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Torre de Controle do DTCEA - Canoas / RS

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Informativo do Departamento de Controle do Espaço Aéreo - DECEA


Índice Ciscea assina novos contratos

DECEA completa seis anos com espírito empreendedor

Seção: Eu não sabia! CGNA

Seção: Usina de Idéias Implantação de Centro de Inteligência de Segurança (CIS)

Parlamentares visitam CINDACTA III

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CINDACTA II inicia a operação com novo sistema

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Nos 25 anos da mulher na FAB, DECEA celebra promoção da primeira tenente coronel do seu efetivo

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Equipe do CGNA participa de curso na FAA Academy

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Seção: Conhecendo o DTCEA Canoas - RS

I Seminário Internacional de Coordenação SAR: construindo conhecimento para salvar vidas

Nossa capa

Expediente

Torre de Controle do DTCEA - Canoas / RS

Informativo do Departamento de Controle do Espaço Aéreo - DECEA produzido pela Assessoria de Comunicação Social - ASCOM/DECEA

A Torre de Canoas – capa desta edição - foi criada em 1947 e é uma das mais antigas do Brasil em atividade. Sua operação é H24 (24 horas por dia) e opera com dois controladores de tráfego aéreo (posição Torre e posição Solo). Todo o trabalho na Torre é realizado em parceria com o APP-PA (Controle de Aproximação de Porto Alegre) e com o PAR-CO (Radar de Aproximação de Precisão de Canoas) e constitui o elo mais forte do Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Canoas (DTCEA-CO), não só para os esquadrões aéreos sediados, como para muitos outros esquadrões brasileiros e estrangeiros que, rotineiramente, vêm aos “pampas” para realizar manobras militares. Devido às operações diuturnas e continuadas das Unidades Aéreas no aeródromo de Canoas, o DTCEA-CO tomou como símbolo a coruja, sendo o mesmo consagrado como código de chamada da Torre de Controle de Canoas. A primeira Torre de Canoas foi construída em madeira, o que o leitor pode conferir na foto publicada na página 20 desta edição, que retrata o Destacamento de Canoas.

Diretor-Geral: Maj Brig Ar Ramon Borges Cardoso Assessor de Comunicação Social e Editor: Paullo Esteves - Cel Av R1 Redação: Daisy Meireles (RJ 21523-JP) Telma Penteado (RJ 22794-JP) Diagramação & Capa: Filipe Bastos (MTB 26888-DRT/RJ) Fotografia: Luiz Eduardo Perez (RJ 201930-RF)

Contatos: Home page: www.decea.gov.br Intraer: www.decea.intraer Email: esteves@ciscea.gov.br aeroespaco@decea.gov.br Endereço: Av. General Justo, 160 - Centro CEP 20021-130 - Rio de Janeiro/RJ Telefone: (21) 2123-6585 Fax: (21) 2262-1691 Editado em outubro/2007 Fotolitos & Impressão: Ingrafoto


Editorial

A

cabamos de cruzar o mês de outubro, quando comemoramos - na Semana da Asa - o Dia do Aviador, uma data que é muito significativa, porque avocamos o feito extraordinário de Santos-Dumont que, afinal, disparou o processo de desenvolvimento da aviação com seu invento e nos trouxe até aqui. Nós que, na porção brasileira do espaço aéreo do planeta, contribuímos para a segurança e a fluidez do transporte aéreo. Estamos cada vez mais globalizados e o futuro próximo aponta para um novo processo de gestão do tráfego aéreo mundial que irá transformar os conceitos de simplicidade, flexibilidade, velocidade e segurança como os conhecemos hoje, demonstrando que, efetivamente, a Aeronáutica é o setor do conhecimento humano que mais rapidamente evoluiu nos últimos tempos, confirmando o que as estatísticas mundiais revelam: o transporte aéreo é o meio de locomoção de massa mais seguro e confiável do mundo. Fazemos parte, portanto, de um segmento que incorpora, além do vertiginoso desenvolvimento tecnológico, um amplo espectro de integração social mundial na medida em que, pelos processos que gerenciamos em nosso cotidiano, contribuímos para os múltiplos interesses da própria humanidade. Este pensamento macro nos remete às imensas responsabilidades que temos no dia a dia, em particular no tocante aos compromissos internacionais que dependem da atuação dos profissionais do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro, para serem honrados e postos em prática. Daí, nosso engajamento é sem tréguas, porque da nossa constante evolução e aperfeiçoamento individuais dependerão os passos futuros que demandam além de esforço, dedicação e competência. A cada edição da Aeroespaço, estes gestos de construção e aperfeiçoamento são mostrados, até mesmo aqueles que fazem parte da nossa rotina como organismo vivo e atuante nas 24 horas do dia. Cada evento, curso, seminário, conclusão de trabalho, visita de inspeção, assinatura de contrato etc. reproduz o conjunto de passos que todos nós damos, dia após dia, na direção do futuro e na construção dele, buscando sempre melhores condições. Para isto estamos aqui, profissionais do SISCEAB, militares e civis, a serviço do Estado brasileiro, devotados exclusivamente à tarefa de garantir a fluidez e a segurança dos movimentos aéreos em nossos céus. Temos muito orgulho disto. A nossa revista aí está, dando corpo a este sentimento. A você, caro leitor, por sua sempre prestimosa contribuição, o nosso agradecimento.

Maj Brig Ar Ramon Borges Cardoso Diretor-Geral Interino do DECEA


NOTÍCIAS DO SISCEAB

Brasil pede para a OACI antecipar auditoria do setor aéreo do País O Comando da Aeronáutica solicitou à Organização de Aviação Civil Internacional (OACI), que a participação do Brasil no USOAP (Universal Safety Oversight Audit Programme), o mais completo programa de auditoria da entidade, se desse o mais breve possível. A princípio, de acordo com o cronograma da OACI, esta auditoria do Sistema de Aviação Civil Brasileiro se daria a partir de 2009. Diante desta solicitação, a data ficou acertada para o primeiro trimestre de 2009. É fundamental ter em mente que a preparação da auditoria leva um ano. “A auditoria não começa quando os auditores chegam ao Brasil. Um ano antes de irem in loco, os auditores solicitam uma série de documentos, como a legislação, para que possam fazer uma análise rigorosa que os permita estarem inteirados do Sistema. Desta forma, os auditores poderão pessoalmente averiguar o que é feito na prática, confrontando dados e indo direto aos pontos mais críticos”, explica o Brig Ar José Roberto Machado e Silva, Chefe do Subdepartamento de Operações (SDOP) do DECEA. Fica, então, mais claro que os auditores da OACI virão ao Brasil no primeiro trimestre de 2009, enquanto que o processo de auditoria se inicia em março de 2008, com a entrega da documentação exigida. “Será seguido todo o trâmite normal da legislação da OACI. Não há como queimar etapas”, declara o Brig J. Roberto. Desta forma todos os aspectos do Sistema de Aviação Civil Brasileiro serão profundamente analisados pela Agência das Nações Unidas, em um estudo que irá abranger as atividades de controle de tráfego aéreo (de responsabilidade do DECEA), a infra-estrutura aeroportuária (responsabilidade da INFRAERO), transporte aéreo (responsabilidade da ANAC - Agência Nacional de Aviação Civil) e até mesmo a formação de profissionais que atuam no setor. A análise da documentação encaminhada acontecerá na sede da OACI em

Montreal, no Canadá. Na fase posterior, com início previsto para 2009, os auditores virão ao Brasil para verificar in loco os procedimentos. Dentre os aspectos mais relevantes a ser auditado está a proficiência na língua inglesa. Existe uma norma da OACI definindo que em março de 2008 todos os controladores de tráfego aéreo e todos os pilotos deverão estar qualificados no nível 4 de proficiência na língua inglesa. Para a Organização, o nível 6 – que é o mais alto – indica os profissionais que têm total domínio da língua inglesa. O nível 4 seria o nível mínimo aceitável. Entretanto, a própria OACI reconheceu que vários países não estão em condições de cumprir esta meta até março de 2008. Assim sendo, foi solicitado, por parte do Brasil, endossado por outros países, um prazo de três anos – a contar de março do ano que vem – para preparar os profissionais a fim de serem classificados neste nível. Até esta data, março 2008, o Brasil deverá informar o seu planejamento para atingir este objetivo, bem como as medidas mitigadoras visando a segurança das operações na língua inglesa. A solicitação para definição da data da auditoria aconteceu durante a 36º Assembléia da OACI, que contou com a participação de 178 países associados. Na ocasião, o Brasil foi mais uma vez eleito para figurar o Grupo 1 da OACI, do qual fazem parte Japão, China, Alemanha, França, Reino Unido, Itália, Austrália, Canadá, Rússia e Estados Unidos. Vale ressaltar que deste grupo participam apenas os países de maior importância no cenário da aviação civil internacional, com plenas condições de atuar diretamente na elaboração de padrões e regulamentos internacionais para a aviação, além de fomentar o desenvolvimento e o planejamento do transporte aéreo internacional. “A reeleição do Brasil, que integra o Grupo 1 desde 1941, é uma prova do reconhecimento da qualidade do nos4

Brig J. Roberto fala sobre a auditoria da OACI

so trabalho. Apesar de todos os ocorridos, a Comunidade de Aviação Civil Internacional reconheceu que o Brasil merece estar entre os principais países do mundo em aviação civil”, ressalta o Brig J. Roberto. “A cada três anos é feita essa eleição”, prossegue, “e o Brasil sistematicamente tem sido reeleito. E este ano foi eleito com 88% dos votos, ou seja, de um total de 167 países votantes, 147 votaram no Brasil”. A OACI é a agência especializada das Nações Unidas que tem como principais objetivos o desenvolvimento dos princípios e técnicas de navegação aérea internacional e a organização e o progresso do transporte aéreo, de modo a favorecer a segurança, a eficiência, a economia e o desenvolvimento dos serviços aéreos. No início de setembro, o governo brasileiro, através da ANAC, autorizou formalmente a divulgação do resultado da auditoria no site da OACI na Internet. “Tanto o pedido de auditoria quanto a autorização para a divulgação dos dados são demonstrações inequívocas da transparência que norteia as atividades do setor”, avalia o Brig J. Roberto.


SISCEAB ganha mais 24 Radioperadores em Plataforma Marítima formados pelo ICEA O Instituto de Controestabelecimento de comunile do Espaço Aéreo (ICEA) cações com os helicópteros, realizou em 31 de agosto a para tratar de assuntos de casolenidade de conclusão da ráter geral da entidade, bem 5ª Turma do Curso de Racomo apoiar as operações de dioperador em Plataforma pouso e decolagem nos heliMarítima (CNS-014). pontos dessas plataformas. O evento foi presidido pelo Concluíram com aproveiChefe da Divisão de Ensitamento o curso 24 funciono do ICEA, e contou com nários de Empresas ligadas às as presenças do Adjunto do operações offshore na Bacia de setor de Telecomunicações Campos, na Bacia do Espírito da Petrobras em Macaé e dos Santo e nos Litorais do NorCoordenadores e Instrutores deste e do Sul. do DECEA e do Primeiro O entusiasmo demonstrado Centro Integrado de Defesa Os novos radioperadores preparados para apoiar as operações pelos alunos, com os novos Aérea e Controle de Tráfego de pouso e decolagem nos helipontos conhecimentos adquiridos, Aéreo (CINDACTA I). foi característica marcante no O curso foi criado pela evento e enaltecido pelo orador da TurDivisão de Comunicações, Navegação atividades operacionais em Estações e Vigilância do DECEA (D-CNS), com Permissionárias de Telecomunicações ma. O ICEA tem previsão de formar 700 o objetivo de preparar profissionais para Aeronáuticas de categoria “M” (EPTA o Sistema de Controle do Espaço Aé- CAT “M”), localizadas em Platafor- Radioperadores nos próximos três anos, atendendo a demanda por esses profisreo Brasileiro (SISCEAB) com conhe- mas Marítimas. cimentos indispensáveis ao exercício de As EPTA CAT “M” destinam-se ao sionais pelo setor offshore.

