Letras da Gardunha nº2

Page 1

Jornal Escolar do Agrupamento de Escolas Serra da Gardunha—161123— Fundão Ano 1 Número 2— Distribuição Gratuita - Março de 2010

N E S TA EDIÇÃO • G ARDITORIAL • P R É MI O S D E

-2

M ÉRITO - 2

•APASG

- 2

•PRÉMIOS

- 3

•N OTÍCIAS

- 3

•LUSOFONIA( S)

- 4

E

5

•PRÉ- ESCOLAR

- 6

E

7

•1º •1º

CICLO - 8

CICLO

9

E

SEMANA LEITURA - 10

DA

NA

•S ARAU CULTURAL •TIAGO

- 10

S ALGUEIRO - 1 1

• B E C R E- 1 2 •QUEM CONTA UM

C ONTO - 12 •C ONCURSO

N ACIONAL LEITURA - 13

DE

•PLN-13 • P A R A U M A G E S T Ã O D A BLI O T EC A ES CO LA R -

14

•A

EDUCAÇÃO É UMA PRIORIDADE - 1 5

• A C O O PE R A Ç Ã O A O S E R V I Ç O DA

•À

FORMAÇÃO - 1 5

D ESCOBERTA DAS 4 C IDADES - 16

•P ARLAMENTO DOS

J OVENS - 16 •C IÊNCIAS SOBRE

Diferenças

Encontra-se disponível para toda a Comunidade Educativa o Portal do AESG - http://www.aesg.edu.pt/portal

R ODAS - 17

E se o Mundo fosse só vermelho, Ou amarelo, Ou branco, Ou azul? Não reconheceríamos sequer a sua cor Porque tudo existe em função do seu contrário. O Mundo, Como o Sol, Carrega em si todas as cores do arco-íris, Numa luz clara e transparente Reflectida na espiga da seara. Não se vê o laranja, o lilás, o amarelo…, No movimento do Sol e do Mundo. Só na inércia se vê A diferença, O tédio E a morte. Num só mundo, todos Cor. Todos Sol.

•LÍNGUAS •CEF •ESCOLA

-18

E

19

-19

ALERTA - 20

•UAM

- 20

•SNIPI-20 •J UNTOS NA

D IFERENÇA - 21 • EDUCAÇÃO

SÉC. XXI - 22

•A RTIGOS DE

OPINIÃO

E

C RIAÇÃO LITERÁRIA 22 E 23 • C O N C U R S O LI TE RÁ RI O - 2 4 • P A I S V O L TA M À ES C OL A - 2 4 • 1 0 0 A N O S , 1 0 0 M U LH ER ES - 2 4 •M URAL

- PÁG. 2 4

Manuel Abelho Cunha

Uma Comunidade de Aprendizagens: da partilha à construção!


Letras da Gardunha

2

EDITORIAL

Ficha Técnica

Tiragem 1000 Exemplares

Periodicidade Trimestral

Março 2010 Impressão: Jornal Reconquista

Directora: Maria Cândida Marques Brito

Coordenação Editorial e Revisão Maria Celeste Nunes

Redacção Equipa do Jornal - Alice Marçalo; Esperança Dias; Isabel Monteiro; Isabel Teixeira; Luís Sousa; Celeste Nunes; Odete Martins; Pedro Rafael; Raquel do Carmo; Rafael Lourenço; Susana Carvalho; Teresa Gertrudes; Alunos Clube de Jornalismo

Composição Gráfica Pedro Rafael Neto Gomes

Colaboradores Toda a comunidade Escolar

Colaboradores Convidados Alcina Cerdeira Carla Fernandes Henrique Dias

Mail do Jornal: letrasdagardunha@gmail.com

Grupo da Equipa http://groups.google.pt/group/jornal-aesg

www.aesg.edu.pt/portal Agrupamento de Escolas Serra da Gardunha - Fundão Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos Serra da Gardunha Bairro Stª Isabel 6234-909 FUNDÃO Telf. 275 772 928 Fax: 275 751 909

A ASSOCIAÇÃO

DE

PAIS

FESTEJOS 25 DE ABRIL

V

em desta forma a APASG convidar toda a comunidade e s c o l a r (encarregados de educação, alunos, professores e todo o pessoal não docente) do Agrupamento de Escolas Serra da Gardunha para o evento que estamos a promover no âmbito das comemorações do 36º aniversário do 25 de Abril, subordinado ao tema “O 25 de Abril, antes, durante e depois”, a ser realizado na semana de 19 a 23 de Abril (data a especificar oportunamente) na escola sede do Agrupamento. Convidámos algumas personalidades de vários quadrantes da sociedade para nos contarem as suas vivências neste período da história da nossa (recente) democracia. Será uma oportunidade única para os jovens ouvirem contar, na primeira pessoa, como se vivia naquela época e como se deu a revolução. Através destes testemunhos será possível identificar as mudanças trazidas pela revolução dos cravos.

E S C O L A S E D E E N T R E GA O S

G A R D I TO R I A L

Letras da Gardunha

D

ecorridos três meses sobre a saída do número inaugural do nosso jornal escolar, Letras da Gardunha, é agora tempo de regressar ao trabalho, incentivados por algum calor que meses de intenso frio e de chuva torrencial possam ter aguçado, e divulgar projectos, actividades, textos e iniciativas que movimentaram o Agrupamento de Escolas Serra da Gardunha ao longo deste trimestre. Na verdade, foram dias profícuos em acontecimentos, trágicos na sua maior parte, ou assim o quiseram deixar transparecer os diversos meios de comunicação: destruidores terramotos no Haiti, no Chile, na Turquia; chuvas diluviais na Madeira, esse outro Portugal; casos e mais casos de alegada corrupção, escutas, julgamentos. A nível interno, porém, o Agrupamento viveu tempos mais calmos, ainda que intensos: o arranque do Projecto Lusofonias, com a vinda à Escola Sede da escritora Olinda Beja, a divulgação e concretização de actividades diversas relacionadas com as

E

E NCARREGADOS

DE

EB 1º Ciclo de Alpedrinha

F

omos contactados por alguns encarregados de educação de alunos da Escola Básica do 1º Ciclo de Alpedrinha, que se debatem com alguns problemas de falta de pessoal auxiliar para acompanhar os seus filhos e também com dificuldades relacionadas com os tempos livres (antes e depois das actividades lectivas) por ausência de soluções para esse efeito. Graças à mobilização destes encarregados de educação, bem como à prontidão do Sr. Presidente da Junta de Freguesia de Alpedrinha em encontrar uma solução para o problema, a APASG mobilizou-se no sentido de, em conjunto com a Junta de Freguesia, estabelecer um protocolo que prevê a colocação de uma estagiária a dar apoio na escola em questão, e simultaneamente aproveitando as instalações da Biblioteca para um “ATL”, que em muito virá a beneficiar os encarregados de educação desta escola. Este exemplo poderá, e deverá, vir a ser replicado por este Concelho afora, assim haja vontade de resolver e ultrapassar as adversidades que se nos deparam.

comemorações do Centenário da República Portuguesa, os sucessos obtidos com o já bem sucedido Projecto “Parlamento dos Jovens”, as esclarecedoras e diversificadas acções promovidas pelo Projecto “Educação para a Saúde” ou, ainda, todas as iniciativas desenvolvidas durante a Semana da Leitura, que tão bem souberam associar pais, professores ou educadores, alunos, escritores e ilustradores, juntas de freguesias, entidades camarárias, e as diversas bibliotecas, escolares ou Municipal. Eventos diversos, muitos deles aqui esquecidos, que coloriram ou acinzentaram os álbuns que compõem os registos da nossa memória e, agora e por extensão, também os do nosso jornal. Este segundo número que presentemente vem a lume surge na sequência do anterior, ainda marcado pela sua inexperiência mas com todo o entusiasmo que uma juventude algo irreverente demonstra. Serão de esperar algumas gralhas, trocas e esquecimentos, pelos quais desde já pedimos desculpas mas que são fruto de alguma verdura no que a esta área mediática diz respeito. Uma vez mais, agradecemos a todos os que para estas páginas de memórias da Gardunha quiseram colaborar e desejamos uma boa e doce Páscoa, sempre recheada de inesquecíveis leituras. Até breve!

•Professora Bibliotecária •Maria Celeste Nunes

EDUCAÇÃO

DO

P R É M I OS D E M É R I TO R E F E R E N T E S A O A N O L E C T I VO

N

a quinta-feira, dia 4 de Março de 2010, durante as actividades da Semana da Leitura, a Escola sede abriu as suas portas a pais, encarregados de educação, professores e amigos para receber doze dos seus ex-alunos, agora a frequentar a Escola Secundária do Fundão, e nove dos alunos inscritos no 7º ano de escolaridade no presente ano lectivo e assim formalizar e celebrar a entrega dos Prémios de Mérito 2008/09. A cerimónia contou com as presenças da Vereadora do Pelouro da Educação da Câmara Municipal do Fundão, Dr.ª Alcina Cerdeira, da Directora do Agrupamento, Dr.ª Cândida Brito, e de alguns dos antigos Directores de Turma dos alunos premiados. Todos teceram discursos emocionantes e de incentivo a uma vida académica feliz e de sucesso, recheada de prémios visíveis na comunidade ou apenas sentidos num ponto de vista mais pessoal. Recordamos que a entrega dos Prémios de Mérito resulta de uma selecção feita pelos conselhos de turma, nos anos finais de ciclos, dos alunos que, por motivos académicos, desportivos, artísticos ou da sua formação cívica, se individualizam e são, dessa forma, destacados entre os seus pares. Só com a ajuda de algumas

AGRUPAMENTO

DE

E SCOLAS

ENSINO BILINGUE

A

Associação de Pais e Encarregados de Educação dos Alunos do Agrupamento de Escolas da Serra da Gardunha participou, juntamente com alguns pais de alunos do Agrupamento, no estudo de viabilidade com vista à possível futura implementação do Ensino Bilingue Precoce em escolas do sistema nacional de ensino. Muito nos orgulha que o nosso Agrupamento tenha sido pré-seleccionado para este estudo que visa a possível futura implementação deste tipo de ensino no nosso país. Este projecto, promovido pelo British Council e o Ministério da Educação, prevê que, a partir do próximo ano lectivo (2010/2011), este sistema seja implementado em até 12 escolas a nível nacional, estando uma das escolas do 1º ciclo do nosso Agrupamento entre as pré-seleccionadas. Foram colocadas algumas questões sobre aos encarregados de educação sobre o tema, tendo esses manifestado as suas principais preocupações e receios. Também foram colocadas algumas questões sobre as experiências de cada um relativamente ao ensino de línguas estrangeiras, nomeadamente o Inglês. As opiniões manifestadas foram de um modo geral positivas,. Colocaram-se ainda dúvidas sobre o funcionamento prático deste sistema de ensino, quanto à forma como decorrerão os trabalhos e como serão ajustados os currículos e as cargas horárias. Este estudo de viabilidade estará concluído até ao final deste mês de Março, altura em que se conhecerão os resultados.

DA

2008/09

entidades público ou privadas é possível concretizar a entrega dos prémios, que são gentilmente oferecidos por empresas várias do Conselho do Fundão ou que nela trabalham ou ainda por juntas de freguesia e pela Câmara Municipal. Foram momentos de emoção e de recordação, a que se seguiram instantes de divertida confraternização com a oferta de um lanche a todos os presentes, o qual foi, gentilmente, serviço por alguns dos alunos do SM2, auxiliados pela Escola Profissional do Fundão.

Parabéns a todos os alunos premiados: • Catarina Ladeira e Maria Inês Neves, do 6º A; • Rafael Almeida e Sofia Martins, do 6º C; • Bernardo Martins, Bruno Gonçalves e José Francisco Garcia, do 6º D; • Beatriz Cavaca e Catarina Caria, do 6º E; • João Castanheira e Simão Miranda, do 9º A; • Ana de Melo, Ana Jorge Martins, Ana Rita Valente, Diogo Cerdeira, Mariana Martins, Pedro Fiúza e Telmo Pereira, do 9º B; • Fábio Garcia, João Diogo e Patrícia Macchi, do 9º C.

S ERRA

DA

GARDUNHA

A APASG na Internet… verdade! Os novos tempos fizeram com que também nós nos façamos representar neste espaço. A internet, hoje em dia, é uma ferramenta global e algo que, entre outras coisas, também serve para juntar as pessoas, tornando assim mais fácil a comunicação e a troca de experiências. Foi uma imposição decretada pela necessidade que temos de proporcionar aos pais uma forma de nos contactarem e, ao mesmo tempo, mostrar-lhes o trabalho que vimos desenvolvendo. Criámos um site simples, mas que permite dar a conhecer quem somos e o que fazemos. Podem, através dele (http://sites.google.com/site/ apasgardunha), consultar os nossos agendamentos e contactos (apasgardunha@gmail.com ) e também aceder ao nosso blog (http:// apasgardunha.blogspot.com), onde vão sendo colocadas as actividades que realizamos e em que participamos. Ai podem também comentar os nosso trabalho e deixar sugestões.

É

Concurso Logótipo Está a decorrer o concurso para a criação do logótipo da APASG. O tema é “Serra da Gardunha” e tudo o que a caracteriza, pelo que apelamos à participação de todos os alunos do Agrupamento. O regulamento já foi publicado no numero anterior deste jornal e encontra-se também disponível para consulta no site (http://sites.google.com/site/apasgardunha) e no Blog (http://apasgardunha.blogspot.com) da APASG. Jornal Escolar do Agrupamento de Escolas Serra da Gardunha — Fundão

http://www.aesg.edu.pt

Ano 1—Nº2


Letras da Gardunha

3

ACTUALIDADE — NOTICIAS

Prémio Fundação Ilídio Pinho

O

Projecto Ciência Sobre Rodas, o Departamento do 1º Ciclo e o Departamento do Pré-escolar do Agrupamento Serra da Gardunha concorreram ao Prémio Fundação Ilídio Pinho com três propostas de projectos elaborados em conjunto, em articulação de recursos e estratégias. O tema do concurso é “Artes na Física” e tem como objectivo desenvolver projectos de Física Experimental, em que as mais variadas Expressões Artísticas relevem fenómenos da Física, geradores de observações e de exploração das ideias prévias dos alunos, sobre fenómenos do quotidiano, facilmente observáveis pelo ser humano. Desta forma, o Projecto Ciência Sobre Rodas concorreu com o projecto “Ciência na palma da mão”, o Departamento do 1º Ciclo com o projecto “Aprendendo as Energias com Arte” e o Departamento do Préescolar com o projecto “ Aprender com Energia(s) - Renovar é Aprender”. O tema escolhido foram as Energias Renováveis e, no desenvolvimento destes projectos, vão estar envolvidos todos os alunos do pré-escolar, do 1º Ciclo e do Clube “Ciência Sobre Rodas”, que inclui alunos dos 2º

e 3º ciclos. Depois dos três projectos terem sido seleccionados, deu-se início ao trabalho. Foi assim iniciada a segunda fase do projecto, que consiste em dinamizar essas mesmas actividades, apesar de as

condições atmosféricas nem sempre terem ajudado, escondendo o Sol ou suavizando o vento! O Clube “Ciência Sobre Rodas” começou já a preparar acções a desenvolver junto das turmas do 1.º ciclo e do Préescolar, construindo também pequenos protótipos e maquetas que irão ser apresentados nessas turmas. Estes alunos começaram, no entanto, já, a tomar contacto com estas actividades que têm como objectivo a exploração e reconstrução das suas concepções alternativas em relação às energias

Prémio de Poesia aluna Leonor Brito Barata, do 4.º Ano, da Turma 57, da Escola EB1 das Tílias, foi atribuído o 3.º Prémio do Concurso Faça Lá Um Poema. Este concurso é uma iniciativa do Plano Nacional de Leitura e do Centro Cultural de Belém, com o apoio financeiro do Ministério da Educação, para comemoração do Dia Mundial da Poesia, que decorreu no passado dia 21 de Março. A Leonor participou na Cerimónia de Entrega de Prémios do referido Concurso Nacional, no Grande Auditório do CCB, lendo o seu poema - “Se eu fosse um lápis…”-, elaborado durante o normal decurso das actividades lectivas, e recebendo o respectivo prémio. É com orgulho que a escola, a família, o professor da turma e o agrupamento receberam a notícia, que lhe endereçam os parabéns e o desejo de um grande sucesso futuro para a sua vida. Professor Fernando Franco

À

Se eu fosse um lápis…

renováveis, utilizando conjuntos educativos e os primeiros pequenos protótipos que utilizam essas mesmas energias, construídos com recurso a materiais reutilizáveis e recicláveis - cartão, plástico, cortiça (embalagens, tampas, rolhas, arame, palhinhas plásticas…) Depois de finalizada esta fase, os alunos terão que colocar em prática os seus conhecimentos. Utilizando as E x p r e ss õ e s Artísticas, cada

turma irá produzir materiais concretizadores das actividades tais como: maquetas estáticas, brinquedos, representações tridimensionais, utilidades, entre outros. Pretende-se ainda que os alunos

idealizem e elaborem uma mascote para apadrinhar este projecto articulado. As actividades têm decorrido de acordo com o definido, excepto no que se refere ao tempo, que nem sempre tem fornecido as necessárias energias do Sol e do Vento, obrigando ao uso de modelos substitutos simples, como candeeiros eléctricos. No dia 11 de Março, foramnos entregues, em Coimbra, os prémios desta primeira fase, na presença da Directora, Dr.ª Cândida Brito, e dos Coordenadores, Maria João Ramos (2.º Ciclo), Isabel Santareno (Pré-Escolar) e António Melo (1.º Ciclo). Presidiram à cerimónia a Directora Regional de Educação, Dr.ª Helena Libório, o Administrador do BES, entidade parceira, Dr. José Manuel Espírito Santo, e o mentor da ideia fundamental, presidente da Fundação, o Sr. Engenheiro Ilídio Pinho. Realçamos a cordialidade com que todos foram recebidos, o carinho expresso pelo esforço das escolas em prol destas iniciativas e, principalmente, as palavras do Engenheiro Ilídio Pinho, que encerram em si uma experiência de vida que desconhecíamos e que está na génese da Fundação

a que preside e que fundou em homenagem a seu filho, falecido enquanto jovem estudante. Pretendeu, com isso, favorecer, estimular, criar condições para que o conhecimento científico venha até à escola, começando nos mais pequenos “desde o Jardim de -Infância”, nas suas palavras, pois só assim poderemos criar um clima de desenvolvimento científico que coloque o nosso país a par das regiões europeias mais desenvolvidas, com realce para a importância da ligação Ibérica e Lusófona. Ficou o desafio para a obtenção de resultados que comprovem a viabilidade destas iniciativas da parte do presidente da Fundação e a promessa de acompanhamento do desenvolvimento destes projectos, no local, por parte da parceira DREC. Pela nossa parte, como responsáveis primeiros, estamos certos de que o empenho de todos vai ajudar a levar este desafio a bom porto. Novas iniciativas estão já a ser preparadas, de forma a enriquecermos a bolsa de recursos deste programa, sejam materiais, sejam parcerias. Entretanto, continuamos a apelar para a colaboração dos colegas titulares das turmas para as actividades levadas à escola pela colega Mónica, do Clube CSR.

J O G O S M AT E M Á T I C O S

N

o dia 23 de Fevereiro, realizou-se, na BECRE, a final de Escola dos jogos do Campeonato de Jogos Matemático, organizada pelo coordenador do Clube de Jogos Matemáticos, que funciona às terças-feiras, das 14h45 às

15h30. Citando o Currículo Nacional do Ensino Básico (Competências Específicas – Matemática): "O jogo é um tipo de actividade que alia raciocínio, estratégia e reflexão com desafio e competição de uma forma lúdica muito rica. Os jogos de equipa podem ainda favorecer o trabalho cooperativo. A prática de jogos, em particular dos jogos de estratégia, de observação e de memorização, contribui de forma articulada para o desenvolvimento de capacidades matemáticas e para o desenvolvimento pessoal e social. Há jogos em todas as culturas e a matemática desenvolveu muito conhecimento a partir deles. Além disso, um jogo pode ser um ponto de partida para uma actividade de investigação ou de um projecto". Os vencedores deslocam-se a Santarém, no dia 12 de Março, para disputar a final Nacional do Campeonato. Segue a lista de vencedores: André Santos no ouri (1º ciclo) e Patrícia Lucas no semáforo (1ºciclo), Duarte Encarnação no ouri e hex (2ºciclo), Paulo Afonso no ouri (3º ciclo) e Duarte Ramos no hex (3º ciclo). Fica o agradecimento a todos os que participaram.

Se eu fosse um lápis Nas tuas mãos a rodar, Desenhava o teu rosto Com um belo olhar.

C

Se eu fosse um lápis Desenhava a lua e o mar, E no imenso céu As estrelinhas a brilhar. Se eu fosse um lápis Pintava rosas, cravos e jasmim, E com lindas cores Faria um belo jardim. Se eu fosse um lápis Desenhava um balão, Para andar sempre No calor da tua mão.

