TN Petróleo 114

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OPINIÃO

Tendências para o setor de energia até 2030 de José de Sá, sócio da Bain & Company.

Petrobras tem lucro líquido de R$ 4,8 bi Baker Hughes com a GE Oil & Gas formam primeira empresa de petróleo e gás do mundo a atuar no fullstream Evento: 32° CBMGA & Expoman Ano XIX • julho/agosto 2017 • Nº 114 • www.tnpetroleo.com.br

Vamos fazer a manutenção da retomada do crescimento

Vendendo os anéis ESPECIAL: DESINVESTIMENTO PETROBRAS

ARTIGOS Desenvolvimento Humano e Sustentabilidade: A arte da retórica, por Wanderlei Passarella Despoluição dos oceanos não pode ‘morrer na praia’, por Luiz Augusto Pereira de Almeida O próximo grande passo para a extração de petróleo está na nanoescala, por Mathias Steiner

Entrevista especial: Márcio Félix, secretário de Petróleo e Gás Natural do MME

Autossuficiência de gás não está no radar


nossas redes sociais

sumário

10

edição nº 114 jul/ago 2017

Entrevista especial

Márcio Félix, secretário de Petróleo e Gás Natural do MME

Autossuficiência de gás não está no radar

14

20

24

Matéria especial: desinvestimento Petrobras

Vendendo os anéis Evento: 32° CBMGA & Expoman

Vamos fazer a manutenção da retomada do crescimento Caderno de Sustentabilidade

Wanderlei Passarella

Desenvolvimento Humano e Sustentabilidade – A arte da retórica


28

Produtos e Serviços

Porto do Açu faz parceria com o Porto da Antuérpia

CONSELHO EDITORIAL Affonso Vianna Junior Alexandre Castanhola Gurgel Antonio Ricardo Pimentel de Oliveira Bruno Musso Colin Foster David Zylbersztajn Eduardo Mezzalira Eraldo Montenegro Flávio Franceschetti Gary A. Logsdon Geor Thomas Erhart Gilberto Israel

42

Ivan Leão

Coffee Break

Jean-Paul Terra Prates

Cervejeiro artesanal

João Carlos S. Pacheco João Luiz de Deus Fernandes José Fantine Josué Rocha Luiz B. Rêgo Luiz Eduardo Braga Xavier Marcelo Costa Márcio Giannini Márcio Rocha Melo Marcius Ferrari Marco Aurélio Latgé Maria das Graças Silva Mário Jorge C. dos Santos Maurício B. Figueiredo

artigos 24 Desenvolvimento Humano e Sustentabilidade: A arte da retórica, por Wanderlei Passarella 36 Despoluição dos oceanos não pode 'morrer na praia', por Luiz Augusto Pereira de Almeida

Nathan Medeiros Paulo Buarque Guimarães Roberto Alfradique V. de Macedo Roberto Fainstein Ronaldo J. Alves Ronaldo Schubert Sampaio Rubens Langer Samuel Barbosa

38 O próximo grande passo para a extração de petróleo está na Ano XIX • Número 114 julho/ago 2017 Foto: Divulgação

nanoescala, por Mathias Steiner 40 Fábricas do futuro precisam de engenheiros do futuro, nanoescala por por Mario Belesi

seções 2 editorial

23 caderno de sustentabilidade

4 hot news

26 pessoas

6 indicadores tn

28 produtos e serviços

10 entrevista especial

42 coffee break

20 eventos

45 opinião


editorial

Uma questão de manutenção

O

evento da Associação Brasileira de Manutenção e Gestão de Ativos (Abraman), realizado no início de agosto e que teve como mote o papel desse setor na retomada do crescimento econômico, nos faz refletir sobre o momento que vivemos. O Brasil viveu dois anos difíceis neste século que mal se iniciou – mas que registrou um dos mais vigorosos crescimentos da economia e da indústria petrolífera do País. Como toda crise tem começo, meio e fim, é chegada a hora de repensarmos o papel que queremos ter em um novo cenário, para não perdermos as oportunidades que começam a surgir. Ainda que seja lento o processo de aquecimento da economia, há indícios inegáveis de que os ventos começam a soprar rumo à retomada do crescimento. O primeiro deles é o lucro líquido de R$ 4,8 bi registrado pela Petrobras no primeiro semestre, em contraposição a um prejuízo de quase R$ 900 milhões no mesmo período do ano passado. Soma-se a isso a descoberta feita pela petroleira no pré-sal da bacia de Campos: a primeira na área do campo de Marlim Sul, mostrando que o complexo de Marlim continua sendo um ativo imprescindível e de longa vida. Essa ocorrência sinaliza o potencial de novas descobertas em bacias maduras, onde já há infraestrutura de produção implantada, e que vem sendo destacado e reiterado várias vezes pelo diretor geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Décio Oddone. A última delas na abertura do congresso da Sociedade Brasileira de Geofísica (SBGf), ocorrido no final de julho, quando Oddone falou do enorme potencial petrolífero das bacias sedimentares brasileiras. Potencial que estará sendo disponibilizado aos investidores nos diversos leilões programados para este e o próximo ano, inclusive na área do pré-sal: oito prospectos este ano, sete em 2018 e cinco em 2019. O mesmo pré-sal que em junho desse ano ultrapassou a produção de petróleo do pós-sal que colocou o Brasil no mapa do petróleo há mais de três décadas. Tudo isso vem alimentando as expectativas de novos negócios na área de exploração e produção, que cresceram ainda mais depois de a Petrobras anunciar a venda de 30 ativos produtivos em águas rasas nas bacias de Campos, Santos, Potiguar, Ceará e Sergipe-Alagoas. O reprocessamento e novas tecnologias de recuperação que vêm sendo desenvolvidas acenam com boas oportunidades para aqueles que desejam ingressar nesse mercado ou ampliar seu portfólio local. Diante desse novo horizonte que começamos a vislumbrar, é fundamental estarmos preparados para aproveitar as oportunidades como também planejarmos melhor nossas ações e investimentos e gerenciarmos melhor ainda o que vamos construir, resgatar ou reconstruir daqui para a frente. Somente uma gestão responsável, não somente com foco em lucros e ganhos, mas comprometida com o País e a retomada do crescimento, nos possibilitará consolidar uma indústria sustentável, resiliente. Ou seja: precisamos fazer melhor a gestão e manutenção do crescimento para não enfrentarmos uma nova parada na economia. Benício Biz Diretor da Benício Biz Editores

2

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Rua Nilo Peçanha, 26/904 Centro – CEP 20020 100 Rio de Janeiro – RJ – Brasil Tel/fax: 55 21 3786-8365 www.tnpetroleo.com.br tnpetroleo@tnpetroleo.com.br

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24-26 Out | 2017

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hot news

NO PRIMEIRO semestre de 2017, a produção total de petróleo e gás natural chegou a 2.791 mil barris de óleo equivalente por dia (boed), 3% a mais que o mesmo período de 2016. Desse total 2.671 mil boed foram no Brasil, o que significa 6% acima do registrado nos seis primeiros meses do ano anterior. Na área do pré-sal, Pedro Parente comemorou a entrada em operação, em maio, da P-66, uma plataforma própria da Petrobras, na área de Lula Sul, no pré-sal da Bacia de Santos e destacou o recorde mensal de produção operada de petróleo e gás natural na camada pré-sal, que em junho chegou a 1.686 mil barris de óleo equivalente por dia. O custo de produção chegou a US$ 7 (R$ 22,08) o barril. Segundo a diretora executiva de Exploração e Produção, Solange Guedes, esse valor era o dobro no início da produção há oito anos. “Estarmos com US$ 7 o barril é um feito”, disse. “Vencemos este desafio e tenho certeza que com

Foto: Agência Petrobras

Vai sobreviver quem tiver menor valor, diz Parente sobre o custo de 7 dólares por barril no pré-sal

tudo que aprendemos se torna ainda mais competitivo”. Para o presidente da Petrobras esse dado é fundamental para a concorrência no mercado. “Vai sobreviver quem tiver menor custo. Isso é uma realidade do pré-sal que é bastante relevante não apenas porque reflete um custo menor mas porque reflete uma condição muito melhor de competitividade do nosso petróleo em relação a outros produtores”, disse.

A retração da demanda e a concorrência com outras empresas impactaram as vendas de derivados no mercado doméstico, registrando queda de 7% na comparação com os seis primeiros meses de 2016 e atingiu 1.943 mil barris de petróleo/dia (bpd), mas, nas exportações, manteve a posição de exportadora líquida com saldo de 401 mil bpd. O aumento em 48% das exportações de petróleo e derivados e da redução em 25% das importações ajudaram a ter o desempenho nesta área.

O poço que identificou a descoberta está localizado a 115 km da costa do Estado do Rio de Janeiro, em profundidade d’água de 1.107m. A descoberta foi confirmada por meio de dados de perfis, detector de gás, testes de formação a cabo e amostras de fluido. A análise dos dados atuais indica reservatórios

carbonáticos com boas características de porosidade e permeabilidade, a 4.420m de profundidade e 45m de espessura com óleo. Esse resultado demonstra o potencial de novas descobertas em bacias maduras, com infraestrutura de produção já implantada.

Marlim Sul

Nova descoberta: petróleo no pré-sal da Bacia de Campos A PETROBRAS informa a descoberta de acumulação de petróleo no pré-sal da Bacia de Campos, localizada na área do campo de Marlim Sul. Esta é a primeira descoberta comercial de petróleo no pré-sal da área de Marlim Sul. A descoberta ocorreu durante a perfuração do poço 6-BRSA-1349-RJS (nomenclatura ANP) / 6-MLS-233-RJS (nomenclatura Petrobras), informalmente conhecido como Poraquê Alto, com profundidade final de 4.568m. 4

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PetroRio cresce com aquisição

A PETRORIO, uma das maiores empresas independentes de produção de óleo e gás natural do Brasil, registrou aumento forte nos resultados do segundo trimestre de 2017 após incorporação de novo ativo. A companhia concluiu a aquisição da participação em Manati no dia 20 de março e atingiu R$ 66,3 milhões de EBITDA e R$ 47,1 milhões de lucro líquido no trimestre. A aquisição da operação de Manati faz parte da estratégia de diversificação do portfólio e de compra de ativos maduros, capazes de gerar caixa para a realização de novos investimentos. Com o aumento no número de barris vendidos e a incorporação do novo ativo, a PetroRio alcançou novo patamar de geração de caixa. A companhia reverteu prejuízo dos seis primeiros meses de 2016 e obteve resultado operacional e lucro líquido positivos. As ações da PetroRio tiveram valorização

de quase 80% este ano, reflexo da execução de uma estratégia de crescimento de longo prazo anunciada pela nova administração desde que a antiga HRT deixou de existir e se transformou na PetroRio, em 2015. O crescimento na receita líquida é reflexo dos 898 mil barris de óleo vendidos no período, ao preço bruto de US$ 50. Novos poçoa – A companhia informou também intenção de perfurar dois novos poços em reservatórios conhecidos no campo de Polvo, na bacia de Campos, com boas chances de sucesso. “O investimento, de grande potencial, depende de negociações com a ANP e de licença ambiental e estamos avançando para viabilizar o projeto nos próximos meses”, disse Blener Mayhew, CFO da PetroRio. A eficiência operacional no campo de Polvo, maior ativo da PetroRio, ficou em 96,9% – índice acima da média da indústria de óleo e gás e superior ao do segundo trimestre de 2016. Com um modelo de negócio focado na produção eficiente de campos de petróleo já em fase de produção e na otimização de custos, a PetroRio é uma das maiores empresas independentes de produção de óleo e gás natural do Brasil. A empresa já figura entre as 10 maiores do Brasil, com produção de cerca de 8 mil barris/dia de petróleo e tem mais de R$ 700 milhões em caixa para aquisições.

Alemã DEA AG, sediada em Hamburgo, quer 50% nos blocos da Karoon na Bacia de Santos NOS CINCO blocos, S-M-1037, S-M-1101, S-M-1102, S-M-1165 e S-M-1166 contêm as descobertas Echidna-1 (S-M-1102) e Kangaroo (BM-S-68). Na descoberta do campo Echidna inclui uma instalação flutuante de produção, armazenamento e descarga (FPSO), dois poços de produção horizontais estendidos e um poço de injeção de gás. Os blocos serão de propriedade conjunta da Karoon Gas e da DEA AG após a conclusão da transação, com a australiana Karoon atuando como operadora. Detalhes do Echdina-1 – O prospecto Echidna está localizado a aproximadamente 20 quilômetros a nordeste de Kangaroo, no flanco leste de um diápiro de sal, em uma estrutura geológica similar a da descoberta de petróleo de Kangaroo. O Echidna-1 apresentou interseção com uma coluna de petróleo bruto de 213 metros em reservatórios dos períodos paleoceno e maastrichtiano. Foto: cortesia DEA AG

Foto: cortesia PetroRio

Receita líquida da companhia alcança R$ 155,5 milhões com aumento na venda de barris e aquisição de novo ativo.

