e mais anos, e 08% dos 70 aos 79 anos, estando os restantes distribuídos nas outras faixas etárias, explicou ainda. Já quanto ao total de internados com diagnóstico principal de covid-19 após vacinação completa, a DGS adiantou que 77% destes têm mais de 80 anos. “Todos os casos de infeção por SARS-CoV-2 são encaminhados por equipas médicas e de Saúde Pública, seguindo os normativos em vigor da DGS. Este seguimento clínico é independente do estado vacinal da pessoa”, referiu a Ministra.

Vacinação avança em Portugal


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Sete juízes juntam-se a Ivo Rosa e Carlos Alexandre e vão integrar o “TIÇÃO” O Conselho de Ministros aprovou a incorporação dos sete juízes do Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa no Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), totalizado nove magistrados. Segundo a ministra da Justiça, esta medida alivia “de alguma maneira as tensões existentes em torno da circunstância de haver apenas dois juízes [no TCIC] e de as diferenças de pontos de vista das respostas [decisões instrutórias] que dão criar na opinião pública a ideia de que há uma dimensão pessoalizada ao nível das decisões”. Esta proposta de lei do Governo, que agora irá ser discutida no parlamento, teve em conta as sugestões apresentadas pelo Conselho Superior da Magistratura e pela Ordem dos Advogados, adiantou Francisca van Dunem.

Costa garante que há total sintonia com o presidente da República Processos ficam suspensos durante o período de apreciação e tramitação, garantindo a igualdade de tratamento entre cidadãos estrangeiros O primeiro-ministro, António Costa, assegurou que há “total sintonia” institucional e política com o Presidente da República, até em relação ao foco de ambos em torno da presença da seleção portuguesa no Europeu. Costa falava numa conferência de imprensa conjunta com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, depois de questionado sobre o estado das suas relações políticas e institucionais com Marcelo Rebelo de Sousa. “Como é habitual, o primeiro-ministro e o Presidente da República estão totalmente sintonizados e, naturalmente, em torno da seleção portuguesa”, começou por responder António Costa. A seguir, o primeiro-ministro referiu que o Presidente da República “pôde vibrar” no estádio em Budapeste, com a vitória de Portugal. “E eu vibrei através da televisão. No próximo sábado, em Munique, trocaremos de posições. Eu irei sofrer em Munique e espero que o Presidente da República festeje através da televisão o resultado de Portugal com a Ale-

manha. Mas há total sintonia, até em torno da seleção”, acrescentou o líder do executivo. Na terça-feira, em declarações aos jornalistas, António Costa considerou que existia um mal-entendido, alguma “intriga e confusão” sobre a ideia de que desautorizou o Presidente da República face ao processo de desconfinamento, frisando que, por natureza, primeiros-ministros não desautorizam chefes de Estado. Antes, em Budapeste, o chefe de Estado foi confrontado pelos jornalistas com afirmações proferidas pelo primeiro-ministro, em Bruxelas, segundo as quais ninguém, nem o Presidente da República, podia garantir que não se volta atrás no processo de desconfinamento. Interrogado se foi desautorizado por António Costa, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu:”Por definição, o Presidente nunca é desautorizado pelo primeiro-ministro. Quem nomeia o primeiro-ministro é o Presidente, não é o primeiro-ministro que nomeia o Presidente”.

Portugal passa para 10.º país mais atrativo para investimento direto estrangeiro Portugal passou da 11.ª para a 10.ª posição das economias mais atrativas para o investimento direto estrangeiro (IDE), em 2020, em termos de número de projetos, num total de 154, revelou um estudo da EY. “Num ano desafiante como 2020, Portugal entrou no ‘top’ 10 dos países mais atrativos para investimento direto estrangeiro (IDE), em termos de número de projetos”, anunciou a empresa de consultoria EY. Segundo o estudo, no ano passado, foram anunciados 154 projetos de IDE no mercado português, dos quais 70% com fundos originários da Europa e 30% do resto do mundo. Aqueles projetos foram responsáveis pela criação de, pelo menos, 9.000 postos de trabalho, refere. No entanto, os 154 projetos representam um decréscimo de 3% em comparação com os 158 contabilizados em 2019, devido às incertezas causadas pela pandemia de covid-19, que fizeram com que a atratividade do IDE nos países euro-

peus tenha caído 13% face ao ano anterior. Apesar da ligeira retração do IDE em Portugal, 37% dos inquiridos no estudo planeiam criar ou expandir operações em Portugal nos próximos 12 meses. Nas primeiras três posições das economias mais atrativas ficaram França, Reino Unido e Alemanha. “Embora as perspetivas económicas ainda sejam influenciadas pela pandemia, Portugal começa a estar de regresso aos negócios e esperamos ver um aumento no número de oportunidades de operações de M&A [sigla inglesa para Fusões e Aquisições] em Portugal”, apontou o responsável pela área de Estratégia e Transações da EY Portugal, Miguel Farinha. Nas intenções de investimento estrangeiro em 2020, a Manufatura foi a atividade mais atrativa, com 37 projetos anunciados (24%), embora tenha registado a maior queda quando comparado com 2019 (60 projetos anunciados).

Contratação coletiva cai 30% em 2020, recuando para níveis de 2011 A contratação coletiva caiu 30% em 2020 relativamente ao ano anterior, para as 169 convenções, recuando para níveis de 2011, mas assegurou crescimento salarial pelo quinto ano consecutivo, segundo um relatório a divulgar. O relatório anual do Centro de Relações laborais (CRL) “carateriza a negociação coletiva num ano particularmente extraordinário e disruptivo, provocado pelo surto pandémico da covid-19”, considerando que o impacto da pandemia “refletiu-se no domínio económico, social e no mercado de trabalho em geral”, com reflexos na contratação coletiva publicada no ano de 2020. Segundo o documento, “a variação salarial média nominal anualizada intertabelas continua positiva pelo quinto ano consecutivo”.


