TN Petróleo 113

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OPINIÃO

Desigualdade e desrespeito à diversidade causam prejuízos

de Fabiana Simões Martins, presidente da WISTA Brasil e partner da Siano & Martins Advogados Associados

CNPE aprova nova política de exploração e produção do Brasil Siemens lança MindSphere no Brasil Opep estende corte na produção até 2018 Evento Ano XIX • maio/junho 2017 • Nº 113 • www.tnpetroleo.com.br

Fapesp e Statoil promovem workshop sobre eficiência na produção de óleo e gás

Pré-sal: ESPECIAL: LEILÕES

à venda nos próximos leilões

ARTIGOS Desenvolvimento Humano e Sustentabilidade: A reinvenção da empresa e do emprego, por Wanderlei Passarella Deep Learning, Big Data e High Performance Computing na indústria de óleo & gás, por Ana Carolina Alves Abreu


nossas redes sociais

sumário

edição nº 113 mai/jun 2017

8

Especial Leilões

Pré-sal:

à venda nos próximos leilões

18

22

24

Perfil Profissional Edmundo Bittencourt Neto,

Um técnico em determinação Eventos

Fapesp e Statoil promovem workshop sobre eficiência na produção de óleo e gás

Caderno de Sustentabilidade

Wanderlei Passarella

Desenvolvimento Humano e Sustentabilidade –

A Reinvenção da Empresa e do Emprego


26

Pessoas

Hélio Gilberto Amaral • Fabio Sakaguti •

CONSELHO EDITORIAL Affonso Vianna Junior Alexandre Castanhola Gurgel Antonio Ricardo Pimentel de Oliveira Bruno Musso Colin Foster David Zylbersztajn Eduardo Mezzalira Eraldo Montenegro Flávio Franceschetti Gary A. Logsdon Geor Thomas Erhart

36

Gilberto Israel

Coffee Break

Ivan Leão

Los Carpinteros Cubanos no Rio

Jean-Paul Terra Prates João Carlos S. Pacheco João Luiz de Deus Fernandes José Fantine Josué Rocha Luiz B. Rêgo Luiz Eduardo Braga Xavier Marcelo Costa Márcio Giannini Márcio Rocha Melo Marcius Ferrari Marco Aurélio Latgé Maria das Graças Silva Mário Jorge C. dos Santos Maurício B. Figueiredo Nathan Medeiros Paulo Buarque Guimarães

artigos 24 Desenvolvimento Humano e Sustentabilidade: A reinvenção da empresa e do emprego, por Wanderlei Passarella 32 Deep Learning, Big Data e High Performance Computing na indústria de óleo & gás, por Ana Carolina Alves Abreu

Roberto Alfradique V. de Macedo Roberto Fainstein Ronaldo J. Alves Ronaldo Schubert Sampaio Rubens Langer Samuel Barbosa

Ano XIX • Número 113 mai/jun 2017 Foto: Kjetil Eide/Statoil

seções 2 editorial

23 caderno de sustentabilidade

4 hot news

26 pessoas

6 indicadores tn

28 produtos e serviços

8 especial

36 coffee break

18 perfil profissional

38 feiras e congressos

22 eventos

39 opinião


editorial

Será que agora vai? ESSA É A PERGUNTA QUE está na cabeça de todos os que atuam na cadeia produtiva de óleo e gás, diante das medidas implementadas pelo Governo Federal, no sentido de garantir um calendário contínuo de licitações de blocos exploratórios. Entre elas, a aprovação de uma nova política de exploração e produção de petróleo e a programação, até 2019, de nada menos que 10 rodadas: quatro leilões de áreas do pré-sal sob regime de partilha, três licitações na modalidade de concessão e três de acumulações marginais (um deles realizado em maio). Os leilões devem mobilizar empresas nacionais e estrangeiras, como vinha ocorrendo desde a primeira rodada, em 1999. Mas os prospectos do pré-sal é que serão o prato principal do cardápio de rodadas nos próximos 30 meses, como mostra a matéria de capa dessa edição: Pré-sal: à venda nos próximos leilões. Nesse painel, destacamos os fatores que tornam cada prospecto atrativo para os que já operam no pré-sal, como a Petrobras e suas associadas e parceiras, e que devem acirrar o apetite das majors que estiverem com recursos para entrar nesse jogo, como a Exxom Mobil e outras. O que todos perguntam é se a cadeia produtiva vai sair da inércia e mudar a marcha da estagnação para acelerar rumo ao aquecimento da economia. Os leilões, no primeiro momento, devem gerar uma demanda de serviços na área ambiental (o difícil licenciamento) e de levantamento de dados (sísmica, geofísica etc.). Mas nada tão significativo que faça a indústria aquecer os motores em face das mudanças nas regras de conteúdo local, duramente criticada por todos os setores – com exceção, é claro, das operadoras, demandantes de bens e serviços. O que todos desejam é que a revisão das regras de conteúdo local seja feita sob a luz de estudos técnicos e consulta a todos os setores, dentro da mais absoluta transparência – algo que anda rareando por aqui, quanto mais farto é o petróleo. O governo se comprometeu a contratar os estudos, ouvir todas as partes interessadas, mas até agora não apresentou essa agenda. Apenas atenuou as regras para os próximos leilões, como forma de atrair mais petroleiras para explorar as reservas brasileiras de petróleo e gás, sem o custo do conteúdo local. A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) começou um segundo road showinternacional para divulgar as próximas rodadas de licitações na Austrália, Malásia, Cingapura, China, entre outros países. A primeira ficou no Ocidente, entre Londres e Nova Iorque. Todo esse esforço deve acirrar ainda mais a ‘sanha’ em torno dos ativos do pré-sal, que os mais ignorantes acreditam que não exista, a despeito dos mais de 1,5 milhão de boe/dia que extraímos dessa nova fronteira, e os mais espertos dizem que é impossível de explorar sem regras mais flexíveis, mas que vem sendo feito com êxito até agora nesse contexto. Vale um complemento à pergunta do título. Quem vai sair ganhando com isso? O Brasil, os brasileiros e todos aqueles que investem aqui, espero. Benício Biz Diretor da Benício Biz Editores

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TN Petróleo 113

Rua Nilo Peçanha, 26/904 Centro – CEP 20020 100 Rio de Janeiro – RJ – Brasil Tel/fax: 55 21 3786-8365 www.tnpetroleo.com.br tnpetroleo@tnpetroleo.com.br

DIRETOR EXECUTIVO Benício Biz - beniciobiz@tnpetroleo.com.br DIRETORA DE COMUNICAÇÃO Lia Medeiros (21) 98241-1133 liamedeiros@tnpetroleo.com.br EDITORA Beatriz Cardoso: (21) 99617-2360 beatrizcardoso@tnpetroleo.com.br EDITOR DE ARTE, CULTURA E GASTRONOMIA Orlando Santos: (21) 99491-5468 RELAÇÕES INTERNACIONAIS Dagmar Brasilio: (21) 99361-2876 dagmar.brasilio@tnpetroleo.com.br DESIGN GRÁFICO Benício Biz: (21) 99194-5172 beniciobiz@tnpetroleo.com.br PRODUÇÃO GRÁFICA E WEBMASTER Laércio Lourenço laercio@tnpetroleo.com.br REVISÃO Adênio de Carvalho: (21) 99649-4855 DEPARTAMENTO COMERCIAL Rodrigo Matias: (21) 99269-4721 matias@tnpetroleo.com.br ASSINATURAS (21) 99269-4721 assinaturas@tnpetroleo.com.br CTP e IMPRESSÃO Rio Tinto DISTRIBUIÇÃO Benício Biz Editores Associados. Filiada à ANATEC Os artigos assinados são de total responsabilidade dos autores, não representando, necessariamente, a opinião dos editores. TN Petróleo é dirigida a empresários, executivos, engenheiros, geólogos, técnicos, pesquisadores, fornecedores e compradores do setor de petróleo.



hot news

COMO PARTE INTEGRANTE da nova Política de E&P brasileira, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aprovou no dia 8 de junho a oferta permanente de áreas para exploração e produção. A 34ª Reunião Ordinária do Conselho foi presidida pelo ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, e contou com a presença do ministro da Agricultura, Blairo Maggi. A medida se refere a áreas que já foram aprovadas pelo CNPE, ofertadas em licitações, mas não arrematadas, e também às devolvidas pelas empresas à ANP. Não serão incluídas áreas no polígono do pré-sal e as consideradas estratégicas segundo a Lei nº. 12.351/2010. A oferta permanente de áreas vai estimular a retomada de atividades no setor de petróleo e gás natural no País, que ainda sente os efeitos da queda dos preços do petróleo, da redução dos

Leilões terão mais áreas NA MESMA REUNIÃO foram feitas importantes alterações no calendário e escopo das rodadas de licitação de blocos para petróleo e gás natural, visando aumentar a competitividade das licitações. Para a 4ª. Rodada de Licitações de blocos sob o regime de partilha de produção, foi incluí-

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TN Petróleo 113

Foto: Agência Petrobras

CNPE aprova nova política de exploração e produção do Brasil

Maior agilidade – “O Brasil vai se tornar mais ágil e dinâmico na oferta de áreas para exploração e produção de petróleo e gás, a partir da nova política aprovada pelo governo, fomentando principalmente a atividade de

pequenas e médias empresas”, disse o diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Décio Oddone. "É uma decisão muito importante, que traz dinamismo e agilidade para a atuação da ANP", afirmou Oddone, em uma entrevista à Reuters. A partir de agora, a ANP precisa aguardar que a decisão seja publicada no Diário Oficial da União (DOU) para dar início à regulamentação das normas para a oferta de áreas. Oddone explicou, no entanto, que o mecanismo deverá ser muito similar ao que hoje é aplicado para as rodadas de áreas marginais: a ANP publica áreas com informações técnicas na internet e aguarda a manifestação do interesse das empresas. Depois disso, a agência marca uma data para o leilão. Mas, com o novo aval do CNPE, o processo será mais rápido, já que as áreas para licitação e o próprio leilão não precisarão passar pela aprovação do governo federal, como acontece atualmente. "A ideia é levar áreas para leilão em ondas”, conclui Oddone.

da uma área ao sul do prospecto de Uirapuru, um dos atrativos do leilão do pré-sal deste ano. Foram incluídos os setores SSEAL-AUP1 e SSEAL-AUP2, da bacia de Sergipe-Alagoas, e SPEPB-AP3, da bacia de Pernambuco-Paraíba, no 15º BID, programado para maio de 2018. E foi antecipada para essa rodada uma área da bacia de Campos (setor SC-AP5) ao mesmo tempo que o CNPE postergou o setor SC-AP4, na mesma bacia, para o leilão seguinte, programada para o segundo semestre de 2019.

O CNPE foi informado que a Petrobras exercerá seu direito de preferência para atuar como operador e ter participação mínima de 30% nos consórcios formados para exploração e produção na área unitizável adjacente ao campo de Sapinhoá, bem como nas áreas dos prospectos de Peroba e de Alto de Cabo Frio, que serão licitadas respectivamente na segunda e na terceira Rodadas de Licitações sob regime de partilha de produção.

investimentos e da interrupção das rodadas de licitações por cinco anos. Nos últimos anos houve queda acentuada no número de poços perfurados e de descobertas de petróleo. As atividades atualmente em andamento dependem principalmente dos projetos licitados no final da década passada e do desenvolvimento dos campos de Libra e da cessão onerosa. A retomada da exploração é fundamental para garantir maior nível de produção, de contratação de bens e serviços e de arrecadação no futuro.


