Revista TN Petróleo #88

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opinião

Licitações de petróleo 2013: Regulação, segurança jurídica e risco político, de Antonio Bastos A. Sarmento

Petróleo I Gás I Biocombustíveis

11ª Rodada da ANP instiga apetites Petrobras tem queda no lucro em 2012 e prevê um 2013 difícil Espírito Santo: o pioneiro do pré-sal

Ano XIV • mar/abr 2013 • Nº 88 • www.tnpetroleo.com.br

Especial: Parque tecnológico da ufrj

um parque

de tecnologias

O papel das National Oil Companies (NOCs) nos Brics, por Marcelo Marinho Simas Gestão assertiva de projetos é determinante para o sucesso das empresas de óleo e gás, por Alexandre Severo

Caderno de sustentabilidade Entrevista exclusiva com Ana Paula da Costa Falcão e Anna Maria Scofano, da Petrobras

Caracterização ambiental da Bacia de Campos

Entrevista exclusiva

José Varella, presidente da 3M do Brasil

3M quer desenvolver novas tecnologias para setor de óleo e gás

9 771415 889009

ISSN 1415889 -2

Eficiência energética, um tema além da simples troca de lâmpadas, por Mikio Kawai Jr.

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Georadar busca inovação em Geofísica Programa TI Maior • Garimpando talentos


entrevista exclusiva

NOVAS TECNOLOGIAS

Foto: Ricardo Almeida

José Varella, presidente da 3M do Brasil

3M QUER DESENVOLVER

AS VENDAS DA 3M DO BRASIL TÊM CRESCIDO ANO A

PARA SETOR DE ÓLEO E GÁS

ANO E A EXPECTATIVA É QUE NOS PRÓ-

por Maria Fernanda Romero

XIMOS CINCO ANOS

Alinhada com a iniciativa da matriz norte-americana, a multinacional 3M está apostando firme no potencial do mercado brasileiro. De olho na demanda crescente deste setor no país, a empresa quer intensificar o fornecimento de tecnologias mais resistentes e eficazes.

SEJA BASTANTE SIGNIFICATIVO.

TN Petróleo – Por que o setor de petróleo e gás no Brasil é estratégico para a 3M? José Varela – Estima-se que bilhões de dólares serão gastos por empresas do setor na compra de equipamentos e serviços na expansão de suas operações no Brasil. Esses gastos criam uma série de oportunidades para empresas que queiram atuar nessa área. Afinal, a cadeia do petróleo é uma das mais longas da economia brasileira, deve gerar dois milhões de novos empregos e vai apresentar altos níveis de crescimento nos próximos anos. A 3M entende que este mercado apresentará inúmeras oportunidades de crescimento, não somente com o portfólio atual de produtos, mas principalmente no desenvolvimento de novas tecnologias que a exploração em águas profundas demandará. E faremos isso respaldados na nossa experiência no mercado de óleo e gás em países como Canadá, EUA, México, Venezuela, Emirados Árabes, entre outros. Como nasceu a divisão de óleo e gás na empresa? Há quanto tempo ela existe? Qual o principal objetivo deste departamento? A cultura de inovação e desenvolvimento de novas tecnologias está no DNA da 3M. O segmento de óleo e gás da empresa no Brasil, presente em seu portfólio desde 2001, tem como objetivo principal atender as demandas crescentes deste setor estratégico para o crescimento do país, oferecendo produtos com alta tecnologia e diferenciação, que auxiliem na solução de problemas, e possibilitem o aumento de produtividade e eficiência dos processos. A quanto essa divisão corresponde no faturamento de vocês? É política da empresa não divulgar a participação individual de determinada área. Porém, podemos dizer que a participação das vendas para este mercado no total das vendas da 3M do Brasil tem crescido ano a ano e a expectativa é que nos próximos cinco anos este percentual seja bastante significativo. O faturamento bruto da companhia no Brasil em 2012 foi de R$ 2,9 bilhões.

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ESTE PERCENTUAL

PARA TANTO, INSTALOU UMA FÁBRICA em Ribeirão Preto (SP) exclusivamente para atender a cadeia produtiva de petróleo e gás – a primeira desse tipo na América Latina –, reafirmando a importância do Brasil nos negócios globais da companhia.

Quais as principais tecnologias que a 3M fornece para o setor? A 3M possui uma linha completa de produtos e tecnologias para atender toda a cadeia produtiva do petróleo como: fitas especiais usadas na fabricação de umbilicais, risers e flow lines para transporte de gás e óleo, revestimentos anticorrosivos para assegurar a integridade dos dutos que escoam o petróleo e gás em ambientes altamente corrosivos (que é a extração no mar), filtros de alta vazão e desempenho

para filtração líquida e gasosa, absorventes de petróleo e químicos, abrasivos industriais para limpeza e preparação de superfícies e uma linha completa de equipamentos para proteção dos trabalhadores da cadeia produtiva como máscaras, abafadores, óculos de proteção e produtos de rastreabilidade de pessoas e equipamentos. Há alguma tecnologia criada especialmente para atender as demandas do setor ou do pré-sal?

Ao longo dos últimos anos, a empresa desenvolveu produtos vitais para as operações no segmento de exploração e produção como: microesferas de vidro ocas altamente resistentes, utilizadas para revestimento térmico dos dutos que transportam petróleo em águas profundas cujas temperaturas são baixas, além das altas pressões, garantindo assim o escoamento do petróleo. Outra tecnologia desenvolvida foi um filtro de alta vazão e desempenho para filtração da água do mar para injeção em poços de petróleo para garantir a produtividade do mesmo. No início do ano passado, a 3M inaugurou uma fábrica em Ribeirão Preto (SP) para atender a área de petróleo e gás. O que está sendo produzido na unidade e qual sua capacidade total? Por que a escolha de se instalar no interior paulista? É uma fábrica de microesferas de vidro, voltada exclusivamente

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parque tecnológico

UM PARQUE DE TECNOLOGIAS

s novos centros de pesquisa já chegam ao campus da UFRJ com a obrigação de realizar grandes projetos e investimentos. Por contrato, cada empresa de grande porte instalada no parque tecnológico tem de investir ao menos R$ 3 milhões anuais durante os primeiros cinco anos de pesquisa e cooperação com a universidade. Para pequenas e médias, a exigência é de 3% do faturamento.

na construção de centros de pesquisa de 12 grandes companhias, principalmente do setor de petróleo e gás, o Parque Tecnológico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) será o epicentro do desenvolvimento de muitas das tecnologias que serão utilizadas na exploração do pré-sal. 18

Foto: Cortesia Usiminas

Foto: Cortesia Tenaris

O

Reunindo investimento de mais de US$ 500 milhões

Foto: Cortesia GE

Foto: Cortesia Baker Hughes

Foto: Cortesia FMC

Foto: Cortesia V&M

por Rodrigo Miguez

Apesar do aumento de empresas de grande porte no país, o investimento privado ainda não chega à metade (45,7%) do recurso total aplicado na área no Brasil, segundo o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), contra 70% em países como EUA, Alemanha, China, Coreia do Sul e Japão. Estima-se que menos de 50 mil cientistas trabalhem em pesquisa na indústria brasileira. Em comparação, na Coreia do Sul, esse número é três vezes

maior (166 mil) e nos EUA, passa de um milhão. Mesmo com a chegada dessas empresas, a Petrobras continua sendo a principal fonte de financiamento de P&D no país, investindo mais de US$ 1 bilhão por ano, tanto no seu centro de pesquisas, o Cenpes, quanto em parcerias com universidades.

Interação criativa A FMC Technologies, líder na fabricação de equipamentos submarinos para a in-

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audiência pública

11ª Rodada da ANP

instiga apetites

O público que lotou o auditório da Escola de Guerra Naval para a Audiência Pública sobre as regras da 11ª rodada de blocos para exploração, realizada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) em fevereiro, reflete não apenas o jejum de cinco anos sem leilões, sinaliza também que o país continua no foco das principais majors do setor, assim como de companhias independentes que veem oportunidades no potencial brasileiro. por Karolyna Gomes

D

epois de amargar um período de quase cinco anos sem possibilidades de renovar ou ampliar o portfólio, limitados apenas às operações de farm in e farm out (compra e venda direta, entre empresas que detêm concessão), investidores, petroleiras e empresas de toda cadeia produtiva de óleo e gás demonstraram que o setor ganhou um novo alento na audiência pública realizada pela ANP, sobre a 11ª rodada de licitações, marcada para os dias 14 e 15 de maio. Quebrando o jejum também para áreas marítimas, que não eram licitadas desde 2007, o governo ofertará nesta próxima rodada um total de 289 blocos em terra, águas rasas e águas profundas, em 11 bacias brasileiras – Barreirinhas, Ceará, Espírito Santo, Foz do Amazonas, Pará-Maranhão, Parnaíba, Pernambuco-Paraíba, Potiguar, Recôncavo, Sergipe-Alagoas e Tucano –, totalizando cerca de 155,8 mil km². Os detalhes do novo leilão foram apresentados pela ANP para cerca de 300 pessoas, no auditório da Escola de Guerra Naval, na Urca (RJ), no dia 19 de fevereiro, pela diretora-geral, Magda Chambriard, os diretores Florival Carvalho e Helder Queiroz, a superintendente de Promoção de Licitações,

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Claudia Rabello, e o procurador-geral da Agência, Tiago Macedo. Com a meta de desenvolver negócios descentralizando investimentos, Magda Chambriard, que completa um ano na direção da agência reguladora, deixou claro que a nova rodada abre grandes oportunidades para toda a cadeia de prestadoras de serviços e fornecedoras de produtos do setor, colaborando assim com a criação de emprego e renda para as regiões participantes. “Essa rodada tem a clara intenção de descentralizar investimentos em exploração, gerando emprego e

equatorial africana, onde recentemente foram feitas descobertas como o Campo de Jubilee, na costa de Gana, com alto potencial de petróleo leve e reserva estimada entre 500 e 600 milhões de barris de petróleo. “Existem outras áreas interessantes, como por exemplo, a que acrescentamos na Foz do Amazonas, na direção do delta para a fronteira com a Guiana. São áreas onde a ANP mapeia oportunidades exploratórias muito interessantes, com potencial para um óleo de 37º até 44º API. Isso é similar a um [óleo] árabe leve, ou seja, o óleo mais caro do planeta”, destacou Chambriard, acrescentando que não deve existir na região um reservatório do porte de Lula (bloco na Bacia de Santos, estimado em mais de cinco bilhões de barris),

renda no Norte e Nordeste do Brasil e contribuindo para a redução das desigualdades regionais”, afirmou a diretora-geral.

Regiões promissoras Do total de blocos ofertados, 150 estão localizados no mar, na margem equatorial brasileira, região que, de acordo com a ANP, abre oportunidades de grandes apostas para o mercado, principalmente após a descoberta, ainda não comercial, realizada pela Petrobras em águas profundas da Bacia do Ceará (BM-CE-2). Destes 150 blocos, a maioria (97) está na bacia de Foz do Amazonas. De acordo com dados sísmicos obtidos pelas campanhas exploratórias da ANP, a região tem as mesmas características geológicas da margem

mas espera-se que existam “alguns como Jubilee”.

Onshore Os blocos terrestres também geram boas expectativas, já que atualmente são responsáveis por algo em torno de 8,9% da produção nacional de petróleo e 23,7% da de gás natural. A diretora-geral da ANP já havia destacado o potencial ainda inexplorado de óleo e gás nas bacias terrestres brasileiras. Nesta rodada, a ‘menina dos olhos’ é a Bacia do Par naíba, onde serão ofertados 20 blocos, perfazendo uma área de cerca de 59.860 km², com bônus mínimo previsto de R$ 5 milhões. A operadora OGX Maranhão, sociedade formada entre a OGX e a MPX, ambas do gr upo EBX, de Eike

Batista, é a primeira a produzir nesta bacia. Com participação majoritária na concessão de oito blocos exploratórios, já perfurou mais de 20 poços, e iniciou a produção no campo de Gavião Real (município de Santo Antônio do Lopes), além de prosseguir com o Plano de Desenvolvimento (PD) de Gavião Azul (Capinzal do Norte) e Gavião Branco (Lima Campos). E a concessionária tem planos de continuar a campanha exploratória em quase uma dezena de municípios maranhenses. O gás natural produzido pela petroleira brasileira já alimenta a UTE Parnaíba, que atualmente gera 338 MW de energia para o país. Empreendimento da MPX em parceria com a Petra Energia (com 70% e 30% respectivamente), a usina alcançará

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balanço petrobras

Petrobras tem queda no lucro em 2012 e prevê um 2013 difícil

por Maria Fernanda Romero

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A

justificava da queda foram os efeitos da depreciação cambial, a maior participação de derivados importados no volume de vendas e o aumento das despesas operacionais com maiores baixas de poços secos/subcomerciais. Também houve queda na geração do caixa operacional da empresa, medida pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado, que atingiu R$ 53,439 bilhões, 14% inferior na comparação com 2011. No quarto trimestre do ano passado, o lucro líquido da Petrobras somou R$ 7,7 bilhões, um aumento de 39% em relação ao trimestre anterior, especialmente por causa de ganhos financeiros e maiores benefícios fiscais. No quarto trimestre, o Ebitda ajustado somou R$ 11,9 bilhões, 17% inferior ao do terceiro trimestre de 2012. A estatal destacou como ponto positivo o fato de ter atingido, na área operacional, a meta de produção estabelecida para o ano, com 1,98 milhão de barris por dia de óleo e LGN (líquido de gás natural) no Brasil. A produção total de petróleo e gás natural da petroleira chegou a 2,598 milhões de barris de óleo equivalente por dia (petróleo e gás natural). A companhia teve recorde de processamento de petróleo nas refinarias entre 9 e 12 de agosto (2,1 milhões de barris por dia). No ano, a produção de derivados somou 1,99 milhão de barris por dia. As vendas no mercado interno atingiram 2,28 milhões de barris por dia. Os investimentos feitos no ano somaram R$ 84,13 bilhões, 51% destinados ao setor de exploração e produção. A área de

NÃO EXISTE PARA 2013 NENHUM NOVO PROJETO. NESTE ANO NÃO DÁ!

abastecimento ficou com 34%. Segundo a Petrobras, os investimentos foram direcionados para o aumento da capacidade produtiva e a modernização e ampliação do parque de refino. A companhia informou ainda que foi aprovado o Plano Anual de Negócios para 2013, no valor total de R$ 97,754 bilhões.

Perspectiva De acordo com Graça Foster, 2013 será um ano difícil para a Petrobras por conta da necessidade de paradas programadas de algumas plataformas para manutenção no primeiro semestre; do câmbio praticamente anulando o efeito dos reajustes de combustíveis de 2012; das previsões de mais baixas de poços secos em 2013; e da perspectiva de uma produção estagnada no ano, inclusive com a possibilidade de uma nova queda em 2013, após ter fechado 2012 com a primeira baixa na extração anual desde 2004. Foster ressaltou que os reajustes acumulados nos preços do

Fotos: Banco de Imagens TN Petróleo

O lucro da estatal foi o menor dos últimos oito anos: R$ 21,1 bilhões, 36% a menos em relação ao de 2011. “Foi um ano muito difícil para a Petrobras e 2013 será mais difícil ainda, entretanto, totalmente exequível, pois estamos mais bem preparados”, afiançou a presidente da Petrobras, Graça Foster.

diesel, de 16,1%, e da gasolina, de 14,9%, nos últimos oito meses, não foram suficientes para eliminar a defasagem entre o preço no mercado internacional e o cobrado pela Petrobras em suas refinarias. “O crescimento da demanda por combustíveis superou o aumento da produção da Petrobras e isso acarretou maior importação de gasolina e diesel. A manutenção da defasagem é resultado sobretudo da desvalorização do real ante o dólar e um dos motivos para a redução do nosso lucro líquido em 2012”, destacou. A presidente confirmou que neste ano a empresa manterá a meta do ano passado de 2,022 milhões barris/dia, com uma margem de erro de 2% para cima ou para baixo. Segundo ela, o cenário é de convergência dos preços internacionais, e a Petrobras não tem como aumentar a produção de petróleo nesse momento, apenas no segundo semestre. “Se eu tivesse que dizer para os senhores, diria que vamos ficar TN Petróleo 88

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capital de energia

Espírito Santo:

o pioneiro do pré-sal por Karolyna Gomes

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Foto: Agência Petrobras Foto: Divulgação Codesa

Foto: Agência Petrobras

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justamente o fato de somar parte da produção desta bacia à da bacia capixaba, que o estado se posiciona como o segundo maior produtor do país de óleo e gás, e, portanto, como uma das grandes capitais da energia do Brasil. Com reservas de 2,92 bilhões de barris de óleo equivalentes (boe), que representam 10% das reservas totais (de óleo e gás natural) do país, segundo o Anuário Estatístico Brasileiro do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis 2012, da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o Espírito Santo reflete a diversidade dessa indústria.

Foto: Agência Petrobras

Foto: Elisabeth Nader Foto: Agência Petrobras

Foto: Agência Petrobras

Foto: Agência Petrobras

Foto: Divulgação CPVV

Com 56 anos de atividades exploratórias de hidrocarbonetos, o Espírito Santo mostra que ainda tem fôlego para continuar no ranking dos maiores produtores brasileiros por um bom tempo. E isso, tanto graças ao petróleo e gás do pós-sal, offshore e terrestre, como também ao pré-sal, descoberto na Bacia de Santos, mas que começou a jorrar, em escala comercial, na costa do estado capixaba, no campo de Jubarte, que integra o chamado Parque das Baleias, ao norte da referida bacia.

Seus campos petrolíferos, espalhados por terra e mar – em águas rasas, profundas e ultraprofundas de duas das mais importantes bacias brasileiras (porção norte da bacia de Campos e a totalidade da do Espírito Santo) –, geram grandes expectativas no setor. A Unidade Operacional Espírito Santo (UO-ES), que gerencia os ativos da Petrobras na região, tem a expectativa de alcançar uma produção diária de 500 mil barris

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de petróleo até 2015. E não está longe desse marco: em dezembro de 2012, de acordo com os dados da ANP, o Espírito Santo produziu a média de 329,4 mil barris/ dia de óleo e 12,5 milhões de m3/d de gás natural, totalizando 408,5 mil boe/d. Confirmando a produtividade dos ativos capixabas, dos 20 campos maiores produtores de petróleo do país, de acordo com ranking da ANP de dezembro de 2012, cinco estão na costa do Espírito Santo: Jubarte, Baleia Azul (segundo lugar geral) e Cachalote, no Parque das Baleias, e Golfinho, todos operados pela Petrobras, e Ostra, no parque das Conchas, operado pela Shell. O mesmo número de campos está no ranking de gás natural: TN Petróleo 88

Fotos: Banco de Imagens TN Petróleo

vai sediar a próxima reunião do comitê técnico, em abril. Na era da comunicação – Este é mais um dos compromissos da atribulada agenda do secretário executivo do IBP, que prevê “anos bem interessantes, de grandes desafios” para a entidade, que sempre teve forte papel na área de treinamento e qualificação. “Todo mundo na indústria de óleo e gas passou por aqui. Estamos fazendo um diagnóstico para avaliar o que podemos melhorar ainda mais neste aspecto”, observa. “Mas temos outros desafios, entre os quais tornar visível, para todos os setores da sociedade, como funciona essa indústria, que está crescendo de modo assustador. Basta ver a participação dela no PIB e o nível de investimentos neste setor, em especial da Petrobras”, salienta o executivo. “Mas o conhecimento sobre essa indústria não vem se dando no mesmo ritmo.” Segundo ele, há desconhecimento não apenas por parte da sociedade civil, mas também de setores da própria cadeia produtiva. “Não se pode olhar o setor de óleo e gás apenas como um cifrão e sim como uma oportunidade de desenvolvimento sustentável. E para isso é necessário que todos conheçam melhor essa indústria, como funciona, o que vem depois da licitação de um bloco, o impacto socioeconômico dessa atividade etc.”, frisa Costa Filho. Por isso, uma de suas metas é fazer um trabalho de comunicação mais forte nos próximos anos. “A comunicação do IBP deve ser cada vez melhor. É uma obrigação nossa, uma contrapartida que temos de dar para a sociedade.” Principalmente em questões que têm relação direta com a própria indústria, como é o caso do conteúdo local. “O IBP sempre esteve presente nessa discussão: somos membros do Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp) desde a criação do mesmo”, lembra. Ele acredita que há um consenso em torno da importância do conteúdo local para impul-

por Beatriz Cardoso

O IBP QUER MAIS

Em atividade há mais de 65 anos, o Instituto Brasileiro do Petróleo, Gás e Biocombustível (IBP) entra em nova fase, sob a secretaria executiva de Milton Costa Filho – ele aposta na força da comunicação para a entidade fazer frente aos novos tempos.

