Aeroespaço 39

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OPERAÇÃO CARRANCA I

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Índice 4

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Reportagem Especial Operação Carranca I

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Reportagem Sistema Seta Millennium

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Usina de ideias Cronovox

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Reportagem Clima Organizacional: uma preocupção do DECEA

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Artigo Conquistas: esporte é vida

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Conhecendo o DTCEA Tanabi - SP

Nossa capa

Expediente

Dada a carência de oportunidades para o treino de procedimentos e o aprimoramento da interoperabilidade necessária aos elos do Sistema, o DECEA desenvolveu a Operação Carranca I (simulada) de busca e salvamento, reunindo cerca de 140 militares em Florianópolis. Foto: Luiz Eduardo Perez

Informativo do Departamento de Controle do Espaço Aéreo - DECEA produzido pela Assessoria de Comunicação Social - ASCOM/DECEA Diretor-Geral: Ten Brig Ar Ramon Borges Cardoso Assessor de Comunicação Social e Editor: Paullo Esteves - Cel Av R1 Redação: Daisy Meireles (RJ 21523-JP) Telma Penteado (RJ 22794-JP) Colaboração: Denise Fontes (DRT - 043035/2003/70) Diagramação e ilustrações: Aline da Silva Prete Fotografia: Luiz Eduardo Perez (RJ 201930-RF) Fabio Ribeiro Maciel

Contatos: Home page: www.decea.gov.br Intraer: www.decea.intraer contato@decea.gov.br Endereço: Av. General Justo, 160 Centro - CEP 20021-130 Rio de Janeiro/RJ Telefone: (21) 2123-6585 Fax: (21) 2262-1691 Editado em NOVEMBRO/2009 Fotolitos & Impressão: Ingrafoto


Editorial A cada edição procuramos informar ao efetivo

no desenvolvimento de um circuito batizado

as ações importantes do DECEA em todas as suas

Cronovox, que desde maio vem sendo utilizado

áreas de atuação. Nem tudo que realizamos cabe

com êxito, levando a resultados extraordinários.

nessas 28 páginas, por isso destacamos apenas

Levantamentos que necessitavam de uma semana

algumas.

para serem concluídos passaram a ser feitos em

Uma das mais importantes Operações – primeira na área – não podia ficar de fora desta

pouco mais que uma hora e meia. Outra importante realização destacada

edição. A Operação Carranca I, Reportagem

nas páginas desta edição - na área do

Especial, nos deixa prontos para tornar o Sistema

Subdepartamento de Operações – é o Setta

de Busca e Salvamento do Brasil mais eficiente.

Millenium - Sistema Estatístico de Tráfego Aéreo

Conseguimos, em outubro, propiciar uma interação

- um instrumento valioso para a elaboração de

extremamente positiva e necessária para que

planejamentos do Sistema de Controle do Espaço

continuemos a salvar vidas.

Aéreo Brasileiro (SISCEAB), especialmente para

Com o apoio da Base Aérea de Florianópolis e a participação dos Esquadrões Phoenix e Pelicano e dos Salvaeros de Brasília, Manaus, Curitiba

a alocação adequada de recursos humanos, materiais e tecnológicos. Em setembro aplicamos a Pesquisa de Clima

e Recife reunimos 140 militares para treinar em

Organizacional para os graduados do DECEA.

conjunto. A Operação Carranca I foi fundamental

Recorremos a essa ferramenta com o objetivo

para a coordenação de todas as atividades e para

de mapear as necessidades do nosso efetivo

a compreensão das ações adotadas ao longo de

e conhecer o grau de satisfação em relação a

uma Operação SAR.

diversos aspectos motivacionais. Relatamos nas

Uma ideia, um avanço e um passo

páginas 20-24 todo o processo da pesquisa e

importantíssimo estar permitindo ao CGNA calcular

parte do resultado. Vale a pena conhecer um

as capacidades de todos os Setores de FIR e

pouco do trabalho executado pelos elos de

TMA do Brasil pelo menos duas vezes por ano.

Comunicação – coordenado pela Assessoria de

Nas páginas da seção Usina de Ideias, o Tenente

Comunicação Social.

Coronel Vital (diretor de Operações do CGNA) conta a participação do 1S Ramos (DTCEA-CT)

Uma boa leitura e até a próxima edição que continuará a nossa história.

Tenente-Brigadeiro-do-Ar Ramon Borges Cardoso Diretor-Geral do DECEA


Reportagem Especial

Operação

CARRANCA I

Por Daisy Meireles e Daniel Marinho - Fotos: Luiz Eduardo Perez

O provimento de serviço de Busca e Salvamento, realizado através da atuação permanente do Sistema de Busca e Salvamento Aeronáutico (SISSAR), é uma responsabilidade de seu elo central, o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA). Para seu cumprimento, é imprescindível a instrução dos elos de coordenação e operação, uma atribuição prevista na legislação nacional e internacional.

Dada a carência de oportunidades para o treino de procedimentos e o aprimoramento da interoperabilidade necessária aos elos do Sistema, o DECEA desenvolveu a Operação Carranca I - de busca e salvamento simulada. Com base nas missões reais ocorridas ao longo dos mais de 50 anos de existência do SISSAR, tudo aconteceu nos mesmos moldes de outras manobras militares, coordenadas no âmbito do Comando de Operações Aéreas, especificamente relacionadas à Segunda Força Aérea (FAe II).

A preparação A “Operação Carranca I” foi desenvolvida para tornar-se referência, servir de fórum de discussões e atuar como labora4 AEROESPAÇO

tório para a elaboração de novas doutrinas para a atividade SAR – incluindo treinamento exclusivo de coordenação e execução das missões componentes das Operações SAR, prevendo a instrução dos profissionais que concorrem às escalas dos Centros de Coordenação e Controle (RCC) nas técnicas de planejamento e coordenação de uma Operação SAR. Realizada na Base Aérea de Florianópolis (BAFL) - por ter excelente localização para o treinamento de missões de busca sobre as cadeias montanhosas do continente, para as missões de salvamento no mar, bem como pelo histórico em sediar operações desta natureza – o Exercício ocorreu no período de 4 a 16 de outubro.

A fase FAM/FIT Do inglês Familiarization/ Flight in Training), a FAM/ FIT foi a primeira fase da Operação Carranca I. Em quatro dias (4-8 de outubro), os elos de coordenação presentes – representantes de todos os Centros de Coordenação de Salvamento (RCC) e do SALVAMAR SUL (Marinha do Brasil) – tiveram a oportunidade de trocar experiências em suas ações particulares e no que tange ao relacionamento entre os elos de coordenação e de execução. Além do treinamento especializado, a FAM/FIT propiciou aos participantes oportunidade única de intercâmbio de


informações entre as tripulações dos esquadrões envolvidos e os profissionais de Coordenação SAR, qualidade fundamental para o incremento da eficiência operacional do serviço SAR brasileiro. Conhecer a visão do outro elo do Sistema SAR foi fundamental para o sucesso da missão e este intercâmbio parece ter sido bem avaliado para as equipes de coordenação. Isso pela distância que mantém, normalmente, dos elos de execução. Foram discutidos nesse período os seguintes assuntos: cálculo de deriva sobre o mar; cálculo de deriva de paraquedas;

zônico, que atuou no RSC-SJ durante a Operação Carranca I: - Foi muito importante o conhecimento sobre busca no mar durante a primeira semana de treinamento. Na Amazônia, a grande maioria das buscas e salvamentos é em terra. Então, o contato direto com a tripulação SAR proporcionou a criação e o aumento de laços de relacionamento que facilitaram as coordenações e o cumprimento da missão como um todo. A troca de experiências entre as equipes de coordenação e tripulações proporcionou um enorme ganho operacional ao ponto de se conhecer as dificuldades e restrições que cada uma das partes en-

ção Carranca I atuou como membro da DIREX, disse que a melhor experiência que tiveram foi a de poder treinar sistemicamente. - Até a Operação Carranca I treinávamos separadamente, e só trabalhávamos com os elos de coordenação em operações reais. Este foi o grande ganho, treinar como empregamos. Acredito que numa segunda edição, os erros cometidos deverão ser corrigidos. Podemos melhorar a parte de figuração - uma das grandes dificuldades da Operação. O Tenente Celoni acredita que uma equipe maior e melhor estruturada poderia tra-

designação de áreas de busca em região montanhosa; e comunicações com aeronaves a partir de equipamentos móveis. De modo a treinar a coordenação e o planejamento nos mais variados ambientes e configurações, os profissionais foram divididos em dois Subcentros de Salvamento (RSC): • RSC-FL (Florianópolis) - operações sobre o mar – formado pelos militares do CInDACTA III, do CInDACTA II e do SALVAMAR SUL • RSC-SJ (São José) - operações sobre o continente – composto por militares do CInDACTA I e do CInDACTA IV Essa troca de experiências foi percebida e avaliada pelo Capitão QOECTA Fábio Santiago de Gouvêa, chefe do RCC Ama-

frenta durante as missões. no entanto, vale ressaltar que existe um elo central, ou seja, há quem normatiza e quem supervisiona essas ações. na verdade, a Operação serviu para alguns elos como exemplo de um dos trabalhos que o elo central tem obrigação de planejar e coordenar. Para validar os exercícios planejados, os recursos aéreos cumpriram as orientações emitidas pela equipe de Coordenação e os resultados foram avaliados pela Direção do Exercício (DIREX). Ainda sobre a fase FAM/FIT, o 1T Av Marco Aurélio de Oliveira Celoni, chefe da Seção de Programação e Controle do Segundo Esquadrão do Décimo Grupo de Aviação (2º/10º GAv), que na Opera-

balhar para que os cenários e os casos se aproximassem ainda mais da realidade. Segundo o Major Aviador Silvio Monteiro Júnior, chefe da Divisão de Busca e Salvamento (D-SAR), os elos de coordenação alcançaram os resultados na fase FAM/ FIT, a partir do treinamento pontual de questões que não são abordadas diariamente ou nos cursos de formação, o que contribuiu para o nivelamento e incremento de conhecimento dos profissionais envolvidos nos Subcentros de Salvamento (RSC). Por outro lado, apesar do Plano de Operações prever uma quantidade de recursos aéreos desde o início, a indisponibilidade desses elos de execução inviabilizou o adestramento de AEROESPAÇO

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'Para que outr

suas tripulações, diminuindo a possibilidade de envolvimento de tripulações menos experientes na segunda fase, denominada LIVEX. "É importante ressaltar que isso não diminuiu em nada a operacionalidade das ações ou cumprimento das missões planejadas" - concluiu o Major Silvio.