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Prensa Cabo tipo C para Cabo Armado à Prova de Explosão Prensa Cabo tipo E1F para Cabo Armado à Prova de Explosão

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indicadores tn

Pacto Opep: membros não cumprem acordo e produção cresce 0,5% em julho OS ESFORÇOS das lideranças da Organi-

global ainda não geraram um resultado ex-

A produção dos 14 membros do cartel su-

zação dos Países Produtores de Petróleo

pressivo, como mostra o relatório divulgado

biu 0,5% em julho, chegando a 32,87 milhões

(Opep) para reduzir o excesso de oferta

no dia 10 de agosto.

de barris por dia (bpd) – uma alta de 172,6 mil barris ante junho, que teve uma produção

Produção de países-membros da Opep e não membros – julho/2015 a junho/2017 Produção de países-membros da Opep

mb/d (Opep) 34 33 32

Outros países produtores

mb/d (total) 96.6 32.6

96.1 32.1

31 30 29 Jun 17

Maio 17

Abril 17

Fev 17

Mar 17

Jan 17

Dez 16

Nov 16

Set 16

Out 16

Jul 16

Ago 16

Jun 16

Maio 16

Abril 16

Fev 16

Mar 16

Jan 16

Dez 15

Nov 15

Set 15

Out 15

Jul 15

Ago 15

28

99 98 97 96 95 94 93 92 91

Produção da Petrobras de óleo, LGN e gás natural

Janeiro

Fevereiro

Março

Abril

Bacia de Campos

1.303,18

1.324,99

1.269,44

1.225,71

Outras (offshore)

764,05

716,67

700,72

723,93

Total offshore

2.067,23

2.041,66

1.970,16

1.949,64

2.034,41

2.047,65

Total onshore

159,22

156,5

152,69

151,69

148,51

148,54

2.226,45

2.198,16

2.122,85

2.101,33

2.182,92

2.196,19

Maio

Junho

Maio

Junho

1.274,30 1.237,14 760,11

810,51

Produção de GN sem liquefeito (em mm³/d)* - Brasil Janeiro

Fevereiro

Março

Bacia de Campos

24.210,7

25.276,6

23.540,9

23.695,4 24.135,56 23.684,23

Outras (offshore)

38.203,0

38.234,7

39.243,1

38.446,8 39.602,15 40.551,77

Total offshore

64.228,1

63.511,2

61.743,9

62.142,2

63.737,71 64.235,99

Total onshore

17.145,0

16.690,0

62.142,2

16.353,9

15.179,96 16.080,72

Total Brasil

81.373,1

80.201,2

77.650,5

78.496,1 78.917,67 80.316,71

Janeiro

Fevereiro

Março

Abril

Abril

Maio

Junho

69,0

65,9

64,01

64,70

64,75

9.595,9 9.340,36

8.132,09

Produção de GN sem liquefeito (em mm³/d) - Internacional Exterior

8.644,0

8.370,4

10.950,8

Produção total de óleo, LGN e de gás natural (em mboe/d) Brasil+Exterior

2.295,5

2.261,6

2.188,8

2.165,3 2.247,62 2.260,94

(*) Inclui gás injetado. (**) Em 2003 inclui os dados da Petrobras Energia (ex-Pecom). Fonte: Petrobras

6

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Maior exportador de petróleo do mundo, a Arábia Saudita tem pressionado os integrantes do cartel a cumprir o acordo, mas não conseguiu realizar a parte dela. Mas prometeu restringir suas exportações a partir deste mês. Pelo pacto fechado no fim de 2016 e renovado em maio desse ano, a Opep e outros dez produtores de petróleo se comprometeram a

14.08.2017

0,60 0,38 Variação no período: -1,90%

BOVESPA (%) 14.07.2017

14.08.2017

0,40 1,41 Variação no período: 4,80%

DÓLAR COMERCIAL* 14.07.2017

14.08.2017

3,17 3,19 Variação no período: -1,09%

Produção de óleo e LGN (em mbpd)** - Internacional 69,0

que é menor que o do mês anterior.

14.07.2017

Produção de óleo e LGN (em mbpd) - Brasil

Exterior

Nigéria e Líbia impulsionaram esse acréscimo

DJ OIL & GAS (%)

Período de 01/2017 a 06/2017

Total Brasil

média de 32,69 milhões bpd. Arábia Saudita,

EURO COMERCIAL* 14.07.2017

14.08.2017

3,64 3,74 Variação no período: 2,18 % *Valor de venda, em R$


vo no volume de petróleo bruto estocado: queda de 6,5 milhões de barris na última semana, bem maior do que previam os analistas. A Opep também elevou sua previsão de crescimento da demanda global este ano, em 100 mil bpd, a 1,37 milhão de bpd. Para reduzir sua oferta em torno de 1,8 milhão de

2018, a projeção é de aumento de 1,28 milhão

bpd até o fim do primeiro trimestre de 2018.

de bpd. Já para a oferta fora do cartel em

O acordo ainda não surtiu efeito signi-

2017, a Opep reduziu sua previsão de avanço a 780 mil bpd.

fracasso do acordo e à constante expansão

O mercado desconfia da habilidade da

da produção dos EUA, fazendo com que o

Opep de manter esse compromisso. Na se-

preço do petróleo permanecesse na faixa

gunda semana de agosto, em um encontro de

de US$ 45 a US$ 55 por barril.

representantes do cartel e dos aliados em Abu

O que alavancou os preços do petróleo foi

Dhabi, todos disseram que "continuam firmes

o anúncio do Departamento de Energia (DoE, na

em seu compromisso de cumprir" o pacto e

sigla em inglês) norte-americano, um dia antes

que os países "vão ajudar a facilitar a plena

do relatório da Opep, de um declínio significati-

conformidade" com os cortes de produção.

PERÍODO: 14.07.2017 a 14.08.2017 | AÇÕES AÇÕES AÇÕES AÇÕES

PETROBRAS R$

R$

R$

R$

ON 13,62 13,59 PN 13,05 13,16 Variação no período: 0,30%

Variação no período: 1,55%

VALE R$

R$

R$

R$

ON 27,80 29,15 PNA 27,80 29,17 Variação no período: 6,31%

Variação no período: 6,38%

CPFL

ON

BRASKEM

R$

R$

R$

R$

12,81 12,94 PNA 36,12 38,08 Variação no período: 1,09%

Variação no período: 7,27%

PETRÓLEO BRENT (US$) 14.07.2017

48,91

14.08.2017

51,80

Variação no período: 6,98%

PETRÓLEO WTI (US$) 14.07.2017

46,54

14.08.2017

48,66

Variação no período: 5,60%

AS REFORMAS do governo federal no setor energético, que incluem desde o fortalecimento da Petrobras até alterações no marco regulatório do pré-sal, levaram o Brasil a alcançar o posto de maior produtor de petróleo da América Latina, à frente de grandes produtores como México e Venezuela. Dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), referentes ao setor de óleo e gás no ano passado, revelam que a produção de petróleo no Brasil cresceu 3,2%. Essa é a mesma taxa média dos países da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), que reúne gigantes mundiais do setor como Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.

Foto: Agência Petrobras

ficativo nos preços do petróleo devido ao

À frente do México e da Venezuela, o Brasil é o maior produtor de petróleo da América Latina

Para especialistas, os investimentos dos últimos anos feitos pela Petrobras, especialmente na área do pré-sal, contribuíram para o aumento da produção. Eles apontam que medidas de fortalecimento do setor, a exemplo do marco que desobriga a estatal de ser a operadora única do pré-sal, podem gerar mais competição e elevar investimentos. “O que se espera é que, em tese, seja alavancado o potencial de investimentos na área petrolífera no País. Com mais de uma empresa investindo, há uma possibilidade maior de investimentos pelas empresas”, apontou o analista de óleo e gás da Tendências Consultoria, Walter de Vitto. TN Petróleo 114

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indicadores tn FRASES

"O apoio é integral ao RenovaBio, pois, além dos biocombustíveis serem fonte de renda para produtores rurais, essa política coloca o Brasil em posição de vanguarda no mundo na redução de gases de efeito estufa". Blairo Maggi, ministro da Agricultura. 09/08/2017 - Portal Uagro

"É importante criar um ambiente de entendimento, deixando claro que o estado do Rio de Janeiro é amigável para o investimento e que eventuais distorções no âmbito fiscal, tributário ou ambiental serão resolvidas com ampla negociação e responsabilidade de todas as partes que estão sentadas à mesa." Christino Áureo, secretário de Estado da Casa Civil e Desenvolvimento Econômico do Rio de Janeiro. 08/08/2017. Site TN Petróleo

"O aumento da produção significa o aumento do pagamento de royalties, o que, sem dúvida, beneficia a economia como um todo." Antonio Guimarães, secretário-executivo de Exploração e Produção do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP). 08/08/2017 - IBP

“O que se espera é que, em tese, seja alavancado o potencial de investimentos na área petrolífera no País. Com mais de uma empresa investindo, há uma possibilidade maior de investimentos pelas empresas” Walter de Vitto, analista da Tendências Consultoria. 08/08/2017 - Site TN Petróleo

Petrobras tem lucro líquido de R$ 4,8 bi Resultados do primeiro semestre de 2017, revertendo prejuízo apurado no mesmo período em 2016. O LUCRO LÍQUIDO da Petrobras atingiu R$ 4,8 bilhões no primeiro semestre, refletindo a melhora no desempenho operacional da companhia, apesar da menor venda de derivados no mercado brasileiro, e reversão do resultado negativo do mesmo período no ano anterior (prejuízo de R$ 876 milhões). Esse resultado foi alcançado pelo aumento da receita com exportações, em função de maiores volumes e preços de petróleo, assim como menores despesas de vendas, gerais e administrativas e menores gastos com importações de petróleo, derivados e gás natural, além do ganho apurado com a venda da participação na Nova Transportadora do Sudeste (NTS). Por outro lado, houve gastos com adesão aos programas de regularização tributária (PRT e PERT) e maiores participações governamentais, devido ao aumento da cotação do Brent.

Nesse período, a Petrobras registrou produção total de petróleo e gás natural de 2.791 mil boed, sendo 2.671 mil boed no Brasil (6% acima do registrado no primeiro semestre de 2016). Um dos destaques do período foi a entrada em operação, em maio, da plataforma P-66, na área de Lula Sul, no pré-sal da bacia de Santos. Também houve recorde mensal de produção operada de petróleo e gás natural na camada pré-sal, atingido em junho, de 1.686 mil barris de óleo equivalente por dia (boed). As vendas de derivados no mercado doméstico foram impactadas pela retração da demanda e pela concorrência mais acirrada com os demais players, atingindo 1.943 mil bpd, uma queda de 7% em comparação igual período do ano passado. A companhia manteve sua posição de exportadora líquida com saldo de 401 mil bpd,

Resultado Líquido A Petrobras apresentou lucro líquido de R$ 4,8 bilhões no 1S-2017, ante um prejuízo de RS 876 milhões no 1S-2016. Esse resultado foi determinado por: • Aumento na receita com exportações devido aos maiores volumes e preços de petróleo; • Ganho apurado na venda da partici-

“É uma Política que dá tranquilidade suficiente aos investidores para enxergar que essa é uma prioridade do país."

pação na Nova Transportadora do Sudeste (NTS);

Fernando Coelho Filho, ministro de Minas e Energia. 09/08/2017 - Durante apresentação do RenovaBio

• Adesão aos Programas de Regularização Tributária;

• Redução de 68% nos custos exploratórios e de 16% nas despesas com vendas, gerais e administrativas; • Retração nas vendas de derivados no mercado interno e menores gastos com importações; • Maiores gastos com participações governamentais devido ao aumento da cotação do Brent; e • Provisão para perdas com recebíveis referentes ao navio-sonda Vitória 10.000.

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em função do aumento em 48% das exportações de petróleo e derivados e da redução em 25% das importações. Contribuiu para a diminuição nas importações o aumento da participação de óleo nacional na carga processada. Com a maior geração operacional e a redução de investimentos, a companhia alcançou um fluxo de caixa livre de R$ 22,7 bilhões. A gestão ativa da dívida possibilitou o alongamento do prazo médio de 7,46 anos, em 31.12.2016, para 7,88 anos, em 30.06.2017, bem como a redução do endividamento líquido em dólares em 7%, que passou de US$ 96,4 bilhões no final de 2016 para US$ 89,3 bilhões em 30 de junho de 2017. O EBITDA ajustado foi de R$ 44,3 bilhões, 6% superior ao mesmo período do ano anterior, tendo alcançado uma margem de 33%. Com isso, a métrica financeira dívida líquida/EBITDA Ajustado traçada pela Petrobras no seu Plano de Negócios e Gestão foi

Fluxo de Caixa Livre • Fluxo de Caixa Livre positivo pelo nono trimestre consecutivo. • No 1S-2017 o Fluxo de Caixa Livre atingiu R$ 22,7 bilhões, 70% acima do registrado no 1S-2016. Esse resultado reflete a combinação entre a melhora da geração operacional e a redução de investimentos.

EBITDA Ajustado • O EBITDA ajustado foi de R$ 44,3 bilhões no 1S-2017, 6% superior ao do 1S-2016. • Esse resultado reflete as menores despesas operacionais e os menores gastos com importações de petróleo e gás natural. • A margem EBITDA ajustado foi de 33% no 1S-2017.

reduzida de 3,54 em 31.12.2016, para 3,23 em 30.06.2017. A companhia fechou o semestre com um efetivo de pessoal de 63.152 empregados, o

que representa uma redução de 18% em comparação ao ano anterior, em função do Plano de Incentivo ao Desligamento Voluntário (PIDV).

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entrevista especial

AUTOSSUFICIÊNCIA de gás não está no radar

por Beatriz Cardoso

Para o secretário de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis Renováveis do Ministério de Minas e Energia, Márcio Félix, ainda que a meta seja duplicar ou triplicar o mercado de gás natural até 2030, a autossuficiência nesse energético não “está no radar”. Isso porque há um equilíbrio na produção e demanda na América Latina que ainda precisa ser trabalhado. “O AUMENTO NA DEMANDA deve ser atendido por várias fontes: produção onshore e offshore do Brasil, gás da Bolívia, GNL etc.”, observa o engenheiro, que ocupou vários cargos executivos na Petrobras. No primeiro ano na secretaria do MME, completado agora, Márcio Félix cumpriu uma agenda intensa, em debates e reuniões em várias partes do Brasil como também em eventos em pelo menos três continentes: América do Norte, Europa e Ásia. Na pauta, o programa Gás para Crescer, a revisão na política de exploração e produção de hidrocarbonetos no Brasil, o calendário de novas rodadas de licitações para este e os próximos anos. “O Brasil tem uma posição geográfica e um mercado de óleo e gás natural consolidado, mas com um potencial pouco explorado”, afirma nessa entrevista à TN petróleo. TN Petróleo – O governo vai remeter ao Congresso um projeto de lei com propostas de mudanças no marco regulatório do setor de gás natural, como resultado dos debates com o mercado no âmbito do programa Gás Para Crescer, e do trabalho do Comitê Técnico para o Desenvolvimento da Indústria do Gás Natural (CT-GN). Como está esse trabalho? 10

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Márcio Félix – Elaboramos uma proposta olhando a indústria como um todo, respaldados nesse debate que vem se desenrolando com o mercado desde o ano passado. O conjunto de propostas que visa aprimorar o marco legal desse setor, apresentado em maio pelo CT-GN, reúne o trabalho dos oito subcomitês, que reuniram mais de 150 pessoas, das quais cerca de 90% são representantes da cadeia produtiva de gás natural, associações e universidade. Olhamos o que foi feito em outros países para escolher o modelo que mais se adequa ao nosso mercado. O objetivo é assegurar uma transição do atual modelo para um mercado com maior diversidade de agentes, mais competitivo, de forma gradual e sem impactos sobre o setor. Quais os principais pontos dessa proposta, que foram consolidados nessas reuniões com o mercado? O principal é criar mecanismos que assegurem maior transparência no mercado, que favoreçam a competitividade. Daí a importância em adotarmos as melhores práticas internacionais para ampliar e atrair investimentos para o setor. Cada subcomitê focou em um ponto específico, buscando reunir as melhores propostas. Um grupo analisou o escoamento, pro-

cessamento e tratamento (regaseificação) do GNL. Outro atentou para o aspecto do transporte e estocagem, da distribuição, olhando a malha como um todo, entrada e saída. Outro grupo estudou a questão da comercialização. Um subcomitê atentou para as disposições transitórias, do conjunto de mecanismos necessários para promover essa transição no setor. E ainda tem o trabalho do subcomitê que estudou os aspectos relacionados à tributação: é necessário aperfeiçoar a estrutura tributária do setor de gás natural. E tem também a questão de como consolidar a integração entre os setores de gás natural e energia elétrica. Dentro dessa transição, quais são as grandes mudanças necessárias para termos um mercado com mais agentes e maior eficiência? O que vai resultar em mudanças substanciais no que existe hoje? Primeiro temos que criar condições para atrair e facilitar a entrada de novos agentes nesse mercado, para trazer mais investimentos. Portanto, é necessário assegurar acesso aos terminais de GNL e às instalações de escoamento e processamento de gás natural. Também é necessário reformular os sistemas de transportes,


Márcio Félix, secretário de Petróleo e Gás Natural do MME

O PRINCIPAL É CRIAR MECANISMOS QUE ASSEGUREM MAIOR TRANSPARÊNCIA NO MERCADO, QUE FAVOREÇAM A COMPETITIVIDADE. DAÍ A IMPORTÂNCIA EM ADOTARMOS AS MELHORES PRÁTICAS INTERNACIONAIS PARA AMPLIAR E ATRAIR INVESTIMENTOS PARA O SETOR.