Leonor com os Prémios do Concurso “Faça lá um Poema”

Leonor Brito Barata

omo já vem sendo hábito, a nossa escola está a participar nas Olimpíadas do Ambiente, tendo-se inscrito na modalidade "Ambiente à Prova", cuja primeira eliminatória decorreu no dia 14 de Janeiro. Os "Objectivos de Desenvolvimento do Milénio", tema central desta prova, foram objecto de reflexão por parte dos 47 alunos que quiseram participar. Estes alunos foram desafiados a testar os seus conhecimentos sobre as seguintes temáticas: ameaças globais, conservação da natureza, estilos de vida, política ambiental, poluição, realidade nacional e recursos naturais. Foram apurados para a 2.ª Eliminatória, os seguintes alunos: 8º A, Miguel Ângelo Aguamel Rocha; 9º B, Miguel Ângelo Rodrigues Lambelho e 9º D, Telma Farinha Gonçalves. No dia 4 de Março realizou-se a Segunda Eliminatória, ainda na Escola. A Final Nacional decorrerá nos Açores, no início de Maio. A participação do Agrupamento de Escolas Serra da Gardunha nas XV Olimpíadas do Ambiente foi da responsabilidade do Departamento de Matemática e Ciências Experimentais, mais directamente dos subgrupos de Ciências Físico-Químicas e Ciências Naturais. Com esta iniciativa, os docentes estão certos de que estarão a contribuir para que os seus alunos se tornem cidadãos mais informados, capazes de participar de modo activo na conservação e na defesa do AMBIENTE. •A equipa coordenadora a nível de escola das XV Olimpíadas do Ambiente

Março de 2010


4

Letras da Gardunha

PROJECTO LUSOFONIA(S)

Projecto Lusofonia(s) O

p r o j e c t o «Lusofonia(s)» é um projecto criado pelas turmas do 7ºano do Agrupamento de Escolas Serra da Gardunha, no âmbito da área disciplinar não curricular de Área-Projecto e do Ensino Artístico da Música. Este projecto é composto por várias dinâmicas, tais como a dança, a poesia, a música, a literatura tradicional e o teatro, trabalhadas pelos vários grupos de alunos que se encontram a desenvolver trabalhos de pesquisa nestas áreas. Algumas informações serão obtidas através de cidadãos oriundos dos vários países da Lusofonia que vieram e virão à nossa escola para nos ajudar a desenvolver este projecto. Neste sentido, o dia que até agora mais marcou o projecto «Lusofonia(s)» foi aquele em que se deslocou à nossa escola a escritora de S. Tomé e Príncipe, Olinda Beja. Mal se anunciou a sua vinda, a maior parte dos alunos ficou logo empolgada,

O P R O J E C TO

O

projecto Lusofonia(s) - Um Som, a União na Diversidade teve origem numa proposta dos professores de Área de Projecto às turmas do 7º ano de escolaridade e dos 5 e 6º anos do Ensino Especializado da Música. A adesão dos alunos motivou a expansão do projecto a outras turmas, nomeadamente aos Cursos de Educação e de Formação, pela riqueza gastronómica que estes países oferecem e pela diversidade de experiências que permite vivenciar. O projecto pretende, fundamentalmente: • Dar a conhecer o universo da Lusofonia; • Sensibilizar os alunos para a importância das diferentes culturas dos países Lusófonos; • Aprofundar o conhecimento do património linguístico e cultural da Lusofonia como reforço de uma identidade colectiva comum; • Levar os alunos a consciencializar-se da importância e dimensão da Língua Portuguesa no Mundo; • Desenvolver o seu conhecimento sobre os países Lusófonos, nomeadamente sobre músicas, danças, literatura, instrumentos e culturas; • Alargar os horizontes literários e referenciais dos alunos; • Mostrar as influências da

mas houve outros que pensaram que ia ser «uma seca». No dia marcado, deslocámonos à BE/CRE, onde decorreu a actividade. Olinda Beja começou por dialogar connosco; mas depois, acompanhada pelo músico Filipe Santo, seu compatriota, começou a contar histórias musicadas, e a cantar canções do seu país. Disseram-nos para os acompanharmos e, de repente, quase sem darmos por isso, estávamos em S. Tomé e Príncipe! A sensação foi ainda mais forte porque também vieram assistir à sessão um grupo de alunos santomenses que frequenta a Escola Profissional do Fundão e que começaram, também, a cantar e a

dançar. Foi fantástico! Esta actividade foi muito divertida porque, para além de ficarmos a conhecer uma nova cultura, ficámos também a conhecer Olinda Beja, uma escritora que nos era desconhecida e que é uma mulher muito culta e engraçada. Agora estamos ansiosos pela próxima actividade do projecto: no dia 19 de Março, e a fim de assinalar o Dia Mundial da Poesia, que se comemora no dia 21 de Março, vamos colocar em vários pontos da cidade do Fundão o nosso «Estendal de Poesia», construído a partir de vários poemas de escritores lusófonos que seleccionámos. Esperamos que mais projectos como este continuem a ser desenvolvidos na nossa escola!

Levantando a ponta do véu…

O

Bárbara Esteves, Catarina Belo e Marta Lambelho (7.º C)

projecto Lusofonia(s) - Um Som, a União na Diversidade vai contar com uma semana de actividades diversificadas, onde todos teremos oportunidade de aprender e/ou rever curiosidades sobre os diferentes países de expressão portuguesa. Do Brasil a Timor, vamos correr, como outrora, os quatro cantos do Mundo. Os alunos já estão a braços com esta navegação em alto mar e, nas suas naus lusófonas, há de tudo um pouco. Para já, uma coisa é certa! Na última semana do ano lectivo, haverá concertos, espectáculos de poesia e música de percussão, jantares gastronómicos com sabores diversos, exposições diversificadas, mostras de artesanato, de pintura, de escultura, de instrumentos musicais, a palhota “Outros cheiros… Outros paladares”, conferências, documentários/filmes, teatro, conversas com escritores e até um dia desportivo ligado às tradições dos diferentes países, com atletas nativos (h)á conversa com… todos! Ah! Destaque certamente

merecerá a nossa roça, onde os alunos terão oportunidade de ver crescer café, algodão, cacau, papaias,… se o tempo nos ajudar, claro está! Um trabalho que será tanto mais interessante que é desenvolvido pelos nossos alunos do Ensino Especial, que se têm revelado de forma extraordinária na concretização dos seus projectos para apresentar no fim do ano. Tudo isto não fará sentido se não for entrecruzado com os ritmos musicais característicos de todos estes países e a sua dança, já que todos eles são bastante ricos nestas duas vertentes. Os nossos alunos do Ensino Artístico mostrar-nos-ão como é, a começar pelos mais novos, no concerto das AEC’s, logo a abrir no dia 9 de Junho, e, no final, com o espectáculo de encerramento das actividades. O repto está lançado! Agora é preciso todos nós arregaçarmos as mangas para que esta experiência nos enriqueça a todos e à comunidade escolar em geral.

tradição na literatura, nas artes em geral e na vivência em comunidade; • Verificar as diferenças existentes entre a nossa cultura/ tradição e a dos diferentes países em estudo; • Promover o reconhecimento da diversidade cultural

tradicionais, muitos deles elaborados pelos alunos, a plantação de sementes de, entre outros, caju, amendoim e café, a confecção de refeições com pratos típicos dos países lusófonos, animada por um sarau musical e poético onde, a par com a declamação de poemas dos diversos autores do universo

sombras, a criação do logótipo do projecto e respectivo slogan, a criação de uma página Web que reunirá a informação recolhida e seleccionada na aulas de Área de Projecto, a recriação de tradições dos vários países (construção de uma palhota, por exemplo), a recolha de literatura tradicional,

como uma mais-valia. Na área curricular não disciplinar de Área de Projecto tem vindo a ser desenvolvido um trabalho de pesquisa e selecção de informação que confluirá na concretização de projectos variados, tais como a realização de jogos

lusófono, decorrerá um espectáculo de percussão em que os alunos serão orientados por estudantes de países lusófonos, a realização de uma Oficina de Culinária dedicada à gastronomia dos vários países de expressão portuguesa, dramatizações e espectáculos de

em articulação com a unidade «Raízes Populares» do programa de Língua Portuguesa do 7º ano, a actividade «À mesa com artistas», em que participarão escritores, poetas e músicos de países lusófonos, a construção de um «Estendal de Poesia» nas fregue-

sias abrangidas pelo Agrupamento e em espaços públicos da cidade, para a comemoração do Dia Mundial da Poesia (como forma de antecipação e de «publicidade» das actividades, os alunos organizarão os poemas recolhidos, registá-los-ão em papel colorido e construirão vários estendais que atrairão as pessoas não só para a leitura dos poemas – poderão «colher» e levar consigo os que mais lhes agradarem -, como também para a participação nas actividades), e espectáculos musicais e de dança (um deles em articulação com as Actividades de Desenvolvimento Curricular do 1.º Ciclo do Ensino Básico), que, pela sua natureza, estão em perfeita consonância com os conteúdos programáticos e objectivos do Ensino Artístico ministrado pela Academia de Música e Dança do Fundão. Durante o segundo período, concluir-se-ão as pesquisas e iniciar-se-á a concretização dos produtos finais, que se prolongará até ao final de Maio. A montagem do projecto ocorrerá nos primeiros dias do mês de Junho, decorrendo a apresentação do produto final no período compreendido entre 9 e 18 de Junho. Neste projecto, estará naturalmente envolvida de forma mais directa a Comunidade Escolar do Agrupamento, bem como a Academia de Música e Dança do Fundão, embora se pretenda a participação da Comunidade em geral.

Jornal Escolar do Agrupamento de Escolas Serra da Gardunha — Fundão

http://www.aesg.edu.pt

Professora Ana Relvas

Alexandra Natário, Ana Relvas e João Correia

Ano 1—Nº2


Letras da Gardunha

5

PROJECTO LUSOFONIA(S)

- Um Som, a União na Diversidade (H)á conversa com… …Olinda Beja

O

linda Beja, natural de S. Tomé e Príncipe, já e s c re v e u 12 obras. É professora em Lausanne, na Suíça, e tem feito promoção da cultura santomense na Europa e Austrália, acompanhada do guineense António Câmara e do produtor musical santomense, Filipe Santo, que esteve também na nossa escola. A sessão “(H)á conversa com…Olinda Beja” decorreu no dia 8 de Fevereiro, na biblioteca da escola sede do Agrupamento de Escolas Serra da Gardunha. A assistir ao evento estiveram todos os alunos do 7.º ano e, durante a tarde, juntaram-se a nós alguns alunos santomenses que frequentam a Escola Profissional. Um dia bem diferente e enriquecedor para todos nós!

Dr.ª Olinda Beja, sabemos que nasceu em S. Tomé e Príncipe, mas só 35 anos depois conheceu o seu país. Como reagiu, quando pisou o solo de S. Tomé? Olha, nem sei o que é que te hei-de dizer… Foi tanta alegria, tanta emoção por ver coisas que eu não conhecia, porque tinha saído muito pequenina. Na realidade, foi um êxtase! Posso dizer que foi um dos acontecimentos mais marcantes da minha vida: uma cultura diferente, que afinal era a minha, as pessoas vestidas de maneira diferente, estas danças que acabaste de aqui ver, de que eu também já não me lembrava… isso foi realmente o motivo de uma alegria muito grande. Porque veio com 2 anos para Portugal? Porque o meu pai era português. A minha mãe era de S.

Tomé e Príncipe e então ele tinha dores porque eu viesse pequenina para aprender a cultura portuguesa. Como é sentir-se portuguesa e santomense ao mesmo tempo? Essa pergunta é muito difícil. Gosto de me sentir portuguesa e gosto de me sentir santomense. Por vezes, é muito difícil explicar… Vou dar-te um exemplo: quando chego a S. Tomé, tenho saudades de Portugal; quando chego a Portugal, fico com saudades de S. Tomé. Qual o sentimento que vivenciou, quando S. Tomé e Príncipe se tornou independente? Foi um sentimento muito bom, um sentimento de que o povo de S. Tomé tinha uma for-

ma diferente de estar no Mundo, porque eu acho que todos os povos têm direito à sua soberania e foi isso que aconteceu. Foi um marco histórico importante para a revalorização da vossa cultura tradicional? Sim, sobretudo isso. Foi um acto histórico de Independência, porque até aí havia a interferência do português e a nossa tradição era um bocadinho só nas roças, nos terreiros; era um bocadinho às escondidas. A partir da Independência isso deixou de acontecer. Que exemplos da cultura tradicional nos pode dar, para que possamos conhecer as vossas raízes culturais? Muitos exemplos. Hoje, aquilo que vocês viram, as danças, a púita, a Úrsula, as canções que o Filipe Santo cantou, são marcas

da nossa cultura tradicional. Não vimos, na realidade, as roupas, porque a p e n a s tenho aqui um xaile tradicional. Quiçá, será um motivo para nos voltarmos a encontrar. As raízes culturais aparecem num conto que nos trabalhámos nas aulas, intitulado “O Menino d’Ôbô “, retirado da obra Pé-de-Perfume. Esta é uma das marcas mais importantes da sua obra? Não necessariamente. “O Menino d’Ôbô” é o princípio de tudo. É aquele menino que eu ficcionei para dar vida à Ilha. É um escravo, que mais tarde se liberta. É um marco importante, embora não seja dos mais importantes. Que mensagens pretende transmitir com este conto e com as suas obras em geral? Uma mensagem de amor, de darmos as mãos, de que todos os povos possam ser amigos. E então, sobretudo nós, que falamos a mesma LÍNGUA, que temos um passado comum. Qual a importância da escrita na sua vida? É uma importância tão grande, tão grande, que nem posso dizer. É claro que há outras coisas, nomeadamente a família, mas é claro que a escrita faz parte da minha vida. Eu tenho a impressão de que, sem a escrita, eu morria. Quando escreve um livro, pensa deixar o seu legado cultural aos seus familiares? Eu penso que, quando escrevo um livro, não penso nos meus familiares. Eu penso em todas aquelas pessoas que vão ler as minhas obras, sem serem os meus familiares. É claro que os meus familiares fazem parte delas, porque antes da obra sair Março de 2010

para a editora, eles dão a sua opinião, estão ao corrente. Mas não é um legado só deles, é para todos. Como reage às críticas literárias? Aproveita-as? Como? Aproveito até mais as más críticas literárias, porque, quando uma pessoa diz “Olha, eu penso que este conto não está bem estruturado, está excessivamente pequeno…”, nós tiramos proveito daí. Quer dizer que, da próxima vez que nós formos escrever, nós aperfeiçoamo-nos. Portanto, as críticas servem todas! Desde que sejam construtivas, servem para a pessoa se aperfeiçoar. Sabemos que tem percorrido inúmeras escolas por diferentes países europeus. Qual o seu objectivo ao falar para nós, adolescentes? Será considerado um contributo para valorização do seu país, ou tem outra intenção subjacente a estas deslocações? Não é só para dar a conhecer o meu país, a minha cultura. É para falar com os jovens, para saber o que vocês pensam, o que pretendem do futuro… para vos ouvir, como acontece aqui, hoje. É uma troca de culturas, porque, no fundo, não sou eu apenas que vou transmitir, mas também vós transmitis informações. É uma troca de riquezas. Estamos, aqui, na escola, envolvidos num projecto que se intitula “Juntos pela diferença”. Considera a diferença uma igualdade? Na minha opinião, houve, durante muitos anos, uma frase (que eu considero uma frasechavão) “Todos diferentes, todos iguais”. Eu acho que não! Todos diferentes, todos diferentes! Nós, na realidade, somos diferentes. Temos é que nos saber respeitar nessas diferenças. Portanto, isso vai dar à igualdade, mas é dentro do respeito. Porque, quando nós dizemos aquela frase, automaticamente colocamos uns para um lado, outros para o outro… porém, nada disto é assim! Nós

temos que dizer todos diferentes sim, mas com respeito uns pelos outros, admirando-nos e respeitando-nos. Então, aí sabem que somos, na realidade, diferentes. Sente na pele a questão da diferença? Agora não, mas senti. Quer dizer que, no passado, houve pessoas que me falavam na cor da pele. “Ah! Porque tu és preta!”… Nessa altura isso reflectiase imenso, até porque, só depois da Independência de África, é que vêm muitas pessoas africanas para Portugal. Então, depois, já era normalíssimo vermos pessoas pretas, mulatas em Portugal. Quando eu vim, em criança, isso foi um bocado doloroso. Foi dramático! Ao longo de todos estes anos, sonhou com algum projecto que não tenha concretizado? Eu não sou uma pessoa de muitos projectos. Eu sou uma pessoa de presente. É agora! Pronto! Vamos lá ver se surge, se se faz agora! O futuro… Deus dirá! O nosso projecto “Lusofonia(s)” pretende divulgar os países de expressão portuguesa. O que poderemos mostrar da essência do seu país, já que se pensa sempre que se trata de um país pobre? Podem mostrar muitas coisas! Hoje, por exemplo, viram o cacau, mas, para a vossa exposição, poderão encontrar muitos outros exemplos da nossa cultura: pintura, escultura, artesanato, … Qual a maior beleza, em sua opinião, existente em S.Tomé e Príncipe? Eu acho que a maior beleza é o povo. São as pessoas que nos criaram, que nos amaram. A maior beleza é a maior riqueza. Paula Pereira, 7ºC Fátima Batista, 7.º B Jéssica Joaquim, 7.º B Maria Nogueira, 7.º B


6

Letras da Gardunha

O PRÉ-ESCOLAR NAS LETRAS DA GARDUNHA SAÚDE E H IGIENE O RAL NO J ARDIM- DEI N F Â N C I A D E V A L E D E P R A ZE R E S

TO M A D A D O C A RVA L H A L

O

Souto da Casa esteve em festa, entre os dias 17 e 21 de Fevereiro, ao comemorar os cento e vinte anos da Tomada do Carvalhal. A localidade foi brindada com vários eventos sociais e culturais que animaram a população e os visitantes. o Jardim de Infância e a Escola EB1 do Souto da Casa também se envolveram, contribuindo com a realização de uma exposição no Salão Nobre da Junta de Freguesia, onde se puderam admirar produções escritas, plásticas e fotográficas executadas pelos alunos e professores e algumas quadras criadas pelos Encarregados de Educação.

De quem é o Carvalhal? É do povo, pois então Este grito sem igual Vem do fundo do coração

N

o dia 10 de Fevereiro, as Senhoras Enfermeiras vieram visitar-nos! Com a visita das Senhoras Enfermeiras do Centro de Saúde do Fundão, fundamentalmente para desenvolver um levantamento sobre os hábitos de higiene oral dos alunos da sala, foi possível aproveitar esta situação para desenvolver um projecto integrado de valorização da saúde e da prevenção sanitária. Este espaço de intervenção, nomeadamente no que concerne a preparação e antecipação de problemas de Saúde Oral, situa-se como uma das actividades de maior importância em termos pedagógicos para crianças neste nível etário. O reconhecimento e apropriação de comportamentos de higiene individual e de resposta a situações de saúde, apoiados numa reflexão sobre as regras e modelos de reacção, servem, nestas idades, para promover a assimilação de modelos de prevenção e atitudes de reacção adequadas.

Do fundo do coração Eu amo o Carvalhal Fica no Concelho do Fundão São terras de Portugal São terras de Portugal Na Gardunha situado De beleza sem igual Do Souto da Casa é legado (José Leitão, encarregado de educação) EB1 e J. I. do Souto da Casa

Alguns testemunhos: “As Senhoras Enfermeiras viram ao Jardim-de-Infância de Vale de Prazeres para falar connosco sobre os dentes.” “Ouvimos a história do “Dr. Dentolas e a Lenda do Reino dos Dentes” “Explicaram que existem micróbios, a que chamaram bactérias, que comem os restos dos alimentos que ficam nos nossos dentes e depois, quando não têm nada para comer, fazem buracos.” “Por isso é muito importante lavar bem os dentes.” “E também nos deixaram umas folhas com uns planos individuais de registo de escovagens, para durante um mês serem preenchidos pelas crianças com a ajuda dos professores.” “Prometeram voltar daqui a 4 semanas para verem quem lavou mais vezes os dentinhos.” Os Meninos e as Meninas do Jardim-de -Infância de Vale de Prazeres agradecem às Senhoras Enfermeiras a sua visita. Até Breve

DESFILE DE CARNAVAL

DESFILE DE CARNAVAL

“Os Lusíadas”

Em Alpedrinha

O

Jardim-de-Infância da Orca participou, juntamente com todos os Jardins-de-Infância e EB1 da zona Sul da Gardunha e em parceria com o Externato Capitão Santiago de Carvalho, no desfile de Carnaval. O tema proposto foi os “Lusíadas”, de Luís Vaz de Camões, tendo cada estabelecimento de ensino trabalhado um excerto da obra. O Jardim-de-Infância da Orca achou por bem falar um pouco da obra, da época e do autor, tendo optado por vestir as suas crianças de “pequenos Camões”. As crianças mostraram-se muito interessadas e entusiasmadas e o resultado final foi muito bom. O desfile, muito bem organizado, foi um espectáculo de muita cor e alegria e nem o frio que se fazia sentir foi obstáculo a que as pessoas viessem assistir e participar. No final do desfile, houve uma representação de alguns excertos da obra, em que todos os estabelecimentos de ensino participaram. Foi um projecto muito interessante e enriquecedor, o qual espero tenha continuidade no próximo ano.

semelhança de anos anteriores, realizou-se, no dia 11 de Fevereiro, um desfile de Carnaval, em Alpedrinha. Subordinado ao tema “Os Lusíadas” e organizado pelo Externato Capitão Santiago de Carvalho, contou com a participação das Escolas e Jardins-de-Infância da Zona Sul da Gardunha – Alpedrinha, Atalaia do Campo, Orca, Póvoa

À

de Atalaia, Soalheira e Vale de Prazeres. A localidade animou-se com as mais variadas figuras, associadas à referida obra: marinheiros, caravelas, mares revoltos, monstros, ninfas, deuses, guerreiros e padeiras de Aljubarrota, e, como não podia faltar, poetas, num misto de cor e fantasia. Figurantes e espectadores reuniram-se posteriormente no ringue de futebol, onde foram recriados alguns dos episódios centrais dos Lusíadas, que, num ambiente teatral, aliado à música e à dança, deram vida a personagens, símbolos e ícones presentes nesta obra épica. O sucesso desta iniciativa deve-se, sem dúvida, à acção e disponibilidade do Externato Capitão Santiago de Carvalho, que mais uma vez apostou em actividades de parceria. De salientar também o empenho e mobilização de professores, alunos, funcionários e restante comunidade educativa de todos os estabelecimentos envolvidos. Jardim-de-Infância da Orca Jornal Escolar do Agrupamento de Escolas Serra da Gardunha — Fundão

Jardins-de-Infância das Atalaias http://www.aesg.edu.pt

EXPERIÊNCIA: AFUNDA OU FLUTUA

O

Jardim-de-Infância do Telhado, no âmbito do Projecto “Ciências sobre Rodas”, desenvolveu, este ano lectivo já, várias experiências. É verdade que as crianças estão sempre motivadas para a descoberta. Experiência: Pega numa maçã e numa batata e deita-as numa taça com água. O que acontece? A maçã flutua e a batata afunda! Corta a maçã em pedaços de tamanhos diferentes: meia maçã, um quarto de maçã, um oitavo de maçã e um pedaço do tamanho da ponta de um dedo. Faz o mesmo com a batata. Não tires a casca para não confundires a maçã com a batata. Coloca primeiro todos os pedaços de maçã dentro da taça com água. Afundam ou flutuam? Tira os pedaços de maçã da água e põe na taça os pedaços de batata. O que observas? Porque é que os pedaços de maçã flutuam e os de batata afundam? Normalmente, os que vão ao fundo são pesados e os que flutuam são leves. Mas uma maçã é bem mais pesada do que um pedacinho de batata e a maçã flutua ao passo que o pedacinho de batata afunda! Para saberes se afunda ou flutua não conta só o seu peso mas também o seu tamanho. Precisas de comparar um pedaço de maçã, um pedaço de batata e uma quantidade de água todos com o mesmo tamanho. O pedaço de maçã é mais leve que a água e o pedaço de batata é mais pesado que a água. Todos os pedacinhos de m a ç ã flutuam e todos os de batata afundamse.

