Aeroespaço 28

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Torre da Antena Radar – DTCEA - Petrolina – PE

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Informativo do Departamento de Controle do Espaço Aéreo - DECEA


Índice Seção: Notícias do SISCEAB DECEA e OACI promovem Seminário de Implementação do Conceito Operacional ATM Nacional

Seção: Notícias do SISCEAB DECEA realiza 4ª Reunião com os elos de Coordenação do STI do COMAER Seção: Notícias do SISCEAB Novo laboratório de simulação decontrole de tráfego aéreo é inaugurado pelo Comandante da Aeronáutica

Seção: Usina de Idéias Reestruturação Organizacional do 1º GCC

Primeira Operação 1.020

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Seção: Notícias do SISCEAB CARSAMMA inicia programa de capacitação de seu efetivo

Seção: Notícias do SISCEAB CISCEA dá prosseguimento à modernização de Torres de Controle

Artigo: A Meteorologia do CGNA

Reportagem Especial Os colecionadores de sonhos, paixões e raridades

Seção: Conhecendo o DTCEA Petrolina - PE

Nossa capa

Expediente

Torre da Antena Radar DTCEA - Petrolina - PE

Informativo do Departamento de Controle do Espaço Aéreo - DECEA produzido pela Assessoria de Comunicação Social - ASCOM/DECEA

Na foto da capa desta edição, o 2S Marcílio Freire de Castro faz a manutenção do Radar de Petrolina (PE), que tem um alcance de 250 milhas e abrange parte dos estados de Pernambuco, Bahia, Piauí, Ceará e Paraíba. É uma importante ferramenta em prol da segurança do tráfego aéreo. Com a missão de realizar as manutenções em nível orgânico dos equipamentos (Radar SIR-M; Estação VHF; TELESAT; USCA; GRUGER; RETIFICADORES e UPS), o Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Petrolina (PE) também acompanha as manutenções de nível base, executadas por equipes volantes e ainda apóia a operacionalidade do Destacamento, na manutenção dos equipamentos de informática, integração das comunicações internas e externas, tudo em nível orgânico, assegurando assim, que as informações necessárias à proteção ao vôo da região de Petrolina cheguem ao CINDACTA III com a máxima integridade possível. A equipe da revista Aeroespaço viu a importância dessa OM para o SISCEAB, dando destaque para o referido Destacamento nas páginas 24, 25 e 26 desta edição.

Diretor-Geral: Maj Brig Ar Ramon Borges Cardoso Assessor de Comunicação Social e Editor: Paullo Esteves - Cel Av R1 Redação: Daisy Meireles (RJ 21523-JP) Telma Penteado (RJ 22794-JP) Diagramação & Capa: Filipe Bastos (MTB 26888-DRT/RJ) Fotografia: Luiz Eduardo Perez (RJ 201930-RF)

Contatos: Home page: www.decea.gov.br Intraer: www.decea.intraer Email: esteves@ciscea.gov.br aeroespaco@decea.gov.br Endereço: Av. General Justo, 160 - Centro CEP 20021-130 - Rio de Janeiro/RJ Telefone: (21) 2123-6585 Fax: (21) 2262-1691 Editado em dezembro/2007 Fotolitos & Impressão: Ingrafoto


Editorial

C

hegamos ao final de 2007. Temos que admitir que foi um ano de muito trabalho onde estivemos tratando de reverter todas as expectativas menos favoráveis e nos mobilizando no sentido de responder positivamente aos desafios que se interpunham. Tivemos êxito em cada empreitada a que nos dedicamos, até porque foi restabelecida a normalidade em nosso meio e isto definitivamente é um fator importantíssimo para quem tem como matéria prima cotidiana a segurança de operações aéreas num país de dimensões continentais como o Brasil. Mais uma vez ficou demonstrada a capacidade da infra-estrutura e dos recursos humanos do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro em acudir e acomodar providências diante de situações emergenciais e isto só foi possível por conta do profissionalismo e competência dos homens e mulheres que trabalham para o DECEA. A ordem, os critérios de planejamento e o ordenamento de providências sempre fizeram parte de nossas rotinas administrativas e operacionais, de tal modo que nos instantes de crise – e certamente foram muitos ao longo de mais de 60 anos de existência – jamais nos faltou a certeza de que o SISCEAB iria superar as eventuais dificuldades. A prova aí está. Contra a evidência dos fatos não há argumentos. O ano de 2008 desponta como o ano da consolidação de novos insumos tecnológicos para o transporte aéreo no País e no mundo. Nos aproximamos cada vez mais dos novos conceitos de gerenciamento do tráfego aéreo por satélite – uma inexorável transformação global - para a qual o Brasil já vem se preparando e é um ator importante nesse processo de aprimoramento, não só por conta de sua posição geoestratégica, mas também pela reputação mundial de esmero e competência que desfruta. Ao tempo em que parabenizo a todos os integrantes do SISCEAB pelas conquistas do ano que se encerra, os conclamo a manter em alta este espírito sóbrio e combativo que nos trouxe até aqui e que é a garantia de dias melhores, sempre. A todos e às suas digníssimas famílias os mais calorosos votos de um Feliz Natal e um Ano Novo pleno de realizações e muito sucesso. Obrigado a todos.

Maj Brig Ar Ramon Borges Cardoso Diretor-Geral Interino do DECEA

Erramos: Conhecendo o DTCEA-Canoas (RS) - O Hospital de Aeronáutica de Canoas (HACO) é a Unidade que presta atendimento a todos os militares da área e seus dependentes, e não o Hospital da Base Aérea de Canoas, como foi com erroneamente registrado no texto da seção Conhecendo o DTCEA, na edição 27.


NOTÍCIAS DO SISCEAB

DECEA E OACI promovem Seminário de Implementação do Conceito Operacional ATM Nacional O Brasil, em conjunsições do governo brato com a Organização de sileiro por intermédio Aviação Civil Internaciodo Comando da Força nal (OACI) e outros EsAérea e especificamentados membros da comute do DECEA, para nidade de aviação civil, que possamos dar conreconhece que o Sistema tinuidade a esse trade Navegação Primário do balho, que vem sendo Futuro será fornecido pelo executado há muitos Sistema Global de Navegaanos”. ção por Satélite (GNSS), o O Diretor-Geral do que vai trazer a oportuniDECEA disse ainda, dade de aprimoramento que esperava, ao final da segurança, capacidade, dos três dias de evento, eficiência e flexibilidade O Secretário Executivo da Comissão CNS/ATM, Brig J. Roberto, um resultado adequavalorizou a parceria do DECEA com o FAA em sua apresentação de serviços. do ao crescimento e à A navegação por satélisegurança do transporte se transformou rapidate aéreo e que a parmente em uma utilidade ticipação de todos os global. O seu poder de elementos garantiria fornecer posição, velocia eficiência e a eficádade e tempo, com extrecia, permitindo que o ma precisão, possibilita crescimento da aviaque este tipo de navegação ção ocorresse não só seja utilizado em todos os no território brasileiro, meios de transporte. mas em todo o mundo O DECEA e a FAA (Fede uma maneira intederal Aviation Adminisgrada e participativa”. tration – Administração Em seguida, o ViceFederal da Aviação) têm Na cerimônia de abertura: Camile Richardson (EUA), Maj Brig Diretor do DECEA trabalhado juntos, desde Picchi, Maj Brig Ramon, Dan Salvano (FAA) e Brig J. Roberto e Presidente da Comarço de 2000, em vários missão CNS/ATM, projetos relacionados com a implan- realizou, no período de 6 a 8 de Maj Brig Ar Élcio Picchi, disse que o tação bem-sucedida das tecnologias novembro, o Seminário de Imple- resultado do Seminário possibilitará GNSS no Brasil e em toda a re- mentação do Conceito Operacional substituir o atual programa de trangião do Caribe e da América do Sul ATM Nacional (ATM – Air Traffic sição. “Vai permitir, ainda, a elaboraManagement – Gerenciamento de ção de uma diretriz de planejamento (CAR/SAM). Para alcançar esse fim, foram de- Tráfego Aéreo) no Hotel Pestana, no da navegação aérea no Brasil para os senvolvidas as seguintes metas para a Rio de Janeiro, onde foi apresenta- próximos 15 anos, em sintonia com implantação da navegação por saté- do este novo conceito de Comuni- o planejamento de suas empresas e cação, Navegação, Vigilância e Ge- dos objetivos da OACI para a região lite no Brasil: 1) Transição para o Conceito Ope- renciamento de Tráfego Aéreo a ser do Caribe e da América do Sul”. racional ATM Global (ATM – Air implantado no Brasil. O Brig Ar José Roberto MachaNa cerimônia de abertura, o Dire- do (chefe do Subdepartamento de Traffic Management – Gerenciamentor-Geral do DECEA, Maj Brig Ra- Operações do DECEA e Secretário to de Tráfego Aéreo); 2) Implementação da Comunica- mon Borges Cardoso, informou aos Executivo da Comissão CNS/ATM) usuários do espaço aéreo brasileiro valorizou a parceria com a FAA e a ção por Datalink; 3) Implementação da Navegação que o DECEA especificamente crê troca de experiências. “O nosso funa importância desse trabalho e na turo já começou, mas ainda temos Baseada em Performance (PBN); e implantação do CNS/ATM: “Nesse muita coisa pela frente” - disse o 4) Melhoria da Vigilância ATS. Com apoio da FAA, o DECEA evento colocaremos as idéias e as po- Brig J. Roberto, ressaltando que 4


com o objetivo principal de apresentar o planejamento da implantação CNS/ATM no Brasil, o DECEA esperava obter o envolvimento da comunidade aeronáutica nacional e internacional, por meio de sugestões, óbices, e planejamentos a serem apresentados durante o Seminário. No primeiro dia, os temas apresentados foram: - Evolução CNS/ATM no Brasil (Brig Ar Álvaro Pequeno) - Us Navegation Evolution Roadmap (Dan Salvano) - Concepção Operacional ATM Nacional (Maj Júlio) - Estratégia de Implementação CNS/ ATM (Maj Cosendey) No segundo dia, os temas Requisitos de Gerenciamento de Tráfego Aéreo, de Navegação, de Comunicação e de Vigilância (CNS/ATM) foram discutidos pelos grupos de trabalho. Foram apresentadas também, melhorias no Serviço de Informações Aeronáuticas, com a sua automação, e na Meteorologia Aeronáutica, com adoção da informação em tempo real e predição. No último dia, as Empresas Aéreas, Indústrias Aeronáuticas e Empresas de Serviços Aeronáuticos apresentaram seus planejamentos de transição para o “Conceito CNS/ATM”. Após isto, ocorreu um debate sobre as conclusões dos Grupos de Trabalho (GT), onde se decidiu pela criação de GT específico por área de abrangência (C, N, S e ATM), com a participação de Organismos Governamentais (DECEA, Anac, Infraero), Empresas e Indústrias Aeronáuticas. Segundo os organizadores, ao evento compareceram 140 pessoas por dia e ficou assegurado que as diversas comunidades de usuários estavam totalmente engajadas neste processo de implantação do GNSS. O evento contou com a presença de toda a Direção do DECEA, da chefe da Divisão Política e Econômica do Consulado dos EUA, Camille Richardson; do Diretor de Navegação Aérea da Federal Aviation Administration (FAA), Dan Salvano, um dos palestrantes do Seminário, e de representantes de diversas empresas aéreas, indústrias e empresas de tecnologia aeronáutica, nacionais e internacionais (GOL, VARIG, TAM, AMERICAN AIRLINES, UNITED AIRLINES, DELTA, LAN, EMBRAER, BOEING, AIRBUS, EMBRATEL, SITA, ARINC, HONEYWELLL, THALES, dentre outras).

Auditoria de Manutenção da Certificação ISO 9001:2000 DO CCA-BR Em prosseguimento às ações relativas a manutenção do Certificado de Sistema de Qualidade obtida em 2005, nos dias 26 e 27 de novembro de 2007, o CCA-BR recebeu os auditores Eng Joaquim e Eng Alessandro, do Instituto de Fomento Industrial (IFI), com a finalidade de verificar a conformidade do sistema, o cumprimento das metas de atendimento dos serviços e melhoria de processos.