Foto: cortesia MME

suficiência não está no radar. O objetivo principal, com o programa Gás para Crescer é atrair investimentos privados para a indústria de gás, com novos agentes no setor, promovendo a competição na oferta do energético.

criando hubs (zonas) de comercialização, para que os agentes compradores e vendedores que contrataram entrada ou saída no sistema possam comercializar gás natural, independentemente de sua localização física. Com isso estaremos assegurando livre concorrência na oferta. Quais os ganhos que essas mudanças vão assegurar? Esse acesso não discriminatório aos terminais de GNL e demais instalações vão minimizar custos e tempo para que a oferta de gás dos distintos agentes chegue ao mercado, lembrando que com os sistemas de transporte, os agentes, uma vez conectados, terão acesso a todo o mercado consumidor. Esses sistemas de transportes deve-

rão ser coordenados por uma gestão integrada independente, organizada pelos próprios transportadores. Com isso reduzimos também a percepção de risco de agentes, favorecendo a atração de investimentos. Qual a perspectiva do MME com esse projeto de lei: a autossuficiência é uma meta? Estamos trabalhando para obter um resultado estável, com o objetivo de duplicar ou triplicar o mercado brasileiro de gás natural até 2030. Essa demanda será atendida por diversas fontes – nacional (onshore e offshore), Bolívia, GNL etc. Não estamos pensando na possibilidade de exportação, pois há um equilíbrio na produção e demanda na América Latina. A autos-

Você participou do último road show internacional da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O que você tem destacado em suas exposições lá fora: o pré-sal? Enfim, qual a estratégia para atrair novos investidores para o país? Eu estive nos EUA, Malásia, Singapura, China e Noruega. Não temos focado no pré-sal, por que ele não precisa de propaganda. O que fizemos foi divulgar o potencial de outras áreas, tanto no offshore como no onshore, buscando atrair mais operadoras que possam vir sozinhas ou se associar a outras, de forma a termos uma maior diversidade de companhias no país, a partir dessa agenda de rodadas de licitações. Temos um kit gigante de oportunidades. O próprio Gás para Crescer é um TN Petróleo 114

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entrevista especial

atrativo. Queremos mostrar que há oportunidades também mais além do upstream, da exploração e produção: tem muita coisa no downstream e o midstream. O Brasil tem uma posição geográfica e um mercado de óleo e gás natural consolidado, mas com um potencial ainda pouco explorado. Há diversas oportunidade para distintos tipos de empresa... Exato. No onshore, por exemplo, temos o Programa de Revitalização da Atividade de Exploração e Produção de Petróleo e Gás Natural em Áreas Terrestres (Reate), que foi apresentado em Calgary, no Canadá (Nota da redação: palestra realizada por Eliane Petersohn, Superintendente de Definição de Blocos da ANP (SDB/ANP) no evento Brazil's Upcoming Bidding Rounds: Opportunities for Canadian Companies). Estamos falando não somente com operadoras como também

com fornecedores de bens e serviços, pois a meta é ampliar a produção onshore. Também estamos focando em fundos de investimentos para atrair investimentos, recursos financeiros, de forma a atrairmos esse segmento para ser um sócio em empreendimentos. Analistas dizem que as condições atuais das petrolíferas não são ideais para participar de certames ao redor do mundo, com o preço do barril de petróleo abaixo dos US$ 50. Qual a expectativa do MME com a realização dos outros três leilões previstos para esse ano – BID 2 e 3 do pré-sal, e 14ª rodada? Sabemos que este ano há mais de 20 leilões ocorrendo no mundo. Uns concorrem mais com o Brasil, outros não. Mas há poucos que oferecem um portfólio tão grande e diversificado quanto o do Brasil, com ativos de classe mundial, como o pré-sal. Há ativos onshore altamente atraentes e outros, com

enorme potencial nas bacias de Santos e Campos, fora do pré-sal, além de novas fronteiras marítimas e terrestres. Nenhuma companhia global vai querer ficar restrita a uma região. A crise política tem sido mencionada nesses road show e eventos no exterior? Pouquíssimas empresas têm perguntado sobre crise política no Brasil. Ou quase nada. Trabalhamos com projetos de 30, 40 anos de vida: vamos passar por várias gestões. E estamos falando com muitas empresas que estão no Brasil há muito tempo, algumas delas há mais de 100 anos no Brasil. A Petrobras vai exercer preferência em algumas áreas, que estão próximas a grandes produtores, como Sapinhoá e Lula, assim como de Libra, e de áreas sob cessão onerosa. Contudo, o governo e a Petrobras estão

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entrando em “efetiva negociação” em relação a áreas concedidas em 2010. O que o Governo está pleiteando em relação a essas áreas? Por que você disse que a área da cessão onerosa é, hoje, a “maior oportunidade de petróleo no mundo”? A cessão onerosa vem sendo discutida entre as partes interessadas (governo e Petrobras) desde 2013. Estamos entrando em fase de reavaliação do contrato, uma vez que a ANP concluiu os dados de simulação dos diversos cenários. Precisamos montar um tabuleiro de xadrez no pré-sal para saber como vai ser essa geopolítica. A Petrobras teria direito a 5 bilhões de barris. Lá deve ter mais outros cinco – há quem fale até que pode ser muito mais. Esse petróleo ainda não tem ‘destino’. Dar destino a esse petróleo é algo que mexe com o mercado mundial. Há um interesse mundial nesse petróleo.

Foto: cortesia MME

Márcio Félix, secretário de Petróleo e Gás Natural do MME

SABEMOS QUE ESTE ANO HÁ MAIS DE 20 LEILÕES OCORRENDO NO MUNDO. UNS CONCORREM MAIS COM O BRASIL, OUTROS NÃO. MAS HÁ POUCOS QUE OFERECEM UM PORTFÓLIO TÃO GRANDE E DIVERSIFICADO QUANTO O DO BRASIL, COM ATIVOS DE CLASSE MUNDIAL, COMO O PRÉ-SAL.

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desinvestimento petrobras

Vendendo os anĂŠis 14

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Programa de desinvestimento da petroleira brasileira toma força com anúncio da venda de ativos produtivos em águas rasas e expectativa de arrecadação de R$ 21 bilhões. por Beatriz Cardoso

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desinvestimento petrobras

A

Petrobras divulgou ‘oportunidades de desinvestimento (teasers) em águas rasas, colocando à venda seus direitos de exploração, desenvolvimento e produção em 30 concessões, localizadas nas bacias de Campos, Santos, Potiguar, Ceará e Sergipe-Alagoas. A venda desses ativos foi anunciada ao mercado 11 dias depois da estatal comunicar sua produção de junho e três dias antes da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) informar que a produção de petróleo no pré-sal em junho, de 1.352.957 barris de petróleo por dia, superou a do pós-sal, que ficou em 1.321.813 bbl/d. A nova fronteira, que hoje responde por mais da metade da produção nacional (mar e terra), não somente superou a maior bacia produtiva (Campos) como também fez a estatal ultrapassar a meta desse ano, de 2,07 milhões de bbl/d, em apenas seis meses: a produção de petróleo no acumulado até junho cresceu 5,6% ante o mesmo período de 2016, alcançado os 2,171 milhões de barris. Há quem diga que esse resultado acima do previsto se deve ao atraso nas vendas de ativos, em decorrência de ações judicias e decisões do Tribunal de Contas da União (TCU), que impediram que a petroleira acelerasse o programa de desinvestimento em 2016, com vistas a reduzir o seu grau de endividamento. Foi o que ocorreu com o projeto Topázio anunciado no ano passado, que abrangia 98 campos, dos quais 95 em terra e três em águas rasas, além de seis blocos exploratórios terrestres em cinco estados. Esses ativos, que teriam 257,3 milhões de boe em reservas 16

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Evolução da produção de petróleo no pré-sal e no pós-sal

Estado

Polos

Concessões

Ceará

Polo Ceará Mar

Curimã, Espada, Atum e Xaréu

Rio Grande do Norte

Polo Rio Grande do Norte Mar

Agulha, Cioba, Ubarana, Oeste de Ubarana, Pescada e Arabaiana

Sergipe

Polo Sergipe Mar

Caiobaa, Camorim, Dourado, Guaricema e Tatuí

Rio de Janeiro

Polo Pargo

Carapeba, Vermelho e Pargo

Polo Enchova

Bicudo, Bonito, Enchova, Enchova Oeste, Marimbá e Piraúna

Polo Pampo

Badejo, Linguado, Pampo e Trilha

Polo Merluza

Merluza e Lagosta

Rio de Janeiro

São Paulo

3P (possíveis), produziam no final do ano pouco mais de 35,4 mil bbl/d de óleo e 1,4 milhão de m3/d de gás natural. A maior parte dos ativos terrestres, 38 campos, está no estado do Rio Grande do Norte – onde também se encontram os três campos em águas rasas (Aratum, Serra e Macau). O Espírito Santo, com 30 campos e seis blocos, vem em seguida. Os demais campos estão espalhados pelos estados

da Bahia (16), Ceará (2) e Sergipe (12).

Joias da família Com produção acima da meta e dívida reduzida e com perfil alongado, a estatal quer agora se desfazer de algumas “joias da família”. Na realidade, tratam-se de ativos altamente explotados, que juntos somaram uma média de 73 mil barris de óleo equivalente por dia (boed) no primeiro semestre de 2017.


Bacia do Ceará

Ativos em produção e com histórico comprovado, com a produção iniciada no início da década de 80; Múltiplas iniciativas de recuperação (incluindo perfuração de novos poços, workovers e injeção de água) podem ser implementadas para melhorar o perfil de produção dos ativos; Termos fiscais atraentes – concessões da Rodada Zero, sem nenhum requerimento de conteúdo local; Potencial cessionário terá total gestão sobre os custos do ativo, dado que lhe será transferido 100% da WI com operação. Foto: Agência Petrobras

Bacia do Rio Grande do Norte

Ativos em produção e com histórico comprovado, com a produção iniciada na década de 80; Projeto de injeção de água em curso no campo de Ubarana para melhorar o perfil de produção; Termos fiscais atraentes – concessões da Rodada Zero, sem nenhum requerimento de conteúdo local; Potencial cessionário terá total gestão sobre os custos do ativo, dado que lhe será transferido 100% da WI com operação. Foto: Agência Petrobras

Esse volume refere-se à parte da Petrobras, mas representa quase a totalidade da produção desses ativos, uma vez que ela é a operadora de todas as concessões, com 100% de participação. As únicas exceções são os campos de Pescada e Arabaiana (bacia Potiguar), onde a companhia detém 65% de participação e a Ouro Preto Óleo e Gás, 35%. A efetiva inclusão dessas concessões na oportunidade de desinvestimento está sujeita ao não exercício de direito de preferência por parte do parceiro. Ao disponibilizar para o mercado alguns campos produtores de menor valor, a Petrobras busca acalmar os ânimos dos que são contrários à venda de ativos de maior valor. Como os do pré-sal negociados pela estatal com a Statoil (Carcará) e com a Total (participações nos blocos BMS-11 e BMS-9, onde estão os campos de Iara, Sururu, Berbigão e Oeste de Atapu, Lapa entre outros). Assim ela busca fazer caixa para manter as verdadeiras joias da coroa, que são os campos do pré-sal, principalmente das bacias de Campos e Santos. Ainda assim, estão à venda alguns ativos emblemáticos, como o campo de Guaricema, primeira descoberta offshore da Petrobras. Essa descoberta, que em setembro do próximo ano completa 50 anos, sinalizou o potencial da plataforma continental brasileira. Ocorreu em um cenário de petróleo importado a baixo custo (cerca de US$ 3 por barril), o que não incentivava investimentos em novas fronteiras, como era então o offshore brasileiro, pois a produção se dava em terra. Em 1973 ocorreria a primeira crise do petróleo, que se repetiria menos de uma década depois, incitando a Petrobras a investir na exploração offshore. Foi assim que

surgiriam novas descobertas, incluindo o campo de Enchova, que iniciou sua produção há exatos 40 anos e agora, produzindo cerca de 10 mil bbl/d está à venda. Outro ativo emblemático desse portfólio são os campos de Merluza e Lagosta, que produzem gás na-

tural por meio da plataforma fixa MLZ-1, em operação desde 1993 no pós-sal da hoje cobiçada bacia de Santos.

Novas expectativas Todos esses campos deram uma contribuição pequena à produção TN Petróleo 114

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desinvestimento petrobras

Bacia de Sergipe

Ativos em produção e com histórico comprovado, com a produção iniciada na década de 80; Iniciativas de recuperação secundária, principalmente incluindo injeção de água, podem ser implementadas para melhorar o perfil de produção; Termos fiscais atraentes – concessões da Rodada Zero, sem nenhum requerimento de conteúdo local; Potencial cessionário terá total gestão sobre os custos do ativo, dado que lhe será transferido 100% da WI com operação.

Bacia de Campos

Ativos em produção e com histórico comprovado, com a produção iniciada no final da década de 80; Termos fiscais atraentes – concessões da Rodada Zero, sem nenhum requerimento de conteúdo local; Potencial cessionário terá total gestão sobre os custos do ativo, dado que lhe será transferido 100% da WI com operação.

Ativos em produção e com histórico comprovado, com a produção iniciada no final da década de 80; Múltiplas iniciativas de recuperação (incluindo perfuração de novos poços, reconexão e recompletação de poços, e injeção de água) podem ser implementadas para melhorar o perfil de produção dos ativos; Termos fiscais atraentes – concessões da Rodada Zero, sem nenhum requerimento de conteúdo local; Potencial cessionário terá total gestão sobre os custos do ativo, dado que lhe será transferido 100% da WI com operação.

