Luz, cor & fé: Vale do Amanhecer

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Luz, Cor & Fé

VALE DO AMANHECER

Fotografia Lúcio Távora - Texto Janara Rodrigues - Pesquisa Leo Matos

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Luz, cor & fé : vale do amanhecer 50 anos / coordenação Leonio Matos Gomes. -- 1. ed. -Brasília, DF : Ed. dos Autores, 2022.

ISBN 978-65-00-55489-2

1. Cultura popular 2. Espiritualidade

3. Festas populares - Planaltina (DF) 4. Fotografias

5. Patrimônio imaterial - Brasil 6. Planaltina (DF)História I. Gomes, Leonio Matos.

22-133889

CDD-779.998174

Índices para catálogo sistemático:

1. Fotografias : Planaltina : Brasília 779.998174

Aline Graziele Benitez - Bibliotecária - CRB-1/3129

Luz, Cor e Fé

Vale do Amanhecer 50 anos

O Projeto Luz, Cor e Fé foi pensando a partir de uma conversa entre amigos no ano de 2018, os quais estavam presentes Leonio Matos, Janara Rodrigues, Lúcio Távora e Marcelo Távora. Nessa conversa, Lúcio, que estava vindo de uma longa temporada residindo na Bahia, volta para Brasília e foi justamente nesse reencontro de amigos que o projeto nasceu. O Vale do Amanhecer, no ano de 2019, completaria 50 anos e todos ali queriam homenagear o local onde nasceram e foram criados. Assim, Lúcio tinha a ideia e seria o fotógrafo, Leonio tinha o conhecimento para colocar o projeto no papel e Janara tinha a experiência de jornalista para colocar em texto, as imagens que seriam eternizadas pelas lentes do fotógrafo. No ano de 2019, o projeto foi enviado para o edital de seleção do Fundo de Apoio à Cultura-FAC da Secretaria de Cultura do Distrito Federal. Para a alegria de todos o projeto foi selecionado e a estava cada vez mais perto que a homenagem fosse concretizada. No entanto, no mesmo ano, o então governador eleito do DF cancelou todos os editais e somente pela movimentação dos agentes culturais e por vias judiciais que houve a garantia de que o projeto pudesse ser realizado, porém, no ano de 2020 o mundo foi acometido pela pandemia do COVID-19 e tudo ficou parado. Foram longos os meses até que no final de 2021 foi possível o reinício dos trabalhos. Agora, em 2022, nossa doutrina completa 53 anos de existência e mesmo com um atraso de 3(três) anos o projeto é totalmente atual.

O lançamento do catálogo e a abertura da mostra fotográfica serão no dia 13 de novembro de 2022 no Complexo Cultural de Planaltina, onde permanecerá aberta ao público até o dia 13de dezembro 2022.

Assim, esse projeto Luz, Cor e Fé — Vale do Amanhecer — 50 anos, tem a preocupação de registrar esse lugar, que se tornou patrimônio cultural imaterial do Distrito Federal, e é por meio da produção de um catálogo fotográfico que serão registradas suas celebrações, seus adeptos, sua arquitetura, por fim toda a cidade.

Desta forma será sob a materialidade da fotografia que esse projeto se pautará, afinal, a fotografia desempenha a função de guardiã do momento presente, pois ao visualizarmos uma fotografia, seja ela da família, ou de um patrimônio cultural da nossa cidade, revivemos com muito maior clareza a significação daquele momento, ou seja, a fotografia consegue congelar omomento transformando-o em memória.

Registrar a doutrina do Vale do Amanhecer significa resgatar, preservar e enriquecer o conhecimento cultural de nossa cidade. Trata-se de uma oportunidade única para compreender, inclusive, a nossa própria identidade. O registro fotográfico fica mais relevante quando o local registrado está fazendo 50 anos de existência, não apenas enquanto região, mas enquanto cidade, local de moradia e relações sociais fortemente construídas.

Reencontro

Lúcio Távora, fotojornalista

Luz, Cor e Fé é uma singela homenagem aos valorosos médiuns, mestres e ninfas, homens e mulheres contemporâneos, que ao longo de cinco décadas levam palavras de conforto aos corações aflitos que buscam auxílio espiritual para a cura de suas dores. É o meu reencontro com o sagrado voltando às minhas origens, traduzindo a luz, a cor e a fé deste lugar cheio de encantos e magia em fotografias.