As avaliações que são regularmente registradas por meio de questionários ao público interno e externo em 74 OM que dependem do adequado funcionamento da infra-estrutura e do apoio do pessoal especializado na área de Tecnologia da Informação daquele Centro de Computação. Para conhecer o sistema de qualidade basta acessar www.ccabr.intraer.

VIII Simpósio dos Serviços de Informação Aeronáutica: Segurança, Regularidade e Eficiência da Navegação Aérea O Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) promoveu, no período de 19 a 23 de novembro, no auditório do CGNA, no Rio de Janeiro, o VIII Simpósio dos Serviços de Informação Aeronáutica (AIS), ratificando seu compromisso com a tríplice aliança: Segurança, Regularidade e Eficiência da Navegação Aérea - base constitucional da Organização da Temas relevantes foram apresentados para a Aviação Civil Internacional comunidade AIS (OACI). o acúmulo de experiências às já adquiO evento contou com a participa- ridas, o desenvolvimento e a reformução de especialistas AIS de todo o Bra- lação de conceitos e, por conseqüênsil, inclusive com representantes da cia, o aprimoramento da prestação de Marinha, Exército e Infraero. Foram um serviço, que é motivo de orgulho expostos temas de relevante interesse para o Sistema de Controle do Espaço para a comunidade AIS, o que implica Aéreo Brasileiro (SISCEAB). 5


NOTÍCIAS DO SISCEAB

CARSAMMA inicia programa de capacitação de seu efetivo Em função do aumento significativo dos índices de risco de colisão no espaço aéreo RVSM (Redução Vertical dos Mínimos de Separação) nas Regiões CAR/SAM (Caribe/América do Sul), vislumbrou-se a necessidade de aperfeiçoamento da metodologia de obtenção dos dados dos Grandes Desvios de Altitude, bem como dos parâmetros utilizados para os cálculos matemáticos dos mesmos. Para tanto, a CARSAMMA (Agência Nacional de Monitoração da Segurança do Espaço Aéreo para as Regiões da América do Sul e do Caribe), apoiada pelo CGNA (Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea) e pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), iniciou um programa de capacitação de todo o seu efetivo, com o intuito de aperfeiçoar os conhecimentos necessários ao cumprimento de sua missão. Neste intuito, uma equipe da CARSAMMA participou, no período 25 a 27 de setembro, em Mérida, no México, do Seminário de Treinamento de Avaliação da Segurança Operacional ATS e da Quarta Reunião do Grupo de Trabalho de Escrutínio (GTE). A Delegação Brasileira foi composta pelo Maj Av Renato Pietroforte Carvalho (CARSAMMA); pelo DACTA Reinaldo Brandão Taveira (CARSAMMA); pela DACTA Thaís Santarém de Assumpção (CARSAMMA); e pelo Eng Artur Flávio Dias (Instituto de Estudos Avançados do Comando-Geral de Tecnologia Aeroespacial – IEAv/ CTA). Já o Grupo de Trabalho de Escrutínio foi composto por controladores de tráfego aéreo, membros da tripulação de vôo e peritos em segurança. Estiveram representadas no GTE as seguintes organizações: FAA (Federal Aviation Administration – Administração Federal da Aviação); DGAC (Dirección Générale de l’Aviation Civile – Direção Geral de Aviação Civil); IFALPA (International Federation of Air Line Pilots’ Associations – Federação Internacional

das Associações de Pilotos); COCESNA (Corporación Centroamericana de Servicios de Navegación Aérea – Corporação Centro-Amerciana de Serviços de Navegação Aérea); CORPAC S.A. (Corporación Peruana de Aeropuertos y Aviación Comercial S.A. – Corporação Peruana de Aeroportos e Aviação Comercial S.A.); e CARSAMMA. Dando início aos trabalhos, houve uma apresentação, comandada pelos representantes da FAA, Madison Walton e Stephanie Beritsky, sobre a metodologia que deveria ser aplicada na análise dos Grandes Desvios de Altitude (LHD). Em seguida, foram iniciados os debates a respeito de todos os parâmetros a serem levados em consideração para uma análise criteriosa dos reportes de Grandes Desvios de Altitude, recebidos pela CARSAMMA, no período de janeiro a julho deste ano. Ao longo dos três dias de reunião, foram analisados 202 LHD, tendo sido identificadas as causas dos desvios relatados em cada formulário, para serem, no futuro, utilizadas no cálculo do risco de colisão. Vale ressaltar que alguns LHD foram desconsiderados devido à inconsistência ou ausência de dados suficientes para uma análise adequada. Ao final da reunião ficou acertado que o próximo encontro será em março de 2008, em Lima (Peru), com o objetivo de analisar os LHD recebidos pela CARSAMMA no período de agosto a dezembro de 2007. Outros tópicos são o alerta aos Centros de Controle de Aérea de Assunção, Curaçao e Dakar sobre a grande incidência de determinados tipos de causa de LHD em seus respectivos órgãos de controle e a promoção de divulgação veemente da necessidade de todos os Estados das Regiões CAR/SAM enviarem à CARSAMMA, mensalmente, todos os seus Grandes Desvios de Altitude, relatando, em formulário próprio e de maneira concisa, ordenada e clara. A CARSAMMA pôde nesta opor6

A equipe da Carsamma aperfeiçoou os conhecimentos durante a missão

tunidade exercitar todo o seu conhecimento sobre como analisar e identificar as causas dos grandes desvios de altitude relatados pelos ACC. Além disso, pôde mostrar ao GTE todas as dificuldades encontradas quando do recebimento de LHD incompletos e/ou incoerentes em seus relatos.

PAME-RJ assinará contrato com a Thales O Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), através do Parque de Material de Eletrônica da Aeronáutica do Rio de Janeiro (RJ), visa assinar, ainda em dezembro, um contrato com a empresa francesa Thales. O objetivo deste contrato é o suporte logístico na área de manutenção de radares. Serão, ao todo, 51 radares atendidos em todo o território nacional.


Comando da Aeronáutica estabelece nova setorização do Controle de Tráfego Aéreo Visando melhorar a fluidez do trafego de aeronaves da região Sul e de São Paulo para o Nordeste – e vice-versa – entrou em operação na madrugada do dia 25 de outubro, à 1h35, a nova setorização do Controle de Tráfego Aéreo nas regiões sob a coordenação dos Centros Integrados de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo I (Brasília) e II (Curitiba). Mais precisamente, dois setores do CINDACTA I, que abrangem o polígono formado pelas cidades de Ubatuba (SP), Pirassununga (SP), Belo Horizonte (MG) e Vitória (ES), passaram para a

área de controle do CINDACTA II. Assim, o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) inicia a criação de um corredor aéreo entre os CINDACTA II (Curitiba) e III (Recife), ligando as regiões Sul e Nordeste do País e reduzindo o volume de tráfego sob a coordenação do CINDACTA I. A alteração foi possível graças à conclusão, em outubro, do processo de modernização dos equipamentos do Centro de Controle de Área (ACC) de Curitiba (CINDACTA II), iniciado em 2004. O dia 23 de setembro passado marcou o

começo da operação do novo sistema de visualização e tratamento de dados. A unidade recebeu ainda um novo sistema de comunicação, entre outros investimentos. Vale ressaltar que a nova setorização não influirá no tráfego aéreo das regiões terminais São Paulo e Rio de Janeiro, que atualmente se encontram sob a coordenação do Serviço Regional de Proteção ao Vôo de São Paulo (SRPV-SP). De acordo com o Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA), no primeiro dia de operação, o tráfego aéreo nos novos setores transcorreu normalmente.

ILS CAT III poderá ser instalado no Brasil Em decorrência de sucessivos fechamentos dos aeroportos da região sul/sudeste por condições meteorológicas adversas – mais propriamente nevoeiros de grande intensidade - que neste ano de 2007 mostraramse mais agressivos e com maior duração do que o usualmente ocorre nos meses de inverno, começaram as especulações sobre a eventual necessidade do Brasil mandar instalar os ILS ( Sistema de Pouso por Instrumentos) da Categoria III , uma vez que,por razões técnicas, operamos apenas com os de Categoria I e II. ILS é a sigla em inglês para INSTRUMENT LANDING SISTEM, equipamento que apóia as aproximações para o pouso sob condições atmosféricas desfavoráveis. Os ILS são das categorias I ,II e III com cada uma delas apontando para parâmetros específicos. O ILS CAT II propicia uma aproximação por instrumento de precisão e pouso com uma altura de decisão até 60 m (200 pés) e superior a 30m (100 pés), e contato

visual coma pista superior a 350 m. Já o ILS CAT III é subdividido em três outras categorias: CAT III A – permite aproximação por instrumento por instrumento de precisão e pouso com uma altura de decisão até 30 m (100 pés), ou nenhuma altura de decisão e contato visual com a pista superior a 200 m. CAT III B – permite uma aproximação por instrumento de precisão e pouso com uma altura de decisão menor que 15 m (50 pés), ou nenhuma altura de decisão e contato visual com a pista até 200 m e superior a 50 m. CAT III C - aproximação por instrumento de precisão e pouso sem altura de decisão e sem restrições de visual da pista. No final de setembro, a transição do ILS Categoria I para o de Categoria II da pista do Aeroporto Internacional Afonso Pena, em Curitiba (PR), já havia sido concluída. Atualmente, depende apenas do vôo de inspeção a ser realizado pelo Grupo Especial de Inspeção em Vôo (GEIV).

Os Aeroportos que operam com ILS categoria II no Brasil são : Rio de Janeiro ( Tom Jobim); Governador André Franco Montoro - Guarulhos - São Paulo e Afonso Pena – Curitiba. No Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP) que opera com ILS categora II, o ILS CAT III não tem ainda data prevista para instalação. O mesmo ocorre com Curitiba. Ambos os equipamentos estão em fase de planejamento. Vale ressaltar que atualmente diversas empresas aéreas civis internacionais já possuem homologação de aeronaves e tripulação na Categoria III, enquanto que as companhias nacionais não estão ainda aptas para se homologarem. Esta homologação para ILS CAT III, que foi apontada como necessária em aeroportos internacionais de grande circulação no Brasil, encontra-se em discussão entre o DECEA, a ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) e INFRAERO.

DECEA visa assinar Termo de Cooperação com a Eletrobrás O Subdepartamento Técnico (SDTE) do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) encaminhou, no dia 20 de novembro, para a Eletrobrás (Centrais Elétricas Brasileiras S.A.), a minuta do Termo de Cooperação para a revitalização

dos Sistemas de Oferta de Energia. O Termo de Cooperação, que se encontra em análise pelo setor jurídico da Eletrobrás, tem por objetivo aprimorar as condições de suprimento de energia elétrica aos quatro Centros Integrados de Defesa Aérea e Contro7

le de Tráfego Aéreo (CINDACTA) e ao Serviço Regional de Proteção ao Vôo de São Paulo (SRPV-SP), garantindo, assim, a qualidade e a estabilidade do fornecimento. Há intenção do DECEA de que o Termo seja assinado ainda em dezembro.