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total do Brasil, em junho que alcançou 2,675 milhões de bbl/d e 111 milhões de metros cúbicos por dia (m³/d), domando uma produção total de 3,37 milhões de boe/d. A expectativa do mercado é que essa tendência de crescimento seja mantida, possibilitando à Petrobras até mesmo elevar sua meta para este ano. Em relatório, o Goldman Sachs previu uma produção média de 2,175 milhões de bpd em 2017, o que seria uma alta de 1,5% em relação à meta do plano de negócios da estatal para 2017-2021, já excluindo possíveis desinvestimentos. Isso porque a Petrobras prevê para esse ano o início das operações de três novas plataformas nas de Lula Norte, Tartaruga Verde e Mestiça além do Teste de Longa Duração (TLD) de Libra, considerada a área mais promissora do Brasil. Mas esta, já está atrasada no cronograma da estatal, que previa o primeiro óleo já em julho. Mais do que os leilões previstos para este ano, a venda de campos produtivos animou o mercado, como foi possível constatar no 15º Congresso Internacional da Sociedade Brasileira de Geofísica (SBGf), realizado entre 31 de julho e 3 de agosto, no Rio de Janeiro. A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) destacou as oportunidades que vão surgir com o calendário de leilões, três deles já nos próximos três meses. Mas as empresas fornecedoras de bens e serviços avaliam que as licitações que vão ser feitas nesses BIDs não vão gerar novos negócios no curto prazo. Veem com mais esperança de contratos o incremento da exploração do pré-sal, bem como as vendas desses ativos maduros em águas rasas e os do projeto Topázio, uma vez que os investidores vão preci-


Pré-sal: à venda nos próximos leilões

Bacia de Santos

Foto: Agência Petrobras

sar aprofundar os estudos ou contratar reprocessamento de dados desses campos, para otimizar a recuperação de petróleo. Essa questão foi abordada no fórum de abertura do congresso da SBGf, "Oportunidades e desafios para o setor de E&P no Brasil", que reuniu André Araujo, presidente da Shell Brasil, Lincoln Guardado, CEO da Queiroz Galvão, Mario Carminatti, gerente executivo de E&P da Petrobras e Miguel Pereira, CEO da Petrogal Brasil. Carminatti destacou que a petroleira investiu pesado para ampliar a capacidade de processamento de dados de geoengenharia – geofísica, geologia e engenharia de petróleo – como chave para aumentar a

eficiência das atividades de exploração e produção. “Com a contratação de computadores de alto desempenho, esperamos quintuplicar a capacidade de processamento de dados e, assim, aumentar a precisão das imagens do subsolo e reduzir riscos exploratórios”, afirmou Carminatti. Segundo ele, essa iniciativa promoverá um salto de qualidade inquestionável nos resultados dos trabalhos de geoengenharia. “Com a intensificação dos nossos projetos no pré-sal, vamos aumentar a demanda por computadores de elevado desempenho e isso abrirá

novas oportunidades para as em-

Ativos em produção e com histórico comprovado, com a produção iniciada no início da década de 90; Termos fiscais atraentes – concessões da Rodada Zero, sem nenhum requerimento de conteúdo local; Potencial cessionário terá total gestão sobre os custos do ativo, dado que lhe será transferido 100% da WI com operação. presas fornecedoras no Brasil”, afirmou. O reprocessamento de dados são a base de um conjunto de tecnologias e processos que as petroleiras vêm utilizando para aumentar o fator de recuperação de campos maduros. Tecnologias que, no caso do Brasil, são vitais para que ativos emblemáticos, mas com potencial para continuar a produzir por mais alguns anos, possam ganhar uma segunda ‘vida útil’ e contribuir para a retomada do crescimento econômico e da expansão e diversificação da indústria petrolífera brasileira.

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eventos

32° CBMGA & Expoman

Foto: Jorge Faria, Abraman

Vamos fazer a manutenção da retomada do crescimento

32o Congresso Brasileiro de Manutenção e Gestão de Ativos Congresso & Expoman abre as portas com expectativas de melhoras para o setor. por Beatriz Cardoso

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indústria de manutenção está preparada para atender às demandas da recuperação econômica do Brasil. É o que deixaram claro as principais lideranças desse setor na abertura do 32º Congresso Brasileiro de Manutenção e Gestão de Ativos (32° CBMGA), realizado entre os dias 7 e 10 de agosto, em Curitiba (PR), na Federação das Indústrias do Paraná (FIEP). Em paralelo aconteceu a Expoman – Exposição de Produtos, Serviços e Equipamentos para Manutenção e Gestão de Ativos, apresentando novas tecnologias e técnicas de gerenciamento e

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execução de vanguarda, visando a melhoria da qualidade, produtividade, segurança e racionalização de custos, com preservação ambiental. O maior evento desse setor na América Latina reuniu empresários e profissionais da área, além de manutenção e dirigentes de grandes empresas que demandam bens e serviços, como a Petrobras, Eletronuclear, Furnas, Itaipu Binacional e Companhia Paranaense de Energia (Copel), que também patrocinam o congresso e a exposição. Também participam instituições de pesquisa, desenvolvimento e

Números do 32º CBMGA/EXPOMAN 5 mesas redondas e 2 painéis (envolvendo 19 palestras) 6 conferências nacionais e 1 conferência internacional 168 trabalhos técnicos (apresentação oral e pôster) 5 palestras de inovação tecnológica Lançamento do DOCUMENTO NACIONAL 2017 - O Road Map da Manutenção no Brasil


Selo Abraman Na abertura da 32o. CBMGA, a Abraman lançou o Selo de Qualidade em Manutenção & Gestão de Ativos ISO 55000, iniciativa que visa levar às empresas um serviço de classe mundial, com metodologia de avaliação, relatório e indicação de mudanças, que será oferecido em parceria com a Braidotti Engenharia & Consultoria. “As empresas serão classificadas nas categorias ouro, prata e bronze, e serão incentivadas a periodicamente se reavaliarem para mudar de classe”, explica Nelson Cabral de Carvalho. As empresas certificadas terão uma série de benefícios junto à entidade, como descontos em cursos, participação do congresso e apresentação de trabalhos técnicos. “A Eletronuclear foi a primeira empresa a contratar o serviço”, anunciou

Foto: Jorge Faria, Abraman

inovação (PDI) que têm a parceria das empresas da área para gerar novas soluções para o mercado. A proposta do congresso foi debater o papel estratégico da manutenção para a retomada do crescimento econômico brasileiro. “O duplo evento é um foro para reforçar a integração entre os profissionais e empresas envolvidos na área de manutenção, pela abrangência nacional e internacional e pelo conteúdo técnico”, pontua Nelson Cabral de Car valho, diretor operacional da Associação Brasileira de Manutenção e Gestão de Ativos (Abraman), que promove o evento. Ele salienta que o público predominante é formado por altos executivos de grandes organizações nacionais e internacionais, responsáveis por tomadas de decisão.

Rogério Arcur i Fi lh o, que é membro do conselho de administração da Abraman. “As organizações são avaliadas pelos clientes não sob a ótica de produtos e serviço, mas pela qualidade da retaguarda, dos seus processos. Mais recentemente também estão avaliando a manutenção, se a empresa tem plano preventivo etc. Com o selo, as organizações não vão precisar desta avaliação, porque já serão reconhecidas por esta iniciativa prévia”, explica José Wagner Braidotti Jr., frisando que as empresas ganham competitividade com o selo.

Gestão de ativos Respaldado na larga experiência consolidada em cerca de três décadas na Petrobras, onde foi gerente geral de Eficiência Operacional das Refinarias da companhia, João Ricardo Lafraia, diretor superintenden-

te da consultoria FCC e conselheiro da Abraman, coordenou o workshop “Fundamentos da gestão de ativos”, realizado no dia 7, na véspera da abertura oficial do duplo evento. “A inovação na retomada do crescimento” foi o tema da palestra de abertura proferida por José Paulo Silveira, presidente da Fundação Brasileira de Tecnologia de Soldagem, que destacou o quanto a manutenção preditiva ganhou com as novas tecnologias e a digitalização, que possibilita a virtualização dos equipamentos. Segundo Silveira, há imensas oportunidades para a gestão de ativos com a manufatura avançada, um dos pilares da indústria 4.0, que foi o mote da mesa redonda nacional realizada no dia 8, com o tema “Manutenção e gestão de ativos na 4ª revolução industrial”. Em outra mesa redonda, realizada no último dia, sob a coordenação de Edson Kleiber de Castilho, da Abraman, em pauta um tema atualíssimo: “Reforma trabalhista e a terceirização: mitos e verdades”. No mesmo dia, aconteceram três conferências nacionais: ‘'Sustentabilidade empresarial por meio da gestão de ativos'', com palestra de Alan Kardec Pinto, da TN Petróleo 114

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eventos

Fotos: Bia Cardoso

32° CBMGA & Expoman

consultoria TCA, “Gestão de risco e tomada de decisão”, assunto abordado por Leonam Guimarães, diretor técnico da Eletronuclear, e “Gestão da confiabilidade para aumento da eficiência operacional”, tema da apresentação de Cláudio Spanó, da ReliaSoft. As empresas Manserv, Qualidados, Brasanitas, Vivante e Comau fizeram palestras sobre inovações tecnológicas.

Raio-x do setor Durante o congresso foi apresentada também a edição 2017 do Documento Nacional 2017 – A Situação da Manutenção no Brasil, produzido a cada dois anos pela Abraman a partir de ampla pesquisa realizada entre empresas representantes dos principais setores da economia de todo o País. 22

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“A busca de maior produtividade e de retorno dos ativos para as empresas passa pela melhoria da gestão dos mesmos, com a atividade de manutenção oferecendo resgate expressivo da confiabilidade dos equipamentos e instalações produtivas”, destaca Nelson Cabral, ao falar do papel da manutenção nos próximos dois anos, período crítico para o País retomar o crescimento econômico. “A manutenção possui um grande potencial na melhoria dos processos atuais, na ordem de 60%, o que significa um ganho direto na produtividade das equipes de campo na ordem de 50%, e um consequente ganho nos custos diretos de manutenção na ordem de 15%”, afirma José Wagner Braidotti, parceiro da Abraman nesse estudo.

Os números consolidados criam novas expectativas para o setor, na avalição de Rogério Arcuri Filho. “No setor de O&G, bem como no offshore, as perspectivas parecem ser muito boas, em vista das recentes notícias da Petrobras referentes à produção e aquecimento das atividades nas bacias de Campos e no pré-sal/bacia de Santos, assim como no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj)”, observa. Outros setores também vêm apresentando maior demanda e gerando empregos, como o Automotivo, Serviços, Mineração, Energia Elétrica etc. “O próprio 32º CBMGA mostra isso, pois registramos um aumento de mais de 80% nas inscrições antecipadas, em relação ao mesmo período do ano passado”, conclui Arcuri.


Ano 5 • nº 52 • agosto de 2017 • www.tnsustentavel.com.br

Eficiência Energética • Comercialização de Energia • Legislação Ambiental • Reciclagem

Empresas brasileiras participam do Fórum de Alto Nível da ONU A Organização das Nações Unidas promoveu em julho, nos Estados Unidos, um dos maiores eventos de sustentabilidade do mundo.

O

Fórum de Alto Nível de Desenvolvimento Sustentável, realizado em julho, em Nova Iorque, debate a Agenda para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável com os Estados Membros da ONU e das agências especializadas – totalizando 44 nações. O Brasil foi representado por uma comitiva do International Chambre of Commerce (ICC), que tem assento no Fórum e apresentou os progressos do setor privado brasileiro na implementação dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (SDGs), sigla em inglês. Entre eles estão as iniciativas empresariais que atendam pelo menos um dos 17 SDGs, as empresas que tenham incorporado esses objetivos em suas estratégias corporativas e exemplos de parcerias público-privadas (PPPs) de sucesso. Entre as instituições brasileiras participantes está o Grupo Boticário, que apresentou a Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, uma

instituição sem fins lucrativos que promove e realiza no País ações de conservação da natureza, incluindo a disseminação de conhecimento e do apoio a projetos de outras instituições. Desde 1990, a entidade já apoiou 1.510 projetos de 501 instituições em todo o Brasil. Durante o Fórum, a responsável por relações institucionais na Fundação Grupo Boticário, Bianca Brasil, falou sobre essas iniciativas, além de apresentar informações das duas reservas naturais mantidas pela organização: a Reserva Natural Salto Morato, na Mata Atlântica; e a Reserva Natural Serra do Tombador, no Cerrado; esses são os dois biomas mais ameaçados do País. Outra ação de destaque da organização é um projeto pioneiro de pagamento por serviços ambientais em regiões de manancial, denominado Oásis. Todas essas práticas fazem parte do objetivo 15 dos SDGs (https://sustainabledevelopment.un.org/sdg15),

que é relacionado à proteção dos ambientes naturais. "Para a Fundação, é uma honra participar desse evento, pois trabalhamos há 27 anos na conservação da biodiversidade, e tão importante quanto mostrar o nosso trabalho, será mostrar que, cada vez mais, as empresas estão ampliando esforços para inserir a agenda de desenvolvimento sustentável em suas operações e estratégias. Esse movimento permite que o setor privado passe a ser parte da solução; e o saldo dessa equação para a conservação da natureza e para a sociedade é muito positivo”, analisa Bianca. O debate ocorreu nos dias 17 e 18 de julho, durante o SDG Business Forum, um painel que teve como objetivo realizar um balanço dos compromissos assumidos pelas empresas e avaliar os esforços do setor privado para catalisar o crescimento e o desenvolvimento sustentável. Mais informações sobre o evento: https://sustainabledevelopment.un.org/ TN Petróleo 114

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suplemento especial

Desenvolvimento Humano e Sustentabilidade

A arte da RETÓRICA N

Wanderlei Passarella é mestre em Administração de Empresas e bacharel em Economia pela FEA-USP, e também engenheiro mecânico pela Escola Politécnica da USP; pós-graduado na Abordagem Transdisciplinar Holística, pela Unipaz/ FSJT. Atualmente dirige a Synchron Participações e é coach de executivos. Foi diretor-presidente da GPC Química S/A e da Petroflex S/A. Também foi diretor-geral da Menasha Materials Handling South America e exerceu cargos gerenciais na Nitroquímica (Grupo Votorantim) e Ipiranga Química.