CISCEA assina novos contratos Estes contratos são muito relevantes, jetivo Modernizar e Integrar os Equipamentos pois garantem a melhoria do controle e Sistemas empregados de tráfego aéreo através da implantação na Torre de Controle do de sistemas de alta tecnologia, que inteAeroporto de Congonhas gram os vários equipamentos e sistemas de uma Torre de Controle, facilitando a (SP). O contrato assinado no operação de seus controladores. dia 11 foi com a empresa norueguesa ACAMS – Airport Tower Solutions, representada O Presidente da CISCEA assinou dois contratos... pelo Diretor da EBCO System A Comissão de Implantação do SisLtda, Eduardo M. Rodrigues. tema de Controle do Espaço Aéreo Este contrato visa igualmente (CISCEA) assinou, nos dias 08 e 11 de Modernizar e Integrar os outubro dois importantes contratos. Equipamentos e Sistemas emO primeiro foi com a empresa austríaca Frequentis AG. Assinado pelo Presi- pregados em Torre de Controdente da Comissão, Cel Av Carlos Vuyk le, só que, desta vez, do Aerode Aquino e pelo Diretor da empresa, porto Internacional do Rio de ...garantindo a melhoria do controle de tráfego aéreo em Congonhas e no Galeão Anton Martha, o contrato tem por ob- Janeiro. 5


NOTÍCIAS DO SISCEAB

DECEA coloca site de AIS na internet No último dia 10 de setembro, o DECEA lançou na internet o site AIS WEB para que qualquer usuário possa ter acesso às informações aeronáuticas que anteriormente só eram disponibilizadas pela intranet do Departamento. Na página www. aisweb.aer.mil.br é possível encontrar as informações utilizadas pelos aeronavegantes para o planejamento e realização de vôos. Além dessas informações, publicações e normas de interesse do público externo também estão à disposição, facilitando o acesso às regras nacionais necessárias à segurança aérea. De forma mais detalhada, o Sistema de Consulta às Informações Aeronáuticas via web é um sistema de banco de dados para Internet que permite o acesso rápido e estruturado de todas as informações aeronáuticas disponíveis em formato eletrônico. O conjunto de informações a ser disponibilizado inclui: Notam (Avisos aos Aeronavegantes); Suplemento; AIP-Brasil; AIP-MAP – Cartas Aeronáuticas; Rotaer e outras publicações de interesse do usuário. De acordo com o Ten Cel Av Santana, Chefe da Divisão de Informações Aeronáuticas (D-AIS), a idéia do site já existe há algum tempo e até mesmo já havia um outro que disponibilizava algumas informações aeronáuticas. “Tanto o site antigo como o novo foram resultados de conjunção de esforços da D-AIS (subordinado ao Subdepartamento de Operações - SDOP), D-SIC (Divisão de Sistemas de Informação de Controle do Espaço Aéreo - Subdepartamento de Tecnologia da Informação – SDTI) e também de alguns funcionários do Primeiro e do Segundo Centros Integrados de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA I e II) e dos Centros de

O www.aisweb.aer.mil.br está no ar com...

...informações atualizadas para planejamento e realização dos vôos

Computação de Aeronáutica do Rio de Janeiro e de Brasília (CCA-RJ e CCABR). A equipe era grande, porque o trabalho era – e é - enorme”, declarou o Ten Cel Av Santana. “Se eu fosse creditar a alguma pessoa o mérito de finalmente podermos desfrutar dessas informações, tanto na internet quanto na intranet, eu exaltaria dois nomes: Cel Av R1 Bahia e Maj Av Bertolino - incansáveis na luta para disponibilizar estas páginas a todos os usuários do SISCEAB. Acredito ser uma justa homenagem”, diz Santana. A importância desta página na internet é exatamente a disponibilização, a facilitação para o usuário ter o acesso 6

às informações que só teria em uma Sala AIS ou por intermédio das publicações comercializadas e distribuídas pelo Parque de Material de Eletrônica da Aeronáutica do Rio de Janeiro (PAME-RJ). Segundo o chefe da Seção de Planejamento da D-AIS, Maj Av Nilo Sérgio Machado de Azevedo, “o aisweb foi concebido e desenvolvido para garantir: o acesso organizado das diversas informações de interesse dos aeronavegantes e usuários de áreas afins; que cada acesso à base de dados seja realizado de forma que se mantenha a integridade e consistência das informações armazenadas; o acesso simultâneo e compartilhado de um número elevado de usuários à base de informações; e a independência de localidades específicas para acesso às informações”. Para o Maj Av Nilo, “todas as informações divulgadas neste site serão importantes para os envolvidos na atividade aérea, porém as de Notam serão especiais, por possuírem um grau de atualização bastante dinâmico em relação às demais informações, que possuem calendário préestabelecido para atualizações”. Vale ressaltar que, por enquanto, o uso deste site não desobriga o usuário de comparecer à uma Sala AIS antes de cada vôo, onde ele receberá as atualizações mais recentes do Sistema. Por fim, Santana resume o trabalho dizendo que o site “é uma espécie de democratização das informações necessárias para a realização de planejamentos de vôos mais seguros e eficientes com o uso da tecnologia da rede mundial. Afinal, é para isso que a internet existe”. Com a disponibilização deste site, o DECEA continua contribuindo para a manutenção da eficiência, regularidade e segurança da navegação aérea em todo o território nacional.


CINDACTA II inicia a operação com novo sistema O dia 23 de setembro deste ano entrou para a história do Segundo Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo (CINDACTA II). Por volta de 0h45, o Centro de Controle de Área de Curitiba (ACC-CW) informou à tripulação de uma aeronave comercial, que decolara de Guarulhos (SP) com destino a Buenos Aires, Argentina, que a aeronave era o primeiro tráfego a ser controlado a partir do novo sistema de tratamento e visualização de dados (X-4000). Pelo menos 45 pessoas, dentre oficiais, graduados e técnicos civis, participaram do evento na sala de Controle do ACC-CW, quando o SO BCT Cláudio Luiz Guanabara (Adjunto da Seção de Instrução do

Órgão e um dos instrutores mais experientes) proferiu as seguintes palavras, via fonia: “A Força Aérea Brasileira tem o orgulho e a honra de informar ao vôo 8006 que o mesmo é o primeiro tráfego a receber o serviço de controle de área radar do Centro-Curitiba, utilizando meios de tratamento e visualização completamente modernizados, o qual passamos a utilizar a partir de agora. O fato que ora ocorre é um momento histórico para o Sistema de Controle de Espaço Aéreo Brasileiro, que vem diuturnamente envidando esforços no sentido de prover segurança, economia e fluidez ao Tráfego Aéreo Brasileiro. Tenham um bom vôo!” A tripulação do vôo 8006 respondeu dizendo estar orgulhosa pela participação

O ACC-CW - novo elo detentor de tecnologias do SISCEAB

e parabenizou a todos os envolvidos. Com oito setores ativados e aguardando a ativação de mais dois setores a partir de outubro, o ACC-CW tornou-se mais um elo detentor de tecnologia de última geração do sistema de controle de tráfego aéreo do nosso País.

D-CTP realiza curso de Padronização de Instrutores do SISCEAB já aconteceram onze, tendo sido atendidos 115 alunos, das 164 solicitações de matrícula recebidas. Uma turma foi cancelada e restam oito turmas para serem ativadas. Os alunos do CTP-001 são instrutores dos diversos cursos do SISCEAB, como, por exemplo, nos Cursos na área D-AIS (InforO curso CTP-001 foi ministrado no auditório do ICA mações Aeronáuticas), D-ATM (Controle de Tráfego Aéreo), D-CNS Uma turma de onze pessoas participou (Comunicação, Navegação e Vigilância), do curso CTP-OO1 – Padronização de D-MET (Meteorologia), D-NAV (NaveInstrutores do SISCEAB – realizado no gação), D-RAD (Radiodeterminação), Dauditório do Instituto de Cartografia AeroCTP (Capacitação de Recursos Humanos) náutica (ICA), no período de 27de agosto e D-SAR (Busca e Salvamento). a 06 de setembro. Os militares e civis que compõem as Coordenado pela Divisão de Capacitadiversas turmas do curso são oriundos de ção e Treinamento Profissional do DECEA todas as áreas do SISCEAB. Todos estão ou (D-CTP), o Curso surgiu face à necessidaestarão envolvidos com instrução nos curde de unificar os procedimentos didáticos sos previstos dentro do Programa de Atidurante as instruções nos diversos cursos vidades de Ensino e Atualização Técnica do SISCEAB e, também, capacitar os nos(PAEAT). sos instrutores para o exercício docente. O PAEAT acontece nas diversas organiCabe salientar que o Curso CTP-001 zações subordinadas ao DECEA, ou seja, acontece nos diversos Órgãos Regionais, no Instituto de Controle do Espaço Aéreo em todo Brasil, sendo esta última turma apenas mais uma delas. Segundo o Che- (ICEA), nos quatro Centros Integrados de fe da D-CTP, Major Elon, para o ano de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo 2007 foram previstas 20 turmas, das quais (CINDACTA I, II, III e IV), no Serviço 7

Regional de Proteção ao Vôo de São Paulo (SRPV-SP), no Parque de Material de Eletrônica da Aeronáutica (PAME-RJ), nos Centros de Computação de Aeronáutica do Rio de Janeiro, de Brasília e de São José dos Campos (CCA-RJ, BR e SJ), além dos diversos Destacamentos de Controle do Espaço Aéreo (DTCEA). O objetivo geral do curso é proporcionar aos instruendos experiências de aprendizagem que os habilitem a: - valorizar as funções docentes pelo seu papel relevante na formação de recursos humanos para o Comando da Aeronáutica; - aplicar os fundamentos da didática na ação docente; - planejar a instrução, segundo metodologia adequada; - utilizar recursos audiovisuais de forma adequada; - utilizar os elementos da Teoria da Comunicação nas atividades docentes; - aplicar corretamente a técnica expositiva no desenvolvimento de uma aula; - avaliar a instrução usando instrumentos adequados; e - participar da elaboração de Planos de Unidades Didáticas (PUD).


DECEA

completa seis anos com espírito empreendedor Na manhã do dia 05 de outubro foi realizada a cerimônia militar em comemoração ao 6º aniversário do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA). Presidido pelo Ministro do Superior Tribunal Militar (STM), Ten Brig Ar Flavio de Oliveira Lencastre (primeiro Diretor-Geral do DECEA), acompanhado pelo Diretor-Geral Interino do DECEA, Maj Brig Ar Ramon Borges Cardoso, o evento contou com a presença de todos Chefes dos Subdepartamentos do DECEA e autoridades civis e militares. O segundo ex-DiretorGeral, Ten Brig Ar Paulo Roberto Cardoso Vilarinho, atual Comandante do DEPENS (Departamento de Ensino da Aeronáutica) esteve presente à cerimônia. Após a execução do Hino Nacional foi realizada a cerimônia de entrega de Prêmios ao Graduado, Praça e Servidor Civil Padrão do DECEA, respectivamente, SO BCO Odir Raimundo de Almeida, da Divisão de Comunicações, Navegação e Vigilância (D-CNS), CB SEL Adolpho David Anciães, da Seção de Serviços Gerais do Gabinete (SSGE); e José Carlos Pinto, Agente Administrativo NI S3 da Seção de Material de Intendência do Gabinete (SMI). Dando seqüência ao evento, foram entregues as Medalhas Militares por tempo de serviço, que

têm por objetivo recompensar os bons serviços prestados pelos Oficiais e Praças da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, em serviço ativo. Foram entregues as Medalhas de Ouro com passador de ouro aos oito militares que prestaram bons serviços por mais de 30 anos. As Medalhas de Prata com passador de prata foram entregues aos 45 militares com mais de 20 anos de carreira. Por fim, as Medalhas de Bronze com passador de bronze foram ofertadas aos 31 militares que prestaram mais de dez anos de bons serviços à Força Aérea. Em sua Ordem do Dia, o Maj Brig Ar Ramon destacou que “subjetivamente, nem sempre nos damos conta da magnitude desta nossa missão, talvez porque estejamos muito próximos dela na execução cotidiana de atividades afins, que cobram mais gestos concretos de realização do que atitudes contemplativas ou palavras vaidosas”. “Porém”, prosseguiu o DGCEA, “a dimensão de nosso espaço aéreo soberano – que se estende além dos oito milhões e meio de quilômetros quadrados de nosso território; nossa posição geoestratégica como País, debruçado sobre o Atlântico Sul, com responsabilidades de vigilância e controle em vastas áreas oceânicas, tratando de 8

manter nosso Sistema sempre atualizado e revitalizado; a demanda sempre crescente pela formação, elevação de nível e aperfeiçoamento dos recursos humanos e a adaptação aos novos modelos de gerência do espaço aéreo, são facetas de uma mesma missão, cuja grandeza é dependente de nossa inteligência e de nosso trabalho”. O Maj Brig Ar Ramon aproveitou a oportunidade para fazer um chamado a todo o seu efetivo: “venho, pois, conclamá-los a esta tomada de consciência do que representamos para o Comando da Aeronáutica, para o Brasil e para a comunidade internacional do transporte aéreo, como Sistema organizado, e o quanto de valor moral e profissional habita entre nós, homens e mulheres, que o conduzem e operam há mais de sessenta anos. “Uma certeza, porém, já temos: a de que o SISCEAB, honrando suas tradições, saberá adaptar-se rapidamente aos novos conceitos com o mesmo sentimento de entusiasmo e espírito empreendedor que marcou a implantação do Sistema DACTA na década de setenta, porque a evolução tecnológica e conceitual faz parte do nosso cotidiano e a nossa convivência com o novo é natural e inspiradora. As pessoas são outras, mas o espírito de equipe é o mesmo e isto é a nossa garantia de sucesso”.