Jardim de Infância Telhado

Ano 1—Nº2


Letras da Gardunha

7

O PRÉ-ESCOLAR NAS LETRAS DA GARDUNHA

T E AT R O N O J A R D I M D E I N F Â N C I A

O

s pais e encarregados de educação das crianças do Jardim de Infância de Aldeia de Joanes protagonizaram, no dia 3 de Março, a apresentação da peça teatral “O macaco do rabo cortado”.

aceitaram o desafio e transmitiram da melhor forma o poder de atracção e a fantasia das histórias que os livros nos contam. Sem possuírem o profissionalismo dos actores de teatro, os pais compensaram com a disponibilidade, o esforço e a vontade de transmi-

tir aos mais pequenos a magia que a leitura proporciona. A reacção do público foi a mais positiva possível, exigindo mesmo a repetição da peça. Para além de vibrarem com a história, as crianças deixaram-se fascinar pela capacidade dos adultos entrarem no mundo da fantasia e conseguirem ser, por momentos, os heróis das suas histórias. Assim, no final desta actividade, a leitura conferiu um novo prazer aos mais pequeninos, com um novo imaginário e novas potencialidades. Afinal, são as memórias de infância que moldam os hábitos de adultos.

O Ciência Sobre Rodas no Pré-escolar

A

o longo de todo este período lectivo, o projecto “Ciência Sobre Rodas” tem levado a todos os Jardins-de-Infância do Agrupamento recursos que permitem o desenvolvimento de actividades experimentais dentro da sala de aula. Nesta fase, a actividade desenvolvida dizia respeito ao tema “Flutuação” e, à semelhança do trabalho já realizado anteriormente, conseguiu-se identifi-

car, explorar e reconstruir as concepções alternativas dos alunos. Durante as sessões, os alunos mostraram-se sempre muito entusiasmados e participativos, o que nos leva a crer que o grande objectivo do projecto continua a ser cumprido em cada uma das sessões, sendo que continua a despertar a curiosidade dos alunos no que diz respeito ao trabalho experimental das Ciências. A Equipa do CSR

Jardim de Infância Aldeia de Joanes

Inserida na Semana Nacional da Leitura, a dramatização, dedicada aos mais pequenos, ocorreu pelas 10:30h, nas instalações do Jardim. A Semana da Leitura tem contado, ao longo dos anos, com a participação e o empenho dos muitos que têm aderido a esta iniciativa e que se esforçam para tornar a leitura uma actividade atractiva para as crianças. Numa altura em que os pais fazem cada vez mais parte da escola e das actividades desenvolvidas por ela, alguns encarregados de educação

SEMANA DA LEITURA NO JARDIMD E I N F Â N C I A P O RTA A B E RTA

N

o âmbito da programação para a Semana da Leitura, organizaram-se as actividades a desenvolver pelos alunos e professores desta escola e, ao longo da semana, as 4 turmas apresentaram as histórias mimadas “Adoro-te de Todas as Cores”, “O Coelhinho Branco”, “Não Faz Mal Ser Diferente” e “Corre, Corre Cabacinha”. No período da manhã, as actividades decorreram nas instalações do Jardim-de-Infância e, no período da tarde na Biblioteca Municipal, para os alunos do 1º ciclo. O programa do último dia desenvolveu-se na escola, com a apresentação das histórias mimadas aos pais, que puderam estar presentes e que, por sua vez, mimaram a canção “Sª Dona Anica” e declamaram dois poemas de Eugénio de Andrade: “Velho, Velho, Velho” e “O Pastor”.

Momento da apresentação da canção “Sª. Dona Anica” pelos pais

"O importante é motivar a criança para a leitura, para a aventura de ler." Ziraldo

"Descobri que a leitura é uma forma servil de sonhar. Se tenho de sonhar, porque não sonhar os meus próprios sonhos?" Fernando Pessoa

D

urante a Semana da Leitura, que decorreu de 1 a 5 de Março, programámos actividades conjuntas com os seguintes parceiros: EB1 do Telhado, Centro de Dia do Telhado, Pais e Biblioteca Municipal do Fundão. Diariamente, um dos parceiros apresentava para os outros diversas iniciativas, conforme programação estabelecida. Assistimos à História de fantoches “Pinto Borrachudo”, apresentada pelos Utentes do Centro de Dia do Telhado; à dramatização da história “Os Músicos de Bremen”, apresentada pelos alunos do Jardim-deInfância, fazendo-se a distribuição de marcadores da história Março de 2010

aos presentes; fomos à Hora do Conto na Biblioteca Municipal do Fundão, ver a história “Pê de Pai” e fizemos uma visita à feira do livro, organizada por esta instituição; ouvimos a “História da Carochinha”, cantada e dramatizada, e poesias e fizemos a dramatização da his-

tória “O Caldo de Pedra”. Estas duas dramatizações foram apresentadas pelas turmas da EB1 do Telhado. Recebemos marcadores alusivos à leitura. Vimos o Teatro de fantoches “Passeio Maravilhoso”, apresentado pelas animadoras da EB1; assistimos a um filme; vimos a dramatização da história “Frei João sem cuidados”, apresentada pelos animadores do Programa Escolhas do Projecto Escol(h)a Viva. Foi uma semana recheada de bons momentos de partilha e conhecimento, o que nos faz afirmar que a aposta na leitura através das propostas e orientações do Plano Nacional de Leitura devem continuar. EB1 Telhado


8

Letras da Gardunha

O PRIMEIRO CICLO TEM A PALAVRA

Uma aventura no Carnaval

A

h! O Carnaval! Não há dias melhores! Mascarados, vamos pelas ruas a gritar. Mas “E os acidentes?”, pergunta toda a gente! Mas… - Estes miúdos são malucos, não sabem fazer menos barulho! – Este é o homem resmungão que mora no meu bairro. Ele odeia o Carnaval: odeia “confetis”, odeia entrudos, odeia serpentinas, odeia os sprays, mas, acima de tudo, odeia os desfiles! O ano passado, quando andávamos por aí a desfilar, ele, em vez de vir à rua, fechou tudo : trancou a porta, pegou nas pipocas e começou a ver um filme. Ai como eu odeio aquele homem! Mas hoje eu e mais quatro amigos vamos à casa dele! -Não! - disse o resmungão. -Vá lá, senhor, deixe-nos entrar! - dizíamos nós. E tanto insistimos que lá conseguimos que ele nos deixasse

entrar. E ele, todo curioso, perguntou: -Mas afinal o que vêm fazer aqui? E nós respondemos: - Viemos porque queremos que o senhor sinta de novo a fantasia e a magia do Carnaval!! E ele lá nos começou a explicar: - Ah! Vocês não devem estar bem! Oiçam, vou contar-vos uma coisa que nunca contei a ninguém na minha vida! Nem aos meus pais! - disse ele. - A sério?! -perguntámos nós, cheios de curiosidade. -A sério! Bem, oiçam… Eu participo em desfiles! - exclamou ele. -E porque fica «piurso»? – perguntei eu. -Porque não quero que ninguém descubra! - disse ele. E ficámos amigos para sempre! Maria Matos 4º Ano Turma 62

Conhecer "Se o conhecimento pode criar problemas, não é através da ignorância que podemos solucioná-los. " ( Isaac Asimov )

A

s escolas do 1.º Ciclo acabaram de dar mais uma prova da sua capacidade de organização e articulação com a comunidade nas actividades desenvolvidas na Semana da leitura: desde a simples presença pontual de alguns pais nas aulas, para contar um conto, realizar uma leitura escolhida pelo próprio, dramatizações, peças com fantoches, intercâmbio entre turmas e entre níveis de ensino, visitas às Bibliotecas, projecção de filmes, Feira do Livro, actividades de Expressão Plástica (construção de adereços e lembranças), Pedipaper, encontros com escritores e contadores de histórias, saraus com a população, maratona de leitura, entre outras. Em todas as actividades, a envolvência da comunidade e a articulação interciclos, sobretudo com o Pré-escolar, a divulgação dos trabalhos junto da população foram aspectos mais relevantes numa acção de valorização da escola e da actividade da leitura e da escrita. Há ainda que relevar a importância dos valores transmitidos pelos mais velhos, nas suas histórias e saberes, o que constitui um recurso inestimável para a acção da escola. Desde a Soalheira ao Castelejo, multiplicaram-se as iniciativas, cresceram as forças e a dedicação de miúdos e graúdos, tudo em prol do saber, da competência comunicativa, da capacidade de entender e de se fazer entender, em momentos de partilha de saberes e “fazeres”. Outra novidade foi o inicio do desenvolvimento do projecto “Aprender as Energias com Arte”, no âmbito da candidatura ao prémio da Fundação Ilídio Pinho. As actividades iniciaram-se já nas escolas, sensibilizando os alunos para as energias renováveis do Sol e do vento, através de experiências e observações de fenómenos naturais, com a utilização de kits educativos e protótipos exemplificativos de utilização dessas fontes de energia. Pretende-se, numa segunda fase, a aplicação das observações em pequenas obras de arte e protótipos simples, como os observados, que farão parte da exposição a levar a Santa Maria da Feira na mostra do projecto a nível nacional. É mais um passo rumo ao conhecimento, através da observação, da experimentação e da reconstrução dos saberes. •António Melo Coordenador 1.º ciclo

QUEM É?

A P R E N D E R A FA Z E R P Ã O

Qual será este bicho Que eu seleccionei? Pode ser grande ou pequeno Eu cá é que sei.

oje fizemos pão na escola. Para isso, usámos vários ingredientes: farinha de trigo, sal e água morna. Antes de começarmos a amassar o pão, lavámos as mãos e colocámos toucas na cabeça. Num alguidar, colocámos a farinha de trigo. Noutro alguidar, desfizemos o fermento e o sal com um pouco de água morna e juntámos à farinha. De seguida, amassámos tudo muito bem. Tapámos a massa com um pano e pusemos o alguidar junto do aquecedor para a massa levedar. Com o calor, cresceu. Depois, a professora deu-nos um pouco de massa para fazermos o nosso próprio pão. Colocámos o pão no forno quente para cozer. No final, comemos o pão com manteiga ou queijo. Tão saboroso que estava o nosso pãozinho!

Para já não vou dizer Este bicho que há-de ser Pode ser aranha ou grilo Quem será que vai saber? É um animal de estimação Não é galo nem é cão Mas escusam de perguntar Que eu não digo, não. Ele vive em minha casa Pode ser um periquito Há lá muitos com graça Se ele o visse dava um saltito. Afinal apanha ratos Já toda a gente sabe quem é É o meu gato muito giro Que se chama Boné!

H

S EGURANÇA NA VIA PÚBLICA

N

o dia 22 de Fevereiro de 2010, os senhores agentes da “Escola Segura” vieram à nossa escola realizar uma acção de sensibilização intitulada “Crescer em Segurança”. Os dois agentes começaram por apresentar um PowerPoint que nos alertava para alguns perigos e ensinava regras importantíssimas sobre Segurança Rodoviária. De seguida, realizámos um breve questionário oral para testar os conhecimentos adquiridos nessa actividade. Foi muito fácil! Passámos uma manhã muito divertida e interessante. Com esta agradável visita, aprendemos a circular com segurança na via pública enquanto peões e condutores de bicicleta. Esta actividade não acaba aqui. Aguardamos uma nova visita da “Escola Segura”, muito em breve. Já temos a teoria, agora só falta pôr em prática os nossos conhecimentos. 3º e 4º ano de escolaridade da EB1 de Aldeia Nova do Cabo

Turma 48—2º Ano Carlos António – 4.º ano EB1 Aldeia de Joanes

EB1 Srª da Conceição

CRIANÇADA SAI À RUA

A

Desfile de Carnaval EB1Aldeia Nova do Cabo “Reduzir, Reutilizar e Reciclar”

escola EB1 Nossa Senhora da Conceição, juntamente com a EB1 das Tílias, saiu à rua num Desfile Carnavalesco. Princesas, príncipes, bruxas, magos, Zorros, Homens Aranha e libelinhas percorreram as principais ruas da cidade, sob os olhares vaidosos dos pais e da população, que aderiu com alegria a esta iniciativa.

Jornal Escolar do Agrupamento de Escolas Serra da Gardunha — Fundão

http://www.aesg.edu.pt

Ano 1—Nº2


Letras da Gardunha

9

O PRIMEIRO CICLO TEM A PALAVRA

O C A R N AVA L N O T E L H A D O

N

o dia 12 de Fevereiro, os alunos, professoras, animadores e auxiliares da EB1 e Jardim-de-Infância do Telhado, juntamente com o Centro de Dia “O TECTO”, fizeram um desfile de Carnaval pelas ruas da aldeia. O tema do Desfile foi o “Carnaval Trapalhão” e apareceram princesas, fadas, Noddy, bombeiros, enfermeiros, entre outros. Apesar do frio, o nosso desfile foi muito divertido, cheio de serpentinas. À medida que desfilávamos, as pessoas teciam comentários e riamse dos mascarados. Entoámos e dançámos várias canções de Carnaval. EB1 Aldeia Nova do Cabo

D IA DA I NTERNET S EGURA

N

o dia 09 de Fevereiro, a EB1 Tílias deslocou-se à Biblioteca Municipal Eugénio de Andrade para participar numa palestra” Segurança na Internet”. Aprendemos algumas regras úteis: . Protejo as minhas informações pessoais – mantenho a minha senha secreta de todas as pessoas. . Protejo o meu computador – só abro e-mails de pessoas que conheço. . Comunico em segurança – não dou o meu nome ou a minha morada a outras pessoas na internet. . Respeito os outros – quando retiro informação da internet indico sempre o seu autor e o sítio onde a encontrei. . Navego em segurança – falo sempre com os meus pais ou professor, se encontrar uma imagem ou uma mensagem que me incomode. EB1 Tílias – 2.º / 3.º / 4.º Anos

O que é a hidroponia?

A

hidroponia é uma técnica de produção agrícola na qual se cultiva sem a presença do solo e onde os elementos nutritivos são fornecidos numa solução líquida. O termo "hidroponia" tem a sua origem nas palavras gregas "hidro", que significa água, e "ponos", que quer dizer trabalho. Ou seja "trabalho em água". * A hidroponia é a arte de cultivar plantas sem utilizar o solo agrícola. * São cultivos sem solo nos quais este é substituído por um substrato inerte onde os nutrientes (o alimento) de que precisa a planta para viver e produzir são fornecidos na água da rega. Também são cultivos hidropônicos aqueles que se cultivam na água contendo os nutrientes. * Num sistema hidropônico podem-se cultivar todo o tipo de plantas, como, por exemplo, hortaliças, flores, forrageiras, plantas ornamentais, condimentos, plantas medicinais e até cactos. EB1 - Tílias

O GATINHO Eu vi um gatinho Que olhava para mim Ele era tão fofinho Vou chamar-lhe Jasmim. Ele estava assustado Não sabia para onde fugir Eu dei-lhe um beijinho E ele ficou a sorrir. Naquele momento Era tão pequenino Não tinha a mamã Para lhe dar um miminho. Levei-o para casa Para lhe dar leitinho E ele bebeu-o Muito direitinho. Então ouviu-se um miar Era a mamã do gatinho Chegou junto dele E deu-lhe um abracinho.

Juliana Pereira – 4.º ano EB1 Aldeia de Joanes

NEVÃO

O

Fundão, no dia 11 de Janeiro, acordou com um cenário extraordinário. Depois de caírem intensamente grandes flocos de neve, depressa tudo ficou coberto com um imenso manto bran-

co de neve. A Escola EB1 TÍLIAS ficou assim…

Março de 2010

C A R N AVA L D A E S C O L A E B 1 TÍLIAS


Letras da Gardunha

10

1º CICLO NA SEMANA DA LEITURA

M A R ATO N A D A L E I T U R A

N

a sexta-feira, dia 5 de Março, realizou-se, na nossa escola, a Marato-

na da Leitura. Nesse dia, o salão da ADCRAJ parecia quase uma biblioteca. Pais, alunos, irmãos,

qual delas a mais bonita, qual delas a mais engraçada! Algumas acabavam em "...e viveram felizes para sempre." Os alunos também leram. Os do 2.º ano fizeram um teatro de reis e rainhas. Aquele dia foi tão giro que o quero repetir para o próximo ano.

E B 1 A L D E I A N O VA D O C A B O

A

Semana da Leitura 2010 decorreu, este ano, entre os dias 1 e 5 de Março. A nossa escola organizou e participou em diversas activida-

Inês Barroso 4.º ano EB1 Aldeia de Joanes

sas famílias (pais, avós, irmãos) e pessoas da comunidade na escola para a realização de uma Sessão de Leitura. Recitaram lengalengas e contaram-nos histórias tradicionais muito diverti-

das: “O Macaco do Rabo Cortado”, “Corre, corre cabacinha corre…” e, no final, até fizemos um concurso de adivinhas. Foi uma tarde muito bem passada! No último dia da semana, fomos ao Colégio de Nossa Senhora de Fátima dramatizar o conto tradicional “Nabo Gigante” e recitar algumas lengalengas sobre animais. Educadoras e mais pequenos assistiram com muito interesse ao nosso pequeno espectáculo. Correu tudo muito bem e foi um sucesso! Todas estas actividades serviram para desenvolver, ainda mais, o nosso gosto pelo livro e pela leitura. Composição colectiva da turma da EB1 de Aldeia Nova do Cabo

avós, professores e funcionários juntaram-se lá para ler histórias: umas de animais, outras de crianças, outras de rainhas, príncipes e princesas... Quando disseram, a mim e à Beatriz Esteves, par irmos ler, eu fiquei tão nervosa! Mas, quando comecei a ler, perdi todo o nervosismo. Houve muita gente a ler. Leram muitas histórias,

1º Ciclo Serra da Gardunha

des: leitura de histórias, poesias; recitação de lengalengas e travalínguas; dramatizações; momentos de leitura… Foi uma semana repleta de actividades. No primeiro dia, montámos uma minibiblioteca na sala de aula com alguns dos nossos livros trazidos de casa. Uma das actividades mais marcantes foi, sem dúvida, a presença de alguns membros das nos-

Sarau Cultural “Saberes e Sabores da Serra”

N

ecorreu, de 1 a 5 de Março, a Semana da Leitura, integrada no PNL. Por esse motivo, tivemos uma semana recheada de actividades interessantes, enriquecedoras e divertidas. No dia 1, fizemos um debate sobre o PNL e os seus objectivos, tendo sido trabalhados os dados de um inquérito de rua feito por nós a pessoas de diferentes níveis etários e profissões. Chegámos à conclusão de que 45% dos inquiridos conhecem o Plano e os seus objectivos mas 55% desconhecem a sua existência. Ficámos assim a pensar que o PNL ainda não chegou ao conhecimento de todas as camadas da população. Ainda nesse dia, fizemos um teste de literacia e descobrimos que já percebemos grande parte das notícias que lemos. As que não percebemos contêm termos e expressões técnicas, siglas e abreviaturas. No dia 2, na BECRE, assistimos à apresentação da biografia de Teófilo Braga e ouvimos ler contos tradicionais recolhidos pelo próprio. Foi uma actividade muito interessante. No dia 3, na Moagem, integradas no Projecto “Uma história para continuar…”, desenvolvemos actividades muito divertidas e assistimos à peça “A Meio Caminho”. No mesmo dia, à tarde, uma encarregada de educação vestida à Fernando Pessoa e a sua filha (Núria) brindaram-nos com belos poemas do autor. Foi um momento de aprendizagem e descontracção. No dia 4, escrevemos a continuação e o fim de uma história iniciada pela turma 61: “O mistério do balão azul”. De tarde, na Biblioteca Municipal, ouvimos a história: “Ynari, a menina das cinco tranças”, do escritor Ondjaki, e participámos em actividades relacionadas com a história ouvida. Foi um tempo muito bem passado e construtivo. O dia 5, último dia, foi o encerramento das actividades com a apresentação de dramatizações devidamente ensaiadas pelas turmas 61 e 62 e ainda poemas ditos pelos alunos da turma 61. Todas estas actividades fizeram com que esta Semana tivesse sido uma das mais interessantes, educativas e sensibilizadoras para a leitura e escrita. Naturalmente que outras actividades poderiam ter sido realizadas, nomeadamente um concurso de leitura; requisição de livros e computadores na BECRE, para utilização em sala de aula, e até uma deslocação ao Museu Municipal. Mas, como o PNL é um projecto para desenvolver ao longo do ano lectivo e não apenas nesta Semana, estas actividades poderão realizar-se em qualquer altura. 4º Ano Turma 62

o âmbito da Semana da Leitura, integrante do Plano Nacional de Leitura, a Escola do 1.º Ciclo e o Jardim de Infância do Castelejo levaram a cabo o Sarau Cultural “Saberes e Sabores da Serra”, na aldeia do Açor. A escolha do local justifica-se com o desenvolver de uma política de descentralização da escola, levando eventos às aldeias de onde provem parte da população escolar, por encerramento das escolas de povoações pertencentes à freguesia do Castelejo, como a Enxabarda e o Açor, e outras já fora da freguesia mas que, por razões que se prendem com a oferta de trabalho mais perto da Freguesia, têm as suas crianças inscritas na EB1 do Castelejo. Existe um ponto comum nas iniciativas que envolvem as populações destas aldeias: a união em torno das solicitações da escola! Faltava esta descentralização da acção, pensada há alguns anos já, mas adiada por factores diversos; agora foi de vez! Lá rumaram alunos, pais, familiares, professores e auxiliares para o alto da serra. Não foi fácil a tarefa, dado o imenso nevoeiro que não dava mais que uns palmos de visibilidade. Até parecia que, de repente, poderia surgir desse manto uma qualquer princesa da Eira dos Três Termos… Chegados à antiga escola, agora sede da Associação Cultural do Açor (que bem que está cuidada!), deparamos com a sala cheia: cheia de gente, cheia do calor humano que já não se estranha nestas paragens. Revêemse amigos, conhecidos, antigos alunos… É um sem número de sentimentos e emoções. O Sarau foi belo, como costuma; foi enriquecedor pela partilha de saberes de velhos e novos, de populares e eruditos. E passaram as representações e lengalengas dos alunos do Jardim e da escola, as Estórias do popular Pantaleão e da D. Rosário Janeira, os poemas e orações do Ti José Borges, as lendas revisitadas pela convidada, Dr.ª Antonieta Garcia, a comédia representada por duas mães, a história escrita e contada pela Jéssica, ex-aluna da escola, nos seus tenros 11 anitos. Uma referência especial à presença da Drª Antonieta Garcia. A dedicação, o empenho, a partilha, foram maiores que o perigo que enfrentou na subida. Mostrou, mais uma vez, que os saberes populares se articulam com valores e que o saber não ocupa lugar. Os Sabores seguiram-se a duas horas de histórias, poesias, lengalengas, representações. Partilharam-se então os saberes dos Sabores ancestrais da terra. Para a próxima, vamos à terra onde os franceses deixaram marcas da sua passagem e da sua derrota, aquando das Invasões Napoleónicas: a aldeia da Enxabarda. As professoras: Carla Salvado, Paula Gaspar e Teresa Melo