Siemens lança MindSphere no Brasil Plataforma transforma dados em conhecimento e viabiliza novos modelos de negócios digitais.

Deep Seed e Repsol Sinopec vão desenvolver solução em parceria A BRASILEIRA DEEP Seed Solutions firmou contrato com a Repsol Sinopec Brasil para desenvolvimento em conjunto de um software sob medida, dentro do ambiente Foto: Cortesia Siemens

A SIEMENS OFICIALIZOU durante o evento “Fazendo o Brasil avançar com engenhosidade”, realizado no dia 1 de junho, o lançamento de sua plataforma MindSphere no Brasil, sistema operacional aberto para Internet das Coisas (IoT) baseado em nuvem que permite conectar máquinas e infraestruturas físicas ao mundo digital. “Com o MindSphere, a Siemens está fornecendo um sistema operacional aberto, baseado em nuvem, para a IoT. Nessa plataforma como um serviço (PaaS), aplicativos e serviços digitais podem ser desenvolvidos, operados e fornecidos”, afirma Renato Buselli, vice-presidente sênior da Divisão Digital Factory da Siemens. No contexto de IoT um número cada vez maior de ativos de uma instalação fabril ou empresa estarão conectados e gerando um volume expressivo de dados. Estes dados podem ser rápidos e eficientemente coletados, analisados e efetivamente usados para melhorar a disponibilidade e a performance de sistemas, a otimização da operação e do uso de recursos e da infraestrutura, com impactos positivos para o negócio. Segundo Buselli, o MindSphere possibilita a identificação precoce de problemas potenciais em plantas fabris e instalações, monitoramento de serviços em qualquer lugar do mundo, reduzindo paralisações

do sistema especialista FLOCO, desenvolvido pela empresa de tecnologias aplicada em processos complexos de engenharia. O projeto baseia-se na extensa experiência técnica de ambas as empresas e nos desenvolvimentos anteriores em

(downtime) pela otimização de programas de manutenção preditiva e viabilizando novos modelos de negócio. Fabricantes de máquinas, por exemplo, podem utilizar-se da plataforma para monitorar sua própria frota de máquinas ou mesmo oferecer como serviço ao seu cliente final. Buselli ainda enfatiza que, ao gerenciar toda a cadeia de valor de dados de forma inteligente, o MindSphere transforma dados em conhecimento e este conhecimento aplicado em negócios bem-sucedidos. “A Siemens acredita que essa solução contribuirá significativamente para acelerar as indústrias brasileiras na obtenção de níveis mais elevados de competitividade ”, afirma.

sistemas de geração e ranqueamento de sistemas offshore de produção. Abrange o desenvolvimento de vários módulos customizados, abordando o estado da arte na engenharia submarina e processos complexos de tomada de decisão no desenvolvimento de campos offshore. A tecnologia gerada através do projeto trará uma grande vantagem competitiva no processo de engenharia conceitual aplicado ao desenvolvimento offshore em nível global. A iniciativa também visa acelerar investimentos em projetos economicamente viáveis, além de permitir a identificação de soluções otimizadas em campos complexos, como no polo pré-sal brasileiro.

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5


indicadores tn

Opep estende corte na produção até 2018 A ORGANIZAÇÃO DOS PAÍSES Exportado-

imediato impacto nos mercados e os preços

da produção, seja proveniente da Rússia,

res de Petróleo (Opep) decidiu estender por

baixaram mais de 3%, tanto em Londres como

da Arábia Saudita ou das operações de gás

mais nove meses o corte de 1,8 milhão de

em Nova Iorque.

de xisto dos Estados Unidos, irá diminuir

barris por dia na produção de petróleo – ou

O economista-chefe da World First, Je-

o impacto desses cortes na produção dos

seja, até maio de 2018. A decisão, teve de

remy Cook, lembra que “qualquer aumento

membros da Opep. E vai, provavelmente,

Produção de países-membros da Opep e não membros – maio/2015 a abril/2017 Produção de países-membros da Opep

mb/d (Opep) 34 33 32

Outros países produtores

mb/d (total) 95.8

94.9 31.5

31.7

31 30 29

Produção da Petrobras de óleo, LGN e gás natural

Fevereiro

Março

Abril

Bacia de Campos 1.363,00 1.367,40 1.303,18 1.324,99 1.269,44 1.225,71 Outras (offshore)

703,10

Total offshore

2.066,1

Total onshore

167,6

Total Brasil

770,10

764,05

716,67

700,72

723,93

2.137,5 2.067,23 2.041,66 1.970,16 1.949,64 167,60

159,22

156,5

152,69

151,69

2.233,7 2.300,7 2.226,45 2.198,16 2.122,85 2.101,33

Produção de GN sem liquefeito (em mm³/d)* - Brasil Novembro Dezembro

Janeiro

Fevereiro

Março

Abril

Bacia de Campos 25.874,1 25.874,1 24.210,7 25.276,6 23.540,9 23.695,4 Outras (offshore) 37.504,2 39.243,1 38.203,0 38.234,7 39.243,1 38.446,8 Total offshore

63.378,4 64.800,5 64.228,1 63.511,2 61.743,9 62.142,2

Total onshore

17.078,3 16.985,5

17.145,0 16.690,0 15.906,7 16.353,9

Total Brasil

80.456,7 81.786,0

81.373,1 80.201,2 77.650,5 78.496,1

Novembro Dezembro

Janeiro

Fevereiro

Março

Abril

66,4

61,2

69,0

69,0

65,9

64,01

8.370,4 10.950,8

9.595,9

Produção de GN sem liquefeito (em mm³/d) - Internacional Exterior

9.149,0 10.322,0

8.644,0

Produção total de óleo, LGN e de gás natural (em mboe/d) Brasil+Exterior

2.860,0

2.937,1

2.295,5

2.261,6

2.188,8

(*) Inclui gás injetado. (**) Em 2003 inclui os dados da Petrobras Energia (ex-Pecom). Fonte: Petrobras

6

TN Petróleo 113

do acordo, não tendo que cumprir qualquer limite à produção. O Irã passa a ser abrangido. Além disso, a Rússia, que não faz parte da organização decidiu cooperar com o cartel petrolífero pela primeira vez em 15 anos. Essa ação tem mantido o preço do barril

09.06.2017

1.88 2.55 Variação no período: -0.47%

BOVESPA (%) 05.05.2017

09.06.2017

1.31 -0.87 Variação no período: -4.09%

DÓLAR COMERCIAL* 05.05.2017

09.06.2017

3.177 3.297 Variação no período: 3.40%

Produção de óleo e LGN (em mbpd)** - Internacional Exterior

instabilidade polítca interna, ficam de fora

05.05.2017

Produção de óleo e LGN (em mbpd) - Brasil Janeiro

A Nigéria e a Líbia, por causa da grande

DJ OIL & GAS (%)

Período de 11/2016 a 04/2017

Novembro Dezembro

nos mercados de petróleo até 2019. “

de petróleo acima dos US$ 50, permitindo

Abril 17

Fev 17

Mar 17

Jan 17

Dez 16

Nov 16

Set 16

Out 16

Jul 16

Ago 16

Jun 16

Maio 16

Abril 16

Fev 16

Mar 16

Jan 16

Dez 15

Nov 15

Set 15

Out 15

Jul 15

Ago 15

Jun 15

Maio 15

28

99 98 97 96 95 94 93 92 91

prolongar este excesso de oferta que tivemos

2.165,3

EURO COMERCIAL* 05.05.2017

09.06.2017

3.49 3.69 Variação no período: 5.39 % *Valor de venda, em R$


a toda cadeia produtiva de petróleo respirar

a US$ 48.32 após queda de 2,7% no dia e de

em meio à crise que começa a esmorecer. A

2,3% no mês.

queda do preço do petróleo em 2014 obrigou

Produção americana repõe o que Opep deixa

países como Arábia Saudita e Rússia a reali-

de produzir – Segundo os cálculos da con-

zarem consideráveis contenções de despesas,

sultoria, atualmente a produção americana

sendo que outros foram seriamente impac-

atinge 9,4 milhões de barris por dia. A expec-

tados por isso, como Venezuela e Nigéria.

tativa é que esse volume cresça, em média,

Agentes do mercado de petróleo defen-

95 mil barris em todos os meses até que 2017

diam que os cortes na produção, iniciados

termine. Ou seja, há potencial de avanço em

em janeiro deste ano, deveriam se estender

665 mil barris até dezembro, ultrapassando

ao menos até março, para de fato reduzir

10 milhões de barris. “A US$ 50 a produção de petróleo nos

os estoques globais e ajudar a equilibrar a

EUA já sobe mais rápido do que qualquer

oferta e a demanda. O acordo foi prorrogado e, mesmo assim,

analista do mercado tenha previsto”, comenta,

os preços caíram. O barril do Brent terminou

em nota, Bjornar Tonhaugen, vice-presidente

no mês de maio valendo US$ 50.31. O recuo

de mercado de petróleo da Rystad. “Com

durante o mês foi de 3,2%. Já o WTI de igual

isso, o otimismo inicial quanto aos cortes da

mês, negociado na Nymex, de Nova York, foi

Opep pode se transformar em ceticismo“.

PERÍODO: 05.05.2017 a 09.06.2017 | AÇÕES AÇÕES AÇÕES AÇÕES

PETROBRAS

ON

R$

R$

14,81 13,78

R$

R$

14,21 12,85

PN

Variação no período: -1.99%

Variação no período: -5.51%

VALE R$

R$

R$

R$

ON 26,05 27,30 PNA 24,94 25,72 Variação no período: 7.69%

Variação no período: 5.24%

CPFL

BRASKEM

R$

R$

R$

R$

ON 12,49 12,48 PNA 33,96 33,80 Variação no período: -1.22%

Variação no período: -0.21%

PETRÓLEO BRENT (US$) 05.05.2017

49.10

09.06.2017

48.15

Variação no período: -0,48%

PETRÓLEO WTI (US$) 05.05.2017

46.22

FRASES

09.06.2017

45.83

Variação no período: -0.68%

"A FAPESP tem expandido muito suas atividades na área de cooperação com indústrias por ser esta uma maneira de multiplicar os recursos e possibilitar avanço científico. Nesses projetos, de modo geral, a FAPESP entra com uma parte, a empresa com outra parte e as universidades com duas partes, sendo que para as universidades esses recursos já são destinados para sua própria atividade.” José Goldemberg, presidente da FAPESP sobre a parceria com a Statoil. 12/06/2017 – Agência Fapesp – Revista Fundações

"Estamos muito otimistas com o andamento do programa no governo.” Gabriel Kropsch, vice-presidente da ABiogás, após aprovação pelo CNPE do RenovaBio, que pode levar o Brasil a produzir 30 milhões de m3 por dia de biometano em 2030 (quase 40% do consumo atual de gás natural). 09/06/2017 – Portal Setor Energético

"O mercado de manutenção e reparos navais sozinho não tem a força necessária para reerguer o setor, mas se o explorarmos em conjunto com outros segmentos de atuação, como o mercado de iates, o de transporte fluvial e o segmento militar, podemos reaquecê-lo.” Marcelo Campos, mpresidente da Câmara Setorial de Equipamentos Navais, Offshore e Onshore da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (CSENO-ABIMAQ). 09/06/2017 – TN Petróleo

TN Petróleo 113

7


leilões

MG

Pré-sal: SP

à venda nos próximos leilões

Mexilhão

8

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- 210 0000 0m m

-1 00

- 400

m

0m

Reconhecido internacionalmente como uma das maiores províncias N N petrolíferas dos últimos cem anos, o polígono do pré-sal, com seus 1-SP BM-S-51 quase 150 mil km², começa a ser leiloado a partir desse ano para Merluza Sagitário os investidores internacionais, sem obrigatoriedade da participação Bem-te-vi da Petrobras em todos os blocos. 1 1037 Os blocos do pré-sal são hoje um dos ativos mais cobiçados mercado 1101 no1102 1166 mundial de petróleo, independente de fatores como regras1165de conteúdo nacional ou regime de partilha. Ainda que demande investimentos l Pré-sa pesados, alta tecnologia, projetos grandiosos e uma logística complexa, B a exploração dessas reservas na costa brasileira, estimadas entre 37 a 46 bilhões de barris de óleo equivalente (boe), representa um novo ‘Eldorado’ em um cenário de conflitos no Oriente Médio e na África, alto m - 3000 custo do fracking nos Estados Unidos e uma demanda ainda crescente por Beatriz Cardoso por esta fonte energética em todo o planeta.