Vale, lugar de luzes, de cores e de fé

Advogado, neto de Tia Neiva, fundadora do Vale do Amanhecer

O Vale do Amanhecer é uma cidade que abriga uma doutrina espiritualista cristã, fundada pela médium clarividente Tia Neiva, em 1959. Não se trata, simplesmente, de um lugar místico, mas de uma hierópolis cravada no Planalto Central. Tampouco se dá, apenas, por lugar turístico ou de estudiosos. Essas clássicas descrições são insuficientes para descrevê-lo. O Vale é uma grande oficina de trabalho espiritual, um lugar que, ao ser adentrado, dispara um estado de sensações e de percepções diferenciadas, de interpretações íntimas, muitas vezes regadas de memórias afetivas. Como o título desta obra prenuncia, o Vale é lugar de luzes, de cores e de fé.

Este centro sagrado nos remete ao que Dom Bosco contemplou em suas visões, um lugar onde jorra leite e mel, o branco e o amarelo, a lua e o sol, o apará e o doutrinador, onde a fé se manifesta sem medo. Descrito pelo olhar comum, desprovido de sensibilidade, de compreensão ou mesmo de um tantinho de sapiência, é tachado de manicômio, de seita demoníaca, de fanatismo religioso, justamente por seu aspecto livre e destemido. Lá não há medo de ser diferente, muito menos de ser julgado. O que existe é a individualização e o exercício de manifestações que dependem apenas da própria percepção. Lá é possível crer em Jesus Cristo, nos santos e anjos descritos na fé católica, trajado com indumentárias ciganas, gregas, maias ou franciscanas, emitindo mantras oriundos da cabala, evocando orixás africanos, incorporando sereias do mar e das cachoeiras, enquanto se aguarda a projeção de naves espaciais para a realização de um ritual iniciático. Lá se aprende que tudo o que existe, ou já existiu de sagrado do nosso mundo convergem para um único

sistema, são elos de uma só corrente no mundo espiritual, em que todas as cores, todas as luzes e toda a fé tem seu lugar, formando um mosaico improvavelmente perfeito.

“Este trabalho, caro espectador, vai trazer aos seus olhos uma pequena brecha deste mundo maravilhoso. Recomendo não levar, para essa viagem, itens como preconceitos ou julgamentos. Para um melhor aproveitamento dessa experiência sensorial, deixe-se levar apenas pelas percepções e sensações provocadas nestas imagens. Tente enxergar nelas, as luzes, as cores e a fé de pessoas de todos os níveis sociais e culturais, de todas as etnias e nacionalidades, que se identificaram com esta verdadeira expressão de brasilidade, de humanidade e de espiritualidade. Observe que cada quadro desperta uma sensação e, que a obra forma uma mensagem. Siga o meu conselho e ela se revelará”.

Espectador Privilegiado

Ed Ferreira, Curador

É um prazer ser espectador privilegiado da vivência do fotógrafo Lúcio Távora.

Impossível não mergulhar nos semblantes compenetrados dos fiéis. Cada fotografia, uma experiência, descobrindo que uma mulher pode ser na verdade uma ninfa e um garoto, um pajezinho.

O trabalho documental vibra quando nos ensina algo sobre o ainda misterioso Vale e aqui fazemos uma bela viagem por um assunto pouco conhecido. Adultos, jovens, homens e mulheres estão aqui bem documentados na sua dedicação.

Fica evidente a fé dessas pessoas na presença do fotógrafo, visto mais como um dos seus, um filho da casa, uma pessoa amiga que aparece aqui e acolá carregando sua máquina fotográfica. Da penumbra interna ao colorido vibrante das roupas e prédios ensolarados, tudo nos chama a atenção e nos cativa, a vontade de ver um pouco mais nos atinge. Vivenciamos tudo sem nunca ter estado lá, temos um grande guia a nos levar por esse passeio maravilhoso e engrandecedor, um passeio visual/ espiritual pelo Vale...

Evidenciando seu conhecimento local, Lúcio não deixa nenhum ponto a descoberto, parece se orgulhar de nos mostrar tintim por tintim. O Amanhecer já não é mais tão misterioso assim.

O Vale do Amanhecer

A Doutrina do Amanhecer ou Obras Sociais da Ordem Espiritualista Cristã Vale do Amanhecer — OSOEC, em seu nome oficial, surge a partir das visões espirituais da sergipana Neiva Chaves Zelaya, conhecida como Tia Neiva. Nascida em 1925, já com seus 22 anos e quatro filhos ficou viúva e para conseguir se manter e a seus filhos, tornou-se, dentre outras profissões, fotógrafa, (que veio a lhe causar um enfisema pulmonar que a debilitou até a seu desencarne em 1985) e, posteriormente, a primeira caminhoneira registrada no Brasil. Trabalhou na construção de Brasília, sendo uma das poucas mulheres que vieram para trabalhar na edificação de Brasília. Aos 33 anos, iniciaram suas visões espirituais e em 1958 começaram os primeiros atendimentos espirituais às diversas pessoas que vinham procurá-la. Em 1959 ela funda a UESB, União Espiritualista Seta Branca, na Serra do Ouro, GO, atual Alexânia, posteriormente mudaram-se para Taguatinga permanecendo lá até 1959 quando Pai Seta Branca informou a ela que deveriam partir para o local definitivo que seria em Planaltina-DF.