A fase LIVEX A partir do acionamento das equipes de alerta do RSC, que sempre aconteciam durante a madrugada e, consequentemente das unidades envolvidas, os exercícios incluíam planejamento da operação, acionamento dos recursos aéreos e marítimos, busca, localização, salvamento e transporte da vítima ao local de atendimento especializado. Esses exercícios tinham vários objetivos. Um deles era a instrução de coordenação de Operações SAR diante da coordenação de recursos marítimos e aeronáuticos na coordenação de recursos para atender acidente aeronáutico de médio porte (30 vítimas) e a verificação de parâmetros utilizados no planejamento de deriva de objetos no mar (com acompanhamento do navio) também foram aplicados. Outros objetivos foram o adestramento de equipes SAR no salvamento de vítimas no mar. E o cumprimento das normas internacionais (Anexo 12 e manual IAMSAR) e nacionais (MCA 64-3 e Acordo SISSAR-FAe II). Dessas atividades participaram os SALVAEROS dos quatro Centros Integrados de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CInDACTAs I, II, III e IV), as Unidades envolvidas pertencentes à FAe II (Pelicano, Parasar e Phoenix), o Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Florianópolis (DTCEA-FL), o Centro de Coordenação de Salvamento

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Marítimo (SALVAMAR SUL) e o Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (CBMSC), sempre apoiados pela BAFL.

As lições aprendidas As avaliações das ações dos RSCs FL e SJ e dos elos de execução foram diárias e apresentadas no último dia da operação, considerada como fase final. O planejamento da Operação incluiu a avaliação de todas as respostas dos elos de coordenação e de execução e foi realizada a partir de uma parametrização das respostas esperadas, servindo de base para a formação de um conhecimento uniforme sobre a execução das ações. Ao longo da Operação, a relação de lições aprendidas foi construída de forma conjunta, entre os integrantes da DIREX e dos Players, tanto dos elos de coordenação quanto dos elos de execução. As lições aprendidas serão concentradas em um documento único. A partir daí, o DECEA adotará as ações julgadas pertinentes a fim de aperfeiçoar a prestação do Serviço SAR – um dos objetivos da Operação.

A integração Houve bastante integração do pessoal de coordenação (os SALVAEROS) com as equipes de resgate (dos Esquadrões). Muitos citaram essa oportunidade de conhecer os parceiros que estavam do outro lado da linha. Sem dúvida que o laço afetivo diminui a frieza da burocracia e aumenta o comprometimento dos envolvidos em prol do sucesso da missão. A grande vantagem é que esta aproximação foi propiciada no próprio ambiente de trabalho, ou seja, os pilotos, tripulantes e resgateiros puderam entender in loco (dentro de um RSC) as dificuldades que um Coordenador de Operação SAR passa ao longo de uma operação. Da mesma forma,

as equipes de coordenação puderam, ao acompanhar voos e resgates, entender as dificuldades que as tripulações passam em suas atividades. “Este conhecimento foi fundamental para a coordenação de todas as atividades e para a compreensão das ações adotadas ao longo de uma Operação SAR” – comenta o Major Silvio.

A participação da Marinha O Anexo 12 da Convenção de Aviação Civil Internacional e o Manual Internacional Aeronáutico e Marítimo de Busca e Salvamento recomendam a adoção de um modelo denominado JRCC (Joint Rescue Coordination Center) em substituição aos RCC Aeronáuticos (SALVAERO) e Marítimos (SALVAMAR). O Brasil, como atestado perante a Auditoria da ICAO, adota o modelo ainda separado, porém unido, quando necessário, por uma Carta de Acordo Operacional. no entanto, apenas um documento não é suficiente para que os profissionais de coordenação envolvidos regularmente em operações conjuntas conheçam as particularidades de cada órgão. Assim, ações no sentido de oferecer vagas nos cursos de formação de Coordenação SAR, promovidos pelo DECEA anualmente, e de convidar representantes da Marinha para participarem de exercícios conjuntos como este constam do planejamento do DECEA em busca da almejada interoperabilidade. Representando o SALVAMAR SUL, o Capitão Tenente Fuzileiro naval Wagner Pinto Alves colocou bem a ideia de que precisava conhecer não só os procedimentos e doutrinas da FAB para se adequar às suas necessidades. “na fase FAM/FIT conhecemos o `Sarmaster`, o que pode dar mais agilidade no repasse dos dados entre as duas Forças (Marinha e Aeronáutica). Espero que


ros possam viver' a partir da Operação Carranca I sejam melhoradas as técnicas de busca e salvamento na execução/integração das duas Forças” – assim definiu o Capitão Tenente Wagner. De acordo com o chefe da D-SAR, essa relação melhorou porque a Marinha tem enviado seus militares para participar de reuniões e eventos nessa área, como o curso teórico de busca e salvamento e curso de coordenador SAR (SAR 01).

As mudanças previstas “Estamos no caminho certo para tornar o Sistema de Busca e Salvamento do Brasil um sistema realmente único e, consequentemente, mais eficiente. Conseguimos integrar uma pequena parcela de todos os meios possíveis de serem engajados em uma missão de Busca e Salvamento em um mesmo local, realizando missões conjuntas, inopinadas e muito próximas da realidade, propiciando uma interação extremamente positiva e necessária para que continuemos a salvar vidas” - opinou o Capitão Aviador Luciano Marchiorato – Esquadrão Pelicano (2º/10º GAv) Outro militar que vê muitas mudanças a partir desse Exercício é o Capitão CTA Antonio Eduardo Santilli, que atualmente faz o gerenciamento de tráfego aéreo da FIR Curitiba e presta serviço no SALVAERO do CInDACTA II. O Capitão Santilli foi o coordenador do RSC Florianópois na Operação Carranca I. - Vejo mudanças principalmente na interação entre as tripulações das aeronaves e os coordenadores de missões SAR, resultando

em uma troca de conhecimentos operacionais que permitem um melhor entendimento das operações SAR. Operacionalmente, o exercício aqui em Florianópolis possibilitou melhor entendimento das doutrinas empregadas nas operações SAR, permitindo que a ação de salvar vidas seja mais eficiente e objetiva. A experiência como coordenador de busca da Operação Carranca foi gratificante e motivadora para minhas ações no SAR, tendo em vista o aprimoramento profissional no campo técnico, possibilitando uma visão mais ampla dos aspectos que influenciam as missões SAR

das quais estou incumbido. Durante a fase LIVEX – o Coronel Aviador Luiz Cláudio Ribeiro, chefe do Subdepartamento de Operações do DECEA, visitou as instalações dos RSCs e DIREX. Após receber informações a respeito do andamento dos exercícios, ao longo do dia, acompanhou a Operação.

A divulgação Depois de duas semanas de exercícios, a Operação Carranca I encerrou as suas atividades. Todos as ações de busca e salvamento daqueles dias estavam se repetindo no auditório da BAF, através de um vídeo. Tudo tinha sido registrado, todas as ações de sucesso da Operação Carranca I. Um making off dos exercícios com todos os passos dos militares, o acionamento dos coordenadores, a corrida dos pilotos até às aeronaves, o brifim, a garra dos resgateiros, as buscas no mar

e na terra, os atores/vítimas e a belíssima arte do maquiador, o 3S R1 Luz. A equipe da Assessoria de Comunicação Social (Ascom) do DECEA registrou todas as cenas simuladas e reais. A seriedade e a descontração dos militares foram filmadas. A amizade e a confraternização atestada nas fotografias. Entrevistas e reportagens revelavam o sucesso da Operação Carranca I num site especifico. Diariamente as noticias eram publicadas em tempo real. Muitas fotos, vídeos e textos estão no ar para os interessados em Busca e Salvamento. Visite o blog e deixe o seu comentário: www.operacaocarranca.net

O encerramento O dia de “Lições Aprendidas” chegou no dia 16 de outubro. Um dia de muitas homenagens. Presentes representantes do DECEA (SDOP, D-SAR, DTCEA-FL e SALVAEROS), da FAe II (Esquadrões Phoenix, Parasar e Pelicano) e SALVAMAR SUL, além da BAFL, representada pelo seu comandante, o Coronel Aviador Jefferson Antonio Koschinski, honrado em hospedar – junto com o Esquadrão Phoenix - uma Operaçao tão relevante para a FAB. O chefe do SDOP do DECEA, Coronel Aviador Luiz Cláudio Ribeiro, prestou uma homenagem ao patrono da Operação Carranca I, Major Médico Carlos Alberto. À sua esposa, Suzie Mara Ferreira, disse: “pude ver claramente o quanto ele era querido e admirado pela família SAR. nada mais justo dar o seu codinome à Operação ‘Carranca’, como forma de agradecimento e reconhecimento pelo trabalho e dedicação à Busca e Salvamento”. Aos participantes da Operação, o Coronel Ribeiro disse que comprovou, durante a Operação, o companheirismo dos profisisionais da busca e salvamento.