ES

Cachalote

Baleia Anã

Jubarte

Baleia Franca

Baleia Azul Canaréu Pirambú Albacora Albacora Leste

RJ

Marlim Marlim Leste Marlim Sul CaratingaCarimbé

C-M-539

Tambuatá

Tambaú

Oliva

Uruguá Búzios

2-ANP-2A-RJS Libra Atapu Oeste de Atapu Sul de Sururu Sépia Leste Sépia Júpiter

BM-S-54 Norte de Sururu Norte de Berbigão Berbigão PS-98 Sururu Sul de Berbigão Área de Iracema Lapa

1-SPS-52A Sapinhoá

Lula

Bacia de Campos

1-RJS-652A Sul de Lula

Sul de Sapinhoá

Bacia de Santos

OCEANO ATLÂNTICO

Dezembro de 2015 Concessão Cessão Onerosa Ilustração: TN Petróleo

Itapú

Atlanta

Partilha de produção

TN Petróleo 113

9


leilões

P

rimeiros leilões no pré-sal desde a mudança no marco regulatório do regime de partilha, que retirou da Petrobras o papel de operadora única, com participação obrigatória de no mínimo 30%, as rodadas de Licitações sob o Regime de Partilha de Produção na Área do Pré-Sal vão disponibilizar nada menos que oito prospectos este ano, sete em 2018 e cinco em 2019. Autorizados pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), esses leilões estão mobilizando toda a equipe de licitações da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que deve fazer o calendário andar sem tropeços. Somente nos dois primeiros, o bônus de assinatura (valor mínimo) dos oito prospectos soma R$ 7,75 bilhões de reais. Esse é quase o montante arrematado pela ANP no leilão realizado em maio, de campos maduros, e que ficou 1.649% acima do valor estimado pela agência em bônus de assinatura. Imagine o que pode ocorrer na disputa pelo pré-sal, que pode assegurar recursos volumosos também para a PPSA. Eles ocorrem no momento em que a Petrobras está entrando em seu quarto ciclo de expansão com a produção do pré-sal, segundo anunciou a diretora de Exploração e Produção da Petrobras, Solange Guedes. A executiva afirmou isso em evento paralelo à Offshore Technology Conference (OTC), maior conferência e exposição do setor no mundo realizada anualmente em Houston (EUA). A declaração de Guedes foi feita durante painel promovido pela

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TN Petróleo 113

Área do polígono do Pré-sal

149.000 km2

Área de Concessão

42.000 km2 (28%) Lei no. 9.478 (1998)

Área de Cessão Onerosa

3.740 km2 (2,5%) Lei no. 12.276 (2010)

Área de Partilha de Produção (Libra)

1.548 km2 (1%) Leis nos. 12.304 e 12.351 (2010)

Reservas estimadas (setembro/2014)

37-46 bilhões boe

Produção diária (julho/2016)

1.060 milhão bopd e 40,8 MM m3/dia de gás – de 63 poços

Câmara de Comércio Brasil-Texas (Bratecc) intitulado, oportunamente, de “Óleo e Gás no Brasil: as Regras do Jogo”. E apenas reforçou o que já é de conhecimento de todos: o enorme potencial dessa nova fronteira, na qual os poços têm elevada produtividade, acima de 30 mil barris/dia de óleo – volume raro de se extrair em ativos de produção offshore de hidrocarbonetos. Confirmam essa performance os marcos alcançados pela Petrobras, que chegou ao patamar de 1 milhão de barris de petróleo por dia um ano antes do previsto e, hoje, com uma produção média de 1,5 milhão de boe/dia (tendo superado a marca de 1,6 milhão de boe em dezembro de 2016), responde a 47% da produção nacional de hidrocarbonetos. Só o campo de Lula, campeão absoluto de produção, gera 824 mil boe/dia, dos quais 651 mil barris de óleo e 27,6 milhões de metros cúbicos de gás natural.

Nova onda é para todos A quarta onda da indústria brasileira de petróleo – que tem na Petrobras sua maior estrela – marca o início de uma nova tem-

porada, na qual as oil majors vão poder ‘surfar’ nesse mercado que sofreu duros revezes nos últimos meses, mas nunca perdeu seus atrativos. O principal deles é o chamado polígono do pré-sal, cuja área definida na Lei nº 12.351, de 2010, é de 149 mil km² – equivalente à metade do território da Itália ou a soma da área da Bélgica, Suíça, Países Baixos e Dinamarca (156.287 km²). No entanto, há quem diga que o pré-sal pode ir além dessa delimitação legal da mesma forma que os reservatórios extrapolam os limites dos blocos. O que obriga os concessionários dos blocos que ‘compartilham’ o mesmo reservatório a celebrar acordos de individualização da produção (AIPs), também conhecidos como unitização. Esses acordos estão previstos na Lei do Petróleo, como é conhecida a Lei nº 9.478, de 6 de agosto de 1997, que extinguiu o monopólio da Petrobras na exploração e produção de hidrocarbonetos. O objetivo principal é a racionalização e o melhor aproveitamento dessa jazida comum evitando assim uma produção predatória ou injusta. Ou seja: evitar conflitos e disputas.


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Rodadas ANP Blocos da 15ª Rodada Blocos da 16ª Rodada Área do Pré-sal

Quem coordena essa negociação até a formalização do acordo é a Pré-sal Petróleo (PPSA), que tem cerca de uma dúzia de acordos firmados ou em negociação e mantém sob mira várias áreas com potencial para AIPs.

Unitização Talvez seja essa a razão da oferta de quatro áreas unitizáveis no primeiro leilão (BID) de partilha de produção de 2017, previsto para o segundo semestre, depois de quatro anos da licitação do gigantesco campo de Libra (com 1.500 km²), em 2013, na bacia de Santos. 12

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O campo foi arrematado pelo consórcio que reúne Petrobras (40%), Total e Shell (20% cada uma) e as chinesas CNPC e CNOOC (10% cada uma) e que já prevê o primeiro óleo para este ano por meio de um teste de longa duração (TLD). São três áreas na bacia de Santos, duas delas adjacentes a prospectos que registram descobertas, como o de Carcará (bloco BM-S-8), onde a Petrobras encontrou uma coluna de 318 metros de óleos, e o de Gato do Mato (bloco BM-S54), no qual a Shell descobriu uma jazida significativa.

A terceira área está no entorno do campo de Sapinhoá, na bacia de Santos. Na realidade, esse entorno abrange quatro áreas, como mostram os mapas, que serão licitadas como uma só, pois estão ao redor do segundo maior produtor do pré-sal, que em abril agregou quase 300 mil boe/dia à produção do País. Razão pela qual a Petrobras decidiu exercer o direito de preferência, assegurado no projeto de lei que mudou as regras da partilha. Com isso, a Petrobras será operadora com participação mínima de 30%, podendo ampliar essa fatia até o leilão.


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assinatura é de R$ 200 milhões, enquanto que o seu valor mínimo é de R$ 100 milhões tanto para as adjacências de Gato do Mato como de Tartaruga Verde.

Foto: Agência Petrobras

Direito de preferência

A quarta área unitizável é adjacente ao campo de Tartaruga Verde, na bacia de Campos, que tem jazida compartilhada com Tartaruga Mestiça. A Petrobras estava negociando 50% do campo com a Karoon Gas Australia, quando teve a operação suspensa por liminar no final de 2016. A empresa já pediu liberação para seguir com a negociação que faz parte do plano de desinvestimento da estatal. A disputa deve ser acirrada nessa primeira licitação, de áreas unitizáveis, até mesmo pelo inte14

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resse das petroleiras que fizeram descobertas nos locais. O bônus de assinatura das quatro áreas soma R$ 3,4 bilhões, dos quais, R$ 3 bilhões são o valor mínimo para quem quiser entrar na disputa pela área adjacente de Carcará. Nesse caso, a parcela destinada à PPSA corresponderá a R$ 27,5 milhões. O alto valor talvez seja a razão pela qual a Petrobras não tenha exercido sua preferência, uma vez que ainda está ‘arrumando’ as finanças. Preferiu o entorno de Sapinhoá, para o qual o bônus de

Prevista para se realizar até o final do ano, o terceiro BID do pré-sal vai oferecer quatro áreas que devem estimular o apetite de oil companies que atuam no País, assim como daquelas que estavam esperando por oportunidades no pré-sal, como a Exxom Mobil, entre outras. Serão ofertadas as áreas de Pau Brasil, Peroba e Alto de Cabo Frio-Oeste, na bacia de Santos, e a de Alto de Cabo Frio-Central, colada ao bloco anterior, mas que avança também pela bacia de Campos. Mostrando que continua com apetite, a Petrobras já informou que vai exercer o direito de preferência por duas áreas, que considera estratégicas, “tendo foco na maximização de valor do seu portfólio”. A primeira delas, é a área de Peroba encravada ao sul dos campos de Lula e a oeste de Sapinhoá, que juntos respondem por 80% da produção do pré-sal. A 300 quilômetros da costa e em águas de 220 metros de profundidade, ela também está a sudoeste do campo de Júpiter, operado pela Petrobras (80%) e Petrogal Brasil (20%). Descoberto no final da década passada, esse campo tem uma grande jazida de gás natural e óleo leve, com alto teor de gás carbônico. O que torna mais complexa a extração e razão pela qual a ANP, em março de 2016, aprovou resolução postergando até 2021 o prazo exploratório previsto no contrato de concessão. E já há indícios de uma jazida compartilhada em área não contratada, que demandará um acordo de individualização da produção.


O investimento da estatal dessa vez será maior, uma vez que o bônus de assinatura de Peroba é R$ 2 bilhões. Já para exercer a preferência em Alto de Cabo Frio-Central, a estatal terá de desembolsar mais R$ 500 milhões, valor mínimo para o prospecto que está situado à nordeste do campo de Libra. Em águas que variam de 1700 a 2900 metros de profundidade, o prospecto está a 150 quilômetros da costa. Com essa aquisição a estatal, quiçá junto com seus parceiros em Libra, poderá consolidar um corredor de produção conectando as duas bacias, Santos e Campos. Com isso, a estatal estará respondendo por mais da metade do total estimado pela ANP para essa rodada, que é R$ 4,35 bilhões, dos quais R$ 1,5 bilhão para Pau Brasil e R$ 350 milhões para Alto de Cabo Frio-Oeste. De acordo com a

Foto: Agência Petrobras

Pré-sal: à venda nos próximos leilões

Resolução do CNPE que aprovou esse leilão, a partir do resultado do certame, será destinado à PPSA o valor de R$ 26,36 milhões. Pau-Brasil poderá gerar uma boa disputa, com ágio expressivo, uma vez que teria reservas de 2,5 bilhões de barris de óleo recuperável, dentro de uma estimativa da ANP, divulgada pela ex-diretora Magda Chambriard, em 2014, de 8

bilhões de barris de produção In situ (óleo total ainda não aprovado e que pode ou não ser recuperável). Pa u - B r a s i l , assim como Peroba, já haviam sido avaliadas em 2013, juntamente com Libra e entorno de Júpiter, para o pri-

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leilões

ção de descoberta de Sagitário em pouco mais de um ano, de agosto de 2017 para outubro de 2018. Razão pela qual, dependendo dos estudos finais, poderá levar a Petrobras a exercer direito de preferência também em Uirapuru. Os outros blocos exploratórios, na bacia de Campos, deverão atrair investidores não somente pelo potencial do pré-sal como também de toda a infraestrutura existente na região, tanto em terra como no mar.