Autoridades prestam

Autoridades em dest

Desfile Militar encerr


m continência à Bandeira Nacional

O DGCEA concede Medalha Militar ao Cel Av Candez

taque no palanque

Ten Brig Ar Lencastre passa em revista à tropa

ra a cerimônia

CB SEL Adolpho Praça Padrão

José Carlos Pinto Servidor Civil Padrão

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SO BCO Odir Graduado Padrão


Seção

Quem é ?

Cap Filho Acreditar e fazer são palavras de ordem na vida do Cap COM Pedro Lima Filho, do efetivo do Centro de Gerenciamento de Navegação Aérea (CGNA). E são justamente estas palavras que edificaram o homem que ele é hoje e que servem de exemplo para todos que anseiam transformar sonhos em realidade. Em 08 de julho de 1961, na cidade do Rio de Janeiro, nasNos sete anos seguintes, ele realizou seus estudos de forcia Pedro Lima Filho, terceiro de onze filhos de um barbeiro ma autodidata, utilizando os livros que sua mãe ganhava de e uma dona de casa, vindo a residir, desde o nascimento, na uma professora para quem trabalhava como lavadeira. cidade de Duque de Caxias (RJ). “Trabalhando como camelô fixo, era possível sempre ter Em 1967, o menino Pedro foi matriculado na 1ª série A um livro na mão. Como motivação via as crianças da minha do Primário da Escola Municipal São Judas Tadeu, em Duque idade uniformizadas indo para a escola. Esforçava-me para de Caxias, sendo promovido à 2ª série B logo no segundo ter o mesmo conhecimento que elas”, lembra nosso capisemestre do mesmo ano. tão. Quando tinha oito anos de idade, o pai de Pedro sofreu Um dia, um folheto com os dizeres “Jovem, este é o seu um acidente que o incapacitou permanentemente a exercer caminho: Força Aérea Brasileira” foi parar em suas mãos. Pesua profissão, sendo levado a trabalhar na rua como ambudro tentou e convenceu seu pai a matriculá-lo no Curso Prelante, vendendo balas, doces e picolé para paratório ABA, na Praça Tiradentes, no Rio ajudar no sustento de sua família. de Janeiro. E conseguiu. Fez o concurso e Pedro concluiu o curso Primário em 1970 “Muitas pessoas foi aprovado na 27ª colocação numa turma e, neste ano, interrompeu seus estudos de 500 estudantes. torceram por para trabalhar integralmente nas ruas, ajuNa metade do ano de 1979, formou-se mim, de forma dando o pai. como Teceiro Sargento, sendo classificado que minhas “Tenho, até hoje, medo de desmaiar, pois no Parque de Material de Eletrônica da Aefoi uma experiência freqüente porque pasronáutica do Rio de Janeiro, atual PAME-RJ, vitórias foram sei entre 1969 e 1971, motivada por falta prestando serviço na Seção de Eletrônica as delas de alimentação. Saía todo dia de manhã, e Comunicações (SELC), onde desenvolveu também”. lá pelas 7h e regressava às 21h, em média, um trabalho de manutenção dos transcepsem ter feito uma refeição durante o dia. tores de HF RF 301 da Collins. Trabalho este Ao chegar em casa muito cansado, não realizado por conta de seu conhecimento tinha disposição para jantar, me jogava na cama e apagava. na língua inglesa. Era acordado cedo no dia seguinte para o ‘combate’, como “Paralelamente, fui ampliando a gama de modelos de meu pai dizia”. equipamentos com que trabalhava. Já no primeiro semestre Pedro ficava muito triste quando era confundido com os de 1980 estava em sala de aula lecionando para alunos que meninos em situação de rua que praticavam furtos e roubos, vinham de todos os cantos do Brasil, para participar dos curos quais eram chamados de muquiranas ou trombadinhas à sos de RF 301, TC-08, TR-10, KWM, entre outros” – fala com época. Este fato ocorria normalmente quando não estava orgulho o Cap Filho. portando algo para vender e via os adultos se precavendo No período de 1982 a 1984, após os cursos ministrados na para cruzar por ele, cochichando, enquanto outros tomafase anterior, a carga de equipamentos recebidos de todo o vam o gesto de proteger as bolsas. “Afinal, minha aparência Brasil se reduziu, em virtude das manutenções mais simples não despertava confiança: roupas velhas, desbotadas, enpassarem a ser feitas no próprio local pelos sargentos que cardidas, com sinal evidente de desnutrição”. haviam feito os cursos no PAME-RJ.

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Assim, o então 3S Pedro procurou a chefia para reiterar seu pedido de transferência para o Laboratório de Aferição de Instrumentos, pedido este que acabou sendo aceito. “Ao chegar ao laboratório, não segui o rito de iniciar trabalhando nos instrumentos mais simples. Fui autorizado a trabalhar com os equipamentos mais complexos, dentro do ‘aquário’ (local especial de trabalho destinado aos técnicos experientes, com controle de partículas, pressurização, umidade, temperatura etc.), lugar de honra, sonho de todos os técnicos do laboratório”, relembra nosso entrevistado. No “aquário” ele foi duramente repreendido pelos papas da metrologia, por excesso de produção. Não ficava bem para os colegas veteranos ver um recém-chegado, sem experiência, apresentar produção infinitamente superior. Mas tudo ficou resolvido na camaradagem. No início de 1983, surgiram vagas para cursos de metrologia avançada nos EUA. Com muita dificuldade conseguiu que seu nome fosse incluído na relação de pessoal que iria disputar vaga entre as quatro aprovadas. Foi à UNIFA e obteve nota 10 na prova de conhecimento oral e escrito da língua inglesa, tendo seu nome incluído para a avaliação final no Consulado Americano. Obteve outra nota 10, ficando muito acima da média do grupo e sendo indicado para fazer o curso de metrologia avançada nos EUA no decorrer do ano de 1983, obtendo aprovação com honra ao mérito. Muitos achavam que ele não tinha perfil para fazer o curso, mas Pedro regressou com prestígio suficiente para que o então chefe do laboratório destacasse que o primeiro nome a ser listado para concorrer a uma das vagas dos cursos básico/avançado de metrologia para 1984/1985 seria o seu. Mais uma vez fez as provas de inglês na UNIFA e no consulado, sendo aprovado. Partiu para os EUA no inicio de 1984 e retornou no ano seguinte, recebendo honra ao mérito especial, por ter concluído com média 10 o curso avançado de calibragem. De 1985 a 1993, Pedro continuou trabalhando no laboratório, lecionando em cursos de metrologia e, por vezes, nos cursos de comunicações a convite. Vale ressaltar que, por gostar das atividades de ensino e aprendizagem, Filho se formou, em 1988, em Pedagogia na Faculdade Augusto Mota, com a especialização em Formação de Magistério. Em 1993, mais uma experiência marcante. Pedro estava no refeitório dos SO/SGT quando o então Ten Corbeli, oficial de dia, se dirigiu à sua mesa e bateu em seu ombro, dizendo: “você vai para a França, isso é sério”. “Só entendi bem aquelas palavras dois meses depois, quando fui convocado para representar o PAME-RJ em um concurso nacional para preencher a vaga de eletrônica na

“Tenho fome de conhecimento. Sou obcecado por obter mais e mais conhecimentos”

Comissão de Fiscalização e Recebimento de Materiais de Radar (COMFIREM/THOMSON) da França e que deveria ser avaliado em conhecimento da língua francesa e conhecimento da especialidade” – conta o Cap Filho. No critério seria indicado o representante de OM que obtivesse a maior média. O PAME-RJ fez a maior média para a vaga única de eletrônica e o nosso militar foi para a França, em uma missão de 26 meses. No período de 1996 a 2001, o então Primeiro Sargento/ Suboficial Pedro (Cap Filhos) prosseguiu com as atividades no Laboratório de Metrologia do PAME-RJ. Em 2001, atendendo aos pedidos insistentes, fez inscrição e foi aprovado no Estágio de Adaptação ao Oficialato (EAOF), contrariando seu planejamento profissional, que era concluir a carreira como Suboficial. No ano de 2002, ao concluir o EAOF, foi classificado no Destacamento de Controle do Espaço Aéreo e Telemática (DTCEATM-RJ), mas foi designado para a Divisão Técnica do Serviço Regional de Proteção ao Vôo do Rio de Janeiro (SRPV-RJ), hoje extinto, sendo o Chefe da SIAT (Seção de Instrução e Atualização Técnica) e, posteriormente, como Chefe da Seção de Pessoal Militar. Na seqüência, foi transferido para o CGNA, exercendo atualmente atividades administrativas. Em 31 de agosto deste ano, o Ten Pedro Lima Filho foi promovido a Capitão. Casado com Elyza Velasque Perdiz, Pedro tem uma filha de 15 anos chamada Vitória, e dois enteados – “que afetivamente são como filhos”, diz –, “a Tatiane, de 25 anos e o Luiz, de 31”. Nas suas horas vagas ele estuda línguas estrangeiras, música (violão e canto) e desenvolve projetos de eletrônica, especificamente na área de amplificadores de potência de som. “Minhas caixas de som amplificadas foram projetadas e montadas por mim, tanto na parte física como na parte dos circuitos eletrônicos”, ressalta. O Cap Filho ainda é, para muitos, o Pedrinho. “Para mim e tantos outros que conviveram com o ele, o codinome carinhoso encerra grande parte de sua personalidade”, diz o Ten Cel Eng Mario Sergio Corbelli, atual Chefe da Divisão de Radares do DECEA (D-RAD). “Conheci o Cap Filho quando assumi a chefia do LAI (Laboratório de Aferição de Instrumentos do PAME-RJ) e, em pouco tempo, foi possível distingui-lo do grupo: seu “A vida só tem trabalho forma a linha de valor quando fronteira com a perfeição. conhecemos e Autodidata por natureza, é fluente nos idiomas: fazemos algo, inglês, francês e alemão. contanto que Todas as vezes que neceso conhecer e o sitei indicar alguém capaz de resolver um problema fazer não sejam que outros técnicos espeprejudiciais ao cialistas não solucionaram, próximo nem ao não tinha dúvidas a quem mundo” recorrer”, declara Corbelli.

