Tribuna Bancária n° 382

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TRIBUNA Bancária Sindicato dos Bancários de Niterói e Região

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Ano LVI – Nº 382 – setembro de 2014

Negociações com os bancos não avançam

Nas quatro rodadas de negociações com a Fenaban foram discutidas todas as demandas referentes aos temas prioritários para a categoria bancária. Veja como foram os principais debates nas negociações até agora: Reajuste de 12,5% O Comando apresentou levantamento do Dieese mostrando que 93,2% dos acordos salariais assinados pelos trabalhadores no primeiro semestre contemplaram reajustes superiores ao índice de inflação, deixando claro que aumento real é fundamental para a categoria. PLR maior e mais justa A reivindicação aprovada pela 16ª Conferência Nacional dos Bancários é que seja implementado um novo modelo de PLR (três salários mais valor fixo de R$ 6.247,26) por considerar que a atual fórmula é muito complexa, pouco transparente e não remunera os bancários de forma adequada. A PLR foi uma conquista da campanha de 1995. O Comando propôs ainda que o pagamento da PLR não deve ser compensado com os programas próprios de remuneração variável dos bancos. Valorização dos pisos e PCS Os bancários defenderam com ênfase a reivindicação de aumento dos salários de ingresso (R$ 2.979,29 para escriturário e R$ 4.021,99 para caixa e tesouraria) e da implementação de pisos de R$ 5.064,73 para primeiro comissionado e de R$ 6.703,31 para primeiro gerente. Os bancos alegam que se trata de política de cada empresa, não cabendo discussão na mesa da

Fenaban. Os representantes dos bancários também insistiram na reivindicação histórica de criação de planos de cargos e salários (PCS) em todos os bancos. Os bancos não admitiram em hipótese alguma incluir a obrigatoriedade de um PCS na convenção coletiva. Isonomia salarial A reivindicação dos bancários é para que os bancos se comprometam a aplicar a Convenção 100 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e o artigo 2º da Declaração de Direitos Humanos, que asseguram a equivalência salarial para trabalho de igual valor. Os negociadores da Fenaban negam que haja diferença tanto entre funções como entre homens e mulheres. Outras reivindicações econômicas A 16ª Conferência aprovou a reivindicação de R$ 724, o equivalente ao salário mínimo nacional, para os vales-alimentação, refeição, cesta-alimentação, 13ª cesta-alimentação e auxílio-creche/babá. Os bancários também reivindicam a criação de um 13º vale-refeição. Os representantes da Fenaban disseram que vão levar a reivindicação aos bancos. Em relação ao auxílio-educacional, os bancos argumentaram que cada banco tem a sua política e não querem incluir uma cláusula na Convenção Coletiva. Entre outros temas, a rotatividade no emprego, o assédio moral, a segurança bancária, igualdade de oportunidades e o fim das metas abusivas também foram discutidos.

Fenaban defende terceirização Na abertura da terceira rodada de negociações da Campanha 2014 com a Fenaban, realizada foram apresentados os números dos estudos do Dieese sobre emprego e terceirização na categoria. Os bancos questionaram os dados sobre fechamento de postos de trabalho e defenderam a regulamentação da terceirização de forma ampla, coincidentemente com o mesmo enfoque apresentado pelo programa econômico da candidata Marina Silva. O Comando apresentou o estudo do Dieese com base na Rais do Ministério do Trabalho, mostrando que os bancos privados fecharam 18.023 postos de trabalho em 2013. E que outros 3.600 empregos foram cortados de janeiro a julho de 2014, segundo a Pesquisa de Emprego Bancário (PEB). Segundo a pesquisa Contraf-CUT/Dieese os bancos privados desligaram 66.567 trabalhadores entre janeiro de 2013 e julho de 2014. Essa rotatividade foi considerada como parte do negócio do sistema financeiro como um mecanismo para reduzir salário e aumentar lucros.

Os representantes dos bancos negaram que haja demissões em massa no sistema, alegando que há apenas ajustes pontuais.

Terceirização

Entre 1999 e 2013, as instituições financeiras aumentaram 319% as despesas com trabalhadores terceirizados, tendência que vem se acelerando nos últimos anos, segundo Relatório Social da Febraban. Se considerarmos os diversos tipos de correspondentes bancários (banco postal, lotéricos, pastinhas, supermercados, drogarias etc.), esses números poderiam ser exponencialmente multiplicados. Outro fator que dificulta o mapeamento adequado do número de trabalhadores terceirizados é que os bancos contratam empresas para realização do mesmo tipo de serviço que são classificados em múltiplas CNAES (Classificação Nacional de Atividades Econômicas). Por isso certamente o número de trabalhadores terceirizados prestando serviços aos bancos é muito maior.