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"A qualquer momento os senhores podem sair daqui para salvar vidas, passando dias e noites para trazer com vida outras pessoas. Criamos essa oportunidade para aumentar a eficiência do serviço de busca e salvamento e estamos - a partir dessa Operação - fortalecendo os elos. Esse período de treinamento foi necessário para juntar meios operativos e de coordenação. Precisamos - agora, trabalhar em nossas OM revisando normas, estudando procedimentos e devemos programar mais treinamentos. Enfim, estar prontos para atender a quem busca apoio de busca e salvamento. A próxima edição da Operação tem que ser melhor do que essa, mais produtiva e mais inovadora. Cada vez mais precisamos prestar um bom serviço para os usuários do controle do espaço aéreo", disse o Coronel Ribeiro. Segundo ele, o grau de afetividade aumentou e os contatos deixaram de ter a formalidade da norma, flexibilizando-as. "Estamos balizando para evitar desperdício de recursos", finalizou o chefe do SDOP. O diretor do exercício na Operação e comandante do 2º/10º GAv, Coronel Aviador Bruno Muller, homenageou o Major Aviador Potiguara Vieira Campos, oficial de Doutrina da FAe II, e o Major Aviador Silvio Monteiro Júnior, chefa da Divisão de Busca e Salvamento do DECEA, como motivadores da operação. Agradeceu, ainda, todos os integrantes dos Esquadrões Pelicano, Parasar e Phoenix, que contribuíram para o sucesso da Operação.

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“Em nome do 2º/10º GAv agradeço e peço desculpas se não conseguimos atender da maneira que gostaríamos com os meios. Mas essa é a primeira vez que reunimos elos de coordenação com os elos de execução do Sistema de Busca e Salvamento. As experiências colhidas dos erros das missões reais são oportunidade de aprender. É uma troca entre os Esquadrões e os SALVAEROS. não posso deixar de agradecer ao DECEA por nos auxiliar nas missões”. Logo em seguida, foram apresentadas as lições aprendidas com os exercícios. A Marinha do Brasil expôs suas observações, através do Primeiro Tenente Silva Lopes, chefe de operações do rebocador “Tritão”, que participou da Operação Carranca I, e do Capitão Tenente Wagner. O Major Soares, chefe da seção de Operações do Esquadrão Phoenix, também se pronunciou sobre a carência de equipamentos UHF, a fim de estabelecer contatos entre aeronaves e navios. na área de execução aérea, o Major Potiguara citou o que precisava ser aprimorado. Disse que tudo o que foi visto serve para o avanço da Busca e Salvamento. Em suas observações, citou a organização de processos e métodos, evitando, assim a correria na operação. “não estamos per-

dendo tempo com isso, mas sim ganhando tempo”, justificou. O Major Potiguara reforçou um ditado de Lao-Tzu, quando disse que “Quem conhece o outro é sábio. Quem conhece a si mesmo é iluminado. Quem vence o outro é forte, mas quem vence a si mesmo é invencível” – motivando o autoconhecimento e a busca incessante pela qualidade no que se faz, principalmente quando se trata de salvar vidas. Descreveu, em seguida, tudo o que tinha observado e que poderia melhorar tanto na busca quanto no salvamento. “Isso vai nos fazer avançar” – finalizou. O Major Silvio fez o encerramento da reunião, afirmando que o resultado não poderia ter sido mais positivo. Citou, também, todos os pontos negativos e positivos da Operação. Mas, numa avaliação geral, disse: “Fiquei muito satisfeito ao perceber que houve uma grande integração entre os Salvaeros e as Unidades Aéreas, todos aprendemos juntos”. O chefe da D-SAR relembrou o brifim da fase FAM/FIT: “o grande gol era se conhecer e fico feliz de ver essa integração". Sugeriu aos participantes que tirassem uma foto – representando todas as


suas atividades – e que fizessem uma leitura – refletindo sobre tudo o que depende de cada um. “Veja como você pode conduzir a partir de agora o seu trabalho para melhorar essa foto”. Ressaltou, ainda, a necessidade do conhecimento operacional que o console SARMaster provê. “Temos que fazer muito mais do que o básico – temos que fazer o melhor, para continuar salvando vidas”.

Depoimentos

Cap Marchiorato

Os resultados da Operação Como era esperado, ainda falta muito para alcançar plenamente todos os objetivos previstos com a Operação Carranca I. Muitas dificuldades, principalmente com a ausência da aeronave SC-105, impossibilitando avaliar os parâmetros operacionais da nova aeronave em uma Operação SAR. "A indisponibilidade de aeronaves e tripulações capacitadas a cumprir missões SAR noturnas com uso de nVG (Night Vision Googles - óculos de visão noturna) e de içamento sobre convés, não permitiu a avaliação dos parâmetros necessários para que os mesmos sejam inseridos nas normas nacionais. Mas não é somente porque não houve algum treinamento que temos que pensar em uma próxima edição! Temos a obrigação de pensar em uma nova oportunidade como um evento de planejamento corriqueiro, periódico, seja por força das recomendações internacionais, seja pela preocupação e comprometimento que o órgão central do SISSAR – o DECEA – deve ter pela excelência na prestação do Serviço SAR no País” – finalizou o Major Silvio.

SO Arnaud

1T Celoni

O que é SARMaster? O console operacional SARMaster é um sistema automatizado, idealizado para reabrir sinais de alerta do Sistema COSPAS-SARSAT e atender às necessidades operacionais e administrativas inerentes à Coordenação SAR de uma operação de busca e salvamento. Desta forma, o SARMaster permite o acompanhamento, em tempo real, por parte dos RCC, da D-SAR e dos elos de execução envolvidos em uma Operação de Busca e Salvamento.

2S Abraão

Maj Silvio

“Como na busca e salvamento até o passado é incerto, estaremos eternamente aprendendo, pois cada missão é única e carregada de erros e acertos. O que queremos é que estes erros não inviabilizem ou prorroguem um salvamento e apenas apontem o sentido da perfeição. A principal lição aprendida na Operação Carranca I foi que temos muito a aprender em todos os sentidos, que temos muito trabalho pela frente e que estamos aquém do que gostaríamos” Cap Av Marchiorato - 2º/10º GAv “A primeira e principal lição é que vamos nos capacitar melhor através do intercâmbio operacional e de planejamento entre os Salvaeros. Trocar informações nos dá maior capacidade de salvar vidas” SO CTA Arnaud - SAlvAerO recife “Ainda temos muito o que aprender. Principalmente desenvolvimento da doutrina de emprego da mais nova aeronave de busca da FAB, o SC-105. Precisamos inserir esta aeronave em sua total capacidade, o quanto antes na Busca e Salvamento” 1T Celoni - 2º/10º GAv “A participação em exercícios como esse, inclusive em áreas diferentes a nossa traz um up grade profissional e podemos treinar exercícios com vários graus de dificuldade. Conheci equipamentos utilizados pelas equipes de resgate e fiz um voo em situaçao similar ao de uma busca real. Fora isso, a experiência como observador na Operação me fez ver de perto as dificuldades de uma busca.Outro ponto importante foi a experiência com a Marinha do Brasil, um ganho de qualidade para o dia a dia na busca” 2S BCT Abraão - SAlvAerO recife “Sonhamos juntos, e o sonho virou realidade. Operação Carranca I - uma salva de palmas para todos" Maj Silvio - D-SAr

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Sistema Seta Millennium

Na semana de 5 a 9 de outubro, nas dependências do Centro de Computação da Aeronáutica do Rio de Janeiro (CCA-RJ), foi realizado o treinamento dos módulos TMA/CTR (Áreas de Controle Terminal/Zonas de Controle) e FIR (Região de Informação de Voo) do Sistema Estatístico de Tráfego Aéreo – o Seta Millennium. Ministrado pela Fundação Atech, sob a responsabilidade da Comissão de Implantação do Sistema de Controle do Espaço Aéreo (CISCEA) e da Divisão de Coordenação e Controle (D-CCO) do Subdepartamento de Operações (SDOP), o treinamento teve a participação de graduados e civis dos cinco órgãos regionais: CInDACTAs I, II, III, IV e SRPV-SP e operacionais jurisdicionados: Controles de Aproximação (APP) de Foz do Iguaçu (PR), Recife (PE), Salvador (BA), Fortaleza (CE), natal (Rn), Belém (PA), São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ). A abertura do evento contou com a presença do chefe interino do SDOP, Coronel Aviador Luiz Claudio Ribeiro da Silva, que enfatizou a importância do Sistema Estatístico de Tráfego Aéreo como instrumento para a elaboração de planejamentos do Sistema de Controle do Espaço Aéreo 10 AEROESPAÇO