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Nos 25 anos da mulher na FAB, DECEA celebra promoção da primeira tenente coronel do seu efetivo

Ten Cel Rosangela

Os Oficiais promovidos: O DGCEA cumprimenta os Oficiais promovidos

Cap AV - Ademir Martins Ribeiro (GEIV) - Maurício Maia Ramos Neto (GEIV)

Na tarde do dia 31 de agosto, em cerimônia fechada na sala do DiretorGeral do DECEA, Maj Brig Ar Ramon Borges Cardoso, foram homenageados os Oficiais promovidos na área do DECEA (sede e OM subordinadas na área do Rio de Janeiro) pelo Comando da Aeronáutica. O destaque foi, sem sombra de dúvida, para a promoção da primeira Tenente Coronel do quadro do DECEA, a Ten Cel BIB Rosângela Peixoto Igawa, chefe da Seção de Protocolo e Arquivo (SPA) do Departamento. Neste ano em que se comemoram os 25 anos da Mulher na FAB, é com muita alegria que marcamos mais um passo galgado na carreira da Ten Cel BIB Rosangela. Ela entrou na Força Aérea em 1982, prestando serviço na (já extinta) CECIA (Comissão de Estudos da Infra-Estrutura Aeronáutica), vinculada, à época, ao - também já extinto - DAC (Departamento de Aviação Civil) – hoje ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil). Rosangela, que está no DECEA desde o final de 2006, faz parte da primeira turma a ter mulheres promovidas a Tenente Coronel. “A turma, por ser muito

grande, teve sua promoção dividida em partes. Foram 21 promovidos em abril deste ano e mais 21 em agosto”, explica. Dentre suas funções no cargo de chefe da SPA está o gerenciamento das atividades relativas à gestão de documentos do DECEA, incluindo o trâmite, recuperação, expedição e arquivamento de documentos; a coordenação dos procedimentos administrativos operacionais do Sistema de Gerenciamento Eletrônico de Documentos (SGED) e o planejamento da reestruturação da área de documentação. “Esta promoção, por ser ao último posto do Quadro Feminino de Oficiais, dá um sentimento de ter cumprido as etapas possíveis, concluindo assim mais um ciclo de nossas vidas”, declara a Ten Cel Rosangela. Durante a comemoração, o Maj Brig Ramom, parabenizou a todos militares promovidos. “Eles são hoje o que nós (oficiais-generais) fomos um dia. E têm em suas mãos não só o futuro da FAB, como também todas as responsabilidades pertinentes a cada posto, a cada cargo assumido”, afirmou o Diretor-Geral em seu discurso. 12

- Ricardo Barbosa Arrais de Oliveira (GEIV) Cap COM - Carlos Alberto de Anchieta (1º GCC) - Jorge de Rocha Meza (DTCEA-TM) - Marcos Antonio de Paiva Rocha (DECEA) - Nilton de Faria (DECEA) - Pedro Lima Filho (CGNA) Cap CTA - Luciano Alberto de Abreu (DECEA) Maj AV - Arthur Carlos Guedes Naylor Júnior (GEIV/DECEA) - Eduardo Almeida da Silva (1º GCC) - Geandro Luiz de Matos (GEIV) - Ricardo Luiz Dantas de Britto (GEIV) - Rubem Muller Schneider (GEIV) Maj COM - Jarbas Ribeiro Damaceno Júnior (DECEA) Maj INT - Sérgio Roberto Marques da Silva Júnior (CISCEA) Ten Cel AV - Carlos Renato de Andrade Mattos (ICA) Ten Cel BIB - Rosangela Peixoto Igawa (DECEA) Cel AV - Luiz Antonio Silva Hemerly (DECEA) Cel ENG - Fernando Cesar Pereira Santos (PAME-RJ) - Roberto de Almeida Alves (CCA-RJ) Cel INT - Wagner Calmon Monteiro


Seção:

Eu não sabia!

CGNA Nas suas atribuições gerais e na sua competência legal para realizar o seu trabalho, o DECEA encontra o significado de sua existência: garantir uma navegação segura e eficiente, não só no espaço aéreo brasileiro, como nas áreas adjacentes que são responsabilidade do Brasil. Para possibilitar o efetivo gerenciamento, este espaço aéreo está dividido em cinco Regiões de Informação de Vôo (FIR), onde são prestados os serviços correspondentes às atividades operacionais do Sistema, entre as quais o Serviço de Tráfego Aéreo. Cada Região é subdividida em setores e para cada setor existe um controlador de vôo com visualização radar e comunicações para a prestação do serviço de controle de tráfego aéreo e informações de vôo às aeronaves que evoluem dentro dos seus limites geográficos. A FIR Brasília, especificamente por ser muito grande, é dividida em três sub-regiões: São Paulo com quatro setores; Brasília com cinco setores; e Rio de Janeiro com cinco setores. A capacidade dos setores está diretamente relacionada com a carga de trabalho dos controladores de vôo. Nos últimos anos, vários países vêem desenvolvendo uma considerável quantidade de trabalho para a determinação do cálculo da capacidade. De acordo com o Manual de Planejamento de Serviços de Tráfego Aéreo da OACI (Parte II), os métodos desenvolvidos pelo Reino Unido (DORATASK) e pela Alemanha (MBB) são os que têm demonstrado maior interesse pelos países signatários da Organização. A essência de ambos os métodos é medir o tempo de disponibilidade do controlador. O método brasileiro utiliza, também, o fator de disponibilidade do controlador, conforme fórmula abaixo:

N=

Caso exista algum problema nas comunicações, como por exemplo, interferência de rádio pirata ou chiado, os valores “nm” e “tm” irão aumentar e, como na fórmula, estes fatores são inversamente proporcionais a “N”, teremos uma redução de capacidade no setor. O mesmo acontece quando há perda da visualização radar: o fator “f ” diminui e, como na fórmula ele é diretamente proporcional a “N”, teremos também uma redução de capacidade.

No conjunto das regiões de informação de vôo, correspondente ao espaço aéreo jurisdicional e sob responsabilidade do Brasil, encontra-se uma extensa malha de aerovias nacionais e internacionais.

Novos rumos para o gerenciamento de tráfego

f. Tm nm.tm

N - número máximo de aeronaves que poderão estar, simultaneamente, sob a responsabilidade de um controlador de vôo em setor ou espaço aéreo considerado; f - fator de disponibilidade do controlador, em (%); Tm - tempo médio de permanência das aeronaves no setor; nm - número médio de comunicações com cada aeronave no setor de controle; e tm - tempo médio de duração de cada mensagem.

Ciente de sua responsabilidade com a coordenação de fluxos de tráfego aéreo no corredor de Europa/América do Sul e no espaço aéreo brasileiro, o Brasil estruturou o Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA), em 2001. A CISCEA – Comissão de Implantação do Sistema de Controle do Espaço Aéreo abraçou a missão de estabelecer o CGNA, a fim de exercer a gestão de ações correntes na área de gerenciamento de tráfego aéreo e sua infra-estrutura relacionada, visando garantir a suficiência e a qualidade dos serviços 13


rações, em níveis compatíveis com a nossa tradição de segurança da aviação, bem acima da média mundial. Certamente, a retomada do crescimento da atividade aeronáutica em nosso País agrega a necessidade de reagir com respostas adequadas. O CGNA, a rigor fruto daquela crise de crescimento da demanda em ritmo surpreendente, hoje - sem dúvida - está voltado para as tempestivas e rotineiras análises de demanda e capacidade, entre outras funções.

O grande desafio do CGNA

América do Sul e os movimentos aéreos

prestados no âmbito do SISCEAB e elos afins. A missão do CGNA é disponibilizar, em tempo real, informações de nível gerencial sobre o estado da demanda atual e futura de tráfego aéreo, o funcionamento dos meios do SISCEAB e indicadores de qualidade confiáveis. A principal atividade do CGNA é realizar o gerenciamento do fluxo de tráfego aéreo, ou seja, auxiliar na prestação do serviço de controle de tráfego aéreo, de forma a manter a regularidade das operações, contribuindo para a segurança na medida em que proporciona um fluxo de aeronaves adequado à capacidade de controle de cada posição operacional. Com uma certa antecedência, ao tomar conhecimento das intenções de vôo e for percebido um desbalanceamento entre a demanda e a capacidade, o CGNA, por meio da Célula de Coordenação e Decisão (DCC), deve implantar medidas de gerenciamento de fluxo, evitando, com isto, a aplicação do controle de fluxo pelos órgãos de controle. O CGNA já está operando com algumas funcionalidades, no entanto sua plena operação, conforme a concepção operacional, dar-se-á somente quando estiver disponível uma ferramenta que o habilite a avaliar a melhor medida a ser aplicada para o controle de fluxo e o gerenciamento do espaço aéreo. O CGNA trabalha 24 horas na monitoração da operação do sistema, nas indicações de “gargalos”, nos registros dos dados de interesse, na geração de indicadores e na concessão dos Horários de Transporte (HOTRAN), visando sempre o aumento da qualidade dos serviços prestados pelo SISCEAB, cujas maiores beneficiárias são as empresas aéreas e a aviação geral. Como integrante do Sistema de Aviação Civil, o CGNA é o responsável pela análise das intenções de vôos no espaço aéreo brasileiro, quanto ao comprometimento da infra-estrutura aeronáutica e aeroportuária (em coordenação com a Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária – INFRAERO e a Agencia Nacional de Aviação Civil - ANAC), tendo em vista a harmonização do fluxo de tráfego aéreo. A concepção original do Centro foi aprovada em 1998, tendo como fator determinante o crescimento da atividade aeronáutica em nossos aeroportos e espaço aéreo. A demanda por serviços logo ultrapassou a capacidade instalada, gerando filas, atrasos cada vez maiores, grande insatisfação dos usuários, prejuízos e, questionamentos quanto à manutenção da segurança das ope14

Um dos grandes desafios do CGNA consiste, atualmente, em assegurar que o gerenciamento de tráfego aéreo acomode a demanda até os seus limites máximos, de maneira segura, econômica e eficiente. O CGNA propõe a harmonização do gerenciamento do fluxo de tráfego aéreo, do espaço aéreo e das demais atividades relacionadas com a navegação aérea, proporcionando a gestão operacional das ações correntes do SISCEAB e a efetiva supervisão de todos os serviços prestados. Em prol da missão, entre suas diversas atividades, destacase – ainda - o balanceamento entre demanda e capacidade da infra-estrutura aeronáutica para assegurar a máxima eficácia do Sistema de Controle do Tráfego Aéreo no Brasil, permitindo que as aeronaves cumpram seus perfis ideais de vôo, minimizando esperas no solo ou no ar. As estatísticas consignam algo em torno de cinco mil movimentos aéreos por dia na América do Sul e Caribe. Se considerarmos que uma parte desses movimentos, tendo origem em quaisquer dos países da região, se destinam a outros continentes, passamos, então, a ter a dimensão do quanto o transporte aéreo é uma atividade complexa e dependente de uma infinidade de variáveis a conspirar no arranjo do espaço aéreo, no sentido de torná-lo seguro, rápido e, pelo menos, algo previsível em termos de equação de tempo, isto é, um sistema que nos permita estimar com alguma precisão quanto tempo será necessário para que alguém se desloque de um ponto a outro no planeta e tenha um mínimo de certeza de chegar na hora desejada. Embora cada país tenha seus próprios mecanismos de administração do fluxo de tráfego aéreo, há um formidável elenco de variáveis que na roda de um dia se apresentam e podem alterar quaisquer estimativas. Podemos citar os mais comuns, como, por exemplo, condições meteorológicas desfavoráveis (tempestades tropicais, tormentas, furacões, ventos fortes, chuvas torrenciais, nevoeiros densos) ou então incidentes aeronáuticos que, eventualmente, interditam pistas por algumas horas, ou ainda falhas nos sistemas de detecção ou de telecomunicações, que obrigam órgãos de controle a diminuir o fluxo do tráfego em nome da segurança dos usuários. Tudo isto é muito comum e acontece com relativa freqüência. O que se pretende destacar é que qualquer ocorrência desfavorável sempre provocará uma mudança no “arranjo” do espaço aéreo. À medida que o fluxo do tráfego no mundo cresceu – e vem crescendo vertiginosamente – a OACI (Organização da Aviação Civil Internacional), reconhecendo a problemática, decidiu recomendar a seus países membros que estudassem em conjunto a criação de grandes centros gestores da navegação aérea em


cada região da terra, para administrar os “arranjos”, de modo a permitir, com antecipações possíveis e desejáveis, conhecer onde, quando e como poderiam ocorrer “gargalos” no fluxo do tráfego, garantindo aos operadores de aeronaves, gerentes de companhias aéreas, dirigentes operacionais dos aeroportos e até mesmo passageiros, saber como administrar suas equações de tempo em função de um evento inesperado, minimizando os transtornos. Mais uma vez, o Brasil saiu na frente. O Brasil apresentou-se à OACI como tendo condições de sediar e gerenciar a porção sul-americana desse chamado Grande Centro Gestor Regional. E conseguiu a aprovação da OACI para a monitoração da segurança da CARSAMA (região que engloba o Caribe e a América do Sul). Assim, surgiu no nosso cenário o CGNA. A OACI hoje nos identifica e reconhece como Centro Gerenciador da Navegação Aérea no Brasil. Nosso credenciamento final como Centro Regional de toda a América do Sul depende de que nossos vizinhos se manifestem, aceitando o Brasil como sede e executor do gerenciamento regional, o que deve ocorrer muito em breve – afinal, nós aceitamos o desafio e fizemos o investimento (até agora mais de cinco milhões de reais - dos 15 milhões previstos - foram consumidos em obras de infraestrutura, capacitação de recursos humanos, equipamentos e desenvolvimento de software específico). No cenário mundial, presentemente, há outros dois Centros idênticos ao CGNA já em operação (nos EUA e outro na União Européia) e mais três em implementação, localizados respectivamente na Rússia, no Japão e na Austrália.