Foto: British Petroleum

A grande disputa

meiro leilão em regime de partilha, conforme relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) publicado em junho daquele ano, que dispunha sobre ações necessárias para a realização do leilão. Apenas Libra foi para o certame.

A ordem é leiloar No intuito de deixar claro que a proposta do governo federal é licitar mais e mais ativos no pré-sal para gerar receita, o CNPE aprovou também pelo menos mais dois leilões para os próximos dois anos. Fontes do Ministério de Minas e Energia (MME) afirmam que se o resultado dos BIDs desse ano forem bons, o governo pode tirar da cartola novas rodadas sob regime de partilha. Para o primeiro semestre do próximo ano, ainda sem data definida, está previsto o quarto leilão, para o qual estão em avaliação os prospectos de Saturno, Três Marias e Uirapuru, na bacia de Santos, e dos blocos exploratórios C-M-537, C-M-655, C-M-657 e C-M-709, na bacia de Campos. 16

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Se tiver ‘bala na agulha’ – ou seja, recursos em mãos, a Petrobras deverá exercer seu direito de preferência por Três Marias, uma área colada ao sul do campo de Libra, acima do campo de Júpiter, que fica a apenas 13 quilômetros de Lula. Júpiter, que também teve seu prazo exploratório prorrogado pela ANP até 2021 e é operado pela Petrobras (80%) e Petrogal Brasil (20%), já tem várias descobertas registradas pela estatal, que deverá dar uma atenção redobrada. Atraente também é o prospecto de Saturno, a leste de Três Marias, pelas razões acima citadas. O terceiro campo da bacia de Santos, Uirapuru, fica a leste de Sagitário, e a norte de Bem-te-vi. Operado pela Petrobras (60%), em consórcio integrado ainda pela Repsol Sinopec e Shell, com 20% de participação cada, Sagitário (BMS-50), com várias descobertas, teve sua declaração de comercialidade postergada, a pedido da estatal e suas sócias, no ano passado. O campo teve alongado o prazo para conclusão do plano de avalia-

As áreas estão indicadas na Resolução no. 10 do CNPE, publicada em 11 de abril desse ano, que também autorizou a ANP a promover a quinta rodada do pré-sal, as 14ª e 15ª licitações de blocos exploratórios e dois leilões de áreas marginais. Para o segundo semestre de 2019 está previsto o 5º BID do pré-sal, sob regime de partilha, para o qual estão sendo avaliados os parâmetros dos prospectos de Aram, Bumerangue, sudeste de Lula, sul e sudoeste de Júpiter, todos na bacia de Santos. Sobre Bumerangue, quase na área costeira do Paraná, não há muitas informações. Mas o prospecto de Aram torna-se atraente por estar a oeste de Bem-te-vi, descoberta feita no bloco exploratório BMS-8, onde também se situa o campo de Carcará. Operadora do bloco com 66% de participação, em sociedade com a Petrogal Brasil (14%), a Barra Energia e a Queiroz Galvão Exploração e Produção (QGEP), cada uma com 10%, a Petrobras devolveu parte do bloco à ANP em 2014. E no ano passado vendeu o restante de sua participação para a Statoil Brasil Óleo e Gás. A estatal norueguesa agora vai conduzir as operações de E&P em Carcará, que é considerada uma das mais promissoras do pré-sal.


Mais os blocos que devem levar a Petrobras e oil companies a uma forte disputa são os três restantes: sudeste de Lula, sul e Sudoeste de Júpiter, que estão localizados entre os dois campos, na parte sul dos mesmos. Lula, que tem dois FPSOs iniciando produção esse ano (Lula Sul e Lula Norte), deve atingir 1 milhão de barris, volume mais do que suficiente para atrair investidores para esses três prospectos. Mais ainda se considerarmos o potencial de Júpiter (BMS-24), que teve pedido de prorrogação na mesma época que Sagitário. Operado pela Petrobras (80%), associada à portuguesa Galp, que detém 20% de participação, Júpiter teve a declaração de comercialidade da descoberta prorrogada em cinco anos, de 2016 para 2021. Ou seja, a estatal tem menos de dois anos para juntar recursos

para entrar nessa disputa em 2019 de áreas na nova fronteira onde tem tido tanto sucesso. A diretora executiva de E&P da Petrobras, reiterou aos quatro ventos que o pré-sal é altamente rentável mesmo em um cenário do preço do barril do Brent entre US$ 45 e US$ 50. O que a leva a afirmar isso são as conquistas e aprendizado que a estatal vem consolidando nesses últimos dez anos. Primeiro, a redução dos custos e período de perfuração de poços em um ambiente tão instável como a camada de sal. Hoje a estatal é capaz de construir um poço três vezes mais rápido do que no início da produção. “Devido à alta produtividade, menos poços precisam ser perfurados para que os sistemas produzam em sua capacidade máxima, levando a economias significativas em investimentos”, argumen-

Foto: Maersk Oil

Pré-sal: à venda nos próximos leilões

tou Solange Guedes em Houston, durante a OTC. E lembrou ainda que a companhia também já foi capaz de atingir um custo de extração abaixo de US$ 8 por barril nessas áreas.

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perfil profissional

Um técnico em

determinação por Beatriz Cardoso

O engenheiro elétrico Edmundo Bittencourt Neto acredita que a persistência sempre traz satisfação. Principalmente na vida profissional, como comprova a trajetória desse gaúcho, que chega aos 50 anos (em agosto) na direção da Unidade de Negócios Marítimos da PESA, uma joint venture entre a empresa e a PON POWER, distribuidora de produtos Caterpillar para a Escandinávia e Holanda. Segundo ele, é fundamental ainda não ter receio de experimentar novos e desconhecidos desafios.

Fotos: Arquivo pessoal

“LEMBRO QUANDO FUI CONVIDADO para vir para o Rio de Janeiro e perguntei ao meu pai o que ele achava. Ele disse: O trem parou nesta estação (você), abriu a porta e se você não experimentar nunca saberá. Se não der certo pegue o trem de volta para casa”. Somente um espírito determinado levaria o jovem Edmundo Bittencourt a persistir no curso de engenharia elétrica na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, onde ingressou em 1985, aos 18 anos, depois de concluir o ensino técnico na área de química. “Fiz minha faculdade com muito sacrifício. Levei 10 anos para me formar, sempre trabalhando e estudando à noite, tendo chance apenas de fazer poucas cadeiras por semestre, mas sempre determinado, nunca desisti”, revela o executivo da PESA. O primeiro emprego surgiu em 1986, na Stemac, onde o pai era gerente administrativo. “Embora tivesse a formação técnica em química, a oportunidade de começar como técnico eletricista logo após ter ingressado na universidade me mostrava um caminho a seguir”, afirma Edmundo. Três anos depois, viu a possibilidade de expandir os conhecimentos adquiridos na área painéis elétricos e entender melhor o setor de custos ao ingressar como orçamentista na BD Eletroindustrial, localizada no Distrito Industrial da cidade Cachoeirinha (área metropolitana de Porto Alegre). Pertencente ao Grupo Bojunga Dias, a empresa foi uma das maiores instaladoras do Sul. “Era um desafio me deslocar todos os dias de Porto Alegre até lá, de ônibus, voltar no final do dia para a capital e ainda ir estudar à noite na PUC. Meu gestor, Augusto Escobar Jr., é quem me mostrou o caminho dos negócios”, afirma. Depois de quatro anos, em 1993, voltaria como orçamentista à Stemac, onde ficaria por 16 anos, o que ele considera a sua maior

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perfil profissional Aprendendo algo novo

escola profissional. “Tenho uma grande gratidão pela empresa, que foi minha escola e minha casa, em duas etapas da minha carreira profissional. Tenho orgulho de ter trabalhado para os irmãos Jorge Luiz e João Luiz Buneder, que são exemplos de empresários dedicados e focados ao seu negócio de sucesso”, salienta o executivo.

Diploma superior sempre faz diferença A volta à Stemac, sediada em Porto Alegre, possibilitou a Edmundo concluir o curso de engenharia elétrica em 1995, o que impulsionou ainda mais o profissional recém-formado, mas com dez anos de experiência no mercado de trabalho. “Um diploma em um curso superior sempre faz diferença”, destaca Edmundo. Tanto que logo assumiria a função de gerente de projeto e depois, a de desenvolvimento de projetos, que ele considera um dos grandes desafios dessa etapa. “Era responsável por cerca de 50 pessoas e tinha reuniões semanais com os donos da empresa. Graças às cobranças e pressões normais de uma posição como esta, aprendi muito nessa fase”, avalia. Mas o lugar que ficou mais tempo na Stemac foi na área de Desenvolvimento de Negócios, onde Edmundo acompanhava todos os negócios ligados a assuntos especiais e, posteriormente, aos relacionados ao mercado de Óleo & Gás, junto às filiais da companhia. O fornecimento de grupos geradores para diversas estações de compressão do Gasoduto Brasil-Bolívia foi um dos projetos emblemáticos que conduziu na Stemac. “Era um negócio muito grande com a Petrobras e na última hora havíamos decidido não participar. Depois de muita conversa com meu gestor e de convencimento interno, acabamos por entrar na licitação e conquistamos o fornecimento de 14 unidades, que somavam um negócio de aproximadamente US$ 90 milhões”, conta o executivo. Nessa função, em 2006 seria transferido para o Rio de Janeiro, onde faria dois anos depois MBA in Project Mana20

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Local e data de nascimento: Porto Alegre (RS), no dia 20/08/1967. Estado civil: Casado há 26 anos com Andrea Bettina Enrich Bittencourt, uruguaia, e tem uma filha de 13 anos, Athena. Qual livro está lendo? No momento estou lendo Os Gênios da Ciência – Sobre os Ombros de Gigantes, de Stephen Hawking. Qual seu livro de cabeceira? Criando Riqueza, de Olivia Alonso. O que gosta de fazer nas horas de folga? Estar com a família, ir ao cinema, andar de bicicleta e caminhar na praia. Qual o seu hobby? Sou colecionador de moedas e selos há 30 anos. Música predileta? Sou eclético para música, mas tenho apreciado muito escutar as músicas de Ed Sheeran no momento.

gement na Fundação Getúlio Vargas, por meio do Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural da Petrobras para desenvolvimento de mão de obra. No início de 2009, em busca de novos desafios, foi para a Atnas Engenharia, onde atuou por seis meses como coordenador de Supply Chain. “Fui convidado a fazer parte do grupo de projetos e suprimentos da empresa para atender ao Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). Foi uma experiência curta, mas muito proveitosa em vivenciar o dia a dia daquele que havia sido meu cliente por tanto tempo e estar do outro lado da mesa”, observa.