Brasileiro (SISCEAB), especialmente para a alocação adequada de recursos humanos, materiais e tecnológicos. Os integrantes do treinamento são responsáveis pela digitação e/ou validação de dados de movimento de tráfego em TMA/CTR e FIR, e deverão ser multiplicadores das informações adquiridas. Durante o treinamento, demonstraram bastante interesse em conhecer as funcionalidades dos respectivos módulos, quando em vários momentos esclareceram dúvidas, trocaram importantes opiniões sobre a coleta, padronização e confiabilidade dos dados e opinaram com sugestões que serão consideradas em futura manutenção evolutiva dos referidos módulos. O Seta Millenium tem a finalidade de disponibilizar diversas estatísticas de tráfego aéreo, nas periodicidades anual, mensal, diária, horária e específica, para

fins de planejamento e análise operacionais. As referidas estatísticas estão relacionadas a movimentos em aérodromo, TMA/CTR e FIR. O módulo Aeródromo, que contempla estatísticas de movimento em aeródromos nacionais por meio de 75 tipos de relatórios pré-padronizados (21 anuais, 18 mensais, 19 diários, 16 horários e um específico), de gráficos e da Seção 1 do Anuário Estatístico, já se encontra disponível desde 2008. Com a entrega dos módulos TMA/CTR e FIR pela Atech, o Sistema Estatístico de Tráfego Aéreo se completa na sua quase totalidade, uma vez que nesse primeiro momento ainda estarão indisponíveis a Seção 2 – TMA/CTR e a Seção 3 – FIR do Anuário Estatístico, além de algumas estatísticas de interesse. Os módulos TMA/CTR e FIR disponibi-


lizarão, respectivamente, as estatísticas dos movimentos de tráfego aéreo registrados nos 45 Controles de Aproximação (APP), sendo 15 automatizados e 30 ainda não automatizados, e nos cinco Centros de Controle de Área (ACC) existentes e automatizados. Os dados dos APPs e ACCs automatizados serão extraídos do Sistema de Tratamento e Visualização de Dados X-4000, responsável pelo recebimento e tratamento de informações provenientes dos sistemas radar utilizados pelos controladores de tráfego aéreo na prestação do serviço de vigilância radar. Os dados dos APPs não automatizados serão digitados no módulo off-line do Seta Millennium pelos órgãos operacionais, com o aval dos órgãos regionais responsáveis, e enviados via intraer (Intranet do Comando da Aeronáutica) à D-CCO, para fins de compatibilização e inserção no módulo TMA/CTR. Torna-se importante ressaltar que as estatísticas serão disponibilizadas com uma defasagem de 48 horas, ou seja, o usuário poderá ter acesso hoje aos dados de movimento de anteontem, o que vem a ser uma valiosa conquista para o DECEA e o SISCEAB, uma vez que o Sistema Estatístico ora existente somente oferece dados anuais. O acesso aos módulos ocorrerá após solicitação de login e senha à D-CCO e conforme um dos quatro níveis de acesso a usuários:

Os participantes do primeiro treinamento

Composição do SETA MILLEnIUM MÓDULO OFF-LINE

MÓDULO FIR

SETA MILLENNIUM

MÓDULO AERÓDROMO

MÓDULO TMA/CTR

Nível 1: órgão central – DECEA Consultas anuais, mensais, diárias, horárias e específicas Nível 2: órgãos regionais Consultas anuais, mensais, diárias e horárias Nível 3: órgãos operacionais Consultas anuais, mensais e diárias Nível 4: outros usuários Consultas anuais. As consultas específicas, como o próprio nome sugere, intencionam atender principalmente às solicitações especiais de movimentos de aeronaves, como, por exemplo, aquelas oriundas de autoridades do Poder Judiciário. Os módulos TMA/CTR e FIR, de forma semelhante ao módulo Aeródromo, permitirão a exportação de dados para a planilha Excel, objetivando a obtenção de grá-

ficos e de novas formatações de tabelas, acrescentando-se a facilidade de acesso a técnicas estatísticas fornecidas pela referida planilha como também por software estatístico. A exportação de dados poderá, ainda, ocorrer em formato pdf, o que permite a padronização da visualização e a impressão do documento, independentemente da plataforma na qual ele estiver sendo lido ou impresso. Um glossário com o significado de uma lista de termos mais utilizados e contemplados nas telas de acesso às estatísticas também está sendo disponibilizado aos usuários. Dentre as diversas estatísticas a serem disponibilizadas, ressalta-se a evolução anual dos movimentos em TMA/CTR, movimentos por tipo de voo, por regras de voo, por fixo, por fixo no setor, por tipo de aeronave de asa fixa/rotativa, tempo médio de permanência de aeronaves por setor e movimentos pico. Quanto aos movimentos em FIR, além dos semelhantes aos citados para TMA/ CTR, estarão disponíveis os movimentos RVSM (do inglês Reduced Vertical Separation Minimum), por companhia aérea, por pares de cidades, por aerovia superior e inferior, fora de aerovia, por trecho, por nível de voo e níveis picos de voo. Os usuários do Seta Millennium poderão se comunicar entre si e também com a D-CCO por meio de um chat, disponível no portal do Seta Millennium (http://10.32.56.53/seta/), e dos emails setamillennium@decea.gov.br e setamillennium@decea.intraer. no penúltimo dia do evento, houve uma confraternização pela conquista da finalização do Seta Millennium. Um segundo treinamento dos módulos TMA/CTR e FIR ocorreu na semana de 9 a 13 de novembro, para mais 28 participantes, nas mesmas dependências do CCA-RJ. O Sistema Estatístico de Tráfego Aéreo torna-se, assim, um sistema real e valioso, há tempos esperado pelos integrantes do DECEA e do SISCEAB, para um melhor entendimento numérico da realidade do tráfego aéreo brasileiro por todos os profissionais interessados no tema. AEROESPAÇO 11


Quem

é? Ramos 1S BCO

Com a eletrônica, um talento reconhecido Persistente, determinado e profissional altamente capacitado - principalmente no que diz respeito à eletrônica - o 1S BCO Márcio Gonçalves Ramos é o destaque desta edição. Entrevistado por Denise Fontes Fotos de Luiz Eduardo Perez

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Acreditar e fazer são palavras de ordem na vida do sargento Ramos. E são justamente essas palavras que edificam o homem que ele é hoje e que servem de exemplo para todos que desejam transformar sonhos em realidade. Ramos ingressou na FAB em 1990, após prestar concurso para a Escola de Especialistas da Aeronáutica (EEAR). Apaixonado por eletrônica, ele optou por essa especialidade, porém foi selecionado para cursar comunicações (BCO), que foi sua terceira opção. A vontade de aprender eletrônica era tão grande, que ele até pensou em pedir desligamento e prestar novo concurso, mas as dificuldades financeiras que a sua família enfrentava naquele momento, fizeram com que Ramos desistisse desta ideia.

Mas isso não impediu o nosso entrevistado de seguir seus planos profissionais e dedicar-se ao seu objetivo. Durante os dois anos em que esteve na EEAR, ele adquiriu diversas revistas de eletrônica na banca de jornal localizada dentro da escola. “nessas revistas eram publicados cursos que ensinavam a teoria dos primeiros conceitos e vários circuitos eletrônicos para montagem prática do que se aprendia na teoria com explicações detalhadas sobre seu modo de funcionamento”, relata Ramos. Ele conta que o interesse pela eletrônica surgiu na adolescência, influenciado pelo personagem “MacGyver”uma série de televisão americana exibida entre os anos 1980 e 90, onde um agente secreto que não usava armas,


Aplicação dos seus conhecimentos na criação dos projetos eletrônicos

resolvia os seus problemas graças a conhecimentos científicos, engenhocas, e ao seu canivete suíço. Diante desse sonho, Ramos não teve medo de apostar que seria capaz de alcançar por conta própria o conhecimento para fazer as suas descobertas. Confiança, disposição e muito estudo foram as ferramentas utilizadas para vencer esse desafio. Com muita criatividade e força de vontade, desde cedo, sargento Ramos desenvolveu projetos inovadores. Sua primeira montagem prática foi um contador digital, onde dez pequenos emissores de luz chamados leds acendiam em sequência. “Esse circuito serviu de inspiração para a criação de meu primeiro sequencial de iluminação para as festas da turma do bairro, onde eu morava no Rio de Janeiro”, conta com orgulho o autor da invenção. Obstinado em desenvolver novos projetos, logo depois, Ramos montou a pedido de um amigo de alojamento que tocava na banda da escola, um “distorcedor” para guitarra. Para se ter uma ideia, esse equipamento é um tipo de circuito que se caracteriza pela amplificação excessiva do sinal de áudio captado por um instrumento musical, provocando um tipo de efeito sonoro muito utilizado em guitarras elétricas. Sem o “distorcedor”, esse instrumento assemelha-se a um violão elétrico. Ele conta que com o salário de aluno, conseguiu adquirir seus primeiros

componentes eletrônicos e guardavaos em caixinhas de fósforos. Quando passava algum final de semana na escola, montava em uma placa de experiência - conhecida no ramo de eletrônica como proto-board - que permitia a montagem e desmontagem dos circuitos aproveitando os mesmos componentes, possibilitando assim exercitar sempre na prática aquilo que aprendia nas revistas.

“Se tivesse que recomeçar, faria tudo com o mesmo empenho, garra e com a mesma satisfação”. Em 1992, 1S Ramos adquiriu seu primeiro livro de eletrônica digital, servindo de base para os seus estudos. A partir daí, passou a se empenhar ao aprendizado da eletrônica digital básica através de livros e revistas, aumentando o seu conhecimento. Mais tarde, estudando por conta própria, ele conheceu o universo dos microprocessadores, especializando-se cada vez mais nesta área . Em 2004, mais uma experiência marcante. Por solicitação do então Coronel-Aviador Carlos Vuyk de Aquino, à época comandante do Segundo Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CInDACTA II) e, como atual Brigadeiro-do-Ar, pre-