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estes tempos de “pós-verdade” é chegada a hora da retórica se transformar de arte em ciência. A arte é livre; é uma representação de ideias de caráter humano e psicológico. Busca causar impressões e sentimentos. A ciência é comprometida com a verdade; é um estudo que tem um objeto e um método para apurar se as teses são confirmadas pelos experimentos e checagens. Busca entender o Universo por meio da aproximação de seus modelos com o que se observa na prática. A política se utiliza da arte da retórica. Atualmente, com as amplificações exponenciais das mídias, assistimos a um show de retórica em seu mais perverso sentido. Argumentos desconectados da verdade. Bravatas destinadas a construir estórias e confundir os desavisados. Manipulações da credulidade do alheio. Mais do que nunca, seria um passo gigantesco se a retórica se transformasse em ciência. Utopia? Talvez. Pessoas públicas, ou que se manifestem em público pelas mídias e por veículos de largo alcance poderiam ter por trás de si uma legislação que coibisse a manipulação da verdade, fazendo com que a retórica se caminhasse para o lado construtivo. Antes de qualquer coisa, quem fala algo que não tem respaldo, que tenta construir versões dos fatos, deveria fazer como o cientista que declara que “tudo indica” ou “parece que”, quando se refere a interpretações não comprovadas. Apenas quando mencionar estudos já demonstrados e respaldados por pesquisas uma figura pública poderia afirmar uma determinada conclusão. Qual é a consequência para o cientista que falseia sua tese, suas demonstrações e sua metodologia? O ostracismo, o banimento da Academia. A perda total de credibilidade perante a comunidade científica. Ele se torna inabilitado para exercer sua função de cientista. Não deveria ser o mesmo com os políticos ou figuras públicas que se manifestam nas mídias de massa? Se estiverem construindo narrativas apenas, o seu total descrédito por parte da população deveria ser objeto de políticas ou legislações que trouxessem à tona o falseamento da verdade. Utopias à parte, voltemos nossa atenção ao meio empresarial. Até que ponto a retórica, no seu sentido negativo ainda é utilizada na gestão das empresas. Será que a retórica é um fenômeno restrito na política e às mídias sociais, nestes tempos de “pós-verdade”? A resposta nos parece, infelizmente, que não. Ela está presente no dia a dia empresarial da mesma maneira que se reflete na sociedade como um todo.


Foto: Free Images

Senão vejamos: quem ainda não participou de uma reunião, gerencial, de diretoria ou de conselho em que alguém chega atrasado, nem bem acompanhou o que foi discutido antes, e já começa a falar e a emitir julgamentos, interpretações e decisões? Como que para esconder seu atraso, arruma uma maneira de se colocar no centro das atenções para mostrar que, apesar de tudo, está muito por dentro de tudo e sabe o que fazer. Isso não seria um tipo de retórica? Ou esta outra situação: estamos no meio de um debate sobre a evolução da empresa e alguém coloca que o time cresceu (o número de pessoas), porque a empresa está lucrando mais. Sim, o faturamento aumentou, mas caiu o EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização). A despesa financeira também caiu e, assim, o lucro líquido aumentou. A empresa está crescendo de fato, ou irá se colocar em problemas mais à frente porque a geração operacional de caixa está caindo com vendas feitas, provavelmente, com menor margem? Não é uma forma de retórica justificar aumento de equipe sem checar se o número de processos de trabalho aumentou? Ou mais ainda esta situação: o gerente pergunta a um membro de sua equipe sobre qual foi o fator de perda na produção do último turno. Este responde que foi de 5%, mas que a menor produtividade foi devida ao absenteísmo. Na área de pessoas (antigo RH) este gerente

verifica que a média de absenteísmo da empresa se mantém inalterada há dois anos. Não é uma retórica (criação de uma narrativa) o que ele falou ao gerente? O que todas essas situações comuns nas empresas evidenciam é que a arte da argumentação, a famosa retórica, que era uma das sete disciplinas da formação acadêmica nas universidades da idade média (o “trivium” – lógica, gramática e retórica; e o “quadrivium” – aritmética, música, geometria e astronomia), se tornou um mecanismo de convencimento pelo convencimento e não uma capacidade para mostrar os argumentos certos e ajudar na construção de conhecimentos mais profundos sobre a realidade. Precisamos de mais capacidade abstrata, de visão holística das coisas e de intuição do que ocorrem com os fenômenos naturais, políticos e empresariais. Mas, também precisamos de mais ciência, de capacitação para refletir com palavras o que se observa na prática, nas pesquisas e nas bases de dados. Será que algum dia a retórica sairá do ramo da arte para se tornar uma ciência? Será que vamos nos preocupar em nos aproximar do ideal da nobre verdade, da ética e do comportamento virtuoso? Esses três pontos são bases fundamentais para um desenvolvimento humano sustentável aplicado aos negócios, de forma a permitir a evolução dos mesmos. Torçamos e ajamos para que a resposta seja sim! TN Petróleo 114

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pessoas

foto: Divulgação

Petrobras Distribuidora tem nova diretoria executiva

O CONSELHO DE Administração da Petrobras Distribuidora S.A. (BR) aprovou no dia 31 de julho a recondução de Ivan de Sá Pereira Júnior para o cargo de presidente, para um mandato de dois anos. Também foi aprovada a eleição dos seguintes diretores executivos: Marcelo Fernandes Bragança (Rede de Postos), Antonio Carlos Alves Caldeira (Operação e Logística) e de Gustavo Henrique Braga Couto (Mercado Consumidor), para um mandato de dois anos, a partir de 31/07/2017. Ivan de Sá Pereira Júnior é engenheiro mecânico, com curso de especialização em engenharia de produção pela PUC/RJ. É empregado da Petrobras desde 1985, já tendo ocupado diversas posições gerenciais e de diretoria no Sistema Petrobras. Marcelo Fernandes Bragança é engenheiro e empregado da BR desde 1998, já tendo ocupado as funções de diretor comercial 26

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e presidente executivo, respectivamente, na Brasil Supply S.A. e Brasil Supply de Venezuela C.A. e diretor de Operação e Logística na BR. Antonio Carlos Alves Caldeira é engenheiro, com especialização em marketing pela ESPM/ SP e MBA pela FEA-USP. É empregado da Petrobras desde 1982, já tendo ocupado diversas posições geren-

ciais, além de diretor executivo de Mercado Consumidor na BR. Gustavo Henrique Braga Couto é engenheiro civil e pós-graduado em marketing pela ESPM e MBA em gestão de negócios pela Fundação Dom Cabral/MG. Exerceu diversas posições tais como diretor de Supply Chain na Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), de Supply Chain e TI na empresa Suzano Papel e Celulose e gerente de Marketing Grandes Consumidores e Planejamento na empresa Shell do Brasil S.A. Ocupava a posição de COO (Country Operations Officer) na empresa Swissport Brasil, de onde se desligou para assumir a posição na BR. O presidente Ivan de Sá Pereira Júnior permanece, interinamente, à frente da diretoria executiva Administrativo-Financeira, até que um novo nome seja eleito e aprovado pelo Conselho de Administração da BR. Todos os nomes foram objeto de prévia análise pelo Comitê de Indicação, Remuneração e Sucessão do Conselho de Administração da Petrobras.


Brasileiro é o novo presidente da Atlas Copco Compressor Technique VAGNER REGO assume a presidência da área de negócios da Compressor Technique. "Vagner é um líder sólido com experiência internacional em vários papéis diferentes", disse Mats Rahmström, presidente e CEO do Grupo Atlas Copco. Vagner Rego ingressou na Atlas Copco em 1996 como trainee em engenharia no centro de serviços no estado de São Paulo. Ele assumiu responsabilidades mais amplas e, em 2006, foi nomeado Gerente de Negócios de Serviços da Atlas Copco Compressor Technique Brasil. Em 2010, Vagner Rego tornou-se vice-presidente de Marketing e Vendas para a divisão de Serviços da Atlas Copco Compressor Technique, com sede na Bélgica. Antes de assumir

a posição atual como presidente da divisão de Serviços, em 2014 ele foi Gerente Geral do Customer Center da Atlas Copco Construction Technique no Brasil. Vagner Rego é formado em engenharia mecânica pela Universidade Mackenzie e cursou MBA da Escola de Negócios Ibmec no Brasil. Depois de excluir o negócio de vácuo, que se tornou uma área de negócios própria em 2017, a Atlas Copco Compressor Technique teve receitas de 36.356 MSEK (aproximadamente R$ 14 milhões) em 2016, dos quais 43% vieram de serviços. A área de negócios tem aproximadamente 16 mil funcionários. Vagner Rego sucede a Nico Delvaux, que deixa a Atlas Copco.

Kim Fausing é o novo presidente continuará com a estratégia Danfoss e CEO da Danfoss Executivo de foco no crescimento e na digitalização. O NOVO PRESIDENTE e CEO da Danfoss, Kim Fausing, nos últimos nove anos foi Chief Operating Officer (COO) e trabalhou em conjunto com o CEO anterior, Niels B. Christiansen, para criar resultados financeiros robustos, desenvolver uma organização de alto desempenho, investir no crescimento e na transformação digital. “Me senti em casa na Danfoss desde o primeiro dia e espero continuar esta jornada como CEO. Na equipe de gerenciamento definimos a estratégia e a direção futura para a empresa e continuaremos seguindo os planos que fizemos. Estamos vivendo em um bom momento na empresa e fizemos

investimentos significativos em crescimento e transformação digital para ficarmos à frente da competição e atender nossos clientes da melhor maneira possível. Estou animado com as novas tarefas e as cumprirei com grande respeito. Estou ansioso em continuar o desenvolvimento da empresa juntamente com a forte equipe Danfoss e o conselho de diretores”, comenta Kim Fausing. O chairman do conselho, Jørgen M. Clausen, acredita na boa cooperação com Kim Fausing

em seu novo cargo. “Estou muito satisfeito em termos um sucessor altamente competente como Fausing, que passou os últimos nove anos sendo parte importante na condução do desenvolvimento da empresa. A Danfoss pode continuar crescendo, investindo na digitalização e colhendo melhorias constantes da área de engenharia”, conclui. Formado em engenharia mecânica e com MBA pela Henley Business School, Fausing também foi membro de conselhos. O executivo foi chairman suplente na SMA Solar Technology S/A (Alemanha) e membro do conselho na Hilti S/A (Liechtenstein). TN Petróleo 114

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produtos e serviços

Porto do Açu – Porto da Antuérpia

Fotos: cortesia Prumo Logística

Porto do Açu faz parceria com o Porto da Antuérpia

Cerca de 70 pessoas participaram da cerimônia que celebrou parceria entre os dois portos. A PRUMO LOGÍSTICA, empresa que opera e desenvolve o Porto do Açu, assinou contrato com o Porto de Antuérpia Internacional (PAI) – subsidiária da autoridade portuária da Antuérpia e segundo maior porto da Europa. A organização estrangeira irá investir US$ 10 milhões na Porto do Açu SA, que é responsável pela operação do Terminal Multicargas (T-MULT) e aluguel de áreas no complexo portuário. Pelo investimento, a empresa irá deter 1,176% do capital social do porto brasileiro, além de contar com um assento no conselho de administra28

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ção da subsidiária. O contrato também prevê a opção de investimento de outros US$ 10 milhões, em até 18 meses, ampliando a participação do PAI para 2,352%. “Hoje é um dos dias mais importantes da história do Porto do Açu. Nossa parceria tem visão de longo prazo, e reúne a experiência do PAI na operação e desenvolvimento de um complexo porto-indústria com as oportunidades que o Porto do Açu oferece, como ser um empreendimento portuário privado, operacional e com retroárea disponível”, destacou José Magela, CEO da Prumo,

frisando que a parceria confirma a grande atratividade do Porto do Açu. “Ela é a união da experiência e do conhecimento na operação e no desenvolvimento de um complexo porto –indústria com a eficiência e as oportunidades oferecidas pelo Porto do Açu”, disse o executivo. “Nós escolhemos investir no Porto do Açu, entre outros portos, devido à sua localização estratégica perto de campos de petróleo e gás, além de estar na região Sudeste – principal área econômica do País”, afirmou Jacques Vandermeiren, CEO do Porto da Antuérpia, que


participou da solenidade que celebrou a parceria. Segundo ele, o Açu é um “exemplo de porto privado de sucesso e já operacional, desenvolvido por um parceiro confiável e com foco na sustentabilidade”. O executivo agregou ainda que se trata de uma oportunidade única para o PAI participar do desenvolvimento de um porto, ao mesmo tempo em que aumenta a posição da Antuérpia na América Latina, tornando-o porto preferencial para o Continente. “O Porto do Açu tem 90 km² de área e localização estratégica, além de reunir componentes que são vantajosos em termos de movimentação de cargas, logística e indústria, e isso certamente é extremamente importante para o desenvolvimento de ambos os portos. Nós estivemos em contato com dezenas de outras possibilidades aqui no país e escolhemos o Porto do Açu”, disse Kristof Waterschoot, presidente do PAI. “Estamos assinando um acordo comercial com foco no futuro, que certamente abre caminho para novos acordos entre a Bélgica e o Brasil”, complementou o embaixador da Bélgica no Brasil, Dirk Loncke, que participou da visita ao Porto do Açu. O PAI foi criado para participar e investir em portos no exterior e projetos relacionados a portos em regiões estratégicas como o Brasil. O Porto da Antuérpia está entre os maiores do mundo e movimenta 210 milhões de toneladas no transporte marítimo internacional e possui área

total de 120 km². Atualmente, o Brasil é o 6º maior parceiro comercial do Porto da Antuérpia, com cerca de 6,4 milhões de toneladas de frete trocadas anualmente. Porto do Açu – O Porto do Açu, localizado em São João da Barra (RJ), conta com 90 km², divididos em dois terminais: o Terminal 1 (T1 – terminal offshore) e o Terminal 2 (T2 – terminal onshore), além de área para a instalação de unidades de empresas dos setores marítimo e industrial.

ceria com a alemã Oiltanking, já em operação e que possui capacidade para movimentar 1,2 milhão de barris de petróleo por dia. Com atuais 21 metros de profundidade, e expansão em andamento para até 25 metros, o terminal pode receber navios capesizes e VLCCs. O T2 é um terminal no entorno de um canal para navegação com 6,5 km de extensão, 300 metros de largura e até 14,5 metros de profundidade. As empresas TechnipFMC,

José Magela, CEO da Prumo e Jacques Vandermeiren, CEO do Porto da Antuérpia

Em 2016, o Porto do Açu foi o oitavo terminal privado em movimentação de cargas do país (dados Antaq). O número representa um marco para o empreendimento que, em 2015, estava na 15ª. posição. O T1 é dedicado à movimentação de minério de ferro e petróleo. Em operação desde outubro de 2014, o terminal exporta minério de ferro para a Anglo American e movimentou 16 milhões de toneladas em 2016. Neste terminal também está localizado o Terminal de Petróleo (T-OIL), par-

NOV, InterMoor, Wartsila, Edison Chouest e BP Prumo (parceria da Prumo com a BP, e que comercializa combustível marítimo) já estão operando suas unidades no terminal. Além disso, também é neste terminal que está localizado o Terminal Multicargas, com capacidade para movimentar quatro milhões de toneladas por ano (entre granéis sólidos e carga geral). Atualmente, o terminal já realiza a movimentação de bauxita, coque, carvão e carga geral.