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Sindicato conclui mesa redonda sobre ar condicionado com Itaú

A Relações Sindicais do Itaú, Irinéia Duarte, esteve na sede do Sindicato para finalizar a mesa redonda sobre ar condicionado iniciado com a mediação da Delegacia Regional do Trabalho de Niterói com vistas a resolver os problemas enfrentados pelas agências nos dias de muito calor. Com a presença do engenheiro do banco, todos os problemas foram sinalizados e um cronograma de ações foi estabelecido para evitar que durante o verão os equipamentos apresentem novas falhas e tornam as agências numa verdadeira sauna. Na oportunidade os diretores do sindicato aproveitaram para apresentar à representante do banco diversas denúncias de irregularidades que chegaram até a entidade envolvendo funcionários. Entre as denúncias estão: funcionários impedidos de almoçar, de ir ao banheiro, metas semanais, ausência de marcação de ponto e de que caixas estariam lanchando nos próprios guichês em dias de grande movimento. O sindicato apurou que apesar do caixa não poder deixar o guichê de atendimento para almoçar, em várias ocasiões são obrigados a atender a telefonemas de seus superiores sobre cobranças de metas. A representante do Itaú se comprometeu a identificar os casos e afirmou que as posturas não condizem com a orientação do banco. O sindicato ficará atento sobre as medidas tomadas pelo banco. A proteção dos funcionários é o objetivo da direção do Seeb-Nit.

Ataques a bancos crescem 9,1% e somam 1.693 no primeiro semestre Os ataques a bancos alcançaram 1.693 ocorrências em todo país no primeiro semestre de 2014, uma média assustadora de nove casos por dia, crescimento de 9,1% em relação ao mesmo período do ano passado. Desses, 403 foram assaltos (inclusive com sequestro de bancários e vigilantes), consumados ou não, e 1.290 arrombamentos de agências, postos de atendimento e caixas eletrônicos. Os dados são da 7ª Pesquisa Nacional de Ataques a Bancos, elaborada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV) com apoio técnico do Dieese.

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Sede: Rua Maestro Felício Toledo, 495, sobreloja, Centro, Niterói, CEP 24.030-105 - Tel/fax: (21) 2717-2157 Subsede: Avenida Júlia Kubitschek, 16, sala 215, Parque Riviera, Cabo Frio, CEP 28905-000 - Tel/fax: (22) 2643-4317 imprensa@bancariosnit.org.br - www.bancariosnit.org.br Jornalista Resp.: Willian Chaves (MTb 12.704) Impressão: Gráfica Porciúncula (3,5 mil exemplares)

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Diretores do Seeb-Nit distribuem Carta Aberta nos bancos

O Sindicato dos Bancários de Niterói e região vem a público denunciar e repudiar o abuso dos bancos na recusa do recebimento de contas e defender os empregos dos bancários. A medida arbitrária tem prejudicado clientes/ usuários e, principalmente, a categoria bancária. Os bancos fazem uma triagem para recebimento de contas se recusando a recebê-las. A restrição ao caixa interno (boca do caixa) é uma medida abusiva e deve ser denunciada aos órgãos de defesa do consumidor por descumprir as resoluções do Banco Central. Procon Niterói:(21) 2719-5177 / Banco Central: 0800 979 2345. Os bancos têm liberdade para criar convênios referentes a pagamentos de serviços básicos, como água, luz, gás e telefone. Uma vez estabelecido o convênio, não pode haver discriminação entre os clientes e não clientes, além de não estabelecer local e horário de atendimento diferentes daqueles previstos para as demais atividades executadas pela instituição - (Resolução nº 1.865/1991 do BC). As agências são ainda audaciosas. Fazem a triagem na porta do banco impedindo o cliente/usuário até mesmo de chegar aos caixas. A imposição é para que a pessoa efetue o pagamento no caixa eletrônico, em um correspondente bancário, em uma casa lotérica ou nas agências dos Correios. Essa segregação de clientes provoca ainda as inúmeras demissões de bancários. Somente este ano 3.600 postos de trabalho fechados em todo país. No Estado do Rio de Janeiro, 463 bancários perderam o emprego. Apesar dos lucros gigantescos, os bancos brasileiros, principalmente os privados, seguem eliminando postos de trabalho em 2014. Os bancos que estão fechando postos de trabalho prejudicam os bancários, pioram o atendimento dos clientes e da população e não contribuem para o crescimento econômico e social do país com emprego e distribuição de renda. O Sindicato dos Bancários de Niterói e região levou uma boa notícia para os bancários. A exemplo dos últimos dez anos, a entidade promoveu a DEVOLUÇÃO do IMPOSTO SINDICAL para os bancários sindicalizados e que apresentaram os contracheques. Esse ato é uma forma de homenagear o bancário pelo dia 28 de agosto, Dia do Bancário!