sidente da Comissão de Implantação do Sistema de Controle do Espaço Aéreo (CISCEA), Ramos desenvolveu um outro projeto: intercomunicadores para serem aplicados no Laboratório de Idiomas (LABID). Foram construídos 12 módulos de intercomunicadores para os alunos do Laboratório de Idiomas e um módulo mestre controlado pelo professor, capaz de gerenciar a comunicação com todos os alunos através de um fone de ouvido com microfones. O Brigadeiro Aquino conta que os benefícios do projeto foram a simplicidade e o custo, além da rapidez para ficar pronto. “Ele fez um sistema extremamente singelo e altamente operacional, que atendeu plenamente os nossos objetivos. Ramos soube entender o problema e disponibilizar o sistema com as características exatas que precisávamos”. Seu atual chefe, Capitão Calderal, que o conhece há 16 anos, manifestou satisfação em ter conhecido e trabalhado com Ramos. “Pude comprovar o eficiente trabalho realizado por ele no Primeiro Esquadrão do Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (1º/1º GCC). Lembro, também, que em maio de 2003, solicitei que ele desenvolvesse para o Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Curitiba (DTCEA-CT) um projeto do Sistema de Gravação de Dados de Radar por Computador e fui prontamente atendido. Posso dizer que além de ser um excelente profissional, ele é um grande amigo”. De fato, a qualidade de seu trabalho é atestada por aqueles que o conhecem É o que relata o Brigadeiro Aquino. “Ramos tem uma mente incansável, está sempre inventando um novo projeto. Hoje, ele tem um profundo conhecimento de eletrônica digital. Eu diria que são poucos dentro da Força Aérea que detêm esse conhecimento”. De todos os programas que desenvolveu, o mais importante, segundo 1S Ramos, foi o sistema de rastreamento de aeronaves SAR baseado em locaAEROESPAÇO 13


lização GPS e transmissão de dados através de radio HF para emprego em comando e controle. “O projeto foi proposto para a Divisão de Busca e Salvamento (D-SAR) do DECEA, a fim de possibilitar o acompanhamento de uma aeronave de busca e resgate da Segunda Força Aérea (FAe II) ao realizar uma missão de salvamento”, orgulha-se Ramos. Como podemos ver, ele não para, dedica horas a fio aos seus projetos, restando pouco tempo para família, mas a esposa entende e tem orgulho do seu trabalho. Ramos é casado com a administradora de empresas Susana há oito anos. Moram em Curitiba – Paraná. Embora seja carioca, ele se adaptou plenamente ao clima frio da cidade e fez grandes amigos. Fora da FAB, ele aproveita o tempo livre para ouvir música, assistir a filmes e, claro, se dedicar integralmente à leitura de seus livros técnicos e desenvolver seus circuitos eletrônicos. E para dar conta de aprontar os seus projetos e cumprir os prazos, o que não falta é empenho de sua parte. “Sempre que é preciso trabalho aos sábados e domingos”, declara. A vida militar do nosso entrevistado começa em 1991 – ele formou-se como terceiro sargento, sendo classificado para o 1º/1º GCC na Base Aérea de Santa Cruz no Rio de Janeiro, onde trabalhou por onze anos, exercendo funções administrativas e operacionais. Ao prestar serviço nessa unidade, Ramos teve oportunidade de participar de algumas missões. Segundo ele, a mais importante foi a de avaliação da Rede Profeta em 2003 na Operação Profetex, onde foi convidado pelo então Tenente-Coronel Jerônimo a participar dessa avaliação no Centro de Comunicações, gerenciando o sistema. A Rede Profeta é um sistema de comunicação por correio eletrônico, implementada com a utilização de rádio por frequência HF, possibilitando os 14 AEROESPAÇO

postos de comunicações instalados em locais desprovidos de meios de telecomunicações serem capazes de enviar e receber e-mails de qualquer organização militar do COMAER, explica Ramos. Seu amigo, o 2S BET Arraes, do efetivo do 1º/1º GCC, que acompanhou o desenvolvimento da Rede Profeta em dezembro de 2002, comenta que Ramos sempre foi uma pessoa simples e aplicada nos seus trabalhos. Com essas características marcantes em sua vida profissional, realizou inúmeras atividades em benefício do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB). Um outro recente trabalho desenvolvido pelo 1S Ramos foi o projeto para

o Centro de Gerenciamento da navegação Aérea (CGnA), batizado de CROnOVOX. A pedido do chefe da Divisão de Operações, Tenente-Coronel Aviador José Vagner Vital, ele criou um equipamento eletrônico capaz de realizar a medição de tempo da conversa entre controlador de tráfego aéreo e piloto, através de fitas gravadas, de forma automática por detecção da atividade de voz. Segundo o Tenente-Coronel Vital, este circuito vem sendo utilizado com êxito, levando a resultados extraordinários. Levantamentos que necessitavam de uma semana para serem concluídos passaram a ser feitos em pouco mais que uma hora e meia. Esse avanço foi um passo importantíssimo que permite ao CGnA Fotos: Arquivo pessoal calcular as capacidades de todos os setores de FIR (Região de Informação de Voo) e TMA do Brasil (Área de Controle Terminal), pelo menos duas vezes por ano. Respeitado por seus familiares e por seus colegas de trabalho, Ramos, que nunca teve qualquer cadeia ou detenção e tem Medalha de Bronze por tempo de serviço, desde janeiro de 2003 trabalha no DTCEA-CT, na subseção de Informática. nos seus quase 20 anos de atividades, com Em 1998 em uma missão do 1º/1º GCC dedicação exclusiva à Força Aérea, o no GEICAMP na Serra do Cachimbo - Pará, sargento Ramos sente-se gratificaem meio a floresta amazônica do com a carreira militar e plenamente realizado, por ter seus trabalhos reconhecidos. Através de sua história de vida, percebemos que, ao acreditar em seus sonhos e lutar por seus ideais, é possível vencer. Foi assim que o nosso entrevistado chegou até aqui. Movido a desafios, Ramos Em 2003 n está sempre aprimorando o do 1º/1º GC Centro de Comunicaç C, durante õ seus estudos, capacitandoes (C COM a operação avaliação d "Profetex" p ) e funcionam se cada vez mais e investinar a ento da Red e Profeta do em sua grande paixão – a eletrônica.


Usina de Ideias

Cronovox O CRONOVOX veio para tornar possível o processo de cálculo de capacidade dos setores de FIR (Região de Informação de Voo) e de TMA (Área Terminal) de maneira mais rápida e com atualizações mais frequentes. O uso desse sistema foi um importante passo para a evolução do gerenciamento de fluxo de tráfego aéreo no Brasil

Atualmente no Brasil, existe um esforço conjunto, entre o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), a Agência nacional de Aviação Civil (AnAC), a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (InFRAERO), e demais administradores de aeroportos e empresas aéreas, no sentido de harmonizar a distribuição dos voos regulares e obter um fluxo de tráfego aéreo que permita que a execução das operações aéreas ocorra de forma regular, pontual e com segurança. Esta ação, aliada ao gerenciamento do fluxo feito pelo Centro de Gerenciamento da navegação Aérea (CGnA), que inclui proposição de rotas alternativas e outras medidas gerenciais, vem possibilitando uma diluição do tráfego durante todo o dia na maioria dos Setores de FIR (Região de Informação de Voo) e de TMA (Área Terminal). Esse planejamento do fluxo de tráfego aéreo no Brasil leva em consideração a

infraestrutura aeronáutica disponível e a demanda de voos previstos. neste contexto, um dos fatores importantes a ser considerado na definição da infraestrutura de prestação de serviço disponível é o número médio de aeronaves controladas simultaneamente por uma posição operacional, seja em um Centro de Controle de Área (ACC) ou em um Controle de Aproximação (APP). Cada posição operacional de ACC e APP é responsável por uma porção de espaço aéreo definida como Setor de FIR ou Setor de TMA respectivamente. Esse número médio de aeronaves controladas simultaneamente por uma posição operacional para um Setor de FIR ou de TMA é denominado Capacidade de Controle de Tráfego Aéreo (ATC) e reflete a capacidade do sistema ATC ou de qualquer um de seus subsistemas ou posições operacionais, de fornecer às aeronaves os serviços previstos dentro das atividades normais destes órgãos. no Brasil, o CGnA calcula a capacidade ATC das FIR e das TMA observando-se as capacidades de seus setores, que são obtidas analiticamente segundo a metodologia mesoscópica preconizada na ICA 100-30, Planejamento de Pessoal ATC. De acordo com o modelo utilizado no Brasil, a carga de trabalho de um controlador é o somatório dos tempos dispensados com: 1. Comunicação (transmissão / recepção); 2. Atividades manuais (preenchimento de “strips”) e coordenação; 3. planejamento e distribuição do tráfego. A metodologia da ICA 100-30 utiliza o conceito de “fator de disponibilidade” do controlador f, que é definido como o percentual de tempo disponível para o controlador de tráfego aéreo (ATCO) planejar os procedimentos de separação do tráfego e se comunicar com as aeronaves. Este fator de disponibilidade situa-se entre um valor mínimo de 40% do tempo do ATCO, para controle não radar, e

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Setores de FIR Fig. 1

acima de 60%, para controle radar. Este fator f pode apresentar um percentual maior ao se aperfeiçoar a Interface Homem/Máquina (IHM) da console de controle. no Brasil, o cálculo do número de aeronaves que podem ser controladas simultaneamente por um controlador (n), no setor considerado, é expresso através da seguinte fórmula (ICA 100-30):

n = f . T . (h . tm )-1

(1)

na fórmula (1), a capacidade ATC é função direta ou inversa de alguns fatores (ICA 100-30), a seguir considerados: • fatores diretamente proporcionais à capacidade ATC: f: fator de disponibilidade do controlador, definido como o percentual de tempo disponível para planejar os procedimentos de separação do tráfego e se comunicar com as aeronaves; T: tempo médio de voo das aeronaves na travessia do setor, que é função das trajetórias e dos procedimentos de rota ou terminal estabelecidos para cada setor; • Fatores inversamente proporcionais à capacidade ATC: h: número de comunicações para cada aeronave no setor, que deve ser restrito ao mínimo necessário para o entendimen-

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to entre o piloto e o controlador. Ele pode ser minimizado através da emissão de uma autorização completa com uma antecipação suficiente para o planejamento do voo; tm : tempo médio de duração de cada mensagem. Este fator pode ser minimizado ao se emitir mensagens de maneira objetiva, sem longas explicações prejudiciais ao entendimento entre o piloto e o controlador. Os valores dos fatores f, T, h e tm são levantados por amostras, seguindo-se os procedimentos padronizados na ICA 100-30. O tamanho das amostras necessárias é