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CONSELHO EDITORIAL

Capitais da energia

Espírito Santo: o pioneiro do pré-sal

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IBP

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“O BRASIL ESTÁ NO RADAR da indústria mundial de petróleo”, afirma o novo secretário executivo do Instituto Brasileiro do Petróleo, Gás e Biocombustível (IBP), Milton Costa Filho, que traz na bagagem 35 anos de uma diversificada experiência profissional no Brasil e no exterior, sempre na Petrobras. “Foi a empresa de toda uma vida”, brinca o engenheiro químico, que entrou em 1976 para o curso da Petrobras, passando a integrar os quadros da petroleira no ano seguinte. Formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na qual se especializou ainda em Engenharia de Processamento de Petróleo (1977) e Engenharia Econômica e Administração Industrial (1978), ele acredita que a experiência acumulada na petroleira vai ser importante na condução desta nova fase da entidade setorial, a mais antiga do país nesse setor.

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Principalmente pela diversidade de cargos que ocupou nas áreas de negócios internacionais, engenharia, comunicação e marketing da estatal, assim como nas subsidiárias Petrobras Distribuidora, Interbrás (trading) e Braspetro (E&P)... reflexo de uma formação também diversificada: Máster em Engenharia de Produção (PUC-Rio), com MBA em Marketing (1995), pelo instituto de pós-graduação e pesquisa em Administração da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppead-UFRJ). Sem falar nos cursos de educação para executivos, entre eles o General Management Program/ Harvard (2007) e Challenge for Leadership (2011), pelo Insead (sigla do Institut Européen d’Administration des Affaires), feitos nos últimos sete anos consecutivos que viveu no exterior, no comando da Petrobras México. Em fevereiro do ano passado, retornou ao Brasil logo após a posse de Maria das Graças Foster, integran-

do uma das gerências executivas da área internacional, comandada pela presidente da estatal. Esta, aliaá, ‘deu a bênção’ a Milton Costa Filho para se aposentar e assumir o cargo no IBP, a convite do dirigente da entidade, João Carlos de Luca. “Eu já tinha um relacionamento próximo com o IBP, por conta sobretudo da World Petroleum Conference (WPC)”, observa Milton, que durante quase dois anos trabalhou na organização desse evento, realizado pela primeira vez no Brasil em 2002 (juntamente com a Rio Oil & Gas, promovida pelo IBP). “Tínhamos uma estrutura própria, mas estávamos nas instalações do IBP. E foi uma experiência muito boa”, afiança o executivo, que integra o comitê de organização do programa técnico da WPC, a qual se realizará na Rússia no próximo ano. “Foram escolhidas 14 pessoas de diferentes países, dois deles do Brasil”, destaca Costa Filho, revelando que o Brasil

TEMOS QUE NOS AJUSTAR À NOVA REALIDADE, SER MAIS DINÂMICOS. A SOCIEDADE, A INDÚSTRIA, OS SÓCIOS DO IBP REQUEREM ISSO, PRECISAM DE RESPOSTAS MAIS RÁPIDAS.

sionar a indústria, uma vez que para qualquer operador é muito melhor ter uma cadeia produtiva forte no país em que se opera, com a mesma qualidade e excelência do mercado internacional. “Esse é o nosso sonho de consumo”, assegura. Mas a realidade é diferente. “A capacidade da nossa indústria está sendo colocada em teste vis-à-vis a demanda de bens e serviços das petroleiras, em decorrência dos investimentos no setor. Basta ver o Capex da Petrobras e de outras companhias: são vultosos e refletem uma enorme demanda. O que vai provocar um impacto muito grande na nossa cadeia de suprimento e, em consequência, causar problemas para as operadoras”, pondera Milton Costa Filho. Pontuando que essas regras precisam ser revistas, ele defende a necessidade de todos trabalharem para ajudar a encontrar um modelo mais adequado, que possibilite à indústria brasileira atender a demanda interna e também exportar para outros mercados. “Precisamos buscar um modelo, que leve em consideração as características da nossa indústria, definir as prioridades e os nichos mais importantes e buscar a excelência em serviços e no desenvolvimento de soluções com alta tecnologia”, afirma o secretário executivo do IBP. “Um projeto sustentável, de longo prazo. Daí sim, teremos chances de criar valor par ao país neste setor.”

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Ferramentas tecnológicas – É justamente para atuar de forma mais eficaz e abrangente nas diversas frentes, que o comando do IBP está promovendo uma nova reestruturação, visando fortalecer, entre outras, a parte de Exploração e Produção (E&P). “Aumentamos a infraestrutura para estarmos preparados para tratar de todos os temas que vão impactar a área de E&P”, afiança Costa Filho, sem revelar os números desta expansão. Hoje o IBP tem cerca de 42 comissões, subcomissões e comissões ad hoc, nas quais participam, em caráter voluntário, em torno de mil profissionais do setor. Milton Costa Filho quer mais e mais, em todos os sentidos. Não somente em mais filiados, tanto de empresas e entidades de classe como também de universidades, estudantes, jovens profissionais, enfim, mais pessoas pensando o mercado. “O IBP tem que mudar também, para acompanhar o novo cenário. A gestão anterior criou um IBP grande, com muita diversidade e atividade. Agora, temos que nos adaptar a uma realidade mais complexa, aprimorar a comunicação, aproveitar melhor tudo o que a tecnologia oferece”, afirma. “Temos que nos ajustar à nova realidade, ser mais dinâmicos. A sociedade, a indústria, os sócios do IBP requerem isso, precisam de respostas mais rápidas.” Para Milton Costa Filho, as novas rodadas de licitações, a consolidação dos marcos regulatórios, incluindo a questão do conteúdo nacional, os investimentos no setor são oportunidades a serem contempladas. “Não podemos ‘perder o barco’, inclusive atraindo para cá importantes eventos internacionais, como o congresso mundial de petróleo, de energia, de gás, que vão refletir justamente a posição do país no cenário internacional, pois o Brasil está definitivamente no radar da indústria mundial. E o IBP vai atuar nesse sentido, como entidade reconhecida internacionalmente, que tem legitimidade e credibilidade no setor”, exultou. TN Petróleo 88

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O IBP quer mais

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Fotos: Nuno Antunes

fino gosto

ATRIUM A joia gastronômica do Paço Imperial por Orlando Santos

ATRIUM Praça XV de Novembro, 48 Paço Imperial, Centro. Telefones: (21) 2220-0193/2220-3282 Ocupação: 83 lugares Horário: de segunda a sexta, das 11h30 às 15h30 www.restauranteatrium.com.br 102

Um dos ícones cariocas da boa gastronomia no Centro do Rio de Janeiro, o Atrium (pátio, em latim), está prestes a completar duas décadas de sucesso. No mesmo endereço há 19 anos, e com uma clientela que, de tanta fidelidade, passa a ser identificada pelo nome nos deliciosos pratos do cardápio! E, agora, sob comando único de uma de suas fundadoras, Vera Helena Carneiro. VOLTADO PARA O PÁTIO INTERNO do Paço Imperial, razão de ser de seu nome, o Atrium alia uma culinária contemporânea a um charmoso ambiente – abrigado sob os seculares arcos de pedra dessa construção erguida em 1743 na histórica Praça XV, como sede da Casa do Governo. Numa cidade em que a cada dois anos, segundo uma revista especializada em gastronomia, de cinco a dez restaurantes fecham as portas (ou trocam de donos), não deixa de ser surpreendente saber que a boa gastronomia supera até mesmo crises.

No Atrium, os comensais são levados não apenas para uma viagem gastronômica: as gravuras de Dom Pedro I em Petrópolis, exibidas nas paredes do restaurante, remetem-nos a uma visita a um dos monumentos históricos mais frequentados por turistas nacionais e estrangeiros. No Paço Imperial aconteceram importantes eventos, como a assinatura da Lei Áurea pela Princesa Isabel, acabando com a escravatura. E hoje o espaço é considerado, até agora, a mais bem-sucedida interação de arte e gastronomia, a exemplo dos grandes museus internacionais, graças à experiência com o Atrium. Referência – Quem se interessar pela história destas duas décadas do restaurante vai descobrir que muitos frequentadores, jornalistas e comensais não pouparam elogios escritos para diversas fases da casa – até mesmo porque muitos deles se tornaram clientes constantes e fiéis. Uma revista de circulação nacional dedicada exclusivamente à gastronomia sintetizou assim o nascimento e a permanência do Atrium no polo gastronômico da Praça XV: “Como todo ser vivo, um restaurante nasce – primeiro risco de vida; a seguir, vai crescendo e descobrindo o seu espaço – segundo risco de vida; ele pode não caber nesse novo cosmos. Mas se vencer esse rito de passagem, segue em frente tendo que se equilibrar

entre a urgência e a permanência. Urgência de ser. Permanência de estar. Assim foi o Atrium, nascido na Praça XV de Novembro, conhecida, nos primórdios da ocupação da terras da cidade, como Praia da Piaçaba; denominada depois Largo do Terreiro da Polé, Largo do Carmo, Praça do Carmo, Terreiro do Paço e Largo do Paço. Agora imaginem a responsabilidade da nossa querida Vera Helena ao decidir instalar ali o seu restaurante, vale dizer, plantar ali o seu sonho. Endereços emblemáticos costumam ser bipolares– uns dão certo, outros não festejam o segundo aniversário. Mas ela não tem medo de ter medo: nem de trabalhar. E tem sorte. O resultado é que há 19 anos o Atrium é uma ilha de bom gosto, servindo uma cozinha criativa por que vitoriosa sobre as limitações de um endereço do século 18, tombadíssimo pelo Patrimônio e, ao mesmo tempo, executiva, uma vez que o frequentador padrão trabalha na vizinhança e usa relógio. Mas, além do dia a dia, o Atrium abriga eventos, jantares especiais, aniversários e toda sorte de iniciativas festivas adequadas à especialíssima localização desta joia da gastronomia carioca.”

CARDÁPIO PERSONALIZADO Quem examina o cardápio do Atrium, elaborado pelos chefs Alessando Lima e Mazinho (como é mais conhecido Francisco Alves), se depara, de imediato, com os pratos personalizados. É que de tanto frequentarem o espaço, muitos comensais passam a ser identificados pelos pratos que habitualmente pedem. Por exemplo: Amaury Perlingeiro – Carne-seca com purê de abóbora, farofa e arroz servida com caldinho de feijão. Mauro Nahoum – Polenta gratinada com queijo, funghi e pedacinhos de filé. Raimundo Menezes – Massa de molho ferrugem com iscas de filé-mignon e brócolis. Rosa Oliveira – Risoto de paio e feijão branco no vinho tinto. Alexandre Dutra – Picadinho de carne temperada, servido com arroz branco, farofa e ovo. Ronaldo Morgado – Terrine de camarão coberta com batata palha. Embora o cardápio seja modificado a cada semana, os dois chefs garantem que os pratos mais solicitados são o picadinho a filé-mignon, lombo de cordeiro imperial, o risoto de funghi, a truta com creme de espinafre, e o bacalhau desfiado com brócolis, batata palha e ovo. Intercalando receitas simples com outras, mais sofisticadas, o Atrium se revela uma boa opção para quem deseja, além de saborear um bom prato, permanecer impregnado pela nossa história.

José Sales – Carne assada com nhoque no molho de queijo.

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Atrium, a joia gastronômica do Paço Imperial

João Manso – Peixe ao curry, levemente picante, servido com purê de batata baroa.

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TN Petróleo 88

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Affonso Vianna Junior Alexandre Castanhola Gurgel André Gustavo Garcia Goulart Antonio Ricardo Pimentel de Oliveira Bruno Musso Colin Foster David Zylbersztajn Eduardo Mezzalira Eraldo Montenegro Flávio Franceschetti Francisco Sedeño Gary A. Logsdon Geor Thomas Erhart Gilberto Israel Ivan Leão Jean-Paul Terra Prates João Carlos S. Pacheco João Luiz de Deus Fernandes José Fantine Josué Rocha Luiz B. Rêgo Luiz Eduardo Braga Xavier Marcelo Costa Márcio Giannini Márcio Rocha Melo Marcius Ferrari Marco Aurélio Latgé Maria das Graças Silva Mário Jorge C. dos Santos Maurício B. Figueiredo Nathan Medeiros Paulo Buarque Guimarães Roberto Alfradique V. de Macedo Roberto Fainstein Ronaldo J. Alves Ronaldo Schubert Sampaio Rubens Langer Samuel Barbosa

artigos 78 Eficiência energética, um tema além da simples troca de lâmpadas, por Mikio Kawai Jr.

88 O papel das National Oil Companies (NOCs) nos Brics, por Marcelo Marinho Simas

100 Gestão assertiva de projetos é determinante para o sucesso das empresas

de óleo e gás, por Alexandre Severo

seções

2 editorial 4 hot news 8 indicadores tn 58 eventos 62 perfil profissional 65 caderno de sustentabilidade

80 pessoas 82 produtos e serviços 102 fino gosto 104 coffee break 106 feiras e congressos 107 opinião

Ano XIV • Número 88 • mar/abr 2013 Fotos: Divulgação


Indústria naval brasileira:

construindo, desenvolvendo e transportando o Brasil de hoje

Av. Almirante Barroso, 63 - 29º andar Rio de Janeiro - RJ - Brasil - CEP 20031 003

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Suriname Guiana

Boa Vista

Roraima

Frota mercante em operação

Números do Brasil

Bran

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Jari

Ilha de Marajó

Erin Manaus

São Luís

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*sendo 61% granel sólido

Granéis sólidos: 554 milhões (61%) Granéis líquidos: 217 milhões (25%) Contêiners: 87 milhões

Tipos de carga

Tocantins

Carga geral solta: 45 milhões (15%) Fonte: Antaq, Petrobras 2012

Palmas

Franc

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Desembolsos do FMM Fundo de Marinha Mercante (R$ bilhões) aia

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Mato Grosso

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Bras São

Total do período

R$ 18,695 bilhões

Cuiabá

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Goiás Goiânia

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Mato Grosso do Sul

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Minas Gerais

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São Paulo

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Amazonas

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Volta Redonda

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Engenharia Soluções Integradas para Plantas Industriais

Estaleiro Bibi

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Santarém

onas de portos públicos ............................................. 34 Total Total de portos privados ............................................... 3 Terminais privados ................................................... 129 Terminais da Petrobras .............................................. 24 Carga transportada .................932 milhões de toneladas, sendo 71% (670 milhões de toneladas)Pará no comércio exterior Cargas transportadas em navegação de longo curso*........... 670 milhões de toneladas, ou 74% Cargas transportadas na navegação de cabotagem ............139 milhões de toneladas, ou 22% Cargas transportadas em hidrovias ..................81 milhões de toneladas, ou 4%

Amaz

Franc

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Belém

de Represa Tocantins Tucuruí

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Rio Maguari

Movimentação onas Amaz portuária gu Xin

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8.547.403 km2 191 milhões 20 hab./km2 R$ 4,4 trilhões 0,9% ao ano (2012) R$ 22.403 80 milhões 7.367 km 36 mil km (3º no mundo

Área População Densidade PIB Crescimento do PIB Renda per capita Força de trabalho Extensão da costa Rios navegáveis

Petroleiros .................................... 142 (69 da Petrobras) Graneleiros ................................................................. 22 Cargueiros ..................................................................30 Porta-contêineres .......................................................16 Amapá GLP ...............................................................................9 Tanques químicos ........................................................3 Ro-Ro ........................................................................... 5 Macapá Barcaças ....................................................................75 Capacidade de transporte .................... 6 milhões de TPB

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ENCARTE ESPECIAL DESTA EDIÇÃO: MAPA INDÚSTRIA NAVAL 2013

SINAVAL – Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore Av. Churchill, 94/2º andar, conj. 210 a 215, Centro CEP 20020-050 • Rio de Janeiro • RJ Tel.: 55 21 2532-4878 • Fax: 55 21 2532-4705 sinaval@sinaval.org.br • www.sinaval.org.br

Barueri

Guarulhos

São Paulo Santos

Paraná

Paranaguá São Francisco do Sul

Santa Catarina

ESTALEIRO NAVSHIP, Navegantes, SC Processamento de aço: 15 mil ton/ano Facilidades industriais: área total: 175 mil m²; área coberta: 31.145 m²; carreira de lançamento: capacidade de lançamento de embarcações de até 115 metros de comprimento e acima de 7 mil ton de arqueação. Obras em construção: barcos de apoio offshore

Rio Jane

Ilha

Rio deIlha Janeiro

Wilson Sons I e I Vellroy Intermarine

Curitiba

Joinville

Angra dos Reis São Sebastião

Ocean

Itajaí

Florianópolis

MINAS GERAIS

Rio Grande do Sul Porto Alegre

EBR - Estaleiros do Brasil Estaleiro Rio Grande I e II Wilson Sons

Quip Rio Grande

Uruguai

ESTALEIRO RIO GRANDE, Rio Grande, RS

Processamento de aço: 100 mil ton/ano Facilidades industriais: área construída: 550 mil m²; galpão coberto: 40 mil m²; dique seco: 130 m x 350 m x 17,1 m; cais norte; 42 m; cais sul: 350 m; pórtico (Golias): 600 t; carretas hidráulicas: 400 t. Obras em construção: módulos da semisubmersível P-55, FPSO P-58 e oito cascos para FPSOs.

Argentina

Transn E

SÃO PAULO

Duque de Cax

Rio de Jane Angra dos Reis

Montevidéu

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ERIN – ESTALEIROS RIO NEGRO, Manaus, AM

ESTALEIRO RIO MAGUARI, Belém - PA

INACE, Fortaleza, CE

ESTALEIRO ATLÂNTICO SUL, Ipojuca, PE

Processamento de aço: 5 mil ton/ano Facilidades industriais: área total: 60 mil m²; área construida: 30.130 m²; potência elétrica instalada: 3.500 KW; 1 carreira para lançamento de navios até 20 mil TPB; 4 carreiras cobertas com comprimento de 60 m, podendo construir embarcações de até 12 mil TPB. Obras em construção: empurradores, rebocadores e chatas.

Processamento de aço: 6 mil ton/ano Facilidades industriais: área total: 120 mil m²; área coberta: 6 mil m²; dique seco: 120 m de comprimento x 35 m de largura; catenária para fabricação e lançamento de balsas: 120 m de comprimento x 30 m de largura; 2 galpões para fabricação e pré-montagem: 5.703 m²; almoxarifado de campo: 3.860 m²; almoxarifado coberto: 936 m²; almoxarifado avançado e ferramentaria: 120 m²; oficina mecânica: 270 m² Obras em construção: balsas, lanchas, ferry boats, empurradores e catamarãs.

Processamento de aço: 15 mil ton/ano Facilidades industriais: área total: 180 mil m²; área coberta: 11 mil m²; plataforma elevatória de embarcações: 80m de comprimento, 15,5 m de largura, capacidade para embarcações de até 4 mil ton. Obras em construção: lanchas de patrulha para a Marinha do Brasil, catamarãs e lanchas de passeio.

Processamento de aço: 160 mil ton/ano Facilidades industriais: área total: 780 mil m²; área coberta: 110 mil m²; dique seco: comprimento de 400 m, boca de 73 m e pontal de 12 m, servido por dois guindastes de 50 ton, dois de 15 ton e um golias de 1 mil ton; cais: 700 m de cais de acabamento, servido por dois guindastes de 35 ton, e 350 m de cais para construção e reparo de unidades offshore; transportadores horizontais de blocos: dois de 300 ton. Obras em construção: 10 Suezmax, 5 Aframax, casco da semisubmersível P-55, 4 Suezmax DP e 3 Aframax DP.