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Emigrantes exigem voto digital ao Governo da República

Berta Nunes saúda portugueses que combatem pandemia Mensagem divulgada a partir dos Estados Unidos, onde se encontra no âmbito de uma visita às comunidades portuguesas neste país A secretária de Estado das Comunidades Portuguesas saudou, com particular apreço, os “portugueses notáveis” que estiveram e estão na linha da frente do combate à pandemia de covid-19, durante a sua mensagem por ocasião do Dia de Portugal. Numa mensagem divulgada a partir dos Estados Unidos, onde se encontra no âmbito de uma visita às comunidades portuguesas neste país, Berta Nunes referiu que, em tempos pandémicos, a “resiliência e a coragem” das comunidades portuguesas foram “especialmente evidentes”. E manifestaram-se “no esforço que [as comunidades] fizeram para manter a distância dos amigos e familiares que os esperavam em Portugal, no exemplo que deram de entreajuda e solidariedade nos países de acolhimento”. Berta Nunes saudou, em particular, os portugueses “no-

táveis” que “estiveram e estão na linha da frente do combate à pandemia - médicos, enfermeiros, investigadores, alguns deles com importantes contributos para desenvolvimentos das vacinas contra a covid-19, auxiliares de saúde e todos os que contribuíram para combater esta situação”. Nesta mensagem por ocasião do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, Berta Nunes congratulou-se pelo regresso das visitas às comunidades, que se traduzem na “oportunidade de ouvir as suas histórias, conhecer os seus feitos, o seu dia-a-dia e, uma vez mais, ver a sua capacidade de resiliência e a sua coragem”. “Junto-me assim a uma festa que acontece pelo mundo inteiro e que tem os portugueses, em particular aqueles que residem no estrangeiro, como seus protagonistas e grandes dinamizadores”, afirmou.

Projecto-piloto de voto electrónico avança nas comunidades portuguesas no estrangeiro A secretária de Estado das Comunidades Portuguesas anunciou na quarta-feira, no Parlamento, que estão reunidas as condições técnicas para se realizar um projecto-piloto de voto electrónico, que acontecerá num país ainda a definir e durante as eleições dos conselheiros das comunidades. Berta Nunes falava à agência Lusa no final de uma audiência parlamentar do grupo de trabalho sobre a implementação de voto electrónico descentralizado, que contou ainda com a participação do secretário de Estado Adjunto e da Administração Interna, Antero Luís, a secretária de Estado da Inovação e da Modernização Administrativa, Maria de Fátima Fonseca, da Comissão Nacional de Eleições e da Comissão Nacional de Protecção de Dados. Para este projecto-piloto avançar, é preciso que a Assembleia da República o decida, uma vez que é preciso alterar a lei do Conselho das Comunidades, nomeadamente o artigo (44.º) sobre a forma de votação. As próximas eleições para o Conselho das Comunidades Portuguesas estão previstas para a primeira quinzena de Novembro deste ano. Da parte do grupo de trabalho, foram dadas garantias de que existem “condições técnicas” para o projecto-piloto

avançar, estando garantida “a confiança, a confidencialidade e a anonimização” do processo eleitoral. Entre as questões técnicas avaliadas, estão as necessárias plataformas eleitorais que hoje em dia estão disponíveis, não só em Portugal, como também em outros países. “Existem meios para se avançar em segurança, do ponto de vista do trabalho técnico que validámos. Agora é preciso uma deliberação” da Assembleia da República, acrescentou a governante. Berta Nunes ressalva que este voto electrónico descentralizado “será sempre um complemento” ao voto presencial e visa colmatar as dificuldades de acesso aos locais de voto por parte das comunidades portuguesas. “Tendo em conta as grandes distâncias que muitas vezes se tem de percorrer para votar, que impede a participação de cidadãos portugueses que querem votar, esta é uma medida que pode melhorar o aceso e a participação dos cidadãos das nossas comunidades nos actos eleitorais onde têm o direito de votar”, disse. O país onde este projecto se irá realizar ainda não foi escolhido, estando desde já definido que o acto eleitoral será a escolha dos conselheiros das comunidades portuguesas.

O Movimento ‘Também Somos Portugueses’ (TSP) foi constituído em Londres em 2015, cresceu na Diáspora Portuguesa espalhada pelos quatro cantos do mundo e conta hoje com membros dispersos um pouco por todo o lado. De acordo com uma nota à comunicação social a que o JM teve acesso, no próximo dia 8 de junho, com a intervenção do Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa, haverá lugar a um encontro online denominado “Votar sem Fronteiras” que conta com a presença de dois secretários de Estado. Berta Nunes, Secretária de Estado das Comunidades e Antero Luís, Secretário de Estado Adjunto e da Administração Interna. O Movimento explica que o evento terá a moderação de Paula Machado Oliveira da RTP, especialista sobre as comunidades portuguesas no jornalismo em Portugal. Depois de ter logrado o recenseamento automático no registo consular, o TSP persegue os seus objetivos em nome da Diáspora Portuguesa. “Os conselheiros para os Açores foram eleitos de forma online. Porque razão não se estende esta prática de forma universal para os conselheiros em todo o Mundo?”, pergunta o TSP. O evento conta a participação de Pedro Rupio, Presidente do Conselho das Comunidades para a Europa e participantes confirmados de Alemanha, França, Bélgica, Estados Unidos, Reino Unido entre outros países. As inscrições são gratuitas e estão disponíveis em: http://votar-sem-fronteiras.eventbrit