Fig. 2

definido considerando-se uma distribuição normal, de forma a se obter resultados com um nível de confiança de 95% e uma tolerância de erro de 5%. Para tanto, o número de controladores e de aeronaves a serem consideradas nas medidas é definido utilizando-se a técnica de amostragem aleatória simples para populações finitas e o número de mensagens consideradas na cronometragem de t é defim nido pela técnica de amostragem aleatória simples para população infinita. Como exemplo, podemos considerar T = 12 minutos tm = 9 segundos f = 60%, h =6 o que resulta em um número de aeronaves simultâneas n = 8 por controlador no referido setor. Em outras palavras, neste setor e nestas condições, um controlador gerenciaria simultaneamente oito aeronaves. Vários fatores estão constantemente influenciando o número n, como por exemplo, tamanho do setor ou meteorologia. Por isso, sempre que se observa uma mudança significativa na infraestrutura aeronáutica e nas composições das equipes de ATCO, faz-se necessária uma atualização do valor determinado. Além disso, é importante que a coleta de dados seja bastante significativa, a fim de diluir os desvios estocásticos temporários e de representar valores fidedignos para o órgão ATC. nas condições ideais, o levantamento de dados deve ser feito no momento em que haja grande movimento de tráfego aéreo,

Setores dos APP Rio de Janeiro e São Paulo


Diagrama de Blocos do Sistema

CRONOVOX

Áudio

MP3 Player

RS 232

Excel csv

Fig. 3 - Análise de tm por gravação de atividade de voz em um arquivo de gravação em formato MP3

tm de maneira mais rápida, pois esta é a tapor isso a escolha da época ideal é fator refa que demanda mais tempo no processo a ser considerado, e tem influência direta de cálculo de n. no resultado final. O problema técnico a ser resolvido para O CGnA define o melhor momento para o viabilizar esta tarefa era como distinguir o cálculo, observando o movimento ocorrido início e o final de uma comunicação nas fino setor nos últimos seis meses, utilizando tas gravadas disponíveis. Inicialmente, para a gravação das fitas dos Centros de Controresolver este problema, cogitou-se procurar le com duração suficiente para obtenção de padrões que indicassem o sinal de PTT e amostras de h e t e calculando o valor T m SQUELSCH nas fitas por software, mas isso com todo movimento registrado maior Com PoroCézar Furtado – 1TnoQOEA parecia ser um longo caminho a ser trilhado. período possível. Foi então que o CGnA tomou conhecimenA necessidade de se atualizar rotineiramento, através do Segundo Centro Integrado de te os valores de n para todos os setores de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo FIR e de TMA do Brasil, tornou-se necessária (CInDACTA II), em maio deste ano, de um a busca de procedimentos cada vez mais trabalho realizado pelo 1S Ramos do Destaautomatizados para viabilizar a tarefa do camento de Controle do Espaço Aéreo de CGnA. Curitiba (DTCEA-CT) que, através de um cirneste contexto, verificou-se a importância cuito desenvolvido por ele, permitiu que uma de se procurar técnicas para se cronometrar

A Gestão de Talentos

aeronave utilize seu VHF para se comunicar com um ponto de telefone no solo, passando por uma central telefônica comum. Isso deixou evidente que o sargento Ramos conseguiu transpor o problema de identificar o início e o final de uma comunicação via hardware. O CInDACTA II foi procurado pelo CGnA e prontamente apoiou a participação do sargento Ramos para desenvolver um novo circuito, baseado em seu circuito de comunicação VHF-Telefone, que permitisse a cronometragem automática de t através de m fitas gravadas. A figura 3 mostra o diagrama de blocos do sistema solicitado. Além de não colocar obstáculos à participação do 1S Ramos, o CInDACTA II colaborou ativamente, enviando as fitas de áudio necessárias ao cálculo da capacidade ATC. Em menos de uma semana, as adaptações foram concluídas e o circuito passou a ser testado no CGnA pelo SO R1 Cosme, que tratou de comparar os resultados obtidos manualmente e via circuito do Sargento Ramos, batizado de CROnOVOX. Desde maio, este circuito vem sendo utilizado com êxito, levando a resultados extraordinários. Levantamentos que antes necessitavam de uma semana para serem concluídos passaram a ser feitos em pouco mais que uma hora e meia. Esse avanço foi um passo importantíssimo que permite ao CGnA calcular as capacidades de todos os Setores de FIR e TMA do Brasil pelo menos duas vezes por ano. A filosofia do sistema de cálculo automatizado de capacidade ATC utilizado pelo CGnA, viabilizada com o apoio do 1S Ramos, é bastante robusta, pois sendo baseada em comunicações VHF, apresenta a vantagem de não depender de sistemas radar para ser utilizada.

Por Ten Cel Av José Vagner Vital

SO R1 Cosme testa CRONOVOX no CGNA

O autor é chefe da Divisão de Operações do Centro de Gerenciamento da Navegaçao Aérea (CGNA) AEROESPAÇO 17


Clima Organizacional: uma preocupação do DECEA Por Denise Fontes Fotos de Fábio Maciel

Diante da importância dos profissionais, hoje o universo corporativo reconhece que é indispensável contar com pessoas comprometidas e que façam o diferencial na organização. Contudo, como fazer com que eles dêem o melhor de si e superem metas estabelecidas?

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Nesse caso, a organização necessitará conhecer a realidade do seu efetivo, ou seja, saber aquilo que os profissionais precisam para se manter motivados. Para isso, é necessário ter em “mãos” um diagnóstico que dê um norte às suas ações estratégicas. Uma ferramenta muito utilizada no mercado para fazer esse “check-up corporativo” é a Pesquisa de Clima Organizacional (PCO), afinal através dela é possível identificar os pontos fortes e os que precisam ser reavaliados no ambiente de trabalho. Cuidar do clima organizacional é uma preocupação do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), que recorreu a essa ferramenta com o objetivo de mapear as necessidades do seu efetivo e conhecer o grau de satisfação em relação a diversos aspectos motivacionais. A Assessoria de Comunicação Social (ASCOM-DECEA) foi a responsável por desenvolver e coordenar a aplicação da PCO em parceria com os Elos de Comunicação das OM subordinadas. A pesquisa realizada no período de 1º a 30 de setembro, foi dirigida inicialmente aos graduados – sargentos e suboficiais, sendo aplicada em todas as orga-

nizações militares e nos Destacamentos de Controle do Espaço Aéreo (DTCEA), que possuem no efetivo mais de 100 graduados. O numero de participantes totalizou 1919 profissionais, representando uma amostra de 40% do universo pesquisado. O Diretor-Geral do DECEA, TenenteBrigadeiro-do-Ar Ramon Borges Cardoso, destacou a importância da pesquisa para o Sistema. “Nós precisamos conhecer um pouco mais o que está acontecendo no seio da organização. Esse trabalho que está sendo realizado visa que todos nós possamos tomar conhecimento do que acontece no âmbito de cada unidade de maneira a permitir que tenhamos o conhecimento integral não só do trabalho, mas também dos homens e mulheres que compõem essa organização”, declarou. Essa importante ferramenta implantada pelo DECEA passou a ser considerada uma aliada da gestão participativa. Através da sua aplicação, foi possível mensurar e avaliar se as práticas da organização estão alinhadas com as expectativas do efetivo. Dentre os benefícios oferecidos pela pesquisa de clima, observa-se ainda


Divulgação e aplicação da PCO no DTCEA - BE

a possibilidade de buscar a otimização da comunicação, a identificação das necessidades de treinamentos e a melhoria contínua da qualidade do ambiente de trabalho. Com os resultados da pesquisa será possível monitorar e aperfeiçoar a satisfação do efetivo, criando um canal de diálogo e de trocas mútuas que potencializem a convivência, o relacionamento e o próprio trabalho. Assim, o DECEA obterá um diagnóstico que permite reconhecer o público interno em suas necessidades e aspirações. Através dessa iniciativa passa a conhecer a visão dos profissionais sobre a organização e identificar as condições de relacionamento entre os diferentes níveis hierárquicos. Além de traçar esse perfil organizacional, através da adoção da pesquisa de clima, o DECEA pretende ainda: • possibilitar o desenvolvimento profissional através de estratégias de qualificação; • oferecer condições de segurança adequadas para o trabalho e • identificar os pontos críticos existentes na organização.

Metodologia A pesquisa foi realizada por amostragem através de questionário não identificado, com 30 questões e quatro opções de respostas. A aplicação foi disponibilizada por meio eletrônico, via intraer, tornando o processo mais

rápido. A Assessoria de Comunicação do DECEA criou um sistema (desenvolvido internamente) para aplicação e tabulação dos dados, facilitando a análise e, a interpretação dos resultados.

Assuntos focados pela PCO: • Comunicação interna • Relacionamento com a chefia • Integração entre setores da organização • Condições do ambiente de trabalho • Oportunidade de ascensão, valorização e reconhecimento profissional • Segurança no trabalho • Qualidade de vida

Divulgação da pesquisa O DECEA realizou um trabalho de comunicação interna através de cartazes confeccionados especialmente para essa finalidade, notas divulgadas na intraer, palestras, entre outros. Foi realizado um amplo processo de divulgação interna, explicando os motivos e os objetivos da importância da pesquisa, com total isenção e transparência. Durante o período de divulgação, os elos de Comunicação desempenharam de forma eficiente a tarefa de esclarecer a metodologia, além de conscientizar os graduados quanto à sinceridade nas respostas e, principalmente, ressaltar que o diagnóstico servirá para direcionar os futuros planos de melhorias. Para o chefe da Comunicação Social do Instituto de Controle do Espaço Aéreo (ICEA), Tenente Roberto Márcio

dos Santos, que coordenou a aplicação da PCO na unidade, os graduados atenderam prontamente ao chamado, de forma que podemos caracterizar a participação como voluntária, já que, como tínhamos que recrutar 40% para responder a pesquisa, ao fazer a consulta sobre a disponibilidade de cada um, todos atendiam espontaneamente. Segundo ele, através da pesquisa será possível identificar os espaços para que a Comunicação Social possa atuar na busca da interação e articulação entre os diversos setores das organizações do DECEA, qualificando a execução dos “Programas Básicos”, previstos na ICA 142-1, referente ao Plano de Comunicação Social.