A estrutura do CGNA

des voltadas para aspectos específicos da atividade. Pela proposta de regulamento, as Unidades estão diretamente subordinadas à Divisão Operacional do CGNA, tendo com finalidade as relacionadas abaixo: Para cumprir sua finalidade e atender aos requisitos operacionais estabelecidos na Concepção Operacional do CGNA, • ATFMU - buscar a otimização do fluxo de tráfego aéreo, visando ao balanceamento entre a demanda de tráfego aéreo e as capacidades das infra-estruturas aeronáutica e aeroportuária instaladas; • ASMU - realizar ações visando a possibilitar o uso flexível do espaço aéreo; a geração de relatórios de análise das propostas de procedimentos de navegação aérea para operação de aeronaves em TMA e em Rota, no que tange ao impacto no fluxo de tráfego aéreo; e o fornecimento de indicadores para a determinação das capacidades ATC e de pistas, bem como suas reduções devido ao impacto de degradações, inoperâncias ou indisponibilidades da infra-estrutura aeroportuária ou aeronáutica; • MOSU - monitorar elementos das infra-estruturas aeronáutica e aeroportuária, necessários ao ATM, acompanhar a evolução de fenômenos meteorológicos e efetuar a monitoração dos níveis de segurança das operações, nas distintas porções do espaço aéreo; e • UTILU - proporcionar meios e facilidades que constituam requisitos para as atividades operacionais das demais unidades do CGNA, bem como permitir a obtenção de subprodutos para outros fins da Navegação Aérea.

Estruturalmente, o CGNA é composto por uma Célula de Coordenação e Decisão (DCC) - responsável pelo planejamen- a Unidade de Gerenciamento do Fluxo de Tráfego Aéreo to e aplicação das medidas de gerenciamento de fluxo de tráfego (ATFMU) tem suas atribuições táticas realizadas pela Subunidade Tática de Gerenciamento de Tráfego Aéreo (GETA) que, aéreo em determinadas porções do espaço aéreo. Mediante o recebimento das informações oriundas de cada por sua vez, é subdividida em 01 GENAC (Gerente Nacional) e Unidade e das Células de Gerenciamento de Fluxo (FMC), res- 04 GR (Gerências Regionais): GR Norte – responsável pela área ponsáveis pelo apoio ao Órgão ATC, onde estejam fisicamente de jurisdição do CINDACTA IV; GR Nordeste - responsável situadas, abastecendo-o, com antecedência de 12 horas, com as pela área de jurisdição do CINDACTA III; GR Sul - responsável pela área de jurisdição do CINDACTA II; e GR Sudeste informações da análise de demanda. Coordenam localmente as responsável pela área de jurisdição do CINDACTA I. Sua prinaplicações das medidas táticas de gerenciamento de fluxo. cipal atribuição é coordenar com as Células de Gerenciamento Mediante o envio de relatórios diários de atividade, as FMC remetem ao CGNA informações específicas setoriais que apoiarão a tomada de decisão colaborativa. Já estão ativadas Células nos Centros de Controle de Área (ACC) de Brasília e Curitiba e nos Controles de Aproximação (APP) de Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo. A DCC, em colaboração com os usuários, determina um padrão operacional a ser praticado em específicas regiões durante um limitado período de tempo. A aplicação das medidas de gerenciamento, considerando-se o cenário futuro, pode ocorrer em três fases: 1ª - as estratégicas - ocorrem até um dia antes do vôo, diretamente aplicadas pela DCC; 2ª - as pré-táticas - podem ocorrer desde 24 horas até seis horas antes do vôo, aplicadas pelas DCC e FMC; e 3ª - as táticas - ocorrem desde seis horas até a operação considerada, aplicadas pelas FMC e ATC. Assegurar que o gerenciamento de tráfego aéreo acomode a demanda é um O CGNA também é composto por Unidagrande desafio para o CGNA 15


de Fluxo (FMC), implantadas nos principais Órgãos de Controle, o acompanhamento das medidas de gerenciamento de fluxo implantadas e a coleta de informações sobre meteorologia, controle de fluxo, excesso de demanda, inoperâncias de equipamentos e sistema etc. O recebimento, o processamento e a distribuição aos órgãos ATC dos planos de vôos, o tratamento dos Planos de Vôos Repetitivos (RPL), a alocação de slot de Aeroporto, a estatística dos movimentos aéreos, os modelos de capacidade ATC e aeroportuárias e a emissão de relatórios específicos e, em particular, os provenientes da base de dados para tarifação de movimentos são exemplos das distintas bases de dados utilizados pela UTILU. Para a análise e o conseqüente parecer de fluxo de tráfego aéreo, todas as intenções de vôos planejadas passíveis de concessão ou autorização da ANAC devem ser encaminhadas ao CGNA, o qual, após o devido processamento, emitirá e enviará o parecer à Agencia.

Syncromax - suporte aos processos de gestão de fluxo de tráfego aéreo no Brasil

O suporte Syncromax Agora é possível obter a maximização da eficiência do SISCEAB, a redução dos atrasos nos vôos e a diminuição do custo operacional das empresas que trafegam no espaço aéreo brasileiro, graças à implementação do Syncromax – sistema automatizado criado pela Fundação Atech para dar suporte aos processos de gestão de fluxo de tráfego aéreo no Brasil. O Syncromax integra os dados dos detentores de informações relevantes para o setor aeronáutico – vôos regulares, aeroportos, órgãos de controle e institutos de meteorologia, entre outros – em uma base de dados Oracle, com desenvolvimentos em Java, e os disponibiliza por meio de diversos aplicativos e interfaces para os gestores que operam o CGNA. A possibilidade de acessar e analisar esses dados em tempo real permite ao CGNA o acompanhamento constante do cenário de tráfego aéreo civil, capacitando-o a antecipar as demandas futuras e propor ações. Os objetivos principais são garantir que as aeronaves cumpram seus horários de partida e chegada e voem no seu perfil ótimo, sem desperdício de combustível, assegurando o uso máximo da capacidade da infra-estrutura aeronáutica e o melhor aproveitamento do espaço aéreo brasileiro, dentro dos padrões internacionais de segurança de vôo. Em caso de crises, o CGNA fornece aos órgãos competentes as informações e os meios necessários para que decisões sejam tomadas com o maior grau de precisão possível. A atuação do CGNA é decisiva para que o País responda com eficácia ao aumento da demanda por serviços aeronáuticos: cerca de 5,5% a 6% ao ano no Brasil – seguindo tendência semelhante em todo o mundo. Situações muitas vezes delicadas de gerenciar, como o conflito entre a capacidade física do espaço aéreo e a demanda de partidas e chegadas dos aeroportos, apontam para a necessidade de um sistema inteligente que gerencie o fluxo de tráfego aéreo. A futura versão do Syncromax disponibilizará, ainda, os recursos necessários para a tomada de decisão pelos operadores, que poderão, assim, implementar um abrangente leque de medidas para atender cenários estratégicos, táticos e operacionais - colocando à disposição do CGNA, através de um conjunto amigável de interfaces homem-máquina, informações seguras e precisas relativas à respectiva área, em formato gráfico, sobre: • desequilíbrio entre a capacidade e as demandas de utilização do espaço aéreo, dos serviços de controle 16

de trafego aéreo e dos aeroportos; • dados de planos de vôo para fins de planejamento estratégico; e • processamento centralizado de planos de vôo e distribuição aos centros de controle regionais. A solução também integrará dados sobre condições meteorológicas e informações aeronáuticas e, ainda, dados em tempo real sobre o cenário do espaço aéreo proveniente de radares e de sistemas ADS (automático e autônomo de indicação de posição fornecido pelas aeronaves em vôo). A integração dessas informações é o cerne do conhecimento trazido ao operador para apoiar as decisões de ativar procedimentos ou medidas de regulação mais adequadas para cada situação.

A interação com o público externo No âmbito nacional, o relacionamento externo deverá abranger as Organizações do Comando da Aeronáutica, assim como outras, militares e civis, que porventura tenham vínculos sistêmicos com as atividades atribuídas ao CGNA. Caso necessário, os procedimentos sistêmicos externos ao SISCEAB deverão ser propostos ao DECEA para sua efetivação. No âmbito internacional, deverá ser sistematizada a coordenação com órgãos de gerenciamento de fluxo de tráfego aéreo no exterior, com vistas à harmonização dos empreendimentos. Acordos internacionais, na Região CAR/SAM, visando atender ao gerenciamento do fluxo de tráfego aéreo coordenado, deverão ser elaborados com base no Plano Regional de Navegação Aérea. Nos relacionamentos externos, resultantes de Acordo Internacionais, multilaterais ou bilaterais, deverá ser praticado o monitoramento da segurança das operações aéreas em partes da Região CAR/SAM, devendo ser privilegiadas as áreas homogêneas de fluxo. Deverão ser sistematizados os processos para a ampliação futura da Agência Regional de Monitoração da Região CAR/ SAM, tendo em vista as necessidades já observadas no sobrevôo do Atlântico Sul. Serão implementados novos elementos na base de dados, com os mecanismos de interação necessários, para atendimento da monitoração da segurança no espaço aéreo brasileiro e, caso necessário, na Região CAR/SAM.


Equipe do CGNA participa de curso na FAA Academy Na busca da melhor capacitação de seu efetivo, no período de 21 a 31 de agosto, o Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA), apoiado pelo DECEA, enviou oito membros de seu efetivo ao Mike Monroney Aeronautical Center (FAA Academy – Academia da Administração Federal da Aviação), em Oklahoma, nos Estados Unidos da América, para participarem do Curso ETMC-50115 - Enhanced Traffic Management Coordinator (Coordenador Avançado de Gerenciamento de Tráfego). O curso foi ministrado por quatro instrutores, todos controladores americanos de tráfego aéreo, que abordaram os diversos assuntos inerentes ao ETMC-50115, transmitindo seus conhecimentos teóricos e práticos sobre o sistema americano de gerenciamento de tráfego aéreo (Enhanced Traffic Management System - ETMS). A turma foi composta por dois controla- A delegação brasileira - oportunidade de enriquecimento profissional dores de tráfego aéreo civis do Chile e pela “Foi um trabalho hercúleo para toda a delegação brasileira, formada pelos seguin- Ground Delay Program - GDP (Programa de Atraso no Solo) etc. equipe brasileira que se esforçou ao máxites servidores: Maj Av Renato Pietroforte Em função do grande volume de inmo para aprender tudo que lhe era passado, Carvalho; Cap Esp CTA Júlio Cézar Peformação a ser assimilado e imbuídos reconhecendo a oportunidade ímpar de reira Rosa; Ten Esp CTA Juarez Franklin da missão de aprender para, no futuro, enorme enriquecimento profissional que Gouveia; Ten Esp CTA Jeferson Coelho repassar todo o conhecimento adquirido estava vivenciando”, destacou o Major PieMello; Ten Esp CTA Fernando de Souza aos colegas do CGNA, a delegação brasitroforte, Chefe da Agência de Monitoração Armstrong; SO BCT Carlos José dos Santos; 1S BCT Emanuel Augusto Filho; e leira se reunia diariamente, após as aulas, das Regiões CAR/SAM. com a finalidade de rever, discutir e fixar Após o término e conseqüente correção DACTA Thaís Santarém de Assumpção. os conteúdos tratados em sala. da prova final, iniciou-se a cerimônia de Cada aluno tinha sua mesa de trabalho encerramento cujo ponto alto foi com um computador ligado ao a entrega dos diplomas. ETMS de maneira que pudesse Na ocasião, o Major Pietroforte, simular operações e situações em seu discurso, agradeceu a atencom todas as ferramentas do ção e a dedicação dos instrutores sistema americano de gerenciaem nome de toda a turma, passanmento de tráfego aéreo. do a palavra aos outros alunos para Além da abordagem prátias despedidas e agradecimentos. ca, havia a teórica com ênfase Os instrutores, por sua vez, resem preceitos lá estabelecidos, saltaram como tinha sido importais como: Minimize Impact, tante para o dinamismo das aulas Maximize Efficiency – MIME o interesse da delegação brasileira, (Minimize o Impacto, Maxisempre pronta para comentar e mize a Eficiência); Collaborative debater os conteúdos apresentados Decision Making in Air Traffic em sala de aula, ilustrando, sempre Management – CDM (Tomada de Decisão Colaborativa no Ge- Alunos simulam operações em suas mesas de trabalho individuais que possível, com situações vividas renciamento de Tráfego Aéreo); em seu cenário de trabalho. 17


Seção

Usina de Idéias

A Aeroespaço criou nesse espaço uma seção para que você possa fomentar boas idéias, propor mudanças para solucionar problemas e/ou impulsionar novos projetos para o DECEA. O objetivo é estimular o efetivo a participar mais da Aeroespaço, apresentando - em forma de artigo e de maneira criativa – idéias claras, com mapeamento de oportunidades e dificuldades, com segurança e conhecimento, que possam trazer boas influências para o nosso ambiente profissional. Acreditamos que todos podem apresentar idéias lógicas, objetivas e de bom senso. Por isso, envie a sua para ser publicada.