Em agosto viu a oportunidade de voltar aos negócios de motores e grupos geradores para o mercado de Óleo & Gás na Sotreq, a principal distribuidora no Brasil da Caterpillar. “A Sotreq também é uma empresa de cunho familiar e bastante profissionalizada, o que demonstra os 75 anos como distribuidora de produtos Caterpillar. Portanto, havia várias similaridades com a Stemac”, analisa. A diferença é que, enquanto na Stemac lidava com diversas marcas de motores diesel e a gás natural, na Sotreq atuaria apenas com a Caterpillar. “O novo foi conhecer a apaixonante história da marca, sua organização como companhia worldwide e seu canal de distribuidores. Sem mencionar a qualidade da vasta linha de produtos e material técnico e treinamento disponíveis”, afiança o engenheiro Teria na nova empresa uma trajetória que considera fantástica, reconhecendo que foi na Sotreq que ‘o bichinho do petróleo’ o pegou de vez. “Por meio de meu gestor, Gustavo Sepúlveda, tive inúmeras oportunidades”, afirma Edmundo, que começou como gerente comercial e 16 meses depois se tornou general manager de O&G, função que ocuparia por dois anos. “Esta última etapa na Sotreq foi uma experiência ímpar. A responsabilidade de ajustar todos os contratos que a empresa tinha com a Petrobras, incluindo os herdados da empresa que havia adquirido em 2012 (Marcosa), tornando-os mais rentáveis, me possibilitaram deixar a empresa, em julho de 2014, com a sensação de missão cumprida”, avalia. Na mesma época, estava concluindo a pós-graduação em Offshore Systems Engineering (MSO), pela COPPE/ UFRJ. “Era um curso alinhado com minha atividade, que terminou exatamente no mês em que fui desligado da Sotreq. Por isso não tive tempo para fazer o trabalho de conclusão, ficando sem o diploma”, diz com tristeza.


Um técnico em determinação

A conquista maior em um mercado que dava os primeiros sinais da recessão, foi o emprego na Cummins, depois de receber uma chamada de ex-colega da Stemac, Rinaldi Zavagli, que trabalhava na Gerência Comercial da empresa, em São Paulo, avisando-o que havia uma vaga de Engenheiro de Aplicação no escritório da Cummins no Rio de Janeiro. “Não pensei duas vezes, pois era uma grande empresa, fabricante centenária de motores diesel. O desafio foi voltar a essência da engenharia, realizar o levantamento técnico, dimensionamento de grupo geradores, esboçar projetos, visitar clientes em lugares não tão ’amigáveis‘ pela cidade do Rio de Janeiro”, conta Edmundo. E ainda ter que buscar o cumprimento de metas de vendas em um mercado totalmente recessivo e extremamente competi-

tivo. “Foi outra experiência única”, complementa.

Networking é fundamental Com mais de 32 anos de atividades, nos quais ficou desempregado apenas quatro meses, Edmundo Bittencourt avalia que esse feito é fruto “do legado que você deixa para trás e do relacionamento criado ao longo dos anos. Networking é fundamental.” Ao aceitar o comando da Unidade de Marine Business, em Itajaí (SC), ele realizou três objetivos: sair do Rio, retomar a carreira nos mercados de Óleo & Gás e Naval com a marca Caterpillar e voltar a viver mais perto da família no Sul. “Estes mercados na região Sul do Brasil ainda têm um longo caminho pela frente, mas com ótimas perspectivas. As regiões Sudeste e Nordeste do País já estão atingindo esgotamento em ter-

mos de infraestruturas disponíveis que possam suportar o boom da exploração dos campos de petróleo do pré-sal. E a região Sul, com seus diversos portos e ainda ótimas alternativas de suporte que podem ser exploradas, será em breve a “bola da vez”, afirma o executivo. Determinado a conduzir o negócio com eficiência e rentabilidade, buscando novas alternativas em oportunidades, ele afirma que é preciso ser criativo todos os dias. E para aqueles que almejam uma carreira tão bem-sucedida como a dele, reitera o que aprendeu com o pai: nunca ter receio de experimentar novos e desconhecidos desafios, ser persistente com seus objetivos pessoais e nunca desistir. “Não é um caminho fácil, mas a satisfação de atingi-lo traz muita satisfação”, diz ele. E se não der certo, pegue o trem de volta para casa, como diz o pai dele.

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eventos

Fapesp e Statoil promovem workshop sobre eficiência na produção de óleo e gás Evento produz debate sobre temas de interesse em pesquisa e esclarece dúvidas na preparação de propostas para criação de um Centro de Pesquisa em Engenharia – Gerenciamento de Reservatórios e de Produção de Petróleo e Gás.

por Beatriz Cardoso

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julho para apresentar propostas e a divulgação do resultado da seleção está prevista para 14 de novembro. Os projetos deverão abranger três linhas de pesquisa: otimização de produção de poços e reservatórios de petróleo, recuperação avançada de óleo e gerenciamento de água (water handling). As propostas de pesquisa científica e tecnológica submetidas à Fapesp devem seguir as normas do Programa Fapesp de Apoio à Pesquisa em Parceria para Inovação Tecnológica (PITE), que financia projetos de pesquisa em colaboração entre universidades ou institutos de pesquisa no estado de São Paulo e empresas. A proposta selecionada contará, por um período de 10 anos, com até R$ 5 milhões anuais, divididos entre a Fapesp e a Statoil.

Foto: Cortesia Statoil

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busca de soluções inovadoras para aumentar a eficiência da produção de poços e de reservatórios de petróleo, e para melhorar a gestão da água retirada junto com o óleo no processo de perfuração e extração são os temas do workshop realizado no dia 7 de junho, na Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) , organizado pela Fundação e pela Statoil Brasil Óleo e Gás, subsidiária da estatal norueguesa. O workshop abordou os tópicos de interesse da Fundação e da empresa na implantação do Centro de Pesquisa em Engenharia – Gerenciamento de Reservatórios e de Produção de Petróleo e Gás (Engineering Research Center in Oil Reservoir and Production Management – ERC-RPM, na sigla em inglês), além de esclarecer dúvidas da comunidade científica interessada na apresentação de projetos em resposta à Chamada de Propostas divulgada no último dia 12 de abril, no âmbito do Acordo de Cooperação entre a Fapesp e a Statoil, firmado em 2016. Pesquisadores em universidades e institutos de pesquisa no estado de São Paulo terão até 28 de

A expectativa é que o Centro de Pesquisa em Engenharia – Gerenciamento de Reservatórios e de Produção de Petróleo e Gás (ERC-RPM) também obtenha financiamento por meio de parcerias com agências governamentais e não governamentais responsáveis pela formulação de políticas públicas e que os resultados das pesquisas induzam à criação de empresas de base tecnológica (startups) a serem apoiadas pelo Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) da Fapesp.


Ano 5 • nº 51 • junho de 2017 • www.tnsustentavel.com.br

Eficiência Energética • Comercialização de Energia • Legislação Ambiental • Reciclagem

Petrobras divulga Relatório de Sustentabilidade 2016 Documento faz correlação com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas. em pesquisa e tecnologia. Em 2016, houve redução de cerca de 15% das emissões absolutas de gases de efeito estufa em relação a 2015. Ações de reuso de água também obtiveram resultados relevantes. No ano passado, a Petrobras reutilizou 24,8 milhões de m³ de água, o que corresponde a 11,5% da demanda total de água doce da companhia e é suficiente para abastecer, por exemplo, uma cidade de aproximadamente 600 mil habitantes por um ano. O relatório apresenta ainda as linhas de pesquisa desenvolvidas pela Petrobras e instituições parceiras, que colaboram para a evolução dos negócios e para o avanço tecnológico do setor de petróleo e gás. Foi investido em projetos de pesquisa e desenvolvimento (P&D) um total de R$ 1,8 bilhão, em 2016. Do total de investimentos, R$ 548,5 milhões foram aplicados em parcerias com 90 universidades e institutos de pesquisa no Brasil e com 21 instituições internacionais. Ao longo de 2016, foram solicitados pela Petrobras 24 pedidos de patente no Brasil e 38 no exterior. Foto: Agência Petrobras

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Petrobras divulgou o Relatório de Sustentabilidade 2016, com informações sobre o desempenho operacional, econômico, social e ambiental da companhia. Pela primeira vez, o documento faz correlação com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Organização das Nações Unidas (ONU), num conjunto de 17 objetivos que envolve temas como mudança do clima, uso sustentável dos oceanos e dos ecossistemas terrestres, crescimento econômico, consumo e produção sustentáveis. Outra novidade do relatório é a representação, por meio do modelo de negócios, da atuação da Petrobras em sustentabilidade e dos fatores determinantes para seus resultados e capacidade de gerar valor. Dentre os dados divulgados no documento estão os avanços na gestão ambiental da companhia, que tem investido em programas e ações de otimização de processo e mitigação de emissões. Entre as principais ações estão a modernização de instalações, a utilização de equipamentos mais eficientes, o aumento do aproveitamento de gás natural, a padronização de projetos e práticas operacionais e investimentos

Na área socioambiental os investimentos somam R$ 120 milhões por meio do Programa Petrobras Socioambiental, contemplando 470 iniciativas. Entre elas, o projeto Tamar que completou 35 anos de parceria com a Petrobras em 2017 e espera atingir a marca de 35 milhões de filhotes protegidos até o final do ano. O Tamar integra a Rede Biomar, junto com os projetos Albatroz, Baleia Jubarte, Coral Vivo e Golfinho Rotador. Referência em conservação da biodiversidade marinha no Brasil, a Rede Biomar abrange 12 espécies ameaçadas de extinção, com classificações que vão de vulnerável a criticamente em perigo. Em uma década de trabalho, a rede atuou diretamente em 10 estados, abrangendo um total de 54 municípios. Confira a íntegra do relatório da Petrobras no link: https://goo.gl/I0tf4F. TN Petróleo 113

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suplemento especial

Desenvolvimento Humano e Sustentabilidade

A Reinvenção da Empresa e do Emprego E

Wanderlei Passarella é mestre em Administração de Empresas e bacharel em Economia pela FEA-USP, e também engenheiro mecânico pela Escola Politécnica da USP; pós-graduado na Abordagem Transdisciplinar Holística, pela Unipaz/ FSJT. Atualmente dirige a Synchron Participações e é coach de executivos. Foi diretor-presidente da GPC Química S/A e da Petroflex S/A. Também foi diretor-geral da Menasha Materials Handling South America e exerceu cargos gerenciais na Nitroquímica (Grupo Votorantim) e Ipiranga Química.