Jornal Escolar do Agrupamento de Escolas Serra da Gardunha — Fundão

http://www.aesg.edu.pt

D

Ano 1—Nº2


Letras da Gardunha

11

1º CICLO NA SEMANA DA LEITURA

O Escritor e Ilustrador Tiago Salgueiro “À Conversa com Tiago Salgueiro”

Q

uem é Tiago Salgueiro? Tiago Salgueiro nasceu no Porto, a 19 de Março de 1974; é licenciado em Design de Comunicação

pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade do Porto. Colabora regularmente com diversas editoras na ilustração de livros infanto -juvenis. Foi seleccionado para representar Portugal na lista de honra do IBBY (International Board on Books for Young Peo-

ple), em 1999, com o livro para crianças “O Rebanho perdeu as Asas”. Já entrou em vários concursos e exposições internacionais e trabalha frequentemente com editoras estrangeiras como ilustrador. É também professor universitário de desenho e ilustração, na Escola Superior de Artes e Design (ESAD), em

Matosinhos. Tiago Salgueiro é um pseudónimo utilizado pelo ilustrador José Saraiva porque, na sua opinião, não deveria utilizar o mesmo nome como escritor e ilustrador. A escolha do nome prendeuse com o facto de Tiago ser o nome inicialmente escolhido pela

mãe, mas, como nasceu no dia de S. José, esta optou por lhe chamar José Saraiva. Salgueiro em homenagem à sua série favorita na adolescência, chamada “Ventos no Salgueiro”, que o marcou muito nessa época. Outros pontos de referência

da sua vida particular: tem dois filhos, uma menina e um menino, que são a sua maior fonte de inspiração. A cor preferida é o azul, talvez por ser portista.

Tiago Salgueiro já escreveu e ilustrou vários livros infantis, tais como: •O

meu Urso, Tiago Salgueiro, Porto, Lobobom, 2002; amigo Gorila, Tiago Salgueiro, Porto, Lobobom, 2002; • Anedotas Ilustradas, Tiago Salgueiro, Vila Nova de Gaia, Edições Gailivro, 2004; • Um Dragão na Banheira, Tiago Salgueiro, Vila Nova de Gaia, Edições Gailivro, 2004; • Anedotas de Animais Ilustradas, Tiago salgueiro, Vila Nova de Gaia, Edições Gailivro, 2005; • Anedotas de Futebol Ilustradas, Tiago Salgueiro, Vila Nova de Gaia, Edições Gailivro, 2006; • Adivinhas Coloridas, Tiago Salgueiro, Porto, Âmbar, 2006; • Provérbios Coloridos, Tiago Salgueiro, Editora Âmbar, 2007; • Lengalengas Coloridas, Tiago Salgueiro, Editora Âmbar, 2008; • Anedotas da Escola Ilustradas, Tiago Salgueiro, Alfragide, Edições Gailivro/Grupo Leya, 2008; • A Grande Viagem, Tiago Salgueiro, Alfragide, Edições Gailivro/Grupo Leya, 2009; • Pipim Alegra o Zoo, Tiago Salgueiro, Alfragide, Edições Gailivro/Grupo Leya, 2009; • Pipim tem Medo do Escuro, Tiago Salgueiro, Alfragide, Edições Gailivro/Grupo Leya, 2009; • Pipim vai à Praia, Tiago Salgueiro, Alfragide, Edições Gailivro/Grupo Leya, 2009; • Pipim vai à Escola, Tiago Salgueiro, Alfragide, Edições Gailivro/ Grupo Leya, 2009; • Anedotas de Elefantes Ilustradas, Tiago Salgueiro, Alfragide, Edições Gailivro/ Grupo Leya, 2009. • Um

As Professoras Filomena Afonso e Dina Domingos

SEMANA DA LEITURA TRAZ TIAGO SALGUEIRO À E.B.1 DAS ATALAIAS

A

lunos e professoras da E.B.1 das Atalaias partilharam Tiago Salgueiro com cerca de 200 alunos das E.B.1 e Jardins-de-Infância a Sul da Gardunha e de duas turmas de 5º Ano do Externato Capitão Santiago de Carvalho, de Alpedrinha. Este evento teve a colaboração do Externato de Alpedrinha, que assegurou o transporte dos alunos participantes; das Juntas de Freguesia de Póvoa de Atalaia e Atalaia do Campo, que se disponibilizaram desde o primeiro momento para colaborarem no referido evento, juntamente com Pais e Encarregados de Educação das duas localidades, assim como a Junta de Freguesia de Orca, que assegurou o transporte dos alunos daquela localidade. Há também a salientar a colaboração da Editora Leya, através do Sr. Manuel Resende, que nos possibilitou a vinda de Tiago Salgueiro, assim como o envio de livros para a realização da nossa Feira do Livro. A Semana da Leitura foi previamente preparada para recebermos da melhor maneira Tiago Salgueiro. Assim, os alunos foram motivados para a realização de uma série de actividades a partir de livros do escritor e ilustrador convidado. Destas actividades há

a salientar a produção de duas histórias, que foram criadas a partir de um título de um livro de Tiago Salgueiro, “Um Dragão na Banheira”. O resultado deste trabalho foi apresentado em PowerPoint na recepção ao escritor. As histórias foram também encadernadas e oferecidas ao escritor convidado. Com o livro “Um Dragão na Banheira”, foram realizados outros trabalhos, que serviram para uma exposição que esteve patente no salão onde o evento ocorreu. A chegada do escritor foi aguardada com muita ansiedade e expectativa por todos os presentes. Tiago Salgueiro conseguiu cativar toda a plateia, criando um clima de grande entusiasmo e participação. Todos os participantes saíram deste evento mais ricos e com maior capacidade para desenvolver hábitos de leitura e criatividade, tanto ao nível da escrita, como da ilustração. Todas as escolas participantes foram brindadas com uma ilustração feita no momento, resultante do envolvimento e participação das crianças, que foram sugerindo figuras que resultaram na criação de desenhos muito curiosos, bem como o nome constituído por pseudo-palavras.

Cada ilustração foi assinada carinhosamente pelo autor. No final, várias crianças quiseram satisfazer a sua curiosidade e colocaram algumas questões, bastante pertinentes, a Tiago Salgueiro, às quais respondeu com a simpatia que o caracterizou desde o início. O evento culminou com uma sessão de autógrafos dos livros do escritor, adquiridos na Feira do Livro. No final, Tiago Salgueiro revelou-se muito sensibilizado com toda a recepção com que foi presenteado por toda a organização deste evento.

As Professoras Filomena Afonso e Dina Domingos

Os alunos da E.B.1 das Atalaias deram as boas-vindas a Tiago Salgueiro em forma de rimas:

Bem vindo Tiago Salgueiro Temos todo o orgulho em o receber De certeza que a sua presença Nos vai surpreender À EB1 das Atalaias O Tiago Salgueiro acabou de chegar Como ilustrador e escritor Toda a gente vai encantar Do Dragão na Banheira Até às Anedotas da Escola Foi toda uma brincadeira Que acrescentámos à nossa sacola Gostámos também muito de ler As Anedotas dos Animais Foram muito divertidas Cá ficamos à espera de mais E para da melhor maneira Podermos finalizar O nosso Lema queremos deixar “Ler é Crescer e Viajar”

Março de 2010

A E.B.1 das Atalaias presenteou todos os alunos e professores visitantes com um marcador de livros com algumas personagens dos livros de Tiago Salgueiro.


BECRE— BIBLIOTECA ESCOLAR E CENTRO DE RECURSOS EDUCATIVOS

A

Escola Básica Serra da Gardunha acolheu, no dia 12 de Dezembro de 2009, dois ilustradores de renome, Gastão Travado e Marc Figueiredo, para a dinamização de uma Oficina de Formação que reuniu cerca de 30 professores, educadores, auxiliares de educação, alguns outros profissionais e até um aluno do 8º ano de escolaridade, Daniel Monteiro, na BECRE da Escola sede. A Oficina consistiu na apresentação do trabalho que é d e s e n v o lv i d o pelos dois ilustradores e na aplicação de algumas técnicas de ilustração usadas. Os momentos foram divertidos mas também de descoberta de práticas inovadoras. Gastão Travado nasceu em Moçambique, na cidade de Porto Amélia, no ano de 1966. Veio para Portugal em 1968, onde se licenciou em Engenharia Electrotécnica e de Computadores. A animação em

3D e as potencialidades gráficas dos computadores levaram-no a desenvolver trabalhos na área da multimédia (CD, DVD, Web Design, Design Gráfico, Ilustração, Banda Desenhada e Animação 3D). Para além de várias

Popular e da Lotaria Instantânea. Marc Figueiredo, quanto a ele, é membro fundador e dirigente do projecto editorial Qual Albatroz. Nasceu em Paris onde se sujeitou a uma elevada concentração de criatividade. Ilustrou, entre outros, os seguintes livros: Os livros que gostam de contar histórias, de Fátima Éffe & Zé Luís, em 2005; Barbatanar nas cores do arco-íris, de Car-

publicações em BD, entre as quais se destaca “Tertúlia BDzine Arquivo20; Marte 2205” (Lisboa), participou em diversas exposições e ilustrou bilhetes da Lotaria Clássica e

los Canhoto, em 2006; História para Ler e Contar, de Maria Isabel de Mendonça Soares, em 2009. • Celeste

Nunes Bibliotecária

• Professora

14 DE FEVEREIRO”: DIA DO C O R A Ç Ã O E D O S A F E C TO S

L

á diz o poeta: “Amor é um fogo que arde sem se ver”. Os alunos da Escola Serra da Gardunha não foram, porém, no soneto, que é como quem diz “na cantiga”, e quiseram tornar bem visível o dia 14 de Fevereiro e toda a sua carga simbólica. Apoiados nesta iniciativa pela BECRE e pelo Projecto “Educação para a Saúde”, representado pela sua Coordenadora,

Francês ou Espanhol) e EMRC, recolheram frases e citações, construíram versos e mensagens originais, desenharam e criaram corações fazendo uso de materiais diversos e, em seguida, espalharam-nos pela escola para relembrar a toda a comunidade educativa que 14 de Fevereiro é não só o Dia dos Namorados mas também e acima de tudo o Dia dos Afectos. Claro que não faltou a tradicional distribuição do sempre aguardado “Correio dos Namorados”, centralizado na BECRE, e que, apesar de ter decorrido com dois dias de antecedência por motivos de calendário – o dia 14 era no domingo -, foi distribuído e recebido entusiasticamente por cada aluno e cada aluna. Nesse dia, e plagiando Camões, “ o amor foi um fogo que ardeu e se viu!”. • Celeste Nunes • Professora Bibliotecária

Maria Dulce Simões, e contando ainda com a ajuda dos seus professores de EVT, EV, AP/PNL, Língua Portuguesa, Língua estrangeira (Inglês,

Quem conta um conto….

Pedro Gomes

U

m conto não é de quem o cria, mas de quem o conta e, no momento de ser contado, passa a ser de quem o escuta, para que seja novamente contado e recontado, reinventado e escutado, num processo periódico. Este é o ciclo evolutivo dos contos: nascem, crescem, reproduzem-se, crescem novamente e nunca mais morrem, pois há, e vai haver, sempre alguém disposto a contá-los e sempre alguém disposto a ouvilos. O contador de histórias ou de contos deve conhecer bem o conto que vai trabalhar, recorrendo, ou não, ao suporte livro e a ilustrações. Deve utilizar uma linguagem adequada aos seus ouvintes, adaptando o conto, se necessário, e podendo aproveitar a ocasião para

ampliar o conhecimento lexical do público. As pausas, as entoações são muito importantes para manter o interesse e a atenção no conto. As descrições pouco detalhadas abrem caminhos à imaginação e fazem com que cada criança possa voar e criar os seus próprios cenários narrativos. Outro aspecto a destacar no contador de histórias é o entusiasmo que deve transmitir e o interesse que deve despertar durante a história. A narrativa tem o poder da palavra, do som e as inflexões aliam-se aos gestos simbólicos do contador. A narrativa não é uma declamação, não é uma poesia, é uma prosa, e sofre modificações conforme o ambiente, a ocasião, o público. Contar uma história, um conto, uma lenda ou um mito transmite um enorme poder, quase mesmo hipnótico, capaz de transformar a fantasia em realidade, de evocar emoções, de fazer o ouvinte viajar nas asas da imaginação. A criança, acostumada a ouvir histórias, desenvolve e estimula a sua imaginação, além de também desenvolver o gosto pela leitura e pelas pesquisas. Partilho aqui algumas das “fórmulas mágicas” para se iniciar e terminar um conto narrado:

Jornal Escolar do Agrupamento de Escolas Serra da Gardunha — Fundão

FÓRMULAS MÁGICAS PARA INICIAR A HISTÓRIA

FÓRMULAS MÁGICAS PARA FINALIZAR HISTÓRIAS

• Foi uma vez... • Dizem que era uma vez... • Era uma vez um reino que ficava atrás da montanha de cristal... • Há muito...muito tempo... • Contam os velhos, em tempos que lá vão... • Antigamente, no tempo em que o macaco usava fato... • No tempo em que a galinha tinha dentes... • Nos velhos tempos, quando os desejos eram realizáveis... • Ninguém sabe onde foi, mas em algum lugar certamente aconteceu... • Esta história aconteceu no tempo em que as pedras não eram duras... • Em tempos antigos, havia... • Havia outrora, num remoto lugar, isto é, há muito...muito tempo,,, • No tempo em que se amarrava cachorro com linguiça... • Esta é uma história muito antiga, que a minha avó me contava quando eu era pequenina. Quem lhe contou foi o seu avô, que, por sua vez, a escutara de sua mãe quando pequeno. Onde ela a ouviu, não sei. Vou contá-la como a minha avó costumava fazer…

ESTE MOMENTO É TÃO IMPORTANTE QUANTO O INÍCIO! É HORA DO "FECHA-TE SESÁMO”, OU SEJA, É HORA DE TRAZER O OUVINTE PARA O MUNDO REAL.

http://www.aesg.edu.pt

• Entrou por uma porta e saiu pela outra, quem quiser que conte outra... • A baratinha fugiu, e a história acabou... • Quem não acreditou que se vá informar se é verdade ou não! • Certamente, se não morreram, ainda estão vivos e felizes até hoje! • Foi uma grande festa; todos se divertiram muito. O povo dificilmente se esquecerá do que comeu e bebeu naqueles dias! • A festa de casamento durou sete dias e sete noites. Foi maravilhosa. Eu estive lá, por isso sei que foi verdade! • E assim termina a minha história. Se não gostou, para ela arranje outro fim, mas não bote a culpa em mim... • E assim viveram felizes durante anos a fio; nunca beberam em copo vazio...

• Entrou com pé de pato, saiu com pé de pinto, quem quiser que conte cinco... • Entrou por uma porta, saiu pela outra, o rei, meu senhor, que lhe conte outra. • Está a minha história acabada e a minha boca cheia de goiabada. • Trim,trim,trim...a história chegou ao fim. • Acabou-se o que era doce; quem comeu regalou-se. • Entrou por uma porta, saiu por um canivete, el-rei, meu senhor, que me conte sete. • Entrou por uma porta saiu pela outra, o rei, meu senhor, que me conte outra. • Esta história entrou por uma porta e saiu pela outra. Quem souber, que conte outra" Trim, Trim, Trim, realmente chegou ao fim!

•Professor Bibliotecário, Coordenador da BECRE/ PNL •Pedro Rafael N. Gomes Ano 1—Nº2

P A RT I L H A R S A B E R E S C O N S T R U I R L E I T U R A S

OFICINA DE FORMAÇÃO EM ILUSTRAÇÃO

LEMA DA BECRE 2009/2010:

12

Letras da Gardunha


Letras da Gardunha

13

PNL— PLANO NACIONAL DE LEITURA — SEMANA DA LEITURA

Concurso Nacional de Leitura

A

o longo das nossas vidas enfrentamos novos desafios e problemas todos os dias; o stress acumula-se e as perseguições crescem a cada dia que passa. É necessário um escape! Assim, nada melhor do que um livro cativante que nos permita fugir à realidade…

Como é habitual, no fim do primeiro período deste ano lectivo, foi realizada a primeira fase do Concurso de Leitura escolar, que coincidiu também com a fase de apuramento para a Fase Distrital do Concurso Nacional de Leitura. Como sempre, consiste na breve e atenta leitura de um pequeno texto (este ano, tratou-se do texto narrativo de José Cardoso Pires, “Uma Simples Flor nos teus Cabelos Claros”), seguida da realização de um breve questionário. Os critérios de selecção foram simples: os alunos que respondessem correctamente a 15 ou mais questões, num total de 20, passariam à segunda fase escolar. A selecção para a Fase Distrital foi realizada tendo em conta o percurso escolar de cada um, juntamente com as classificações obtidas nos questionários. Foi assim que fomos seleccionadas para a Fase Distrital deste Concurso. Para alcançarmos esta classificação, o que mais nos ajudou foi o nosso gosto pela leitura. A leitura, mais do que um retiro do stress, mais do que dar asas à imaginação e mais do que voar sem sair do lugar, é o melhor modo de nos tornarmos cidadãos cultos, responsáveis e informados. As nossas leituras não ficam por aqui: para a Fase Distrital, teremos de ler o conto “Singularidades de uma rapariga Loira”, de Eça de Queirós” e o livro Fernão Capelo Gaivota, de Richard Bach. O nosso objectivo é obter uma qualificação que nos permita a ida à Fase Nacional, mas tudo pode acontecer! Catarina Silva – 9º A; Filipa Catarro – 8º D; Vanessa Santos – 9º A

Juntos pelo Ambiente

O

s Gnomos de Gnu – Uma Aventura Ecológica. Foi esta a obra que deu origem a uma actividade que a nossa turma desenvolveu nas últimas semanas: um teatro de fantoches. Num Mundo marcado pelos problemas ambientais, a nossa Directora de Turma apresentounos esta obra de Umberto Eco, para reflectirmos um pouco sobre este Mundo que é o nosso e que n e c e s s i t a , URGENTEMENTE, de uma remodelação. Pusemos mão à obra e decidimos apresentar uma actividade a algumas turmas no âmbito da Semana da Leitura, que decorreu na BE/ CRE de 1 a 5 de Março. Para isso, foi preciso todos trabalharmos para que o espectáculo fosse realizado. Dividimos a turma em grupos: uns no som, outros nos cenários, outros ainda na imagem e os restantes foram repartidos pelas vozes e pela recuperação dos fantoches. Depois, arregaçámos as mangas e começámos a trabalhar arduamente para que tudo corresse como previsto. Aprendemos a projectar a voz, a manipular os fantoches, estivemos a trabalhar a dicção, a

pintar cenários com um objectivo determinado e até tivemos que controlar as músicas e a cor da imagem para acompanhar o espectáculo. Tudo pronto! Sala composta, audiência preparada e nós com um nervoso miudinho, porque estávamos a apresentar em

público o nosso trabalho. O espectáculo concluído, deixámos uma grande mensagem de apelo à acção: tal como os Gnomos de Gnu que preservavam o seu ambiente natural e até

SEMANA DA LEITURA … S EMPRE!...

A

pesar de os livros e as leituras serem a nossa companhia diária, a Semana da Leitura, de 1 a 5 de Março, foi excepcional! No primeiro dia, começámos por escrever uma história criativa, colectivamente, para a qual escolhemos o título: “O Mistério do Balão Azul”, que foi continuada pela turma do 4.º ano, n.º 62. Ainda nesse dia, assistimos a uma peça de fantoches, na Biblioteca da nossa Escola “Os Gnomos de Gnu”- e à leitura de poemas de Luísa Ducla Soares. No mesmo lugar, mas já a 2 de Março, assistimos à leitura de três contos tradicionais: “O Caldo de Pedra”, “A Água e o Sal” e “Os Dez Anõezinhos da Tia Ve r d e Água”. Tinham sido recolhidos por Teófilo Braga, lembrando assim, “O 1.º Centenário da República”, que, este ano, se comemora. Ainda nesse dia, deslocámo-nos à Moagem, onde nos deliciámos com a peça de teatro: “Uma História para Continuar…”, produzida pelo Grupo ESTE, em parceria com a Câmara Municipal do Fundão. E… continuámos e ilustrámos a História!...