O papel dos elos de Comunicação Social Em um primeiro momento, a aplicação da pesquisa de clima organizacional pode causar impacto não apenas ao efetivo, mas também para quem coordena. no entanto, quando os elos entendem a importância dessa ferramenta, a visão pode ser outra, visto que a liderança passa a ver nessa prática, a oportunidade de melhorar as relações interpessoais e, consequentemente, contribuir para tornar o ambiente de trabalho mais eficiente, eficaz, acolhedor e agradável. Segundo o assessor de Comunicação Social do Primeiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CInDACTA I), Tenente-Coronel R1 Francisco Vilson de Sousa, a pesAEROESPAÇO 19


quisa vai trazer vários benefícios para a organização, a exemplo do aumento do índice de satisfação, visto que o recurso possibilita as tomadas de decisões para melhorar o ambiente de trabalho. O chefe da Comunicação Social do Quarto Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CInDACTA IV), Capitão Aviador Ricardo da Silva Miranda atestou o que podemos comprovar em todas as unidades onde a pesquisa foi aplicada. “A pesquisa pode detectar não apenas o clima organizacional – seu principal objetivo – mas também relacionamentos, anseios, expectativas e até obter sugestões de melhoria junto ao efetivo. É a oportunidade que muitos profissionais não teriam, em situações normais, de expressar suas opiniões em relação ao ambiente de trabalho e ao contexto da organização”.

A visão dos comandantes Para o comandante do Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Brasília (DTCEA-BR), Tenente-CoronelAviador Fernando Augusto Maschio de Siqueira, ações dessa natureza são de extrema importância. “Com o resultado da pesquisa, esperamos que o DTCEA-

BR seja, de fato, uma unidade cada vez melhor, tanto para aqueles que contam com os serviços aqui prestados, quanto para aqueles que aqui desempenham suas atividades profissionais”, concluiu. A iniciativa foi elogiada, também, pelo comandante do CInDACTA I, Brigadeiro-do-Ar Mauricio Ribeiro Gonçalves, que destacou a preocupação do Tenente-Brigadeiro-do-Ar Ramon Borges Cardoso – em proporcionar o bem-estar para o efetivo do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB) a fim de que se tenha um ambiente de trabalho saudável. na visão do comandante do Grupo Especial de Inspeção em Voo (GEIV), Tenente-Coronel Aviador Guilherme Ruy Alves de Souza, essa iniciativa em muito contribuirá para o aprimoramento da garantia do controle do espaço aéreo brasileiro. Somando-se a esses depoimentos, o diretor do ICEA, Coronel-Aviador Paulo Roberto Sigaud Ferraz destacou que “o aspecto mais positivo sobre a pesquisa é o profissionalismo, reconhecido pelo DGCEA, da missão da comunicação social, que não está buscando apenas contribuir para a eficiência dos resultados, mas também para a eficácia do controle

do espaço aéreo e seus profissionais, num ambiente acolhedor e agradável, o que qualifica os resultados”.

Os resultados A próxima etapa será a análise e interpretação dos resultados. A pesquisa de clima revelou dados importantes. O Índice de Satisfação Geral (ISG) entre os cinco temas abordados teve 63,60% de aprovação na media final no âmbito SISCEAB. Entre as variáveis estão a satisfação e reconhecimento profissional (aceitação de 64,28%), comunicação (69,84%), estrutura física do ambiente de trabalho (60,49%), aspectos motivacionais (62,72%) e atualização de conhecimentos (61,61%). A partir dessa primeira pesquisa realizada com o corpo de graduados em todas as OM subordinadas, o DECEA comprovou a importância de conhecer as reais necessidades do efetivo de sua organização. Pois, para uma direção que tem consciência de que os resultados do trabalho estão intimamente ligados ao capital humano e esse, por sua vez, obtém um melhor desempenho quando se encontra motivado, prestar atenção ao que os profissionais têm a dizer faz a grande diferença.

Comandante e efetivo do DTCEA-BR empenhados com a aplicação da PCO

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Conquistas: Esporte é vida Com a garra e a motivação de sempre, Lislaine representa a FAB nos jogos Mundiais Militares Por Telma Penteado

Setembro foi um mês de conquistas esportivas. no dia 18, na Escola de Educação Física do Exército (ESEFEX) do Rio de Janeiro, foi realizado o lançamento dos V Jogos Mundiais Militares – os Jogos da Paz – que ocorrerão na cidade do Rio de Janeiro em 2011. Segundo a ESEFEX este é o terceiro maior evento esportivo do mundo. Realizado a cada quatro anos, o evento é organizado pelo Conselho Internacional do Esporte Militar (CISM). no lançamento estiveram presentes o Ministro da Defesa, nelson Jobim; o Governador do Estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral; o Ministro dos Esportes, Orlando Silva; o Presidente do CISM, Major General Gianni Golla; o Prefeito da Cidade do Rio de Janeiro, Eduardo Paes; e demais autoridades civis e militares das Forças Armadas e atletas olímpicos. Muitas modalidades foram representadas por atletas que fizeram demonstrações para o público. Apresentaramse esportistas do Atletismo, Basquete, Boxe, Ciclismo, Esgrima, Futebol, Hipismo, Judô, Luta Livre, Orientação, Pentatlo Moderno, Pentatlo Militar, Taekwondo, Tiro, Triatlo, Vela e Vôlei. Como ícone universal da paz, a pomba foi escolhida pelo o CISM para ser a marca oficial dos V Jogos Mundiais Militares. A logomarca do evento simboliza também o alto voo da busca pelos recordes e pela quebra de limites. Fala se autossuperação. As asas de fogo remetem à energia dos atletas e ao ideal olímpico. E é justamente isso que vai ocorrer em 2011. União, garra e superação. Dois destaques esportivos de cada Força Armada (Marinha, Exército e Aeronáutica) seguraram a bandeira símbolo dos jogos que tremulou pela primeira vez. E é aqui que o Departamento de Controle do Espaço Aéreo, mais uma vez, pode demonstrar seu orgulho de ter, pois dentre os atletas que levaram AEROESPAÇO 21


a bandeira estava, a Tenente Lislaine Link, nossa campeã em Corrida de Orientação.

Do Brasil para a Hungria Em agosto deste ano nossa atleta marcou presença no 26º World Orienteering Championship (WOC) 2009 (Campeonato Mundial de Orientação) – evento civil realizado na cidade de Miskolc, Hungria. Sua ida para o evento é especialmente significativa por se tratar da primeira vez em que um atleta brasileiro participa da mais importante competição internacional de Orientação. O evento, ocorrido no período de 16 a 23 de agosto, contou com a participação de 45 países, 700 competidores e 400 organizadores. Segundo o site oficial do WOC 2009, o objetivo principal do WOC é “promover a orientação e os seus princípios positivos através de uma campanha nacional permanente e de mobilizar estudantes e suas famílias para a prática desportiva”. Lislaine também participou da Hungarian Cup, competição composta por seis percursos, dos quais ela correu na área do Middle Final Distance, do Relay e do Long Distance.

Foto: 2S Neri (CINDACTA I)

Satisfação e conquista na natação! Danilo Dantas de Lima, Técnico em Eletrônica e Telecomunicações Aeronáuticas do Primeiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CInDACTA I), é mais uma vez campeão de natação na série Master do XVI Campeonato de natação norte, nordeste, Centro-oeste, realizado pela Associação Paraense Master de natação (APAMn) e ocorrido no período de 05 a 07 de setembro, em Belém (PA). A travessia consistiu num percurso de 1.500 metros na Ilha de Mosqueiro e foi a primeira vez que a série

Fotos: Acervo Lislaine 22 AEROESPAÇO

master de natação realiza uma prova em água aberta. Aos 54 anos, Danilo conquistou o primeiro lugar da prova de Revezamento 4X50 metros Livre Misto, conquistando mais uma medalha para a sua coleção. na verdade, o ano de 2009 tem sido de grandes vitórias! Danilo já conquistou 26 medalhas no primeiro semestre, sendo oito de Ouro, seis de Prata e 12 de Bronze e vem mantendo o ranking entre os dez melhores nadadores do País, na faixa 50+. Parabéns, Danilo!


O Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Tanabi (DTCEA-TNB), criado há 21 anos, está localizado no município paulistano que comemorou 127 anos em julho deste ano. A cidade tem um clima ameno, consequência da construção de lagos artificiais dos rios Paraná e Grande. A temperatura média fica em torno de 22OC. Segundo o comandante do DTCEA-TNB, o baixo índice de violência em Tanabi e a proximidade com São José do Rio Preto atraem os militares para a cidade, além da ótima estrutura da vila habitacional da Aeronáutica. Nas próximas páginas mais informações sobre o trabalho desenvolvido pelo efetivo do DTCEA-TNB e sobre a cidade de Tanabi.