CDS-Madeira vai pedir fiscalização do programa Regressar ao TC O CDS-PP da Madeira anunciou nesta terça-feira que vai pedir a fiscalização da constitucionalidade do programa Regressar, porque prevê benefícios fiscais apenas para os emigrantes que regressam ao território continental, excluindo as regiões autónomas. “Os 10.000 emigrantes que regressaram à Madeira estão a ser discriminados, são considerados estrangeiros”, afirmou o líder do grupo parlamentar centrista na Assembleia Legislativa da Madeira, Lopes da Fonseca, sublinhando que a secretária de Estado das Comunidades, Berta Nunes, “mentiu” ao indicar que o programa Regressar visa apoiar todos os emigrantes portugueses. Numa intervenção no plenário, no período de antes da ordem do dia, Lopes da Fonseca afirmou que a resolução do Governo da República que estabelece o programa Regressar menciona que os benefícios fiscais, como a redução de 50% do Imposto sobre o Rendimento Singular (IRS), se destina aos emigrantes portugueses no global, mas as portarias que o regulamentam excluem as regiões autónomas da Madeira e dos Açores. “O CDS vai pedir ao Tribunal Constitucional que fiscalize a resolução e as portarias”, declarou Lopes da Fonseca, reforçando que os 10.000 emigrantes que regressaram à Madeira nos últimos anos estão a ser “discriminados”.


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22 | CULTURA

Uma vida marcada pela música Liliana De Faria fala da sua carreira como artista e do seu início na cena musical venezuelana.

RECOMENDAÇÕES MÚSICA

SÉRIES

EN VENEZUELA

OSCAR SAYAGO A música teve um grande impacto na vida de Liliana De Faria. Poderíamos dizer que foi uma faísca que transformou a sua vida numa idade precoce e, de momento, continua a ser um apoio e uma musa que tem dirigido o leme na sua vida. A família de Liliana é da Ilha da Madeira, vieram para a Venezuela quando tinham apenas 16 anos de idade. Trabalhadores portugueses que vieram ao país para construir novos sonhos: “Ensinaramme toda a beleza que reside na religião e como é importante ter uma ligação estreita com as nossas origens”, disse a cantora. A razão pela qual fazemos um desvio através das origens da família de Liliana é porque foi na sua casa que ela descobriu o amor pela música. A artista diz que o seu principal motor que a levou ao mundo musical foi a sua mãe, graças ao facto de desde muito cedo ter estado sempre rodeada pela

música tradicional portuguesa e pelos fados. Deu o seu primeiro salto para a cena artística quando tinha apenas 9 anos, no Coro do Conservatório Simón Bolívar. Foi nesta instituição que a iniciação musical de Liliana começou, aprendendo diferentes tópicos tais como linguagem musical e teoria musical. Neste conservatório cada aluno tinha de escolher um instrumento orquestral; Liliana tornou-se apaixonada pelos instrumentos de sopro, especialmente a flauta transversal que, até hoje, ainda a acompanha nas suas atuações. Enquanto melhorava as suas capacidades como artista, Liliana juntou-se a uma orquestra sinfónica que fazia parte do Conservatório Simon Bolívar. E, com o passar dos anos, a lusodescendente fez uma audição para outras orquestras: a Orquestra Sinfónica Infantil e Juvenil da Venezuela, a Orquestra de Câmara Amadis e a Orquestra Nacional de Flauta. Leia a história completa em www.correiodevenezuela.com

“Hechizo Remix” Kobi C, Jerry Di, Cauty, Big S “Estacion 1204” Bitoqueao “Saco de Boxeo” Nacho y Arcangel “Dance Freak” Domino Saints “Resistiré” Los Adolescentes Fuente: Record Report

EN PORTUGAL

“We Are the People” Martin Garrix, Bono, The Edge “Iko Iko” Justin Wellington, Small Jam “Friday [Dopamine Re-Edit] ” Riton & Nightcrawlers “Otra Noche Sin Ti” J Balvin & Khalid “Portas do Sol” Nena Fuente: Shazam Portugal

A série é baseada no livro homônimo de Leigh Bardugo. A órfã Alina Starkov descobre que conta com poderes extraordinários em um mundo destruído pela guerra. Mas isso acaba por despertar a atenção de forças sombrias. Agora, ela precisa aprender a usar e controlar o seu poder para ajudar os Grishas a combater as forças malignas.

LIVROS

FILMES

“Pedro e Inês” encantou o público

EN VENEZUELA

“Antiking. Manual para manejar el caos” / Israel Gomez “El crimen de Miraflores” / Jimeno Hernández Droulers “Cinco cerditos” / Agatha C. “Libertad o igualdad” / Lacalle “Blockchain: la revolución industrial de internet” / Alexander Preukschat Fuente: Tecni-Ciencia

SERGIO FERREIRA SOARES A história de amor impossível por razões de Estado foi o protagonista principal no passado sábado, 12 de Junho, na estreia mundial da peça “Pedro e Inês”, produzida pelos grupos venezuelanos Fundación Asklepión e La Máquina Teatro. A peça foi exibida gratuitamente e digitalmente nas redes sociais da Coordenação do Ensino do Português como Língua Estrangeira Venezuela e do Correio da Venezuela, graças ao financiamento da Embaixada de Portugal e do Instituto Camões. A peça, escrita e encenada por Elizabeth Yrausquín de Postalian, foi filmada no teatro da Associação Cultural Humboldt em Caracas, com as actuações de Tomás Vivas como Pedro, Silvia De Abreu como Inés, Anakarina Fajardo como Alcmena e o primeiro actor Gerardo Soto como Rei Alfonso IV de Portugal. O cartaz é completado com as interpretações de Brixio Bell, Edisson Spinetti, Marilyn Viloria, Aarón Cabrera e a participação especial de Ignacio Serrano.