VARD PROMAR, Suape, PE Processamento de aço: 20 mil ton/ano Facilidades industriais: Área total do terreno: 800 mil m² sendo 250 m² área industrial; área coberta: 100mil m²; linha de edificação: 300 m x 80 m de comprimento com pórtico até 300 ton; cais de acabamento com 300 m de comprimento com 8 m de calado; sistema de lançamento através de load out com dique flutuante de 150 m x 40 m. Obras em construção: navios gaseiros e barcos de apoio offshore (AHTS, PSV, OSCV, Pipelaying)

RIO PARAGUAÇU, S. R. do Paraguaçu, BA Processamento de aço: 120 mil ton/ano Facilidades Industriais: área total: 1 milhão de m² sendo 750 mil m² área Industrial e 250 mil m² área verde (preservação ambiental da mata ciliar); área coberta: 90 mil m²; área de estocagem: 120 mil m². cais de acabamento: 750 m (calado de 12 m); vias internas, estacionamento e circulação: 120 mil m². dique seco: 360 x 130 x 12 m, com duas portas batel; pórticos: 2 x 850 ton de capacidade; diversos guindastes portuários de capacidade; variável (75 a 150 ton) Obras em construção: módulos e plataformas

ESTALEIRO CMO - Ipojuca, Suape, PE Processamento de aço: 24 mil ton/ano Facilidades industriais: Cais: 1.000 m de extensão; Área administrativa: 4.000 m²; Área de oficinas: 30.000 m²; Área de construção: 180.000 m² com 10.000 m² de coberturas deslizantes. Pórtico com capacidade de 1.600 toneladas para lifting e integrações de semis, sondas e FPSO’s

Pecém

Fortaleza

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Teresina

Rio Grande do Norte

Piauí

EEP - ENSEADA DO PARAGUAÇU - BA Natal

Paraíba Recife São

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Pernambuco Alagoas

CMO Atlântico Sul Estaleiro Vard Promar

Ipojuca Suape

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Sergipe

João Pessoa

Processamento de aço: 110 mil ton/ano Facilidades industriais: Área total do terreno: 1.000.000 m² sendo 750.000 m² área Industrial e 250.000 m² área verde (preservação ambiental da mata ciliar); Área total edificada: 90.000 m² (Coberta); Área de estocagem matérias primas: 120.000 m²; Cais de acabamento: 750 m (calado de 12 metros); Vias internas, estacionamento e circulação: 120.000 m²; Dique seco: 360 x 130 x 12 metros, com duas portas batel; Pórticos: 2 x 850 ton de capacidade; Diversos guindastes portuários de capacidade Variável (75 a 150 ton)

NAVEGAÇÃO SÃO MIGUEL, São Gonçalo, RJ VARD NITERÓI, Niterói, RJ Processamento de aço: 6,5 mil ton/ano Facilidades industriais: área total: 65 mil m²; carreira: capacidade de carga até 3 mil ton, para embarcações com até 100 m de comprimento; cais de acabamento: 300 m de comprimento; guindastes instalados na carreira ao longo do cais, com capacidade até 250 ton; oficinas de montagem providas de facilidades e equipamentos de carga; dique flutuante para embarcações de até 110 m de comprimento, 18 m de boca e deslocamento de 3.500 ton Obras em construção: barcos de apoio offshore ros/upgrade de plataformas de perfuração. (AHTS, PSV, OSCV, Pipelaying).

Maceió

Eisa Alagoas

Aracaju

Bahia

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Feira de Santana Camaçari

sil

-

ESTALEIRO BRASA - Niterói - RJ

EEP Aratu Enseada do Paraguaçu Salvador Consórcio Rio Paraguaçu

Capacidade: 11 mil ton de fabricação de módulos topsides (módulos de processo) Facilidades industriais: área total de 65.000 m²; cais de integração para FPSOs e balsa Pelicano capaz de içar 2.050 ton Obras em construção: FPSO Cidade de Ilhabela

EJA - ESTALEIRO JURONG ARACRUZ - ES Processamento de aço: 48 mil ton/ano Facilidades industriais: área total: 825 mil m²; Dique seco: 94 m x 385 m; Cais: 1 km

ESTALEIRO MAUÁ, Niterói, RJ Processamento de aço: 36 mil ton/ano área Facilidades industriais: Ponta D’Areia – total: 180.377 m²; área coberta: 69.140 m²; carreira longitudinal: 1 de 223 m x 41 m, atendida por 2 guindastes de 100 ton; dique seco: 167 m x 22,50 m; cábrea: capacidade de içamento de 2.050 ton e altura de lança de 100 m; cais: 2 (cais I, 350 m; cais II, de 306 m), atendidos por 4 guindastes de 15, 20 e 30 ton, porte máximo: 70 mil TPB; capacidade de processamento de aço/ano: 36 mil ton. Obras em construção: 4 navios de produtos, reparo/upgrade de plataforma de perfuração.

UTC ENGENHARIA, Niterói, RJ

Lagoa Parda

Espírito Santo

Regência

Vitória

ESTALEIRO ITAJAÍ, Itajaí, SC

Jurong Aracruz

Ponta Ubú Campos

de eiro Cabiúnas

a D’água Redonda

II

Processamento de aço: 12 mil ton/ano Facilidades industriais: área total: 168.422 m²; área coberta: aproximadamente 10 mil m² – galpões de processamento e montagem de blocos e diversas oficinas, servidos por pontes rolantes e outros equipamentos; carreira de lançamento: 150 m de comprimento (em expansão para 200m); capacidade para navios de até 10 mil TPB (em expansão para 30 mil TPB); elevador de embarcações tipo “Hydrolift”: para embarcações pequenas, de até 570 ton de peso; sistema de transferência de pesos de até 570 ton através de uma malha de trilhos e vagonetas; cais de acabamento: 150 m de comprimento; atendido por 2 guindastes com capacidades de carga de 30 ton e 8 ton. Obras em construção: rebocadores.

no Atlântico

nave Eisa

xias

Processamento de aço: 10 mil ton/ano Facilidades industriais: área total: 112 mil m²; instalação e área de montagem: 12.580 m²; pier nº 1: comprimento de 30 m, profundidade de 6 m; pier nº 2: comprimento de 50 m, profundidade de 7 m. Obras em construção: módulos de geração da P-56.

EISA, Rio de Janeiro, RJ

FIBRAFORT - F. MARINE, Itajaí, SC Processamento de aço: 5 mil ton/ano Facilidades industriais: área total: 18.460 m²; área construída: 3.125 m² . Obras em construção: lanchas de passeio e competição.

Processamento de aço: 52 mil ton/ano Facilidades industriais: área total: 150 mil m²; área coberta: 55 mil m²; carreiras: 2 carreiras laterais de lançamento para navios até 280 m x 46 m e 133 m x 22 m; guindastes: quatro, sobre trilhos, de: 1 x 60 ton; 1 x 50 ton; 2 x 20 ton; pórticos: 2, de 48 m de largura, com capacidade de 2 x 50 ton + 1 x 20 ton; cais de acabamento: 3 para navios de até 280 m, 250 m e 200 m de comprimento; galpões na área de acabamento: 3 de 125m x 25m, com 8 pontes rolantes de 5 a 10 ton Obras em construção: 4 navios Panamax e portacontâiners e barcos de apoio offshore.

RENAVE e ENAVI, Niterói, RJ Processamento de aço: 40 mil ton/ano Facilidades industriais: Renave – área total: cerca de 200 mil m²; dique flutuante Almirante Alexandrino: 215 m de comprimento total; 35m de largura interna livre; pontal de 9,50 m sobre os picadeiros; capacidade de elevação de 20 mil t, para navios de até 80 mil TPB; dique seco Henrique Lage: 184 m de comprimento total; 27 m de largura na entrada; calado máximo de 8,50 m; capacidade para navios de até 30 mil TPB; dique seco Orlando Barbosa: 136 m de comprimento total; 17,43 m de largura na entrada; calado máximo de 4,33 m; capacidade para navios de até 8 mil TPB; dique flutuante José Rebelo: 70 m de comprimento total; 17 m de largura interna livre; calado máximo de 4 m; capacidade de elevação de 1.800 ton. Enavi – dique flutuante Almirante Guilhem: 200 m de comprimento total; comprimento do flutuante na linha de centro de 180 m; largura interna entre as laterais de 34 m; largura interna livre entre defensas de 32,8 m; pontal moldado de 15,6 m; altura dos picadeiros na quilha de 1,75 m; capacidade de elevação de 18 mil ton. Obras em construção: reparo de navios petroleiros, porta-contâiners e de carga geral e construção de três navios bunker.

ALIANÇA, Niterói, RJ Processamento de aço: 10 mil ton/ano Facilidades industriais: área total: 61 mil m²; área coberta: 11 mil m²; carreira: para 10 mil TPB; guin-dastes: 60 t; cais: dois, com 100 m cada um. Obras em construção: barcos de apoio offshore.

Processamento de aço: 6 mil ton/ano Facilidades industriais: cais: 200 m; dique seco: 69 m de comprimento; 12,6 m de largura; calado máximo de 3,5 m; servido por um pórtico para 25 ton; dique flutuante: 30 m de comprimento; 14,4 m de largura; 4,2 m de calado; guindastes: 1 x 30 ton; 1 x 40 ton; 1 x 75 ton; 1 x 125 ton. Obras em construção: reforma da Boia de Sustentação de Risers para a Bacia de Santos e reparo de embarcações offshore.

INHAÚMA, Rio de Janeiro, RJ Processamento de aço: 50 mil ton/ano Facilidades industriais: área coberta: 16.550 m² (oficinas de caldeiraria, tubulação, estrutural e usinagem); dique nº 1: 160 m de comprimento, 25 m de largura, calado com maré zero de 4 m, capacidade para navios de até 25 mil TPB; dique nº 2: 350 m de comprimento, 65 m de largura, calado máximo de 6,20 m, capacidade para navios de até 400 mil TPB; guindastes: 1 x 100 ton, 2 x 40 ton, 1 x 20 ton; cais de acabamento 1 e 2: comprimento de 293 m, calado máximo de 6 m; cais de acabamento nº 3: comprimento de 45 m, calado máximo de 8 m; cais de acabamento nº 4: comprimento de 286 m, calado máximo de 8 m. Obras em construção: 4 FPSOs (Cessão Onerosa)

MAC LAREN OIL, Niterói, RJ Processamento de aço: 6 mil ton/ano Facilidades industriais: área total: 30 mil m² Obras em construção: reparo de embarcações offshore.

Processamento de aço: 5 mil ton/ano Facilidades industriais: área total: 21.000 m²; área coberta: 2.630 m²; oficina para construção de blocos: 2.085 m²; àrea de pré-edificação: 2.470 m²; pontes rolantes: 3 de 5 ton; 2 de 10 ton e 1 de 40 ton; pórticos: 2 (1 com 50 ton e 1 com 75 ton); dique seco 1: 96 m de comprimento, 22 m de largura, 7 m de profundidade e 4,70 de calado; dique seco 2: 110 m de comprimento, 26 m de largura, 8 m de profundidade e 5 m de calado Obras em construção: PSVs, ORSVs, navios bunker e rebocadores

ESTALEIRO CASSINÚ, São Gonçalo, RJ

ESTALEIRO OSX - UCN AÇU - S. J. da Barra - RJ Processamento de aço: 180.000 ton/ano, expansíveis para até 400.000 ton/ano. Facilidades Industriais: Área total de 3.200.000 m²; dique seco de 480 m de comprimento; 130 m de largura e calado de 11 m de profundidade; cais de até 3.525 m; Capacidade de integrar até 11 FPSOs e construir 8 plataformas fixas simultaneamente.

Guarujá II

Ceará

WILSON, SONS, WILSON SONS, Guarujá, Guarujá, SP SP Processamento de aço: 10 mil ton/ano Guarujá I Facilidades industriais: área total: 22 mil m²; Processamento de aço: 4,5demil ton/ano carreira/dique: comprimento 205 m, largura industriais: 22 mil m²; deFacilidades 16 m, calado máximo deárea 5 m,total: capacidade para carreira comprimento de 205 embarcações de até 1.500 TPB m x largura 16 m x caladoem de construção: 5 m; embarcações 5.500 TPB. Obras barcosde deaté apoio. Obras em construção: barcos de apoio a plataformas e rebocadores

BRASFELS, Angra dos Reis, RJ Processamento de aço: 50 mil ton/ano Facilidades industriais: área total: 1 milhão m², aproximadamente; área coberta: 135 mil m², aproximadamente; carreira nº 1: 174 m de comprimento; 30 m de largura; capacidade para navios de até 45 mil TPB, servida por um guindaste de 80 ton e um guindaste de 40 ton; carreira nº 2: 310 m de comprimento, 45 m de largura, capacidade para navios de até 150 mil TPB, servida por 2 guindastes de 80 ton; carreira nº 3: 300 m de comprimento, 70 m de largura, capacidade para navios de até 600 mil TPB, servida por um guindaste de 40 ton, um guindaste de 80 ton e um pórtico de 660 ton; dique seco: 80 m de comprimento, 70 m de largura, servido pelos mesmos guindastes da carreira nº 3 e pelo pórtico de 660 ton; cais de agulha: 313 m de comprimento, extensão de 54 m, servido por um guindaste de 40 ton e um guindaste de 80 ton; cais de acabamento: 200 m de comprimento, extensão de 130 m, servido por um guindaste de 40 ton; pista um: 460 m de comprimento, servida por 2 guindastes de 80 ton; pista dois: 460 m de comprimento, servida por um guindaste de 80 ton; pista três: 460 m de comprimento, servida por um guindaste de 40 ton. Obras em construção: TLWP P-61, modernização e construção de navios-sonda, semissubmersíveis e reparos navais.

ESTALEIRO RIO TIETÊ, Araçatuba, SP Processamento de aço: 10 mil ton/ano Facilidades Industriais: área: 41 mil m²; área coberta: 8 mil m²; área descoberta: 9,5 mil m²; cais: área 2,7 mil m²; pórtico: serão 15 pórticos capacidade máximas de cada pórtico 25 ton Obras em construção: barcaças e empurradores

Guarujá II

Processamento de aço: 5,5 mil ton/ano Facilidades industriais: área total: 14 mil m²; área total edificada 4.823 m²; área de estocagem 700 m²; cais de acabamento 80 m; dique seco de comprimento de 140 m x largura 26,8 m x calado de 5 m; embarcações de até 11.800 TPB.

DETROIT, Itajaí, SC

RIO DE JANEIRO Estaleiro OSX UCN Açu Vard Niterói Aliança Quissamã Renave/Enavi Estaleiro Mauá (Caximbau) Cassinú Navegação São Miguel UTC

São Gonçalo

Macaé

Processamento de aço: 10 mil ton/ano Facilidades industriais: área total: 78 mil m²; áreas cobertas não industriais: 900 m²; áreas cobertas industriais: 7.386 m²; carreira: 75 m de comprimento por 16 m de largura, com capacidade para embarcações de até 1.800 ton de peso leve. Obras em construção: ferry boats e barcos de passeio.

EBR - ESTALEIROS DO BRASIL - S. J. do Norte - RS Processamento de aço: 110 mil ton/ano Facilidades industriais: Área de 1.500.000 m²; dique seco com 2 pórticos de 850 toneladas de capacidade e cais para executar ; serviços de integração em 2 FPSO’s simultaneamente

Encarte Especial Revista TN Petróleo nº 88

eiro

Niterói

Nave úma

Estaleiro Brasa Arraial do Cabo Mac Laren Oil Estaleiro Mauá (Ponta d’Areia) Estaleiro Mauá (Ilha do Caju)

Oceano Atlântico

KEPPEL SIGMARINE BRASIL, Navegantes, SC

Processamento de aço: 10 mil ton/ano Facilidades industriais: área total: 90 mil m²; área industrial: 14 mil m²; área coberta: 5 mil m²; laterais das docas elevatórias utilizadas como cais de acabamento; grua sobre trilhos com capacidade de até 4 ton ; 2 guindastes móveis com capacidade de 200 ton cada um; 2 carros de transferên cia para embarcações de médio porte; docas elevatórias: 110 m comprimento, 23 m de boca livre, 5,50 m de calado livre, capacidade de içamento de 3.600 ton, sistema eletromecânico computadorizado Obras em construção: rebocadores e barcos do tipo LH 3000. -

VELLROY, Osasco, SP Processamento de aço: 5 mil ton/ano Facilidades industriais: área total: 50 mil m²; área coberta: 40 mil m²; guindastes: um pórtico móvel para 26 ton, um pórtico móvel para 50 ton, seis pontes rolantes para 10 ton, uma ponte rolante para 50 ton e uma ponte rolante para 20 ton. Obras em construção: lanchas de passeio.

Plano de Negócios e Gestão da Petrobras 2013-2017

Indústria Naval 2013

Cabo Frio

Oportunidades no offshore e os novos investimentos da Transpetro

© 2013 - Benício Biz Editores Associados Ltda.

Fonte: MME, MT, ANP, BNDES, FMM, IBGE, Petrobras, Transpetro, Sinaval, Abeam, Abenav, Arsenal de Marinha RJ, Antaq.


editorial

‘Infraestrutura intelectual’

E

nquanto segue acirrada a disputa de estados e municípios pelas riquezas geradas pelas atividades de petróleo e gás – a nova distribuição dos royalties –, permanece no limbo, no Congresso Nacional e nas hostes políticas, a ideia de se direcionar para educação boa parte destes recursos. O que é uma incongruência, levando-se em consideração que o crescimento e desenvolvimento, de forma sustentável, desse setor e de toda a cadeia produtiva que ele movimenta – inclusive indústrias naval e offshore e de tecnologia da informação (TI) – depende do tripé Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PDI). Para tal, dependemos de uma infraestrutura educacional que possa gerar uma massa crítica intelectual inovadora. Maior prova disso é o pesado volume de investimentos que vem sendo alocado por companhias internacionais e nacionais, nos últimos cinco anos, para a consolidação de verdadeiros parques tecnológicos no Brasil, assim como laboratórios e centros de excelência em P&D espalhados pelo país, alavancados, em muito, pelas demandas da Petrobras e parceiros no pré-sal e em novas fronteiras exploratórias. O maior parque tecnológico do país, assunto da matéria de capa, está sendo implantado na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ao lado do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes), da Petrobras, recentemente ampliado. Este, por sua vez, vem expandindo sua gigantesca rede temática, que congrega universidades de todo o país e do exterior, para promover PDI. Ainda assim, faltarão recursos para o país superar sua deficiência na produção intelectual, principalmente levando em consideração que a grande ‘fábrica’ dessa riqueza é a Universidade. Mas o Brasil ocupa uma posição incômoda nesse quesito, de acordo com estudo sobre a reputação das instituições de ensino superior do mundo, realizado pela revista britânica especializada Times Higher Education: apenas a Universidade de São Paulo (USP) figura no World Reputation Ranking’ (ranking de reputação global), entre as cem de maior prestígio, espalhadas por 20 países. Ciente disso, a cadeia produtiva, que vem se organizando em polos industriais nos diversos estados em que as atividades petrolíferas cresceram, como no Espírito Santo, uma das capitais da energia retratadas em nossa reportagem, tem buscado uma aproximação cada vez maior com o meio acadêmico. Um passo importante para consolidarmos uma ‘infraestrutura intelectual’. Mas não basta. Dependemos ainda do bom senso e da consciência de governantes, políticos e do setor privado para que haja recursos suficientes para irmos cada vez mais fundo na prospecção não somente de petróleo, mas de conhecimentos. Boa leitura. Benício Biz Diretor executivo da TN Petróleo

Rua do Rosário, 99/7º andar Centro – CEP 20041-004 Rio de Janeiro – RJ – Brasil Tel/fax: 55 21 3221-7500 www.tnpetroleo.com.br tnpetroleo@tnpetroleo.com.br DIRETOR EXECUTIVO Benício Biz - beniciobiz@tnpetroleo.com.br DIRETORA DE NOVOS NEGÓCIOS Lia Medeiros (21 8241-1133) liamedeiros@tnpetroleo.com.br EDITORA Beatriz Cardoso (21 9617-2360) beatrizcardoso@tnpetroleo.com.br EDITOR DE ARTE, CULTURA E GASTRONOMIA Orlando Santos (21 9491-5468)

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REPÓRTERES Maria Fernanda Romero (21 8867-0837) fernanda@tnpetroleo.com.br Rodrigo Miguez (21 9389-9059) rodrigo@tnpetroleo.com.br Karolyna Gomes (21 7589-7689) karolyna@tnpetroleo.com.br RELAÇÕES INTERNACIONAIS Dagmar Brasilio (21 9361-2876) dagmar.brasilio@tnpetroleo.com.br DESIGN GRÁFICO Benício Biz (21 3221-7500) beniciobiz@tnpetroleo.com.br PRODUÇÃO GRÁFICA E WEBMASTER Fabiano Reis (21 3221-7506) webmaster-tn@tnpetroleo.com.br Laércio Lourenço (21 3221-7510) laercio@tnpetroleo.com.br

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DISTRIBUIÇÃO Benício Biz Editores Associados. Filiada à ANATEC Os artigos assinados são de total responsabilidade dos autores, não representando, necessariamente, a opinião dos editores. TN Petróleo é dirigida a empresários, executivos, engenheiros, geólogos, técnicos, pesquisadores, fornecedores e compradores do setor de petróleo.


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A Transpetro recebeu no dia 17 de janeiro, no Estaleiro Mauá, em Niterói, o navio de produtos Rômulo Almeida, a quarta embarcação do Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef) a entrar em operação. Com 183 m de comprimento e 48 mil toneladas de porte bruto, a embarcação pode transportar 56 milhões de litros de derivados de petróleo. Um dos marcos dessa entrega foi o inédito comando de um navio da Marinha Mercante do Brasil por duas mulheres, a paraense Hildelene Bahia, na função de comandante, e a carioca Vanessa Cunha, que será a imediata, com a função de administrar o dia a dia do navio. “É uma grande responsabilidade e eu me sinto muito honrada de ter chegado a esse posto tão importante”, afirmou Vanessa. Já a comandante da embarcação disse estar enfrentando um grande desafio na sua carreira.