Tia Neiva teve seu primeiro contato com um ser espiritual chamado Pai Seta Branca, de aparência indígena que remonta sua última encarnação como um cacique de povos originários da América do Sul, os antigos Incas. Pai Seta Branca trouxe a mensagem que Tia Neiva seria a responsável por fundar uma nova doutrina, a doutrina do novo milênio, onde o principal objetivo seria trazer o doutrinador. Esse doutrinador tem como símbolo uma cruz adornada com um manto branco. Tia Neiva entregou ao doutrinador a responsabilidade por todos os processos e funcionamentos da doutrina do Vale do Amanhecer.

O Vale do Amanhecer se destaca devido ao colorido e brilho de suas roupas ritualísticas, indumentárias, tendo muitos grupos que se dividem conforme o local de ritualização. As mulheres possuem a maior número as mais variadas indumentárias, as quais muitas remetem a antigas civilizações da história mundial. São 23 grupos chamados de falanges. O Vale do Amanhecer conta com uma arquitetura bem diferente e expressiva, a exemplo do Templo em formato de elipse, dentro dele existem várias salas, chamadas de castelos, onde se realizam os rituais, trabalhos e celebrações da doutrina. A elipse é um símbolo que recorrentemente aparece em todos os locais do Vale. Outro local que se destaca é o espelho d’água em formato da Estrela de Davi e o lago artificial construído em homenagem a orixá Yemanjá. Existe também uma pirâmide com bustos da família de Amenófis IV, faraó da XVIII dinastia, conhecido como Akenaton, esposo de Nefertiti e pai do mais famoso faraó do antigo Egito, Tutankamon. Naquela pirâmide os visitantes podem entrar e escolher um dos muitos e coloridos bancos de pedra para sentarem e ficarem em meditação.

A Doutrina do Amanhecer tem como pilares três preceitos universais que são o amor, a humildade e a tolerância e segundo Pai Seta Branca possibilitaria o resgate de dívidas contraídas em outras encarnações. Os médiuns do Vale acreditam que estão ligados a doutrina devido terem praticados atos em vidas passadas que vão contra os preceitos universais e por isso Seta Branca intercedeu junto a Jesus para ser possível que um determinado grupo pudesse ser reunido aqui no Vale do Amanhecer para que além do resgate dos próprios débitos, pudessem, também, receber, ajudar e contribuir com o equilíbrio espiritual de pessoas que estivessem aflitas e a procura de ajuda.

Pai Seta Branca por meio de Tia Neiva explicou que todos os mundos habitáveis do universo de tempos em tempos passam por processos evolutivos. Significa que seus habitantes saem de uma condição de expiações e provas e passam para outro patamar que seria de regeneração em que sentimentos vis, como a inveja, o ódio, o desprezo, seriam substituídos por

virtudes como o amor, a humildade e a tolerância, os pilares da doutrina do amanhecer.

Toda essa grandiosidade arquitetônica é ocupada principalmente por seus adeptos, chamados de médiuns. Divididos em Doutrinador, já explicado aqui e o segundo, que está aos cuidados do doutrinador, chamado Apará, esse é o adepto que permite por meio dele a manifestação do mundo espiritual, em que tantos os adeptos quanto os pacientes, pessoas que vem em busca de ajuda, podem se consultar com esses seres espirituais.

Existem muitos rituais na doutrina do Amanhecer, que em sua grande maioria, qualquer pessoa pode participar como paciente e participar em sua totalidade como mestre, homens, ou ninfa, mulheres, do Vale, além do grande número dos rituais, que em cada um deles existem vários locais de posicionamentos. A consagração de 1º de Maio, dia do Doutrinador, é a maior celebração do Vale do Amanhecer, que congrega mais de 30 mil pessoas que vem de todo o DF, do Brasil e até mesmo do exterior.

O Vale do Amanhecer conta hoje com mais de 800 templos, inclusive muitos fora do Brasil, como em Portugal, Inglaterra, Estados Unidos, Bolívia, etc. Em sua grande maioria os templos tem uma estrutura menor que a do templo de Planaltina, chamado de Templo Mãe, devido ter sido aqui a origem de todo o sistema doutrinário trazido por Tia Neiva. O Vale do Amanhecer, com todos os seus templos, tem mais de 1 milhão de adeptos registrados e mais de 250 mil médiuns que participam ativamente de suas celebrações.