SOMBRA E OSSOS

XTREMO A direcção e edição audiovisual é de José Tomás Angola; com produção associada de Carlos Silva; direcção de arte de Elizabeth Yrausquín de Postalian; iluminação de Manuel Troconis; gestão e pósprodução fotográfica de Jesús Ramírez e áudio geral de Tomás Vivas. A peça apresenta música original de Aarón Cabrera e Martín Figueroa, letra de Yrausquín de Postalian e engenharia de som de Aarón Cabrera e A Tempo Record’s.

O longa espanhol de ação e aventura traz a história de Maximo (Teo Garcia), um matador de aluguel, que dois anos após a morte da sua mulher e do filho vai em busca de vingança, colocando em prática o seu plano contra o culpado, o que complica aqui é que o culpado também é o seu irmão.

EN PORTUGAL

“Encontrei o amor onde menos esperava” / Fátima Lopes “O vício dos livros” / Afonso Cruz “O desassossego da noite” / Marieke Lucas Rijneveld “O triunfo dos porcos” / George Orwell “O Fio das Missangas” / Mia Couto Fuente: FNAC Portugal


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24 | OPINIÃO Ainda que já consigamos vislumbrar a luz ao fundo do túnel, os efeitos de isolamento social derivados do cenário pandémico global que vivemos há sensivelmente dois anos, concorrem para que uma vez mais as comemorações do Dia de Portugal no seio das Comunidades Portuguesas, as mais genuínas manifestações de amor à pátria lusa, decorram numa configuração mais simples e simbólica Como no território nacional, onde o 10 de junho será assinalado oficialmente na Região Autónoma da Madeira, sem comemorações no estrangeiro pelo segundo ano consecutivo, sendo que este ano esteve previsto que acontecessem também na Bélgica, as celebrações no seio da Diáspora prosseguirão num modelo minimalista mas não menos afetivo. Antevêem-se portanto, comemorações simbólicas do Dia de Portugal, com recurso às plataformas digitais como meio de mitigar o isolamento social, assim como singelas cerimónias presenciais onde o hastear da bandeira e o entoar do hino nacional decorrerão com poucas pessoas e regras sanitárias. Na antecâmara das comemorações de mais um 10 de junho, e perante o contínuo impacto social da pandemia que entrava o normal quotidiano das sociedades, urge uma ampla reflexão aquém e além-fronteiras sobre o futuro das Comunidades Portuguesas, tanto que persistem os casos de dificuldades no seu movimento associativo. Dificuldades que se arrastam perante a impossibilidade de realização de eventos e iniciativas, como é o exemplo cimeiro do Dia de Portugal, e que são em muitos casos indispensáveis para a obtenção de receitas que permitem custear o normal funcionamento das associações, como seja o pagamento da água, luz, rendas dos espaços ou a sua manutenção.

A nossa Região sempre foi um espaço de partidas e chegadas. E isso vê-se em vários madeirenses que emigram em massa à procura de uma vida melhor e que hoje regressam em prol da segurança e do bem-estar naquele que sempre foi um verdadeiro porto de abrigo: a nossa terra. Os anos passam e a Madeira continua a ser o destino de milhares de madeirenses que regressam da Venezuela ou África do Sul, devido à fome, à insegurança, à criminalidade e à repressão, fruto dos extremismos existentes nestes países. Por outras razões, regressam tantos outros madeirenses do Reino Unido, por viverem um sentimento de insegurança quanto ao futuro, fruto do Brexit. Todos fazem parte da nossa diáspora e merecem a atenção e responsabilidade por parte dos que aqui ficaram. Merecem que os encaremos como uma ponte que mantém presente a Madeira no Mundo e que dá a mão a todos os madeirenses e lusodescendentes que avivam a memória e o amor pelas suas origens. Só assim, levam a nossa “Madeirensidade” além-fronteiras. Esta é uma missão que não pode caber só às pessoas, como também ao Governo Regional da Madeira. Diariamente, tem procurado desenvolver a proximidade com aqueles que cá regressam e com nossa diáspora. Hoje, conta com uma Direção Regional das Comunidades e cooperação externa. Nesta ilha, não existem madeirenses de primeira ou de segunda; existe sim interesse em regressar a casa, seja de qual for a parte do Mundo. Existem sim, preocupações por resolver e expectativas por conhecer. Entre 2017 e 2019, mais de 10 mil madeirenses e lusodescendentes regressaram à Região e todos foram atendidos de forma igual. Devido a esta igualdade, estes madeirenses, na sua maioria empreendedores

Palavras Literárias DANIEL BASTOS

O desafio da esperança nas Comunidades Portuguesas O risco de fecho definitivo de diversas associações no seio das Comunidades Portuguesas é real, e é ainda agravado pela problemática do envelhecimento dos seus quadros dirigentes O risco de fecho definitivo de diversas associações no seio das Comunidades Portuguesas é real, e é ainda agravado pela problemática do envelhecimento dos seus quadros dirigentes, da maioria dos seus associados e da escassa participação dos lusodescendentes. Este risco de erosão associativo no seio da Diáspora só não tomou ainda dimensões alarmantes, devido ao espírito de engenho e solidariedade dos emigrantes portugueses, em particular, da resiliência, dedicação, esforço e carolice dos associados e dirigentes das associações lusas, assim como dos seus patrocinadores e empresários mecenas que têm dado um contributo vital na sobrevivência do movimento associati-

vo. Este momento delicado que o movimento associativo da Diáspora atravessa, se por um lado demanda junto das autoridades governativas das pátrias de origem e de acolhimento um reforço de apoios extraordinários destinados às ações e projetos das associações. Por outro lado, impele que as forças vivas do movimento associativo das Comunidades Portuguesas coloquem definitivamente em cima da mesa, não só, quando a vida voltar a breve trecho a normalizar, a diversificação de atividades capazes de conciliarem a cultura tradicional enraizada nas coletividades com novas dimensões socioculturais que possam atrair as jovens gerações de lusodescendentes.