Foto: Agência Petrobras

Transpetro recebe o navio Rômulo Almeida

“O Promef é um programa vitorioso que está tirando a indústria naval brasileira da inércia. Depois de décadas de crise, os estaleiros brasileiros estão novamente entrando em ritmo de linha de produção”, ressaltou o presidente da Transpetro, Sérgio Machado. Para o presidente do Sinaval, Ariovaldo Rocha, o Rômulo Almeida é mais uma prova da competência da indústria naval brasileira. Os navios de produtos Celso Furtado e Sérgio Buarque de Holanda e o petroleiro João Cândido são as embarcações do Promef já entregues à Transpetro. Três outros

Especificações técnicas Dimensões: 182,88 m de comprimento total; 32,20 m de largura (boca moldada); 43,8 m de altura Número de tanques: 12 tanques de carga + 2 de sobras Capacidade de transporte: 47.901 Toneladas de Porte Bruto (TPB) Potência máxima contínua: 9.462 km a 124 rpm Velocidade: 14,6 nós Autonomia: 12.000 milhas náuticas navios, o petroleiro suezmax Zumbi dos Palmares, o navio de produtos José Alencar e o panamax Anita Garibaldi foram lançados ao mar para os acabamentos finais. Segundo Sérgio Machado, o José Alencar será entregue até julho deste ano e o Anita Garibaldi no início de 2014.

Chemtech anuncia novo presidente A Chemtech anunciou que, a partir de 31 de março, o engenheiro químico Gildeon Filho assumirá o cargo de presidente da empresa, no lugar de Daniel Moczydlower. Na empresa desde 1999, Gildeon, começou como estagiário e participou de projetos importantes nas áreas de engenharia, análise de riscos e automação industrial. Até então atuava como diretor de Projetos e, em 2010, ocupou o cargo de gerente responsável pelo escritório de Salvador. 4

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O executivo é técnico em química pela Escola Técnica Federal de Campos, graduado em engenharia química pela UFRJ, com especialização lato sensu em segurança do trabalho e MBA em gerenciamento de projetos pela UFF. Gildeon assume com o objetivo de ampliar o trabalho de excelência reconhecido

após 15 anos de atuação na Chemtech, que se consolidou como líder brasileira em serviços de engenharia e tecnologia, além de ser referência internacional em projetos. Daniel Moczydlower, atual presidente, afirmou que se desligou da empresa para assumir novos projetos pessoais. “Praticamente todo meu aprendizado profissional se deu dentro da Chemtech. Nunca aprendi tanto quanto nos últimos três anos em que ocupei o cargo de diretor da empresa”, afirmou.


Veto de Dilma é derrubado no Congresso Com a nova regra, os principais produtores de petróleo como Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo calculam perdas que variam entre R$ 3 bilhões e R$ 5 bilhões já este ano. Por isso, os governadores desses estados irão recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para anular a decisão tomada por senadores e deputados.

ABB financiará 40 projetos de pesquisas em universidades A ABB, especializada em tecnologias de energia e automação, selecionou 40 projetos para financiar, após convidar institutos acadêmicos e de pesquisas por todo o mundo a enviarem propostas para obtenção de bolsas que irão moldar o futuro da energia e automação. O programa ABB Research Grant pretende apoiar universitários promissores e pesquisadores experientes que estejam envolvidos na pesquisa de projetos com aplicações industriais na área de energia e automação. Os 40 projetos foram escolhidos entre as mais de 500 propostas enviadas pelas cerca de 250 universidades de 46 países. “Estamos contentes com o nível de interesse e muito impressionados com a qualidade das propostas enviadas. Nosso objetivo é estabelecer um verdadeiro ambiente corporativo de inovação com os principais institutos de pesquisas em todo o mundo”, disse Prith Banerjee, diretor de Tecnologia da ABB. “Já temos perto de cem parcerias de pesquisas em andamento

com universidades em todo o mundo e esperamos financiar cerca de 40-50 novas parcerias durante o ano.” Dentre os critérios de seleção estavam projetos que atenderam os 33 tópicos de pesquisa especificados pela ABB e seu potencial para industrialização. “Estávamos à procura particularmente de projetos que apoiassem nossa estratégia, que é de desenvolver tecnologias em energia e automação que economize energia e melhore a vida das pessoas”, acrescentou Banerjee. As bolsas anuais variam entre US$ 50.000,00 e US$ 80.000,00 e, inicialmente, o financiamento será de 12 meses, mas a empresa espera apoiar os projetos por um período de tempo maior. Os líderes de projetos mais bem-sucedidos foram notificados em janeiro de 2013 e o financiamento irá começar assim que forem concluídas as formalidades contratuais.

Terminal da Transpetro tem recorde na entrega de QAV Foto: Stock.xcng

Parlamentares de estados não produtores de petróleo derrubaram no último dia 7 de março o veto da presidente Dilma Rousseff ao Projeto de Lei da nova distribuição dos royalties do petróleo, que vai aumentar a participação nos royalties de estados não produtores e diminuir significativamente o percentual dos estados produtores.

A entrega de querosene de aviação (QAV) do Terminal de Guarulhos da Transpetro para o Aeroporto Internacional de Cumbica bateu recorde em 2012 e superou a marca de 2,6 milhões de m3 movimentados. O excelente desempenho comprovou que a estrutura de dutos está em condições de suportar a demanda crescente de movimentação do combustível. O Terminal de Guarulhos também atende a Base Aérea de Cumbica e os aeroportos de Congonhas, Viracopos, São José dos Campos e mais algumas unidades próximas à cidade de São Paulo. Desde 2008, os números de entrega de QAV em Guarulhos só vêm subindo. Para se ter ideia, há quatro anos o volume movimentado foi de 2.090 milhões de m3, ou seja, houve um aumento de mais de 500 mil m3 neste período. TN Petróleo 88

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BG Group lança pedra fundamental do seu Centro Global de Tecnologia O BG Group lançou a pedra fundamental do seu Centro Global de Tecnologia (CGT), na Ilha do Fundão, onde vai concentrar todas as atividades de pesquisa e desenvolvimento (P&D) do grupo no mundo. Além disso, foi entregue uma carta de intenções entre a BG Brasil e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) para o fomento de pesquisas. O CGT estará integrado, via alianças, a uma rede de centros de excelência em petróleo e gás de universidades em diferentes

países, como Inglaterra, Estados Unidos e Escócia. A escolha do Brasil como sede do CGT se deve ao fato de que, até o fim da década, a BG deverá produzir acima de 600 mil barris de óleo equivalente (boe) por dia no país. O prédio será totalmente sustentável, fazendo uso de sistemas racionais de energia e água, terá programa de reciclagem de materiais e recursos e usará 80% de materiais de origem local. A área externa terá 20% de vegetação, com árvores e plantas de baixo consumo de água. De

Foto: Divulgação BG

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acordo com o planejamento da empresa, o Centro Global de Tecnologia estará completo em meados de 2014.

Estudar o mercado nacional e sua capacidade de fornecer equipamentos e serviços para a indústria de óleo e gás é uma das preocupações da Shell para desenvolver futuros projetos no país. Segundo o presidente da empresa para o Brasil, André Araujo, os projetos já em produção não têm a obrigação da atual exigência de conteúdo local – como o Bloco BC-10, conhecido como Parque das Conchas, concedido na Rodada Zero e por isso sem porcentagem mínima para conteúdo local – mas o planejamento da empresa é atender as regras da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). “Nossos maiores riscos estão por vir, em projetos que possuem percentual de conteúdo local maior. Nosso plano é atender essas exigências. Temos trabalhado com cada parte da cadeia e com nossos principais fornecedores locais e 6

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globais, analisando como eles estão preparados. Temos sinais muito positivos”, afirmou Araújo. “Não posso negar que o volume da demanda por equipamentos e serviços é muito grande, e obviamente existe uma preocupação sobre como vai estar a capacidade da indústria para entregar produtos a preços competitivos daqui a quatro ou cinco anos”, disse o executivo, complementando que o caso está sendo analisado junto com o Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP). André Araujo participou do 2º Encontro de Inovação da Shell, realizado no Jardim Botânico (RJ), no dia 7 de março. O evento, que contou com uma exposição sobre inovação além de palestras que abordaram desafios e inovações tecnológicas para atender à futura demanda global de energia, reuniu especialistas do mercado de óleo e gás. 11ª Rodada – Sobre o próximo leilão que será realizado pela ANP nos dias 14 e 15 de maio, Araújo disse que a empresa está analisan-

Foto: Divulgação Shell

Conteúdo Local é meta da Shell

do dados técnicos para decidir se há interesse em áreas ofertadas. “Os leilões estão sendo retomados, e isso foi uma coisa que nós [empresas] estamos solicitando há quase meia década. Para a Shell o Brasil é um país estratégico e as oportunidades irão se abrir. Nesse momento estamos analisando os dados técnicos. Esse trabalho será feito internamente nos próximos 30/40 dias, e então definiremos se temos interesse em participar da 11ª Rodada, aonde e de que forma”, afirmou o presidente da Shell no Brasil, André Araujo.


Unidade de serviços em Niterói A finlandesa Wärtsilä, líder global no fornecimento de soluções de geração de energia e prestação de serviços para navios e usinas termelétricas, inaugurou no dia 27 de fevereiro sua nova oficina, localizada no bairro do Barreto, em Niterói (RJ). Com 4.600 m2 de área construída, a unidade será a maior do segmento no estado do Rio de Janeiro e contará com laboratórios de automação e injeção eletrônica, além de um espaço dedicado a propulsores navais. Representando um investimento de R$ 15 milhões, as novas instalações substituirão a unidade atual da empresa em São Cristóvão, no Rio de Janeiro, trazendo vantagens logísticas para a empresa. “A localização é estratégica tanto para o recebimento de componentes quanto para as nossas entregas, pois a cidade de Niterói, juntamente com o bairro do Caju, está entre os principais eixos de serviços offshore

no Brasil”, comenta Robson Campos, presidente da Wärtsilä no Brasil. Em Niterói, a empresa estará apta a executar serviços 24 horas por dia durante toda a semana, dobrando sua capacidade operacional no estado. O portfólio também será ampliado, incluindo reparos em motores de grande porte e manutenção de sistemas de propulsão de navios. “Propulsores podem pesar até 80 toneladas. Investimos em equipamentos que nos proporcionem condições de atender aos projetos de forma mais adequada”, diz Campos. Serão mantidas as atividades que já vinham sendo realizadas na oficina de São Cristóvão, como usinagem, projetos e estudos de engenharia, assistência técnica de equipamentos, recondicionamento de motores marítimos, reparo de embarcações e instalação de motores marítimos. A empresa já tem planos para expansão: “No futuro, pretendemos

adaptar a unidade para a fabricação de propulsores azimutais, com alto índice de conteúdo nacional”, completa o diretor da divisão Ship Power da Wärtsilä, Luiz Barcellos. Trabalharão na oficina cerca de 200 funcionários, dos quais 120 serão aptos a embarcar para realizar serviços offshore. A equipe também contará com um canal direto com o Centro de Suporte Técnico mundial da Wärtsilä, que dispõe de uma rede de profissionais estrangeiros que podem ser acionados para projetos locais.

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Brasil poderá ultrapassar o Japão e tornar-se a quarta maior economia A crise financeira global acelerou o processo de mudança do centro de gravidade econômica mundial definindo que a China, os Estados Unidos e a Índia possuem potencial para serem as três maiores economias do planeta até 2050.

A

lém disso, o Brasil destaca-se por apresentar fortes indícios de que passará o Japão e ocupará a quarta posição nesse ranking, no mesmo período. Essa e outras percepções estão no estudo ‘World in 2050 / The BRICs and Beyond: Prospects, challenges and opportunities’, elaborado pela PwC, que projeta os avanços econômicos e desafios que os países emergentes e as principais economias enfrentarão nos próximos 40 anos. O estudo aponta que a China deverá ultrapassar os EUA como a maior economia em 2017 pela paridade de poder de compra (PPC) e em 2027 pelas taxas de câmbio de mercado (market exchange rates). A Índia deverá se tornar um gigante econômico global, posicionando-se como a terceira economia do planeta em 2050. China, Índia, Brasil e outros mercados emergentes destacados no estudo ganharão importância não somente por oferecer menores custos de produção, mas também pelo tamanho de seus crescentes mercados de consumo. “Num período em que a tendência de crescimento global nas economias desenvolvidas é estimada em não mais que 2%, as empresas terão que olhar cada vez mais para estas regiões se quiserem crescer”, afirma John Hawksworth, economista chefe da PwC Reino Unido e coautor do relatório.

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A análise da PwC pontua que a Rússia poderá superar a Alemanha bem antes de 2030. para se tornar a maior economia europeia, mas nos rankings globais poderá ser ultrapassada pelo Brasil antes de 2050. Países como a Nigéria e o Vietnã são projetados para passar para o top 20 em 2050, em 13º lugar e 19º, respectivamente. A Malásia, apesar do forte potencial de crescimento, permanecerá do lado de fora do top 20, principalmente devido à sua população relativamente pequena, se comparada com as outras economias emergentes consideradas no estudo. Os EUA manterão o primeiro lugar com o maior PIB per capita em 2050 com os grandes emergentes como China, Brasil, Indonésia e Índia, ainda na parte inferior da tabela. No entanto, a diferença que separa estes dois grupos diminuirá muito. De acordo com a projeção, em 2050, o Reino Unido terá o quarto maior PIB per capita entre os países do G7, atrás dos EUA e, por uma diferença muito pequena, do Canadá e da França. A perspectiva de redução no ritmo de crescimento não representa uma ameaça para as empresas sediadas no “velho mundo”. Os EUA e a Europa ainda serão mercados importantes para produtos de maior valor agregado e serviços, especialmente por possuírem consumidores mais abastados. À medida

que avançam na cadeia de valor, as multinacionais das economias emergentes também fortalecerão seu posicionamento nestes mercados aumentando a concorrência. “No curto prazo, a crise financeira global teve mais impacto nos países dos G7 do que nos do E7 e isso provocou a revisão para baixo das estimativas de crescimento em longo prazo, especialmente das economias europeias e dos Estados Unidos que apostaram demais no financiamento público e privado para promover o crescimento”, analisa Hawksworth. Assim como a China e a Índia, a projeção indica notável avanço do México e da Indonésia. que em 2050 devem estar entre as dez maiores economias – no 7º e 8º lugares respectivamente – em termos de PIB por PPP. Fora do G20, Vietnã, Malásia e Nigéria têm grande potencial de crescimento em longo prazo e a Polônia deverá deixar para trás com facilidade as grandes economias da Europa Ocidental nas próximas duas décadas. O relatório aponta alguns riscos políticos e macroeconômicos que ameaçam o crescimento dos emergentes, como os elevados déficits fiscais na Índia e no Brasil, a excessiva dependência das receitas de petróleo e gás na Rússia e na Nigéria, a crescente desigualdade de renda que gera tensões sociais na China e em outras economias


20 maiores economias classificados de acordo com o PIB em termos de PPP Ranking PPP

2030

2050

País

PIB por PPP (2011 US$bi)

País

Projeção PIB por PPP (2011/US$bi)

País

Projeção PIB por PPP (2011/US$bi)

1

EUA

15.094

China

30.634

China

53.856

2

China

11.347

EUA

23.376

EUA

37.998

3

Índia

4.531

Índia

13.716

Índia

34.704

4

Japão

4.381

Japão

5.842

Brasil

8.825

5

Alemanha

3.221

Rússia

5.308

Japão

8.065

6

Rússia

3.031

Brasil

4.685

Rússia

8.013

7

Brasil

2.305

Alemanha

4.118

México

7.409

8

França

2.303

México

3.662

Indonésia

6.346

9

Reino Unido

2.287

Reino Unido

3.499

Alemanha

5.822

10

Itália

1.979

França

3.427

França

5.714

11

México

1.761

Indonésia

2.912

Reino Unido

5.598

12

Espanha

1.512

Turquia

2.760

Turquia

5.032

13

Coreia do Sul

1.504

Itália

2.629

Nigéria

3.964

14

Canadá

1.398

Coreia

2.454

Itália

3.867

15

Turquia

1.243

Espanha

2.327

Espanha

3.612

16

Indonésia

1.131

Canadá

2.148

Canadá

3.549

17

Austrália

893

Arábia Saudita 1.582

Coreia do Sul

3.545

18

Polônia

813

Austrália

1.535

Arábia Saudita 3.090

19

Argentina

720

Polônia

1.415

Vietnã

2.715

20

Arábia Saudita 686

Argentina

1.407

Argentina

2.620

(paridade de poder aquisitivo)

em rápido crescimento, e a instabilidade econômico-financeira no Vietnã. Ao mesmo tempo, os mercados emergentes impõem desafios aos negócios. principalmente devido à necessidade de entender e se adaptar às regras locais, legislação e costumes. A estratégia de entrada nesses países é fundamental. assim como as boas relações com o governo local e os órgãos reguladores. O relatório também ressalta a pressão que o rápido crescimento dos emergentes está provocando na oferta de recursos naturais, incluindo a dificuldade de manter em no máximo 2ºC o aquecimento global. Enquanto novas fontes não convencionais de energia, como

gás de xisto, reduzem o temor da escassez de combustíveis fósseis, os perigos associados com padrões climáticos mais voláteis só parecem propensos a aumentar ao longo das próximas quatro décadas. “A mudança do centro de gravidade da economia mundial é clara, mas ainda há grandes desafios para as economias emergentes no sentido de sustentar o seu recente e forte crescimento. Ao mesmo tempo, há grandes oportunidades para as empresas ocidentais nos mercados emergentes, mas também grandes desafios competitivos com companhias em rápido crescimento, provenientes de mercados emergentes. Os governos também enfrentam desafios enormes como

Fonte: World Bank estimates for 2011, PwC estimates for 2030 and 2050

2011

resultado desse ritmo acelerado de desenvolvimento econômico”, finaliza Hawksworth. Vale notar que em 2006, a primeira edição do estudo da PwC analisou as 17 maiores economias: G7, somando Espanha, Austrália e Coreia do Sul; E7 (Brasil, Rússia, Índia, China, Indonésia, México e Turquia). Em 2013, o relatório incluiu Vietnã, Nigéria, África do Sul, Malásia, Polônia, Arábia Saudita e Argentina. A tabela acima ilustra as mudanças nas posições em relação ao PIB em termos de PPP (Paridade de Poder Aquisitivo). Os países selecionados são marcados em negrito para destacar mudanças notáveis ​​ no ranking ao longo do tempo. TN Petróleo 88

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Consumo de combustíveis no Brasil cresce 6,1% entre 2011 e 2012 Durante o VII Seminário de Avaliação do Mercado de Derivados de Petróleo e Biocombustíveis, a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) informou que o consumo aparente de combustíveis no mercado brasileiro em 2012 foi de 129,677 bilhões de litros, alcançando um aumento de 6,1% em relação aos 122,220 bilhões de litros referentes ao registrado em 2011. Na comparação entre 2011 e 2012, o consumo de óleo diesel teve aumento de 7%, de 52 bilhões de litros para 55 bilhões de litros. A mesma variação foi encontrada no consumo de biodiesel, que passou de 2,5 bilhões de litros para 2,7 bilhões de litros no ano passado. Com relação à gasolina, a ANP mostrou que o combustível teve 11,9% de crescimento, atingindo consumo de 39 bilhões de litros. Já o etanol anidro teve queda de 0,2% devido à redução de 25% para 20% do teor do produto adicionado à gasolina. Já o etanol hidratado teve uma queda bem maior, de 9,6% no seu consumo, registrando 9,8 bilhões de litros em 2012. Apesar disso, o crescimento da exportação do produto chegou a 55,3%, principalmente para os Estados Unidos, que acabaram com uma série de incentivos que eram concedidos aos produtores de etanol de mi-

Consumo de combustível

Maiores distribuidoras

29%

BR Distribuidora

20% Ipiranga

129,677 17,9% bilhões de litros Raízen

6,1% de aumento em relação a 2011 lho, o que favoreceu os produtores brasileiros. Segundo o documento da ANP, as maiores empresas distribuidoras de combustíveis continuam as mesmas dos últimos anos. BR Distribuidora, Ipiranga e Raízen, seguem na liderança do mercado, com 29%, 20% e 17,9% de participação nas vendas de gasolina, respectivamente. Ainda de acordo com a divulgação da ANP, o consumo de GLP aumentou 0,5% e o de querosene de aviação (QAV) 4,8%. Já o óleo

Participação na venda de gasolina combustível apresentou alta de 7,1% de 3,6 bilhões para 3,9 bilhões de litros. O Gás Natural Veicular (GNV) apresentou queda de 1,3%, com pouco mais de cinco milhões de metros cúbicos vendidos. O ano de 2012 também foi de resultados positivos para o mercado de solventes, que teve um aumento de 30,5% nas vendas internas, apesar da queda na produção, que foi de 8,8%. A produção interna de óleo básico teve um pequeno crescimento entre 2011 e 2012, de 602 mil m³ para 608 mil m³.