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m pesquisas e estudos feitos em empresas com as quais trabalhamos, direta ou indiretamente, temos observado uma enorme desconexão entre o mundo da produtividade, geração de riqueza e lucro e a qualidade do ambiente humano onde esses resultados são gerados. O modelo organizacional vigente ainda é pautado pelos pilares do racionalismo científico e da maximização do capital como um fim em si mesmo. Em grande parte do mundo corporativo, o resultado humano dessa lógica parcial são indivíduos desconectados de seu trabalho e culturas frias e pesadas. Pessoas que se arrastam pelas companhias, mantendo seus empregos por mera questão de sobrevivência, sem utilizar seu vasto potencial humano para melhorar as diversas dimensões de resultados, para si, para os colegas e para a empresa. Revela-se assim, um grande paradoxo: o que as organizações mais buscam – um resultado crescente e perene – acabam sendo comprometidos pela própria forma parcial e reducionista de concretizar sua intenção. Ainda são poucas as empresas longevas e pujantes que geram benefícios claros e contínuos para todos os seus stakeholders. Pensando nesse paradoxo, e na forma de resolvê-lo para possibilitar maiores e melhores resultados no universo organizacional, fomos buscar na resolução dos paradigmas vigentes a força propulsora para superar esse desafio. Com essa intenção de reinventar a empresa, juntei-me a Paulo Monteiro e produzimos um livro com o mesmo título deste artigo. Iniciamos destacando que o ser humano tem potencialidades latentes que ainda desconhece, como nos garantem os grandes sábios, cientistas e filósofos. Observamos enormes avanços tecnológicos, mas ainda estamos presos a paradigmas limitadores do nosso potencial. Assim também acontece nas empresas, células fundamentais para o bem-estar econômico, psicológico e emocional de todos nós. Nelas, o ser humano ainda é encarado como recurso, um “homem instrumental”. Mas consideramos que é possível obter resultados maiores e melhores. Nosso livro trata da desconstrução dos paradigmas limitadores e “instrumentais” do ser humano – o conhecimento, o trabalho e o dinheiro – para, com uma nova visão, reinventar e ampliar o pensamento sobre as funções diretivas de uma organização: estratégia, cultura & estrutura, liderança e governança. A essa dinâmica de reinvenção em busca de resultados ampliados e sustentáveis, chamamos de “Ômega”, conceito utilizado pelo antropólogo Teilhard de Chardin para designar um ponto de consciência mais elevado, ao qual seremos chamados a atingir no decorrer da história.


Foto: Free Images

O livro busca uma síntese inédita entre a trajetória de uma sabedoria perene, presente na voz de vários pensadores ao longo da história e os principais desafios do mundo organizacional. Esse viés mais profundo de pensamento crítico representa um diferencial para todos os envolvidos no mundo da gestão que buscam melhores rumos para as organizações contemporâneas. Concluímos que chegou a hora de repensar nossos modelos de negócios, dentre outros motivos porque o esgotamento do pensamento cartesiano não produz mais os resultados esperados (resultados ampliados, em que o financeiro é apenas um dos componentes vitais). Mas, estamos convictos que essa reinvenção não se sustentará como mera declaração, como vem acontecendo em muitas organizações, que pregam o que no fundo não pensam e nem querem fazer. O caminho da sabedoria, o convite da filosofia perene e da transdisciplinaridade, aplicadas ao mundo organizacional, é um terreno espinhoso, mas ao percorrê-lo, indivíduos e empresas terão a gratificante sensação de terem contribuído para a transformação positiva do mundo em que vivemos. A jornada de Ômega pode ser desafiadora, mas é rica e fértil, valiosa, expansiva e evolutiva. Não estamos sozinhos. O pequeno passo desse trabalho vem acompanhado pelos avanços de outros escritores e pensadores organizacionais, que também visionam o emergir de uma nova era. O que procuramos fazer é como os animais da fábula do Beija-flor, atribuída a Wangari Maathai – Prêmio Nobel da Paz de 2004: “Era uma

vez um Beija-flor que fugia de um incêndio juntamente com todos os animais da floresta. Só que o Beija-flor fazia uma coisa diferente: apanhava gotas de água de um lago e as atirava ao fogo. A águia, intrigada, perguntou: – Ô bichinho, achas que vais apagar o incêndio sozinho com essas gotas? – ‘Sozinho, sei que não vou’, respondeu o Beija-flor, ‘mas estou fazendo a minha parte’. Envergonhada, a águia chamou os outros pássaros e, juntos, todos entraram na luta contra o incêndio. Vendo isso, os elefantes venceram o medo e, enchendo suas trombas com água, também correram para ajudar. Os macacos pegaram cascas de nozes para carregar água. Ao fim, todos os animais, cada um de seu jeito, acharam maneiras de colaborar na luta. Pouco a pouco, o fogo começou a ceder e, de repente, o Ser Celestial da Floresta, admirando a bravura desses bichinhos e comovido, enviou uma chuva que apagou de vez o incêndio e refrescou todos os animais, já tão cansados – mas felizes”. Nestes tempos insólitos, em que o ser humano parece perdido no sinuoso caminho até Ômega, trabalhar para que empresas o façam parece ser o mais sensato. Acreditamos que as organizações são células do potencial criativo, produtivo e disruptivo do caminhar humano. Por isso, nem capitalismo selvagem, nem socialismo paralisante: por um mundo empresarial vivo, dinâmico e mais justo onde o ser humano possa realizar a plenitude de seu potencial nas diversas dimensões – financeira, intelectual, emocional, física e existencial.

Referência Bibliográfica Monteiro, Paulo & Passarella, Wanderlei. A Reinvenção da Empresa – Projeto Ômega. São Paulo: Évora, 2017.

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pessoas

Itaipu tem novo diretor de coordenação O ENGENHEIRO E PROFESSOR Hélio Gilberto Amaral é o novo diretor de Coordenação da Itaipu Binacional, nomeado pela presidência da República, com mandato até 16 de maio de 2022. Formado em Engenharia Mecânica, com doutorado em Gestão de Organizações Inovadoras, o novo executivo da binacional é natural de Tatuí, interior de São Paulo, mas vive no Paraná desde 1994. Ele anunciou que pretende fazer um giro por todos os 29 municípios da Bacia do Paraná 3 (BP3), área sob influência da usina, na região Oeste do Estado, para conhecer de perto as ações e parcerias desenvolvidas pela binacional. Na sequência, o roteiro de visitas será estendido para os municípios da Associação dos Municípios do Oeste do Paraná (Amop). Segundo o diretor, a ideia é avaliar os programas, os resultados e os pontos que necessitem ser reajustados, sempre na perspectiva de melhorar e estreitar as parcerias.

“Acho que esse é o ponto de partida: começar próximo de quem está na ponta e sente os efeitos positivos e negativos de qualquer uma das ações que se faça”, comentou. A agenda de visitas será definida após uma série de reuniões com o corpo técnico de Itaipu, para se inteirar dos programas em desenvolvimento na região. “Eu preciso entender muito bem como as ações estão sendo conduzidas e quais são os limites de atuação. Porque vou ser questionado e não posso gerar expectativa que não possa ser cumprida”, salientou. Amaral foi diretor da Universidade Livre do Meio Ambiente, a Unilivre, de Curitiba, e do Centro Internacional de Formação de Autoridades Locais, que treinava prefeitos de toda a América Latina, em parceria com o Instituto das Nações Unidas para Treinamento e Pesquisa – a Unitar.

Também desenvolve pesquisas nas áreas de veículos elétricos e atuou na coordenação local da 8ª Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (COP-8) e 3ª Reunião das Partes do Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança (MOP – Meeting of Parties), em 2005, em Curitiba.

Thyssenkrupp Industrial Solutions anuncia novo CFO para a América do Sul FABIO SAKAGUTI (39) assumiu a posição de CFO (Chief Financial Officer) da Thyssenkrupp Industrial Solutions para a América do Sul. O executivo ficará baseado em São Paulo e responderá pelas operações financeiras dessa área de negócios da empresa na região. Formado em Administração de Empresas com MBA pela ESMT (European School of Management and Technology), Fabio atuou na gestão financeira e controladoria de diversas empresas nacionais e alemãs desde 1998. Anteriormente, o executivo foi CFO da Gamesa Eólica Brasil. A Thyssenkrupp Industrial Solutions é um dos principais fornecedores na área de engenharia, construção e manutenção de instalações e sistemas industriais. Com mais de 200 anos de experiência no ramo, fornece plantas e componentes personalizados para clientes das indústrias química, de fertilizantes, cimento, mineração e siderurgia, desenvolvendo soluções altamente especializadas para atender às necessidades individuais dos clientes. No Brasil desde 1837, a empresa emprega aproximadamente 12 mil colaboradores em todas as regiões do País nos segmentos automotivo, energia, infraestrutura, mineração, cimento, construção civil, química, petroquímica, defesa e siderurgia. 26

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produtos e serviços

Veolia Water Technologies

Nova unidade de dessalinização para instalações offshore Tecnologia pode alcançar salinidade de 500 ppm sem a utilização de produtos químicos.

OS SISTEMAS SRO-COM de dessalinização por osmose reversa da RWO, marca subsidiária da Veolia Water Technologies, são projetados para fornecimento de água potável e de processo, de maneira independente e confiável, a bordo de navios e instalações offshore. As membranas de osmose reversa do sistema têm a função de remover sais, minerais e impurezas que geram risco à saúde humana. O SRO-COM possui um sistema de filtro de duas fases que protege as membranas das partículas em suspensão na água de alimentação. Caso a quantidade de sólidos

suspensos na água de alimentação seja considerável, um filtro ou outro sistema de pré-tratamento deve ser considerado. Geralmente, uma bomba de reforço é utilizada para proporcionar uma pressão de entrada de 2-4 bar. Por fim, a água bruta passa pelas membranas, produzindo água desmineralizada e os sais rejeitados deixam os módulos como concentrado de volta para o mar. “Esta solução utiliza membranas de baixa energia, que produzem, aproximadamente, as mesmas recuperações em relação às membranas convencionais, mas a uma pressão de operação con-

sideravelmente mais baixa, o que resulta num menor investimento para o comprador e menores custos operacionais para o projeto”, afirma Luiz Guimarães, coordenador de vendas da Veolia Water Technologies. A qualidade da água tratada com o sistema SRO-COM está de acordo com as normas europeias, internacionais da OMS e dos EUA. Esta estação de dessalinização tem um fluxo de permeado estável ao longo de toda a gama de temperaturas de 1°C a 35°C, alcança salinidade máxima de 500 ppm e não requer a utilização de produtos químicos em seu processo. Especializada em tratamento de água e efluentes onboard em navios e instalações offshore, a marca RWO reúne soluções desenvolvidas em 40 anos de experiência para aplicações no mercado marítimo. Como parte subsidiária da Veolia Water Technologies, a gama de produtos RWO pode ser instalada em diversos tipos de situações e recebe o suporte de uma rede mundial de especialistas no setor.