Espaço Aberto CARLOS FERNANDES

Celebrar a nossa “Madeirensidade” Entre 2017 e 2019, mais de 10 mil madeirenses e lusodescendentes regressaram à Região e todos foram atendidos de forma igual que dinamizam a economia regional. Mesmo no meio de uma pandemia mundial, a Região obteve muito por parte dos madeirenses nos últimos anos. Neste ritmo de evolução económica, o Governo Regional mantém-se ativo ao assegurar e reforçar o sistema educativo para que também o futuro destes empreendedores esteja assegurado. As crianças têm reforços na língua portuguesa para garantir a excelência e são incluídas no sistema de saúde regional. Nos últimos anos, este serviço contou com mais de 8 mil pessoas. Numa conquista relevante, mas que passou despercebida para os apoios nacionais. Porque a Madeira apenas pertence à República portuguesa no mapa. O atual Governo da República – representado por socialistas - escolheu uma Secretaria de Estado que glorifica todos os portugueses, porém discrimina os portugueses que residem e dirigem-se para ilhas. Esta discriminação é uma maneira de virar as costas à nossa identidade, aos nossos conterrâneos e à dignidade humana. O Governo Regional, em particular, tem

tido especial atenção em desenvolver iniciativas que promovam a aproximação dos luso-descendentes à cultura, aos valores e à herança madeirense, garantindo a vitalidade das comunidades madeirenses, a aproximação e a união de todos em torno desta causa. Não podemos esquecer qual o significado do Melhor Destino Insular do Mundo que vai além da vertente turística. Para os verdadeiros portugueses existem outras razões principais. Primeiramente, porque é uma luta contínua e incansável para a proteção e defesa da nossa autonomia conseguida há mais de 40 anos. A segunda razão devido aos investimentos que foram realizados para o desenvolvimento da Região que nos permitiram e, vão continuar a permitir, sonhar, crescer e trabalhar aqui. A terceira e última razão: pelas pessoas que saíram da Madeira e que hoje regressam para investir na terra que as viu crescer. Regressam para renascer e continuar a apostar e investir nesta sua terra, na nossa terra, na NOSSA MADEIRA.

O CORREIO DA VENEZUELA NÃO PODE SER CONSIDERADO RESPONSÁVEL E / OU PROMOTOR DAS OPINIÕES PUBLICADAS NESTE ESPAÇO


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26 | MISCELÂNEAS CURIOSIDADES

SALUD

Fatos curiosos sobre os desertos Há quem pense que desertos se resumem a uma paisagem cheia de areia e calor, sem muito a acrescentar. No entanto, eles também são palcos de várias histórias curiosas e interessantes envolvendo tesouros, bases secretas e muito mais. Árvores no deserto do Saara: Um estudo publicado em 2020 na Nature concluiu que existem 1,8 bilhão de árvores em uma área de 1,3 milhão de quilômetros quadrados do deserto do Saara. O detalhe é que a região pesquisada representa somente 20% do Saara e do Sahel; então, o mais provável é que a contagem total de árvores seja bem maior. A equipe, que reúne especialistas da Agência Espacial Americana (NASA) e de outras instituições, chegou a essa descoberta ao investigar imagens de satélites de alta resolução por meio de inteligência artificial. Vida dentro de pedaços de gelo no Atacama: Embora não se trate de algo muito comum, é possível que em alguns desertos surjam as chamadas penitentes, for-

Dicas para envelhecer com saúde mações sólidas de bicos finos e lâminas de gelo ou neve. Em geral, isso tem a ver com a combinação de determinadas circunstâncias específicas, como altitudes altas e terra extremamente seca. Em 2019, estudiosos coletaram amostras dessas formações no deserto do Atacama e perceberam que em algumas havia pontos avermelhados, o que nunca havia sido visto até então em penitentes. Após os testes, eles concluíram que se tratava de algas da neve, porém não se sabe como esses organismos entraram nas lâminas de gelo naquela localidade. Navio com ouro no deserto da Namíbia: Em 2016, destroços de um navio foram encontrados por mineiros dentro de uma lagoa seca no deserto da Namíbia. Por conta disso, arqueólogos foram chamados e, após análises, identificaram o navio como sendo o Bom Jesus, que saiu de Portugal em 1533 e simplesmente desapareceu. Depois de 6 dias de escavações, foi encontrada também uma quantidade de ouro equivalente a cerca de US$ 12,5 milhões.

Qual é o segredo do envelhecimento saudável? A seguir, reunimos dicas de saúde para quem está na terceira idade. Quem ainda não chegou lá, também pode ficar atento. A principal dica, sem dúvida, é a seguinte: cuide da alimentação, do corpo e da mente todos os dias. O seu “envelhecimento de amanhã” vai agradecer esse cuidado de hoje. Agora vamos com as dicas. Mexa-se! A primeira dica é a atividade física. Pode ser uma caminhada leve. Um passeio com tranquilidade. O importante é ter o corpo sempre em movimento. A nossa máquina precisa se mexer. O fundamental é aliar atividade física com alimentação saudável. Relacione-se! Não abandone as interações sociais. É importante jogar conversa fora e interagir com outras pessoas. Você cuida da saúde mental quando está com o papo em

dia. E quando coloca para fora os seus sentimentos. Cuide-se! Nossa última dica está no cuidado com os detalhes. Não se esqueça que a idade chegou e que o seu corpo mudou. Portanto, aquela atividade pesada que você fazia em casa - como limpar o telhado, por exemplo - não será uma boa na terceira idade. Peça ajuda. E tenha cuidado com todas as atividades corriqueiras. O psicólogo Fábio Soares falou sobre o envelhecimento saudável. “Envelhecer bem é olhar para trás com orgulho e caminhar, sempre, com esperança e amor. É preciso haver um equilíbrio favorável entre as perdas e os ganhos da vida. Cada fase da vida tem seus desafios e objetivos a serem cumpridos. E também é assim na velhice. Com uma experiência diferenciada por tudo o que já passou”.