PNL

aconselhavam a um passeio na natureza, para curar as doenças, também nós temos que deixar de ser “totós” para que os desastres ambientais sejam irradiados. Esta é também a mensagem do 7.º C: vamos ajudar o nosso planeta! Cláudia Lourenço, David Lourenço e Sofia Matias (7.ºC)

Março de 2010

N

E O

Nos dias seguintes… recolhemos, lemos, produzimos poemas, adereços e ensaiámos o nosso teatro, adaptado do livro:” O Planeta Azul”, escrito por Isabel Magalhães e ilustrado por Helena Veloso, da Edição Calendário de Letras, Lda. No último dia (sexta-feira), fizemos marcadores e desdobráveis onde escrevemos os poemas que tínhamos elaborado. Para finalizarmos essa

“Semana Especial”, apresentámos a nossa peça de teatro à outra turma do 4.º ano (T.62) e, esta, “O Segredo do Rio”. Depois desta actividade, distribuímos os nossos poemas, lançando o desafio a quem encontrávamos nos corredores da Escola: “Leia lá Um Poema!”… E … a maioria leu: Professores/ as, Alunos/as, Funcionários/as… Foi e-m-o-c-i-o-n-a-n-te!... SEMANA DA LEITURA … Sempre!... Texto Colectivo Turma de 4.º Ano N.º 61

CENTENÁRIO DA REPÚBLICA

o dia 2 de Março, os alunos da turma C do 6ºano apresentaram, na BE/CRE, uma leitura expressiva da história “Era uma vez um Livro”, de António Torrado. Foram também apresentados dois PowerPoint sobre a biografia do escritor José Jorge Letria, autor do livro “A minha primeira República”, e sobre a Implantação da República vista pelos alunos do 6ºC. Este trabalho teve como produto final a realização de um livrinho que foi distribuído aos alunos do 5ºC. Todas estas actividades foram planificadas e realizadas na disciplina de Educação Visual e Tecnológica e na Área Curricular Não Disciplinar de Área de Projecto/Plano Nacional de Leitura. Turma 6º C


Letras da Gardunha

14

ARTIGOS DE OPINIÃO — OS NOSSOS PARCEIROS P A R A U M A G E S T Ã O D A B I B L I O T E C A E S C O L A R : A A CÇ Ã O E S T R AT É G I CA D O P R O F E S S O R B I B L I O T E C Á R I O

Carla Fernandes

Como bibliotecários, é nosso trabalho assegurar que administradores, professores, pais/ encarregados de educação, e órgãos decisórios compreendam que os programas de biblioteca são fundamentais para impulsionar a aprendizagem e o sucesso educativo. (Eisenberg e Miller, 2002) em jeito de exortação que Eisenberg e Miller (2002), no seu artigo This man wants to change your Job 1, gizam um plano de actuação da Biblioteca e do professorbibliotecário rumo ao sucesso. Encimam este escrito com três questões-chave que remetem para três acções nodulares da biblioteca escolar (BE): - a promoção do sucesso educativo; - a construção do trabalho colaborativo; - a afirmação do professor bibliotecário na escola. De facto, a natureza da biblioteca escolar envolve-a, desde logo, num plano de gestão para o sucesso pedagógico, pelas funções educativa e informativa que a enraízam. Sendo a entendida como um centro de aprendizagem e de construção de saberes, o trabalho a desencadear tenderá a compreender uma acção conjunta dos docentes e dos aprendizes com uma equipa responsável pela gestão e dinamização desta estrutura. Neste processo evidencia-se o exercício de funções de um profissional, situado ao nível meso, que toma em mãos uma tarefa, tão aliciante quanto árdua, de interacção outras estruturas a nível macro (direcção da escola) e a nível micro (professores e comunidade escolar). Gerir uma biblioteca escolar num contexto de mudança social e educativa, com o obstáculo das rotinas instaladas, exige uma enorme capacidade estratégica. Eisenberg e Miller (2002) sugerem um simples ABC como estratégia poderosa a utilizar pelo professor bibliotecário para modificar as percepções dominantes: A – Articulate a vision and agenda (Articule um plano e uma agenda de acções) B – Be Stategic (Seja estratega – pense e conceba uma gestão estrategicamente, promovendo uma cultura de avaliação) C – Comunicate continously (Comunique continuamente, definindo prioridades) Da simplicidade aparente de

É

um alfabeto dealbante, extraemse, através da força do uso do imperativo, linhas de actuação que podem favorecer a construção de novas atitudes e a produção de efeitos mais positivos no trabalho a desenvolver na/com a biblioteca escolar. Assim, começam por salientar a importância da divulgação das evidências recolhidas em estudos internacionais2, que atestam o impacto da biblioteca escolar e da acção do professor bibliotecário no desenvolvimento das competências no domínio das literacias e das competências de leitura, devem ser divulgadas na comunidade escolar, designadamente em documentos escritos. Interessa fundamentalmente acentuar a relevância dos outputs da BE, nomeadamente: a) no desenvolvimento das competências de literacia da informação b) na promoção da leitura c) na capacidade de processamento da informação Nesta perspectiva, a clara notoriedade das actividades de gestão da informação remete para a existência de um CIO (Chief Information Officer - Coordenador do Gabinete de Informação), que supervisiona os serviços de informação, os sistemas e os recursos, ao mesmo tempo que facilita o acesso à informação, aos recursos tecnológicos e aos serviços. A dupla função de especialista em informação e de supervisor de um programa pedagógico confere ao professor bibliotecário um âmbito de acção extenso e complexo que requer um dimensionamento cauteloso das metas a atingir, devidamente atestadas com a recolha de evidências. O professor bibliotecário é um professor que analisa as necessidades dos alunos e promove a literacia da informação, mas também é o parceiro que reúne com os professores para dimensionar a sua política de aquisições em função das fragilidades evidenciadas, quer no plano curricular, quer no plano do desenvolvimento das aprendizagens. A gestão da mudança passa por transformar espaços de acesso em espaços de conhecimento e de aprendizagem, acompanhando A gestão estratégica, na óptica destes autores, permite transformar o ensejo da meta em realidade, por isso o pensamento e o planeamento estratégico são elementos fundamentais para uma boa gestão. O pensamento estratégico aproxima os problemas das oportunidades. A atitude positiva atrai resultados positivos “positive can-do attitude” (paixão, entusiasmo, optimismo e energia). A ideia consiste em conter o lamento e divulgar a mensagem do impacto da BE no sucesso escolar e no bem-estar dos alunos, tirando vantagens das oportunidades que sobrevêm da interacção com peças-chave da dinâmica das escolas. Agindo como uma força vital nos diálo-

gos que promovem as iniciativas, os assuntos e as prioridades da escola demonstramos a capacidade cooperante da BE e as benesses da sua inclusão nas práticas. A flexibilidade é uma base primária do pensamento estratégico, uma vez que as circunstâncias se modificam com regularidade e a equipa da BE terá de dirigir os seus esforços para ir ao encontro do enfoque de acção da escola/ agrupamento, adaptando-se aos factores condicionantes de contexto. Eisenberg advoga a criação de uma equipa constituída por um coordenador e dois ou três professores dinâmicos, e outros elementos, designadamente os pais, os coordenadores TIC ou de departamento curricular e alunos. Esta diversificação descentraliza a atenção da figura do PB e favorece a apropriação por parte da comunidade educativa. O planeamento estratégico engloba uma análise da organização em termos de inputs, processos e outputs. Os primeiros potenciam a identificação dos segundos, sendo o processo a forma de transformar as condições em resultados. Para atingir os resultados esperados da BE no que diz respeito ao seu âmbito de acção, nas áreas do apoio curricular, da promoção da leitura e das competências de uso da informação, o processo tem uma proeminência fulcral, pois procura-se através dele atingir a meta última: tornar os alunos utilizadores efectivos das ideias e da informação. Para tal urge analisar e planear criteriosamente um trabalho que parte de uma realidade tangível para a prospecção de outros cenários desejáveis, a alcançar por meio de estratégias concebidas com base em decisões, gerindo os recursos disponíveis e promovendo a comunicação. Este é um procedimento que requer uma revisão e uma reavaliação contínua, ajustando objectivos específicos a aproveitando as oportunidades que o tempo vai oferecendo, envolvendo sempre a capacidade de olhar para trás e apurar os resultados obtidos em determinada área. Desta acção deve ser dado conhecimento em relatório, com dados quantitativos dos inputs como referência, mas essencialmente dos outputs que os recursos em oferta propiciaram, complementados com o trabalho de gestão funcional e pedagógica da BE. A comunicação e o marketing do serviço prestado por esta estrutura pedagógica são imprescindíveis, tendo em conta a falta de visibilidade do trabalho da BE na organização escolar. A envolvência da Direcção num projecto activo e indelével da BE é uma condição basilar para a qualificação do trabalho a desenvolver, no entanto só ficará completa se conseguirmos apelar também à comunidade educativa em geral para o reconhecimento de uma estrutura que tem potencialidades cientificamente demonstradas.

No que concerne aos órgão de direcção (Conselho Geral e Director, segundo o Decreto-lei nº 75/2008, de 22 de Abril), importa essencialmente conferir rigor e seriedade às actividades propostas, demonstrado uma clareza de acção suportada por uma planificação coerente, dimensionando metas, mas tomando em conta os obstáculos, as oportunidades, tentando aproximá-los e sugerindo uma linha de acção concreta com vista a atingir os resultados esperados. Os memorandos frequentes, com dados relativos à evolução de um processo, poderão beneficiar o testemunho de um trabalho de gestão efectivo e também proporcionar eventuais redefinições com contributos advindos de quem gere a instituição, melhorando a sua consecução. Não interessa apenas enfatizar os pontos positivos, mas os constrangimentos que entravaram o regular funcionamento do trabalho desenvolvido. Nesta comunicação por escrito devem constar os compromissos para um ano e, no entender de Eisenberg e Miller (2002), com citações de estudos internacionais e advoguem inequivocamente o impacto da BE. Os compromissos devem consignar o programa da BE em termos de: - ensino/aprendizagem; -acesso à informação e empréstimo; - programa de gestão; - Outputs: estratégias de promoção literacia da informação e tecnológica; standards de literacia da informação; articulação com a sala de aula; impacto quantitativo nas aprendizagens; estratégias de promoção da leitura; papel das tecnologias da informação e comunicação e de outras ferramentas. O uso de páginas Web para difusão da informação da BE e a realização de reuniões com equipas de trabalho regularmente poderão fazer a comunidade educativa apropriar-se dessa missão de formar alunos capazes de produzir informação, como um desafio comum. Ser a activo e motivado são características que o autor considera imprescindíveis para uma acção estratégica e política na escola. Não se trata de uma batalha individual, mas antes um esforço conjunto, resultante de abordagens aos diferentes protagonistas que compõem o tecido escolar. A Biblioteca Escolar/ Centro de Recursos (BE/CRE) é mais do que um conjunto de recursos, de serviços e de utilizadores; é um programa de criação de sinergias em torno de uma missão que diz respeito a toda a comunidade escolar. A reconceptualização da BE na nova era da informação implica um investimento dirigido, com práticas e modelos de gestão adequados aos contextos específicos, no sentido de promover o sucesso. Gerir a BE hoje pressupõe um conjunto de processos e acções que alicerçam uma tomada de

REFERÊNCIAS 1-Eisenberg, Michael & Miller, Danielle (2002). "This Man Wants to Change Your Job", School Library Journal. 9/1/2002. Disponível em <http://www.schoollibraryjournal.com/article/CA240047.html 2-Information Power (ALA, 1998) Krashen (1993) The Power of Reading 3- Jonhson, Doug (2002). The seven most critical challenges that face our profession. Teacher-Librarian. May/June. Disponível em http://www.moodle.org/0.829339770747297 Jornal Escolar do Agrupamento de Escolas Serra da Gardunha — Fundão

http://www.aesg.edu.pt

decisão consciente e consentânea com a realidade. Da implementação e organização do espaço, de acordo com as normas relativas a cada uma das zonas funcionais e com o perfil dos utilizadores, estende-se a sua área de intervenção ao domínio da planificação estratégica de metodologias no quadro da instituição escolar e dos novos paradigmas de acesso. A alteração dos ambientes e dos suportes que sustentam a informação, néctar de realização as aprendizagens e de construção do conhecimento, adita um desafio ao professor - bibliotecário e à sua equipa de trabalho: ir para além da oferta de um espaço bem apetrechado e rumar para a programação de outros serviços que vão ao encontro dos objectivos programáticos e dos planos curriculares, traves mestras dos desígnios da Escola. O enfoque no trabalho da sala de aula permite à BE tornar-se um verdadeiro aliado na concretização dos objectivos centrais do ensino, os que se centram no domínio pedagógico, produzindo impacto nas aprendizagens e, por consequência, nos níveis de sucesso da população escolar. Johnson (2002)3 afirma, num misto de ironia e comicidade, que por vezes tem a sensação de que nós trabalhamos muito, mesmo muito, para escalar a montanha só para constatar que o resto da escola está no cume vizinho. Esta metáfora exprime bem a manifesta desorientação no rumo normalmente traçado pelo professor bibliotecário e da sua equipa. Para modificar este estado de coisas, há que envolver definitivamente a BE na construção do sucesso educativo, numa caminhada comum de trabalho com os diferentes agentes na escola. Assim, urge: - integrar a BE nos documentos organizativos da escola; - promover o trabalho colaborativo com os docentes das diferentes áreas curriculares, disciplinares e não disciplinares; - incorporar na função do professor bibliotecário as vertentes de especialista, gestor da informação e parceiro/consultor; - sustentar na escola o papel pedagógico activo do professor bibliotecário no processo de desenvolvimento da formação de alunos e professores, bem como na de obtenção de resultados; - defender a relevância da actuação da BE/CRE através da aplicação de estratégias de avaliação e recolha de evidências. Em suma, mudar a BE passa por modificar as atitudes e os procedimentos, de forma a cruzar as directrizes essenciais de uma escola, encontrar o seu âmago, para caminhar na mesma direcção, desenvolvendo esforços para atingir o mesmo cume da montanha.

•Carla Fernandes •DREC - Direcção de Serviços de Apoio Pedagógico e Organização Escolar •Representante do Gabinete da Rede de Bibliotecas Escolares na DREC Ano 1—Nº2


Letras da Gardunha

15

ARTIGOS DE OPINIÃO — OS NOSSOS PARCEIROS A LEITURA É UMA NENHUM ECRÃ E

A Educação é uma Prioridade

A

educação é, com toda a certeza, um dos factores mais importantes para a construção de uma sociedade democrática, desenvolvida e socialmente justa. É condição básica e direito fundamental da cidadania. E porque acredito que a Educação é a melhor das heranças que podemos deixar às gerações vindouras, devemos celebrála além portas dos estabelecimentos em que se pratica. Este jornal é um dos bons exemplos desta celebração, é conduzir toda a matéria que se vai concretizando na escola à comunidade em geral, fazendo com que esta se aproprie da responsabilidade pelos mais novos. Como Vereadora do Pelouro da Educação, orgulho-me destas acções pelo princípio a elas inerente: incitar à participação de toda a comunidade no que se vai concretizando nas escolas do concelho.

Falta acrescentar a esta dicotomia outra dimensão: a família. Há que assegurar a continuidade entre a escola e a família, através do envolvimento parental, na qualidade do processo de ensino-aprendizagem, apresentando-lhes, através do jornal escolar, o que vai ocorrendo no quotidiano escolar dos seus educandos. E bons exemplos destas práticas levadas a cabo pelo Agrupamento de Escolas Serra da Gardunha podem citar-se: o recente convívio entre as 4 cidades “irmãs” através do Projecto “À Descoberta das 4 Cidades”; as Comemorações do Centenário da República (planeadas e executadas entre escolas e município); o Projecto Escol(H)a Viva ou o Projecto Lusofonias. Todas têm um denominador comum: o envolvimento da trilogia acima referida: Escola – Família – Comunidade. Congratulo-me com todos aqueles que colaboram para a concretização destas iniciativas, desejando a continuação de um bom trabalho nesta missão que é de todos. É no sentido de promover, sempre, a melhoria das condições e atendendo aos contextos social, cultural, económico e geográfico que a Câmara Municipal do Fundão, numa perspectiva concertada e contextualizada, procura desenvolver a sua acção, assumindo, em definitivo, o seu papel enquanto parceiro da Comunidade Educativa. EDUCAÇÃO É UMA PRIORIDADE! •Alcina Cerdeira •Vereadora do Pelouro da Educação da Câmara Municipal do Fundão

NECESSIDADE BIOLÓGICA DA ESPÉCIE. NENHUMA TECNOLOGIA CONSEGUIRÃO

S U P R I M I R A N E C E S S ID A D E D E L E I T U R A T R A D I C I ON A L .

A U TO R : U M B E RTO E C O

A

leitura é o melhor exercício da memória e da imaginação. Nenhuma tecnologia poderá ultrapassar esta forma de projecção da experiência de cada um na liberdade que as linhas de um livro fornecem aos seus leitores. Embora a tecnologia esteja cada vez mais evoluída, a leitura fornece a possibilidade ao leitor de criar o seu próprio mundo de fantasia em torno do que o autor lhe transmite. O que aconteceu no dia em que me desloquei à Escola EB1 Srª da Conceição foi o suplantar do acto individual da leitura para uma partilha, para um acto colectivo, social e dirigido a crianças e adultos que presenciaram a pequena e n c e n a ç ã o da"Bruxinha Míope". Em ambiente de quase festividade, festejámos em •Alcina Cerdeira conjunto a Semana da Leitura, tendo sido bastante gratificante o brilho no olhar das crianças que assisti•Vereadora do Pelouro da Educação da Câmara Municipal do Fundão ram, embevecidas, à nossa história.

ESCOLA PROFISSIONAL DO FUNDÃO A C O O P E R A Ç Ã O A O S E RV I Ç O D A F O R M A Ç Ã O

A

Escola Profissional do Fundão nasceu da cidade. A vontade da Associação Comercial e Industrial do Fundão e da Câmara Municipal determinaram o aparecimento desta escola. Fica claro, portanto, que a sua ligação ao meio é absoluta e vem desde o seu início. A realidade regional esteve sempre presente e foi considerada quando os órgãos escolares tiveram que decidir a futura oferta formativa da nossa escola. A participação da Associação Comercial e Industrial bem como a presença de empresários no Conselho Consultivo permitiram que estivéssemos sempre próximos da realidade sócio profissional do nosso concelho mas também dos concelhos limítrofes. Foi assim que de um modo natural e lógico foram sendo criados os cursos de Comércio, Construção Civil, Hotelaria, de Gás e Gestão de Ambiente e que constituem a base da actividade produtiva da região.

Naturalmente que depois a prática de vida da Escola foi alargando as redes de relações com instituições da região, do país e da União Europeia. Os protocolos foram sendo celebrados com empresas, mais de duzentas de todos os ramos de actividade, com universidades, com os centros de formação profissional, com as Câmaras Municipais, com instituições de países de expressão portuguesa, Cabo Verde e S. Tomé e Príncipe, e a Escola Pública, como é o caso do Agrupamento de Escolas Serra da Gardunha. A ligação a este Agrupamento como forma de potenciar sinergias para uma verdadeira cooperação capaz de dar aos alunos, sobretudo aqueles para quem o percurso dentro das margens se afigurava como o mais difícil. Dessa vontade de chegar a esses alunos, para os quais a formação profissional foi o caminho mais certo, sabemo-lo hoje, importa registar a vontade e disponibilidade dos parceiros que potenciaram uma acção comum, prática que muito nos enriqueceu a todos – alunos, professores e direcções das escolas. Parece que foi ontem, mas já lá vão quase meia dúzia de anos que iniciamos esta cooperação que deu frutos, que só os mais optimistas sonhariam. Da primeira tímida experiência de pastelaria aos serviços de mesa e bar passando pelos computadores, aconteceu a magia de estágios

em empresas portuguesas mas também no estrangeiro, aconteceu qualificação profissional da boa, sem modéstia, que formou bons profissionais e aconteceu educação - porque estes jovens continuaram a estudar e a querer aprender a aprender. O reconhecimento desta nova atitude face à formação de jovens tem-no feito o tecido empresarial da nossa região através do acolhimento que lhes proporciona oferecendo boas condições de trabalho. Alguns deles têm mesmo conseguido a sua realização profissional fora de portas noutros pontos do país e do estrangeiro, para o que tem contribuído nomeadamente o treino adquirido, nos seus percursos de formação, para o empreendedorismo. A criação afectiva destes laços entre as nossas escolas tornou-se nesta associação educativa capaz de formar mas também educar, dotando os nossos jovens técnicos de competências profissionais associadas a atitudes humanas e sociais que os recomendam. Não podemos pensar em técnicos responsáveis que não tenham idoneidade, sentido do dever, respeito pelos outros, consciência cívica e ecológica. Este tem sido o espírito desta cooperação e caminho Março de 2010

em comum possibilitando a formação dos jovens para a actividade profissional, com grande sentido de responsabilidade e educação para a cidadania. Este conjunto de valores que esta parceria pretende ver transmitidos tem uma filosofia de escola muito objectiva “ todos aqui têm lugar, que cada um o assuma respeitando os outros”. É com este princípio que queremos que os alunos, todos os alunos, possam crescer em harmonia. Esperamos que este frutuoso caminho lado a lado possa permitir durante muito tempo essa nossa vontade. •Henrique Dias •Director Geral da Escola Profissional do Fundão

Oferta Pedagógica da Escola Profissional do Fundão para o próximo ano lectivo : Curso Profissionais (12.º ano de Escolaridade ) • Curso Técnico de Comércio • Curso Técnico de Construção Civil • Curso Técnico de Restauração • Curso Técnico de Gás • Curso Técnico de Gestão do Ambiente

Cursos de Educação e Formação (9.º ano de Escolaridade ) • Electricista de Instalações (Tipo 2) • Canalizador(Tipo 2) • Pastelaria/Padaria (Tipo 2) • Empregado Comercial (Tipo3)

Rua Cidade de Salamanca, 1 Apartado 250 6231-909 Fundão Telefone:275 779 050 Fax: 275 779 059 info@epfundao.edu.pt escola@epfundao.edu.pt


Letras da Gardunha

16 11

PROJECTOS

DE

MARÇO,

DIA DE

M

ais um aniversário que passa sobre a geminação das cidades do Fundão, Marinha Grande, Montemor-o-Novo e Vila Real de Stº António. Este ano, a cidade anfitriã é o Fundão. A esta festa juntaram-se cerca de 200 crianças e vinte professores, vindas das escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico das freguesias destas cidades. Neste dia tão especial, é justo salientar a importância que o projecto “À Descoberta das 4 Cidades” tem assumido ao longo dos seus dezasseis anos de vida. Este projecto nasceu na escola do 1º ciclo do ensino básico de Aldeia de Joanes e, imediatamente, conseguiu difundir os seus objectivos pelas restantes cidades e multiplicar-se por várias escolas: desenvolver o conhecimento, criar novas amizades, promover o intercâmbio escrito, participar anualmente, de uma forma activa, nas comemorações do aniversário destas 4 cidades, contribuir para a formação cívica dos alunos, envolver as comunidades em que as escolas estão inseridas e promover acções educativas conducentes à produção de materiais – livros,

omo é do conhecimento de todos, há uns meses atrás, realizaram-se as eleições para o Parlamento dos Jovens. Dessas eleições saíram trinta e um deputados, que passaram então à sessão escolar a qual se realizou no dia dezanove de Janeiro de 2010. De entre as onze listas presentes, cada uma teve de apresentar duas medidas. Estas listas eram compostas pelos 31 deputados eleitos. A sessão de trabalhos teve início com as boas vindas da presidente da mesa, professora Eugénia de Sousa. Também esteve presente a deputada do partido Socialista, Hortense Martins, do círculo eleitoral de Castelo Branco. Hortense Martins começou fornecendo informações sobre a Assembleia da República e os seus partidos constituintes. De

C

A NIVERSÁRIO

colecção de postais, exposições, puzzles, “roteiro 4 cidades”, cdrom… Hoje, podemos confirmar que estão cumpridas as expectativas inicialmente criadas, mantendo bem viva a chama do processo de geminação em curso. Como exemplo de tudo isto está o empenho demonstrado pela EB1 das Atalaias, através da sua participação activa no contributo para o conhecimento da sua História local, bem demonstradas nos produtos em fase de conclusão: ROTEIRO DAS 4 CIDADES, composto por 4 mapas (um de cada concelho/cidade) e um CDROM interactivo, em que poderemos viajar por cada uma das cidades, visitar lugares, conhecer estórias e fazer História.