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produtos e serviços

Fapesp – Shell

A FUNDAÇÃO DE AMPARO à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp)e a Shell realizaram em 16 de maio, na sede da Fundação, um workshop para discussão dos temas de investigação científica e tecnológica do futuro Centro de Pesquisa em Novas Energias, que será cofinanciado pela Fundação e pela empresa. A chamada de propostas para apresentação de projetos de constituição do Centro foi lançada em abril e o prazo da apresentação de projetos encerra em 9 de junho. A divulgação dos resultados será em 1º de setembro de 2017. O Centro de Pesquisa em Novas Energias realizará pesquisas que poderão viabilizar novas oportunidades de negócio ao explorar desafios tecnológicos relacionados ao desenvolvimento de novos carregadores de energia de baixo custo, abundantes e limpos, assim como novas rotas para converter metano em produtos químicos. “A colaboração com a Shell, empresa que tem intensa atividade própria de P&D, é de enorme valor para a Fapesp em seu objetivo de aumentar o impacto da pesquisa feita no estado de São Paulo. Os desafios científicos e tecnológicos apresentados no edital buscam propostas avançadas e não incrementais, que possam efetivamente ter efeitos em escala mundial e há em São Paulo uma comunidade de pesquisa apta a enfrentá-los”, dis30

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se Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da Fapesp. O Centro poderá ter financiamento por até 10 anos no âmbito do Programa Centro de Pesquisa em Engenharia, da Fapesp. Para os primeiros cinco anos de atividade está previsto um aporte de recursos da ordem de R$ 16,7 milhões compartilhados pela Fapesp e a Shell. A instituição-sede do projeto selecionado na chamada de propostas participará na contrapartida econômica desde salários de pesquisadores e pessoal de apoio, infraestrutura e instalações. O workshop foi aberto por José Goldemberg, presidente da Fapesp, Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico, André Lopes Araújo, presidente da Shell Brasil, e Jane Zhang, gerente-geral de P&D da Shell no Brasil. “A evolução do sistema energético mundial tem seguido linhas que foram inovadoras há 20 anos, como a energia eólica, energia fotovoltaica e tecnologia de biomassa, mas que estão necessitando agora de um novo impulso. O objetivo do Centro não é a melhoria dessas tecnologias, que estão hoje em implantação, mas explorar novas fronteiras, isto é, trabalhar na vanguarda do conhecimento científico”, disse José Goldemberg, presidente da Fapesp. “Temos hoje um imenso desafio em prover mais energia para uma população mundial crescente e em busca de qualidade de vida. Precisaremos

Foto: Free Images

Seleção de projeto para Centro de Pesquisa em Novas Energias

acompanhar este crescimento de demanda e, ao mesmo tempo, produzir mais energia com menos emissão de CO2. Para a Shell, estar na vanguarda das pesquisas de novas energias ao lado de instituições de ponta como a Fapesp é a prova de nosso compromisso com o Brasil e com o futuro energético mais limpo”, afirmou André Araújo, presidente da Shell Brasil. Os temas em foco no workshop Centro de Pesquisa em Novas Energias seguem os assuntos centrais de pesquisa das quatro divisões do Centro: transportadores de alta densidade de energia; armazenamento avançado de energia; conversão de metano em produtos; e ciência computacional de materiais. Participaram das apresentações e discussões científicas o professor Luiz Nunes de Oliveira, coordenador da área de Programas Especiais e Colaborações em Pesquisa da Fapesp, e os representantes da área de Pesquisa e Desenvolvimento do Grupo Shell Ajay Mehta, gerente-geral de Pesquisa de Longo Alcance (Long Range Research – LRR); Joep Huijsmans, assessor técnico sênior; Leonardo Spanu, pesquisador sênior; e Flávia Cassiola, pesquisadora brasileira da Shell Internacional, Produção e Exploração.


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tecnologia

Deep Learning, Big Data e High Performance Computing na indústria de óleo & gás

A

complexidade dos reservatórios petrolíferos e o alto nível de investimentos associados à exploração e produção (E&P) de petróleo tornam os processos de tomada de decisão muito difíceis, quando pequenos erros podem causar imensos prejuízos. Diante de um cenário econômico com preço do barril de petróleo relativamente baixo, torna-se extremamente necessário reduzir custos e aumentar a eficiência operacional, levando os profissionais do setor a buscarem decisões ótimas. Entretanto, a complexidade desses processos envolve um número considerável de variáveis, restrições e incertezas, tornando as decisões ótimas muito difíceis de serem encontradas. Assim, cada vez mais, as empresas estão investindo em tecnologias baseadas na Inteligência Artificial (IA, mais conhecida pela sigla em inglês, AI), buscando modelos computacionais de apoio à decisão a fim de aumentar sua produtividade.

Machine Learning

Ana Carolina Alves Abreu é engenheira de petróleo, com mestrado e doutorado em Engenharia Elétrica, na área de Métodos de Apoio à Decisão. Pesquisadora do Laboratório de Inteligência Computacional Aplicada da PUC-Rio, atua desde 2009 em projetos de pesquisa e desenvolvimento aplicados as áreas de exploração e produção de petróleo.

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Um dos ramos da Inteligência Artificial que hoje mais cresce é o aprendizado por máquina (Machine Learning) que permite ao computador aprender e aperfeiçoar seu desempenho em determinadas tarefas, utilizando dados de entrada. Métodos com base em aprendizado por máquinas já vêm sendo aplicados na indústria do petróleo há décadas, em etapas como caracterização de reservatórios, detecção e classificação de falhas, reconhecimento de fácies, previsão de produção de fluidos, quantificação de incertezas, entre outros. Com o Machine Learning passou-se a desenvolver algoritmos com o intuito de buscar padrões dentro de um conjunto de dados e capaz de aprender com estas informações, gerando direcionamentos mais assertivos e autônomos. O aspecto interativo do aprendizado por máquina pode ser visto como um diferencial da técnica, pois à medida em que os modelos são expostos a novos dados, eles são capazes de se adaptar de forma independente, ou seja, aprendem com os cálculos anteriores para produzir decisões e resultados confiáveis e reproduzíveis. O cenário atual é de crescente volume e variedade de dados disponíveis, o que leva as empresas a investirem cada vez mais em tecnologia preditiva, a fim de tornar seus processos mais produtivos com


custos cada vez menores. Todos os anos, diversos congressos nacionais e internacionais reúnem especialistas de empresas líderes de upstream, midstream e downstream para compartilhar ideias e experiências sobre os desenvolvimentos recentes na área de aprendizagem de máquinas.

Hoje, o processamento computacional é mais barato e mais poderoso do que nunca e o armazenamento de dados tem custo acessível. Isso significa uma enorme demanda de modelos capazes de analisar dados mais volumosos e complexos, além de fornecer resultados mais rápidos e mais precisos. Diante disso, nos últimos anos surgiu uma nova promessa entre os métodos de aprendizagem por máquina: o aprendizado profundo, também conhecido como Deep Learning. Trata-se de um método baseado em aprendizagem de dados mais eficiente, capaz de trabalhar com diferentes tipos de representação de dados. Entre as vantagens, destaca-se a capacidade de aprender em vários níveis de abstração (assim como os seres humanos) e trabalhar com grandes volumes de dados, sendo ainda paralelizável, em arquiteturas computacionais de alto desempenho (HPC), reduzindo de modo drástico o tempo de treinamento. A capacidade do Deep Learning de trabalhar com dados representados de muitas maneiras, faz com que a indústria do petróleo seja uma de suas áreas de aplicação mais promissoras. Tais recursos são vistos com grande euforia, dada a relevância que os modelos de aprendizado profundo trazem, possibilitando a resolução de problemas, antes inconcebíveis por outras metodologias. As aplicações do aprendizado por máquina já fazem parte de nossa realidade, seja nos sistemas de detecção de fraudes, nos sistemas de recomendação de compras on line ou até mesmo nos sistemas de carros autônomos. Grandes empresas de software investem fortemente na capacidade de processamento. Atualmente, esse esforço está alinhado ao uso de Deep Learning na nuvem, onde são desenvolvidos conjuntos de componentes de hardware e software especialmente desenhados para grandes volumes de dados, quando o acesso aos dados é acelerado pelo uso de GPUs (Unidade de Processamento Gráfico na placa-mãe do computador, que transforma energia em informação). O sucesso esmagador do aprendizado profundo desencadeou uma corrida para construir modelos maiores (e.g. redes neurais artificiais), usando quantidades crescentes de dados de treinamento para permitir que os computadores assumissem tarefas mais complexas. Tal trabalho desafia a viabilidade computacional do

Foto: Agência Petrobras

Deep Learning

aprendizado profundo dessa magnitude, exigindo um fluxo de dados maciço e poder computacional.

Big Data O obstáculo que havia diante do grande esforço necessário para se coletar, “limpar” e organizar dados, visto como uma grande frustração, já não existe mais. A tecnologia Big Data aliada ao Deep Learning alavanca o aprendizado, permitindo estruturar, organizar e analisar grandes volumes de dados. Assim, já podemos vislumbrar a possibilidade de analisar dados oriundos de inúmeros reservatórios, como dados sísmicos (3D e 4D), logs de poços, dados de produção etc., que até então pareciam impossíveis de serem relacionados uns com os outros, para auxiliar o especialista na tomada de decisões. Há grande interesse em modelos computacionais que auxiliam o especialista, permitindo tomadas de decisões cada vez mais precisas e em tempo real. Na indústria do petróleo como um todo, metodologias que TN Petróleo 113

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Foto: British Petroleum

tecnologia

apontam possíveis melhorias quanto à eficiência operacional e redução de custos desnecessários são vistos com bons olhos. É preciso salientar que os benefícios de se utilizar Deep Learning + Big Data + HPC não é simplesmente considerar uma enorme quantidade de dados, mas sim definir qual será a aplicação dada a esses dados, que podem ser estruturados ou não estruturados. Trata-se do aprendizado a partir de uma infinidade de dados de um ambiente interno e/ou externo, gerando uma espécie de “guru” para tomadores de decisão.

Fator de recuperação Estudos recentes realizados no Laboratório ICA (Inteligência Computacional Aplicada) da PUC-Rio já utilizam Deep Learning para identificação das principais características das imagens de fácies geológicas, o que permite criar uma parametrização reduzida desses modelos. Essa aplicação se justifica pelo fato de os métodos convencionais, largamente utilizados até hoje, apresentarem maior dificuldade em ajustar propriedades

categóricas, como é o caso dos modelos de fácies. Além de parametrizar, a abordagem por Deep Learning permite ainda ajustar os modelos que descrevem o reservatório, baseando-se em um processo de aprendizagem, permitindo manter as características geológicas iniciais proporcionadas pelo especialista. Assim, já é possível antever que o uso de Deep Learning associado à análise sísmica levará a resultados mais rápidos e precisos na identificação das potenciais zonas de produção e, consequentemente, permitirá aumentar o fator de recuperação dos reservatórios. Numa aplicação inovadora, o Deep Learning pode responder a questionamentos técnicos com base no vasto conhecimento estabelecido nas empresas, conhecimento este presente em incontáveis relatórios, artigos científicos e informações resultantes da atividade comercial e operacional, há anos armazenadas em bases de dados, impossíveis de serem vasculhadas quando se necessita recuperar algo. A recuperação de informação e conhecimento e a busca semântica são uma das aplicações bem-sucedidas de Deep Learning.

Indústria naval brasileira. Um setor em expansão.

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coffee break

Los

Carpinteros Cubanos no Rio

CCBB do Rio apresenta exposição do grupo de artistas cubanos que se formou no início dos anos 1990.

Fotos: Divulgação

por Orlando Santos

Los Carpinteros – Objeto Vital Centro Cultural Banco do Brasil – CCBB Rua Primeiro de Março, 66 Centro Tel.: 21 3808-2020 Horário: de quarta a segunda das 9h às 21h A exposição vai até o dia 02 de agosto

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O INSTITUTO SUPERIOR DE Artes (ISA), em Havana, foi o grande centro criativo de uma geração de artistas cubanos, entre os quais o trio Los Carpinteros, formado pelos então alunos da instituição, Marco Antonio Castillo Valdes, Dagoberto Rodríguez Sánchez e Alexandre Jesús Arrechea Zambrano – sendo que este último deixou o grupo em 2003. A época era de extrema carência econômica, o que contrastava com a abundância intelectual e artística dessa universidade cubana, que produziria inúmeros artistas hoje reconhecidos no mundo inteiro, como Los Carpinteros. Com mais de 70 obras do grupo, a amostra Objeto vital, aberta no dia 3 de maio no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), no Rio de Janeiro, é a maior exposição já montada pelo coletivo cubano. Por meio da utilização criativa da arquitetura, da escultura e do design, os artistas exploram o choque entre função e objeto com uma forte crítica e apelo social de cunho sagaz e bem-humorado. O público poderá acompanhar todas as fases do coletivo, desde a década de 1990 até obras inéditas, feitas especialmente para esta exposição, que tem três eixos temáticos: objeto do ofício, objeto possuído e espaço-objeto. Rodolfo de Athayde, curador, destaca a importância de René Francisco, artista e professor do ISA, reconhecido internacionalmente, tendo recebido o Prêmio UNESCO (2000) e o Prêmio Nacional de Artes Plásticas de Cuba (2010). “Ele teve papel central na formação dessa geração de autores – sobretudo na obra do Los Carpinteros – por sua maneira livre de lidar com a arte sob a censura do governo socialista”, comenta.