ECOLOGÍA

SECRETOS DE COCINA

Apps que protegem o nosso planeta

Bacalhau ao Ze do Pipo

Com a sustentabilidade na ordem do dia, é mais urgente do que nunca despertar a atenção para a necessidade de preservar o planeta. Nos últimos anos, foram desenvolvidas milhares de aplicações móveis, algumas delas com jogos, que incentivam as pessoas a viver uma vida mais ecológica, adotando hábitos mais responsáveis e racionais no quotidiano. Já que passa tanto tempo de volta do telemóvel, por que não tirar partido dessas horas para defender o meio ambiente e tornar o mundo num local melhor? Apesar de serem às centenas as apps para descarregar, pode começar já por utilizar estas. Recycle BinGo: É, provavelmente, o jogo mais amigo do planeta. Todos os meses, apresenta um cartão que deve preencher. Está associado a um ecoponto e, sempre que leva o seu lixo para esse posto de reciclagem, captura as personagens coloridas que o vão preencher. Para o conseguir, deve dirigir-se lá todos os dias. Os pontos que acumula podem ser convertidos em prémios ou em vales de desconto a utilizar nos supermercados e lojas. HowGood: Somos o que comemos e a comida que escolhemos comprar não só afeta a forma como gerimos a nossa vida, co-

Ingredientes: 1 quilograma de bacalhau 1½ quilogramas de batata 2 litros de leite 2 cebolas 4 dentes de alho 1 mão cheia de azeitona preta ¼ xícara de azeite de oliva 1 folha de louro maionese a gosto pimenta do reino sal

mo o processo em que o fez afeta o ambiente. HowGood, a ferramenta perfeita para os cidadãos mais conscienciosos, é uma app que permite digitalizar o código de barras nos estabelecimentos comerciais para procurar a informação do produto. Para além de saber se o artigo em questão é bom para o ambiente, fica também com a noção dos seus possíveis impactos na sua saúde. iRecycle: Reduza, reutilize e recicle com iRecycle. Esta aplicação móvel, que conta com milhares de utilizadores, avisa como, onde e quando reciclar através da sua localização. Para além disso, é também uma plataforma educacional que informa os que a utilizam regularmente acerca do que pode ou não ser reciclado. É muito útil, especialmente para artigos que têm requisitos específicos, como os aparelhos electrónicos, que não devem ser abandonados inadvertidamente em qualquer caixote do lixo.

Preparación: O primeiro passo é dessalgar o bacalhau - confira como preparar bacalhau e dessalgar do jeito certo. Coloque o bacalhau numa panela, cubra com o leite e deixe cozinhar no fogo médio por 10-15 minutos, ou até as lascas de bacalhau começarem a se separar. Adicione um pouco de pimenta do reino no leite para conferir mais sabor no bacalhau. Depois de cozinhar o bacalhau retire-o da panela e reserve o leite. Enquanto o bacalhau ainda está quente, retire as peles e espinhos e desfie grosseiramente. Se preferir, também pode deixar em pedaços inteiros. Reserve para continuar preparando esta receita de bacalhau à Zé do Pipo português. O passo seguinte é descascar as batatas e cortar em pedaços, para que cozinhem mais depressa. Coloque as batatas numa panela, cubra com água e adicione um pouco de sal. Deixe ferver no fogo médio por uns 10-15 minutos ou até que as batatas fiquem macias o suficiente para desfazer em purê. Enquanto isso, pique os alhos e corte as cebolas em rodelas. Coloque o azeite

numa panela ou frigideira funda e leve ao fogo médio-baixo. Quando esquentar, adicione a folha de louro, os alhos e as cebolas e deixe cozinhar, mexendo de vez em quando, até dourar. Desligue o fogo. Quando as batatas estiverem bem cozidas, escorra-as e adicione-lhes 1 xícara do leite da cozedura do bacalhau, previamente coado para evitar os espinhos. Amasse até obter um purê de batata lisinho e acerte o sabor com sal e pimenta a gosto. Unte uma assadeira grande e coloque o bacalhau nela, cobrindo com o refogado de alho, cebola e azeite (descarte a folha de louro); Coloque colheradas de maionese sobre o bacalhau; Em redor do bacalhau adicione o purê de batatas e alise rusticamente com um garfo. Outra opção é adicionar o purê usando um saco de confeiteiro com bico pitanga. Leve ao forno preaquecido a 200ºC por 15 minutos ou até dourar. Depois de dourado, decore com azeitonas e salsinha e o seu bacalhau ao Zé do Pipo está pronto a servir!