Ações da Petrobras têm maior alta em 14 anos O reajuste de 5% do diesel feito pela Petrobras no início de março pegou o mercado de surpresa e levou as ações ordinárias (ON, com direito a voto) da Petrobras, a uma alta de 15,15%, para R$ 16,41 — o maior avanço desde março de 1999. Já os papéis preferenciais (PN, sem direito a voto) tiveram um aumento menor, de 8,99%, para R$ 18,05, no maior incremento diário desde dezembro de 2008. 10

TN Petróleo 88

O novo reajuste reacendeu as expectativas de que a Petrobras volte a distribuir dividendos na mesma proporção para as duas espécies de papéis. No ano passado, diante do caixa apertado e um programa de investimentos agressivo, a estatal distribuiu a maior parte dos proventos para as ações sem direito a voto, fazendo com que os papéis votantes passassem a ser negociados com desconto.

O banco Credit Suisse afirmou que o aumento do diesel vai adicionar US$ 1,8 bilhão ao caixa da Petrobras, que é exatamente o valor necessário para igualar a distribuição de proventos. Analistas de mercado apontam para um efeito entre 2% e 4% no Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização). Para o lucro, a expectativa varia entre 4% e 5%.


Opep: aumento da demanda por petróleo em 2013 Após verificar sinais de recuperação da economia mundial, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) afirmou no seu relatório mensal de fevereiro que a demanda global de petróleo vai crescer mais rápido do que o estimado inicialmente para 2013. Produção de países-membros da Opep e não membros – fevereiro/11 a janeiro/13

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91

31

90

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Jan 11

Fev 11 Mar 11 Fev 11 Abril 11 Mar 11 Maio 11 Abr 11 Jun 11 Maio 11 Jul 11 Jun 11 Ago 11 Jul 11 Set 11 Ago 11 Out 11 Set 11 Nov 11 Out 11 Dez 11 Nov Jan 11 12 Dez Fev 11 12 Jan Mar12 12 Fev 12 Abril 12 Mar 12 Maio 12 Abr Jun12 12 Mai Jul12 12 Ago12 12 Jun Set12 12 Jul Out12 12 Ago Nov 12 Set 12 Dez 12 Out 12 Jan1213 Nov

28

Dez 10

A Opep, responsável por 35% do fornecimento de petróleo mundial, disse que espera uma demanda total de 89,68 milhões de barris por dia para este ano, ao invés dos 89,55 mbd estimados no mês passado. De acordo com a entidade, o consumo de petróleo vai crescer em 840 mil de barris por dia (bpd) este ano, ou seja, 80 mil barris a mais do que o esperado antes. Segundo fontes secundárias citadas pelo relatório, a Opep reduziu sua produção ainda mais em janeiro em cerca de 21 mil bpd, para 30,32 milhões bpd, ficando mais perto de sua meta oficial de 30 milhões bpd. Já a Agência Internacional de Energia (AIE) reduziu sua estimativa para o crescimento da demanda global por petróleo em 2013 em 90 mil barris por dia, para 840 mil bpd, refletindo as previsões de crescimento econômico mundial mais lento este ano. A AIE informou ainda que a produção iraniana de petróleo pode cair mais em relação ao menor nível em três décadas, em função do aumento de sanções ocidentais contra o país. Em janeiro, a produção iraniana recuou em 50 mil bpd, para 2,65 milhões de bpd. Segundo o relatório da agência, os dados preliminares sugerem que as exportações de petróleo do Irã podem ter caído para abaixo de um milhão de barris por dia em

janeiro por causa de compras menores pela China e Coreia do Sul, após uma retomada em dezembro para 1,56 milhão de bpd. Segundo a entidade, a oferta de petróleo das nações reunidas sob sua sigla caiu em 100 mil bpd em janeiro, para 30,34 milhões de bpd, perto do menor nível em 12 meses. Sobre o Brasil, a Opep afirmou no seu relatório que a produção terá média de 2,69 milhões de barris por dia, 20 mil barris a menos que a previsão anterior. Um dos motivos para a redução da previsão são alguns atrasos de início de produção de campos de petróleo esperados pela entidade este ano e também a diminuição da produção de campos maduros, como em Ostra, no Parque das Conchas, na Bacia de Campos.

Apesar da previsão de um comportamento mais fraco no primeiro semestre, a organização afirma que o ritmo de produção será melhor na segunda metade deste ano. “A oferta de petróleo no Brasil deve ter volumes limitados no primeiro semestre de 2013. Já o segundo semestre deve experimentar um crescimento saudável”, segundo o relatório. Para a entidade, o campo de Sapinhoá, que começou a produzir em janeiro, deve ajudar no aumento da produção a partir do meio do ano. Pelas projeções, o Brasil deve produzir a média de 2,62 milhões de barris por dia no primeiro trimestre de 2013. Seguidos de volumes trimestrais de 2,64 milhões, 2,73 milhões, e 2,78 milhões de barris/ dia, respectivamente.

TN Petróleo 88

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indicadores tn

Produção no pré-sal alcança 300 mil bpd A produção de petróleo nos campos do pré-sal operados pela Petrobras nas bacias de Santos e Campos atingiram, no dia 20 de fevereiro, a marca de 300 mil barris de petróleo por dia (bpd). Desse volume, 83% (249 mil barris de petróleo por dia), correspondem à parcela da Petrobras e o restante à das empresas parceiras da companhia nas diversas áreas de produção da camada pré-sal. A referida marca foi alcançada apenas sete anos depois da primeira descoberta de petróleo na camada pré-sal, ocorrida em 2006. Um intervalo de tempo inferior ao que foi necessário para se chegar ao mesmo

patamar em outras importantes áreas de produção marítima no mundo. Segundo a estatal, na porção americana do Golfo do México, por exemplo, foram necessários 17 anos, depois da primeira descoberta, para se alcançar a produção de 300 mil barris de petróleo por dia. Na Bacia de Campos, foram 11 anos; no Mar do Norte, nove. Diferentemente dessas áreas, na camada pré-sal toda a produção de petróleo ocorre em águas profundas, o que torna esse resultado ainda mais expressivo. A marca de 300 mil bpd, além disso, foi obtida com a contribuição de somente 17 poços produtores.

Produção da Petrobras de óleo, lgn e gás natural

dOW JONES (%)

Período de 08/2012 a 01/2013

08/jan

Produção de óleo e LGN (em mbpd) - Brasil Ago

Set

Out

Bacia de Campos

1.551,9

1.471,8

1.589,2

Outras (offshore)

162,3

157,8

140,0

Total offshore

1.714,2

1.629,6

1.729,2

Total onshore

213,5

213,2

210,6

1.927,7

1.842,8

1.939,9

Total Brasil

Nov

Dez

Jan

1.605,9 1.657,0 1.619,1 150,6

156,5

135,7

1.756,5 1.813,5 1.754,8 211,8

218,5

209,7

1.968,3 2.032,0 1.964,5

Produção de GN sem liquefeito (em mm³/d)* - Brasil Ago

Set

Out

Bacia de Campos

22.509,6 22.145,0

23.660,3

24.361,9 25.659,2 25378,6

Outras (offshore)

21.875,8 22.229,7

22.837,7

21.860,4 22.922,9 22.790,8

Total offshore

44.385,4 44.374,8

46.498,0

46.222,3 48.582,1 48.169,5

Total onshore

15.738,3

15.968,4

15.927,3

15.956,9 16.377,3 15.920,9

Total Brasil

60.123,8

60.343,1

62.425,3

62.179,2 64.959,4 64.090,3

Ago

Set

Out

Nov

Dez

Nov

Dez

Jan

Jan

147,2

148,5

150,8

119,3

145,2

149,3

Produção de GN sem liquefeito (em mm³/d) - Internacional Exterior

15.485,5

17.215,5

16.741,0

16.395,1 16.535,1 15.995,9

Produção total de óleo, LGN e de gás natural (em mboe/d) Brasil+Exterior

2.544,2

2.472,2

2.581,8

2.575,2

2.683,1

12

TN Petróleo 88

-0.41 0.89 Variação no período: 6.94%

bovespa (%) 08/jan

05/mar

-1.30 -0.97 Variação no período: -8.47%

dólar comercial* 08/jan

05/mar

2,037 1,965

2.611,1

euro comercial * 08/jan

05/fev

2,67 2,56 Variação no período: -4.04%

(*) Inclui gás injetado. (**) Em 2003 inclui os dados da Petrobras Energia (ex-Pecom).

05/mar

Variação no período: -3.79%

Produção de óleo e LGN (em mbpd)** - Internacional Exterior

Isso evidencia a elevada produtividade dos campos já descobertos na camada pré-sal. Desses poços, seis estão localizados na Bacia de Santos, que responde por 43% da produção (129 mil barris por dia). Os demais 11 poços estão localizados na Bacia de Campos e respondem por 57% da produção (171 mil barris por dia). A produção de gás natural nesses poços é de 9,8 milhões de m3/dia. A produção média mensal de petróleo na camada pré-sal, no mês de fevereiro de 2013, já atinge 281 mil barris por dia, o que representa um crescimento de 138% em apenas 12 meses.

Fonte: Petrobras

*Valor de venda, em R$


HRT tem crescimento de 5% no Ebitda A HRT anunciou os resultados referentes ao quarto trimestre de 2012 e também de todo o ano passado. O Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) no 4T12 foi 5% superior ao do mesmo período do ano anterior, atingindo R$ 158,7 milhões. No acumulado do ano, o indicador foi 25% melhor do que o de 2011, ficando negativo em R$ 368,5 milhões. O resultado é devido, principalmente, à diminuição nas despesas com geologia e geofísica (-36%) em virtude da redução da quantidade de sísmica executada no período comparativamente a 2011.

No último trimestre do ano passado, o prejuízo registrado foi de R$ 140 milhões, resultado em linha com o mesmo período do ano anterior e que revela a estabilização das perdas. Em relação a 2011, apesar do crescimento das despesas, a companhia reduziu o resultado negativo para R$ 277,5 milhões, em função dos efeitos positivos da venda de 45% de participação nos direitos exploratórios de 21 blocos na Bacia do Solimões para a TNK-Brasil. O montante apurado é 9% melhor do que o total de R$ 304 milhões registrado em 2011.

ações ações ações ações ações ações ações ações ações

ON

05/mar

-1,92

0,14

R$ 20,38

PN

R$ 14,25

ON

Latina da consultoria Control Risks - 07/03/2013

R$ 16,56

05/mar

-1,62

-0,53 PNA -1,99

-0,70

R$ 40,35

R$ 33,81

BRASKEM

07/jan

05/mar

07/jan

1,00

-4,14 PNA -0,07 R$ 2,78

R$ 13,59

05/mar

-0,99 R$ 13,96

petróleo brent (US$) 08/janeiro

112.07

05/março

111.84

Variação no período: -0.20%

petróleo WTI (US$) 08/janeiro

93.19

05/março

90.82

Variação no período: -2.54%

China. Hoje, vende 518 mil e quer

0,36

07/jan

R$ 5,05

49 mil barris por dia (bpd) para a

-1,95

05/mar

OGX

“Em 2005, a PDVSA exportava

Nicholas Watson, chefe de análise para América

R$ 20,08

R$ 35,45

07/03/2013 - Agência Brasil

05/mar

07/jan R$ 41,84

Sérgio Cabral, governador do Rio de Janeiro -

07/jan

VALE

ON

“Já está pronto o recurso. Só estamos aguardando a publicação da lei. Assim que for promulgada no Diário Oficial da União pelo presidente do Congresso, entraremos com a ação. Vai ser designado um relator e esperamos que o relator tome essa decisão da suspensão imediata”

chegar a um milhão em 2015”

petrobras 07/jan

FRASES

- Valor Econômico

“Nós vamos ter que repassar o aumento (do diesel), sem dúvida. A consequência da decisão será que o consumidor deverá ter que arcar com uma alta nas bombas em média de 4%. Mas como não há opção ao diesel no transporte de carga, a alta não deverá influenciar as vendas nos postos do município” Manoel Fonseca da Costa, presidente do Sindicomb, 07/03/2013 - Agência Brasil

“O desenvolvimento do mercado de gás requer o estabelecimento de um ambiente de forte competitividade, implicando em um maior número de agentes atuando como vendedores, um segmento de comercializadores ativos e acesso garantido ao transporte e à distribuição” Marcelo Mello, CEO da Brix, 07/03/2013 - site TN Petróleo

TN Petróleo 88

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entrevista exclusiva

3M quer desenvolver

novas tecnologias para setor de óleo e gás por Maria Fernanda Romero

Alinhada com a iniciativa da matriz norte-americana, a multinacional 3M está apostando firme no potencial do mercado brasileiro. De olho na demanda crescente deste setor no país, a empresa quer intensificar o fornecimento de tecnologias mais resistentes e eficazes.

Para tanto, instalou uma fábrica em Ribeirão Preto (SP) exclusivamente para atender a cadeia produtiva de petróleo e gás – a primeira desse tipo na América Latina –, reafirmando a importância do Brasil nos negócios globais da companhia. TN Petróleo – Por que o setor de petróleo e gás no Brasil é estratégico para a 3M? José Varela – Estima-se que bilhões de dólares serão gastos por empresas do setor na compra de equipamentos e serviços na expansão de suas operações no Brasil. Esses gastos criam uma série de oportunidades para empresas que queiram atuar nessa área. Afinal, a cadeia do petróleo é uma das mais longas da economia brasileira, deve gerar dois milhões de novos empregos e vai apresentar altos níveis de crescimento nos próximos anos. A 3M entende que este mercado apresentará inúmeras oportunidades de crescimento, não somente com o portfólio atual de produtos, mas principalmente no desenvolvimento de novas tecnologias que a exploração em águas profundas demandará. E faremos isso respaldados na nossa experiência no mercado de óleo e gás em países como Canadá, EUA, México, Venezuela, Emirados Árabes, entre outros. Como nasceu a divisão de óleo e gás na empresa? Há quanto tempo ela existe? Qual o principal objetivo deste departamento? A cultura de inovação e desenvolvimento de novas tecnologias está no DNA da 3M. O segmento de óleo e gás da empresa no Brasil, presente em seu portfólio desde 2001, tem como objetivo principal atender as demandas crescentes deste setor estratégico para o crescimento do país, oferecendo produtos com alta tecnologia e diferenciação, que auxiliem na solução de problemas, e possibilitem o aumento de produtividade e eficiência dos processos. A quanto essa divisão corresponde no faturamento de vocês? É política da empresa não divulgar a participação individual de determinada área. Porém, podemos dizer que a participação das vendas para este mercado no total das vendas da 3M do Brasil tem crescido ano a ano e a expectativa é que nos próximos cinco anos este percentual seja bastante significativo. O faturamento bruto da companhia no Brasil em 2012 foi de R$ 2,9 bilhões.

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TN Petróleo 88


Foto: Ricardo Almeida

José Varella, presidente da 3M do Brasil

as vendas da 3M do Brasil tÊm crescido ano a ano e a expectativa é que nos próximos cinco anos este percentual seja bastante significativo.

Quais as principais tecnologias que a 3M fornece para o setor? A 3M possui uma linha completa de produtos e tecnologias para atender toda a cadeia produtiva do petróleo como: fitas especiais usadas na fabricação de umbilicais, risers e flow lines para transporte de gás e óleo, revestimentos anticorrosivos para assegurar a integridade dos dutos que escoam o petróleo e gás em ambientes altamente corrosivos (que é a extração no mar), filtros de alta vazão e desempenho

para filtração líquida e gasosa, absorventes de petróleo e químicos, abrasivos industriais para limpeza e preparação de superfícies e uma linha completa de equipamentos para proteção dos trabalhadores da cadeia produtiva como máscaras, abafadores, óculos de proteção e produtos de rastreabilidade de pessoas e equipamentos. Há alguma tecnologia criada especialmente para atender as demandas do setor ou do pré-sal?

Ao longo dos últimos anos, a empresa desenvolveu produtos vitais para as operações no segmento de exploração e produção como: microesferas de vidro ocas altamente resistentes, utilizadas para revestimento térmico dos dutos que transportam petróleo em águas profundas cujas temperaturas são baixas, além das altas pressões, garantindo assim o escoamento do petróleo. Outra tecnologia desenvolvida foi um filtro de alta vazão e desempenho para filtração da água do mar para injeção em poços de petróleo para garantir a produtividade do mesmo. No início do ano passado, a 3M inaugurou uma fábrica em Ribeirão Preto (SP) para atender a área de petróleo e gás. O que está sendo produzido na unidade e qual sua capacidade total? Por que a escolha de se instalar no interior paulista? É uma fábrica de microesferas de vidro, voltada exclusivamente

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entrevista exclusiva

para atender as aplicações crescentes que demandam a utilização dessa tecnologia, como por exemplo a cimentação de poços de petróleo, flutuadores de riser e superfície e isolamento térmico de tubulações que escoam o petróleo. A capacidade de produção da fábrica é de 250 a 400 toneladas por mês, sendo que mais da metade do volume de vendas está sendo dedicado às exportações, mas prevemos que a crescente demanda doméstica absorverá toda a produção, o que vai gerar nova necessidade de expansão. Estrategicamente, escolhemos a cidade de Ribeirão Preto, onde já temos uma planta há mais de 30 anos, dentro do complexo produtivo.

no desenvolvimento da companhia neste mercado.

A empresa cresceu neste segmento de petróleo e gás a taxas superiores a 30% nos últimos três anos – resultado de investimentos que fizemos para aumentar a nossa participação nesta indústria.

Atualmente em que projetos do setor a 3M está envolvida? A 3M conta com uma forte estrutura de P&D, marketing, vendas e serviço técnico dedicados a este mercado. Estão voltados, exclusivamente, para o desenvolvimento de produtos e tecnologias para diferentes segmentos como, por exemplo, exploração & produção, transporte de petróleo e gás, refino, petroquímica e distribuição de combustíveis. Qual a perspectiva de negócio em óleo e gás para a 3M nos próximos anos? A empresa cresceu neste segmento de petróleo e gás a taxas superiores a 30% nos últimos três anos – resultado de investimentos que fizemos para aumentar a nossa participação nesta indústria. Sem dúvida, este mercado continuará a ser foco da 3M do Brasil visando alcançar metas ambiciosas de crescimento para os próximos anos.

A 3M possui outras fábricas no país específicas para a área de petróleo e gás? Se não, pretende construir outras deste tipo? Estamos aumentando os investimentos em estrutura e em P&D, visando atender a demanda que o pré-sal seguramente vai necessitar. Vamos instalar um centro técnico no Rio de Janeiro para estarmos

mais próximos dos nossos clientes com o objetivo de acelerar o processo de introdução de novas tecnologias. Temos um amplo projeto para águas profundas, no valor de U$ 2 milhões, que conta com o envolvimento não somente da 3M do Brasil, mas com um time global para assegurar a excelência

3M em números

Fatos históricos da 3M no Brasil

• 67 anos no país • Mais de 4.000 funcionários • Sete unidades fabris no país • Está entre as 10 maiores subsidiárias da 3M no mundo • 70% dos produtos comercializados no país são fabricados localmente • Faturamento de R$ 2,9 bilhões em 2012

• 1946: 3M chega ao Brasil com o nome Durex, Lixas e Fitas Adesivas Ltda., com sede em Campinas (SP) • 1954: Início das operações em Sumaré (SP), onde se localiza a matriz da empresa no Brasil. • 1975: Inauguração da fábrica em Ribeirão Preto (SP) • 1980: Inauguração da fábrica em Itapetininga (SP) • 2005: Inauguração de Centro Técnico para Clientes em Sumaré (SP), espaço que reúne 17 laboratórios dedicados as necessidades dos clientes. • 2005: Aquisição global da Cuno e integração da unidade da Cuno Latina em Mairinque (SP), às operações da 3M Brasil. • 2006: Fundação do Instituto 3M de Inovação Social

Fábrica da 3M em Ribeirão Preto

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TN Petróleo 88

• 2006: Aquisição de Divisão de Segurança do Trabalho da POMP, com incorporação das tecnologias, produtos e equipamentos aos negócios da 3M. • 2006: Inauguração da 3M Manaus (AM) • 2007: Aquisição da Abzil Indústria e Comércio Ltda., empresa especializada em ortodontia com operações em São José do Rio Preto. • 2008: Inauguração do laboratório corporativo de Pesquisa e Desenvolvimento, em Sumaré (SP); e Inauguração da nova sede da Abzil em São José do Rio Preto (SP). • 2010: Aquisição da Incavas Indústria de Cabos e Vassouras (Bom Princípio, RS) • 2011 e 2012: início das operações da fábrica de Glass Buble na planta de Ribeirão Preto, em Janeiro 2012.