Implantação de Centro de Inteligência de Segurança (CIS) Por Alexandre Barcellos PRADO - Ten Cel Inf

Chefe da APCC (Assessoria de Planejamento, Coordenação e Controle) do Centro de Computação da Aeronáutica do Rio de Janeiro (CCA-RJ)

Atualmente, existe uma carência de procedimentos eficazes para o gerenciamento e segurança da rede, principalmente no tocante ao desempenho, controle de falhas, nível de segurança, controle da configuração, aspectos de auditoria e inventário. De acordo com a NSCA 7-6 (Diretrizes Especificas para os Centro de Computação da Aeronáutica - CCA), cabe ao Centro de Computação da Aeronáutica do Rio de janeiro (CCARJ), a responsabilidade de suporte e segurança de redes. Com isso, adota procedimentos e medidas alinhadas ao DCA 14-8 (Política de Segurança da Informação do COMAER), com vistas à melhoria dos controles e processos existentes.

Introdução Com a evolução tecnológica, entramos na era do conhecimento em que a informação é considerada um dos principais patrimônios e recursos estratégicos da Organização. Dessa forma, obter e proteger a informação nos seus aspectos de disponibilidade, integridade e confiabilidade tornou-se imperativo no processo gerencial. A dependência do negócio aos sistemas de informação e o surgimento de novas tecnologias fizeram as empresas despertarem para a necessidade de segurança, buscando melhores práticas na implementação de diretrizes sobre gestão, uma vez que se tornaram vulneráveis a um número maior de ameaças. Faz-se necessário reduzir e administrar os riscos da informação e os impactos potencialmente provocados por um incidente de vazamento, fraude, sabotagem e indisponibilidade. Esta visão de segurança é cercada das pelas necessidades do mundo atual em que valores como a estratégia, a imagem da organização, os produtos e os projetos precisam ser protegidos em um ambiente cada vez mais competitivo.

Criação de um Centro de Inteligência de Segurança (CIS) Encontra-se em andamento no CCA-RJ, o desenvolvimento de um projeto para criação do Centro de Inteligência de Segurança (CIS), o qual irá centralizar as funções de gerenciamento e controle das redes e sistemas computacionais, dando uma visão integrada das ocorrências nas redes e possibilitando ações proativas na solução de problemas e vulnerabilidades, em busca da qualidade e garantia da segurança da informação.

A Necessidade Tem-se observado, através de atividades executadas envolvendo a gerência e análise do tráfego de rede e operações diárias de suporte, a necessidade de aprimoramento e consolidação dos controles existentes, relativos à segurança da informação para a Internet e Intranet do Comando da Aeronáutica (INTRAER).

Como vai funcionar

Tem como base a integração de quatro macro-processos: Monitoramento: é um processo integrado de gestão, que acompanha em tempo real o funcionamento de todos os ati-

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de todos os ativos de TI, com os conceitos técnicos de Inteligência Competitiva, além de disponibilizar alertas automáticos de modificações da estrutura e de alterações de conformidade, métricas, relatórios executivos de Retorno de Investimentos (ROI) e Custo Total de Propriedades (TCO). O monitoramento e gerenciamento proativo das redes e sistemas computacionais visam antecipar-se às possibilidades de incidentes, disponibilizando, em um Painel de Inteligência, informações analisadas de interesse aos tomadores de decisão, constituindo um diagnóstico do presente e prospecção do futuro, considerando as métricas de desempenho, segurança, escalabilidade tecnológica, interoperabilidade e alta disponibilidade adequada ao cenário de atuação do COMAER. Com a integração dos conceitos de planejamento e operações estratégicas de redes e segurança, as disciplinas para gerenciamento e monitoração, por exemplo, contemplarão Gerência de Falhas, Gerência de Desempenho, Gerência de Mudanças/Configurações, Monitoração, Bilhetagem e Tarifação de Tráfego de Rede.

Fluxo Operacional da Gerência Proativa

Alunos simulam operações em suas mesas de trabalho individuais

vos da rede de computadores gerenciáveis, utilizando ferramentas eficientes de controle, permitindo que as eventuais falhas e paralisação de serviços e sistemas sejam detectados em tempo hábil. Equipe de Resposta a Incidentes de Segurança da Informação (ERISI): atuará em atividades que visam receber e divulgar práticas seguras e recomendações de rede e sistemas e será o ponto focal para lidar com incidentes de segurança no ambiente computacional. Integração com o Serviço de Atendimento ao Usuário de TI (SAUTI): sediado no CCA-RJ, o SAUTI é uma central única de atendimento capacitado para dar apoio e auxiliar o trabalho das Seções de Tecnologia de Informação das Organizações Militares. O SAUTI deverá estar integrado ao CIS e ao ERISI fornecendo informações que serão correlacionadas, a fim de garantir que todas as informações necessárias para a tomada de decisão, à vista de um incidente ou problema, sejam disponibilizadas. Engenharia e Operações de Redes: este macro-processo deverá fornecer consultoria, análise técnica e planejamento estratégico para o atendimento das necessidades do COMAER no tocante ao desempenho da INTRAER, buscando garantia sobre interoperabilidade, alta disponibilidade e escalabilidade tecnológica. O CIS irá criar mecanismos que permitirão que se tenha a capacidade de detectar a raiz do incidente, alertas e eventos

Os Benefícios Após a implementação do CIS, a Intranet do COMAER será capaz de: • gerenciar proativamente a Segurança da Informação; • gerenciar proativamente o tráfego de rede; • planejar efetivamente as gerências de configuração, falhas, inventário, desempenho, auditoria, e segurança; • planejar os investimentos de TI de forma eficaz e adequada; • identificar problemas muito mais rapidamente, e com alto grau de precisão; • responder aos Incidentes de Segurança em tempo hábil; • correlacionar eventos e promover relatórios técnicos e executivos detalhados; • obter extrema visibilidade nas esferas “Segurança da Informação” e “Redes”; e • projetar soluções eficazes e migrar as redes e sistemas computacionais para o conceito de melhores práticas.

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Conhecendo o

DTCEA Canoas - RS O Histórico Quem já ouviu o pioneiro grito de guerra do Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Canoas (DTCEA-CO) e, mais ainda, quem já teve a reservada honra de desferi-lo, como um golpe, acordando e convocando o guerreiro para a batalha, incorporou a emoção ímpar e inesquecível de participar da aguerrida rotina de trabalho em prol da Segurança e do Controle do Espaço Aéreo. A história do DTCEA-CO irmana-se com história da Aviação de Caça em Canoas, quando, em 1946, no primeiro ano de operação do 3º Grupo de Caça (hoje, 1º/14º GAv), pagou-se pesado tributo de sangue com a perda de cinco pilotos em acidentes aéreos.

Em 1983, o Destacamento sofreu ampliação das suas instalações devido à implantação de equipamentos sofisticados e o aumento da responsabilidade técnica e operacional na manutenção dos auxílios à navegação. No ano de 2000, houve a troca do PAR, implantado pela Empresa Americana ITT GILFLLAN, cujo modelo PAR-2000 trouxe mais confiabilidade e ganho em condições extremas de meteorologia. Já em 2002, destacou-se positivamente ao realizar o controle de 30 aeronaves da operação CRUZEX e de 64 da OPERAER. Até 27 de fevereiro de 2003 era conhecido como Destacamento de Proteção ao Vôo de Canoas. A partir dessa data, através da portaria nº 183/GC3 do Comando da Aeronáutica, passou à designação atual de Destacamento de Controle do Espaço Aéreo (DTCEA). Devido às operações diuturnas e continuadas das Unidades Aéreas no aeródromo de Canoas, o DTCEA-CO tomou como símbolo a coruja, sendo o mesmo consagrado como código de chamada da Torre de Controle de Canoas. O DTCEA-CO é subordinado, operacionalmente, ao Segundo Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA II) e, administrativamente, à BACO. Tem por finalidade a execução descentralizada das atividades operacionais na área de Comunicações, Controle de Tráfego Aéreo, Informações Aeronáuticas, Meteorologia e de Manutenção, servindo às Unidades Aéreas Sediadas e às aeronaves em trânsito através da disciplina, da dedicação e da sede de conhecimento e especialização de um Guerreiro, pondo, acima de tudo e de todos, os interesses da Nação, da Proteção ao Vôo e da Defesa Aérea.

A primeira torre de controle de Canoas - construída em madeira

O Comandante A tarefa de comandar o DTCEACO compete, atualmente, ao Cap Esp Aer Com Paulo Dagostin, que assumiu o comando em 30 de maio de 2006. Natural de São Leopoldo (RS), Dagostin é casado com a Silke Martins Dagostin e tem dois filhos, Paulo Filho e Lucas. Ingressou na FAB em março de 1976, na Escola de Especialistas de Aeronáutica (EEAR), onde se formou na especialidade de

A necessidade de implantar um Sistema de Proteção ao Vôo para as operações militares da antiga Guarnição de Gravathay (atual Base Aérea de Canoas - BACO) motivou o então Ministério da Aeronáutica a criar o Destacamento de Proteção ao Vôo de Canoas no dia 23 de junho de 1947. Operando desde aquela época, em 1979 recebeu o Radar de Aproximação de Precisão (PAR), da Empresa Francesa THOMSON, modelo 1012. Tal avanço tecnológico permitia a aproximação e o pouso seguro de uma aeronave em condições de baixíssima visibilidade. 20

Cap Dagostin


dade que, em sua maioria, foram fundados entre 1890 e 1960. Dentre os mais importantes está a Praça do Avião (ou Praça Santos-Dumont). O Parque Getúlio Vargas é uma área de preservação da natureza, onde se encontra o zoológico de Canoas. Na cidade se encontram duas rodovias a BR-116 e a BR-386. A rodoviária de Canoas fica localizada às margens da BR-116 e funciona de segunda a domingo, mas grande parte da população prefere usar a rodoviária de Porto Alegre, chegando lá de metrô. A Fundação Cultural de Canoas mantém sempre diversas atividades culturais nas áreas de Literatura, Artes Plásticas, Teatro, Folclore, Música e Dança, entre outras. Um destaque especial no mês de setembro é a Semana Farroupilha, um evento que atrai milhares de turistas de todos os cantos do País e até mesmo de outros países. O dia 20 de setembro, feriado estadual, marca as comemorações do Movimento Farroupilha, que é o culto às tradições gaúchas. O evento conta com a participação de todo o estado do RS. Ao longo da programação são relembrados os feitos dos gaúchos no chamado Decênio Heróico (1835-1845), através de palestras, espetáculos, lançamento de livros entre outras atividades. Neste ano o tema da festa foi “Semana Farroupilha – Assim se movimentou o Gaúcho”.

Seção de controle de tráfego - vetor de segurança do tráfego aéreo de Canoas

Manutenção Rádio – QRA MR. Serviu nas seguintes Unidades: DTCEA-CT, SRPV-BE, CINDACTA II e CINDACTA III, tendo adquirido relevante conhecimento técnico do SISCEAB. Em 2002, após a conclusão do Estágio de Aperfeiçoamento ao Oficialato (EAOF), no CIAAR, foi designado para chefiar o DTCEA-Tefé (AM), de onde foi transferido para o DTCEA-CO.