Planaltina é uma cidade que se origina no período do Brasil Império e possui construções com arquitetura no estilo colonial. Foi a única cidade que deixou seu centro administrativo da área que ficou dentro do Distrito Federal. A comunidade do Vale do Amanhecer faz parte dessa história de Planaltina desde o final da década de 1960 e sempre fez parte do imaginário de seus habitantes.

O Vale do Amanhecer é o segundo local que mais recebe visitantes do Distrito Federal, cerca de 1 milhão de visitantes

por ano, segundo a Secretaria de Turismo do DF, ensejando sua grande importância no cenário cultual da nossa cidade, além disso, a sua grande relevância em prática religiosa por e ser uma religião nascida aqui na cidade e expandida para todo Brasil e para o mundo. Por esse grande valor cultural é possível falar que por todas as práticas, celebrações, rituais, monumentos, templos, construções, estilo arquitetônico, roupas, linguagem, preces, modo de agir, acessórios, joias, valores éticos e visão do mundo, por tudo isso podemos dizer que o Vale do Amanhecer é único, consequentemente, faz parte da vida e do cotidiano de todos os candangos. Por isso deve ser vista, celebrada e reconhecida como algo que traz muito orgulho devido ser aqui o Templo Mãe. O Vale do Amanhecer traz olhares para Planaltina e região. Difundir esse local único é o dever de todos os combatentes que defendem o patrimônio, seja ele material, ambiental e/ou imaterial, o Vale do Amanhecer.

Mestres

Janara Rodrigues, Jornalista

Numa cidade de cores, formas e símbolos, o homem simples exerce sua fé, auxilia a dor do próximo, sem nada cobrar por isso. Homens que lembram guerreiros espartanos, os mestres como são chamados, usam as palavras de amor, humildade e tolerância para projetarem aos planos superiores, os espíritos a caminho da evolução espiritual.

Ninfas

As mulheres, com porte de rainhas e guerreiras caminham de forma sublime, esvoaçando suas capas, leves, como seres sagrados. Com trajes vindos de um reino superior espiritual, o Reino de Zana, trazido por Mãe Iara.

Um lugar sagrado, símbolo de sincretismo religioso, assim é o Vale do Amanhecer

Uma cidade que abriga uma doutrina que traz influências dos povos Mayas, Incas, Astecas, Espartanos, entre outros. É considerada e reconhecida como a primeira manifestação religiosa que nasceu junto com a construção de Brasília. As heranças ali presentes e representadas são também manifestadas com simbologias afrodescendentes e gregas.

Espartanos, guerreiros, ciganos, homens e mulheres que tiveram a permissão de Deus de reencarnarem como jaguares, para se unirem em uma grande tribo, liderados por um cacique guerreiro, mentor espiritual, Pai Seta Branca, que car-

rega a bandeira que tem como lema o amor, a humildade e a tolerância.

Neste planejamento espiritual, nenhum irmão ficará para traz nessa jornada, porém, todos, assumiram o compromisso de trabalhem pelo próximo, na Lei do Auxílio. Assim, ganhariam bônus espirituais, um pagamento pela missão, que também tem como princípio, a Conduta Doutrinária. No plano físico, uma mulher, missionária, clarividente, Tia Neiva, assumiu o compromisso com Jesus de ser a médium responsável por cumprir junto a Tribo Jaguar, esta missão de amor. Salve Deus!

Pajezinhos

São crianças, geralmente filhos de médiuns que recebem as primeiras orientações sobre evangelização de mestres e ninfas, destinados a este trabalho. Reúnem-se aos domingos pela manhã, brincam, aprendem sobre valores como respeito à família, cantam os hinos, recebem passe dos pretos velhos, ouvem histórias e assim vão sendo inseridos aos poucos na doutrina, iniciando seus primeiros passos nessa missão. São protegidos pelos mentores como Mãe Tildes, Vozinha Marilú e Vovô Agripino, entidades que tem missão com os pajezinhos.