TN Petr贸leo 88

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parque tecnológico

Foto: Cortesia Baker Hughes

Foto: Cortesia FMC

Foto: Cortesia V&M

Um parque de

Reunindo investimento de mais de US$ 500 milhões na construção de centros de pesquisa de 12 grandes companhias, principalmente do setor de petróleo e gás, o Parque Tecnológico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) será o epicentro do desenvolvimento de muitas das tecnologias que serão utilizadas na exploração do pré-sal. 18

TN Petróleo 88


tecnologias

O

Foto: Cortesia Usiminas

Foto: Cortesia GE

Foto: Cortesia Tenaris

por Rodrigo Miguez

s novos centros de pesquisa já chegam ao campus da UFRJ com a obrigação de realizar grandes projetos e investimentos. Por contrato, cada empresa de grande porte instalada no parque tecnológico tem de investir ao menos R$ 3 milhões anuais durante os primeiros cinco anos de pesquisa e cooperação com a universidade. Para pequenas e médias, a exigência é de 3% do faturamento.

Apesar do aumento de empresas de grande porte no país, o investimento privado ainda não chega à metade (45,7%) do recurso total aplicado na área no Brasil, segundo o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), contra 70% em países como EUA, Alemanha, China, Coreia do Sul e Japão. Estima-se que menos de 50 mil cientistas trabalhem em pesquisa na indústria brasileira. Em comparação, na Coreia do Sul, esse número é três vezes

maior (166 mil) e nos EUA, passa de um milhão. Mesmo com a chegada dessas empresas, a Petrobras continua sendo a principal fonte de financiamento de P&D no país, investindo mais de US$ 1 bilhão por ano, tanto no seu centro de pesquisas, o Cenpes, quanto em parcerias com universidades.

Interação criativa A FMC Technologies, líder na fabricação de equipamentos submarinos para a inTN Petróleo 88

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Fotos: Divulgação

parque tecnológico

Parque Tecnológico da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ Investimento: US$ 500 milhões Empresas: 12 Área Total: 20.000 m2

dústria de petróleo no mundo, está com seu terceiro Centro de Tecnologia e Pesquisa no mundo 20

TN Petróleo 88

funcionando desde o início do ano passado no Parque Tecnológico do Rio, na Ilha do Fundão. O projeto, que ocupa uma área de 22.000 m2 e teve investimentos de R$ 70 milhões, conta com uma unidade para testes de equipamentos e tecnologias, que já funciona deste setembro de 2011, e um pavilhão de engenharia. As pesquisas da companhia no seu novo espaço serão voltadas especificamente para soluções de separação de líquidos e outras fases, além do bombeio submarino, utilizadas no Separador Submarino de Água-Óleo (SSAO). O equipamento foi desenvolvido especificamente para o poço no qual foi instalado, mas em projetos futuros poderá processar uma quantidade maior de óleo, já que a ideia é aumentar a escala de acordo com a necessidade da Petrobras. O SSAO foi instalado no Campo de Marlim, na Bacia de Campos, e já está interligado. No momento, a FMC Technologies está na fase de comissio-

namento de todo o sistema para que possa ser ligado e comece a produção com separação no leito do mar. O Centro de Tecnologia da FMC Technologies no Brasil tem laboratórios de Engenharia Submarina e Eletrônica, além de um hangar para Testes de integração (Systems Integration Tests / SIT) para protótipos em escala real de equipamentos de grande porte, como o SSAO. Além das soluções para o petróleo, a FMC Technologies está voltada para tecnologias de produção e tratamento de gás natural. “Fornecemos todos os equipamentos do sistema de produção submarino dos Campos de Gás de Mexilhão e Tambaú, sistemas pioneiros a utilizarem soluções bastante inovadoras para a coleta e exportação de gás”, comentou Paulo Couto, vice-presidente de Tecnologia da FMC Technologies.


um parque de tecnologias

Couto explica que o primeiro ano de funcionamento do espaço foi acima das expectativas, com grande interação com a UFRJ e progresso dos programas de pesquisas e desenvolvimentos com os clientes.

Tecnologia para novos desafios Para fazer jus a essa necessidade de investimentos, a Baker Hughes aplicou cerca de US$ 50 milhões na construção de seus laboratórios, nos quais já começa a desenvolver tecnologias para o pré-sal e a dar suporte ao desenvolvimento de tecnologias avançadas para exploração e produção offshore, nas áreas de perfuração e completação de poços, avaliação de reservatórios petrolíferos e otimização da produção de óleo e gás. Além das tecnologias com foco no pré-sal, o Centro de Pesquisas está dedicado também à criação de tecnologias para clientes na América Latina, como por exemplo em óleo e gás não convencionais, como shale gas (gás de xisto) e shale oil (óleo não convencional), assim como tecnologias para explotação de energia geotérmica. O novo espaço de pesquisa da empresa no país é formado por dois laboratórios, um especializado em análise de rochas, fluidos e materiais, equipado, inclusive, para condução de estudos especiais; e o outro, de engenharia, que está incumbido de preparar protótipos e ferramentas piloto para testes de campo. O prédio da Baker na Ilha do Fundão possui ainda uma área de projetos e salas de visualização, bem como um auditório para 72 pessoas, onde a empresa tem planos de ministrar cursos de curta duração para clientes e para a academia local, em as-

Principais empresas FMC Investimento: US$ 35 milhões Área: 22.000 m2

Baker Hughes Investimento: US$ 50 milhões Área: 7.000 m2

Schlumberger Investimento: US$ 50 milhões Área: 8.700 m2

Siemens Investimento: US$ 50 milhões Área: 4.000 m2

Tenaris Investimento: US$ 38,8 milhões Área: 4.000 m2

V&M Investimento: US$ 1,5 milhão p/ ano Área: 3.900 m2

GE Investimento: US$ 250 milhões Área: 24.000 m2

BG Investimento: US$ 20 milhões Área: 3.000 m2

Georadar Investimento: US$ 7,5 milhões Área: 6.000 m2 suntos relacionados à cadeia de valor da indústria do petróleo. Durante o primeiro ano de funcionamento, a empresa dedicou esforços para equacionar questões relacionadas à infraestrutura básica e de utilidades,

contratação de mão de obra especializada para compor os quadros de cientistas e aquisição de equipamentos para os laboratórios. Atualmente, o centro tem cerca de 25 cientistas trabalhando, de um total de 32 pessoas, além de jovens profissionais que serão treinados no exterior para que mais tarde sejam incorporados ao grupo de cientistas da companhia. Segundo César Muniz, diretor do centro de pesquisa e tecnologia da empresa na América Latina, a companhia está desenvolvendo tecnologia de ponta para atender a demanda local, além de também poder ser utilizada em nível global. Para ele, o Centro de Pesquisas da Baker Hughes possibilitou o estreitamento dos laços da empresa com seus principais clientes, além de ter identificado algumas das demandas tecnológicas específicas das companhias operando no Brasil. A Baker ampliou significativamente a sua rede de colaboração tecnológica com a academia local, firmando diversos acordos de cooperação para desenvolver tecnologias em parceria com universidades brasileiras. Além disso, a localização do centro, na América Latina ajuda a empresa a incrementar o foco nas demandas tecnológicas dos clientes na região.

Geoengenharia renovada Outra grande empresa que já deu início às operações de seu centro de pesquisas foi a Schlumberger, que desde 2010 desenvolve soluções no Centro de Pesquisas em Geoengenharia da Schlumberger (BRGC). Com cerca de 300 funcionários trabalhando no local, entre cientistas, engenheiros e técnicos, o empreendimento contou com investimento de US$ 50 milhões, e é o primeiro TN Petróleo 88

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Foto: Divulgação

parque tecnológico volvimento econômico do país, ampliando a integração do capital intelectual e do potencial científico do Brasil à rede global de inovação da empresa, contribuindo para o desenvolvimento econômico e para a qualificação da mão de obra nacional”, afirmou a empresa.

Obras em ritmo acelerado

da multinacional dedicado a atividades de exploração e produção de petróleo no hemisfério Sul. O BRGC opera a partir de quatro núcleos: o Centro de Pesquisas em Geoengenharia, que desenvolve pesquisas em cooperação com clientes e universidades; o Centro de Tecnologia em Geoengenharia, que faz aplicações em software baseadas nas plataformas Ocean e Petrel, da Schlumberger e da WesternGeco; e a unidade WesternGeco GeoSolutions, que se dedicará ao desenvolvimento de soluções geofísicas otimizadas para a costa brasileira. Além destas unidades, o centro conta com laboratórios de reservatórios projetados e totalmente integrados que proporcionam testes e avaliação de rochas e fluidos em ambientes controlados. São eles: o Laboratório de Cimentação e Estimulação (CSL), Laboratório de Análise de Rochas (RCL), Laboratório de Análise de Fluidos de Reservatório (RFL ) e um novo laboratório de Geomecânica.

Soluções offshore Um dos mais avançados centros de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) destinados ao setor de óleo e gás no mundo está sendo construído pela 22

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Siemens, no Parque Tecnológico da UFRJ. Com uma área de 4.000 m2, a nova planta terá investimentos de US$ 50 milhões, e se voltará para o desenvolvimento de engenharia avançada e tecnologias subsea, com o apoio de 800 pesquisadores e engenheiros – com previsão de receber mais 200 profissionais qualificados até 2016. Entre as principais soluções a serem desenvolvidas e aprimoradas no Centro de P&D da empresa está o Subsea Powergrid, rede elétrica submarina que permite a produção e processamento de óleo e gás a partir de módulos instalados a até 3.000 m de profundidade e a engenharia multidisciplinar (turbinas a gás e a vapor, compressores e ventiladores) aplicada nos setores de automação, geração, transmissão e distribuição de energia, compressão, tratamento de água, além de aplicações para a tecnologia marítima. De acordo com a companhia, a instalação do novo centro de P&D reforça seu posicionamento estratégico no setor de óleo e gás, uma vez que garante à indústria, nível de inteligência e de gerenciamento de grandes dados. “Por meio dessa ação, a Siemens reforça o compromisso de mais de cem anos com o desen-

As obras dos centros de pesquisa de algumas empresas que irão marcar presença no Parque Tecnológico estão em ritmo acelerado. Com a construção na fase de fundação, o novo Centro de Pesquisas da Tenaris deve ser inaugurado nos dois últimos meses deste ano. A empresa está investindo de início US$ 38,8 milhões no projeto, que será somado aos outros quatro empreendimentos já existentes na Argentina, México, Itália e Japão. De acordo com o diretor do Centro de Pesquisas da Tenaris no Brasil, Márcio Marques, no início das operações, 25 profissionais trabalharão no local, em um turno, nas áreas de Mecânica Aplicada e Ensaios de Plena Escala de Tubos e Conexões, Tecnologia de Solda, e na área de Revestimentos. Segundo ele, à medida que for desenvolvido um volume maior de projetos, a empresa planeja operar em três turnos – e com isso, o número de profissionais pode chegar a 55. O centro terá como meta o desenvolvimento de produtos e tecnologias para tubos para revestimentos de poços (OCTG / Oil Country Tubular Goods), Tubos para Condução e Distribuição (Linepipe) e outros mercados como automotivo, nuclear, de mineração e construção estrutural, além do aperfeiçoamento do que já é oferecido pela empresa.


um parque de tecnologias Entre as principais tecnologias que serão desenvolvidas no novo empreendimento da Tenaris estão o desenvolvimento de conexões Premium TenarisHydril e TenarisBlue (destinadas a operações de perfuração de poços de petróleo e gás em profundidade) e tubos e conectores aptos à utilização em condições críticas de pressão e resistência às condições extremas dos campos do pré-sal, além de tecnologias de soldagem (longitudinal e circunferencial), revestimentos diferenciados – como clad e orgânicos –, laboratórios para testes de colapso e áreas de estudo de corrosão. Outra empresa que está finalizando as obras do seu Centro de Pesquisa é a Vallourec & Mannesmann Tubes do Brasil (V&M), que pretende começar os trabalhos entre o final de maio e o início de junho. Sem informar os investimentos na construção do espaço, a empresa adianta que o dinheiro aplicado em pesquisas pode chegar à casa dos R$ 3 milhões. Batizado pela empresa de Vallourec Research Rio de Janeiro (VRRJ), o centro de pesquisa

do Grupo Vallourec ocupará três pavimentos de um prédio, com infraestrutura laboratorial desenvolvida para atender a pesquisadores, alunos e equipe de apoio, que estarão focados na realização de pesquisas sobre o pré-sal. A empresa atenderá principalmente os clientes da área de tubos para exploração e produção de petróleo e gás (OCTG), porém as pesquisas não serão restritas a essa área. De acordo com Marcelo Ferreira, superintendente de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) da V&M do Brasil, os especialistas que vão trabalhar no centro farão pesquisas de resistência e colapso no ambiente do pré-sal, análise de corrosão e outras experiências relacionadas a petróleo e gás. O VRRJ também será utilizado para otimizar o modelo energético e desenvolver tecnologias ambientais.

Toda energia para pesquisa Enquanto isso, a General Eletric (GE) já começou a edificar o seu quinto Centro de Pesquisas Global, o primeiro na América Latina que terá um robusto investimento de R$ 500 milhões, valor que engloba inclusive a construção e a contratação de pesquisadores. Somente para a construção do empreendimento, que deve ficar pronto no segundo semestre deste ano, a empresa vai destinar US$ 100 milhões. Enquanto as obras do projeto continuam em andamento, cem pesquisadores estão realizando suas pesquisas no Parque Tecnológico da UFRJ, por meio de parceria com a universidade. Esses vão se juntar a mais 300 profissionais que irão formar a equipe inicial de 400 pessoas. Quando estiver pronto, o Centro de Pesquisas Global vai ter quatro centros de excelência nas áreas de biocombustíveis, sistemas inteligentes, integração de sistemas e subsea. Em biocombustíveis, a GE irá desenvolver pesquisas com vinhaça e bagaço

Com investimento inicial de R$ 15 milhões, grupo pretende ampliar sua plataforma de serviços para garantir a sustentabilidade do negócio e superar desafios do setor de óleo e gás. O grupo Georadar, especializado em serviços onshore e offshore de levantamentos geofísicos, venceu a licitação para implantar um centro de pesquisas, inovação e capacitação profissional no Parque Tecnológico da UFRJ. O contrato é de 20 anos e prevê a possibilidade de renovação para igual período. As

Foto: Divulgação

Georadar busca inovação em Geofísica

instalações, voltadas para a área de óleo e gás, terão de 5 e 6 mil m2. No centro, serão conduzidas atividades de pesquisa e projetos de capacitação de pessoal em áreas nas quais o grupo atua, como sísmica onshore, sísmica offshore, processamento sísmico, meio ambiente, oceanografia, engenha-

ria offshore e navegação. Outros focos serão: gerar novos negócios nesses segmentos e ampliar a plataforma de serviços da empresa. Para tal, haverá a criação de empregos para pesquisadores, de mestres a pós-doutores. De acordo com o presidente dos Novos Negócios do grupo Georadar, Celso Magalhães, o Centro de Desenvolvimento Geodadar estará inserido em um ambiente propício ao aperfeiçoamento e à inovação, palavras-chave para a indústria de serviços de óleo e gás no Brasil, e ao lado de multinacionais como Schlumberger, Baker, Halliburton, da Petrobras, do Laboratório Oceânico e de laboratórios do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe/UFRJ). TN Petróleo 88

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parque tecnológico

de cana, biocombustíveis para a aeronáutica, e locomotivas movidas a gás natural. Na área de Sistemas Inteligentes, o trabalho será fixado em automação avançada, diagnósticos para energia elétrica, setor de petróleo e gás, transportes aéreos e transportes terrestres. As pesquisas do laboratório de Integração de Sistemas irão atuar na otimização para transportes, do trajeto mina-porto e eficiência logística. Já no setor de Subsea, a GE vai se concentrar em inovações

para exploração de petróleo na camada pré-sal. Com memorandos de entendimento firmados com Petrobras, EBX, Coppe/UFRJ, IPT, MRS, entre outras, a empresa prevê a realização de trabalhos focados nas necessidades destes clientes, que podem resultar em novas linhas de pesquisas e, consequentemente, inovações nas diferentes frentes em que a GE atua, como energia, transportes, saúde e infraestrutura.

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) lançou, no ano passado, o Programa Estratégico de Software e Serviços de TI, o TI Maior, com a finalidade de fomentar a indústria de software e serviços na área de tecnologia da informação (TI). Com investimentos de cerca de R$ 500 milhões para o período de 2012-2015, o TI Maior tem como foco o desenvolvimento econômico e social, posicionamento internacional, inovação e empreendedorismo, produção científica, tecnológica e inovação, e competitividade. Os recursos serão subvencionados por meio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep/ MCTI) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI). O TI Maior prevê ações, como: aceleração de empresas com base tecnológica, a consolidação de ecossistemas digitais; a preferência nas compras governamentais para softwares com tecnologia nacional; capacitação de jovens para atuar na área de TI e atração de centros de pesquisa globais. Um dos principais motores do Programa TI Maior é o fomento às start-ups, aceleradoras de pesquisa e desenvolvimento na área de softwares e serviços. Para integrar os 24

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Foto: Divulgação

Programa TI Maior

núcleos de pesquisa nas diversas áreas do conhecimento, o TI Maior definiu 12 setores estratégicos para o desenvolvimento de softwares e soluções de alta complexidade e impacto econômico e social: educação, defesa e segurança cibernéticas, saúde, petróleo e gás, energia, aeroespacial/aeronáutico, grandes eventos esportivos, agricultura e meio ambiente, finanças, telecomunicações, mineração e tecnologias estratégicas (computação em nuvem, internet, jogos digitais, computação de alto desempenho e software livre). Entre os acordos já assinados pelo MCTI está aquele com a EMC, que está construindo o seu centro de pesquisas no Parque Tecnológico da UFRJ. O centro é o segundo dos quatro previstos para participar do programa do governo federal. O primeiro foi anunciado pela Microsoft em novembro do ano passado.

De acordo com Ken Herd, líder global de centros de pesquisas da GE, o modelo de funcionamento da unidade brasileira do empreendimento diferencia-se de todos os outros por contar com a particularidade de possuir profissionais dedicados a atuar próximos dos clientes para descobrir quais são as necessidades locais, transformando as demandas em pesquisas e, futuramente, em soluções. Além desses quatro centros de excelência, a GE também instalará no complexo científico o seu primeiro Centro de Qualificação Global no país, que será uma universidade corporativa voltada para o treinamento e qualificação de funcionários, clientes, parceiros e fornecedores de equipamentos na GE ou em cursos de administração como gestão, negócios, finanças, entre outros. “O Centro de Pesquisas Global, assim como o Centro de Qualificação Global, será uma ótima oportunidade para os funcionários da GE na América Latina se juntarem aos grandes líderes da indústria, universidades e governo para compartilhar as melhores práticas em segmentos como energia, biocombustíveis, petróleo e gás, transportes e infraestrutura”, afirmou Ken Herd. Para ele, os centros de pesquisa instalados no Brasil facilitam o entendimento das demandas específicas para o desenvolvimento de novas soluções e tecnologias aplicadas às necessidades locais. Além disso, Herd exalta a importância de um Brasil cada vez mais “tecnificado”, que significa novos negócios e investimentos de grupos estrangeiros, beneficiando o crescimento da indústria e, consequentemente do Brasil.


um parque de tecnologias

Garimpando talentos Além do investimento em tecnologias para o pré-sal, as empresas que estão se instalando no parque tecnológico também pretendem aproveitar a grande fonte de conhecimento bem ao lado, nos prédios e nas salas da UFRJ, principalmente em áreas que estão com falta de profissionais como a engenharia em suas mais diversas especializações. São alunos que querem uma oportunidade de estágio, um recém-formado à procura de um novo emprego ou então um pesquisador necessitando de apoio para seus projetos.