•Joaquim Gouveia •Coordenador do Projecto a nível das 4 cidades geminadas

seguida, foram feitas algumas perguntas por parte dos alunos, evidenciando-se a polémica questão do casamento homossexual. Depois da partida da deputada, iniciou-se a apresentação das

medidas de cada lista, por parte dos respectivos porta-vozes, seguindo-se um “feroz” debate que durou cerca de uma hora. Foram discutidos certos assuntos, tendo sempre em mente o tema “Educação Sexual”. No final do debate, os alunos aproveitaram uma pausa para unir as respectivas medidas. Essas foram lidas e votadas,

Jornal Escolar do Agrupamento de Escolas Serra da Gardunha — Fundão

E.B.1 DAS ATALAIAS – Atalaia do Campo e Póvoa de Atalaia

N

o passado dia 11 de Março, a Câmara Municipal do Fundão fez a recepção aos alunos, professores, assistentes operacionais, técnicos e vereadores das cidades de Montemor-o-Novo, Marinha grande, Vila Real de Santo António e Fundão, no âmbito do Projecto “À Descoberta das 4 Cidades”. A recepção teve o seu início com a concentração das 4 cidades na Praça do Município, onde o hastear das bandeiras deu o mote para o início das comemorações solenes do Dia da Cidade. As cidades visitantes fizeram a entrega dos presentes para o Sr. Presidente à Sr.ª Vereadora, por este se encontrar ausente. Seguidamente, todas as crianças alegraram a praça entoando o Hino do Caracol e divulgaram o jornal junto da população da cidade do Fundão, distribuindo o mesmo em comércios e a transeuntes. Na Moagem, as crianças puderam conhecer alguns brinquedos artesanais já bastante antigos e ver como era processado o fabrico da farinha de milho, trigo e centeio que a moagem, nos seus tempos de actividade, fazia. No final, o pavilhão Mul-

tiusos esperava os alunos para os divertir em jogos orientados por professores de Actividade Física das Actividades Extra Curriculares. No dia 12 de Março, a Serra da Estrela serviu de palco de diversão a todas as crianças e adultos envolvidos no projecto. Foi uma manhã que, certamente, ficará na memória de todos, principalmente daqueles que, pela primeira vez, puderam sentir a brancura gelada da natureza serrana, ao vivo e a cores. As E.B.1 das Atalaias e de Silvares presentearam os alunos

visitantes com uma recordação que os sensibilizou. As visitas no âmbito do Projecto têm continuidade já no próximo mês de Abril. Assim, a E.B.1 das Atalaias, do grupo do 2º ano do projecto, será recebida em Montemor-o-Novo, enquanto o grupo de Silvares, no 3º ano do projecto, será recebido em Vila Real de Santo António.

assim como os respectivos deputados. As três medidas mais votadas que foram: 1 - Realização de seminários e palestras nas escolas, com a presença de mães adolescentes e de vítimas de Infecções Sexualmente Transmissíveis, tendo como oradores técnicos de saúde. Criação de um gabinete de saúde/ clube, que servirá de apoio à comunidade escolar. Em paralelo, criação de um "Cheque Ginecologista", para as adolescentes a partir dos 14 anos. 2 - Diminuição do preço da vacina contra o cancro do colo do útero, para a faixa etária não integrada no Plano Nacional de Vacinação. 3 - Sessões de esclarecimento sobre educação sexual, destinadas aos pais/ encarregados de educação, organizadas pelas escolas em parceria com o Centro de Saúde local. Os deputados mais votados foram: Miguel Lambelho, do 9ºB, Cristiano Gaspar, do 8ºD, e Paulo Afonso, do 9ºB, que irão representar a escola na Sessão Distrital, a qual irá decorreu no dia 15 de Março, em Proença-a-Nova.

o passado dia 15 de Março, realizou-se a Sessão Distrital do Parlamento dos Jovens, no Auditório Municipal de Proença – a – Nova, na presença dos dois deputados efectivos, eleitos em Sessão Escolar, Cristiano Gaspar, do 8º D, e Miguel Lambelho, do 9º B, e do deputado suplente, Paulo Afonso, também do 9º B. Esta sessão foi presidida pelo deputado eleito pelo círculo eleitoral de Castelo Branco à Assembleia da República, Carlos São Martinho, do grupo parlamentar do Partido SocialDemocrata. Os alunos da Escola Serra da Gardunha defenderam as suas recomendações de uma forma aguerrida e corajosa, tendo sempre por base o respeito por todos os deputados presentes. Deste modo, a Escola Serra da Gardunha foi a mais votada, de entre as vinte escolas presentes, tendo o deputado Cristiano Gaspar sido eleito entre os seus pares, como porta-voz do distrito de Castelo Branco, na Sessão Nacional a realizar no mês de Maio, na Assembleia da República, em Lisboa. O grupo da Escola Serra da Gardunha foi acompanhado, quer nos trabalhos quer na presença, por duas professoras da Escola sede: Maria Eugénia de Sousa, Coordenadora do Projecto “Parlamento dos Jovens”, e Maria Dulce Simões, Coordenadora do Projecto “Educação para a Saúde”, que trabalham em interdisciplinaridade. Professora Eugénia de Sousa

As Professoras Filomena Afonso e Dina Domingos

N

Miguel e Sebastião – 9ºB

http://www.aesg.edu.pt

Ano 1—Nº2


Letras da Gardunha

17

PROJECTOS

Ciência Sobre Rodas O “Ciência Sobre Rodas” no 1º Ciclo

A

o longo de todo este período lectivo, o projecto “Ciência Sobre Rodas” tem-se deslocado a todas as escolas do 1º Ciclo do Agrupamento, com o objectivo de levar recursos que permitam o desenvolvimento de actividades experimentais dentro da sala de aula. Com os alunos do 1º e 2º ano de escolaridade, foram realizadas duas experiências: “Vai chover?” e “Cores que desaparecem”. Com os alunos do 3º e 4º ano, foi realizada uma experiência que se chama “Densidade dos Sólidos”.

Durante as sessões os alunos mostraram-se sempre muito entusiasmados e participativos, em grande parte por terem a oportunidade de serem eles próprios a manusear o material e a executar o procedimento. Desta forma esperamos conseguir despertar a curiosidade dos alunos e aumentar a sua motivação no que diz respeito ao trabalho experimental das Ciências. A Equipa CSR

Testemunho “Ciências Sobre Rodas”: este nome tão apelativo despertava a minha atenção sempre que dele ouvia falar. Foi só esperar pela altura certa e, no dia em que surgiu a oportunidade de fazer uma aula prática de Ciências da Natureza, resolvi solicitar a colaboração do projecto para perceber o que tinha de tão inovador. De facto, foi aposta ganha, uma vez que a aula não podia ter corrido melhor. Em conjunto com a colega Mónica Duarte, dinamizámos uma aula prática do 6º ano onde a temática era observações microscópicas. A aula correu tal como eu esperava: dinâmica, motivadora e, acima de tudo, produtiva, uma vez que a motivação originou uma participação invulgar por parte dos alunos. Com um resultado tão positivo, tenho a confessar que é um projecto com o qual faço questão de continuar a trabalhar, uma vez que dinamizam actividades muito didácticas, têm um enorme leque de recursos que nos podem ser emprestados e nunca lhes falta imaginação e criatividade. Parabéns às “Ciências Sobre Rodas” e continuem.

“C IÊNCIAS S OBRE R ODAS”

O

lá, eu estou no clube “Ciências Sobre Rodas” e vou dizer -vos como tem sido. O “Ciências Sobre Rodas” é um projecto muito interessante porque ficamos a saber os segredos das coisas: como funciona uma ventoinha eólica, como distinguimos o sangue venoso do arterial ou até como construir um forno solar. As professoras que estão neste clube são a professora Mónica e a professora Maria João Ramos. Estas professoras têm como objectivo melhorar a cultura geral dos seus alunos. Por isso, deixamos um desafio:

Entra no Nosso Clube!!

Ana Isa Saraiva

Concurso Caça às Minhocas terceiro ciclos. Os alunos do 2º Ciclo estão a fazer as minhocas

CLUBE

artificiais. Para isso, fizeram a massa e modelaram as minhocas, utilizando corantes de duas cores: verde e castanho. Os alunos do 3º Ciclo estão a fazer o comedouro, estrutura que vai servir de suporte à observação dos pássaros na selecção das minhocas. Nesta actividade, os alunos têm a colaboração do Sr. Fernando Gonçalves – o Inventor . No final da investigação, e depois de recolhidos e analisados todos os dados, os alunos irão elaborar um documentário em formato de vídeo que será submetido a concurso. A equipa do CSR

N

o âmbito do ano da Biodiversidade, a Agência Ciência Viva está a promover a actividade/ concurso "Caça às minhocas". O Clube Ciência Sobre Rodas aderiu à actividade, que está a desenvolver neste momento. Com este projecto pretende-se investigar se a coloração das minhocas afecta a probabilidade destas serem devoradas pelos pássaros. Nesta actividade estão envolvidos alunos do segundo e do

AS M INHOCAS (RELATO

DE UMA

EXPERIÊNCIA)

O CLUBE CIÊNC I A S S OB R E RODAS É…

C

omeçámos por fazer a massa, mis…um clube que caminha com turando os ingrealunos motivados e segue o rumo dientes com faride uma Escola com sentido, vonnha, água, corantes (verdes) ou tade de guiar quem tiver força de chocolate para acastanhar as aprender, ultrapassar quaisquer minhocas. Amassámos. obstáculos que venham a enfrenDepois de bem amassados, tar. A estrada vai-se alargando até começámos a moldá-las, dandoao horizonte sem limites. Que lhes a forma de minhocas de 7 esta viagem continue e que os centímetros e com pouca grossupassageiros sejam cada vez mais ra. e melhores! De seguida, colocámo-las no Professora Cristina Silva frigorífico para durarem mais tempo e ficarem mais duras. Essas minhocas servirão para dar aos pássaros dentro de um comedouro que será construído por nós e, no interior do mesmo, será colocada uma câmara para filmar. Mais tarde, ficaremos a saber que minhocas serão do agrado dos pássaros: as verdes ou as castanhas. Laura Marques e O “Ciência Sobre Rodas” é … Leonor Paulos engraçado, divertido, científico activo e, sobretudo, fazemos actividades que nos chamam a atenção, pois podemos participar. Leonor Paulos – 5º C

Março de 2010


Letras da Gardunha

18

DEPARTAMENTOS

Departamento de Línguas

Presidents’ Day

N

o passado dia 18 de Fevereiro, celebrou-se, na nossa escola, o Presidents’ Day. Este é um feriado móvel nos Estados Unidos da América, que ocorre na 3ª segun-

da-feira do mês de Fevereiro e que tem por objectivo homenagear todos os presidentes desse país. Nesta actividade, dinamizada pelo sub departamento de Inglês, e com a preciosa colaboração das professoras Teresa Gertrudes, Deolinda Marques e Margarida Januário, estiveram envolvidas turmas de 2º e 3º ciclo, cujo trabalho e empenho

Valentine´s Day

H

ello reader´s! Everyone knows that Valentine´s Day is on 14th February, but this day was on a Sunday, so our school decided to celebrate it on 12th. In an English lesson with the help of our teacher we wrote love messages and nice poems to offer to our parents, lovers, teachers or friends. This year was different because we wrote them on beautiful shaped heart cards (made by the teacher of Visual Education), which was very original. Then they were put in the Love Mail Box in BECRE. On the 12th,a group of students delivered all these coloured hearts to the ones they were addressed to. We also decorated the entrance hall with big Hearts, where we hung most of our poems. All people were happy and it was very funny. Laura Ramos, 8ºB Cristiano Gaspar, 8ºD

foi fundamental para a realização e sucesso da referida actividade. Assistimos a apresentações de trabalhos em Powerpoint, elaborados por alunos das turmas B, C e D do 9º ano, tendo como pano de fundo uma exposição de trabalhos e retratos dos presidentes,

feitos em vários materiais, das turmas de 6º, 7º, 8º e 9º anos, que embelezaram toda a apresentação e a nossa BECRE. Para que esta actividade ficasse também marcada por um sabor especial foram distribuídos por toda a escola os típicos Patriotic Bonbons, confeccionados por alunos do 2º e 3º ciclo. Professora Paula Duarte

CELEBRATING PRESIDENT´S DAY

P

resident´s Day is celebrated in America on 15th February. Since we were on holidays our school celebrated it on 18th. It was the first time this activity took place at our school. The teachers of English together with the teachers of Visual Education organized a well done activity by motivating the students to do research work about the USA presidents, famous monuments and other events related to this holiday. The Works done by some students: Power points, movie makers, drawings, President’s portraits were shown to the other students, teachers and others in BECRE. At the same time the typical Patriotic Bonbons (because they have the three colours of the American Flag: blue, white and red) were being offered. These ones were made by the students themselves. They are made of cheese and coconut and we liked them very much,

they´re delicious! The aim of this activity was to motivate the students to learn more about the American Culture, which was achieved. This initiative was new and was successful thanks to the efforts of the organizers, the teachers of English and their students, who worked a lot and did their best. Vanessa Santos - 9ºA

BARACK OBAMA

A

escolha deste presidente surgiu, depois de uma pequena pesquisa, devido a ambas querermos dar a conhecer à comunidade escolar uma pessoa que lutou muito para chegar onde chegou. Obama é, sem dúvida, um exemplo e também um Ídolo para muitas pessoas em todo o mundo. Ele demonstrou ao Mundo que, sendo um simples advogado, e, por acaso ser filho de pai negro e mãe branca, poderia ser um grande Presidente Americano, que irá ficar na história Americana e Mundial! Barack Obama é o 44º Presidente dos Estados Unidos da América. Nasceu no Hawaii a 8 de Agosto de 1961. Depois de estudar na faculdade, Obama mudou-se para Chicago, onde trabalhou com um grupo de igrejas para ajudar comunidades devastadas. Após alguns anos, voltou para Hawaii para continuar a ter aulas de Direito, formando-se em advocacia. Obama dedicou anos de serviço público, acreditando na capacidade de unir pessoas em torno de um objectivo político. Em 1992, casou-se com Michelle Obama. Tiveram 2 filhas: Malia, de 10 anos, e Sasha, de 7 anos. Em 16 de Janeiro de 2007, anunciou a criação de um comité para recolha de fundos para uma candidatura à presidência. Em 28 de Agosto de 2008, Obama foi nomeado oficialmente para concorrer à Casa Branca, contra o republicano John McCain. Devido à sua história pessoal (pai negro, mãe branca e padrasto asiático), é visto por muitos como um unificador, alguém que consegue transpor a barreira racial. O próprio Obama já brincou com isso quando disse que os seus jantares de família "são sempre uma mini-ONU, com parentes de todas as etnias”. Recebeu o importante apoio da Família Kennedy. A 4 de Novembro de 2008, Barack Obama foi eleito presidente dos Estados Unidos, derrotando John McCain. No discurso de vitória, em Chicago, proferiu uma frase histórica: “Se existe alguém que ainda duvide que os Estados Unidos sejam o lugar onde todas as coisas são possível, que ainda questione a força da nossa democracia, a resposta está aqui esta noite” Barack Obama ganhou o prémio Nobel da Paz de 2009, "pelos extraordinários esforços para reforçar o papel da diplomacia internacional e a cooperação entre os povos".

Inês Marques, Inês Brito – 9ºD Jornal Escolar do Agrupamento de Escolas Serra da Gardunha — Fundão

http://www.aesg.edu.pt

Ano 1—Nº2


Letras da Gardunha

19

DEPARTAMENTOS QUI

Légende et tradition des cloches de Pâques...

E

ntendez-vous tintinnabuler les cloches de Pâques ? N’est-ce pas plutôt la gourmandise qui fait résonner votre estomac, en pensant à cette manne de chocolat tombée du ciel et venant de Rome d’après la légende ? Justement, petit rappel sur la tradition et les légendes de Pâques, des cloches aux œufs... Vers le 7ème siècle, en signe de deuil, l’Église interdit de faire sonner les cloches entre le Jeudi Saint et le Dimanche de Pâques pour commémorer le temps qui s’écoula entre la mort du Christ et sa résurrection. Les cloches restent donc silencieuses du Vendredi Saint au Dimanche de Pâques, elles ne sonnent pas pendant la mort du Christ ! On attache les cloches des églises pour éviter qu’elles ne sonnent. Et même durant l’office religieux, la clochette fait place à une crécelle. Ainsi, la fête chrétienne pascale rappelle le souvenir de la résurrection de JésusChrist. Les croyants célèbrent le passage de la mort à la vie, symbolisé aujourd’hui par la fête qui permet de passer du désespoir à l’espérance. Dans la coutume juive cela se traduit également par le fait de faire ménage dans les maisons. La fête pascale se traduit par

une sorte de purification, via un Carême, un jeun suivit le dimanche, pour la résurrection, par un repas festif, fait d’agneaux en biscuit, de lièvres en chocolat avec une hotte sur le ventre, et des œufs de tous calibres fabriqués par les pâtissiers. Dans certains pays catholiques et notamment en France, la légende des cloches de Pâques

assure que, le soir du Jeudi saint, elles partent à Rome pour être bénies par le Pape. Puis, le matin de Pâques, les cloches peuvent à nouveau sonner et annoncent la joie de la résurrection du Christ. Les cloches sont alors libérées de leurs rubans et peuvent tintinnabuler derechef ! A Rome, elles se chargent d’œufs de Pâques qu’elles sèment ici et là durant leur voyage de retour. Un retour effectué grâce à une paire d’ailes dont elles sont dotées, ou alors à la faveur d’un voyage en char. Les œufs répandus dans les jardins, feront alors l’objet d’une

quête amusant pour les enfants... Outre les cloches, selon la tradition, la légende veut que les œufs en chocolats soient cachés par des animaux, comme le lapin par exemple ou encore le renard (en Allemagne) ou la cigogne en Alsace… De l’œuf au chocolat L’œuf symbole de vie et de renouveau s’est imposé avec le Christianisme comme l’objet emblématique de la résurrection. L’interdiction de manger des œufs durant le Carême provoquait une sorte de sur-stock d’œufs ! L’idée de s’échanger des œufs décorés étaient une façon de s’en débarrasser. En Russie ou Roumanie par exemple, la religion Orthodoxe pratique une tradition datant du Haut moyen âge, avec bénédiction et distribution d’œufs teints lors de la célébration de Pâques. Louis XIV distribuait lui-même à ses courtisans des œufs peints à la feuille d’or. C’est au 16ème siècle, que s’est développée la coutume de cacher des surprises dans des œufs. On raconte que Louis XV aurait ainsi offert à Madame du Barry une statuette de Cupidon ayant pour "écrin" un énorme œuf de Pâques. Quant à l’œuf en chocolat, il s’agissait tout d’abord d’un œuf vidé et remplit de chocolat (18e siècle). C’est ensuite que des chocolatiers on créer des œufs en chocolat.

A P P O RT E L E S ΠU F S D E

PÂQUES ?

