Reportagem "Jornalismo Universitario"

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Directora Filipa Mora || Director de Fotografia Manuel Ribeiro || Directora de paginação Joana Koch Ferreira Chefe de Redacção Mariana Jacob

Jornal da Academia do Porto || Ano XXIII || Publicação Mensal || Distribuição Gratuita || Directores: Filipa Mora e Manuel Ribeiro || Director deAcademia Fotografia:doJosé Ferreira Directora de paginação: Koch Ferreira || Chefe de Redacção: Mariana Jacob Jornal da Porto || Ano||XXIII || Publicação MensalJoana || Distribuição Gratuita

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Destaque 2 || Educação 6 || Sociedade 10 || JUPBOX 13 || U.Porto 14 || FLASH 16 || Desporto 18 || Cultura 21 || Críticas 27 || Cardápio 28 || Opinião 29 || Devaneios 31

Jornalismo Universitário

23 anos a contar história(s)


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Amador na opção, p Este é o mês do 23º aniversário do JUP. Viajamos pela história do Jornal Universitário do Porto, onde histórias de luta e dedicação o tornam um marco obrigatório na vida da Universidade e da própria cidade do Porto. Era um grupo de alunos da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto que decidiu reunir-se para criar o Jornal Universitário. “Uma voz activa, corajosa e determinada”, capaz de apontar as falhas e os êxitos do sistema de ensino. Enfim, capaz de fazer a diferença. Em breve, tornar-se-iam independentes da AEFCUP, para “vincar a sua independência e o seu carácter aberto”. Nascia assim, no final da década de 80, o “Jornal Universitário do Porto”. Acima de tudo, a criação de um Jornal de todos os alunos “impunha-se quando estamos cansados de apontar (e de sentir) as falhas do nosso sistema de ensino”, conforme se podia ler no editorial da edição zero, em 1987, assinado por Jorge Pedro Sousa, actualmente jornalista, professor e investigador na área de Comunicação.

Grandes reportagens Os primeiros números do JUP foram marcados por reportagens sobre os principais problemas que afectavam os universitários: condições de alojamento, as cantinas universitárias, as alterações no Ensino Superior, a Queima das Fitas. Foram várias as reportagens polémicas que causaram burburinho no meio académico. João Teixeira Lopes lembra-se de um artigo de Ana Brandão “em que ela acusava a comissão da Queima das Fitas de ter utilizado dinheiro do seu orçamento para financiar abortos”. Director na altura, confessa que houve tentativas de retaliação após a publicação da notícia. Tal

aconteceu em 1989, dava o JUP os primeiros passos na sua história. Jorge Pedro Sousa refere também os artigos sobre “as iniciativas estudantis europeias, sobre os jovens e a Europa”, numa altura que começavam os programas de intercâmbio. Anos mais tarde, o projecto A Ponte “acompanhou entre 2000 e 2002 as actividades da Porto 2001 – Capital Europeia da Cultura, apresentando uma visão reflectiva dos estudantes sobre o que se passava na cidade”, recorda Sara Moreira, presidente do Núcleo de Jornalismo Académico (NJAP). Dino Almeida, jurista e um dos fundadores da revista “Águas Furtadas”, salienta ainda as entrevistas aos então Reitores Alberto Amaral e Novais Barbosa. Já Susana Marinho, antiga directora do NJAP, destaca a reportagem “Deficientes são as Faculdades”, sobre as pessoas com dificuldades de locomoção nas instituições académicas. Refere ainda o artigo sobre a incineradora do hospital de São João e a edição come-

morativa que o JUP dedicou aos 30 anos do 25 de Abril. Dino Almeida realça que “quando alguém queria falar sobre um tema mais polémico e um pouco mais abertamente ia ter com o JUP”. O espírito era sempre de expectativa, de fazer algo novo, de marcar a diferença. O primeiro editorial do Jornal dizia que “ainda estamos longe... muito longe... de dizer: missão cumprida”. E agora, 23 anos depois, será que o JUP continua com o mesmo fôlego para cumprir a missão? O que mudou, afinal, no JUP nas últimas duas décadas?