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28 | DESPORTO

BREVES Supertaça entre Sporting e Sporting de Braga em Aveiro, em 31 de julho

Ronaldo a um ‘hat-trick’ do recordista mundial Ali Daei Cristiano Ronaldo está a um ‘hat-trick’ de igualar o iraniano Ali Daei como melhor marcador de sempre por seleções nacionais, depois do ‘bis’ de terça-feira à Hungria, na estreia lusa no Euro2020. Com os dois tentos aos magiares, sobre o final do encontro, aos 87 minutos, de grande penalidade, e aos 90+2, ambos ‘oferecidos’ por Rafa, Ronaldo soma 106 e tem em ‘mira’ o recorde, em vésperas do encontro com a Alemanha, no sábado. No Estádio Allianz Arena, em Munique, o ‘capitão’ da formação das ‘quinas’, de 36 anos, tem, assim, a primeiro possibilidade ‘real’ – podia tê-lo conseguido com cinco golos à Hungria – de conseguir mais um recorde. Cristiano Ronaldo totaliza 106 golos, 11 dos quais em fases finais do Europeu, sendo, desde o ‘bis’ aos magiares, o melhor marcador histórico em fases finais, com mais dois golos do que o francês Michel Platini, que marcou nove em

1984. Na época 2020/21, Ronaldo soma 43 golos, em 56 jogos – 36 pela Juventus, em 44 jogos, e sete pela seleção lusa, em 12 –, para um total de 787 tentos, nos 1.090 embates oficiais que cumpriu desde que se tornou profissional em 2002/03. O encontro entre Portugal e a Alemanha, da segunda jornada do Grupo F do Euro2020, está marcado para sábado, pelas 18:00 locais (17:00 em Lisboa), no Allianz Arena, em Munique. O ‘capitão’ da seleção lusa ficou com mais dois tentos do que Michel Platini, que liderava a tabela do melhor marcador da história das fases finais do Europeu, que marcou nove tentos na edição de 1984. O ex-presidente da UEFA apontou os seus nove tentos em apenas cinco jogos, enquanto Ronaldo, que tinha igualado Platini nas meias-finais do Euro2016, face ao País de Gales (2-0), marcou os tentos 10 e 11 ao 22.º encontro.

Portugal com resultados negativos à Covid-19 antes do jogo com a Alemanha Os jogadores, equipa técnica e restantes membros da seleção portuguesa de futebol tiveram resultados negativos nos testes ao novo coronavírus, realizados três dias antes de defrontar a Alemanha, para o Euro2020, revelou fonte oficial da federação. Segundo a fonte da Federação Portuguesa de Futebol, a realização dos testes aconteceu na quarta-feira, em Budapeste, onde Portugal está concentrado, tendo os resultados sido conhecidos, com todos os elementos da comitiva lusa a obterem resultado negativo. O campeão europeu tem chegada prevista a Munique para as 18:10 (17:10).

I Liga 2021/22 arranca no fim de semana de 07 e 08 de agosto A I Liga de futebol da época 2021/22 arranca no fim de semana de 07/08 agosto e termina no de 14/15 de maio do próximo ano, informou a Liga de clubes, divulgando o calendário das 34 jornadas. A II Liga tem início e fim nas mesmas datas, mas ambas as competições ainda têm os dois jogos do ‘play-off’, em 21 e 29 de maio de 2022, numa eliminatória que opõe o 16.º classificado da I Liga ao terceiro da II, para encontrar a equi-

pa que disputará o principal escalão na época seguinte. Nas datas divulgadas pelo organismo representativo dos clubes ficou também a saber-se que a Taça da Liga arranca já em 25 de julho, mas as meias-finais da competição serão realizadas em 25 e 26 de janeiro de 2022 e a final em 29 do mesmo mês. Antes, em 12 de maio, a FPF já tinha avançado com as datas possíveis para o arranque da época.

A Supertaça Cândido Oliveira, entre o Sporting, campeão nacional de futebol, e o Sporting de Braga, vencedor da Taça de Portugal, vai ser disputada em Aveiro, em 31 de julho, anunciou a Federação Portuguesa de Futebol (FPF). O Estádio Municipal de Aveiro vai acolher o encontro que marca o arranque da época 2021/22, no dia 31 de julho, um sábado, a partir das 20:45. O Sporting já ergueu o troféu oito vezes, a última das quais em 2015, enquanto o Sporting de Braga ainda procura a primeira vitória na competição.

Morte de Neno “abala todo o futebol português” O Sporting de Braga lamentou profundamente a morte de Neno, destacando o “enorme respeito” que o antigo guarda-redes internacional português “sempre mostrou” pelos seus adversários, “dentro e fora do campo”. “O Sporting de Braga manifesta o seu profundo pesar pelo falecimento de Neno e endereça à família, aos amigos e ao Vitória SC [de Guimarães] as mais sentidas condolências”, pode ler-se numa curta nota de pesar. Para os bracarenses, “esta é uma notícia que abala todo o futebol português, pois Neno sempre mostrou um enorme respeito pelos seus adversários e por todas as instituições desportivas, dentro e fora de campo”. O antigo internacional português Neno morreu na quintafeira, aos 59 anos, informou o Vitória de Guimarães.

Benfica despede-se de Jardel O Benfica publicou uma mensagem de despedida ao futebolista brasileiro Jardel, dizendo que “o vínculo contratual poderá terminar, mas o emocional e o histórico perdurarão para sempre”. Os ‘encarnados’ apelidam o defesa, que cumpriu 320 jogos pelo clube em 10 temporadas e meia, de “guerreiro da Luz”, destacando os 14 troféus conquistados e a “elevada competência, entrega inexcedível, compromisso permanente e regularidade assinalável”. Na nota, o Benfica agradece ao ‘capitão’ e lembra o percurso do jogador, que se sagrou tetracampeão nacional.