NOTÍCIAS DO SISCEAB

DECEA realiza a 4ª Reunião com os Elos de Coordenação do STI do COMAER A 4ª Reunião com os Elos A exposição das Divisões do de Coordenação do Sistema SDTI fez com que a audiência de Tecnologia da Informareconhecesse a importância de ção do COMAER foi realialinhar as atividades gerenciais zada, no período de 26 a 28 exercidas pelo EMAER e pelo de novembro, nas instalações Órgão Central de TI e seus Elos do Órgão Central do Sistema de Coordenação, junto aos Órde Tecnologia da Informação gãos de Direção-geral e Setorial (Departamento de Controle (ODGS), com a finalidade de do Espaço Aéreo / Subdepar- Representantes dos Elos do COMAER presentes à reunião fortalecer o STI para atender tamento de Tecnologia da Incom efetividade as necessidades formação – DECEA/SDTI). do Comando da Aeronáutica. O Chefe do SDTI do DECEA, Brig Foi também exposta e discutida pelos Eng Roberto Souza de Oliveira, abriu o participantes a situação dos projetos e encontro, dizendo aos presentes que o atividades em andamento, o que resulobjetivo principal da Reunião era protou na identificação de diversas necespiciar uma verificação global e conjunta sidades, as quais serão analisadas a fim das atividades desenvolvidas pelos Elos de que novas ações sejam executadas e de Coordenação e pelo Órgão Central Brig Roberto ressaltou a importância da acompanhadas pelos Elos do STI com Goverança de TI no COMAER em 2007, bem como das dificuldades o objetivo de dar efetividade aos procesencontradas. Lembrou, também, que uma boa sos de TI (operacionais ou administratiO Chefe do SDTI ressaltou a im- estruturação dos Elos servirá de base vos) no COMAER. portância de os Elos de Coordenação para que possam exercer plenamente No encerramento da reunião, o Brig atentarem para as orientações divul- suas atribuições, conforme previsto na Roberto ressaltou a importância da Gogadas pelo TCU em sua página na NSCA 7-7, sendo isto, uma das prin- vernança de TI no COMAER e a satisInternet com as regulamentações a cipais metas a ser atingida pelo Sistema fação com o empenho dos Elos para a serem seguidas. de Tecnologia da Informação. evolução do STI.

CISCEA dá prosseguimento à modernização de Torres de Controle Dando andamento às atividades pertinentes ao seu Programa de Trabalho Anual (PTA) de 2007, a Comissão de Implantação do Sistema de Controle do Espaço Aéreo (CISCEA), em parceria com o SRPV-SP, prossegue na modernização das Torres de Controle (TWR) dos Aeroportos de Congonhas (SP) e Galeão (RJ). A modernização da Torre de Controle de Congonhas é uma parceria da CISCEA com a empresa austríaca Frequentis AG, enquanto que a do Galeão é com a empresa norueguesa ACAMS – Airport Tower Solutions. A CISCEA, em parceria com a empresa Frequentis, está iniciando o pro-

grama de implantação de uma Torre de Controle Transportável no Aeroporto Internacional de Salvador, visando eliminar as restrições de visibilidade da atual TWR e, assim, readquirir a capacidade operacional plena daquele aeroporto, aumentando a segurança das operações aéreas bem como o do controle do tráfego aéreo. A cabine da TWR já encontra-se no DTCEA SV e aguarda a realização da infra-estrutura para a sua instalação. Acima, embarque da Cabine da TWR de Salvador na Áustria e ao lado, atual estágio da TWR de Congonhas 8


Novo Laboratório de Simulação de Controle de Tráfego Aéreo é inaugurado pelo Comandante da Aeronáutica de de formação de 768 O Comandante da Aerocontroladores por ano. náutica inaugurou, no dia Então, com a entrada 5 de novembro, as instalaem ação do novo laboções do novo Laboratório ratório, com consoles de Simulação de Controle similares aos emprede Tráfego Aéreo. gados nos principais Localizada no Instituto órgãos de controle de de Controle do Espaço Aétráfego aéreo brasileireo (ICEA), o laboratório ros, o Comando da tem como principal finaliAeronáutica será capaz dade ampliar a capacitação de realizar treinamento e elevação de nível operacom ambiente idêntico cional dos controladores ao utilizado nos órgãos de tráfego aéreo. operacionais do SISCEO uso insistente do terAB. proporcionando a mo “laboratório” se reveste adaptação mais rápida de fundamental importânao futuro ambiente real cia para a consolidação do de operação. ICEA como Instituto de Ten Brig Saito, ladeado pelo Maj Brig Ramon e Cel Av Aquino nas novas instalações Deverá realizar – com Pesquisa do DECEA. do laboratório de Simulação do ICEA isso - 30% do Estágio A ampliação e a modernização da estrutura de treinamento simu- de analisar, de forma integrada, a infra- Operacional Supervisionado em ambienlado do ICEA permitirão o atendimento estrutura aeroportuária e do espaço aéreo, te simulado e reduzir o tempo do Estágio adequado da demanda crescente por treina- fator essencial para o planejamento relacio- Operacional Supervisionado, diminuindo mento, em função do significativo aumen- nado às citadas infra-estruturas, visando a a carga de instrução no órgão operacional; to do número de controladores de tráfego otimização das operações dos usuários na- e – também, avaliar e adequar a setorização aérea em tempo acelerado e real para diaéreo a serem formados anualmente para cionais e internacionais. Com o novo laboratório haverá a capaci- mensionar os meios materiais e os recursos fazer frente às necessidades operacionais tação de um maior número de controlado- humanos necessários ao desempenho dessa atuais. O uso de simulador 3D de Controle res de tráfego aéreo, em função do aumento tarefa. De acordo com o DECEA, os benefícios de Aeródromo (SICAD 3D) ou de Torre previsto no quantitativo de formação desses de Controle (TWR 3D) permitirá o trei- profissionais, a partir de dezembro de 2007 serão: propiciar condições para uma refornamento adequado dos controladores de e, ainda, efetuar os estudos de modelagem mulação do Processo de Planejamento do tráfego aéreo daqueles órgãos ATC de me- do espaço aéreo e realizar as simulações em Espaço Aéreo, por meio de estudos relacionor ou de maior complexidade, tais como tempo real e em tempo acelerado, visando nados à priorização das implantações no Brasília, Congonhas, Guarulhos etc. Além estabelecer parâmetros objetivos de avalia- SISCEAB, da elaboração de Concepções disso, o emprego dos mencionados simu- ção das modificações propostas no espaço Operacionais e de Empreendimentos da ladores propiciará as condições de simula- aéreo brasileiro, em função de implementa- CISCEA. O Laboratório de Simulação do ICEA ção necessárias para balizar a introdução de ção dos novos conceitos CNS/ATM, assim novos procedimentos, que visem otimizar o como da implantação de novos órgãos ATS servirá – ainda - como back-up para os uso da capacidade ATC e da infra-estrutura (Serviços de Tráfego Aéreo) e da revitaliza- simuladores, já implementados na EEAR (Escola de Especialistas de Aeronáutica) em aeroportuária, como por exemplo, opera- ção daqueles existentes. Nos simuladores atuais são encontradas Guaratinguetá, que inaugurou o seu novo ções simultâneas (dependentes e/ou indeas seguintes condições: console AMC 901 laboratório de Controle de Tráfego Aéreo pendentes), segregadas etc. O Laboratório de Simulação do ICEA (cinco posições); console X-4000 (cinco po- no dia 29 de novembro. O Diretor-Geral do DECEA, Maj Brig propiciará as condições necessárias para a sições) e capacidade de formação para 200 realização de simulações em tempo acele- controladores por ano. No novo laboratório Ramon Borges Cardoso, afirmou que o sofrado conjuntas com a Superintendência há quatro ambientes de simulação X-4000, tware é 100% nacional e foi desenvolvido de Estudos e Capacitação da Aviação Civil com oito posições cada um – totalizando pela Fundação Atech, obedecendo aos con(antigo IAC), pertencente a ANAC, a fim 32 consoles operacionais - e com capacida- ceitos operacionais do DECEA. 9


Seção

Quem é ?

SO Gilberto Ferreira Ser militar. Esse era o sonho de Gilberto Ferreira da Rosa desde adolescente. Nascido em São Leopoldo (RS) e filho único do primeiro casamento de seus pais, nosso entrevistado, hoje com 50 anos, é um suboficial da reserva, mas continua trabalhando como civil no Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Canoas (DTCEA-CO) – unidade em que trabalhou por mais de 22 anos. Gilberto, aos doze anos, encantou-se com a farda de um primo que cursava a Academia da Força Aérea (AFA) e – desde aquela época, decidiu que seria um militar. Aos 16 anos, em 1974, entrou numa aeronave C130 da FAB rumo à carreira militar na Escola de Especialistas de Aeronáutica (EEAR), em Guaratinguetá (SP). A felicidade era tanta que, antes de vestir a farda, pediu para ser fotografado com a bota que acabara de receber e enviou a foto para a família. Alguns meses depois, quando recebeu a primeira visita da mãe na Escola, fez questão de contar com intenso envolvimento emocional cada detalhe, cada façanha, cada ousadia dele na Escola.

“Minha mãe tinha orgulho da minha carreira e, durante esses 33 anos de FAB, eu continuo contando as minhas histórias” Gilberto foi controlador militar de PAR (Radar de Aproximação de Precisão) por mais de 30 anos. Desses, 22

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só na console em Canoas - (2/3 da carreira). Há pouco tempo, quando ainda era da ativa, era o graduado CTA mais antigo em PAR da FAB. Durante a carreira militar, Gilberto foi segurança de vôo, controlador, supervisor e instrutor, mas sempre ligado à aviação de caça, em Anápolis (GO) e Canoas (RS). Quando realizou o curso para radar de aproximação fez parte da primeira turma de controladores do Mirage, que ensaiava os primeiros vôos no Brasil.

“Eu me sentia importante, orgulhoso de fazer parte da primeira e única ala de defesa aérea no País” Em 1976 servia em Anápolis, onde estava sendo instalado o primeiro modelo de PAR no Brasil. O então SO Soraggi foi buscar na França o curso teórico para PAR e estava incumbido de ministrar o curso no Brasil. Depois ele foi transferido para Goiânia e teve que ser substituído pelo então SGT Gilberto. Ele já havia feito o curso para radar de aproximação (APP) e, enquanto os radares eram instalados (TMA e PAR), fazia o curso de interceptação com Renato e Odoval, seus amigos especais. Ferreira vem de uma época em que Anápolis era o berço do aprendizado e ele aproveitou bem isso, durante os nove anos que lá serviu.


Aos 19 anos estava sendo indicado para fazer vários cursos – e já controlava os Mirage da FAB, na época um “must” da aviação militar. Foi nesse mesmo ano – 1977 - que ele casou-se com Elisabeth, uma professora que lhe deu três filhas e hoje já tem quatro netos: Igor, André, Júlia e Laís. Anos depois, em 1979, Canoas recebeu o PAR, da empresa francesa Thomson, modelo 1012. Tal avanço tecnológico permitia a aproximação e o pouso seguro de uma aeronave em condições de baixíssima visibilidade. Então, em janeiro de 1985, como havia necessidade de controlador para Canoas e Gilberto já estava com vontade de voltar ao Rio Grande do Sul, foi proposta a transferência. Era um novo desafio. Ele trabalhava em sistema de rodízio em Anápolis – com aproximação, terminal e precisão – e o modelo de Canoas era o mesmo do PAR de Anápolis. Foi transferido para Canoas, permanecendo até hoje. Ele foi o primeiro controlador do PAR de Canoas e formou todos os controladores de precisão do DTCEA-CO desde 1985 até 2007. Como já existia um “Gilberto” na Base de Canoas – ele adotou o “Ferreira” como nome de guerra. O momento em que Ferreira sentiu mais apreensão na execução dos serviços aconteceu num domingo em Anápolis, quando o Esquadrão Pampa ia realizar uma missão. Ele conta que, antes do horário previsto para a missão, duas aeronaves F103 – Mirage – solicitaram acionamento de motores para receber o Esquadrão Pampa em vôo – depois mais dois pediram. Quando retornaram (Mirage – do Esquadrão Jaguar e F5 do Esquadrão Pampa) e, já sobre a Base, solicitaram vários procedimentos. “Eu estava sozinho, o que na época era permitido. Passagens baixas, rasantes. Eram muitas solicitações: passagens sentido 24/ 06 e 06/ 24, norte, sul, até... Foi uma loucura, mas todos pousaram em segurança” – relata Ferreira.

“Eu me dediquei integralmente à carreira. É assim que a gente consegue fazer bom controle, para que outros se sintam seguros” Ferreira diz que por conta das condições meteorológicas, se o piloto está com treinamento em dia, habilitado para executar a missão, ou se há restrição de visibilidade, comprimento e largura de pista, ou o estado emocional do piloto, tudo vai influenciar no resultado final de um controle. Por isso, há treinamento contínuo e o entrosamento entre piloto e controlador para superar os obstáculos e conseguir o sucesso do pouso. “Se um F5 está com 150 nós em condição meteorológica adversa, temos que ´pousar´ a aeronave. Aí é que fica bom! É estimulante!” – conta efusivamente o nosso entrevistado.

