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PRÓLOGO

Estar doente é lixado, ter dores fortes faz-nos parar tudo. Não conseguimos pensar, não conseguimos agir, programar, esperar... nada. As dores fortes fazem de nós um ser desprovido de razão, incapaz. Em momentos de dores intensas o único nosso aliado é o choro, mas que na verdade em nada ajuda. E o nosso maior inimigo é o tempo. Mas o tempo pode ser, ao mesmo tempo, o nosso melhor amigo, no preciso momento em que a dor passa. E nos minutos ou horas de tempo sem dor e de alívio, o tempo é o nosso melhor companheiro. Porém, devido à sua característica intrínseca de passar, ele continua na sua jornada e passa, deixa que passem os minutos e horas e com a sua passagem mais próximos ficamos de mais outro episódio agonizante de dor que nos imobiliza e nos atira para o chão, para uma cama, para um banco de hospital, para uma maca de ambulância... E, quando essa dor não é compreendida nem lhe é atribuída uma causa certa, o desespero apodera-se de nós. A dor, mesmo quando não está presente, não nos abandona os pensamentos e vêmo-la em tudo o que fazemos e sentimos, como um fantasma que só o próprio vê e espera.

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