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produtos e serviços

Transpetro

Transpetro reduz custos em tecnologia migrando sistemas para Microsoft Azure A RECENTE MIGRAÇÃO de algumas aplicações para a nuvem da Microsoft fez a Transpetro economizar mais que a metade dos gastos com contratos de hosting. Além disso, a implementação do Microsoft Azure trouxe ganho de escalabilidade, independência e redução de custos para a transportadora marítima. “Nosso contrato teve, a princípio, uma redução aproximada de custos de 50% com a Brasoftware. Na virada de 2016 para 2017 durante a renovação, tivemos uma redução de outros 10%. Ou seja, reduzimos os custos em mais da metade em relação aos modelos de consumo anteriores à migração para o Azure”, contou Alex Poloni, Gerente Setorial de Infraestrutura de TI da Transpetro. Empresa de logística e transporte que tem como principal cliente a Petrobras, a Transpetro é responsável pelo transporte marítimo do petróleo e derivados extraídos pela estatal brasileira. Com mais de 50 pontos de entrega distribuídos pelo País, a empresa tem sede no Rio de Janeiro e circula o combustível produzido pela estatal com uma frota aproximada de 45 navios. O sistema operacional responsável por garantir o monitoramento eficaz de navios e a identificação de possíveis situações de perigo é o Safe (Sistema de Acompanhamento da Frota e Embarcações). Coordenando sensores em cada navio que jogam 30

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Foto: Agência Petrobras

Com apoio da Brasoftware, a subsidiária da Petrobras conseguiu escalabilidade e melhor gestão.

dados da rota em um banco central, o Safe passou a ser hospedado dentro da plataforma de nuvem do Microsoft Azure, implementado em parceria com a Brasoftware no final do ano passado. Maior parceira e provedora de soluções da Microsoft no Brasil, a Brasoftware atuou em conjunto com a Transpetro na migração do sistema Safe para o Microsoft Azure. O projeto inclui a migração para o Azure e a configuração das ferramentas de monitoração da Microsoft que dão total visibilidade ao ‘time’ de Tecnologia da transportadora marítima sobre o consumo em tempo real. “Fizemos a migração de servidores através da mudança da estrutura do banco de dados para a aplicação do Azure com os serviços de máquinas virtuais e de rede. O processo todo foi feito em tempo real, sem necessidade de desligar o serviço, algo previsto no escopo do proje-

to e premissa básica colocada pelo cliente, já que o Safe é um sistema de missão crítica”, explicou André Oliveira, Gerente de Serviços da Brasoftware. A migração do Safe para o Microsoft Azure possibilitou ainda uma atuação mais independente da equipe da Transpetro na administração de seu ambiente. Fundada em 1987, a Brasoftware é um dos mais tradicionais provedores de tecnologia do mercado brasileiro, comercializando soluções de empresas como Microsoft, Autodesk, Adobe, Symantec, McAfee, Citrix, Arcserve, Corel, entre outras. Em 2002, a empresa criou uma divisão de serviços, a Brasoftware Consulting, com atuação nas áreas de desenvolvimento, implementação e infraestrutura. A companhia atua em todo território nacional e, nos últimos 10 anos, registrou crescimento superior a 25% ao ano.


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Realidade Aumentada

Robótica


produtos e serviços

IFSP

Termomecânica e IFSP apresentam resultados de parceria estratégica Projeto inaugural realizado em conjunto com ligas especiais de bronze alumínio foi apresentado em primeira mão durante o Congresso Brasileiro de Engenharia de Fabricação (Cobef).

MAIS PESQUISAS permitirão aprimorar o processo de fabricação das ligas de alto desempenho e proporcionar aumento da participação nos mercados aeroespacial e naval.Firmada recentemente entre Termomecânica e o Instituto Federal de São Paulo (IFSP), a parceria para incentivar a pesquisa tecnológica e fomentar a utilização do cobre e suas ligas nos processos industriais, já está dando frutos. O primeiro projeto, realizado com ligas especiais de bronze alumínio, teve seus primeiros resultados apresentados durante o Congresso Brasileiro de Engenharia de Fabricação (Cobef), que aconteceu em junho, em São Paulo. Quando concluída, a pesquisa será crucial no sentido de ampliar de 32

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forma representativa a participação da empresa nos mercados aeroespacial e naval. Do ponto de vista de negócios, de acordo com Luiz Henrique Caveagna, diretor industrial da Termomecânica, as descobertas que estão sendo realizadas na pesquisa (“influência das variáveis térmicas de solidificação na microestrutura e dureza da liga bronze alumínio) poderão ser em breve incorporadas aos processos industriais das ligas bronze alumínio e trarão um importante diferencial competitivo para a companhia. Afinal, os segmentos aeroespacial e naval, tradicionais consumidores deste tipo de liga de alta performance, são também os mais criteriosos no que diz respeito

às exigências técnicas no mercado nacional e internacional. “A TM já atende as indústrias desse setor, porém os investimentos que vêm sendo realizados em equipamentos, profissionais e em pesquisas, como esta parceria com IFSP que proporcionam o melhor entendimento da ciência da solidificação, são cruciais e ampliam a nossa capacidade de atender mais plenamente essas rígidas especificidades”, ressalta Caveagna. O principal objetivo do trabalho, desenvolvido por meio da parceria entre TM e IFSP, foi obter correlações entre a microestrutura e dureza em função das variáveis térmicas de solidificação. Estas variáveis são responsáveis pela formação das fases e intermetálicos presentes no bronze alumínio, os quais interferem diretamente nas propriedades mecânicas do material. O Cobef, que está em sua 9ª edição, é a principal vitrine e traz o que há de mais atual em engenharia de fabricação. Além de discutir os principais desafios da área industrial no Brasil, aborda aspectos relacionados à ciência, tecnologia e gestão envolvidos nos processos de fabricação.


“Para a Termomecânica, apresentar uma das suas principais iniciativas de pesquisa e desenvolvimento diretamente para as comunidades técnica e acadêmica e para os mais importantes formadores de opinião desta área, trata-se de uma oportunidade única. Aumenta a visibilidade dos resultados que tivemos com esse trabalho e valoriza o embasamento científico das aplicações que utilizamos em nossas ligas especiais de alta performance”, explica Luiz Henrique Caveagna. Sobre a Termomecânica – A Termomecânica, uma das maiores indústrias privadas brasileiras, é líder no

setor de transformação de metais não ferrosos, cobre e suas ligas em produtos semielaborados e produtos acabados. Recentemente, passou a fabricar também produtos em alumínio. Fundada em 1942, com um capital de 200 dólares, pelo engenheiro Salvador Arena, é altamente capitalizada, com um patrimônio líquido avaliado em mais de 800 milhões de dólares. A empresa mantém programas de constante modernização e expansão, que definem sua tradicional estratégia de reinvestimento de lucros. A Termomecânica e demais empresas que compõem a divisão de semielabo-

rados do grupo contam com cerca de 1.700 empregados, três fábricas no Brasil (duas em São Bernardo do Campo- SP e uma em Manaus-AM), uma no Chile (Santiago) e uma na Argentina (Tortuguitas, na Grande Buenos Aires), além de dois Centros de Distribuição no Brasil, (São Bernardo do Campo - SP e Joinville-SC). A Termomecânica, posicionada em 574ª posição na edição 2016 do ranking “Maiores e Melhores” da Revista Exame, faz parte do seleto grupo de empresas que integram a lista desde a sua primeira publicação, em 1974.

SHV Energy

SHV Energy, dona da Supergasbras, adquire americana Pinnacle Propane

LÍDER MUNDIAL em distribuição de Gás LP, a holandesa SHV Energy – dona da Supergasbras Energia no Brasil – anunciou, no final de julho, o acordo com a American Midstream Partners para a compra da Pinnacle Propane, uma das maiores empresas de Gás LP dos Estados Unidos, com sede no Texas. “O primeiro investimento da SHV Energy nas Américas foi no Brasil com a compra da Supergasbras. Agora, com a entrada do grupo no mercado dos Estados Unidos, a SHV Energy ganha ainda mais relevância no Continente e reforça sua liderança mundial na distribuição de Gás LP”, afirma Massih Niazi, presidente da Supergasbras. A operação está sujeita à aprovação dos órgãos reguladores e a

expectativa é que seja concluída no terceiro trimestre deste ano. O valor da transação gira em torno de 170 milhões de dólares. Com mais de 120 anos no mercado, a SHV Energy opera em mais de 20 países, possui cerca de 16 mil colaboradores e aproximadamente 30 milhões de consumidores. A receita do grupo em 2016 foi de US$ 6,6 bilhões. A previsão é que a compra da Pinnacle Propane represente uma futura consolidação da empresa no mercado americano.

No Brasil, a Supergasbras é uma das principais distribuidoras nacionais de Gás LP, com mais de 70 anos de atuação e 20 unidades de negócio. A companhia conta com mais de quatro mil funcionários e comercializa anualmente cerca de 1,5 milhão de toneladas de Gás LP para atender 11 mil postos de revendas, cerca de 10 milhões de famílias brasileiras (clientes domiciliares) e mais de 40 mil clientes industriais e comerciais em todo o país. TN Petróleo 114

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produtos e serviços

BHGE

Um gigante polivalente Baker Hughes com a GE Oil & Gas formam primeira empresa de petróleo e gás do mundo a atuar no fullstream. COM A FUSÃO CONCLUÍDA no dia 3 de julho, a Baker Hughes e a GE, identificada agora pela sigla BHGE, é a primeira a reunir equipamentos, serviços e soluções digitais líderes do setor em todo o espectro de desenvolvimento de petróleo e gás: upstream, midstream e downstream. A Baker Hughes, a GE Company (NYSE: BHGE) hoje é a única fornecedora fullstream de produtos e serviços petrolíferos integrados e soluções digitais. “Mudar de forma disruptiva é o novo padrão do setor de petróleo e gás. Criamos a BHGE porque os clientes dessa indústria precisam suportar a volatilidade, trabalhar de forma mais inteligente e trazer energia para mais pessoas. Nossa oferta é diferenciada de qualquer outra no setor, e permite e auxilia nossos clientes a gerar produtividade, minimizando custos e riscos”, afirma Lorenzo Simonelli, presidente e CEO da BHGE. Ele lembra que a empresa tem tecnologias e experiências comprovadas, aliada ao espírito de uma Start-up, e a equipe de liderança aguarda

ansiosa para demonstrar rapidamente os pontos fortes da nova empresa. “Nosso foco é integrar nossos negócios de forma rápida e transparente, para que possamos gerar valor de longo prazo para todos os nossos stakeholders”, conclui o executivo. Jeffrey Immelt, presidente e CEO da GE, afiança que a BHGE pode ajudar os clientes a serem mais produtivos em qualquer ciclo, especialmente nos dias de hoje. “É um acordo inteligente para todos os nossos clientes, acionistas e funcionários. Lorenzo e sua equipe são líderes de classe global e se concentra-

rão em acelerar a capacidade da empresa de ampliar a estrutura digital de um modo que os clientes da indústria de petróleo e gás nunca viram antes”, destaca. A conclusão da transação marca uma nova era no setor, e estou extremamente orgulhoso do foco, dedicação e diligência de nossa equipe, que resultou na conclusão dessa fusão em apenas oito meses”, complementa Immelt, que é presidente do conselho de administração da BHGE, tendo como vice-presidente Martin Craighead, ex-presidente e CEO da Baker Hughes. A gigante tem quatro prioridades, que se constituem vantagens competitivas no mercado: Oferta fullstream – Nenhuma outra empresa reúne capacida-

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TN Petróleo 114


des em toda a cadeia de valor de atividades de petróleo e gás –- de upstream para midstream e downstream. Este portfólio posiciona a BHGE para criar novas fontes de valor, melhorando a produtividade e a economia de projetos através de equipamentos integrados e ofertas de serviços. Combinar o físico e o digital para aumentar a confiabilidade e o tempo de atividade – Aplicar tecnologias digitais e avançadas para o petróleo e o gás pode trazer cerca de 5% de melhorias de produtividade em toda a indústria. A BHGE utilizará software conectado à nuvem, fabricação avançada e soluções inteligentes nas fábricas para ajudar seus clientes a capturar algumas dessas oportunidades, reduzindo os riscos e melhorando a produtividade tanto nas operações dos clientes como nas da BHGE.

Criar novas formas de vencer – A tecnologia líder da BHGE e o acesso ao conhecimento, experiência e pesquisas da GE – também chamado de “GE Store” – significam que a empresa poderá trazer mais soluções inovadoras para o mercado. A empresa aprofunda sua vantagem competitiva através de parcerias locais de longa data, modelos de negócios criativos e acesso a soluções de financiamento. Tirar proveito da herança para criar uma cultura de primeira classe – A BHGE reúne mais de 125 anos de talentos experientes na indústria com uma mentalidade de melhoria contínua para atender a clientes em mais de 120 países. A Baker Hughes e a GE são reconhecidas mundialmente pelo seu compromisso com a integridade, inovação, simplificação e diversidade, e

a BHGE compromete-se novamente com esses princípios. A integração das empresas na Rússia será concluída após o recebimento da aprovação regulamentar daquele país.

Números da BHGE • Emprega aproximadamente 70.000 pessoas. • Tem operações em mais de 120 países. • Tem quatro negócios (Product Companies) – Serviços de campos petrolíferos, Equipamentos de campos petrolíferos, turbomáquinas e soluções de processos, e soluções digitais – além de 24 linhas de produtos e segmentos. • Possui duas sedes: uma em Houston (EUA) e outra em Londres (Reino Unido). • Mais de um século de expertise.

Fapesp/Finep

Fapesp e Finep lançam nova chamada A FAPESP e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) lançaram nova Seleção Pública do Programa PIPE/PAPPE Subvenção Econômica à Pesquisa para Inovação. O programa apoia a pesquisa em microempresas, empresas de pequeno porte e pequenas empresas paulistas para o desenvolvimento de produtos, processos e serviços inovadores, visando o apoio à pesquisa em ciência e tecnologia como mecanismo para desenvolver a inovação tecnológica, contribuir para o desenvolvimento e incrementar a competitividade das empresas, aumentar a contribuição da pesquisa tecnológica para o desenvolvimento econômico e social e incentivar a ampliação de investimento privado e o seu adensamento em pesquisa tecnológica dos empresários paulistas.

As empresas que poderão concorrer nesta chamada têm um papel econômico muito importante no Brasil. Segundo dados divulgados pelo Sebrae em 2014, a participação dos pequenos negócios de empresas brasileiras representa 27% de todo o Produto Interno Bruto (PIB) do país. Além disso, ainda de acordo com o Sebrae, essas empresas empregam 52% da mão de obra formal do Brasil. Serão empregados recursos orçamentários da Fapesp e de subvenção econômica (recursos não reembolsáveis) via MCTI/Finep/ FNDCT. Serão apoiados projetos de pesquisa para inovação em todas as áreas do conhecimento. Podem participar da seleção microempresas, empresas de pequeno porte ou pequenas empresas brasileiras, sediadas no estado de São Paulo.