Foto: Divulgação

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ara Marcelo Ferreira, da V&M, a proximidade com a UFRJ contribuirá muito para a formação de recursos humanos para a empresa. “Além de contratarmos novos profissionais, também realizaremos atividades como capacitação profissional e treinamentos, por meio da interação de grupos de pesquisa da UFRJ, visando à inserção dos estudantes de pós-graduação no desenvolvimento de pesquisas de interesse mútuo”, concluiu. Dentre os planos da V&M está ainda o apoio a bolsas de mestrado e doutorado junto ao Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe/UFRJ) em temas específicos, bem como apoio às equipes envolvidas na participação em eventos nacionais e interna-

cionais e publicações técnicas e científicas diversas. Na opinião de Marcio Marques, da Tenaris, a universidade será uma ótima parceira para os projetos futuros da empresa. “Queremos desenvolver um relacionamento próximo com a UFRJ, não somente para desenvolvermos projetos em conjunto, aproveitando a excelente infra-

Prédio da reitoria da UFRJ estrutura de laboratórios, construídos para desenvolvimento de temas relacionados à exploração e produção de petróleo e gás, mas também ser a empresa de escolha para novos talentos que surgem na universidade e que terão muito a contribuir com o nosso centro de pesquisas.” O diretor da Baker Hughes, César Muniz, disse que a emTN Petróleo 88

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parque tecnológico presa tem mantido um excelente relacionamento com diversos departamentos da UFRJ, inclusive dando assistência à Coppe na preparação do projeto de construção de um simulador de perfuração em escala real, similar ao equipamento que a

Baker Hughes possui no seu centro localizado na cidade de Woodlands, no estado norte-americano do Texas, num exemplo de colaboração e transferência de tecnologia. “Temos a intenção de colaborar com a universidade, patrocinando estudantes de mes-

A SKF do Brasil, líder mundial em plataformas de rolamentos, vedações, sistemas de lubrificação, mecatrônica e serviços na área de gestão de ativos, anunciou no início de janeiro que vai instalar um centro de inovação tecnológica em serviços. A unidade, dedicada à inovação de produtos e serviços para o segmento de óleo e gás, deve ficar no Parque Tecnológico da Ilha do Fundão. “A SKF acredita que pode e deve contribuir mais com o Governo ao incentivar o fomento à pesquisa, desenvolvimento e inovação. Nossa ida para o Rio de Janeiro é mais um passo importante rumo à diversificação regional e à ampliação dos nossos negócios no Brasil”, explica Donizete Santos, presidente da SKF do Brasil. “Além do segmento de óleo e gás, também buscamos soluções para processos industriais de outros setores, como papel e celulose, ferroviário, naval, energia, mineração e siderurgia”, completou. Por meio dessa nova unidade industrial, a SKF pretende oferecer soluções sob medida, atendimento centralizado e resolver desafios complexos em máquinas, equipamentos e processos produtivos. “Com essa unidade, podemos integrar tecnologias industriais, como rolamentos, vedações, sistemas de lubrificação e mecatrônica num só sistema. Temos experiência e pessoal capacitado para integrar essas plataformas e ajudar a melhorar o desempenho dos equipamentos e dos processos produtivos”, esclarece Carlos Alberto Fernandes, diretor da divisão de serviços industriais da SKF do Brasil. 26

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Foto: Divulgação SKF

SKF do Brasil: esforço em pesquisa

A expectativa da SKF com a inauguração da nova unidade de serviços industriais é bastante otimista. A ideia é que as duas unidades de serviços industriais representem 20% dos negócios da divisão de serviços industriais no Brasil, a partir de 2015. “Pretendemos expandir nossa atuação e atender as principais indústrias do país”, completa o executivo. A construção da segunda unidade de soluções industriais da SKF no Brasil faz parte de uma estratégia mais ampla. A companhia pretende ampliar suas atividades em pesquisa e desenvolvimento para tornar-se mais competitiva e ser uma referência na região em tecnologia e engenharia avançada.

trado e doutorado que tenham interesse em desenvolver seus estudos em áreas que sejam do interesse mútuo da instituição e da Baker Hughes”, acrescentou. Sempre atenta ao trabalho de estudantes e acadêmicos das principais universidades brasileiras, a GE diz que vai aproveitar os potenciais estudantes da UFRJ para compor seu quadro de colaboradores na equipe de pesquisadores do Centro de Pesquisas Global, no Rio de Janeiro. E também trabalhará na formação e capacitação de novos talentos por meio de seu primeiro Centro de Qualificação Global na América Latina, que ocupará um dos andares do Centro de Pesquisas Global no Rio de Janeiro. Desde o segundo semestre de 2011, a GE realiza road shows nas principais universidades do país, entre elas a UFRJ, em busca de parcerias e intercâmbio de conhecimento e tecnologia. “Esse tipo de parceira traz benefícios para ambas as partes, uma vez que leva ao ambiente acadêmico pesquisas que podem se tornar soluções e tecnologias comerciais, além de os pesquisadores ganharem espaço de ponta para conduzir seu trabalho”, afirmou Ken Herd, líder global de centros de pesquisas da GE. Na opinião de Paulo Couto, vice-presidente de Tecnologia da FMC Technologies, a UFRJ é uma aliada natural para a criação de programas estruturantes de desenvolvimento tecnológico, que vêm de antes mesmo da ida da empresa para o Parque Tecnológico. “Temos um programa de treinamento específico de novos talentos, que prescreve o aprendizado das normas e conceitos da especialidade de Engenharia Submarina. Temos ainda programas de mestrado e doutorado sempre em interação com a UFRJ”, concluiu.


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audiência pública

11ª Rodada da ANP

instiga apetites

O público que lotou o auditório da Escola de Guerra Naval para a Audiência Pública sobre as regras da 11ª rodada de blocos para exploração, realizada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) em fevereiro, reflete não apenas o jejum de cinco anos sem leilões, sinaliza também que o país continua no foco das principais majors do setor, assim como de companhias independentes que veem oportunidades no potencial brasileiro. por Karolyna Gomes

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Foto: Divulgação ANP

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epois de amargar um período de quase cinco anos sem possibilidades de renovar ou ampliar o portfólio, limitados apenas às operações de farm in e farm out (compra e venda direta, entre empresas que detêm concessão), investidores, petroleiras e empresas de toda cadeia produtiva de óleo e gás demonstraram que o setor ganhou um novo alento na audiência pública realizada pela ANP, sobre a 11ª rodada de licitações, marcada para os dias 14 e 15 de maio. Quebrando o jejum também para áreas marítimas, que não eram licitadas desde 2007, o governo ofertará nesta próxima rodada um total de 289 blocos em terra, águas rasas e águas profundas, em 11 bacias brasileiras – Barreirinhas, Ceará, Espírito Santo, Foz do Amazonas, Pará-Maranhão, Parnaíba, Pernambuco-Paraíba, Potiguar, Recôncavo, Sergipe-Alagoas e Tucano –, totalizando cerca de 155,8 mil km². Os detalhes do novo leilão foram apresentados pela ANP para cerca de 300 pessoas, no auditório da Escola de Guerra Naval, na Urca (RJ), no dia 19 de fevereiro, pela diretora-geral, Magda Chambriard, os diretores Florival Carvalho e Helder Queiroz, a superintendente de Promoção de Licitações,

Claudia Rabello, e o procurador-geral da Agência, Tiago Macedo. Com a meta de desenvolver negócios descentralizando investimentos, Magda Chambriard, que completa um ano na direção da agência reguladora, deixou claro que a nova rodada abre grandes oportunidades para toda a cadeia de prestadoras de serviços e fornecedoras de produtos do setor, colaborando assim com a criação de emprego e renda para as regiões participantes. “Essa rodada tem a clara intenção de descentralizar investimentos em exploração, gerando emprego e

renda no Norte e Nordeste do Brasil e contribuindo para a redução das desigualdades regionais”, afirmou a diretora-geral.

Regiões promissoras Do total de blocos ofertados, 150 estão localizados no mar, na margem equatorial brasileira, região que, de acordo com a ANP, abre oportunidades de grandes apostas para o mercado, principalmente após a descoberta, ainda não comercial, realizada pela Petrobras em águas profundas da Bacia do Ceará (BM-CE-2). Destes 150 blocos, a maioria (97) está na bacia de Foz do Amazonas. De acordo com dados sísmicos obtidos pelas campanhas exploratórias da ANP, a região tem as mesmas características geológicas da margem


equatorial africana, onde recentemente foram feitas descobertas como o Campo de Jubilee, na costa de Gana, com alto potencial de petróleo leve e reserva estimada entre 500 e 600 milhões de barris de petróleo. “Existem outras áreas interessantes, como por exemplo, a que acrescentamos na Foz do Amazonas, na direção do delta para a fronteira com a Guiana. São áreas onde a ANP mapeia oportunidades exploratórias muito interessantes, com potencial para um óleo de 37º até 44º API. Isso é similar a um [óleo] árabe leve, ou seja, o óleo mais caro do planeta”, destacou Chambriard, acrescentando que não deve existir na região um reservatório do porte de Lula (bloco na Bacia de Santos, estimado em mais de cinco bilhões de barris),

mas espera-se que existam “alguns como Jubilee”.

Onshore Os blocos terrestres também geram boas expectativas, já que atualmente são responsáveis por algo em torno de 8,9% da produção nacional de petróleo e 23,7% da de gás natural. A diretora-geral da ANP já havia destacado o potencial ainda inexplorado de óleo e gás nas bacias terrestres brasileiras. Nesta rodada, a ‘menina dos olhos’ é a Bacia do Par naíba, onde serão ofertados 20 blocos, perfazendo uma área de cerca de 59.860 km², com bônus mínimo previsto de R$ 5 milhões. A operadora OGX Maranhão, sociedade formada entre a OGX e a MPX, ambas do gr upo EBX, de Eike

Batista, é a primeira a produzir nesta bacia. Com participação majoritária na concessão de oito blocos exploratórios, já perfurou mais de 20 poços, e iniciou a produção no campo de Gavião Real (município de Santo Antônio do Lopes), além de prosseguir com o Plano de Desenvolvimento (PD) de Gavião Azul (Capinzal do Norte) e Gavião Branco (Lima Campos). E a concessionária tem planos de continuar a campanha exploratória em quase uma dezena de municípios maranhenses. O gás natural produzido pela petroleira brasileira já alimenta a UTE Parnaíba, que atualmente gera 338 MW de energia para o país. Empreendimento da MPX em parceria com a Petra Energia (com 70% e 30% respectivamente), a usina alcançará TN Petróleo 88

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audiência pública

Especificações dos blocos Região de nova fronteira na margem Equatorial Foz do Amazonas: 97 blocos - 15 em águas profundas (com área entre 760 e 3.069 km²) / 8 em águas rasas (com área de 191 km²) Bônus mínimo por bloco varia de R$ 760 mil a R$ 13,5 milhões

Ceará: 11 blocos (com área de 768 km²) Bônus mínimo por bloco varia de R$ 4.5 milhões a R$ 8,3 milhões

Bacias consideradas maduras Potiguar: 20 blocos terrestres (área de 31 Km²) Bônus R$ 81 mil e R$ 245 mil

Potiguar: 10 blocos em águas profundas (767 km²) Bônus mínimo por bloco de R$ 1,8 milhão a R$ 4,5 milhões Sergipe-Alagoas: 25 blocos (31 Km²) Bônus de R$ 25 mil e R$ 51 mil

Pará-Maranhão: 6 blocos em águas profundas (com área de 769 km²) Bônus mínimo varia de R$ 4,8 milhões a R$ 5,7 milhões

Terrestres Parnaíba (Nova Fronteira): 20 blocos (área de 3.069 Km²) Bônus R$ 1 milhão a R$ 1,7 milhão

Recôncavo: 16 blocos (31 Km²) R$ 69 mil e R$ 130 mil

Barreirinhas: 26 blocos - 14 em águas profundas (com área de 769 km²) / 12 em águas rasas (área de 192 km²) Bônus mínimo por bloco varia de R$ 588 mil e R$ 7,09 milhões

Tucano NF: 36 blocos (área de 188 Km²) Bônus R$ 44 mil e R$ 240 mil

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Espírito Santo: 6 blocos terrestres (30 Km²) R$ 163 mil e R$ 201 mil


11ª Rodada da ANP instiga apetites a marca de 1.400 MW até o fim do ano, contribuindo para a segurança energética do país. Com o início da operação da OGX e da MPX na Bacia do Parnaíba, o Complexo Termelétrico Parnaíba torna-se o primeiro projeto de um grupo empresarial privado que integra produção de gás à geração de energia no Brasil. A OGX calcula que a bacia possua reservatórios de 15 trilhões de pés cúbicos de gás, o que a consagra como uma nova fronteira exploratória, com potencial de produção equivalente à metade do volume de gás que o Brasil importa hoje da Bolívia. Seguindo esse rastro de sucesso, a Petrobras já apresenta planos concretos para o bloco BT-PN-3, nesta mesma bacia, arrematado na 9ª Rodada de licitações da ANP. Operadora com 40% de participação – dividida com BP (40%) e Vale (20%) – a estatal está providenciando um estudo ambiental para perfurar seu primei-

MARGEM ATLÂNTICA Pernambuco-Paraíba (Nova Fronteira): 10 blocos em águas profundas (área entre 764 km² e 761 km²) Bônus R$ 128 mil a R$ 2,1 milhões

Espírito Santo (Nova Fronteira): 6 blocos em águas profundas (721 km²) Bônus R$ 4,6 milhões e R$ 8 milhões

ro poço no bloco, que abrange os municípios de Governador Eugênio Barros, Senador Alexandre Costa, Gonçalves Dias, Presidente Dutra, Governador Archer, Dom Pedro, Governador Luiz Rocha e Graça Aranha.

Para dar andamento à campanha exploratória, iniciada em 2010, quando a estatal contratou a Georadar para executar sísmicas 2D que definiriam locações de futuras perfurações, serão investidos US$ 20

Nesta edição.

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audiência pública milhões. O objetivo é perfurar um poço vertical com profundidade em torno de 2.500 metros. A segunda fase do programa exploratório da Petrobras termina em 11 de março de 2014.

Saindo da inércia “Consideramos positiva a retomada das licitações com a 11ª Rodada, principalmente para os fornecedores. Para esses, é reconhecida a necessidade de incorporação e fortalecimento de um conjunto diversificado de empresas de petróleo em atividade no país e de oferta permanente de novos blocos para exploração. Acreditamos no sucesso da rodada pela diversidade e atratividade das áreas oferecidas”, declarou em nota a Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip). Para o advogado Luiz Quintans, sócio do escritório G. Ivo Advogados, as áreas podem oferecer boas oportunidades de negócios. “Uma rodada nova, especialmente esta que interessa a operadores grandes, médios e pequenos, movimentará toda a cadeia para-petrolífera, desde o fabricante de pregos e tintas, até os de sondas, passando por prestadores de serviços, mídia e associações. Tudo se move e a economia aquece gerando oportunidades locais reais”, diz. Mas a inserção neste leilão de blocos que estavam na 8ª Rodada, nas bacias de Barreirinhas, Espírito Santo, Pará-Maranhão, Sergipe-Alagoas e Tucano Sul, pode apresentar entraves jurídicos. “A única preocupação jurídica é em relação às áreas da 8ª Rodada que estão sendo outra vez licitadas e que, eventualmente, podem sofrer alguma ação contrária, em especial nos dias que antecederem o leilão”, afirma Quintans.

Conteúdo local A superintendente de Promoção de Licitações da ANP, Claudia Rabelo, explicou durante a Audiência Públi32

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ca que o governo decidiu manter as regras de conteúdo local do último leilão. De acordo com o pré-edital da 11ª Rodada, esse índice varia de 37% a 85%, dependendo da atividade (exploração ou desenvolvimento) e da área (águas rasas, ultraprofundas ou áreas terrestres).“Estamos reafirmando a política de conteúdo local, e também a de pesquisa e desenvolvimento, já que se torna obrigatório o investimento de 1% em P&D por parte das empresas”, afirmou a superintendente. Para a advogada Sonia Agel, sócia fundadora do escritório L.O. Baptista, Schmidt,Valois, Miranda, Ferreira, Agel, “as regras da 11ª Rodada, embora basicamente iguais às da 10ª, mostram um aperfeiçoamento resultante da dinâmica do mercado ao longo dos anos”.

Bônus O valor mínimo dos bônus de assinatura (pagamento que a empresa faz quando assina o contrato de exploração, para ter direito de explorar determinado campo) dos contratos de concessão dos blocos previstos soma R$ 627 milhões. De acordo com uma estimativa da ANP, esse valor pode chegar a R$ 3,7 bilhões, o que representa um ágio de 500%. O programa exploratório mínimo dos 289 blocos soma cerca de R$ 3 bilhões, valor este que as empresas devem investir na exploração dos blocos. O bônus de assinatura e o programa exploratório mínimo são dois critérios de apuração das ofertas feitas pelas empresas no leilão. Cada um tem peso de 40% nas propostas. Os 20% restantes são relativos à proposta de conteúdo local.

Próximas rodadas A ANP deve realizar, ainda em 2013, uma rodada de licitação para

gás em terra, provavelmente nos dias 30 e 31 de outubro, segundo o ministro de Minas e Energia, Edson Lobão. Nesta rodada, acontecerá o primeiro leilão para exploração de gás e óleo não convencional (xisto) no Brasil. Mesmo longe de confirmar o tamanho das reservas para este tipo de gás, a agência reguladora reúne informações geológicas que sinalizam que o país pode vir a se tornar um importante produtor de gás de xisto. A expectativa da ANP é ofertar blocos em até quatro potenciais bacias sedimentares, localizadas em Maranhão e Piauí (Parnaíba), na Bahia (Recôncavo), no Paraná e em Mato Grosso do Sul (Paraná) e em Minas Gerais e na Bahia (São Francisco).

Pré-sal Com 15 poços distribuídos em oito campos (Jubarte, Lula, Caratinga, Barracuda, Marlim, Voador e Baleia Azul) que já produzem 242,7 Mbbl/d de petróleo e 7,9 MMm3/d de gás natural, totalizando 292,5 Mboed/d (dados de dezembro da ANP), o pré-sal possui, sem dúvidas, as áreas mais esperadas para os próximos leilões. A primeira licitação de áreas para exploração de petróleo abaixo da camada de sal está prevista para acontecer em novembro, já sob o regime de partilha (onde vence a licitação a empresa que ofertar a maior parcela de óleo para a União, sendo garantido por lei que a Petrobras participe da operação em todos os blocos) da produção. Ainda não há informações precisas sobre as áreas ou quantidade de campos que serão oferecidos ao mercado. “Os leilões são muito bem-vindos. De nada adianta políticas industriais e de conteúdo local se os fornecedores deste mercado não se sentirem confortáveis para investir e criar novas plantas industriais no Brasil. Temos muito a explorar no país. Não podemos ser o país do ‘de vez em quando’ ou ‘quando for politicamente conveniente’. Temos que ser o país do progresso sempre, desde que sustentável e com responsabilidade”, conclui Quintans.


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balanço petrobras

O lucro da estatal foi o menor dos últimos oito anos: R$ 21,1 bilhões, 36% a menos em relação ao de 2011. “Foi um ano muito difícil para a Petrobras e 2013 será mais difícil ainda, entretanto, totalmente exequível, pois estamos mais bem preparados”, afiançou a presidente da Petrobras, Graça Foster.

Petrobras tem queda no lucro em 2012 e prevê um 2013 difícil

por Maria Fernanda Romero

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Não existe para 2013 nenhum novo projeto. Neste ano não dá!

abastecimento ficou com 34%. Segundo a Petrobras, os investimentos foram direcionados para o aumento da capacidade produtiva e a modernização e ampliação do parque de refino. A companhia informou ainda que foi aprovado o Plano Anual de Negócios para 2013, no valor total de R$ 97,754 bilhões.