Atendimento médico e odontológico A cidade possui 24 postos de saúde de atenção primária e serviços de atenção secundária e o Hospital de Pronto Socorro de Canoas Nelson Marchesan. O Hospital da Base Aérea de Canoas (HACO) presta atendimento a todos os militares da área e seus dependentes, com atendimento marcado por telefone ou nos terminais de autoatendimento totalmente informatizados. Há – ainda, o atendimento de emergência e a Esquadrilha de Saúde da BACO, que atende ao efetivo durante o expediente, em casos urgentes.

O efetivo e organograma Composto por 74 militares, sendo eles quatro oficiais, 58 graduados e 12 praças, o DTCEA-CO subdivide-se em três Seções: COSA (Administrativa); COSO (Operações); e COST (Técnica) – organizando, distribuindo e controlando as atividades e os resultados do efetivo ante os desafios vivenciados. A cidade Canoas ocupa o 4º lugar entre os municípios gaúchos pelo número de habitantes e é considerada por muitos como uma cidade-dormitório. Por outro lado, também atrai pessoas de outros municípios por causa de seu centro movimentado, das muitas indústrias e por ser um pólo de ensino. As escolas são encontradas em quase todos os bairros, o que faz com que a qualidade de ensino no município seja uma das melhores do estado, segundo avaliação do MEC. Canoas abriga – ainda três universidades: Unilasalle, Uniritter e a Ulbra. A cidade continua crescendo devido possivelmente ao esgotamento da capacidade habitacional de Porto Alegre e por oferecer alternativa imobiliária mais barata. O clima do município é subtropical e temperado (15ºC a 24º C) e o comércio conta com aproximadamente 5,5 mil estabelecimentos. O turismo em Canoas é mais voltado para a cultura do que para natureza. São inúmeros os monumentos e praças da ci-

A tranqüilidade nas ruas da vila habitacional

Vila Habitacional A Vila Habitacional é administrada pela Prefeitura de Aeronáutica de Canoas e atende aos militares de todas as Unidades da Grande Porto Alegre (Canoas e Porto Alegre). Possui unidades individualizadas que atendem aos oficiais; suboficias e sargentos; e aos Cabos. Junto à Vila dos SO/SG há o CSSGAPA (Clube dos Suboficiais e Sargentos da Guarnição de Porto Alegre), com excelente infra-estrutura predial e parque aquático. Na Vila dos Oficiais localizada no V COMAR, encontramos o COGAPA (Clube de Oficiais da Guarnição de Porto Alegre) que possui uma infra-estrutura muito similar. A tranqüilidade, a limpeza e a natureza são características marcantes da vida dos militares que servem em Canoas e Porto Alegre.

A Semana Farroupilha - um culto às tradições gaúchas 21


DECEA

Visitas de inspeção SRPV-SP Dando continuidade ao cronograma de visitas de inspeção às Organizações do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB), o Vice-Diretor do DECEA, Maj Brig Ar Élcio Picchi, visitou o Serviço Regional de Proteção ao Vôo de São Paulo (SRPV-SP) no dia 15 de agosto. O Maj Brig Picchi foi recebido com uma cerimônia militar e, logo em seguida, houve o briefing, ocasião em que fez um pronunciamento destacando a importância do SRPV-SP, chefiado pelo Cel Av Carlos Minelli de Sá, além de enaltecer o trabalho desenvolvido por seus profissionais no contexto do SISCEAB. Acompanhado dos oficiais superiores e oficiais-generais do DECEA, o Vice-Diretor visitou as instalações das áreas técnica, administrativa e operacional do SRPV-SP, incluindo o Controle de Aproximação de São Paulo (APP-SP) e a Torre de Controle do Aeroporto de Congonhas.

CINDACTA II - Cel Kiame recebe pela primeira vez a visita do VICEA à OM

CINDACTA IV Nos dias 4 e 5 de setembro, foi inspecionado o Quarto Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA IV). A visita de inspeção foi presidida pelo Vice-Diretor do DECEA e constou de briefing do Comandante do Centro, Cel Av Carlos Eurico Peclat dos Santos. Dentre as instalações visitadas estão a Divisão Operacional, a Divisão Técnica, a Divisão Administrativa e os Setores do Comando.

SRPV-SP - Cel Minelli apresenta ao VICEA as instalações da área operacional

CINDACTA II No dia seguinte, 16 de agosto, a mesma equipe de inspeção seguiu para Curitiba (PR), com o intuito de inspecionar o Segundo Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA II). Também fez parte da comitiva o Chefe do Subdepartamento de Operações do DECEA (SDOP), Brig Ar José Roberto Machado e Silva. Após a solenidade militar alusiva à visita de inspeção, a comitiva assistiu a uma palestra do Comandante do CINDACTA II, Cel Av Eduardo Jean Kiame, sobre as atividades realizadas, em andamento e planejadas para a Unidade. Em seguida, houve a visitação ao Segundo Centro de Operações Integrado (COI II), ao novo Almoxarifado Central da Organização e às vilas militares sob administração da Prefeitura de Aeronáutica de Curitiba (PACT). Houve, ainda, as reuniões setoriais específicas previstas no roteiro da inspeção. O evento marcou a primeira visita oficial do Vice-Diretor do DECEA, Maj Brig Ar Élcio Picchi ao CINDACTA II. 22

CINDACTA IV - Cel Peclat mostra à comitiva os setores da OM

CINDACTA I O Primeiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA I) recebeu, no dia 26 de setembro, a comitiva do DECEA, conforme prevêem as instruções para Inspeção às Organizações Subordinadas, daquele Departamento. Na oportunidade, o Maj Brig Ar Élcio Picchi foi recebido pelo Cel Av Eduardo dos Santos Raulino, Comandante do CINDACTA I, com as honras militares de estilo. Fizeram parte da comitiva, além de outras autoridades, o Brig Eng Roberto Souza de Oliveira, Chefe do Subdepartamento de


Parlamentares visitam CINDACTA III

Tecnologia da Informação (SDTI) e o Brig Ar Rafael Rodrigues Filho, Presidente da Comissão de Estudos Relativos a Navegação Aérea Internacional (CERNAI). O Cel Raulino ministrou palestra para a comitiva, acerca das atividades da Organização. Logo após, a comitiva visitou os órgãos setoriais do CINDACTA I.

A comitiva nas instalações operacionais

O Terceiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA III) recebeu, no dia 04 de outubro, a visita de uma comitiva de Parlamentares. A visita contou com a presença dos Senadores Cícero Lucena e Rosalba Ciarlini e dos Deputados Carlos Augusto de Souza Rosado, Albano Franco, Ana Arraes, Bruno Araújo, Carlos Eduardo Cadoca, Edio Lopes, Eugênio Rabelo, Fernando Ferro, Gonzaga Patriota, Gorete Pereira, José Linhares, Jusmari Oliveira, Marcondes Gadelha, Mendonça Prado, Otávio Leite, Raul Henry, Roberto Magalhães, Rocha Lourdes, Vinícius Carvalho e Aylton Gomes. As autoridades foram recebidas na Base Aérea de Recife (BARF) pelo Comandante do CINDACTA III, Cel Av José Alves Candez Neto. Ainda na parte da manhã a comitiva visitou as instalações da BARF, onde foram apresentados, principalmente, o conhecimento da atividade de defesa aérea e controle do espaço aéreo e as tarefas operacionais da organização e de seus órgãos subordinados. Após o almoço a comitiva recebeu um briefing do Comandante no auditório do CINDACTA e, à tarde, visitou as instalações técnicas e operacionais do Sistema de Proteção ao Vôo, bem como os assuntos referentes ao funcionamento do CINDACTA III em seus vários setores. À noite os Parlamentares jantaram com o Comandante do Segundo Comando Aéreo Regional (COMAR II), Maj Brig Ar Antonio Guilherme Telles Ribeiro, e mostraram grande satisfação com a visita realizada.

CINDACTA I - Cel Raulino apresenta as instalações do COpM 1 ao VICEA e ao SDTI

CCA-BR O Centro de Computação da Aeronáutica de Brasília (CCA-BR) recebeu a comitiva do DECEA no dia seguinte, 27 de setembro. Na oportunidade, o Vice-Diretor do DECEA foi recebido pelo Chefe do CCA-BR, Cel Int Tomaz Gustavo Maciel de Lima. O Chefe do CCA-BR ministrou palestra para a comitiva sobre as atividades da Organização. Destacou-se a demonstração do funcionamento da certificação digital, que está em fase de testes, aplicada no projeto do sistema gestão de documentos, desenvolvido em parceria com Centro de Desenvolvimento de Sistemas do Exército Brasileiro (CDS) - e que deverão ser disponibilizados para implantação a partir de meados do próximo ano.

CCA-BR - Cel Gustavo demonstra os novos equipamentos em funcionamento à comitiva 23


I Seminário Internacional de Coordenação SAR - Construindo conhecimento para salvar vidas -

As dificuldades enfrentadas nas buscas de uma aeronave Catalina, acidentada no pantanal da região do Aquiqui (PA), em 1947, acelerou a criação do Serviço de Busca e Salvamento no Brasil. Passados quase 60 anos, organizado pela Divisão de Busca e Salvamento do Subdepartamento de Operações do DECEA, foi realizado o I Seminário Internacional de Coordenação SAR - no período de 2 a 4 de outubro, com o intuito de criar um fórum para que pessoas ligadas aos diversos segmentos da Busca e Salvamento no País aumentassem seus conhecimentos em áreas específicas. Em se tratando de “salvar vidas”, conhecer as formas de atuação nos diversos países do mundo ao prestar o Serviço SAR, é mais que uma necessidade, é um dever. As diferenças precisam ser mínimas e as melhores soluções devem ser adotadas em conjunto, viabilizando um serviço eficiente, eficaz e conjunto. Para conhecer algumas destas diferenças, o DECEA não mediu esforços para promover um evento integrando profissionais civis e militares que dedicam suas vidas “... para que outros possam viver!” Durante três dias, no auditório da Universidade Anhembi Morumbi, São Paulo, o evento tornou conhecido o Sistema de Busca e Salvamento Aeronáutico Brasileiro, o Sistema de Investigação e Preven-

ção de Acidentes Aeronáuticos, a organização regional SAR da ICAO, o conceito Combate-SAR, o funcionamento dos Centros de Controle de Missão Cospas-Sarsat brasileiro e argentino, os inovadores satélites de órbita polar média de busca e salvamento, a formação dos profissionais de Coordenação SAR canadenses, o funcionamento integrado JRCC, bem como tornou transparente a Coordenação dos esforços durante a Operação GOL1907 e finalizou com o depoimento de uma vítima frente a frente com o resgateiro que lhe salvou a vida. Na cerimônia de abertura, o chefe do SRPV-SP, Cel Av Carlos Minelli de Sá – representando o chefe do SDOP – Brig Ar J. Roberto, afirmou que “apesar de toda a tecnologia que temos disponíveis, é cada vez mais difícil executar ações, missões ou atividades, como o controle de tráfego aéreo. Acredito que 99% dos passageiros não têm noção da infraestrutura que suporta tudo isso. E isso inclui o SAR, que funciona 24h ininterruptamente”. 24

Minelli parabenizou os organizadores que - com dedicação e afinco prepararam o Seminário e agradeceu aos representantes das empresas que apoiaram a realização do evento: EFAE – Escola de pilotagem, EMS SatCom, Gol, TAM e Air Canada. Em seguida, a Prof Dra Rosa Moraes, representando o reitor da Universidade Anhembi Morumbi, Dr. Gabriel Mário Rodrigues, desejou as boas-vindas aos participantes e o Prof Gaspar – coordenador do curso de aviação civil – também se pronunciou, dizendo que “é uma satisfação receber na nossa casa um seminário de tamanha importância e – ainda – contar com inúmeras atividades da mais alta qualidade, propiciando uma integração do meio acadêmico com o profissional.” O Maj Silvio, chefe da D-SAR coordenador do evento, divulgou a agenda do Seminário para os 350 participantes presentes e ressaltou que o objetivo maior era adquirir conhecimento mútuo para contribuir para a prestação eficiente do Serviço SAR no País.