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Venezuela é a seleção da Copa América mais afetada pela covid-19 CORREIO DA VENEZUELA

O guardião dos vinotinto foi a figura do jogo

Fariñez “bloqueou” Colômbia e garante primeiro ponto O porptista Luis Díaz viu o cartão vermelho por uma entrada dura já no período de descontos CORREIO DA VENEZUELA Com pelo menos cinco grandes defesas, Wuilker Fariñez garantiu para a Venezuela o empate sem golos diante da Colômbia, nesta quinta-feira, no estádio Olímpico de Goiânia, em jogo da 2.ª jornada do Grupo B da Copa América. Os vinotinto tinham uma dura tarefa pela frente, já que registaram novas baixas devido à Covid-19 (10 infetados),

mas conseguiram somar o primeiro ponto na competição, enquanto os colombianos alcançaram os quatro pontos. A primeira etapa começou equilibrado com as equipas procurando imprimir um ritmo forte, com boas trocas de passes, mas, com o passar do tempo, a Colômbia, mais técnica, conseguiu dominar a partida. Aos 14’, Mina quase marcou na Colômbia e depois Cardona (24’)

e Zapata (35’) viram o guardião da Venezuela, Faríñez, negarlhes o golo com boas defesas. O guardião dos vinotinto foi a figura do jogo. Na 2.ª parte, a Colômbia teve a melhor chance por Uribe, mas viu Faríñez de novo a brilhar. Até final, o portista Luis Díaz entrou (62’) na Colômbia e foi expulso por uma entrada dura (90’+4), mas os cafeteros não foram capazes de bater a seleção de José Peseiro.

Vinotinto com quatro ‘portugueses’ CORREIO DA VENEZUELA A Venezuela de José Peseiro apresenta-se na Copa América com os defesas Nahuel Ferraresi, Mikel Villanueva e Sema Velásquez, que jogam no Moreirense, Santa Clara e Arouca, respetivamente, bem como o avançado Jhon Murillo do Tondela. O futebolista do Arouca, Sema Velázquez, foi chamado por José Peseiro e juntou-se à seleção da Venezuela, fortemente atingida pela covid-19, para a Copa América. O defesa de 30 anos regressa à

seleção pela qual já somou 27 internacionalizações e marcou três golos. Isto acontece após uma época de retorno ao Arouca, onde, em meio ano, se tornou peça fundamental na promoção dos comandados de Armando Evangelista à I Liga. No sábado, o selecionador da Venezuela, o português José Peseiro, já tinha chamado 15 novos jogadores devido ao surto de covid-19 que afetou 13 elementos da comitiva. No domingo à noite, no primeiro jogo, a Venezuela perdeu por 3-0 com o Brasil.

O Ministério da Saúde de Brasil anunciou que já são 53 casos de infecção de covid-19 entre jogadores, integrantes das delegações e prestadores de serviço envolvidos na Copa América. A delegação mais afetada é a da Venezuela, com ao menos 13 infectados. Os atletas Josef Martínez e Jhon Chancellor apresentam sintomas leves, mas não foram hospitalizados; os outros estão assintomáticos. Todos vão permanecer isolados no Brasília Palace Hotel por 10 dias após o teste positivo. A Federação Venezuelana de Futebol confirma que um médico faz o acompanhamento diário dos infectados. “Todos estão isolados em quartos individuais e seguem monitorados pela equipe da Conmebol e pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs)”, diz a Secretaria de Saúde do Distrito Federal. O órgão vai recolher as amostras dos jogadores da Venezuela para passar por um sequenciamento genético. O objetivo é identificar qual variante da covid-19 contaminou os venezuelanos. Pessoas próximas à seleção venezuelana afirmam que os protocolos sanitários não são seguidos à risca. Atletas são vistos sem máscaras com frequência, seja na capital Caracas ou em Brasília, primeira parada da equipe para a Copa América. O capitão venezuelano Tomás Rincón foi visto sem máscara, em imagens em suas próprias redes sociais, antes da viagem ao Brasil. Antes do embarque, ele teve um mal estar físico e não viajou com o grupo Chefe da comissão médica da CBF, Jorge Pagura, descarta a possibilidade de infecção dos venezuelanos no hotel em que se hospedaram no Brasil. Segundo ele, todos chegaram ao País com teste negativo, feito no dia 8 de junho. O desembarque foi realizado no dia 10. No dia seguinte, pela manhã, os atletas e a comissão técnica foram testados novamente. Aí foram identificados os infectados. Isso significa que as pri-

meiras contaminações ocorreram fora do País. “Essa contaminação ocorreu provavelmente no dia 7”, opina Pagura. Se as contas estiverem corretas, outras seleções correm riscos. Dos 13 infectados da Venezuela, sete jogadores foram titulares diante do Uruguai, dia 8, em Caracas, pelas Eliminatórias da Copa. Jornalistas venezuelanos presenciaram a chegada de familiares, dirigentes e até políticos nos vestiários e também no hotel no dia seguinte. A seleção colombiana registrou dois casos de infecção entre os membros da comissão técnica: o assistente técnico Pablo Román e o fisioterapeuta Carlos Entrena. Os dois estão bem e isolados no Hotel Grand Odara, em Cuiabá (MT). Fotos divulgadas pela federação local mostram os jogadores de máscara durante o reconhecimento do gramado e na chegada ao hotel. Por outro lado, o voo fretado para o Brasil, para a disputa do torneio, trouxe parte dos atletas sem máscara dentro do avião. Paralelamente aos descuidos com as normas de prevenção, a Copa América convive com o descontrole da pandemia no Brasil. O País registrou 928 novos óbitos por covid-19 na segunda-feira, segundo dados reunidos e divulgados pelo consórcio de veículos de imprensa. Com isso, o total de vítimas da pandemia no País chegou a 488.404. “Nós estamos trabalhando numa América do Sul com um índice muito alto de transmissibilidade. O número de casos na Copa América é alto porque ele é alto em toda a América do Sul”, afirma Pagura. Com isso, a conta da Copa América inclui casos de contaminados no Brasil. De acordo com a secretaria de Saúde do Distrito Federal, 10 pessoas contratadas para trabalhar no dia do jogo Brasil e Venezuela, no estádio Mané Garrincha, apresentaram teste positivo antes do dia do jogo. Elas foram dispensadas para iniciarem o isolamento. São prestadores de serviço e moradores do próprio Distrito Federal.


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