“Sou bem feliz, mas tenho meus momentos de NBA (baixa altitude), como qualquer pessoa” Neste ano surgiu na vida do Gilberto um outro universo bem diferente. Um gostoso novo desafio: mais controle de solo e mais proximidade das aeronaves. Após 33 anos de efetivo serviço como controlador de PAR, o ex-graduado CTA mais antigo da FAB deixou o serviço ativo em setembro de 2007, mas já está dando continuidade à sua carreira como civil, porém, não saiu da Força. Está engajando em uma experiência nova: controlador da Torre de Canoas. Um novo contrato com a FAB o fez desistir da água doce, da sombra e da praia de Belo Arambaré, à beira da Lagoa dos Patos, no Rio Grande do Sul – lugar por ele reservado para passar os seus dias de aposentado na companhia da esposa.

“É adrenalina pura! A aviação de caça testa todos os nossos limites operacionais e emocionais” Em 2006, o então SO BCT Gilberto Ferreira da Rosa – experiente CTA de PAR mais antigo em atividade no País, teve o privilégio de trabalhar ao lado da primeira mulher Controladora de PAR da Base de Canoas, a 3S BCT Tatiana Campos Ballejo. Era um fato marcante na história da proteção ao vôo no Brasil com a transição entre o antigo e o moderno. Ela trabalhava na Torre e passou para o PAR – até receber a homologação. Ferreira coordenava o trabalho de Tatiana e de mais oito controladores. “Logo no estágio ela se motivou com uma operação no dia dos portões abertos – o Fumaça 01 solicitou aproximação PAR – era o ´batismo´ para Tatiana” – conta o seu instrutor.

“Ninguém me via longe da aviação – nem minha esposa, nem filhas, nem genros, nem os militares que convivem comigo” Após a homologação na Torre de Controle, Ferreira está em ação novamente, onde continua a executar a união de controlar avião com amor e dedicação, tendo como princípio a lealdade.

“Não imaginava ir para a Torre. Foi uma surpresa, mas eu tenho facilidade em me adaptar com todo tipo de aviação, o que está me dando uma situação confortável em termos operacionais” 11


A Meteorologia do

CGNA

Por ROBSON Ressurreição – Cap Esp Met Chefe da Seção de Meteorologia do CGNA

Ventos causaram caos em aeroportos de SP

Sobre o transtorno que se instalou nos aeroportos de São Paulo no último fim de semana, quando milhares de turistas estavam na cidade para o Grande Prêmio de Formula 1, Zuanazzi garantiu que os problemas de Guarulhos e Congonhas foram os ventos fortes que passaram pela cidade. “Além do clima, Congonhas é um aeroporto que fecha às 23h e o atraso fica todo para o dia seguinte”, explicou ele, que não vê perspectiva de novos problemas nos aeroportos do país nos feriados de novembro nem nas festas de fim de ano. Fonte: Globo.com - 22/10/2007 - 16h28

Chuva interrompe vôos no Santos Dumont; cancelamentos somam 66%

Os vôos no aeroporto Santos Dumont, no Rio, estão suspensos desde o começo da manhã desta quarta-feira devido à chuva. Até as 15h00, 35 dos 53 vôos programados haviam sido cancelados - 66% do total. Ainda não há previsão para a reabertura do aeroporto. Alguns vôos estão sendo desviados para o aeroporto Tom Jobim, que opera por instrumentos. No terminal, apenas 2 (2,2%) dos 93 vôos foram cancelados hoje. Os atrasos superiores a uma hora chegam a 20 (21,5%). Fonte: Folha Online - 24/10/2007 - 15h52 12

Diariamente, a Meteorologia Aeronáutica ganha maior evidência no gerenciamento do tráfego aéreo, uma vez que, na possibilidade de ocorrer eventos meteorológicos severos, os Órgãos de Controle de Tráfego Aéreo, as Empresas Aéreas e a Administração dos aeroportos entram em estado de alerta. Visando à antecipação na tomada de medidas em relação ao gerenciamento da navegação aérea, o CGNA (Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea) busca na informação e previsão meteorológicas o apoio necessário para antever as ocorrências de condições de tempo significativas que possam causar impactos na circulação aérea.


Fenômenos como trovoada, nevoeiro informação meteorológica” – afirma sões de área e de aeródromo, visando adequar as informações disponibilie vento de rajada em superfície podem Rubens. zadas às necessidades operacionais do restringir expressivamente a capacidade ESTRUTURA DA METEOROLOCGNA; do controle de tráfego aéreo e a capaGIA DO CGNA • elaborar aprontos meteorológicos, cidade aeroportuária, provocando atraA Subunidade de Meteorologia é com as condições previstas para os sos, cancelamentos nos vôos e a lotação composta por duas posições operacio- períodos pré-determinados, visando à dos terminais de passageiros. apresentação nos encontros operacioCom a missão de mitigar esses im- nais: • Posição PRE: responsável pelo pla- nais da ATFMU; pactos, surge a Subunidade de Mete• elaborar estatísticas de operacioorologia do CGNA, que está inserida nejamento estratégico, tem como prinna Unidade de Gerenciamento de Flu- cipal função gerar estudos e análises nalidade dos principais aeródromos xo do Tráfego Aéreo (ATFMU). Tem meteorológicas voltadas à previsão de nacionais, em relação às condições mecomo finalidade prestar informações possíveis impactos no fluxo aéreo em teorológicas, visando à ocorrência de meteorológicas para o gerenciamento todas as suas fases, com antecedência eventos extraordinários; • participar das atividades da Cédas atividades aéreas relacionadas às considerável; e lula de Coordenação e Decisão operações táticas e ao planeja(DCC), quando acionada, para a mento operacional-estratégico, tomada de medidas de Gerenciacolaborando extraordinariamente mento de Tráfego Aéreo, principara manter o fluxo rápido, ordepalmente em caso de degradação nado e seguro, e ainda nas medidas condições meteorológicas nos das de contingenciamento. aeródromos; e A Subunidade apóia, também, • pesquisar as tendências de através da Célula de Decisão tempo para localidades onde haja Colaborativa (DCC), os reprea programação de eventos que sentantes das empresas aéreas e envolvam a infra-estrutura aeda Infraero que, com base nas roportuária ou a previsão de auinformações recebidas, adotam mento significativo de demanda ações que possibilitam minimizar Sala de Gerenciamento do CGNA - apoio às empresas de tráfego aéreo. eventuais transtornos causados aéreas e INFRAERO aos passageiros. • Posição APO: responsável pelo Durante o ano de 2006, uma equipe De acordo com o coordenador de operações aéreas - representante da planejamento tático, tem como princi- de meteorologistas do CGNA, juntaGol/Varig na Sala de Gerenciamento pal função gerar briefings meteorológi- mente com os profissionais da D-MET do CGNA, Rubens Galle - em condi- cos diários e divulgar boletins regulares (Divisão de Meteorologia) do DECEA, ções adversas, a influência da meteoro- voltados à previsão de possíveis impac- realizou palestras nos Centros Meteologia em relação às operações da Gol tos meteorológicos, com antecedência rológicos de Aeródromo Classe I (Guarulhos, Galeão, Recife, Porto Alegre Linhas Aéreas torna-se bastante restrita, mínima de 06 (seis) horas. e Manaus) e no Centro Nacional de pois quando não há um planejamento, PRINCIPAIS ATRIBUIÇÕES DA Meteorologia Aeronáutica (Brasília), resulta em prejuízos, não só para opeSUBUNIDADE DE com o objetivo de divulgar as atividarações, bem como para o financeiro. METEOROLOGIA des da Subunidade de Meteorologia “Com a implantação da Subunidade • coletar, através da REDEMET do CGNA, bem como as necessidades de Meteorologia, temos hoje um acerto de planejamento em torno de 70%, (Rede de Meteorologia do Comando operacionais em relação às previsões pois com as previsões emitidas e envia- da Aeronáutica) e sites oficiais de Me- para os aeródromos e Regiões de Infordas para o CCOA (Centro de Controle teorologia, e divulgar para os Gerentes mação de Vôo - FIR, conscientizando de Operações Aéreas) da Gol, o nosso Regionais do CGNA as informações os profissionais daqueles Órgãos sobre planejamento tem gerado bons frutos. meteorológicas para análise de impacto a necessidade de aumentar a confiabiEstamos contando com a permanên- no gerenciamento tático e estratégico lidade em suas previsões, uma vez que as decisões colaborativas tomadas pelo cia desse serviço e ficando à disposição do fluxo aéreo, em âmbito nacional; • manter um contato constante e in- CGNA implicam, muitas vezes, em para contribuir com qualquer tipo de informação, visto que, a premissa da tegral com os Centros Meteorológicos alterações significativas nas programanavegação está em uma boa e prévia responsáveis pela elaboração das previ- ções dos vôos das Empresas Aéreas. 13


Medidas e ferramentas essenciais estão sendo implantadas para a melhoria contínua das previsões meteorológicas

Visando à busca da excelência dos serviços prestados na área de Meteorologia do SISCEAB, a equipe de Meteorologistas do CGNA, consciente da sua importância para o sucesso da missão da OM, vem realizando gestão junto à D-MET e à CISCEA (Comissão de Implantação do Sistema de Controle do Espaço Aéreo) para a implantação de medidas e ferramentas essenciais para a melhoria contínua das previsões meteorológicas, tais como: • concepção de interface de visualização de impactos meteorológicos nos aeródromos (IMPACTO-MET); • concepção de interface de visualização integrando mosaico de imagem de radar meteorológico, sistema de detecção de descargas atmosféricas e síntese-radar de tráfego aéreo; • acordos de cooperação com as principais instituições de Meteorologia do Brasil e universidades para intercâmbio de dados e ferramentas para análise e previsão; • qualificação profissional contínua dos Oficiais e Graduados meteorologistas; • intercâmbio dos meteorologistas

do CGNA com os setores de meteorologia dos principais Centros de Gerenciamento do mundo; • implantação no CNMA (Centro Nacional de Meteorologia Aeronáutica) da seção de modelagem numérica para a geração de produtos destinados à aviação: previsão de nevoeiro, tempo severo, turbulência severa, formação de gelo e outros fenômenos impactantes; • desenvolvimento de estudo climatológico para definição de ocorrência de teto e visibilidade nos principais aeródromos que facilitará a tomada de decisões em longo prazo. Tal estudo está sendo realizado pelos meteorologistas do ICEA em ação conjunta com a D-MET e o CGNA. • comissionamento de Oficiais meteorologistas dos demais Centros Meteorológicos do SISCEAB para compor escala de previsor durante 24 horas no CGNA. ROTINA DO PREVISOR NO CGNA Durante o turno de serviço os previsores do CGNA elaboram análises, previsões meteorológicas, realizam 14

vigilância meteorológica, ministram briefings, divulgam relatórios, coordenam e centralizam todas as informações do Sistema de Meteorologia Aeronáutica do SISCEAB para, por fim, assessorar o Oficial Superior de serviço responsável pela Gerência Nacional. É uma rotina bastante dinâmica. Segundo o Oficial Previsor do CNMA, Ten Brandão, comissionado para compor escala do CGNA, além de colaborar sobremaneira para o ordenamento e a otimização do espaço aéreo, “a Subunidade de Meteorologia do CGNA pode melhorar o sistema meteorológico, através da conscientização da real importância das informações geradas, que são utilizadas na tomada de decisão”. Todas as medidas que já estão sendo adotadas, juntamente com as ações futuras, possibilitarão superar os desafios que hoje esse ramo da ciência exige, garantindo o aprimoramento das previsões e, conseqüentemente, colaborar para um eficiente Gerenciamento da Circulação no Espaço Aéreo Brasileiro diante da crescente demanda da aviação, reflexo de um país em pleno desenvolvimento.