As proponentes deverão demonstrar contrapartida em itens de despesa relacionados com a execução de atividades de pesquisa e desenvolvimento. Espera-se que a empresa realize pesquisa visando o desenvolvimento comercial e industrial dos produtos, conforme previsto na Fase 3 do PIPE, a partir de resultados obtidos em pesquisas anteriores, apoiados nas Fases 1 e 2 do programa PIPE da Fapesp ou em projetos equivalentes conduzidos com recursos próprios ou de outras fontes. As proponentes deverão indicar um pesquisador responsável pelo projeto, que poderá ser um dos sócios da empresa ou um funcionário e deverá dedicar um mínimo de 30 horas semanais à execução da pesquisa. As propostas serão recebidas até o dia 29 de setembro de 2017. TN Petróleo 114

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meio ambiente

DESPOLUIÇÃO dos oceanos não pode‘morrer na praia’

A

Luiz Augusto Pereira de Almeida é diretor da Fiabci/Brasil e diretor de Marketing da Sobloco Construtora.

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Conferência sobre os Oceanos realizada pela Organização das Nações Unidas na cidade de Nova York, durante a Semana do Meio Ambiente, em junho, suscita ampla reflexão sobre as causas da poluição e da grande concentração de plásticos e outros materiais nas águas, apontadas no evento. A questão crucial a ser enfocada sob o ponto de vista urbanístico, refere-se às políticas públicas para o uso e ocupação do solo nas orlas marítimas, em especial nos países em desenvolvimento. Caso esse desafio não seja enfrentado com eficácia e determinação pelos governos, o movimento global da ONU pela limpeza dos mares ‘morrerá na praia’, literalmente. É notório que a ocupação urbana das nações banhadas pelos oceanos dá-se principalmente em suas regiões costeiras. Veja o caso do Brasil, onde 85% dos habitantes vivem ao longo de seus 8,5 mil quilômetros de costas. Porém, esse adensamento populacional não é acompanhado dos necessários investimentos em infraestrutura como drenagem, saneamento básico e gestão de resíduos. Essa omissão e/ ou falta de compromisso de planejamento e investimentos em infraestrutura são fatores determinantes no incremento da poluição em todas as suas formas, sólidas ou líquidas. Não é de hoje que o Instituto Trata Brasil vem alertando sobre os problemas e consequências da inexistência de saneamento em nosso País. Os números falam por si só: somente 42,6% dos esgotos são tratados. Mais de 100 milhões de brasileiros não têm acesso a esse serviço. Em termos de volume, as capitais brasileiras lançaram 1,2 bilhão de metros cúbicos de esgotos na natureza em 2013. Este problema repete-se ano a ano. Os investimentos, embora prioritários, são insuficientes. O rápido e gigantesco crescimento urbano constatado no Brasil nos últimos 50 anos (estima-se que 90% dos habitantes estejam vivendo nas cidades), sem as devidas contrapartidas, pode ser apontado como o grande responsável pela situação precária de infraestrutura de saneamento em que nos encontramos. As cidades cresceram, na maioria das vezes, desprovidas de planejamento urbano, optando pelo espalhamento ao invés do adensamento, com duplo efeito negativo: oneraram-se imensamente os custos per capita em saneamento, comprometendo a capacidade de investimentos dos governos nesse


setor; e se provocaram imensos danos ao meio ambiente. Resultado: estima-se hoje que o custo da universalização do saneamento para o Brasil seja de R$ 313,2 bilhões! Trata-se de montante absolutamente inviável num país em constante crise fiscal. A inexistência de saneamento é também algoz da saúde e educação, áreas sensibilíssimas para um planeta mais sustentável. Sem condições mínimas de habitabilidade e higiene, diminui-se a probabilidade de construirmos uma nação habitada por pessoas conscientes de seu papel de protagonistas na conservação do meio ambiente. É no conforto e segurança do lar que se constrói a família e a dignidade dos indivíduos. Se os cidadãos não cuidam e se orgulham de seu ambiente mais próximo, sua casa e sua escola, de nada adianta pedir-lhes que preservem o planeta. Nunca foi tão importante priorizarmos o nosso crescimento com o devido planejamento urbano, principalmente em nosso litoral, região preferida dos brasileiros. Nesse sentido, já existem boas iniciativas, como a inteligente lei do Zoneamento Ecológico-Econômico da Baixada Santista, que classificou os nove municípios dessa Região Metropolitana por tipos de ocupação. Foram anos de análise dos órgãos públicos competentes e da sociedade civil, das particu-

laridades urbano/ambientais de cada área, para se concluir quem, onde e o que se pode fazer em termos de ocupação do solo. Com a lei, estabeleceu-se um caminho seguro para o desenvolvimento sustentável e a prevenção à degradação ambiental. Ao redor do mundo, multiplicam-se numerosos bons exemplos de ocupações planejadas, inúmeras no litoral, que certamente não se incluem entre os fatores de poluição dos mares, nem da deterioração do ecossistêmica. O Brasil tem milhares de quilômetros de costa, mas não consegue tirar proveito dessa riqueza natural, pois projetos ou planos de desenvolvimento urbano sustentáveis são dificultados e até impedidos, sob diversas alegações, principalmente as de cunho ambiental. Porém, o que está poluindo de fato é a ocupação irracional e desordenada do solo, que é crescente. As nações desenvolvidas já têm cidades planejadas, com um meio ambiente equilibrado, segurança, educação, saúde, transporte e riqueza. Está na hora de nos juntarmos a elas, incentivando e multiplicando iniciativas de projetos e empreendimentos sustentáveis, sob o risco de legarmos às novas gerações um País carente de infraestrutura, ecologicamente desequilibrado, pobre, inseguro e poluidor dos oceanos. Ainda é tempo de reconstruir o futuro. TN Petróleo 114

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nanotecnologia

O próximo grande passo para a extração de petróleo está na

NANOESCALA A

Em 2016 o mundo consumiu aproximadamente 97 milhões de barris de petróleo por dia. E se eu te dissesse que existe um volume ainda maior que fica acumulado dentro dos reservatórios? É isso mesmo: cerca de 60% das reservas de petróleo ficam presas nos capilares, que geralmente têm entre 10 e 100 nanômetros de diâmetro (um DNA tem 2,5 nanômetros de diâmetro). É por conta da natureza porosa do arenito e do xisto que o petróleo consegue se alocar em rochas sedimentares; mas entender exatamente como o petróleo é extraído desses capilares sempre foi um grande desafio – até agora. Minha equipe de Tecnologia e Ciência Industrial, localizada no Rio de Janeiro, publicou um estudo no Scientific Reports: “A energia de absorção como métrica para a molhabilidade em nanoescala”, explicando como as propriedades das moléculas de petróleo liquido se comportam de forma completamente diferente e inesperada, quando em contato com uma superfície de um sólido. Tudo o que a indústria sabe sobre extração de petróleo, como, por exemplo, calcular a energia necessária para sua extração, passa a ser visto de forma totalmente diferente em nanoescala.

Simulando e medindo as peculiaridades da molhabilidade

Mathias Steiner é gerente de ciência e tecnologia para soluções industriais do Laboratório de Pesquisas da IBM Brasil.

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Em uma escala muito reduzida de litros (attolitros), uma gotícula não aparenta ser o que imaginamos: esférica ou semi-esférica. Na verdade, nossa pesquisa revelou que as gotículas são achatadas como se fossem lâminas sobre uma superfície sólida. Com área de contato aumentada, essa superfície aparenta ser bem mais “molhada” do que aparece em escala de tamanho real. Além de haver mais superfície de contato nessas nanogotas do que era imaginado, as ferramentas e técnicas de simulação padrão não levaram em consideração a energia necessária para extraí-las. Descobrir o formato das gotículas em escala nano nos ajudou a desenvolver simulações do fluxo de petróleo para prever mais precisamente como melhor extrair o petróleo de um reservatório. A IBM não é uma companhia que tenha em seu business a extração de petróleo. Desta forma, não temos todas as informações sobre os materiais, amostras de rocha, ou reservatórios específicos que outras empresas petrolíferas possuem. Então, para construir uma representação computacional dos reservatórios em nanoescala, nós


Foto: divulgação

utilizamos informações sobre rochas que estão disponíveis publicamente, como a pesquisa da ETH de Zurique, “A física das rochas”. Agora, baseados no modelo de reservatório feito com dados geométricos, somos capazes de implementar a ciência de molhabilidade e escoamento em nanoescala, algo que jamais havia sido feito. Depois, mostramos esse modelo para indústrias de extração de petróleo e gás natural, para demonstrar como nossa simulação do fluxo do petróleo em nanoescala leva em consideração as propriedades dos restos de petróleo contidos nos capilares de seus poços. E enquanto a simulação não sugere como extrair todo o petróleo retido, ela oferece diferentes técnicas e materiais para serem explorados, que podem auxiliar na extração de mais 1% dessa quantia. No Brasil, país que extrai 2,4 milhões de barris de petróleo todo dia, esse 1% de aumento em produção poderia representar mais de 24 mil barris por dia – 8,8 milhões a mais em um ano.

De simulação do fluxo aos chips de filtro de petróleo Nossa descoberta sobre molhabilidade é um passo importante para ajudar as companhias de petróleo e gás natural a extrair mais do que os 40% que, normalmente, as indústrias do ramo conseguem retirar do que fica retido nos reservatórios. Agora, o próximo passo será estudar o fluxo do petróleo em nanocapilares: desenvolvemos uma plataforma integrada com um chip que nos permite validar ou calibrar experimentalmente o fluxo em nanoescala, a fim de construir melhores simulações de fluxo. Para fazer isso, precisamos aumentar a escala: primeiro, necessitamos de uma mensuração física da rede de capilares através de um microscópio eletrônico, ou por uma tomografia de raio-X feita por um computador. Depois, com as informações da rede de capilares dos poros, usamos experimentalmente simulações calibradas de fluxo para determinar quanta pressão é necessária para bombear a água, incluindo substâncias químicas específicas que separam o petróleo da rocha através da rede dos nanoporos – e eventualmente para extrair este óleo. Hoje, a indústria depende de modelos físicos incompletos para prever a extração do petróleo em seus poços. Esta descoberta poderá aprimorar significativamente o retorno de investimento, com alta precisão, das predições de extração de petróleo. Nossas pesquisas oferecem modelos de previsão para aumentar a extração do petróleo que fica retido nos poros em nanoescala, que é de suma importância para reservas não convencionais. O cálculo em nanoescala, agora, poderá significar 1% a mais na produção e extração de petróleo. Em algum momento, com tecnologias de simulação aperfeiçoadas e materiais funcionais, talvez consigamos alcançar os 59% restantes também.

Indústria naval brasileira. Um setor em expansão.

Acompanhe em www.portalnaval.com.br TN Petróleo 114

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indústria

Fábricas do futuro precisam de

ENGENHEIROS DO FUTURO

À

Mario Belesi é diretor da Dassault Systèmes, responsável por Solidworks para a América Latina

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medida que os fabricantes priorizam a busca por novas maneiras para eliminar o desperdício e aumentar a produtividade, a tecnologia torna-se peça fundamental desse quebra-cabeça. A indústria da Internet das Coisas (IoT), a robótica e a manufatura aditiva – para nomear apenas algumas – são cada vez mais vitais para o sucesso dos produtos e da linha de produção. As fábricas do futuro, também conhecidas como Smart Factories, vindas da 4ª Revolução Industrial, são marcadas pelo trabalho conjunto de seres humanos e tecnologia em um modo que combina o mundo virtual e físico. No entanto, as pessoas que fazem parte dessa equação estão preparadas para essas tarefas? Muitos especialistas dizem que essa resposta ainda não existe e que a educação em engenharia precisa de uma nova abordagem para atender às recentes habilidades exigidas por esse novo ambiente. Modelos de negócios totalmente novos estão emergindo enquanto o mundo virtual se torna mais integrado com o mundo físico. A próxima geração de engenheiros deve ser ensinada de uma forma interdisciplinar para que entenda não somente de sua área de conhecimento específica, mas também de como ela se une a outras disciplinas no objetivo de colocar novos produtos no mercado de forma rápida e efetiva. Esses engenheiros também se beneficiam de uma abordagem que simula a colaboração virtual e equipes interculturais, encontradas no modelo de trabalho da maioria das empresas atuais. Se os estudantes não forem educados de forma a considerar o modelo global e a trabalhar em equipes multidisciplinares, que são uma marca das fábricas modernas, eles terão que aprender isso na prática, o que diminuirá a produtividade. Instituições educacionais ao redor do mundo, especialmente na Alemanha, França, Índia e nos Estados Unidos, estão utilizando programas inovadores para a capacitação da nova geração de engenheiros. As iniciativas escolares estão cada vez mais se aproximando dos profissionais da indústria para entenderem o que é necessário em seus negócios e ajudarem a desenhar novos ambientes de aprendizado que possam melhor preparar os estudantes para habilidades técnicas de alto nível, bem como para a mentalidade de colaboração exigida para se sobressair no modelo das fábricas atuais. Cabe aos líderes e gestores motivarem esse novo ambiente de ensino para que o mercado conquiste um novo patamar de excelência. A tecnologia necessária para essa transformação já existe. Com a adoção de soluções 3DEXPRIENCE as empresas conquistarão excelência, eficiência, produtividade e, claro, melhor lucratividade.


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coffee break

Cervejeiro

artesanal

por Beatriz Cardoso

Rio de Janeiro ganha um novo personagem cosmopolita.

Que tribo cervejeira artesanal é essa? Essa turma da geração y, maioria entre os cervejeiros artesanais cariocas, não se subordina a hierarquias rígidas ou a um emprego que não tenha sentido maior para eles. Querem qualidade de vida hoje. Não pensam na aposentadoria e lidam com a vida profissional como extensão da vida pessoal. Começaram a fazer rótulos de qualidade e os negócios foram crescendo para que pudessem reproduzir experiências incríveis para os amigos até chegarem aos bares e supermercados. Os escritórios dos ‘caras’ geralmente são como comunidades criativas, a exemplo do Templo na Gávea, coworking onde a cervejaria 3 Cariocas tem seu escritório e realiza algumas de suas ações promocionais. O espírito de equipe permeia todo o setor cervejeiro artesanal, uma marca torce pelo sucesso da outra, a cultura das artesanais vai sendo estimulada e é defendida a alquimia cervejeira de raiz. Empreendedores por ideologia, buscam inovação, bons ingredientes e insumos locais. Claro que sempre há aqueles que chegam atraídos exclusivamente pelo potencial de retorno dos negócios, independentemente da ideologia, mas ainda parecem ser a minoria.