France et autres pays européens

L

es cloches ne sonnent pas du Vendredi Saint au Dimanche de Pâques. Une légende dit que les cloches se rendent à Rome où elles se chargent d’œufs de Pâques qu’elles répandent à leur retour dans les jardins. Les enfants n’ont alors plus qu’à les chercher. Qui apporte les œufs de Pâques? Si dans tous les pays de culture chrétienne on trouve la tradition des œufs de Pâques, ils ne sont pas apportés aux enfants de la même manière ! Chaque pays voire chaque région a sa tradition pour les œufs de Pâques. Les cloches de Pâques La tradition la plus implantée en France veut que les cloches sonnent chaque jour de l'année pour inviter les fidèles à assister à la messe. Sauf au moment de Pâques, où elles sont silencieuses du Jeudi au Samedi saint. Elles en profitent pour partir à Rome se faire bénir et elles rapportent des œufs de toutes sortes aux enfants sages ! En traversant la France elles perdent œufs, poules, poussin et lapin en chocolats à la plus grande joie des enfants qui dès midi passé partent à la chasse aux œufs ! Le lapin de Pâques En Alsace et en Allemagne c'est un lapin qui se charge d'apporter les précieux œufs. La veille de Pâques, les enfants confectionnent un nid de paille ou de mousse que les parents cachent dans le jardin ou dans la maison afin que lièvre de Pâques y ponde ses œufs multicolores. Dès le lendemain matin, les enfants partent à la recherche des œufs ! Dans les pays anglo-saxons on trouve encore un lièvre blanc. Lièvre ou lapin l'apparition de cet animal remonte aux premières fêtes païennes du printemps dont ils sont le symbole de la fécondité. Mais le lapin a aussi une symbolique chrétienne forte puisque le Christ est parfois symbolisé par un lièvre ou un lapin, ouvrant toutes grandes ses oreilles, pour écouter la Parole de Dieu et la mettre en pratique.

CEF — CURSO DE EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO O MUNDO DO TRABALHO

M A I S U M D I A D E V I OL Ê N C I A D OM É S T I C A . . .

N

o dia 5 de Março a nossa Turma, juntamente com a turma SM2, assistiu a uma palestra sobre futuras oportunidades e saídas do Curso de Serviço de Mesa. Vieram à Escola dois ex-alunos: Fábio Ladeira e André Alves, que deram início ao debate explicando aos presentes o seu percurso até chegarem onde estão hoje. No decorrer da sessão, todos fomos colocando questões e debatendo ideias acerca do que podemos fazer no futuro e quais as possibilidades no mercado de trabalho. Ao mesmo tempo, foram surgindo na conversa as situações e experiências engraçadas pelas quais estes alunos já passaram e que nos fizeram ver que o trabalho até pode ser bastante divertido. No final, todos tivemos direito a um Certificado de Participação. A nossa Turma está de acordo em afirmar que esta sessão foi bastante útil porque nos ajudou a perspectivar os objectivos futuros em relação ao mundo profissional. Turma SM1

M

omento de boa disposição e de partilha entre o 6ºC e a turma de Serviço de Mesa 2 (CEF). No âmbito do “Presidents’Day”, os alunos do curso SM2 apresentaram aos alunos do 6ºC um trabalho realizado na disciplina de Inglês sobre os Estados Unidos: presidentes, locais mais famosos, curiosidades, símbolos americanos, etc… Por sua vez, os alunos do 6º C cantaram o hino americano para a turma do curso SM2. Dois níveis etários e de ensino diferentes… mas mostraram que, apesar de tudo, podem aprender uns com os outros de forma responsável, num ambiente sereno de partilha de saberes e experiências. Turma SM2 Março de 2010

E

ra fim-de-semana e tudo começou com o mau humor do pai… Quando se levantou, como sempre, o pai tratou a mãe com um ar agressivo, assustador… Mais tarde, o pai insultou o filho sem este ter percebido a sua culpa. A mãe, mais uma vez, tenta explicar ao filho “… já sabes como o pai é…”. À hora de jantar, o pai começa a pôr defeitos na comida. No fim do jantar, o pai pede dinheiro à mãe para ir beber uns copos com uns amigos, e a mãe dá-lhe 50 Euros. Já tarde, o pai chega a casa e começa a perguntar à mãe se só tinham sobrado 50 Euros do dinheiro da Segurança Social. A mãe explica-lhe como gastou o dinheiro para a casa e não mal gasto. Mas o pai pôs na cabeça que a sua mulher anda nos cafés, enquanto ele trabalha. E, mais uma vez, parte para a violência… E, mais uma vez, a mãe teve um dos momentos mais horríveis que uma mãe possa ter. Mas, desta vez, houve uma queixa e, no final, o pai foi preso por causar tanto mal. Era uma vez uma família com vários problemas muito graves. Diogo Brito -SM I

SEM COR Sinto - me como se estivesse num sítio calmo, Onde tudo está sem cor, sem sentimento, sem inspiração… É um sítio onde os gatos não miam e as pessoas andam de negro. É tudo um imenso e profundo silêncio… Parece que a Terra está estremecida… Ninguém come, ninguém fala… Tudo parece uma banda desenhada… sem falas! Anita Pinto SM I


20

Letras da Gardunha

EDUCAÇÃO ESPECIAL

ACESSIBILIDADE A TODOS C O N C U R S O E S C O L A A L E RTA

A

Escola e a cidade são muito mais que um espaço físico, são um espaço social onde se desenvolvem relações, encontros e trocas. A escola, a nossa casa de todos os dias, é o lugar onde passamos a maior parte do nosso tempo activo; é nela, e também na cidade, que nos rodeamos de mobilidades heterogéneas e diversificadas geradas pelas pessoas que nela habitam, vivem, estudam, crescem, trabalham ou viajam, se impregnam na procura do espírito e alma dos lugares e das vivências que a compõem. É neste contexto espacial e temporal que se abrem novos desafios, novas exigências da equidade: equidade educativa,

social e arquitectónica. Esta concepção de um espaço público de qualidade e de “Acessibilidade A Todos” deve ser entendida como o cenário de toda a vida humana e da cidadania e o direito de igualdade de oportunidades a Todos os alunos e cidadãos. A promoção da acessibilidade constitui uma condição essencial para o pleno exercício dos direitos de cidadania consagrados na Constituição Portuguesa, pelo que a instalação de equipamentos adaptados deve ser uma preocupação emergente dos ambientes educativos, sociais, de saúde ou de cultura, para que os cidadãos, os alunos com deficiência, se sintam inclusos na sociedade. As barreiras físicas constituem uma forma de exclusão social e de comunicação. O Agrupamento de Escolas Serra da Gardunha

Câmara Municipal e UAM do Agrupamento de Escolas Serra da Gardunha – Trabalho em parceria

N

o dia 17 de Março, foi celebrada oficialmente a entrega de uma cadeira de rodas e de um andarilho a uma aluna do 6º ano, com deficiência motora, e a um aluno do Jardim-de-Infância da Aldeia de Joanes, com limitações a nível motor. Ambos frequentam a Unidade de Apoio a Alunos com Multideficiência do Agrupamento de Escolas Serra da Gardunha. A entrega contou com a presença da Vereadora da Educação da Cãmara Municipal do Fundão, da Directora do Agrupamento, de a l g u n s Encarregados de Educação, de professores e técnicos da Unidade e ainda de um elemento da C o mu n i c a ção Social.

Jornal Escolar do Agrupamento de Escolas Serra da Gardunha — Fundão

depara-se com um conjunto de alunos privados de mobilidade autónoma, identificando Barreiras Arquitectónicas e urbanísticas que impedem a participação activa na vida escolar e social. As alterações nas estruturas físicas da escola e do meio resultam de uma necessidade vital para promover a autonomia individual destes alunos. Alunos com deficiência motora, em cadeira de rodas, para se deslocarem às salas de aulas, biblioteca e centro de recursos da Escola têm de ser mobilizados pela ajuda humana. Assim, este dilema levou-nos ao desenvolvimento de um Projecto de levantamento e propostas de

soluções de Barreiras Arquitectónicas, tendo estas, implicações ao nível das barreiras sociais e de comunicação. Face a esta problemática, este Projecto conduziu os alunos de duas turmas, 6ºB e 6ºC da Escola Básica Serra da Gardunha, a participar no Concurso “Escola Alerta”, promovido pelo Instituto Nacional para a Reabilitação. Com este Projecto, desenvolveram-se diversas actividades de levantamento das Barreiras, quer na Escola, quer na Cidade do Fundão, em articulação com a Câmara Municipal. Conseguimos assim colmatar alguns obstáculos para o acesso aos balneários e campos, através da instalação de

rampas de acesso. Também a instalação de uma plataforma elevatória de acesso ao primeiro piso da Escola Sede, já prometida pela Direcção Regional de Educação do Centro, vai ser instalada no próximo Verão e estará a funcionar no próximo ano lectivo. Contudo, o tema Barreiras Arquitectónicas levou-nos muito mais longe: a sensibilização feita a Toda a Comunidade Educativa e Comunidade em Geral sobre os direitos dos alunos e cidadãos com deficiência ultrapassou as nossas expectativas. Aquando das actividades do Concurso “Escola Alerta”, fomentado pelos alunos das turmas de 6ºC e 6ºB, orientados pelos professores e em articulação com a Unidade de Apoio à Educação de Alunos Multideficientes, realizou-se no passado dia 26 de Fevereiro, uma moldura humana que representou o Símbolo Internacional da Acessibilidade, no Campo 1, pelas 11:45H. Alunos, professores e funcionários empenharam-se e colaboraram, conforme nos transmite a imagem. Mª Leonor Rodrigues Unidade de Apoio à Educação de Alunos Multideficientes do Fundão

SNIPI – Sistema Nacional de Intervenção Precoce na Infância

O

Decreto-Lei nº 281/2009 de 6 de Outubro cria o Sistema Nacional de Intervenção Precoce na Infância (SNIPI). O SNIPI é desenvolvido através da actuação coordenada dos Ministérios da Educação, da Saúde e do Trabalho e Solidariedade social, com envolvimento das famílias e da comunidade. O SNIPI abrange as crianças entre os 0 e os 6 anos, com alterações nas funções ou estruturas do corpo que limitam a participação nas actividades típicas para a respectiva idade e contexto social ou com risco grave de atraso de desenvolvimento, bem como as suas famílias. A Intervenção Precoce na Infância (IPI) é o conjunto de medidas de apoio integrado centrado na criança e na família, incluindo acções de natureza preventiva e reabilitativa, designadamente no âmbito da educação, da saúde e da acção social. Consideram-se critérios de elegibilidade da IPI: a) Risco de alterações ou alterações nas funções e estruturas do corpo, que limite o normal desenvolvimento da criança e a sua participação, tendo em conta os referenciais de desenvolvimento próprios, consoante a idade e o contexto social. b) Risco grave de atraso de desenvolvimento, a verificação de condições biológicas, psicoafectivas ou ambientais, que implicam uma alta probabilidade de atraso relevante no desenvolvimento da http://www.aesg.edu.pt

criança. O SNIPI tem os seguintes objectivos: • Assegurar às crianças a protecção dos seus direitos e o desenvolvimento das suas capacidades, através de acções de IPI em todo o território nacional. • Detectar e sinalizar todas as crianças com risco de alterações ou alterações nas funções e estruturas do corpo, ou em risco grave de atraso de desenvolvimento. • Intervir, após a detecção e sinalização nos termos da alínea anterior, em função das necessidades do contexto familiar de cada criança elegível, de modo a prevenir ou reduzir os riscos de atraso no desenvolvimento. • Apoiar as famílias no acesso a serviços e recursos dos sistemas da segurança social, da saúde e da educação. • Envolver a comunidade através da criação de mecanismos articulados de suporte social. Comissão de Coordenação do SNIPI Esta Comissão é presidida por um representante do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social, integrando representantes dos Ministérios da Educação e da Saúde. Compete à Comissão assegurar a articulação das acções desenvolvidas ao nível de cada Ministério, mediante reuniões trimestrais de avaliação e acompanhamento. A Comissão elabora o seu regulamento interno e emite as orientações necessárias ao cumpri-

mento do presente decreto-lei e ao funcionamento do SNIPI. A Comissão compreende cinco subcomissões de coordenação regionais, podendo ser criadas mais subcomissões, sedeadas em cada distrito (se for necessário) com vista ao acompanhamento com maior proximidade das equipas locais de intervenção do SNIPI. Equipas locais de intervenção do SNIPI As equipas locais de intervenção do SNIPI desenvolvem actividade ao nível municipal, podendo englobar vários municípios ou desagregar-se por freguesias. Estas equipas encontram-se sedeadas nos centros de saúde, em instalações atribuídas pela comissão de coordenação regional de educação respectiva, ou em IPSS convencionadas para o efeito. Compete às equipas locais de intervenção, identificar, vigiar, encaminhar crianças e famílias elegíveis para o SNIPI, elaborar e executar o plano individual da intervenção precoce (PIIP), identificar necessidades e recursos das comunidades, dinamizando redes formais e informais de apoio social, articular com entidades com actividade na área da protecção infantil, assegurar processos de transição para outros programas, serviços ou contextos educativos e articular com os docentes das creches e jardins-de-infância em que se encontrem colocadas as crianças integradas em intervenção precoce para a infância (IPI).

Ano 1—Nº2


Letras da Gardunha

21

EDUCAÇÃO ESPECIAL

Juntos na Diferença A SEMANA DA EDUCAÇÃO ESPECIAL

D

e 8 a 12 de Março demos um pouco de nós à causa Juntos na Diferença. Tão pouco, para quem vive uma vida preso às determinações biológicas, orgânicas; tão tanto, para quem, por breves momentos, sentiu o calor da ami-

aprendizagem, pela CNOTINFOR, garantem-nos a variedade e a diversidade temática desenvolvida ao longo da semana. A exposição de trabalhos da Unidade de Ensino Estruturado, da Unidade de Apoio à Multideficiência, da Intervenção Precoce, dos Ateliês de Orientação Profis-

zade e da existência humana. A Moldura Humana com o Símbolo Internacional da Acessibilidade, em 5 de Março, serviu de Mote. A envolvência de todos os alunos, do Pré-escolar ao 1º, 2º e 3º ciclos, contribuiu de forma decisiva para a ampliação da iniciativa e da consciencialização da vida escolar e social. As participações dos encarregados de educação, as palestras de estudiosos na matéria, a divulgação de materiais específicos de

sional testemunha o trabalho desenvolvido no Agrupamento, neste esforço de tornar possível um mundo mais solidário e mais

humano, que dignifique a espécie humana. A distribuição de mensagens, o concurso literário alusivo ao tema, os momentos musicais com a participação de alunos com NEP, os jogos de comunicação para as turmas do ensino regular, a demonstração da actividade desportiva BOCCIA, a visita de estudo ao Centro Educativo e de Reabilitação das Crianças Inadaptadas da Guarda ilustram o empenhamento do Grupo de Educação Especial na nobre tarefa de educar. Demonstram que é possível incluir sem discriminar. Basta compreender as várias dimensões humanas, para se actuar de forma adequada às necessidades dos alunos. E essa actuação não pode escamotear a realidade do mundo Uno e Diverso, como filhos do mesmo sol, do mesmo planeta, da mesma natureza humana. E por isso, por sermos seres da mesma condição, temos responsabilidades acrescidas na vida e nos destinos dos nossos semelhantes. A educação para a cidadania, para a aquisição de competências sociais, para o exercício da liberdade ética são postulados da conduta humana. Aprender a Conviver inscreve-se na

O que se faz por aqui… e falamos em tempo real, quando não estamos juntos. Com o intuito de divulgar o nosso trabalho, criámos um blogue onde partilhamos aquilo que vivemos, aquilo que sentimos.

Ateliê de Electricidade

Ateliê de Informática Com o objectivo primordial de levar os nossos alunos a acompanhar a tecnologia, este ateliê centra as suas actividades na utilização segura da internet, como fonte de pesquisa e carácter lúdico. Para além disso, os alunos utilizam várias ferramentas como o Word e o Powerpoint. Certos de que, num Mundo em constante evolução, o email encurta distâncias, é através

do mesmo que nos comunicamos

A criação desta valência no espaço dos ateliês visa, essencialmente, despertar e sensibilizar os alunos no aspecto vocacional para áreas técnicas, em que poderão vir a ingressar em cursos de carácter prático no ramo da electricidade de modo a permitir-lhes Março de 2010

dimensão mais lata do Aprender a Ser. Esse, o desiderato mais alto, mais valioso, mais ecológico. Da forma como olharmos o mundo e a natureza humana dependerá a nossa riqueza ou a nossa miséria; e a nossa riqueza está hoje nas colmeias do conhecimento, parafraseando Nietzsche. Manuel Abelho

Demonstração de Boccia realizada na Escola Serra da Gardunha na manhã do dia 11 de Março, enquadrada na semana “Juntos na Diferença”. Contou com a presença dos jogadores da CERCIG e participação de vários alunos do nosso Agrupamento desde o J.I. ao 3º Ciclo. O evento teve grande afluência e para além de dar a conhecer a modalidade em si, sensibilizou os alunos para práticas de desporto adaptado.

desempenhar futuramente a sua actividade profissional. Todas as estratégias utilizadas na aprendizagem e na introdução de conceitos, a nível de instrumentação e aparelhos, de materiais, de regras de higiene e segurança no trabalho, têm como suporte pedagógico o “aprender experimentando”, levando o aluno a adquirir conhecimentos, não através daquilo que ouve, mas daquilo que vê, faz e experimenta.

Ateliê de Cálculo Este ateliê visa incutir nos alunos a ideia de que a matemática não é o «bicho-papão» que

todos apregoam. Tendo como ponto de partida situações simples mas reais, os alunos resolvem problemas, constroem e interpretam gráficos e tabelas, treinam a atenção e a concentração através de jogos com números e cifras para descodificar. Neste período, foi iniciada a prática do origami, que consiste numa arte japonesa de dobrar o papel, muito interessante porque faz com que os alunos adquiram habilidade e destreza manual, para além de exercitar a imaginação e aprender a observar melhor, animais, flores e objectos. Trata-se de uma actividade divertida e estimulante.

Visite-nos em http://www.inclusaogardunha.blogspot.com


Letras da Gardunha

22

ARTIGOS DE OPINIÃO E CRIAÇÃO LITERÁRIA

OS DESAFIOS DA EDUCAÇÃO NO SÉCULO XXI QUE EDUCAÇÃO, QUE HOMEM, QUE SOCIEDADE?

Manuel Abelho

A

perene interrogação sobre o homem e a sociedade constitui o objecto fundamental das políticas educativas e da sua acção. A concepção educativa resulta, necessariamente, da concepção de homem, de sociedade e de vida humana. A abundância das propostas educativas traduzidas em teorias e paradigmas reflectem, por um lado, a polissemia do conceito Educare; por outro, a discrepância do entendimento sobre o homem: a sua natureza, o seu destino, o seu fim. Daí, o problema que se coloca nos nossos dias ser idêntico ao longo dos séculos de História Educacional da nossa civilização: “O problema dos teóricos educacionais era, na Grécia, idêntico aos dos teóricos da educação moderna. Consiste o problema em formular um ideal educativo que satisfaça às finalidades institucionais e ao bem colectivo e, ao mesmo tempo, facilite ou promova o completo desenvolvimento da personalidade"1. A citação encerra dois paradigmas contrastantes, que predominam nos tempos. Por um lado, a necessidade de se educar segundo os valores e a moral social, numa perspectiva de raiz sociológica, comunitária, interaccional, durkeiminiana, onde os valores, a moral, a partilha, o diálogo, a argumentação, o espírito colectivo favorecem um desenvolvimento participativo e consciente de todos os actores. No outro lado, a concepção de que o homem nasce livre e é livre de realizar todos os seus projectos. Promove o espírito de iniciativa e o individualismo. Fundamenta-se nas teorias liberais, na competição e no pragmatismo. Este paradigma é acusado de não ter consciência social e de promover o egoísmo. É o grande paradigma dominante dos nossos tempos, onde a utilidade, o lucro, a propriedade, a eficiência e a eficácia estruturam a sua linha de actuação. Ambos viveram as suas utopias e as suas glórias. Ambos viveram, também, os seus desencantos. As culturas socializantes mostraram ao mundo o despotismo das suas políticas; as culturas liberais mostraram a desregulação, o livre-arbítrio, a prepotência dos senhores do mundo. Vive-se na oscilação entre os dois paradigmas, sem uma finalidade clara da

sua acção. É por isso que Francisco Imbernón nos diz que a educação actual se assemelha a uma estação fantasma sem destino anunciado. A interrogação permanece: que educação, que homem, que sociedade? Vivemos um momento de ruptura histórica, Segundo Manuel Castells: “Eu sim creio que há um novo mundo surgindo neste fim de milénio… os chips e os ordenadores são novos; as telecomunicações ubíquas e móveis são novas; a engenharia é nova; os mercados financeiros globais, integrados electronicamente, que operam em tempo real, são novos; e a economia capitalista interconectada que abarca todo o planeta e não só alguns dos seus segmentos é nova; uma maioria de população urbana no planeta é nova; o desaparecimento do império soviético e do comunismo, assim como o fim da guerra fria são novos; a ascensão do pacífico asiático como sócio paritário na economia global é novo, a consciência universal sobre a conservação ecológica é nova; e o surgimento de uma sociedade rede, baseada no espaço dos fluxos e num tempo atemporal é novo na história”2. As transformações do mundo são de monta, da geografia dos países às redes financeiras globais. Assistimos a uma revolução informacional, que está a alterar as estruturas sociais existentes, em relação à organização da sociedade, do estado, do trabalho, das empresas, dos sistemas educativos… Parece resultar que se desenha uma descontinuidade histórica fomentada por uma economia interconectada e interdependente, baseada na sociedade do conhecimento e no sector quaternário das novas tecnologias. A produtividade vem da inovação, da competitividade e da flexibilidade. Exige-se uma adaptação constante ao novo, apela-se à mudança. Sociedade dos tarefeiros e dos prestadores de serviços personalizados lhe chamou Edgar Morin. As redes financeiras globais, da economia virtual, do capitalismo informacional e global sem rosto, operam em tempo real. No entanto, se tivermos em conta que, a par da aquisição material corresponde uma destruição crescente do planeta, ou seja, que a um desenvolvimento crescente nas condições de vida existe uma regressão na qualidade ambiental, que os recursos são cada vez mais exíguos, que a demografia aumenta, que as desigualdades entre países ricos e pobres se acentuam, roçando o macabro e a selvajaria, o homem terá de repensar a sua vida na terra. Cidades com 32 milhões de habitantes como a do México, 26 milhões em S. Paulo, 20 milhões no Rio, Bombaim e Seul criam todo o tipo de batentes destrutivos e de complexidade. O mundo da comunicação sem fronteiras, o espectro das grandes pandemias, a manipulação genética nos animais

e nas plantas, a desflorestação, que permitiu a emergência da SIDA e do ÉBOLA, o efeito de estufa são problemas que carecem duma resposta multidimensional e plural, não se confinando a uma actuação individualista. Daí o aviso de Nouschi: “A complexidade do mundo contemporâneo é acompanhada de uma fragilidade crescente, que se arrisca a transformar qualquer incidente em acidente global. Mais do que nunca, o homem ameaça o homem”3. Nesta perspectiva, o homem e as sociedades terão de repensar a sua vida na terra, para que o homem não seja o coveiro de si mesmo. Por outro lado, o paradigma dominante tende a homogeneizar vontades à harmonização universal. Os conflitos entre regionalglobal, tradição-modernidade, identidade-universalidade são sensíveis e adivinham-se. A ruptura dos códigos e a miscegenação cultural das migrações são incontornáveis. Neste mundo globalizado, o estado tende a perde poder, os parceiros sociais também, assiste-se a uma organização horizontal comandado pelo poder do capital. Os pólos de decisão distanciam-se entre os interactuantes e os interactuados, os infopobres e os inforricos. Acentua-se a exclusão e a marginalidade, promovendo o fanatismo, o terrorismo, os nacionalismos. Cria-se um mundo desigual de riqueza e pobreza extremas. Quatro quintos da riqueza mundial estão na posse de um quinto da população. Reconhece-se que: “O capitalismo é algo mais que um sistema de opressão de classes: constitui um processo totalizador sem normas que determina nossas vidas em todos os aspectos e condiciona toda a nossa vida social aos requisitos abstractos do mercado”4. Pensava-se ainda que a máquina pudesse constituir-se como a nova escravatura moderna, semelhante ao desempenho dos escravos na Antiguidade grega e, assim, libertasse o homem para a cultura e o pensamento. Assistimos hoje a uma involução nesses propósitos e à cedência, cada vez mais acentuada, do homo humanus ante o homo tecnicus. A juntar a isso, temos o teletrabalho, a teleconferência, as telecompras, as televiagens, o tele-ensino que oferecem novas oportunidades e formas de vida diferentes mas, portadoras, também, de dessocialização e de inércia, em telepresença e encarceramento. Passámos de uma sociedade propriamente dita, para a vivência de uma interindividualidade colectiva, no dizer de Ortega y Gasset. Perante o cenário, que perspectivas para o futuro? Sabemos que a tradicional estabilidade do saber evoluiu para formas de abordagem novas, inconclusas, dinâmicas. A concepção de educação elitista e selectiva do passado evoluiu para concepções desenvolvimentistas,