Seção

Usina de Idéias

Reestruturação Organizacional do 1º GCC (II)

Por Cap Av Anderson da Costa TUROLA

Líder de Esquadrilha da Aviação de Caça. Atualmente é o chefe das Subseções de Planejamento e Controle e de Guerra Eletrônica do 1º GCC

CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Para que essa ação fosse efetivada, o Centro de Operações Militares de Brasília (COpM1) pararia todas as suas atividades voltadas para a Circulação Operacional Militar, inclusive a Defesa Aérea, pois tanto os seus controladores quanto a sua estrutura física atenderiam exclusivamente a essa missão que lhe foi designada. Nesse momento crucial, o Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (1º GCC) demonstrou, mais uma vez, a sua importância e o seu legado de unidade operacional, ratificado no seu dia-a-dia desde a criação, no ano de 1950, do Primeiro Esquadrão de Controle e Alarme (1º ECA) que nasceu como fruto dos ensinamentos oriundos da participação do 1º Grupo de Aviação de Caça na 2ª Guerra Mundial. Numa sexta-feira, dia 22 de junho, o 1º GCC foi acionado diretamente pelo Comandante da Aeronáutica. Todos os seus militares, que já estavam de sobreaviso (das áreas técnicas e controladores de vôo), foram engajados em duas frentes: uma dando apoio operacional e de equipamentos no Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Santa Teresa, no Espírito Santo, outra montando com seus próprios meios, um Órgão de Controle de Operações Aéreas Militares Transportável (OCOAM-T) na área do CINDACTA I, passando a operar O ACIONAMENTO como COpM1. Em exatas 40 horas, após acionada a missão, Diante de vários acontecimentos negativos, que geraram foi dado o “pronto” e, na terça-feira, dia 25 de junho, todos tantos transtornos para os usuários dos serviços de transporos vôos militares já eram controlados dentro do OCOAM-T tes aéreos, exaustivamente difundidos pela mídia por todo o pelos controladores do 1º GCC. País, várias medidas corretivas foCabe ressaltar a seguinte deram implementadas pelo Comanclaração do Maj Brig Ar Ricardo do da Aeronáutica (COMAER), Machado Vieira, Comandante que amenizaram alguns problede COMDABRA (Comando de mas, mas não trouxeram uma soDefesa Aeroespacial Brasileiro): lução definitiva. “O dia 25 de junho entra para a Foi quando, no transcorrer do história do 1º GCC por ter sido mês de junho, uma ação mais raacionado para instalar e operar um dical foi decidida: os controladores OCOAM transportável, em cumde Defesa Aérea passariam a efetuprimento a uma missão real fora de ar o controle da Circulação Aérea OCOAM-T operando como COpM sede, por tempo indeterminado.” Geral.

O ano de 2007 se aproxima do fim. É chegado o momento de fazermos uma retrospectiva de todos os fatos marcantes, que não foram poucos, que ocorreram no transcorrer desse ano. Sem sombra de dúvida, foi um ano bastante conturbado para o Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB), sendo colocado em xeque diversas vezes por pessoas e organismos que o desconhecem totalmente. Porém, graças ao esforço hercúleo de todos os componentes de bem que o compõe, esses óbices estão sendo superados, merecendo destaque o fato do Brasil ter sido confirmado no Grupo I da OACI (Organização de Aviação Civil Internacional) em sua última reunião, no dia 22 de setembro. Definidos pela própria OACI como “Estados de maior importância no transporte aéreo”, os integrantes do Grupo I podem ser substituídos em eleições que acontecem a cada três anos, no entanto, o Brasil integra essa elite mundial desde a primeira Assembléia, realizada em 1947. Provando, dessa forma, a excelência dos serviços prestados.

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(continuação)

Seção Eu Não Sabia!

UNIDADE ESTRATÉGICA

Além do plano de contingenciamento e das diversas operações militares apresentadas, podemos destacar a presença do 1º GCC em diversos eventos de importância nacional, tais como: visita do Presidente dos Estados Unidos ao Brasil; visita do Papa; Jogos Panamericanos; exercício de evacuação de emergência em função de acidente nuclear nas usinas de Angra dos Reis (RJ); apoio ao Programa Micro-Gravidade do Programa Nacional de Atividades Espaciais no Centro de Lançamento de Alcântara (MA); e apoio à pesquisa científica da Universidade Federal Fluminense (UFF) sobre a propagação das ondas de rádio na atmosfera.

Para que essa missão fosse cumprida e seu objetivo atingido, todos os controladores de vôo e oficiais com a qualificação de Chefe Controlador, do efetivo do Grupo e de seus cinco Esquadrões subordinados, foram comissionados em Brasília e Manaus, atuando a partir do OCOAM-T, além de reforçar as equipes dos CINDACTA I e IV. Essa missão, denominada de “Operação Segurança”, durou do dia 18 de junho ao dia 21 de setembro. Poucos países no mundo possuem essa capacidade de dispor de meios e pessoal qualificado para atuar em situações tão específicas e de tamanha importância estratégica como o 1º GCC demonstrou nessa oportunidade. A denominação de Unidade Estratégica se justifica ao analisarmos o leque de missões apoiadas e gerenciadas pelo 1º GCC no transcorrer do ano, com o campo de atuação em todo o território nacional.

Montagem da TWR transportável na Basílica da Aparecida, por ocasião da visita do Papa

Resumindo em números, até o dia 25 de outubro, o 1º GCC participou de um total de 37 missões, das quais 17 previstas no Programa Básico de Exercícios de Campanha da Aeronáutica (PBECA) e 20 Extra-PBECA. Cabe demonstrar, também, o papel desempenhado pelo GCC como elo do SISCEAB. O Segundo Esquadrão, com sede na Base Aérea de Canoas, e o Quarto, na Base Aérea de Santa Maria, deslocaram seus sistemas radar para suprir uma necessidade operacional dos CINDACTA II e III, em função de manutenção ocorrida nos radares de Morro da Igreja e Porto Seguro, respectivamente. Com base em todos esses fatos apresentados, o 1º GCC ratifica a sua vocação operacional e a sua importância estratégica, culminando, no mês de outubro, com o engajamento de todo o seu efetivo, Grupo e deslocamento do radar do 2º/1º Esquadrões, em operações O GCC para São Joaquim (SC) por todo o território nacio- vira capa de jornal

Atuação do 1º GCC nas missões PBECA

Atuação do 1º GCC nas missões Extra-PBECA

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nal, conforme apresentado para todos os seus militares pela seguinte mensagem enviada pelo seu comandante, Ten Cel Av Celson Jeronimo dos Santos: “1º GCC DESDOBRADO!! O momento que vivemos ficará registrado em mais uma página da história de sucesso do Primeiro Grupo de Comunicações e Controle!” “De forma simultânea, em atendimento às distintas solicitações, os seguintes desdobramentos estão em andamento: 1° GCC (Grupo Mestre) • Infra-estrutura de tecnologia da informação em Canoas-RS, para as Operações COMDAEX e CHARRUA; trabalho esse executado em conjunto com os três Centros de Computação Aeronáutica do Rio de Janeiro, São José dos Campos e Brasília (CCA-RJ, CCA-SJ e CCABR).

Chegada do radar em Porto Seguro (BA)

A REESTRUTURAÇÃO

A Estrutura Organizacional mostra a autoridade e as responsabilidades das pessoas, como indivíduos e como integrantes de grupos. Além disso, ela mostra a comunicação entre as pessoas e os grupos. Após se passado quase um ano entre a primeira idéia lançada, através do artigo publicado na revista Aeroespaço nº 22, sobre a necessidade premente de se reestruturar o 1º GCC, tendo como proposta a criação de um Centro, o Centro de Aplicações dos Sistemas Móveis em Operações Aéreas (CASMOA), e com o objetivo de fomentar a discussão acerca desse tema, tivemos provas contundentes da sua pertinência e da sua real necessidade.

1°/1° GCC (Esquadrão Profeta) • Estações de telecomunicações transportáveis, via satélite SISCOMIS e TELESAT, instaladas em Canoas-RS, Santa Maria-RS, Pelotas-RS e Porto Seguro-BA; • dois OCOAM transportáveis e duas estações DLRS (Datalink remote station); trabalho em conjunto com o SDTI, PAME-RJ, CINDACTA I, II, III e Destacamentos, com destaque para os DTCEA de Canoas, Santa Maria e Porto Alegre; • postos de Comunicações da Rede Profeta-HF, distribuídos em várias regiões do País; • dois equipamentos VOR transportáveis em FlorianópolisSC e Brasília-DF, respectivamente; e • diversos equipamentos de apoio.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conforme citado anteriormente pelo comandante do COMDABRA, não só o dia 25 de junho, mas o ano de 2007 entrará para a história do 1º GCC que, coincidentemente, também foi o ano de comemoração do seu Jubileu de Prata, devido a todos os acontecimentos marcantes que aqui foram narrados. É chegado o momento de levarmos aos nossos comandantes essa necessidade: a reestruturação organizacional do 1º GCC, mostrando-lhes - embasados em fatos reais - que com essa reestruturação nós teremos uma organização ainda mais forte, com mais presença e em condições de continuar trilhando esse caminho de sucesso e operacionalidade, reafirmando - cada vez mais - a sua importância como Unidade Estratégica.

2°/1° GCC (Esquadrão Aranha) • Sistema Radar MRCS-403 em Santa Maria-RS; • Sistema Radar MARS-402 em Rosário-RS. 3°/1° GCC (Esquadrão Morcego) • MGCA em Cuité-PB. 4°/1° GCC (Esquadrão Mangrulho) • Sistema Radar MRCS-403/TPSB-34 em Porto SeguroBA. 5°/1° GCC (Esquadrão Zagal) • MGCA em Aracati-CE.” 17


Reportagem Especial

de sonhos, paixões e raridades Coleção, de acordo com o Dicionário Aurélio, é o “conjunto ou reunião de objetos da mesma natureza ou que têm qualquer relação entre si”. A resposta, no entanto, parece-me muito objetiva. Diria até mesmo restritiva. Ainda pairam no ar questões mais subjetivas, como por que colecionar, ou ainda que ganhos a coleção traz para o colecionador? Ao fazer minha pesquisa para escrever esta Reportagem Especial, encontrei um artigo do filatelista Jairo Corso, publicado em outubro de 2006, no site do Clube Filatélico do Brasil. Em seu artigo ele colocou que ainda não se tem conhecimento de quando o ser humano começou a colecionar “objetos curiosos ou, de alguma maneira, úteis para algum determinado fim. Sabe-se, porém, que o ser humano tem uma verdadeira compulsão, fetichismo, obsessão, romantismo e até uma certa dose de loucura para reunir objetos”.

Categorias não faltam para classificar os colecionadores: numismatas (moedas e medalhas), filatelistas (selos), miniaturistas, entre tantos outros. Jairo menciona o psicanalista italiano Sérgio Lebovici, que teria dito que o colecionador “é um narcisista, que se apropria do objeto, independentemente de seu valor real”. Apoderar-se de um objeto é realmente tão importante para o colecionador quanto armazená-lo de fato. Falo de cadeira, pois eu mesma sou colecionadora. A conquista do objeto desejado por vezes é uma aventura. Dependendo do que se coleciona, podese demorar meses ou mais para apoderar-se do mesmo! E as razões são muitas, variando desde a raridade da peça que dificulta o encontro até o preço que se paga pelo objeto. “O colecionador sério”, prossegue Jairo Corso em seu artigo, “é uma combinação muito curiosa de instintos, desde os mais delicados até o mais primitivos, às vezes