obter êxito e permitir buir com as ações de coordenação desque haja uma meto- tinadas a salvar vidas. dologia padronizada a Seu interlocutor, Ten Jorge, falou ser seguida por todos, das limitações impostas pela antiga minimizando aciden- tecnologia analógica, em processo de tes e valorizando a desativação até 1º fevereiro de 2009, vida” – afirmou o Maj do desenvolvimento de balizas digitais Bento. na freqüência de 406MHz e sobre a Em seguida, o importância de seu registro no BRMCC, representante regio- informações contidas no Boletim entrenal da ICAO, Alberto gue e também disponíveis pelo e-mail Orero, dissertou brmcc@cindacta1.aer.mil.br. sobre a Organização Então, o Vice-Comodoro Alejandro Regional de Busca e Iazzolino – Chefe do MCC Argentino Maj Silvio - coordenador do evento - Chefe da D-SAR Salvamento e as ativi- – fez um paralelo entre a estrutura e dades SAR na região funcionamento do modelo brasileiro e Além das palestras e dos debates ao sul-americana da OACI que, além do argentino, facilitando a compreensão final de cada dia, o evento contou com Brasil, inclui outros nove países. No da operacionalidade de ambos. quatro workshops, disponíveis a todos final da apresentação, parabenizou o À tarde, o Capt Stuart Robertson, da os presentes: DECEA pela organização e agradeForça Aérea Canadense, apresentou - Sarmaster – software de coordeceu pela oportunidade de apresentar a o conceito Joint Rescue Coordination nação de operações de busca e salvaOACI ao público. Center recomendado pelo Manual mento; Internacional Aeronáutico e Marítimo – SAMU – equipe voltada para o de Coordenação SAR e a prestação do Evitando um novo acidente trabalho diário de salvar vidas ao longo Serviço SAR a partir do relacionamento O Esquadrão Pelicano (2º/10º GAv), da Estrada Régis Bittencourt, entre São Paulo e Curitiba, com demonstrações subordinado à FAe II, através do Cap Força Aérea – Guarda Costeira, trabade salvamento em altura e Ressuscita- Ronei Zacarias Viol Ferreira, apresen- lhando juntas para salvar vidas. Encerrou o segundo dia, o Sr. Richard tou o tema C-SAR (Coordenação SAR ção Cárdio-Pulmonar; L’Ecuyer, representante da empresa em Combate), descrevendo todas as - TATE INC. - empresa americana EMS SatCom, dissertando sobre o aeronaves SAR da FAB e explicando o focada na educação do conceito Perfuncionamento dos novos satélites de acionamento de um resgate num país sonel Recovery, em tempos de paz órbita polar média dedicados ao SAR tão grande como o Brasil, especificaou guerra, para pessoas que um dia em fase de implantação no mundo, e mente em ambiente hostil. possam praticar o auto-resgate ou que como esta nova ferramenta pode aceleNo ano em que, no dia 06 de dezemtrabalham como resgateiras, cujos representantes contavam com mais de bro, o 2º/10º GAv completa 50 anos, rar o processo de localização de vítimas 20 anos à frente de operações especiais com mais de 1000 pessoas salvas, o em perigo. O último dia iniciou com uma nova Sistema SAR que, somente este ano já e resgate militares. apresentação do Capt Stuart sobre salvou mais de 176 vítimas, finalizou: - H-1H - helicóptero do 2º/10º GAv a formação de Coordenação SAR no “Se este Sistema não for importante, – onde os participantes puderam ter Canadá, onde foram mostradas aeronadifícil saber como a gente vai salvar contato diretamente com tripulantes e ves e elos operacionais empregados por mais vidas, pois não só localiza o objeto resgateiros, descobrindo o dia-a-dia das aquele país, responsável pelos melhores da busca, resgata quem está vivo, aciona Operações de Busca e Salvamento. a polícia para fazer a perícia e atestar as índices de localização e salvamento no mortes, mas ainda tem o compromisso mundo. De mãos dadas para salvar vidas A primeira palestra - apresentada de contribuir para pelo Maj Carlos Alberto de Mattos que o País evite Bento (Comandante do DTCEA-SP) e mais acidentes.” No segundo pelo Maj Silvio, divulgou o SISSAR (Sisdia, o BRMCC tema de Busca e Salvamento Aeronáu(Centro de Contico Brasileiro) e o SIPAER (Sistema de trole de Missão Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) como parceiros na arte COSPAS-SARSAT de salvar vidas, numa relação seqüen- Brasileiro), repreciada entre as ações preventiva, de sentante operacoordenação SAR e de investigação de cional brasileiro junto ao Programa acidentes. “Toda vez que podemos nos reunir, COSPAS-SARSAT, sua conversar e divulgar ensinamentos, o apresentou estrutura e como Sistema cresce, o País cresce. Trabalhar nessa sinergia é uma maneira de se opera para contri- H-1H - o público em contato direto com resgateiros e tripulação 25


Workshop SAMU - simulação de um resgate

Na platéia, o Ten Cel R1 Aloiso Acioly de Sena, pioneiro da área SAR no Brasil – impressionado com as tecnologias apresentadas, lembrou a década de 50: “Naquele tempo, depois de uma certa distância do aeroporto, a comunicação era feita por telegrafia com o avião... Então, nós – brasileiros - projetamos um plotador para facilitar o traçado de padrões de busca a bordo de aeronaves como Catalina e C-47, que eles também usavam. Quando souberam, tivemos que mandar um dos nossos plotadores para eles usarem lá no Canadá. É fantástico conhecer como as coisas progrediram e tudo ficou tão mais fácil”. Um dos alunos, que também é piloto de helicópteros e cursa o 3º semestre de Aviação Civil, declarou para a Aeroespaço que os temas abordados no Seminário foram ao encontro de seus interesses, porque trouxeram mais conhecimento sobre um tema específico da aviação. A penúltima palestra, muito aguardada - Operação GOL 1907 - foi apresentada em conjunto pelo Ten Cel Moreira Lima (Comandante do PÁRA-SAR), Ten Xavier (Coordenador SAR da Operação e Chefe do Salvaero Amazônico – CINDACTA IV) e Walter Chagas Filho (Gol Linhas Aéreas). Durante sua apresentação e tentando conter a emoção, o Ten Xavier disse que o povo brasileiro podia contar com o Salvaero: “Se vocês precisarem, estaremos prontos para chegar e resgatá-los”. A seguir, Walter Chagas apresentou para o público o plano de gerenciamento de crise executado pela empresa e fez homenagem aos heróis que amenizaram a dor dos familiares das vítimas daquele acidente: “Na Gol

somos 13 mil funcionários – nós somos fãs da FAB”. Afirmou, também, que quando acontece um acidente, não existem segredo nem bandeira: “a comunidade aeronáutica deu as mãos – por isso a operação foi um sucesso”. Carregada de expectativa, o Ten Cel Moreira Lima contou como a equipe do PÁRA-SAR decolou no mesmo dia do acidente e posicionou seus primeiros homens no local, menos de 24h depois, para encontrar, sobre uma das asas, os dois primeiros corpos. Diante da cena brutal, trabalhando em conjunto, militares de diversas Unidades cortavam árvores e entravam na selva à procura de mais corpos. “No dia 28 de outubro já haviam sido reconhecidas 153 pessoas, mas faltava o Marcelo Paixão. Fomos até o meio da selva e fizemos uma homenagem para ele. Remexemos tudo, cada buraco, cada folha.” Somente no dia 21 de novembro – o legista Dr. Samuel e o Brig Ar Kersul avisaram que a FAB não tinha deixado ninguém para trás... “O trabalho foi difícil, mas com a ajuda de Deus – nosso Pastor 01 (termo de referência aos integrantes do Esquadrão) - encontramos todas as 154” – encerrou emocionado.

O Resgatado

gate do sobrevivente ao final daquele mesmo dia. O SO Oliveira, resgateiro com mais de 29 anos de serviço, presente na platéia, foi chamado para receber, emocionado, das mãos daquele que salvou a vida, o banner que contava a história do resgate. Fleury acredita que o Serviço de Busca e Salvamento é sério e importante para o País. “O valor da vida é incalculável. Eu estou aqui graças a vocês! Cabe ao Governo investir em melhores equipamentos e tudo o que é possível para aprimorar o serviço do Oliveira, que foi o meu herói”.

Encerramento

Um agradecimento a todos os palestrantes e convidados foi feito pelo coordenador do evento. Em seguida, todos os presentes foram convidados a assistir à decolagem do H-1H – presente durante todo o Seminário – e reunirem-se em um coquetel, onde poderiam construir novas relações profissionais e de amizade. “Acredito que confiança, apoio mútuo e crença nas parcerias fizeram a diferença nesse Seminário”. O Maj Silvio encerrou o evento declarando que “ao final da jornada, o DECEA espera ter colaborado para a ampliação da visão dos componentes da seleta platéia a respeito do Serviço de Busca e Salvamento Aeronáutico no País e no mundo, bem como ter contribuído para o futuro de êxitos cada vez maiores no nobre ofício de salvar vidas.” A coordenação do evento cientificou, ainda, que outras informações sobre o Sistema de Busca e Salvamento e sobre o Sistema COSPASSARSAT, inclusive para download, encontram-se disponíveis em: www.decea.gov.br/dsar.

Um dos objetivos do Seminário era construir conhecimento para salvar cada vez mais vidas e não teria sentido encerrar o evento sem apresentar alguém que, como vítima, foi resgatado com vida. O último palestrante foi André Luiz Freury, sete recordes mundiais de vôo livre que, em 28 de fevereiro de 2006, após voar da rampa de saltos de Patu – RN, inesperadamente chocou-se com as rochas. Ao ser acionado, o Salvaero Recife pôs em ação os meios aéreos da FAB - que, a partir de uma aeronave H-50 do Fleury acredita que o Serviço de Busca e Salvamento é 2º/8º GAv, realizou o res- sério e importante para o país 26


Uma Declaração de Amor Ismael Francilino de Oliveira ICEA Se eu pudesse contar as estrelas, com certeza em alguma delas encontraria teu nome escrito... Se eu andasse pelas nuvens te acharia brilhando no céu, talvez fazendo companhia às cores do arco-íris. As flores do campo são todas belas, mas você entre elas faz a diferença... O orvalho, da relva, vai descendo sobre ti, deixando-te mais formosa do que já és! Em seus lábios, me incendeio no fogo da tua brasa, de amor no seu encanto juvenil... Já está escurecendo, a noite já vem... Quero descansar no colo da minha amada, deleitar-me com as carícias das minhas mãos em sua boca delicada, quero me envolver com seus beijos adocicados, com sabor de mel. Tu és o motivo, minha inspiração para esta poesia, sem ti não haveria letra, e nem inspiração para declarar todas essas palavras expressando o meu íntimo, tu és uma parte de minha essência, tu me completa a cada instante do meu viver, tu és preciosa para mim, és a jóia mais importante do meu coração, tu és, não uma mulher, mas a menina dos meus olhos, tu és o respiro, tu és a amada do meu coração!!

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O Projeto Eficiência, programa de inclusão social realizado pelo ICEA, deu origem à contratação, em 2003, de portadores de necessidades especiais para a atividade de digitação de Dados Climatológicos dentro da Subdivisão de Climatologia Aeronáutica do Instituto. O Instituto, dentro deste programa, foi se adaptando às demandas destes funcionários especiais, e hoje conta com a total integração destes prestadores de serviço com todo o efetivo, inclusive com os instrutores e alunos de outras unidades que passam pelo ICEA. Esta integração se torna cada vez mais evidente, haja vista a participação de alguns membros deste programa nos eventos sociais e culturais desenvolvidos pela OM. Na Semana Cultural – ocorrida durante as festividades do último aniversário do ICEA - proporcionou aos membros do efetivo momentos de descontração e alegria, com apresentações culturais e artísticas realizadas pelos artistas anônimos e convidados. No evento, um agradável talento poético foi destaque: Ismael Francilino de Oliveira. Ismael, que nasceu em Guarulhos-SP, é o poeta desta edição. Cursa o segundo período da Faculdade de Letras da Universidade do Vale do Paraíba e é membro da equipe de digitadores de dados climatológicos do ICEA. Nosso poeta é portador de paralisia cerebral. Para todos que o conhecem e diante de seus colegas de trabalho é um exemplo de superação. Adora “um fio de prosa” e está sempre preocupado em fazer novos amigos em seu ambiente de trabalho. Sua simpatia e alegria de viver são contagiantes, despertando admiração em todos que fazem parte de seu cotidiano. A poesia publicada nesta edição fará parte de um CD que está sendo produzido pela Fundação Cultural Cassiano Ricardo - da prefeitura de São José dos Campos.



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