Desporto e Opinião. A editoria de Internacional acabou por ser abandonada nesta “reestruturação”, assim como Economia e Ambiente, que foram integradas nas outras editorias. Os temas agora abordados pelo JUP passaram a ter um enfoque maior no Grande Porto e na Academia. O livro de estilo do Jornal foi também actualizado. A diferença mais notória, no entanto, registou-se a nível gráfico: o jornal foi objecto de estudo da tese de mestrado de Joana Koch Ferreira, directora de Paginação. Actualmente, a impressão do

Novos tempos O mês de Dezembro de 2008 marcou um novo ciclo na história do JUP,

que passou nesta altura por uma remodelação, a vários níveis, a cargo do director Carlos Daniel Rego. Foi feita uma nova definição das editorias presentes no Jornal: Sociedade, Educação, Cultura,

JUP chega aos 10.000 exemplares por edição. Com cerca de sete publicações por ano, é distribuído “em todas as instituições da Academia do Porto”, afirma Sara Moreira, presidente do NJAP. Mais recentemente, as reportagens que ficaram na memória dos novos directores tratam de diferentes temas. Filipa Mora salienta o destaque de Novembro de 2009, sobre o fenómeno do Admirável Porto Novo noctívago, “pela diversidade da reportagem e pela equipa”. A actual directora refere ainda o artigo sobre a pri-

vatização do Palácio de Cristal, que “merece atenção pelo interesse público”, e o artigo e foto reportagem sobre as Quintas de Leitura, “pelo interesse e qualidade que despertam no espectro cultural”. Já Manuel Ribeiro destaca a cobertura às férias desportivas (organizadas pela Federação Académica do Porto - FAP) e ainda a reportagem sobre os Jogos GalaicoDurienses, da edição de Dezembro de 2009. Para o actual director, “o “enviado-especial” [Francisco Ferreira, editor de Desporto], que acompanhou a comitiva da UP à Galiza, virou de repórter a atleta e por sinal não desiludiu”. “Entra seguramente para a história deste jornal com 23 anos”, destaca Manuel Ribeiro. Dentre os antigos colaboradores, o carácter crítico do jornal é uma das características que recordam com mais saudade. “Estou convencido que foi isso que marcou os leitores”, ressalta Dino Almeida. João Teixeira Lopes considera que o JUP ainda “é um bom exemplo de jornalismo crítico, de um jornalismo interventivo, sem deixar de ser rigoroso”. Apesar de considerar que o jornal está mais profissional, Jorge Pedro Sousa considera-o “não tão corrosivo” como o foi nos seus tempos de estudante. “Infelizmente, talvez não seja tão impertinente e incomodativo, no bom sentido, como o foi no final dos anos oitenta e princípios dos noventa”, confessa o investigador. Susana Marinho, antiga


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rofissional na acção directora do NJAP, reforça a importância do espaço para a opinião no Jornal, “pois penso que uma das obrigações do JUP é defender os interesses dos estudantes, incluindo a crítica a alguns aspectos medíocres que possa haver no seu seio”. Filipa Mora realça o esforço diário do JUP “em despoletar interesse nos temas que cobre”, considerando que a maior evolução reflectiu-se “nos temas de teor mais investigativo que tentamos publicar”. “É com um misto de sangue, lágrimas e suor que cada jornal sai todos os meses”, exalta a directora.

E os estudantes? É um lugar-comum dizer-se, hoje em dia, que os alunos estão mais preguiçosos, menos motivados a participar. No entanto, os próprios alunos não o admitem. Após 23 anos de existência, o JUP continua a contar com vários colaboradores que têm uma visão nova e diferente sobre o Jornal. Mariana Catarino, aluna do Curso de Ciências da Comunicação, entrou no Jornal Universitário “para começar a ganhar alguma experiência” na área do Jornalismo. “Com o JUP sinto-me mais integrada na UP e conheço melhor o Porto”, confessa. Liliana Pinho, do primeiro ano do mesmo curso, acrescenta que “participar neste projecto é muito gratificante”. Dentro dos outros cursos, o caso muda um pouco de figura. Maria, estudante de Ciências Farmacêuticas, confessa que não lê o jornal mais vezes “porque muitas vezes as capas não chamam a atenção”. Uma colega sua comenta que fazem falta mais artigos sobre todas as faculdades, pois “podiam falar do que se faz em toda a Universidade”. Manuel Ribeiro, director do JUP, salienta a necessidade de adaptar o jornal a toda a Universidade, o que passa pela variedade de colaboradores. “Uma das missões do JUP é dar