A Chegada da Tribo Jaguar

Lanças nas mãos, véus nos rostos, cores, brilhos, estrelas, sol, lua, capas e véus esvoaçantes, imponentes e belos, delicados, beirando o sublime. Todos estes símbolos contam a história de povos antigos, de outras Eras, de vidas passadas, de guerras, de força, de coragem, de outros mundos. Reunidos agora no Vale do Amanhecer, todo este simbolismo chega para representar a união, a paz, o amor, a tolerância, a humildade. É a Tribo de Pai Seta Branca, na roupagem de missionários, conduzidos por Tia Neiva, que optaram pelo perdão, pediram uma nova oportunidade de reencarnação e com a permissão de Jesus chegaram como jaguares. Reúnem-se em falanges, povos,

grupos que trabalham na caridade buscando a evolução individual e do planeta. Estão prontos para serem os missionários da última hora e carregam no peito, uma fita simbolizando conhecimento e cura. É a arma do amor. É a tribo Jaguar. Velhos contemporâneos.

A Comunidade

Com a chegada do Vale do Amanhecer em Planaltina no ano de 1969, adeptos e seguidores da doutrina foram chegando, se instalando e assim a pequena comunidade foi crescendo. Atualmente, cerca de 25 mil habitantes residem na pequena cidade. Parte do comércio e da economia local gira em torno da confecção das indumentárias, as vestimentas utilizadas nos trabalhos espirituais. Lanchonetes, restaurantes e pousadas foram se estruturando para receber visitantes e turistas que chegam de várias partes do Brasil e de outros países.

O Doutrinador

O doutrinador é o médium responsável por decodificar o divino manifestado na Terra. Foi por ele que Tia Neiva trouxe essa missão. É a razão onde quer que o fenômeno mediúnico se faça presente. É o homem preparado para enfrentar a transição planetária, que se apresenta, fisicamente, sob as mais variadas facetas: epidemias, guerras, fenômenos naturais. O Doutrinador, como sucessor de Tia Neiva, deve saber conduzir o sofrimento de todos aqueles que o procuram. É o Jaguar medianeiro, é o farol que ilumina os mundos através de seu conhecimento, sua emanação e conhecimento. É o cientista do Etérico, manipula a força do sol. Seu símbolo é a Cruz. É o médium que trabalha de olhos abertos, ele é o guardião do Apará, responsável pela harmonia e condução dos trabalhos.

Os doutrinadores, na figura do gênero masculino, são os comandantes dos rituais e trabalhos mediúnicos que acontecem no Vale do Amanhecer. Homens comuns, que por afinidade e compromisso com a missão foram chegando para cumprir este grande sacerdócio. Para Tia Neiva, com a chegada do doutrinador, o mundo passou ter luz.

Pai Seta Branca é o espírito de luz, líder dessa grande missão. O comandante, visto pelos médiuns como um pai que transmite amor, respeito, força, coragem e razão. Em sua trajetória espiritual de outras vidas, em outras encarnações, os mestres do Vale do Amanhecer contam que Pai Seta Branca já viveu como São Francisco de Assis em uma de suas missões e sua última encarnação foi como índio.

Como líder guerreiro de uma grande nação indígena na região dos Andes, era conhecido como Cacique Lança Branca, com seu amor, erguendo sua lança aos céus foi capaz de evitar um grande confronto entre as tribos de Seta Branca e os Espanhóis. Emanados por suas palavras de amor, conseguiu unificar os povos e manter a paz, sem que uma gota de sangue fosse derramada.

Pai Seta Branca

Tia Neiva

Foi a líder espiritual responsável por trazer ao plano físico, a doutrina espiritualista do Vale do Amanhecer. É a médium clarividente que se comunicava com os mentores nos planos espirituais. Foi preparada por eles e através da espiritualidade trouxe o que conhecemos hoje como Vale do Amanhecer. Sua missão maior foi trazer o Doutrinador.

Foi a mensageira de Pai Seta Branca e outras entidades de luz, espírito que quando estava neste plano físico, trouxe a doutrina do Amanhecer. Ela dispunha de uma mediunidade de clarividência que é a visão clara de poder enxergar e se comunicar em diversos planos e dimensões espirituais. Ela foi preparada por mentores a estar neste mundo físico cumprindo esta missão.

Ficha Técnica

Leo Matos - @leoniomatosgomes

PRODUÇÃO GERAL E PESQUISA

Lúcio Távora - @luciotavora_oficial

FOTÓGRAFO E DIRETOR DE FOTOGRAFIA

Janara Rodrigues - @janara_azevedo

TEXTOS E ASSESSORA DE COMUNICAÇÃO

Ed Ferreira - @edferreira5

CURADOR

Michelle de Fátima @MicaDesignECultura

DESIGN GRÁFICO E WEB MASTER

Cauê Gomes - @caue_gomess01

ASSISTENTE DE PRODUÇÃO E EXPOGRAFIA

Raimundo Filho - @profraimundofilho

REVISOR

Rodrigo Botelho

TRATAMENTO DE IMAGENS

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