Por Telma Penteado

de um egoísmo grotesco e outras vezes de uma dedicação puríssima ao objeto ou a uma idéia. Dedica-se à contemplação a ao desenvolvimento da sua atividade ‘sui generis’. É aquela faculdade e, muitas vezes, aquela necessidade, aquela força maior de ver determinados objetos de uma maneira precisa, especial, didática e de relacioná-los e valorizá-los. O colecionador dedicado é um poeta de valores”, conclui. Por eu ser colecionadora e por gostar muito de escrever sobre temas comportamentais, resolvi buscar, no nosso efetivo, outras pessoas que também compartilhassem esse hobby (creio que muitos vêem o ato de colecionar como algo muito maior que um simples passatempo) e que pudessem, junto comigo, entender melhor esse universo de busca, dedicação e encanto que as coleções propiciam aos que a elas se entregam. É esta dedicação e esta paixão que motivam o Controlador GCA do Terceiro esquadrão do Primeiro grupo de Comunicações e Controle (3º/1º GCC), 2S BCT Thomas Michael Steppan. Ele tem uma coleção de selos postais do Brasil e da Alemanha, possuindo aproximadamente 20 mil selos. Além da coleção de selos, que faz desde a infância, Thomas também coleciona orquídeas “Carrleya Labiata” e afins. Cultivando-as há vinte anos, ele já possui 150 exemplares. Seus avós eram grandes colecionadores de selos. Já a orquídea chegou à sua vida após um pedido de sua mulher para que a presenteasse com uma. “Foi paixão ime2S Thomas: “O valor da coleção diata”, comenta. está mesmo no sentimento e na Não fica muito evidente o paixão”. envolvimento emocional que o colecionador desenvolve com a sua coleção? É este envolvi18


mento que motiva o início da atividade e também é o que mantém o prazer em dar continuidade a mesma. Foi a paixão por música – mais precisamente por rock – que motivou o Auxiliar da Seção de Comunicação Social do Centro de Computação da Aeronáutica do Rio de Janeiro (CCA-RJ), CB SAD Nilvamberto Carlos Bertolin Filho, a dar início à sua coleção de LPs, CDs e DVDs de rock, especialmente do cantor Ozzy Osbourne. Dentre os vários estilos, possui aproximadamente 200 LPs e CDs. Particularmente de Ozzy, possui toda a discografia em vinil, tanto no período da sua banda Black Sabbath, quanto na sua carreira solo. Destacam-se também os singles americanos, ingleses e japoneses deste artista e discos nos quais ele participa como convidado. “Possuo em CD duplo ao vivo, de 1993, que em sua tiragem inicial limitada tem a capa confeccionada em tela de amplificador de guitarra. No entanto, a pérola da minha coleção é um CD de 1992. Um ano antes, Ozzy havia lançado o álbum ‘No more Tears’ e, para divulgá-lo, gravou um CD com as sessões de gravações de estúdio de algumas músicas para distribuição limitada. Inclusive as matrizes de gravação deste CD foram quebradas para que não houvesse mais cópias do material – limitado em três mil unidades espalhadas pelo mundo. Uma delas está guardada em minha casa, com a numeração 2.194 e autografada pelo próprio Ozzy!”, conta Nilvamberto com grande entusiasmo. Influenciado pelo seu pai, que é militar da reserva da Aeronáutica e que dedicou sua carreira à música, sendo esta a sua especialidade e por sua avó materna, que, sendo uma apaixonada por Música Popular Brasileira, possui uma extensa coleção de LPs e CDs, Nilvamberto não hesitou ao se dedicar à sua própria coleção. E faz isso há doze anos. “Ter minha coleção particular do Ozzy é legal porque é um artista que considero como um dos Dinossauros do Rock. É uma carreira vitoriosa que já dura 37 anos. Decidi iniciar a coleção porque sou fã do artista, de suas músicas e queria ter em casa material suficiente para poder contar histórias como as da minha avó para os rockeiros

CB Nilvamberto: “A parte divertida é garimpar em sebos, galerias e lojas especializadas algum LP inédito”.

da família e amigos que também curtem o som de Ozzy”, comenta. Também foi no CCA-RJ que encontramos, na Seção de Pessoal Militar, o 2S QSD NE Robson Torres Dias. Há cinco anos ele coleciona revistas e catálogos de carros e de ônibus. Sua motivação para dar início à coleção partiu de um pedido de seu pai, que, desejando comprar um carro, solicitou um catálogo à uma determinada empresa. Quando o catálogo chegou em sua casa, o interesse foi imediato. Sua coleção é uma forma de distração, de hobby. Bem, por que não falar da minha própria coleção? Vamos lá! Para quem ainda não sabe, eu trabalho na Assessoria de Comunicação há seis anos, prestando serviço ao DECEA há cerca de quatro anos. Coleciono muitas coisas, mas de longe a minha coleção de anúncios é a mais valorosa, extensa e querida. Meu interesse pelos anúncios aumentou em 1999, quando resolvi guardá-los e catalogá-los. Ninguém me influenciou. Partiu de mim mesma esse interesse pelo mundo da propaganda, embora tenha me formado em Jornalismo e não em Publicidade. Minha coleção é muito mais que meu 19

passatempo. É um momento no qual embarco em mil histórias contadas através de cada anúncio, deixando de lado preocupações e problemas e relaxando. Tentei por diversas vezes encontrar outras pessoas que colecionem anúncios, mas até o momento ainda não encontrei ninguém. Estou começando a achar que deve faltar um parafuso na minha cabeça... O que encontrei foi uma banca de revistas antigas em Ipanema, chamada “A Cena Muda”, onde, além das revistas (as mais antigas são das décadas de 30 e 40) são vendidos anúncios em separado. E foi através destes anúncios à venda que pude ter uma idéia do valor de minha coleção. O valor sentimental, para mim, é incomensurável. O mesmo vale para o valor histórico e social, uma vez que minha coleção pode nos propiciar uma viagem ao longo da nossa história, evidenciando as mudanças de linguagem, comportamento, ideologia e cultura. Agora, quanto ao valor financeiro, analisem vocês mesmos: um anúncio da década de 60, mais ou menos do tamanho de um anúncio da Revista Veja, custa, aproximadamente, 25 reais. Eu disse um anúncio – uma página! – por 25 reais. Pois bem, compro uma revista da década


de 60, com mais de 40 páginas – ou seja, recheada de anúncios maravilhosos – por, aproximadamente, doze reais. Digamos que eu consiga numa revista cinco bons anúncios (e eu costumo conseguir mais que isso). Paguei doze reais pela revista e tenho cinco anúncios que devem ter um valor aproximado de 125 reais! Isso mesmo! São 125 reais em cinco páginas de anúncio! Eu tenho hoje 50 fichários com aproximadamente 150 anúncios em cada. Posso estimar que minha coleção valha muito, contando o valor de mercado e os valores sentimental e histórico que agrego a eles. Como pude constatar esse valor que os colecionadores dão às suas peças vai mesmo muito além do financeiro. É este valor, este apreço por aquilo que colecionamos que nos faz dedicar nosso tempo e nossa energia à atividade. Para o 2S Thomas a busca por cada peça é também um prazer. “Os selos da Alemanha no período da guerra são difíceis de encontrar, por esta razão a coleção ainda não está completa. Já as orquídeas são resultado de bons cruzamentos, se fazendo necessário muita procura e sorte”, explica Thomas. “Os selos são história documentada e guardada. Uma coleção estática. Já as orquídeas estão vivas e requerem constante

observação e geram expectativa em relação às suas flores”, comenta. Thomas nunca compartilhou sua coleção e tão pouco se filiou a alguma associação filatélica. “Quanto às orquídeas, cheguei a ser secretário e sócio do Clube Orquidófilo de São Leopoldo, no Rio Grande do Sul”, declara. “Os selos são caros, mas o valor está mesmo no sentimento e na paixão. Algo de pai para filho e por gerações. Não pode ter valor puramente comercial. Boas orquídeas adultas custam muito caro. O investimento está na aquisição de bons cruzamentos que ainda não floriram”, explica Thomas. Sua dedicação aos selos lhe rendem algumas noites por mês, enquanto que as orquídeas necessitam de observação diária e muita dedicação. E quanto ao sentimento arrebatador de posse? Do tipo “a coleção é minha! Tira a mão daí!!!”? Às vezes eu entendo bem o que é isso... E creio que não sou a única a sentir isso. O Nilvamberto já declara: “nenhum material da minha coleção sai de casa!”. Porém, logo vem a ponderação: “mas todas as pessoas que me procuram são bem recebidas e podem ouvir um pouco do bom e velho Rock´n´Roll”. Nilvamberto faz parte há dez nos de um d o s maiores fã-clubes de Ozzy do mun-

2S Torres: “Para começar a coleção tem que investir tempo e ter persistência”

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do – e que é do Brasil, chamado Fanzmosis (www.fanzmosis.com.br). Quando se trata de discografia oficial de Ozzy, de acordo com o colecionador, é relativamente fácil encontrar o material, ainda que não se compare com as ofertas disponíveis nos Estados Unidos ou na Inglaterra. “A parte divertida é garimpar em sebos, galerias e lojas especializadas algum LP inédito, compilações que foram disponibilizadas em pequeno número ou algum artigo que esteja autografado ou vinis antigos”, comenta Nilvamberto. “Particularmente”, prossegue, “eu só compro material vindo de fora, pois a qualidade sonora e de encarte é bem superior. E justamente por comprar material oriundo do exterior, a coleção fica um pouco cara sim. Quando a cotação do dólar está baixa é a hora de investir pesado”. Mas ele garante que vai devagar: “não invisto mais que trinta reais por mês, em média”. “Mas possuo um box quádruplo de Ozzy que vale 200 reais e um CD autografado que nem vale citar o valor...”, se gaba. Falando em dedicação, a sua é quase religiosa. Semanalmente ele retira todos os seus discos e CDs para limpá-los e escutá-los. Inicialmente sua esposa e sua filha achavam um pouco esquisita aquela “barulheira” toda que saía do quarto e um monte de CDs e LPs pelo chão. “Minha esposa particularmente não entendeu muito bem o dia em que cheguei em casa com a discografia do Ozzy em vinil debaixo do braço...”, relembra. “No entanto, hoje encaram numa boa. Minha filha adora ver minha coleção do Ozzy reunida e curte muito a faixa ‘Crazy Train’, do primeiro álbum do Madman e que está na trilha sonora do filme ‘Motoqueiro Fantasma’”, comenta. A modalidade de coleção de Torres tem muitos adeptos. Não é difícil perceber o interesse por carros e outros veículo por parte dos marmanjos. Embora ele até troque catálogos com outros colecionadores, ainda não teve chance de procurar um grupo para se filiar. Quanto ao investimento, Torres comenta que não gasta muito. “Claro que para começar tem que investir tempo e persistência, uma vez que as


empresas (encarroçadoras e montadoras) não cedem catálogos com tanta facilidade”. E dedicação realmente não lhe falta. “Por conta do trabalho, só tenho livres os meus fins de semana”. Mas seus pais e amigos compreendem. “Tenho amigos e parentes que colecionam até muito mais catálogos ou revistas do que eu”, comenta. No meu caso, no que se refere à coleção em geral, tenho grandes facilidades de encontrar peças publicitárias. Os anúncios atuais, obviamente, Minha filha Laura são facílimos de conseguir. Teé muito pequena nho campanhas publicitárias para entender o que é a minha coleção, completas de vários produmas às vezes pede tos, como Havaianas, Arezzo, para me ajudar Bombril, Skol, entre outras. a organizar os anúncios Já as propagandas antigas são um pouco mais difíceis. As das décadas de 80, 70 e 60 até se acha em revistas vendidas em sebos. No entanto as das décadas de 50, 40 e 30 (ou mais antigas ainda), são raríssimas. Até as próprias revistas são mais caras, chegando a custar mais de cinqüenta reais po algum vendo os anúncios. Minha filha é muito pequena para entender o que é a cada. Meu investimento mensal não é assim minha coleção, mas às vezes, por curtição, tão grande. Minha mãe assina duas revistas pede para me ajudar a organizar os anúnque sempre trazem muitos anúncios. Logo, cios. Creio que ainda não encontrei ninguém não gasto nada com eles. A cada dois meses compro umas cinco revistas antigas. Os que tenha, nem de longe, o mesmo interesfichários que tenho ainda comportam mais se que eu tenho pelas campanhas. Eu me anúncios, de forma que não terei que com- sinto bem sozinha nesta empreitada... Mas não me importo! Vou seguir colecionando! prar outros tão cedo. E este sentimento de que vale a pena O que hoje necessito são os plásticos para manter a coleção ainda que não tenha cocolocar os anúncios e as etiquetas para esnhecido até agora alguém com quem eu crever os anos de cada peça (faço isso para possa trocar, me faz refletir nas característiarquivá-los em ordem cronológica). Devo ter um gasto aproximado de cem cas de um colecionador. O que um colecionador deve ter ou como reais a cada três ou quatro meses com este material. Pensando em números, o retorno deve ser para exercer da melhor forma essa que os anúncios me dão é infinitamente atividade? Das características de um bom coleciomaior que a quantia que invisto no matenador, para o Thomas, estão a paciência, a rial que uso para arquivá-los. Eu me dedico à minha coleção umas três dedicação, a sensibilidade e a introversão. Já Nilvamberto ressalta outros aspectos. vezes por semana, por cerca de duas horas. “Para mim, o colecionador é uma pessoa Minha mãe colabora muito comigo ao me dar as revistas. Ela acha a coleção inte- dedicada a algo que realmente gosta, seressante, mas certamente não investe tem- jam discos, selos, quadrinhos, carros etc. 21

Porém, apesar de tanto zelo, organização e manutenção de seu acervo, o maior barato do verdadeiro colecionador é fazer amigos e saber que sempre haverá um artigo a mais a ser encontrado”. “Compreender que jamais possuiremos tudo é muito legal. Garimpar é uma tarefa árdua, extremamente divertida e que costuma render muita satisfação”, conclui Nilvamberto. Torres concorda com ele. Eu posso dizer que, para mim, o colecionador é essencialmente um apaixonado. É alguém que vê algo mais numa determinada coisa (nas moedas, nos selos, nas orquídeas, nos papéis de carta, nos cartões telefônicos, nos discos...) e dedica seu tempo e sua energia na manutenção de sua coleção. É alguém que tem prazer no processo de conquista das peças e que se deslumbra ao encontrar um novo exemplar para acrescentar aos que já possui. E, posteriormente, se deleita ao rever mil vezes aquele patrimônio sentimental que ocupa um lugar especial não só em sua casa, como em seu coração e em sua vida.