a conhecer o jornalismo a todos os estudantes do ensino superior”, explica. Não deixa de apontar ainda a falta de mais participantes, sendo esta a principal dificuldade do Jornal: “Falta gente ao JUP, com vontade de participar e manter este projecto”. “O JUP sofre do síndrome Bolonha. Os estudantes têm menos tempo para desempenharem actividades em paralelo com os cursos que estão a frequentar”, lamenta o director. Sara Moreira, do NJAP, explica como é difícil gerir “a dicotomia sempre latente no associativismo voluntário versus a necessidade de estabelecer e cumprir compromissos para que a máquina continue a mexer”. Filipa Mora corrobora, lembrando que “o JUP é feito por pessoas que se dedicam voluntariamente à causa, que é o jornalismo amador na opção, profissional na acção”.

O NJAP: um universo de cooperações alargadas O Núcleo de Jornalismo Académico do Porto (NJAP) reúne um conjunto de diferentes projectos. A revista de literatura, música e artes visuais, “Águas Furtadas”, tem o objectivo principal de divulgar artistas promissores com pouca visibilidade. Foi lançada

em 1999 e teve 10 edições semestrais até 2006. Susana Marinho, antiga directora do NJAP, considera a criação desta revista como um grande desafio, “não só por toda a logística que isso envolveu, como também pela qualidade que se procura-

va imprimir à revista”. E para Sara Moreira, não está esquecida: “continua a ser um projecto acarinhado e estamos a analisar formas de continuar a sua publicação”. As Galerias JUP, localizadas na Rua Miguel Bombarda, acompanham a actividade cultural da zona onde se insere. O próprio edifício do NJAP recebe debates, palestras e acções de formação para os estudantes. Susana Marinho aponta os principais desafios do cargo que ocupou: “criar uma imagem do Núcleo como uma associação dinâmica, aberta a todos quantos quisessem contribuir

quer c o m textos para o JUP, quer com o desenvolvimento de outras actividades e procurando sempre novos associados”. A antiga directora fala ainda da “resistência a vários tipos de condicionamento editorial”. Sara Moreira está esperançosa quanto ao futuro do NJAP: “vejo o Núcleo a despontar como estrutura viva, local de trabalho e convívio, ponto de encontro de pessoas, interesses e reflexões, após um período de 3 anos em que as portas estiveram mais fechadas”. A actual Presidente espera que “nunca seja descurada a extrema importância do papel do Núcleo de Jornalismo Académico do Porto enquanto agente e plataforma de reflexão e de consciência colectiva”.

“Caixinha de recordações” Desde a sua fundação, as linhas do JUP foram delineadas pelos

próprios estudantes, que aprenderam no jornal universitário novas formas de se expressar e compreender o mundo académico. João Teixeira Lopes, professor da FLUP e ex-deputado pelo Bloco de Esquerda, conta como a participação no jornal lhe deu “uma noção muito mais vasta das nossas semelhanças e das nossas diferenças”. “Através do JUP consegui aperceber-me de realidades que me estavam distantes”, conta o docente. Os antigos colaboradores continuam a ser leitores assíduos do jornal do qual fizeram parte no passado. Para Dino Almeida, “é como regressar a uma publicação que sentimos nossa e nos faz falta…Quando se trabalhou num projecto sentimo-lo um pouco nosso”. O jurista salienta que “todo o arquivo do JUP é de um enorme capital cultural e social. Deu grandes coisas a esta cidade e mais do que isso inspirou muitos outros projectos de jornalismo e não só”. Dino Almeida considera mesmo que o JUP “é um marco na cidade universitária”. Entre elogios e reclamações, não faltaram sugestões. João Teixeira Lopes considera que o jornal tem que “ser capaz de criar as suas próprias notícias, desocultando muitas vezes o que está obscuro, fazendo investigação, indo para além das fachadas, e tendo um papel interveniente na própria academia”. Jorge Pedro Sousa corrobora esta opinião, já que “o JUP volta-se muito para o exterior, nomeadamente para o campo cultural, o que é bom, mas que tem uma consequência negativa, que é abandonar o olhar sobre a Academia, a principal razão para que foi criado”. Dino Almeida também refere a importância da actividade académica, instigando-se ainda sobre os possíveis desafios para o JUP no futuro, que podem passar pela adaptação ao acordo ortográfico e pela criação de edições electrónicas.