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Sindicato comemora Dia do Bancário com três grandes atividades

Festa na Sede Campestre do Sindicato com churrasco e roda de samba

O Club Costa Azul em Cabo Frio recebeu centenas de bancários para a comemoração

Em comemoração ao Dia do Bancário o Sindicato promoveu diversidades atividades para homenagear a categoria e também protestar contra os bancos que vem acharcando os trabalhadores. Um ato que percorreu agências do centro de Niterói alertou aos bancários e clientes para as práticas das instituições financeiras em esvaziar as agências com a recusa de recebimento de contas e aumentando as demissões. Duas grandes festas tam-

dos pelo sistema financeiro. Apenas nos primeiros sete meses de 2014, 3.600 bancários perderam seus empregos em todo país. No Estado do Rio foram 463 demitidos. A peça teatral retratou de forma bem-humorada a dura realidade vivida pelos bancários que são acharcados com as metas abusivas e falta de funcionários nos bancos. A festa na Região dos Lagos reuniu centenas de bancários e familiares no Clube Costa Azul numa noite com

bém marcaram data, uma em Cabo Frio e outra na sede campestre da entidade em São Gonçalo. O Dia do Bancário é comemorado em 28 de agosto. Nesta data também foi devolvido o imposto sindical aos bancários sindicalizados. O ato, que teve participação também da Cia de Emergência Teatral, serviu também para a distribuição de uma carta aberta aos funcionários e à população protestando contra os cortes nos empregos realiza-

Direção do Seeb-Nit durante atividade que homenageou e alertou a categoria

boa comida, bebidas e muita música boa. O evento foi organizado pelos diretores que atuam na região. Já na sede campestre, o tradicional churrasco foi regado a muito samba, almoço e torneio de futebol. Mais uma vez, centenas de bancários prestigiaram o evento organizado pela direção do sindicato. No torneio de futebol houve disputa em entre times do Bradesco, Itaú e mistão de vários com funcionários de vários bancos.

Cia de Emergência Teatral retratou o drama dos bancários com as demissões

CAMPANHA SALARIAL É NO

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Sindicato investiga denúncia contra Bradesco por obrigar caixas a vender produtos Novamente chegaram ao Sindicato denúncias contra o Bradesco. A velha prática de gerentes exigirem que caixas e escriturários se tornem vendedores de produtos do banco voltou a acontecer em agências da região. A novidade ficou por conta da forma como a cobrança é feita aos bancários que pode levar à caracterização de dupla função de trabalho, já que caixas e escriturários não possuem a responsabilidade por vendas de produtos. Os diretores Luiz Claudio Caju e Heber Mathias estiveram na regional para questionar a direção do bancos sobre as práticas. O Sindicato está em alerta para coibir essa exigência dos gerentes e, principalmente, para possíveis assédios por conta de metas abusivas impostas pelo banco. Essa atitude imposta pelo Bradesco prejudica não apenas o bancário, mas também os clientes e usuários que utilizam os serviços de atendimento. A venda de um produto na “boca do caixa” significa mais tempo de fila e demora no atendimento. Para o caixa, importa em mais pressão, desvio de função e, consequentemente, possíveis doenças psicológicas por conta da obrigatoriedade de atingir as metas estabelecidas. As atividades do caixa devem ter como foco principal o atendimento eficiente ao cliente, sendo responsável pelas operações efetuadas nos terminais de caixa. Se você está sendo vítima desta ação dos gerentes em sua agência, entre em contato com o Sindicato e denuncie. O anonimato é garantido para preservar o emprego e evitar perseguições.

Menos emprego, mais lucro

O Itaú obteve lucro líquido de R$ 9,502 bilhões somente no primeiro semestre de 2014, o que significa crescimento de 33,2% em relação a igual período de 2013. O resultado aumentou 9,8% apenas no segundo trimestre alcançando R$ 4,97 bilhões. Trata-se do maior lucro da história do banco considerando esse período, superior ao recorde dos primeiros seis meses de 2011, que fora de R$ 7,133 bilhões. O balanço foi divulgado no último dia 5 de agosto. No ano passado, registrou lucro líquido de R$ 15,695 bilhões. O desempenho foi o maior da história dos bancos. Apesar dos resultados, o banco cortou 1.363 empregos, mesmo passando a considerar o número de empregados vindos da Credicard. O banco segue andando na contramão da economia brasileira.

FUTEBOL

Vai começar o campeonato dos bancários na sede campestre do Sindicato. Dia 27 de setembro será realizada e primeira rodada. Informações com o diretor Cultural e Social, Ildo Perez.


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