Primeira Operação 1.020

A equipe do GEIV na chegada a BAFZ

O Grupo Especial de Inspeção em Vôo (GEIV) realizou, no período de 22 de outubro a 13 de novembro, a Primeira Operação 1.020. O nome 1.020 foi escolhido por ser a freqüência utilizada nos equipamentos óticos e telemétricos dos operadores de Sistemas de Posicionamento (teodolitos) para orientação da aeronave laboratório durante as inspeções em vôo. O objetivo da Operação foi a formação e a elevação operacional das equipagens do GEIV, tanto na missão de Inspeção em Vôo quanto na operação das aeronaves. Assim, além da realização da fase prática do Curso de Formação de Pilotos Inspetores e Operadores de Sistemas de Inspeção em Vôo (Curso CNS-01), a operação teve por finalidade a formação de Pilotos e tripulantes do GEIV, tanto na operação das aeronaves bem como na missão de Inspeção em Vôo propriamente dita.

A fase prática do curso CNS-01 era, anteriormente, realizada em São José dos Campos (SP). Todavia, tendo em vista a grande demanda de tripulantes a serem formados, foi planejada a Operação em questão. Outra motivação importante para a Operação 1.020 foi a necessidade de adaptar os operadores de Teodolito aos equipamentos DGPS (Differential Global Positioning System), que passarão a equipar o GEIV após a modernização dos painéis de inspeção dos Bandeirantes. Ainda na fase inicial foi definido que a Operação deveria ser realizada numa localidade com características bastante específicas, pois o clima deveria ser favorável, permitindo o maior número de saídas possível; a localidade deveria possuir um Esquadrão de Suprimento e Manutenção capaz de dar suporte às aeronaves C-95; o tráfego local deveria ser razoavelmente pequeno; e, principalmente, o aeródromo 22

deveria possuir todos os auxílios à navegação aérea, necessários a instrução dos novos Pilotos Inspetores e Operadores de Painel de Inspeção em Vôo. Desta forma, após análise criteriosa, foi definido que o aeródromo escolhido seria o de Fortaleza, por reunir tais características e pela existência da Base Aérea de Fortaleza (BAFZ). Decidida a localidade e após alguns contatos prévios com o Comando da BAFZ, iniciou-se a fase mais crítica da Operação que era o seu planejamento. Por motivos óbvios, a preocupação com esta fase foi redobrada. Transporte, alojamento e alimentação, infra-estrutura de apoio para a manutenção, local para o estabelecimento da sede deslocada do GEIV, tudo foi estudado, minuciosamente, para que eventuais falhas não comprometessem o andamento da Operação. A chegada em Fortaleza, no dia 22 de outubro, foi bastante tranqüila e


praticamente sem contratempos. Uma a uma as aeronaves foram chegando, até que a última aterrissasse, por volta das 21h. No dia seguinte, o Grupo reuniu-se no auditório do Primeiro Esquadrão do Quinto Grupo de Aviação (1°/5° GAv) para uma breve apresentação do Comandante da BAFZ e, também, receber as primeiras instruções, visando a rápida adequação do Grupo às instalações do chamado “Esquadrão Hóspede”, onde o GEIV instalou-se. O planejamento das missões na manobra previa um grande número de saídas e, para que fosse cumprido em sua totalidade, a primeira decolagem dava-se às 8h e o último pouso, por volta das 21h. A rotina diária era pesada, porém o entusiasmo, estampado no semblante de todos, tornou-a, senão fácil, vibrante e motivadora. Inicialmente previu-se o deslocamento com o já expressivo número de oito aeronaves (cinco Bandeirantes e três Hawker), porém com o apoio irrestrito prestado pelos Parques dos Afonsos e de Recife foi possível contar com dez aeronaves. Cumprindo uma jornada que não raro atingia às 14 horas diárias, durante 23 dias, as aeronaves sofreram um grande esforço e, conseqüentemente, conforme já se previa, um número expressivo de panes. Tal fato, porém, serviu tão somente para reafirmar o profissionalismo das equipes de manutenção que, num grande esforço manteve a disponibilidade diária mínima de oito aeronaves. Somado aos problemas normais de uma operação fora de sede, havia ainda as inspeções em vôo. O GEIV preparou-se para a Operação realizando, antecipadamente, as inspeções periódicas com vencimento previsto para o período em tela. Todavia, existiam, também, as inspeções chamadas de “especiais” - que não são, de modo geral, previsíveis. Para tanto, uma tripulação

permanecia de sobreaviso, para atender prontamente quaisquer eventualidades, o que se mostrou extremamente necessário, pois foram realizadas 17 Inspeções Especiais durante a Operação. Nos últimos dias da Operação, o Grupo teve a honra de receber a visita do Brig Ar J. Roberto (Chefe do Subdepartamento de Operações do DECEA) e do Brig Ar Zotti (Diretor do Parque de Material dos Afonsos), os quais conheceram a rotina e os resultados da Primeira Operação 1.020. Finalmente, no dia 13 de novembro de 2007, após 23 dias de missão, a Operação 1020 chegou ao fim, deixando marcas profundas naqueles que dela participaram. Como resultados objetivos, o GEIV atingiu as seguintes metas: • formação de três pilotos inspetores e dois operadores de sistema de inspeção em vôo (fase prática do Curso CNS-001); • formação de cinco pilotos em aeronave EU-93A (Hawker); • formação de cinco instrutores em aeronave EU-93A; • formação de quatro mecânicos de vôo, sendo dois em EU-93A e dois em EC-95; • readaptação de cinco pilotos, sendo dois em EU-93A e três em EC-95; • formação de 14 operadores de DGPS; • formação de oito primeiros operadores de THD (Teodolito); • formação de dois segundos operadores de THD; • formação de dois operadores de Sistema de Inspeção em Vôo Automático (AFIS); e • realização de 40% das missões de instrução dos candidatos ao Curso CNS-001 (seis pilotos e quatro operadores) de 2008. Para tanto, foram realizadas 405 missões de instrução e 506 horas de vôo. 23

Instrução de DGPS

Instrução de teodolito

Instrução de operador de sistema

Briefing da operação


Conhecendo o

DTCEA Petrolina - PE

O Histórico Situado na Rodovia BR-235, no Km 11, o Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Petrolina – DTCEA-PL, subordinado ao CINDACTA III, recebeu essa denominação em 27 de fevereiro de 2003 por intermédio da Portaria nº 183/GC3, tendo sido criado em 27 de janeiro de 1997, através da Portaria nº 051/GM4, com a antiga denominação de Destacamento de Proteção ao Vôo – Detecção e Telecomunicações – 27 (DPVDT-27). Após sua ativação, o DTCEA-PL passou a receber técnicos do CINDACTA III para vistoria e manutenção dos materiais já existentes. Os testes na casa de forças - KF - começaram em março de 1997, concluídos em fevereiro de 1998. Em abril de 1997 o rádio-enlace foi implantado e, neste mesmo mês, foi instalado e testado o equipamento de VHF. Em setembro, a central telefônica foi posta em funcionamento. Somente em abril de 1998 o VHF passou a utilizar as antenas que se encontram atualmente em funcionamento. No dia 28 de junho de 1999 iniciou-se a construção da torre da antena do radar SIR-M, terminada no dia 11 de julho. No dia 1º de junho foi dado início a montagem do radar SIR-M, e no dia 16 de julho a transmissão em fase de testes com torre da Telemar (OI), no centro de Petrolina, terminando assim toda a montagem do radar. Em 27 de setembro de 1999 começou a inspeção em vôo do radar pelo Grupo Especial de Inspeção em Vôo (GEIV). A missão terminou no dia 30 do mesmo mês e o radar foi aprovado pelos testes. Na manhã do dia 20 de fevereiro de 2000 teve início o vôo do GEIV para verificar a integração dos radares de Petrolina, Bom Jesus da Lapa, Salvador, Fortaleza, Natal e Maceió. A missão terminou no dia 21 e o radar de Petrolina atuou bem na integração com os outros radares, passando a operar regularmente.

O Destacamento foi comandado primeiramente, no período de 02 de setembro de 1997 a 04 de março de 1999, pelo 1S Francisco Chaves Prado. No período de março de 1999 a janeiro de 2003, o comando ficou a cargo do 1º Ten QOE COM Marcelo Martins Soares, quando então assumiu o 1º Ten Danilo dos Santos Telechi. Atualmente, à frente do Comando do Destacamento está o Cap Luiz Carlos da Silva. O DTCEA-PL, que fica afastado do centro da cidade em aproximadamente 11Km, é representado simbolicamente pelo mandacaru, pelo rio São Francisco e pela carranca, figura sempre presente na navegação do rio da integração nacional. O Comandante Nascido em 12 de julho de 1957, na cidade do Rio de Janeiro, o Cap Av Luiz Carlos da Silva é Praça de 14 de janeiro de 1976 e foi promovido ao atual posto em 31 de agosto de 2007. É casado com Denise Barros Drapal da Silva e tem três filhos: Carlos, Tássia e Patrícia. Dentre os cargos assumidos ao longo da carreira, estão os de Técnico em Equipamentos de VHF, HF, Gravadores e VOR (PAME-RJ), Técnico de Equipamentos de Tratamento e Visualização de Dados Radar (CINDACTA III) e Comandante do DTCEA de Guajará-Mirim – RO. 24

Cap Luiz Carlos


O DTCEA-PL gerencia 14 casas para oficiais e graduados. Distante do Destacamento cerca de 10km, a vila encontra-se localizada em excelente área da cidade de Petrolina, pois fica próximo de todas as repartições públicas, escolas, hospitais e do centro comercial. Assistência médica e odontológica O serviço de atendimento médico para os militares da ativa do DTCEA, dependentes e pensionistas é prestado pelo Hospital Memorial de Petrolina, entidade conveniada ao Gama-Saram. Através dele foram emitidas em 2006 cerca de 890 GAB (Guia de Atendimento Ambulatorial) e atualmente têm-se, aproximadamente, 546 até o mês de agosto do corrente ano. Há algumas especialidades que não são atendidas, como urgência pediátrica. Há outros bons hospitais na cidade que faz atendimento de todas as especialidades, mas que não têm convênio com a Aeronáutica. Além disso, periodicamente, o CINDACTA III disponibiliza um oficial dentista para suprir a demanda nesta área não contemplada pela cobertura do convênio GAMA-SARAM, quando são realizadas profilaxias odontológicas e orientados os procedimentos de manutenção da saúde bucal.