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JUP: uma missão que se cumpre a cada edição Outros jornais universitários juntam-se também à conversa, mostrando como cada um ultrapassa as dificuldades neste (já não tão) novo mundo digital.

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Em tempo de novas tecnologias, ninguém quer ficar atrás quando se fala no salto para a Internet. O meio académico é um meio privilegiado, em que o contacto com as novas redes são não só importantes como essenciais para o enriquecimento dos estudantes. Muitos assumem que os jornais universitários, inseridos neste contexto de inovação, devem acompanhar essa evolução. Mas isso não se passa da mesma forma em todos os jornais. O JUP tenta aliar-se a estas novas potencialidades a passos cada vez maiores. Possui um site e um blog dos Espaços JUP, que destaca as actividades do NJAP (Núcleo de Jornalismo Académico do Porto). No entanto, ainda não tem um espaço fixo para distribuir informação na Internet. A ideia do site de notícias do JUP ainda é um projecto por concretizar.

“Por mais obsoleto que possa soar em 2010, falta um site actualizado. Mas só depois do mínimo de colaboradores assegurado é que partimos para o online”, explica Filipa Mora, directora da publicação. O que falta? “Tu, eu, nós e eles, os estudantes. Falta a equipa!”, pensa Manuel Ribeiro, também director. Enquanto isso, o jornal traça o seu caminho pelas redes sociais. Além da cobertura do Fantasporto através de um blog em parceria com o portal Rascunho.net, está presente no Twitter (ferramenta utilizada para a cobertura das Férias Desportivas) e em outros blogs, como o que cobriu a Queima das Fitas 2009 além das noites do Queimódromo e outro para trabalhos que não são publicados em papel. A pouco e pouco, o objectivo é chegar cada vez mais directamente aos estudantes.


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josé ferreira

Uma redacção à espera de mais colaboradores para arrancar com a edição online do JUP

O meio académico é um meio privilegiado, em que o contacto com as novas redes são não só importantes como essenciais para o enriquecimento dos estudantes.

Jornalismo universitário: intervenção continua em força na era da Internet?

“É difícil pensar um jornal universitário como o JUP que não seja (também) impresso em papel.”

A experiência dos bracarenses… A ideia de entrar de cabeça na vida dos estudantes através do meio que mais utilizam – a Internet – foi o que passou pela cabeça dos fundadores do ComUM, jornal dos estudantes de Ciências da Comunicação da Universidade do Minho. Nascido no meio online, em Dezembro de 2005, sobrevive até hoje com vários colaboradores e histórias para contar. A experiência impresso/online é inversa aos outros congéneres: o jornal na Internet veio primeiro e, em 2008, lançaram uma versão impressa do jornal... que durou 9 edições. Primeiro semanalmente, depois quinzenalmente devido a “dificuldades em angariar fundos”, o projecto acabou por ser abandonado. Paulo Paulos, director do jornal bracarense, explica que “o ComUM impresso durou

apenas um semestre porque a equipa directiva, composta, na sua grande maioria, por alunos que estavam no 4º ano e foram estagiar, se desfez.”. Desde então, o ComUM voltou-se, mais uma vez em exclusivo, à edição online, onde continua de boa saúde. As dificuldades em manter a edição online prendem-se com a actualidade que se espera do que é publicado na Internet. “Muitas vezes perdemos alguma actualidade quando noticiamos, mas é complicado exigir mais numa redacção em que não há nenhum elemento profissional”, justifica o director do ComUM.