Laboratório Os dois artistas cubanos lembram a formação do grupo, na sala de aula. “Nós nos conhecemos em 1992 e nos unimos para um exercício específico de aula, mas logo ficaram umas ideias por resolver e


isso nos fez continuar trabalhando”, conta Marco Castillo. “Hoje, 25 anos depois, estamos na mesma situação. Temos dois ou três projetos em que colocamos toda a nossa energia e um arquivo de ideias que ainda estamos tentando resolver”, brinca. Dagoberto Rodríguez revela que a ideia de trabalhar como coletivo sempre os atraiu. Funciona como uma espécie de laboratório artístico, em que ambos trazem ideias em função do nascimento de uma nova obra. “Discutir temas, soluções conceituais, colaborar e dialogar são características de nosso processo de trabalho”, explica. Desde o início da carreira, a aquarela é um elemento de diálogo entre os integrantes de Los Carpinteros, além de servir como o primeiro momento no processo de criação.

Urbanidade O curador Rodolfo de Athayde destaca os dois momentos da trajetória do coletivo, que estão representados na exposição do CCBB. No primeiro, “Objetos de ofício”, a produção está relacionada aos ofícios e expressa o lado da carpintaria, pois muitas obras são realizadas em madeira. O segundo momento ocorre quando os autores começam a mostrar trabalhos no exterior, passando a frequentar bienais e a ter maior contato com outros artistas. Para Athayde, Cidade transportável marca o momento de passagem entre uma fase e outra. “É uma obra de transição, pois evidencia que já não é mais possível fazê-la de maneira artesanal, implica algum tipo de trabalho industrial”, observa o curador, que organizou as obras dessa fase nos dois outros eixos restantes “Objetos Possuídos” e “Espaço Objeto”.

Nessa segunda fase, a obra de Los Carpinteros começa a ganhar mais universalidade, fica mais descontextualizada. “São objetos relacionados ao conceito de urbanidade, com maior grau de simbolismo, já que estão vinculados a objetos de uso industrial do cotidiano ou à própria arquitetura, algo mais concreto. Tem a ver com a desconstrução de camas, sofás e carrinhos de supermercado, por exemplo”, analisa. O curador destaca que os trabalhos, geralmente, expõem uma preocupação vinculada ao urbano e à arquitetura. “Muitos são objetos realizáveis, projetos que poderiam se tornar um prédio real – como o Capacete –, obras que trazem um conceito, que levam a subversão do objeto ao plano arquitetônico, sugerindo que qualquer coisa pode virar a estrutura de uma casa, um prédio ou uma cidade ou ainda influir no conceito arquitetônico urbano de forma geral”, conclui.

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feiras e congressos

2017 Julho

17 a 20 – EUA Carbon Management Technology Conference 2017 Local: Houston e-mail: arbonmanagement@foundersocieties.org fscarbonmanagement.org

Agosto

31/07 a 03/08 – Brasil Brazilian Geophysical Society, International Congress Local: Rio de Janeiro Tel.: 55 21 2533-0064 e-mail: congress@sbgf.org.br sbgf.org.br/congresso

Setembro

12 a 13 – EUA GTL Technology Forum and GasPro Local: Houston Tel.: +1 (713) 520-4470 e-mail: EnergyEvents@GulfPub.com https://goo.gl/oAQNDz

22 a 23 – EUA IADC Asset Integrity & Reliability Conference & Exhibition Local: Houston Tel.: + 1 (713) 292-1945 e-mail: info@iadc.org www.iadc.org/events/#2017

Outubro

26 a 27 – EUA HPHT Drilling and Completions Local: Houston Tel.: +1 (713) 520-4470 e-mail: Tranessa.Hunt@gulfpub.com https://goo.gl/GTbUa7

12 – EUA World Oil Awards Local: Houston Tel.: +1 713-520-4475 e-mail: Melissa.Smith@GulfPub.com www.worldoil.com/events/wo-awards/home

Para Para divulgação divulgação de cursos de cursos e/oue/ou eventos, eventos, entre entre em em contato contato comcom a redação. a redação. Tel.:Tel.: 21 2224-1349 21 3786-8365 ou webmaster-tn ou laercio@tnpetroleo.com.br @tnpetroleo.com.br

Todos bem na foto! Para relembrar bons momentos dos grandes eventos do setor, acesse a nossa galeria de fotos no Flickr. Afinal de contas, recordar é viver!

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Fabiana Simões Martins é presidente da WISTA Brasil e partner da Siano & Martins Advogados Associados.

opinião

Desigualdade e desrespeito à diversidade causam prejuízos Temos que parar de ver o investimento em diversidade com estranheza, pois já está comprovada sua relação direta com resultados positivos e melhor competitividade das empresas.

G

ostaria de acreditar que sabemos intuitivamente que a diversidade importa, mas uma simples observação no dia a dia de nosso segmento demonstra o contrário. De acordo com a Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero – ONU Mulheres, para se promover a diversidade é necessário assegurar a participação suficiente de mulheres, de 30% ou mais, na tomada de decisão e na administração em todos os níveis e em todas as áreas de negócios. Contudo, na maioria absoluta das empresas, associações e eventos, aos quais tenho a oportunidade de participar no Brasil e também fora dele, é possível identificar, reiteradamente, que os cargos de gestão e destaque são ocupados por pessoas de mesmo gênero, etnia e até grupo social. Aos não incluídos nesta ‘casta’ é reservado, na melhor das hipóteses, um papel de coadjuvante. Pior ainda: a invisibilidade, mesmo que um excelente trabalho esteja sendo executado pelos não iguais e que a escolaridade, experiência e talento sugiram o merecimento de uma posição de destaque. Lamentavelmente, não são raras as situações a mim relatadas ou testemunhadas, em que o trabalho que é apresentado ao público não é feito por quem o apresenta, mas por alguém ‘invisibilizado’ por esse sistema, em uma verdadeira “desapropriação intelectual”. Em outras oportunidades é escolhida somente uma ou duas pessoas do gênero feminino ou de uma determinada etnia para representar o que alguns entendem como “grupo”, mesmo que tais pessoas não tenham qualquer identidade com as referidas questões étnicas e de gênero. A função dessa pessoa, geralmente, é reduzida a mero ornamento e, não raro, de confirmação de estereótipos.

Tais escolhas não fazem sentido nem em termos intuitivos (ou humanistas, se assim preferir), e nem em termos puramente comerciais. Pesquisas recentes (vide “Diversity Matters” McKinsey, 2015) demonstram que empresas do quartil superior para gênero ou diversidade racial e étnica são mais propensas a ter retornos financeiros acima de suas medianas da indústria nacional. Já as empresas do quartil inferior nessas dimensões são estatisticamente menos propensas a obter retornos acima da média, ou seja, as empresas do quartil inferior estão atrasadas em vez de simplesmente não liderar. Embora a correlação não seja igual à causalidade (maior gênero e diversidade étnica na liderança corporativa não se traduz automaticamente em mais lucro), ela indica que quando as empresas se comprometem com formação de lideranças diversificadas, elas são mais bem-sucedidas e inovadoras. Também em termos macroeconômicos, a igualdade de gênero é fundamental para um desenvolvimento sustentável, refletindo em efeitos multiplicadores em todo o espectro de desenvolvimento uma vez que, conforme dados da ONU (vide UNDP support to the emplementation of sustainable development goal 5) a redução das disparidades de gênero no mercado de trabalha e outras áreas resulta na diminuição da pobreza, maior crescimento econômico, maior produtividade, nutrição e educação infantil. Inversamente, a manutenção da desigualdade de gênero impede a realização das metas de desenvolvimento sustentável estabelecendo barreiras intangíveis para metade da população. De acordo com o World Employment Social Outlook: The changing nature of jobs, International Labour Organization 2015, cerca de 73% da disparidade global TN Petróleo 113

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opinião

de postos de trabalho em 2014 deveu-se a um défice de emprego entre as mulheres, que representam apenas cerca de 40% da força de trabalho global. Em 2013, os salários estimados perdidos devido à disparidade global da força de trabalho feminina foram de US$ 589 bilhões. As mulheres representam apenas 16% dos membros das equipes executivas nos Estados Unidos, 12% no Reino Unido e 6% no Brasil, ou seja, continuam subrepresentadas no topo das corporações no mundo. Por outro lado, das empresas listadas em 2000, na Global Fortune 500 da Forbes, 52% decretaram falência, foram compradas ou saíram da lista. Comparando com 1955, ano de lançamento da publicação, 88% das empresas já não existe mais, ou seja, o risco que as empresas que não abraçam a diversidade correm, ao negarem os benefícios de competitividade que as equipes de liderança diversas representam, é enorme. Em outras palavras: desigualdade e desrespeito à diversidade causam prejuízos tanto para micro quanto para a macroeconomia! Contrariando esta temerária insistência de manter a desigualdade a qualquer preço, em 1974, seis brokers do Reino Unido, Alemanha e Holanda se encontraram para um almoço de natal na Inglaterra e, considerando não serem autorizadas a participar das festas das associações masculinas por razão de seu gênero, resolveram formar uma associação de mulheres do Shipping & Trade. Nasceu assim a WISTA (Women´s International Shipping & Trading Association) que hoje é uma organização global que mobiliza mulheres executivas ao redor do mundo, com presença em mais de 40 países e servindo como ‘conector ’a para uma rede de mais de 3.000 profissionais de todos os setores da indústria marítima.

Ano passado, a WISTA chegou ao Brasil, e já conta com 81 profissionais (entre mulheres e também homens que comungam dos mesmos valores) oferecendo oportunidades de criação de redes e negócios em âmbito nacional e regional, visibilidade corporativa e facilitando os relacionamentos dentro da indústria. Em uma escala global, os membros de WISTA têm o acesso a uma rede incrivelmente diversa de executivos da área para estabelecimento de conexões, conselhos ou colaborações do negócio. Os quatro valores da WISTA – profissionalismo, dinamismo, compromisso, e mente aberta – têm garantido que seus membros liderem a indústria em termos de abertura para os benefícios de uma força de trabalho global colaborativa. Confesso que o sucesso da WISTA no Brasil em tão pouco tempo e praticamente sem divulgação, pegou a todos de surpresa, pois eu mesma não imaginava que existiam tantas profissionais em posições estratégicas no segmento ávidas por um espaço associativo (equívoco provavelmente decorrente da falta de visibilidade e diversidade que ainda marcam os eventos e a vida pública no Brasil). Então, da próxima vez que quiser formar uma equipe, organizar um congresso, um debate ou qualquer evento, não se esqueça de garantir a diversidade (de verdade), pois não há mais tempo ou espaço para a indústria nacional permanecer ignorando a força de gestão inovadora e crucial que a diversidade representa e está pronta para assumir. E, se você (assim como eu, por muitos anos) não souber onde encontrar essa diversidade no Shipping & Trade, procure a WISTA, que 3.000 profissionais de mais de 40 países estarão de braços e mentes abertas para te ajudar! Que bons ventos e bons negócios nos guiem!

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