Panorâmica da formatura do efetivo

O efetivo O DTCEA-PL conta atualmente com um efetivo de 23 militares, sendo um oficial, dois suboficiais, oito sargentos, um cabo, três soldados de primeira classe e oito soldados de segunda classe distribuídos em duas seções: Administrativa (apoio administrativo e do serviço de apoio ao homem) e Técnica (executa as atividades de manutenção dos equipamentos de radiodeterminação, telecomunicações e suporte de energia, em nível orgânico, bem como apoiar as manutenções de nível base prestadas pela sede). Para isso conta com subseções auxiliares: Radiodeterminação PL–RDT, Telecomunicações PL– TEL, Climatização PL–CLI e a Eletromecânica PL–ELM. No mês passado, o DTCEA-PL fez a transferência de dois sargentos e acolheu mais um sargento. Logo, ficando com um déficit de um sargento especialista. Além disso, tem necessidade de um outro graduado na área de saúde, para atuar na área de emissão de guias de atendimento ambulatorial, desafogando um sargento de outra área. Hotel de Trânsito e Vila Habitacional O Hotel de Trânsito de Petrolina é gerenciado pelo Destacamento e está situado no centro da cidade, ao lado da vila habitacional da Aeronáutica. Possui capacidade para hospedar 24 pessoas. Não oferece café da manhã, mas conta com televisão, frigobar e ar-condicionado nos quartos. O pequeno prédio do antigo hotel foi reformado e hoje tem um pequeno auditório, salas para atendimento aos usuários (pensionistas, militares ativa e reserva) do convênio Saram, e administração do hotel.

A vila está localizada em excelente área da cidade

Apoio ao Homem Houve um grande avanço com a implantação do elo da Assistência Social do CINDACTAIII, pois o acesso tanto às informações quanto aos benefícios tornaram-se mais fáceis de serem obtidos. Vale salientar que o DTCEA-PL está trabalhando como um protótipo. Já está em andamento o projeto Brincando em Família, que proporcionará um dia de integração entre pais e filhos para os militares da ativa do Destacamento e os da inativa, juntamente com os pensionistas residentes nesta região. O efetivo é pequeno, fato este que possibilita uma maior sinergia no cumprimento das atividades sugeridas e um ambiente agradável de trabalho. Entretanto, ações de melhorar a motivação funcional serão tomadas com a implementação de um projeto social nesta área. A cidade Petrolina é banhado pelo Rio São Francisco e integra com os municípios de Lagoa Grande, Santa Maria da Boa Vista (estes localizados em Pernambuco) e os municípios baianos de Juazeiro, Remanso, Casa Nova e Sobradinho, a Região de Desenvolvimento Econômico Integrado - RIDE - São Francisco. A verdadeira transformação de Petrolina aconteceu, de fato, com a irrigação. O Projeto Piloto Bebedouro e o Projeto Senador Nilo Coelho abriram espaço para empresas e pequenos produtores reescreverem a história da cidade. Com a irrigação,

Manutenção dos equipamentos de comunicação 25


O aeroporto de Petrolina está entre os quatro aeroportos brasileiros que, por legislação, podem se tornar aeroportos industriais. O projeto consiste em estimular, através de incentivos fiscais e de logística, a instalação de indústrias voltadas para a exportação dentro do aeroporto, que importariam insumos e exportariam seus produtos finalizados. Petrolina pode ser considerada um pólo universitário. A FACAPE (Faculdade de Ciências da Administração e Ciências Aplicadas de Petrolina); UNIVASF (Universidade Federal do Vale do São Francisco); FFPP (Faculdade de Formação de Professores de Petrolina), vinculada a UPE; e CEFET (Centro Federal de Educação Tecnológica) são as universidades que atendem à população. Por estar muito próximo de Juazeiro, BA, ainda verifica-se a presença da UNEB (Universidade Estadual da Bahia) e outras particulares. Petrolina também está bem provida de escolas de ensino fundamental e médio e, inclusive, tem escola que oferece desconto para militares. A cidade tem uma orla urbana bem estruturada e uma tradição no artesanato com a fabricação de carrancas. A maior representante desse artesanato é Ana das Carrancas, com um acervo diversificado de peças em barro e madeira. Em 2000, a artesã foi homenageada com o Museu Ana das Carrancas, que atualmente é um dos principais pontos de visitação turística. Há ainda, um centro da prefeitura que abriga ateliê e loja para outros artesões, como Betim – que faz um belo trabalho em madeira.

Orla fluvial de Petrolina

vieram o comércio, a rede bancária, as indústrias, as escolas. A paisagem se transforma dando lugar ao verde, à vida. O Vale do São Francisco é uma região privilegiada para investimentos, pois apresenta mais de 120 mil hectares irrigados, excelentes condições de solo, topografia plana e clima excepcional, combinando a pequena variação térmica e a baixa umidade relativa do ar. Por isso, a região se tornou uma das áreas mais favoráveis para a exploração da hortifruticultura irrigada. Sua população estimada (IBGE) em novembro de 2007 é de 268.339 habitantes, dos quais mais de 60 mil moram na zona rural e quase 200 mil vivem na cidade (zona urbana do município). Possui uma área de 4756,8 km² e se encontra distanciada de Recife em 714Km. É eqüidistante às principais capitais do Nordeste (Recife, Salvador e Fortaleza), tendo como acesso as BR-122, BR-428, BR-116 e BR-232 (via Salgueiro). O Aeroporto de Petrolina – Senador Nilo Coelho opera, atualmente, com as empresas Gol e Ocean Air. Todos os espaços são climatizados e com equipamentos de segurança modernos, como o circuito interno de TV, o sistema informativo de vôo e o sistema de detecção e alarme contra incêndio. A Infraero dotou Petrolina de um aeroporto com a mais moderna infraestrutura para o transporte de carga e a segunda maior pista de pouso e decolagem do Nordeste. Investimentos realizados em 2004 aumentaram a pista em 250 metros, o que permite a plena operação de aviões de grande porte, como o Boeing 747400, que transporta até 110 toneladas de produtos em sua versão cargueira. As frutas cultivadas no Vale do São Francisco, prioritariamente manga, uva e banana, têm destino certo para a União Européia e Estados Unidos. A produção anual chega a um milhão de toneladas. O terminal de cargas do aeroporto de Petrolina está preparado para atender à demanda, com dois mil metros quadrados.

Hortifruticultura de Petrolina: destino certo para a Europa e EUA

No meio do Velho Chico, ilhas enfeitam a paisagem, como a Ilha do Rodeadouro – que tem areias finas e douradas, diversas barracas, com som ao vivo nos finais de semana, e o tradicional peixe ribeirinho, o surubim, feito na brasa. Algumas barcas realizam uma rota turística que vai desde o Cais, na orla de Petrolina, passando pelas Ilhas do Massangano, Maroto, Pantanal, Rodeador, até a Ilha da Amélia. Em Petrolina está localizado o maior complexo gastronômico ao ar livre da América Latina quando o assunto é carne de bode. No Bodódromo, como é conhecido o espaço, os turistas podem apreciar o principal prato típico da região: bode assado. A Catedral do Sagrado Coração de Jesus, construída em 1929 em estilo neogótico, tem em uma de suas torres o relógio doado por Padre Cícero. O Museu do Sertão possui um rico acervo de mais de três mil peças, que contam a história da cultura indígena, do artesanato, da religião e da política da região, além de um destaque especial para os pertences particulares de Lampião e de um exemplar da Bíblia, escrito à mão.

No Bodódromo a carne de bode é o principal prato da região 26


Literalmente Falando Natal e Ano Novo nas Asas da Prosperidade

Lidia

3S Marcelo Romano PAME-RJ

Ten Fabiana Borgia AJUR/DECEA

Os Natais de todos os anos sempre nos levam às mais profundas

Passa um filme. Esta é exatamente a sensação quando se

reflexões e nos apresentam como referencial o nascimento do

está diante da morte. Da morte refletida. Da coisa abrupta. Do

menino Jesus, que foi concebido pela Virgem Maria e tendo

segundo inesperado. Vem à mente quando você era criança e

José como pai adotivo.

pensava que os avós duravam para sempre. Sim, os avós.

Deus, em sua infinita sabedoria, nos apresentou e continua

Passa um filme. Um filme de coisas inesquecíveis, mas que

apresentando seu filho Jesus, para que toda a humanidade possa

foram diluídas com o tempo, como a chuva que evapora, mas

ter a total certeza do seu, nosso nascimento e renascimento a

esteve ali. Passa um filme. Da saúde perfeita. Dos anos vividos.

cada dia de nossas vidas e por toda eternidade.

E de como tudo sempre foi tão rápido.

Escolheu a Virgem Maria para dar à luz ao menino Jesus e, no

Passa um filme da primeira vez que escrevi. Meu nome. Da

entanto, lhe consultou sobre a dádiva, oferecendo à mesma o

primeira vez que escrevi. Redação. Passa um filme de tudo

direito da escolha que a qual com muita humildade e iluminação

o que senti. Alma. Medo. Amor. Culpa. Um amor que nunca

aceitou. Neste exemplo se elucida o discernimento que não

coube dentro de mim. E eu nem soube demonstrar.

pode faltar nos diversos seguimentos da humanidade, no tocante

Passa um filme de impotência. De criança correndo. De gente

aos mais necessitados, oferecendo aos mesmos todo apoio

falando. De colo. Do ciúme que eu sentia quando o colo não

possível para uma vida digna e o mais importante, o direito da

era meu. Um filme de companheirismo. Um filme de que não

escolha, sem imposições e indiferenças.

duramos muito. Um filme mais do que doloroso. Um Natal feliz,

A José, o carpinteiro, a missão em sonho, aparição do anjo

com oração.

Gabriel. Outro belo exemplo é que Deus não escolhe os

Passa um filme de quanto aprendi a ser dura. Comigo e

capacitados, e sim, capacita os escolhidos. Deixa mais uma

com os outros. E comigo mais ainda. Uma inadmissibilidade

mensagem que a humanidade deve viajar nas asas do anjo

pelos erros. Pelos próprios. Um medo de chorar na frente dos

Gabriel, visando sempre o bem comum e o amor ao próximo.

outros. Tudo junto à vontade de derramar. De apenas derramar

Papai Noel existe e é real..., é cada um de nós, dia, mês e

sem receio.

ano.

Passa um filme do mergulho. Olha como eu sei nadar. Ou um

Pois o que deve perguntar cada criança? Após o natal o que

convite num dia chuvoso. Vamos jogar baralho. Passa um filme

faz o “bom velhinho”?

de segura minha mão para dormir, porque tenho medo do

A resposta, ao contrário do que se imagina, é simples. Ele, com

escuro. Eu nunca vou te deixar.

o seu trenó guiado pelas renas e acompanhado pelos duendes,

Passa um filme de aprender a dar amor a quem se ama. Um

retorna ao pólo norte de nossas imaginações, onde fica orando

filme do amor mais puro que senti. Que sinto. Luz em minha

pela humanidade e todas as formas de vida, fabricando os

vida. Um filme da primeira palavra dita que não lembro: “fofó”.

brinquedos para presentear as crianças em todos os natais.

Passa um filme de querer ser mais do que os pais. Porque

As nossas reflexões devem ser pouco teóricas e urgentemente

se pode ser mais do que os pais. São os pais dos pais. Passa

mais práticas. Pois os seres humanos, em harmonia com todas as

um filme de não julgamento. E de cumplicidade. Cumplicidade

vertentes do nosso planeta chamado Terra, é uma obra divina do

tantas vezes pela metade, por não se saber dizer.

criador, é viável em todos os aspectos e isto é fato concreto.

Passa um filme caloroso. Um filme denso e profundo. Um

Estes elos nos levam ao imaginário real de nos transformarmos

filme de quem me ensinou a rezar. A pedir para o menino

em anjo com uma asa, que do qual só podemos voar abraçados

Jesus me proteger. Um filme de pedir ao anjo da guarda que

uns aos outros. Com esperanças renovadas de maravilhosos

fique perto. “Pai nosso que estás no céu, santificado seja o

natais de cada dia e divinos anos vindouros recheados de amor

Teu nome.”

ao próximo. Pois somente ele une e gera paz.

Mas passa, e a gente nunca esquece.

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