… e a dos conimbricenses O Jornal Universitário de Coimbra A Cabra nasceu em 1991, numa era onde ainda predominava o analógico. Em 2004, lança a sua versão online, que perdura até

hoje. As versões são distintas uma da outra, mas só desde o início deste ano lectivo é que, com a remodelação do site, houve maior facilidade para gerir e articular os conteúdos da versão impressa com a online. “Desta forma, por diversas vezes remetemos para o site entrevistas na íntegra que saem na edição impressa, assim como foto-reportagens sobre temas abordados no jornal”, explica João Ribeiro, director d’A Cabra. Vanessa Quitério, coordenadora do projecto online no ano passado, explica que existem diferenças entre a abordagem impressa e online. “Ambas se completam. Na Internet, pelo poder do imediato, do hoje e agora, as informações antecipavam as reportagens de profundidade de campo, levantavam o véu para o posterior esmiuçar do papel. Bem como a publicação de reportagens foto-

A presença dos jornais na Internet tornou-se essencial, particularmente os jornais que têm os universitários como público-alvo. gráficas, reacções mais momentâneas”, explica a jornalista. E ainda acrescenta: “O online é isso, é o explanar a realidade no agora”.

Desafios da transição A presença dos jornais na Internet tornou-se essencial, particularmente os jornais que têm os universitários como público-alvo. É um facto que os jovens lêem cada vez menos. O preocupante seria confirmar que os estudantes perderam interesse também por jornais feitos especificamente para si, como o são os jornais universitários. A solução passa por aproximar os jornais do seu público, aproveitando o meio onde este passa grande parte do seu tempo – a Internet – e as suas potencialidades. “No online o objectivo é dar as notícias da cidade e do mundo, do dia, acompanhando a realidade noticiosa”, relembra Vanessa Qui-

tério. A actualidade das notícias junta-se ao multimédia, à capacidade de dá-las a conhecer sob vários formatos, muito além do que a tinta e o papel permitem. Os textos mais curtos, as imagens mais apelativas, o “zapping cibernético” pelos vários conteúdos disponíveis podem ser a arma dos jornais para que os estudantes continuem a dar-lhes atenção. Para continuar a fazer parte da sua vida. Apesar de considerar ser difícil “pensar um jornal universitário como o JUP que não seja (também) impresso em papel”, Dino Almeida, antigo colaborador, não deixa de abordar a importância da adaptação aos novos meios: “não nos podemos esquecer que as universidades estão sempre na vanguarda e por isso não me admira que surjam alterações a esse nível”. Demos aqui exemplos daqueles que começam já a acompanhar este clima de mudança. A Cabra foi bem sucedida na transição, o ComUM começou directamente “na crista da onda”. O JUP, apesar da falta de um site, encontrou aqui e ali soluções para informar com imediatismo na Internet. Os jornais universitários são feitos por estudantes, para estudantes. Abordam questões pertinentes, como só o pode fazer quem está por dentro de quais são os problemas que afectam o seu mundo. Estará o público dos nossos jornais realmente a migrar para a Internet – onde teremos que “armar a tenda” e voltar a cativá-los – ou terá mesmo perdido grande parte do interesse sobre o que se passa no mundo imediatamente à sua volta? Apesar de a ligação com os jornais não ser a mesma de outros tempos, ainda há quem não desista de procurar informação. Para Dino Almeida, é necessário manter algumas características para continuar a suscitar o seu interesse e captar novos públicos: “Bons textos, boa grafia, actividade de reportagem intensa que cative leitores”. Na resposta a este desafio estarão sem dúvida presentes as próximas páginas do JUP – no papel e na Internet – onde se continuará a escrever novos capítulos da História do Jornal que completa hoje 23 anos de existência. ALINE FLOR E TATIANa HENRIQUES alinerflor@gmail.com, tatehenriques@gmail.com


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