Conhecendo o DTCEA TANABI-SP Por Daisy Meireles / Fotos de Luiz Eduardo Perez

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Capitão Silas - comandante do DTCEA-TNB

O comandante natural de Santa Cruz do Rio Pardo – SP, o Capitão Especialista COM Silas Martins da Costa, tem 41 anos. É casado com Márcia, com quem tem dois filhos: Sara (8 anos) e Samuel (15 anos). A esposa do comandante é uma colaboradora do Destacamento na área social. Silas ingressou como soldado da FAB, em agosto de 1987, na Academia da Força Aérea (AFA), Pirassununga – SP. Alguns anos depois galgou as seguintes graduações: Terceiro Sargento em junho/1990, Segundo Sargento em abril/1996 e, por intermédio de realização do Curso de Formação de Oficiais Especialistas (CFOE) no CIAAR, em outubro de 1999, foi declarado Segundo Tenente. Em dezembro de 2001 foi promovido a Primeiro Tenente e ao posto de Capitão em dezembro de 2007. Tem os seguintes cursos militares: Preparação de Monitores, Elaboração de Material Instrucional, Padronização de Instrutores do SISCEAB, Tecnologias de Comunicações Aplicadas ao Controle do Espaço Aéreo, Básico de Manutenção Radar e Básico de Busca e Salvamento. O capitão é graduado em Administração de Empresas, desde 1997, pela Faculdade nogueira da Gama - Guaratinguetá - SP. Serviu nas seguintes OM: AFA (1987), EEAR (19881998, monitor), CIAAR (1999), CInDACTA II (20002004, chefe das seções de Mecânica e Refrigeração, de Eletricidade e Eletroeletrônica e da subdivisão de Eletromecânica). Há quatro anos, desde 2005, está no comando do DTCEA-TnB.

A estrutura da Vila habitacional - bom motivo para servir no DTCEA-TNB

criado com o anteprojeto de renovação do Sistema de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (SISDACTA) em março de 1985. Dois anos depois, em 8 de julho de 1987 foi aprovado o Regulamento de DPV DT, que tinha por finalidade operar e manter os equipamentos de proteção ao voo, detecção e telecomunicações do SISDACTA. Sua denominação para Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Tanabi só foi modificada através da Portaria nº 183/GC3, de 27 de fevereiro de 2003. O Radar TRS2230 iniciou as operações em caráter experimental, tendo sido homologado em maio de 1989. na história da Unidade está registrada a passagem – além do

Histórico do Destacamento Criado pela portaria nº R-100/GM3 de 03 de março de 1988 e foi construído no período de maio de 1986 a outubro de 1988. O início das atividades começou em maio 1989, quando era denominado Destacamento de Proteção ao Voo (DPV DT – 43), que começou a ser

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A Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição - padroeira da cidade, tem 87 anos


A formatura do efetivo e a KF atual – mais cinco comandantes, desde a sua fundação: Cap Esp BSP Paulo César Moreira (1991-1996), Maj Esp COM Telmo Flores dos Santos (1996-1999), 2º Ten QOEA COM Anselmo de Araújo nunes (1999-2001), Maj Av Hélio Luis Camões de Abreu (20012004), Cap Esp COM Carlos Martinho Guimarães (2004-2005). O DTCEA-TnB possui equipamentos de radiodeterminação (radar primário tridimensional de longo alcance TRS2230, radar secundário de longo alcance RSM 970S), sistema de telecomunicações (HF, VHF PARK AIR, UHF, dados do radar de Tanabi que são enviados para o CInDACTA I e DTCEA Pirassununga) e sistema de energia (GRUGERS, UCCA, USCA e UPS). Dispõe de acesso a Intranet e Internet e sistema de segurança eletrônica.

Na KF militares ativos e comprometidos

A estrutura da vila habitacional e alojamento de trânsito Os apartamentos destinados aos sargentos, suboficiais e cabos têm três quartos, sendo um suíte, um banheiro social, cozinha, lavanderia e um quarto com banheiro para empregado. São dois blocos com 12 apartamentos cada um e todos com garagem sob pilotis dos prédios, protegendo da chuva e do sol. As duas casas para os oficiais têm a mesma estrutura dos prédios. na área coletiva da vila, os militares e suas famílias compartilham de quiosque, campo de futebol, quadra de futebol, salão de festas, salão anexo com churrasqueira, quadra poliesportiva, duas piscinas (para adulto e criança) e uma sauna. Quatro soldados fazem a manutenção da área coletiva, conservando o ambiente limpo e agradável para a comunidade aeronáutica de Tanabi. O alojamento de trânsito ocupa seis apartamentos com a mesma estrutura da vila, num outro bloco, destina-se aos militares e civis do Comando da Aeronáutica que estejam em curso ou realizando serviços no DTCEA. A vila está bem localizada, no bairro Tangará, e o Destacamento dispõe de um micro-ônibus para os deslocamentos do efetivo. O trajeto da vila ao DTCEA, 10 km, é realizado no tempo aproximado de 20 minutos.

Tanabi Um parque ecoturístico com área recreativa para crianças e um lago artificial é uma das atrações de lazer de Tanabi. no local são promovidos shows para a comunidade. Outras opções são oferecidas através dos clubes (Tangarás, AABB e Banespa), além de áreas de lazer distribuídas pelos bairros da cidade. A cidade tem uma escola particular de 1º e 2º grau e escolas públicas e municipais. AEROESPAÇO 25


O efetivo do Destacamento de Tanabi, durante o seu expediente das 9h às 17h, também desempenha atividades de segurança física de seus equipamentos, instalações e pessoal, dando o suporte técnico/ administrativo necessário ao seu funcionamento

A Prefeitura Municipal desenvolve projetos culturais ao longo do ano (Projeto Guri) e em especial no mês de setembro (na semana da cultura). Trabalho e lazer em harmonia com o meio ambiente é fato comprovado pelas belas paisagens dos rios e campinas ao redor da cidade. não há uma grande variedade de fornecedores de produtos e serviços, limitação que é resolvida com o deslocamento para a cidade de São José do Rio Preto, distante cerca de 40 minutos. A Praça João de Melo Macedo, no Centro de Tanabi, foi escolhida como uma das sete maravilhas da região, pelo jornal "Diário da Região", de São José do Rio Preto. O Destacamento está localizado na região noroeste do estado de São Paulo, no km 4 da Estrada da Grama, município de Tanabi, distante da cidade cerca de 10 km, 18 km de Monte Aprazível, 38 km de Votuporanga,40 km de São José do Rio Preto e 520 km de São Paulo. Há voos para São Paulo, partindo de São Jose do Rio Preto.

O efetivo O DTCEA-TnB dispõe de um efetivo de 43 militares e dois funcionários civis contratados pela empresa Manchester. Dois são Oficiais, atuando como comandante

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Indústrias moveleiras e de alumínio trazem o progresso a Tanabi

e chefe das Seções Administrativa e Técnica. nas atividades administrativas e de infraestrutura atuam um suboficial, dois 2º sargentos, dois 3º sargentos e seis cabos. Seis S1 e 17 S2 atuam em atividades técnicas, administrativas, de infraestrutura e de segurança do DTCEATnB. Atualmente, há necessidade de SO/ SGT das especialidades de eletrônica, eletricidade e eletromecânica, para cumprir melhor sua missão.

O relacionamento dos militares com a sociedade O efetivo do DTCEA-TnB participa de vários eventos em conjunto com a sociedade, tais como: senso, campanhas de arrecadação de alimentos, torneios esportivos envolvendo o Corpo de Bombeiros e Polícia Militar. A comunidade da comarca participa efetivamente de eventos como encontro de violeiros e solenidades militares de comemoração do aniversário de criação do DTCEA-TnB e outros promovidos pela equipe de eventos desta Unidade. Uma vez por ano acontece um festival de queijos e vinhos no salão de festas da vila habitacional, promovido pelo comandante do DTCEA, com a colaboração e empenho de sua esposa e do elo social do destacamento, que organizam com primor o evento,

convidando as autoridades locais. O festival aproxima a comunidade aeronáutica com as outras pessoas da cidade, proporcionando estreitamento das relações. As famílias dos militares participam com frequência dos eventos sociais organizados no salão de festas da vila militar, em especial em datas comemorativas ao dia das mães, dos pais, das crianças e nas confraternizações de final de ano, além de churrascos de finais de semana, após o tradicional futebol.

Peculiaridades do Destacamento O DTCEA-TNB possui uma comissão de seleção para incorporação de soldados. Os jovens voluntários da comarca de Tanabi realizam o curso de formação em Pirassununga na AFA e, após a conclusão, iniciam sua jornada neste Destacamento. Outra peculiaridade é que o CINDACTA I utiliza, desde 2004, as instalações do DTCEA-TNB para ministrar cursos militares. Assim, o Destacamento contribui com a capacitação profissional de aproximadamente 80 militares de outras Organizações da Aeronáutica por ano. A primeira turma formou-se agora em 2009 no curso “NAV 030 –

Elétrica, UPS e mecânica de grupos geradores”. O curso “TEL 017 Manutenção e Operação do VHF Park Air” está formando a segunda turma. Todos os auxílios à instrução são dados no próprio DTCEA-TnB.

A missão A execução das atividades relativas às funções sistemáticas de prover a detecção radar, telecomunicações, manutenção e conservação dos equipamentos de proteção ao voo sob sua responsabilidade é missão do DTCEA-TnB, o que possibilita a Defesa Aérea e o Controle de Tráfego Aéreo pelo CInDACTA I.

Assistências médica e odontológica O atendimento médico é realizado pelo Hospital do Coração e o Instituto de Moléstias (em São José do Rio Preto), laboratórios e clínicas conveniadas à Gama Saúde e Unimed, supervisionado pela SARAM. na área de odontologia há também a possibilidade de solicitação de tratamentos diretamente a SARAM, (para análise), podendo se obter a autorização para ressarcimento. Há atendimento previsto, em caso de emergência, no prontossocorro para microcirurgias da Santa Casa São Vicente de Paulo, em Tanabi.

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