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erceiro maior produtor de cerveja no mundo, segundo pesquisa da Kirin Beer University, divulgada pela Associação Brasileira da Indústria da Cerveja (CervBrasil), o Brasil tem hoje uma indústria diversificada, que fatura anualmente R$ 70 bilhões, gerando mais de R$21 bilhões em impostos e cerca de 2,2 milhões de empregos. Essa diversificação passa também por um ‘personagem’ que vem ganhando espaço: o cervejeiro artesanal, que hoje tem seus produtos presentes em bares, restaurantes e supermercados e também nas rodas dos apreciadores dessa secular bebida refrescante. As microcervejarias hoje ainda representam em torno de 1% do setor cervejeiro no País (nos EUA dominam 12% do mercado de cerveja) e movimentam aproximadamente R$ 700 milhões, com crescimento anual entre 30% e 40%, sugerindo o que está por vir. Os experts apostam na tendência de crescimento, principalmente pelo fato de os consumidores valorizarem cada vez mais as cervejas artesanais. Segundo Carlo Enrico Bressiani, diretor geral da Escola Superior de Cerveja e Malte, que mantém a Faculdade Épica, o Brasil ganhou 148 novas cervejarias em 2016, somando um total de 522 empresas, de acordo com dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O Sudeste é a região onde mais esse negócio cresce, com destaque para os estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. Com o mote “beba menos, beba melhor”, essas cervejarias estão estimulando a migração das cervejas mainstream (convencionais) para as artesanais, tendo como principais atrativos, aroma, gosto, textura e nomes bem criativos: 2Cabeças, 3Cariocas, Fraga, Hija de Punta, Hocus Pocus, Three Monkeys Beer, Green Lab, Marmota, Oceânica, OverHop, Quatro Graus, RockBird, W-kattz são algumas das marcas que vêm agitando esse mercado. Com a proposta de “Trazer cerveja boa, nova e diferente para quem está pelo Rio!”, essas cervejarias promoveram a 3a Edição do Rio Craft Beer, nos dias 29 e 30 de julho, no Rio de Janeiro. O evento foi realizado no apoteótico estádio do Maracanã, acostumado a receber as torcidas de outra paixão brasileira, o futebol – espetáculo quase sempre aliado a uma boa cerveja!

Rodada de negócios Com uma torcida fiel, organizada e crescente, as cervejarias artesanais agora entram em outras rodas: a de negócios. Em dezembro será realizado o


Fotos: divulgação

Carlos Emilio Freitas

Marcelli Tavares e Fernanda Véga

primeiro evento de mobilização voltado estritamente para o mercado cervejeiro artesanal, o Craft Beer Business (CBB). “Esse projeto visa fomentar o mercado cervejeiro artesanal brasileiro através do mapeamento desta cadeia produtiva, a identificação de gargalos e oportunidades, ações para desenvolvimento de fornecedores e ativação de negócios”, explicam Fernanda Véga e Marcelli Tavares, da agência VISIÓN - Ativação de Negócios, que está à frente dessa iniciativa. “A proposta é criar um ambiente para formação de rede de negócios entre cervejeiros ciganos (sem fábrica própria), cervejarias, fornecedores de insumos, equipamentos, distribuidores, rótulos, serviços em geral. O objetivo é fomentar os negócios, do malte à torneira”, complementam. O projeto CBB teve uma prévia durante a última edição da Brasil Offshore, confirmando a tese de que a mesa de bar é um bom lugar para tratar de negócio, ótimo para "quebrar o gelo" e realizar networking com clientes e prospects.

A Green Lab, uma das cervejarias que apoiou o evento, aposta no potencial de crescimento desse mercado, investindo no desenvolvimento de cervejas que proporcionem novas sensações. “O mercado de artesanais no Brasil é muito dinâmico e o público está ávido por novidades”, afirma o brewmaster Carlos Emilio Freitas, um dos sócios da Green Lab, que hoje tem cinco rótulos. “E vem mais novidade por aí!”, garante o mestre cervejeiro, lembrando que hoje a marca está presente nos estados do Rio, São Paulo e Minas Gerais. A presença mais forte, sem dúvidas, é na cidade do Rio, onde as cervejas da marca são saboreadas nos melhores bares e restaurantes da cidade como: Brewteco, Pub Escondido, Boteco Colarinho, Birreria Escondido, Delirium Café, Delirium Tap House, Yeasteria, On Tap Pub, Hop Lab, Sublime, Playgrowler, Beer Lab, Beer Joe.) A receita do sucesso? “A Green Lab nasceu da paixão de três amigos por cervejas de verdade, do sonho de fazer o que se gosta e da coragem de transformar essa paixão cervejeira em negócio”, pontua Freitas. “Os princípios basilares da cervejaria são a criatividade e a inovação na elaboração de todos os produtos. A missão: revolucionar o mercado brasileiro com a quebra de paradigmas e a difusão de uma nova cultura cervejeira”, conclui. Niterói também se revela como promessa para o mercado de cerveja artesanal. Projeto da Prefeitura propõe criação de polo com selo Niterói Cervejeiro. Iniciativa que tem o apoio do niteroiense beer sommelier Gustavo Renha, velho conhecido na cena cervejeira nacional que hoje oferece soluções cervejeiras por meio de sua consultoria, Beer Break. “O Rio de Janeiro é o maior consumidor de chope do Brasil, com mais de 150 cervejarias presentes, das quais cerca de 70% não possuem planta própria”, explica. São os chamados ciganos, que, segundo o expert, demonstram o potencial para novas cervejarias. “Prova da qualidade do que é feito aqui é o fato de termos um número alto de cervejas brasileiras premiadas em campeonatos internacionais”, conclui. Enfim, a cultura cervejeira artesanal por aqui ainda tem muito malte para colher, mas o kick off já foi dado e tem gente que pegou experiência no P&G agora olhando para esse mercado. TN Petróleo 114

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feiras e congressos

2017 Setembro

12 a 13 – EUA GTL Technology Forum and GasPro Local: Houston Tel.: +1 (713) 520-4470 e-mail: EnergyEvents@GulfPub.com https://goo.gl/oAQNDz

24 a 29 – EUA SEG, International Exposition and 87th Annual Meeting Local: Houston Tel.: +1 (918) 497-5500 e-mail: members@seg.org http://seg.org/Annual-Meeting-2017

26 a 27 – EUA HPHT Drilling and Completions Local: Houston Tel.: +1 (713) 520-4470 e-mail: Tranessa.Hunt@gulfpub.com https://goo.gl/GTbUa7

24 a 26 – Brasil OTC Brasil 2017 Local: Rio de Janeiro e-mail: eventos@ibp.org.br go.otcbrasil.org/connectOTC

24 a 26 – Brasil Rio Pipeline Local: Rio de Janeiro e-mail: eventos@ibp.org.br riopipeline.com.br

06 a 08 - Itália European Autumn Gas Conference Local: Milão Tel.: +44 203 772 6077 e-mail: richardmackintosh@dmgevents.com http://www.theeagc.com/

12 - UAE Petroleum Equipment & Services Association Local: Abu Dhabi Tel.: +1 (713) 932-0168 e-mail: msmart@pesa.com https://www.pesa.org/events

Outubro

12 – EUA World Oil Awards Local: Houston Tel.: +1 713-520-4475 e-mail: Melissa.Smith@GulfPub.com https://goo.gl/5wyHAa

Novembro

01 a 02 - EUA Women's Global Leadership C. in Energy Local: Houston Tel.: +1 (713) 520-4475 e-mail: Melissa.Smith@GulfPub.com https://goo.gl/BHBscb

Todos bem na foto! Para relembrar bons momentos dos grandes eventos do setor, acesse a nossa galeria de fotos no Flickr. Afinal de contas, recordar é viver!

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de José de Sá é sócio da Bain & Company.

opinião

Tendências para o setor de energia até 2030 A geração de energia vai passar por transformações importantes nos próximos anos.

M

esmo com o uso crescente de fontes renováveis (especialmente solar e eólica, cuja produção deve triplicar), a demanda por combustíveis fósseis ainda terá forte papel no cenário mundial, mas com a demanda por petróleo provavelmente alcançando um pico ao redor de 2030. Essas são as conclusões de um estudo desenvolvido pela Bain & Company com o objetivo de identificar as inovações que devem afetar o setor de energia nos próximos anos. A partir dessas premissas, a pesquisa apresenta possíveis cenários com o objetivo de ajudar os executivos do setor a se prepararem para as mudanças que estão por vir. Nesse sentido, três possíveis cenários merecem atenção. São eles: • Superabundância de óleo e gás, em que há grande oferta de combustíveis fósseis, e eles são baratos. • Transformação verde, em que os avanços tecnológicos e as mudanças de políticas aceleram a adoção de energia renovável. • Market montage, um cenário intermediário em termos de inovações e potenciais resultados. Para que os executivos possam entender melhor como esses cenários podem afetar seus negócios durante a próxima década, o estudo detalha várias conclusões. Elas estão relacionadas aos segmentos de óleo e gás, energia renovável, indústria de transportes e ao uso de combustíveis fósseis nos próximos anos.

Produção e uso de óleo e gás Como o mercado é muito sensível aos níveis de produção da Opep, esse é um ponto essencial a ser analisado. Com base em dados da entidade, a estimativa é de que, em 2030, a produção da Opep varie entre 40 milhões de barris de petróleo por dia (estagnada em relação à atual) e mais de 50 milhões. Ambos os níveis têm forte impacto na competitividade do petróleo em relação a outros combustíveis primários. Outro ponto importante é a produção de tight oil e de gás de xisto nos Estados Unidos. Recentemente,

com a queda dos custos de produção, houve aumento expressivo na produtividade. Há certo ceticismo, porém, quanto à estabilidade desse cenário nos próximos anos: algumas hipóteses são de que os vários fatores que levaram a essa redução tenham se esgotado (como os ativos mais valiosos e baixo custo de mão de obra). Na nossa análise, os custos vão continuar caindo ano após ano, ainda que a um ritmo menor. A exportação de GNL dos Estados Unidos também merece atenção. Diferentemente do petróleo, que é uma commodity global, o gás natural tem ocupado espaço como uma commodity regional. Mas esse cenário deve mudar nos próximos anos, influenciado por fatores como o aumento da experiência de companhias de óleo e gás independentes com a produção do gás, surgimento de novas oportunidades de negócios (como a expansão do Canal do Panamá) e por opções de regasificação de baixo custo. Como resultado, o GNL deve chegar a todas as partes do mundo. Os EUA têm esse combustível em abundância e de forma barata, portanto, há espaço para que esse país se torne um exportador líder de GNL. Estimativas para os níveis de exportação vão de 6 bilhões de pés cúbicos por dia até mais de 20 bilhões de pés cúbicos diários.

Geração de energia renovável As energias solar e eólica devem se apresentar mais competitivas que o carvão e o gás natural nos próximos anos, por causa da redução de custos de produção. A exemplo do tight oil e do gás de xisto, a queda nos custos segue um padrão previsível, baseado na experiência global, já que não há barreiras regionais significativas para o avanço dessas tecnologias. Também colabora para esse avanço o objetivo mundial de reduzir as emissões de carbono, que deve influenciar normas regulatórias ligadas aos combustíveis fósseis. A COP21, realizada recentemente, expressa essa preocupação e representa uma das principais inovações para a geração de energia. A forma como esse compromisso

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opinião

global será cumprido (de maneira rigorosa, flexibilizada ou agressiva) vai influenciar significativamente a substituição por energia renovável. Os avanços tecnológicos na geração de energia devem apresentar um papel significativo para fomentar esse crescimento. Para que a energia renovável constitua mais de 25% da capacidade de geração de energia em uma determinada área, o setor precisa adotar ferramentas tecnológicas que mitiguem a natureza intermitente das fontes solar e eólica. Essas estratégias já são testadas em diversos países, em vários graus. Levando em conta esses desafios, o estudo conclui que a energia solar e a eólica devem aumentar sua participação global entre 10% e 17%, e alcançar uma participação de 30% a 43%, em 2030. Não basta somente gerar energia, é necessário armazená-la. Por isso, outra tendência é o armazenamento de energia gerada em baterias. A tecnologia das baterias é, de longe, o ponto de partida para novas soluções de armazenamento. Hidrelétricas de bombeamento representam 95% da capacidade total de armazenamento hoje, mas as tecnologias de baterias podem ser empregadas virtualmente em qualquer lugar, e seu desenvolvimento tecnológico está sendo acelerado pela experiência com os carros elétricos. Baterias de íon-lítio poderiam substituir turbinas no pico para uso no dia a dia, mas o grau e a velocidade vão depender dos custos, se vão continuar a cair tão rapidamente. A competitividade da tecnologia das atuais baterias para uso de longo prazo ainda deverá levar tempo para ser obtida. Outras tecnologias para baterias existem, mas estão num nível muito embrionário para ser incluídas em nossa análise.

Transportes e uso do petróleo É quase impossível falar de futuro dos transportes sem mencionar carros elétricos. Eles devem ter preços competitivos entre 2022 e 2027, dependendo dos avanços tecnológicos das baterias. Os consumidores estarão mais

propensos a comprar carros elétricos durante a próxima década, e, em um cenário otimista, as vendas de carros elétricos podem representar metade da frota total em 2030. E num cenário mais conservador, o índice pode variar entre 25% e 35%. Em paralelo, as normas quanto à economia de combustível dos veículos leves merecem atenção. Muitos dos grandes mercados de veículos leves já estabeleceram padrões elevados para novos carros, que passaram de 20,82 quilômetros por litro para 27,62 quilômetros por litro no período de 2020 a 2025. O fato de esses padrões se flexibilizarem ou se tornarem mais agressivos vai definir o impacto na demanda total por petróleo. Nossas estimativas consideram um intervalo de 20,4 km/l a 26 km/l, em média, para novos carros em 2030. A busca de um ambiente mais sustentável também vai afetar o transporte marítimo. Com o baixo custo do GNL, este deve ser o substituto principal do petróleo nos próximos anos. As estimativas quanto ao uso desse combustível variam de 10% a 30% da frota total em 2030. Para os aviões, há poucas alternativas quanto ao combustível. O único conhecido é o biocombustível de aviação, que tem custos elevados e coloca a viabilidade econômica em xeque. No entanto, em um esforço para tornar a aviação mais “verde”, algumas companhias aéreas vêm estabelecendo parceria com os fabricantes de biocombustíveis de aviação e, como resultado, seria possível ver sua adoção em larga escala em 2030, reduzindo ainda mais a demanda por petróleo. As estimativas para o uso de biocombustíveis nesse mercado variam de 2% (pouca alteração) a 15%. Apesar destas tendências do setor, certamente o cenário energético será definido por grandes incertezas, turbulência da indústria e fragmentação do mercado. Isso exigirá das empresas uma grande capacidade de análise de cenários e de planejamentos para conviver com formas de energia cada vez mais interligadas e influenciadas por eventos globais.

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