REFERÊNCIAS 1 Monroe, Paul, 1976 "História da Educação", Ed. Nacional, Pág. 58 2 Castells, 1999, "La era de la Información". Pág. 370 Vol. III 3 Nouschi, M. 1996, "O Século XX", Inst. Piaget. Pág.510 4 Wood, in Imbernón, F. (Coord.), 1999, La Educación en el Siglo XXI. Los Retos del Futuro Inmediato”, Barcelona - ed. Graó, Pág.117 5 Morin, Edgar,2002, "Os Sete Saberes Para a Educação do Futuro". Inst. Piaget, Pág.83 Jornal Escolar do Agrupamento de Escolas Serra da Gardunha — Fundão

http://www.aesg.edu.pt

de transformação e aperfeiçoamento humano, respeitando os interesses e as potencialidades individuais, tendo como substrato a existência das inteligências múltiplas estudadas por Howard Gardner. Despertar, experimentar, orientar, seduzir, participar, desenvolver são premissas importantes da nova mundivisão educativa. A concepção de ciência evoluiu, também, das certezas absolutas para designações não deterministas, abertas à probabilidade e à complexidade. Sabemos que nada permanece inerte, tudo flui interligado na diversidade do mundo. A relação causal é complexa e variada. Por isso, mais que aprender coisas, será necessário compreendê-las na sua génese, relacioná-las, interpelá-las. As questões do homem deverão ser questões de toda a humanidade. Neste contexto, é necessário construir a Identidade Terrena, como filhos do mesmo magma e do mesmo destino, que cumprem as suas vidas no mesmo planeta, em diversidade cultural. A emergência de uma consciência planetária na defesa da mãe-natureza é cada vez mais sensível. A ecologia será o grande tema do futuro como a grande casa comum dos que nela habitam. E não o será só sob o olhar ambientalista mas de toda a problemática humana, da qualidade de vida, da distribuição da riqueza, do acesso à cultura e à educação, da dignidade humana… Aprender a ser inscrever-seá na relação dialógica com tudo o que rodeia o ser humano. A recusa da guerra parece ser outra das premissas intransigentes das novas gerações; prova-o o desaparecimento dos líderes mundiais da cena política promotores da guerra, excepção feita ao Presidente da Comissão Europeia. Aprender a aprender, aprender a conviver, aprender a fazer, aprender a ser serão desígnios fundamentais da nossa identidade Terra-Mátria. A educação do futuro deverá garantir o pleno desenvolvimento das capacidades individuais, a participação na vida comunitária, a compreensão da diversidade cultural, a integração na vida escolar e profissional. Pretende-se uma escola verdadeiramente democrática, aberta, desenvolvimentista, propiciadora de sucesso e de crescimento humano. Uma escola humanista, que reclame os valores universais da dignidade humana, da solidariedade, da argumentação habermasiana e socrática; e não uma escola meramente funcionalista, fragmentária, reducionista, do saber especializado. “Civilizar e solidarizar a terra, transformar a espécie humana em verdadeira humanidade torna-se o objectivo fundamental e global de toda a educação, aspirando não só a um progresso mas igualmente à sobrevivência da humanidade”5. É urgente aprender uma ética da compreensão planetária.

V I O L E TA S Já era tarde, mãe E a translação Em relógio solar Deixava sulcos Calados e profundos Na vontade Do teu respirar. Ainda falavas Com entusiasmo Da Maria menina e moça Quando à tardinha No fontanário Em apelo de mulher Trocava olhares Dissimulados Com o príncipe aldeão E as violetas Deslumbradas Davam as mãos Na elaboração do cenário Que formalizava As razões do coração. O sol já se despedia Para lá do monte Mas ainda sentia No teu olhar O aroma das violetas Que engalanou Naquele fim de tarde Com emoção e sem tino O oráculo que descrevia Num voar de cotovia A luz do teu destino. Agostinho Craveiro

S EMENTES O concílio dos deuses Em olímpico desdém Assistia de longe Ao ruir da ideia Caduca e sem tino Do imolar da alma Por trinta dinheiros Em palácios de frio E a multidão enjaulada Sem a almofada Da bengala-cifrão Sentia a atracção Fatal e desgraçada Do grande buraco negro Temperado na ilusão (Economia do vazio). A esperança rareava Na multidão sem freio Definhando nas trevas Em medo animal Sem qualquer anseio. Mas aqui e ali Acendia-se a luz E uma ideia nova Pulando o muro Semeava a esperança Passando a mensagem Da reinvenção do futuro. Foi lançada a semente Em toque de gente No sentir colectivo E abraçada a certeza Com cariz profundo De olhar em volta E sentir a magia Da perfeita harmonia Do pulsar do mundo. Agostinho Craveiro Ano 1—Nº2


Letras da Gardunha

23

ARTIGOS DE OPINIÃO E CRIAÇÃO LITERÁRIA

Sem dia nem hora marcada

O homem que dava tempo ao tempo •O Coordenador de

Sílvia Rodrigues

Educação Especial António Melo •Manuel Abelho Cunha

T

emos hoje ao dispor tecnologias sofisticadas que permitem prever com alguma precisão fenómenos sísmicos, precipitações elevadas, ventos fortes, entre outros fenómenos naturais que afectam directamente o quotidiano. Mas, ao mesmo tempo, deparamo-nos com acções do homem que não conseguimos prever com exactidão, pois as emissões industriais, os aterros e desaterros, a impermeabilização de áreas sensíveis realizam-se ao sabor de ideais e ideias mais ou menos convincentes e aquilo que parece mais ou menos fácil de prever torna-se uma incógnita. Ignoram-se as situações de risco e só nos preocupamos em tratar com delicadeza a Terra quando o perigo se torna eminente e iminente. É importante apostar na previsão e prevenção em relação a fenómenos extremos e, em relação a esses aspectos, a circulação da informação é essencial. http://www.quercus.pt/scid/webquercus/ http://www.proteccaocivil.pt/Pages/default.aspx

O

meu avô tinha um relógio de bolso; sempre teve um relógio de bolso! Simples, sem grande valor, apenas

legível e que soasse bem. Nunca o convencemos a ornamentar o pulso. Não era prático, pois os pulsos andavam sempre muito desprotegidos, na labuta diária da terra. E tenho que reconhecer a sua racionalidade, pois eu próprio estrago os relógios apesar de não ter a sua ocupação; não resiste nenhum mais de um mês sem riscos no vidro e na caixa. O meu avô gostava muito do seu relógio de bolso; gostava de o ouvir (amiúde o chegava ao ouvido) e parecia conversar com ele quando, todas as noites, depois de jantar, lhe dava a merecida corda. Parecia dizer-lhe: “já fizeste o teu trabalho hoje, pequenino, agora precisas do teu quinhão, para que amanhã não me deixes sem a companhia dos teus ponteiros, da tua música…”

L I V R O S D E PA L AV R A S , L I V R O S D E V I D A S , LIVROS…

José Valente Lopes

N

a continuação do artigo anterior, “Palavras escritas, palavras vividas, palavras…” – cujo sentido essencial era realçar a “vida vivida”, sem mais, sendo os livros mais um elemento de vida entre outros, embora de grande importância, para ajudar cada pessoa a melhor encontrar a sua liberdade, o seu caminho / destino mais sábio - hoje assumo a liberdade de deambular quase ao acaso através dos “livros de palavras”, procurando aí focos iluminantes para melhor sabermos viver, para melhor caminharmos no destino que escolhemos. Começo pela "República", de Platão, e pela sua alegoria da caverna, no fundo, ainda o nosso mundo, longe da claridade, da plena visão da vida, mas onde muitos, com pequeninas lanterninhas, tentam ver claramente tudo, tentam chegar às verdadeiras ideias. Esta alegoria é uma imagem / uma ideia / um conceito fundamental do Ocidente, eu diria da Humanidade. É omnipresente na cultura, filosofia, ciência… Ainda na Grécia e nos grandes clássicos, entro na “Odisseia”, de Homero. O que Ulisses fez foi uma autêntica deambulação através do Mundo / da caverna de então (...) , afirmando o engenho do Homem, um herói, já um semi-deus, a jogar com as vontades e os caprichos dos deuses. A Grécia inventou ou criou um

Homem “livre”, elevou-o acima da “animalidade” aprisionante, fê-lo caminhar por si... Salto para a Rússia e para a minha fase heróica, entre os 18 e 26 anos, em que, aninhado entre as rochas de costas abruptas, ao sol e face às ondas alterosas, melhor vivia e sentia a força telúrica dos carácteres criados por Dostoievsk, por exemplo, do Príncipe Muykine, figura que pontifica na obra “Os Possessos”, sempre a oscilar ambivalente entre a santidade de um Cristo e a loucura de um Satã. De Dostoievsk, dizem que é o pai do romance do séc. XX e o grande descritor da alma russa. Então este apaixonado leitor vivia do e para o pensamento, o sonho, a imaginação, a viagem. A esta fase heróica, pertencem muitos outros escritores e romances como, por exemplo, Thomas Mann com a "Montanha Mágica", de que recordo o herói Hans Castorp e um italiano de bigodinho, será?, sempre muito gracioso, a fazer lembrar-me o Ega de “Os Maias”. Tudo se passava num sanatório suíço ... Por fim, para ficar definitivamente por terras germânicas, numa leitura mais recente, quedo-me pela autobiografia do filósofo Karl Jaspers, “Entre El Destino Y La Voluntad”, no qual corria o sangue frísio, povo do norte da Alemanha e da Holanda, sempre a lutar pela sua independência e liberdade face aos alemães prussianos e aos Vikings. Este dado de base inscrito no inconsciente colectivo, serve também para explicar o carácter forte e livre do filósofo. Não se vergou ao nazismo...Depois valorizou outros elementos da família, o pai, pelo qual foi moldado, pois quando já não havia argumentação o que tinha de se fazer fazia-se porque o pai havia dito que era assim....A sua esposa, judia, mais aberta do que ele, sempre conservador, e que o levou a impulsionar-se. Diz ele, que sem ela, não teria feito a sua obra, não teria desenvolvido o seu pensamento filosófico. Fiquei a perceber que sofreu cronicamente sempre de bronquioectasias, e que esta enfermidade e suas inerentes limitações, foram no dizer dele o factor primacial da sua formação e do seu pensamento. Sem essa enfermidade não teria avançado a nível de reflexão e de pensamento. Foi um doente que dialogou com os médicos, consigo, que aprendeu a controlar a doença, o seu corpo... Com esta ténue iluminação despeço-me do prezado leitor. Que cada um de nós tente seguir a sua liberdade!

Março de 2010

Dava-lhe corda muito lentamente como para não o “enfartar”; aliás, o meu avô não tinha pressa, quase nunca. Tinha-a em alturas em que a Natureza o exigia: a ameaça de chuva urgia a recolha do feno; a chuva forte e persistente apressava o cuidar de desviar as águas dos currais e preservando acessos; o sol abrasador acelerava as tarefas bem cedo, madrugada ainda, para que os animais tivessem um dia de fartura e descanso, com menos cansaço do tratador. O relógio teve acidentes; aliás não posso falar de UM relógio, pois foram vários que lhe conheci. Perdidos foram alguns. Quando avariaram, a minha principal tarefa era negociar uma reparação em tempo recorde, pois o dono não podia andar sem ele mais que um ou dois dias; perdido, lá se ia comprar um novo, que ele esperava ansioso e exigia que fosse igual ao anterior, sobretudo no mostrador e que fosse de corda, que tivesse aquele som delicioso que ele gostava de ouvir enquanto o alimentava. O meu avô fazia tempo a dar tempo ao tempo! E como ele o sabia fazer! E como eu o admiro ainda hoje, como eu admirava a sua capacidade de fazer crescer o tempo!

A PENHA Agostinho Craveiro

O

sábado decorria, pachorrento, longe da agitação de mais uma semana de trabalho. Enquanto tomava café, chegavam até ele as conversas das mesas vizinhas, quase todas elas versando o mesmo: a malfadada crise. Tentou alhear-se do rumor, não porque fosse indiferente ao que diziam, mas não gostava da forma. Todos se preocupavam com o seu quintal, com as suas mordomias, mas recusavam-se a ir mais além na compreensão do fenómeno. Perspectivas! Saiu para a rua e encaminhou-se para o quiosque dos jornais. Os pensamentos insinuavam-se em catapulta, mas a pouco e pouco foi pondo ordem nas ideias. - Olá, Henrique! Estás bom? Absorto nos seus pensamentos, nem dera conta do Tiago, velho compincha de outros tempos. - Olha o Tiago! Dá cá um abraço, homem! O Tiago trabalhava em Lisboa numa multinacional, e vinha de quando em vez ao torrão natal matar saudades duma infância feliz. Não gostava do ritmo de vida da capital, demasiado desumanizado para quem tinha crescido em convívio de vizinhos. - Amanhã, bem cedinho, vou até à Gardunha. Queres ir comigo? Passados tantos anos, a serra continuava a ser a guardiã do faz de conta de menino, o recanto imaculado dos sonhos intactos guardados dentro de si. Lá no alto o Tiago sentia-se rejuvenescer, e sempre que vinha ao Fundão não dispensava uma ida à Gardunha. O Henrique, outro incondicional da serra, só podia dar uma resposta. - A que horas? Perto das oito da manhã já o carro atravessava Alcongosta, estacionando minutos depois no largo fronteiro à Casa do Guarda. Depois de contemplarem, durante algum tempo, a policromia dos familiares campos da Cova da Beira, colocaram as mochilas a tiracolo e iniciaram a subida até às antenas, onde a vista alcançava mais longe. Chegados ao alto, percorreram o caminho desenhado no cume em conversa amena e despreocupada, longe das preocupações que os aguardavam lá em baixo. A certa altura, mesmo à sua frente, duas perdizes levantaram voo, incomodadas com aqueles dois seres palradores e sorridentes. Um pouco mais à frente viraram à esquerda, em direcção à Penha. Quando chegaram à enorme massa granítica nem pararam para descansar. Ignoraram a pequena gruta, situada na base - onde, segundo a tradição, viveram frades eremitas - e instalaram-se no alto do penhasco. A vista dali era fabulosa, com uma panorâmica de 360º. Viraram as costas à Estrela e concentraram-se na vertente sul, na direcção de Castelo Branco. Em baixo, quase ao alcance da mão, espraiava-se o casario de pedra da aldeia histórica de Castelo Novo. Um pouco mais além, para lá da Soalheira, o sol espelhava-se nas águas da Barragem da Marateca, conferindo à paisagem um toque mais aconchegante e harmonioso. Mais à esquerda, para leste, desenhava-se Monsanto, a nave de pedra de mil e uma histórias e lendas... Durante algum tempo não falaram, absorvendo o espírito do local. Naquele recanto de lendas e encantamentos, conseguiam alhear-se das pequenezas da vida, dando dimensão aos pensamentos mais íntimos. Tiago, em esboço de deslumbramento, sentia-se a criança de outrora, como se estivesse no último reduto das investidas duma vida de concessões. A seu lado, em plena comunhão com o local, Henrique mergulhava num estado de quase levitação, amparado na cumplicidade duma Natureza sempre pródiga em revelações...


Letras da Gardunha

24

MURAL

PAIS

VO LTA M À E S C O L A PA R A PROMOVER A LEITURA

N

o dia 1 de Março, no âmbito da Semana da Leitura do Agrupamento, desloquei-me à Escola Nossa Senhora da Conceição, turma 46, como mãe de um aluno com o objectivo de contar uma história. O livro que eu escolhi intitulava-se “O Meu Gato é o Mais Tolo do Mundo”. Quando entrei, a turma olhou-me “da cabeça aos pés”, afirmando, alguns, que eu estava muito bonita…Logo senti-me acarinhada e mimada por meninos genuínos, numa turma onde também estava o meu menino. Sinto que, para eles, mas principalmente para mim, foi um momento inesquecível… aquele que fica dentro de nós. Cada um de nós estabelece uma relação única com aquilo que lê, atribuindo-lhe os mais variados significados. Existirá quem defenda que vivemos através dos livros, outros dirão que se trata de um exercício de liberdade, de uma construção de mundos imaginários, de puro lazer, de viajar, de imaginar e de sentir. No entanto, deixo uma sugestão: desenvolvam o prazer da leitura nos vossos filhos, pois a leitura dá-lhes oportunidade de redescobrir histórias favoritas e descobrir novos horizontes. Relembro que: “Analfabeta não é a pessoa que não sabe ler. É a pessoa que, sabendo ler, não gosta de ler”, dito por Mário Quintana (poeta, tradutor e jornalista brasileiro).

C O N C U R S O L I T E R Á R I O « J U N TO S N A D I F E R E N Ç A » S EMANA DA EDUCAÇÃO ESPECIAL

O

concurso literário “Juntos na Diferença”, promovido pelos grupos de Educação Especial e Língua Portuguesa, teve uma forte adesão por parte dos alunos, desde a Educação Pré-escolar ao Terceiro Ciclo do Ensino Básico. Agradecemos a participação de todos os alunos envolvidos e respectivos professores. Os textos premiados foram os seguintes: Educação Pré-escolar (Escalão A) - Jardim de Infância de Aldeia de Joanes Primeiro Ciclo (Escalão B) – Lídia Faustino Rebelo Segundo Ciclo (Escalão C) – Mariana Paulico Terceiro Ciclo (Escalão D) – Catarina Martins da Silva Inês Fernandes Paulos

Aos vencedores os nossos Parabéns!

Mãe do Gonçalo Medeiros

100 Anos 100 Mulheres A BECRE comemora…

U

ma vez mais, a BECRE assinalou o Dia Internacional da Mulher, 8 de Março, desta feita com uma exposição subordinada ao tema “100 Anos – 100 Mulheres”. Pretendeu-se, assim, comemorar os 100 anos decorridos sobre a conferência internacional de mulheres, realizada em 1910, na Dinamarca, a partir da qual surgiu a decisão de, em homenagem às operárias têxteis de uma fábrica de Nova Iorque, que entraram em greve e ocuparam a fábrica onde trabalhavam para reivindicarem a redução de um horário de mais de 16 horas por dia para 10 horas, e aí foram fechadas e queimadas num incêndio, o dia 8 de Março ser internacionalmente recordado como o "Dia Internacional da Mulher". A iniciativa partiu do Conselho de Turma do 8º D e respectivos alunos, que, por área, seleccionaram figuras femininas relevantes que “mudaram o mundo” e sobre ela elaboraram um pequeno trabalho de divulgação. Apesar de nem todas as mulheres escolhidas terem sido expostas, alguns nomes sonantes, tais como Marie Curie, Coco Chanel ou Isabel I foram relembrados, a par de outros, como Donna Karan, Isadora Duncan ou Marie Litzinger, que, embora menos conhecidos, influenciaram o seu tempo e mudaram mentalidades. A actividade contou também com a colaboração das professoras Sílvia Rodrigues, Maria Odete Martins e Teresa Gertrudes, esta última responsável pelo painel afixado no placard de entrada da BECRE. • Celeste

Nunes • Professora Bibliotecária

Jornal Escolar do Agrupamento de Escolas Serra da Gardunha — Fundão

http://www.aesg.edu.pt

Ano 1—Nº2


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.