Perspectiva De acordo com Graça Foster, 2013 será um ano difícil para a Petrobras por conta da necessidade de paradas programadas de algumas plataformas para manutenção no primeiro semestre; do câmbio praticamente anulando o efeito dos reajustes de combustíveis de 2012; das previsões de mais baixas de poços secos em 2013; e da perspectiva de uma produção estagnada no ano, inclusive com a possibilidade de uma nova queda em 2013, após ter fechado 2012 com a primeira baixa na extração anual desde 2004. Foster ressaltou que os reajustes acumulados nos preços do

Fotos: Banco de Imagens TN Petróleo

justificava da queda foram os efeitos da depreciação cambial, a maior participação de derivados importados no volume de vendas e o aumento das despesas operacionais com maiores baixas de poços secos/subcomerciais. Também houve queda na geração do caixa operacional da empresa, medida pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado, que atingiu R$ 53,439 bilhões, 14% inferior na comparação com 2011. No quarto trimestre do ano passado, o lucro líquido da Petrobras somou R$ 7,7 bilhões, um aumento de 39% em relação ao trimestre anterior, especialmente por causa de ganhos financeiros e maiores benefícios fiscais. No quarto trimestre, o Ebitda ajustado somou R$ 11,9 bilhões, 17% inferior ao do terceiro trimestre de 2012. A estatal destacou como ponto positivo o fato de ter atingido, na área operacional, a meta de produção estabelecida para o ano, com 1,98 milhão de barris por dia de óleo e LGN (líquido de gás natural) no Brasil. A produção total de petróleo e gás natural da petroleira chegou a 2,598 milhões de barris de óleo equivalente por dia (petróleo e gás natural). A companhia teve recorde de processamento de petróleo nas refinarias entre 9 e 12 de agosto (2,1 milhões de barris por dia). No ano, a produção de derivados somou 1,99 milhão de barris por dia. As vendas no mercado interno atingiram 2,28 milhões de barris por dia. Os investimentos feitos no ano somaram R$ 84,13 bilhões, 51% destinados ao setor de exploração e produção. A área de

diesel, de 16,1%, e da gasolina, de 14,9%, nos últimos oito meses, não foram suficientes para eliminar a defasagem entre o preço no mercado internacional e o cobrado pela Petrobras em suas refinarias. “O crescimento da demanda por combustíveis superou o aumento da produção da Petrobras e isso acarretou maior importação de gasolina e diesel. A manutenção da defasagem é resultado sobretudo da desvalorização do real ante o dólar e um dos motivos para a redução do nosso lucro líquido em 2012”, destacou. A presidente confirmou que neste ano a empresa manterá a meta do ano passado de 2,022 milhões barris/dia, com uma margem de erro de 2% para cima ou para baixo. Segundo ela, o cenário é de convergência dos preços internacionais, e a Petrobras não tem como aumentar a produção de petróleo nesse momento, apenas no segundo semestre. “Se eu tivesse que dizer para os senhores, diria que vamos ficar TN Petróleo 88

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balanço petrobras

Foto: Agência Petrobras

Destaques de 2012 Resultado

• Lucro Operacional: R$ 32.397 milhões • Lucro Líquido: R$ 21.182 milhões

Exploração e Produção

• Melhora no planejamento com alcance da meta em 2012 (2.022 mbpd ± 2%): 1.980 mbpd • Início do FPSO Cidade de Anchieta (Baleia Azul) em setembro: produção de 78 mbpd em dezembro • Adiamento da entrada do FPSO Cidade de Itajaí (Baúna e Piracaba): fev/13 • Parcela da produção do Pré-sal (Petrobras): de 5% em 2011 (100,3 mbpd) para 6,9% em 2012 (136,4 mbpd) • Recorde diário de produção do Pré-sal: 213,9 mbpd em 27/dez (Petrobras) 245,6 mbpd em 31/dez (Petrobras com parceiros) • Recebimento de 15 sondas para águas profundas, totalizando 40 unidades • Reservas Provadas (Brasil e Exterior): 16,44 bilhões boe (critério SPE/ANP) • Índice de Reposição de Reservas (Brasil e Exterior): 103,3% • Reserva/Produção (Brasil e Exterior): 18,6 anos

Abastecimento

• Três aumentos de preço de diesel e dois de gasolina nos últimos oito meses: reajuste de 10,2% no diesel e 7,8% na gasolina em 2012 e novo aumento de 5,4% no diesel e 6,6% na gasolina em 30/jan/13 • Produção de derivados: 1.997 mbpd (+5% em relação a 2011) • Volume de venda de derivados no país: 2.285 mbpd (+7% em relação a 2011) • Recorde diário de processamento de óleo nas refinarias: 2.101 mbpd (de 09 a 12/ago)

Gás e Energia

• Demanda de gás natural: 74,5 milhões m³/d (89,4 milhões m³/d no 4T12) • Recorde diário de geração de energia: 5.883 MW em 26/nov (Petrobras) • Recorde diário de entrega de gás nacional: 49,6 milhões de m3/d em 11/out

Gestão

• PROEF: aumento da eficiência operacional na Bacia de Campos (UO-BC e UO-RIO) • PROCOP: meta de redução de custos de R$ 32 bilhões entre 2013 e 2016 • PRODESIN: reestruturação com foco nas negociações. Execução da 1ª transação (BS-4: Atlanta e Oliva) • Projetos de Investimento: 104,8% de realização das metas físicas previstas nas Curvas S de Desempenho

utilização máxima da capacidade logística através do Programa de Otimização de Infraestrutura Logística (Infralog). Além do piloto de Sapinhoá (FPSO Cidade de São Paulo) e do campo de Baúna (FPSO Cidade de Itajaí), seis novas plataformas de produção ainda entrarão em operação este ano: o piloto de Lula Nordeste (FPSO Cidade de Paraty), em maio, com capacidade de 120 milhões de bpd (mbpd); Papa-terra (P63), em julho, com capacidade de 140 mbpd; o módulo III de Roncador (P-55), em setembro, com capacidade de 180 mbpd; e Papa-terra (P-61), em dezembro, com utilização da capacidade de processamento de P-63.

Ações e dividendos com dois pontos negativos esse ano nesse ponto”, explicou. De acordo com a executiva, a convergência é fundamental para a previsibilidade do caixa da empresa, para que a partir de 2014 a Petrobras possa avaliar a possibilidade de entrada de novos projetos na carteira. Para este ano, ela enfatizou que a companhia não terá novos projetos e que os atuais enquadrados como “em avaliação” ainda estão com sua “economicidade” em análise. Graça Foster destacou que o esforço em 2013 será para cortar gastos, buscar a convergência dos preços do mercado nacional com o internacional e garantir a conclusão dos projetos em anda36

TN Petróleo 88

mento. “Trabalhamos com metas o mais próximo possível da realidade. Não existe para 2013 nenhum novo projeto. Neste ano não dá!”, alertou. E reforçou a importância da implementação do Programa de Otimização de Custos Operacionais (Procop), com obtenção dos primeiros resultados em 2013; da continuação dos trabalhos de recuperação da eficiência operacional através do Programa de Aumento da Eficiência Operacional da Bacia de Campos (Proef) – programa estruturante de apoio ao Plano de Negócios e Gestão 2012-2016 da Petrobras; da intensificação do Programa de Desinvestimento Prodesin; e da

Devido aos fracos resultados operacionais, a Petrobras decidiu fazer uma distribuição diferenciada de dividendos para suas classes de ações. Os dividendos para as ON (acionistas ordinários) será metade do anunciado para as PN (acionistas preferenciais). Segundo Almir Barbassa, diretor financeiro da estatal, se o pagamento de dividendos das ações ordinárias fosse igual ao das preferenciais, como ocorria em anos anteriores, o desembolso da estatal subiria em R$ 3,5 bilhões. “A decisão buscou preservar o caixa da companhia. Cortar investimentos para pagar mais dividendos traria perdas maiores para a empresa”, explicou.


Petrobras tem queda no lucro em 2012 e prevê um 2013 difícil Graça Foster comentou ainda que se a Petrobras colocar esses R$ 3 bilhões em uma plataforma, eles podem retornar ao acionista com um resultado muito maior do que o valor pago via dividendo. “Nossa prioridade é toda para a área de exploração e produção. Faremos o que pudermos para converter recursos em ativos”, destacou a presidente da Petrobras.

perdas maiores

Venda de ativos

para a empresa.

A Petrobras indicou que pretende efetivar a venda de ativos no Brasil e no exterior em abril, o que será feito através de um data-room (sala virtual com informações sobre seus ativos: reservas, produção esperada, qualidade do óleo, custos e outras). “Esperamos receber as propostas das empresas interessadas nos ativos em abril para analisar as melhores. A abertura do data-room é mais um instrumento para alavancar o plano”, assegurou. Blocos de exploração em diversas áreas no Brasil e no exterior, em regiões como o Golfo do México e África, estão nos planos de desinvestimentos para este ano. Graça Foster reconheceu que os R$ 14,8 bilhões do programa de desinvestimento programados para 2012 não foram conseguidos em sua totalidade. “Não vamos vender os ativos a qualquer preço”, ponderou. Sobre a refinaria de Pasadena (EUA), a presidente disse que a refinaria não vai ser vendida ao preço de hoje, pois há sobra de refino. Há um projeto para recuperar a capacidade da refinaria a níveis competitivos, de forma a valorizar o ativo e mantê-lo dentro do programa de desinvestimento da companhia.

Cortar investimentos para pagar mais dividendos traria

Dívida Foster informou que a dívida líquida da Petrobras, que em 2012 saltou 43% até R$ 147,817 bilhões, também se manterá elevada em 2013, uma vez que a companhia precisa manter suas captações para garantir os investimentos programados. Após ter realizado em 2012 investimentos recordes no valor de R$ 84,137 bilhões, a Petrobras deve elevar os investimentos em 2013 até R$ 97,7 bilhões. “Para isso teremos que captar este ano R$ 20 bilhões, quase o mesmo nível que no ano passado”, comentou. A necessidade de elevar as captações em momentos em que a companhia gera menos recursos excedentes pela queda de seus lucros, igualmente ameaça a classificação de risco dada pelas agências internacionais à empresa, admitiu a executiva. “Evidentemente, estamos atentos à percepção que as agências têm sobre a situação da Petrobras, mas acreditamos que poderemos manter a confiança”, disse, ressaltando que as agências de risco levarão em conta que com a entrada de seis novas plataformas a Petrobras terá assentado as ba-

ses para começar a elevar muito a sua produção. Ninguém pode pôr em dúvida que a Petrobras dobrará de tamanho em uma década. Em 2020 produziremos 4,2 milhões de barris de petróleo diários no Brasil frente aos 1,98 milhão do ano passado”, garantiu.

Capitalização Graça Foster descartou a possibilidade de uma nova capitalização na Petrobras para garantir maior liquidez de caixa em 2013 e capitalizar a companhia: “A prioridade é ampliar nossas receitas. É nossa obrigação gerar o maior fluxo de caixa possível e não precisar ir a mercado buscar captação”, garantiu. A executiva informou que a estatal tem plena capacidade de cumprir seu programa de perfuração de poços e possui sondas suficientes para realizar ou confirmar descobertas de óleo e gás. Atualmente, a Petrobras possui 40 sondas de perfuração, sendo 16 delas somente para atender as reservas do pré-sal. Já foram perfurados 38 poços offshore no pós-sal, 19 no pré-sal e 51 poços onshore. TN Petróleo 88

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TN Petróleo 88

Foto: Agência Petrobras

Foto: Agência Petrobras Foto: Elisabeth Nader

Foto: Divulgação Codesa

Foto: Agência Petrobras

Foto: Agência Petrobras

Foto: Agência Petrobras

Foto: Agência Petrobras

Foto: Divulgação CPVV

capital de energia


Espírito Santo:

o pioneiro do pré-sal por Karolyna Gomes

Com 56 anos de atividades exploratórias de hidrocarbonetos, o Espírito Santo mostra que ainda tem fôlego para continuar no ranking dos maiores produtores brasileiros por um bom tempo. E isso, tanto graças ao petróleo e gás do pós-sal, offshore e terrestre, como também ao pré-sal, descoberto na Bacia de Santos, mas que começou a jorrar, em escala comercial, na costa do estado capixaba, no campo de Jubarte, que integra o chamado Parque das Baleias, ao norte da referida bacia.

É

justamente o fato de somar parte da produção desta bacia à da bacia capixaba, que o estado se posiciona como o segundo maior produtor do país de óleo e gás, e, portanto, como uma das grandes capitais da energia do Brasil. Com reservas de 2,92 bilhões de barris de óleo equivalentes (boe), que representam 10% das reservas totais (de óleo e gás natural) do país, segundo o Anuário Estatístico Brasileiro do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis 2012, da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o Espírito Santo reflete a diversidade dessa indústria.

Seus campos petrolíferos, espalhados por terra e mar – em águas rasas, profundas e ultraprofundas de duas das mais importantes bacias brasileiras (porção norte da bacia de Campos e a totalidade da do Espírito Santo) –, geram grandes expectativas no setor. A Unidade Operacional Espírito Santo (UO-ES), que gerencia os ativos da Petrobras na região, tem a expectativa de alcançar uma produção diária de 500 mil barris

de petróleo até 2015. E não está longe desse marco: em dezembro de 2012, de acordo com os dados da ANP, o Espírito Santo produziu a média de 329,4 mil barris/ dia de óleo e 12,5 milhões de m3/d de gás natural, totalizando 408,5 mil boe/d. Confirmando a produtividade dos ativos capixabas, dos 20 campos maiores produtores de petróleo do país, de acordo com ranking da ANP de dezembro de 2012, cinco estão na costa do Espírito Santo: Jubarte, Baleia Azul (segundo lugar geral) e Cachalote, no Parque das Baleias, e Golfinho, todos operados pela Petrobras, e Ostra, no parque das Conchas, operado pela Shell. O mesmo número de campos está no ranking de gás natural: TN Petróleo 88

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capital de energia

Números do Estado Municípios: 78 Capital: Vitória Área total: 46 077,519 km² População: 3,5 milhões Alfabetizados: 92% Expectativa de vida: 74,3 anos IDH: 0,802 PIB (2011): R$ 86,2 bilhões Renda per capita (2011): R$ 24.280 Principais atividades: agricultura, pecuária, mineração e petróleo

Vitória

Peroá, Jubarte, Baleia Azul, Camarupim Norte e Canapu, todos da Petrobras. E na listagem dos 30 poços com maior produção, no mesmo mês, pelo menos oito estão em águas capixabas na produção de óleo e gás, sendo que um dos poços de Peroá (7PER2ESS - ANP) lidera o ranking de gás – e um poço de Baleia Azul (7BAZ4ESS - ANP) teve a segunda maior produção de óleo do país. Com forte vocação para o agronegócio, que responde por 40

TN Petróleo 88

30% do PIB, e posição de destaque na área de mineração e siderurgia, o estado capixaba é um dos que mais se desenvolve no país. A região, caracterizada por sua diversidade nos setores produtivos – já que agrega ao seu mercado a celulose, mineração e siderurgia, metalmecânico, granito e mármore, esportes, ciência, tecnologia e inovação, entre outros – registrou crescimento de 9,2% no PIB (Produto Interno

Bruto) em 2011, que somou R$ 86,2 bilhões, de acordo com a Secretaria Estadual de Desenvolvimento do Espírito Santo (Sedes). O índice é mais que o triplo do PIB nacional, que aumentou 2,7% no mesmo período. E a indústria petrolífera que vem atraindo cada vez mais empresas nacionais e internacionais para a região. Nas projeções da Sedes, esta cadeia produtiva terá cerca de R$ 35 bilhões de investimentos diretos da Petrobras para atividades de exploração e produção nos próximos cinco anos. Nas previsões do governo capixaba, a carteira de projetos no estado supera US$ 100 bilhões. Os grandes números desse estado do sudeste brasileiro não param aí. Concentrando um dos maiores complexos portuários da América Latina, o Espírito Santo responderia por algo em torno de 20% do superávit da balança comercial brasileira (dados do primeiro semestre de 2012, de acordo com levantamento do Instituto Jones dos Santos Neves). Os portos capixabas de Vitória, Tubarão, Praia Mole, Ubu / Samarco Mineração, Portocel, Terminal de Vila Velha, Terminal Norte Capixaba, Companhia Portuária de Vila Velha (CPVV) movimentam em torno de 52% do PIB estadual.

Oportunidades para fornecedores A proximidade com o oceano se consagra favorável aos investimentos, já que em um raio de 1.200 km a partir da capital, Vitória, encontram-se as gigantes reservas de óleo abaixo da camada de sal e que representam mais da metade do PIB do país. Não à toa, o chamado ‘portão norte para o pré-sal’ reúne uma série de novos projetos portuários que


Foto: Divulgação Shell

espírito santo: o pioneiro do pré-sal

buscam descentralizar investimentos, englobando serviços logísticos, reparos e até a construção de sondas e plataformas. “Certamente o setor de petróleo será uma das alavancas propulsoras do desenvolvimento capixaba, contribuindo significativamente para que o Espírito Santo continue crescendo acima da média nacional”, afirma a subsecretária de Desenvolvimento, Cristina Vellozo Santos. Responsável por impulsionar o crescimento local, a Secretaria

Unidades offshore na costa do Espírito Santo Nome

Tipo

Início da Operação

Localização (campo)

Lâmina d’água (m) 1.400

Capacidade de produção (bpd) 100.000

Capacidade de compressão de gás (m³/dia) 6 milhões

P-58

FPSO

2014

Cidade de Anchieta P-57 Cidade do Espírito Santo

FPSO

2012

Jubarte/ Cachalote/Baleia Franca/Baleia Anã/Baleia Azul Baleia Azul

1.400

100.00

6 milhões

FPSO FPSO

2011 2009

1.260 1.500/ 2.000

180.000 100.000

2 milhões 3,5 milhões

800

35.000

10.000

2007

Jubarte Abalone/ Argonauta/ Nautilus/Ostra Camarupim/ Camarupim Norte Golfinho/Canapu

Cidade de São Mateus Cidade de Vitória

FPSO

2009

FPSO

P-34 Juscelino Kubitschek Capixaba

FPSO

1.386

100.000

3,5 milhões

2008

Jubarte

1.350

60.000

600.000

Peroá

FPSO

2006

Baleia Franca

1.340

100.000

2,5 milhões

Fixa

2006

Peroá e Cangoá

67

PCA 2 e 3

8 milhões

Fixa

1987

Cação

19

2.000

250.000

coordena atualmente uma carteira com mais de 140 projetos industriais e de infraestrutura

portuária que resultam em cerca de R$ 100 bilhões de investimentos privados no estado.

www.georadar.com.br Torre do Rio Sul | Lauro Muller, 116/506 Rio de Janeiro | Brasil | Tel: (21) 3820-8800

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capital de energia

Produção da bacia do Espírito Santo

Bacia do Espírito Santo

330 mil bpd 12,5 milhões de m3 de gn Total

408,5*

mil boe/d Ilustração: TN Petróleo

*O resultado inclui a produção do norte da Bacia de Campos. Dezembro de 2012

E&P na Bacia do Espírito Santo Blocos OFFSHORE na fase de exploração: BM-ES-5, Rodada 3 Petrobras¹ (65%)/El Paso (35%); BM-ES-21, Rodada 6 Petrobras¹ (80%)/CVRD (10%)/Repsol (10%); BM-ES-22, Rodada 6 Petrobras¹ (100%); BM-ES-22A, Rodada 6 Petrobras¹ (75%)/CVRD (25%); BM-ES-23, Rodada 6 Petrobras¹ (65%)/Shell (20%)/Impex (15%); BM-ES-24, Rodada 6 Petrobras¹ (40%)/Anadarko (30%)/IBV Brasil Petróleo (30%); BM-ES-25, Rodada 6 Petrobras¹ (80%)/Anadarko (20%); BM-ES-26, Rodada 7 Petrobras¹ (100%); BM-ES-27, Rodada 7 Petrobras¹ (65%)/ Shell (17,5%)/CVRD (17,5%); BM-ES-30, Rodada 7 Repsol1 (100%); BM-ES-31, Rodada 7 Petrobras¹ (80%)/Petrogal Brasil (20%); BM-ES-32, Rodada 7 Petrobras¹ (60%)/Statoil Brasil (40%); BM-ES-37, Rodada 9 Perenco Brasil¹ (50%)/OGX (50%); BM-ES-38, Rodada 9 Perenco Brasil¹ (50%)/OGX (50%); BM-ES-39, Rodada 9 Perenco Brasil¹ (50%)/OGX (50%); BM-ES-40, Rodada 9 Perenco Brasil¹ (50%)/OGX (50%); BM-ES-41, Rodada 9 Perenco Brasil¹ (50%)/OGX (50%); BM-ES-42, Rodada 9 ONGC Campos¹ (100%).

Blocos ONSHORE na fase de exploração: BT-ES-33, Rodada 7 Vipetro¹ (100%); BT-ES-37, Rodada 9 Sonangol Starfish¹ (50%)/Petrobras (50%); BT-ES-38, Rodada 9 Vipetro¹ (100%); BT-ES-41, Rodada 9 Cowan Petróleo e Gás¹ (90%)/Lábrea (10%).

Campos Onshore na etapa de produção: Barra do Ipiranga; Biguá; Cacimbas; Campo Grande; Cancã; Córrego Cedro Norte; Córrego das Pedras; Córrego Dourado; Crejoá2 Central; Fazenda Alegre; Fazenda Cedro; Fazenda Cedro Norte; Fazenda Queimadas; Fazenda Santa Luzia; Fazenda São Jorge; Fazenda São Rafael; Guriri; Inhambu; Jacutinga; Lagoa Bonita; Lagoa Parda; Lagoa Parda Norte; Lagoa Parda Sul; Lagoa Piabanha; Lagoa Suruaca; Mariricu; Mariricu Norte; Mariricu Oeste; Mosquito; Nativo Oeste; Rio Barra Seca; Rio Doce3; Rio Ibiribas3; Rio Itaúnas; Rio Itaúnas Leste; Rio Mariricu; Rio Preto; Rio Preto Oeste; Rio Preto Sul; Rio São Mateus; Rio São Mateus Oeste; Saira; São Mateus; São Mateus Leste; Seriema; Tabuiaiá (Petrobras1 100%), Rio Ipiranga2 (Cheim)

Campos Offshore na etapa de produção: Cação; Camarupim; Camarupim Norte Petrobras1(65%)/El Paso (35%); Canapu; Cangoá; Golfinho; Peroá

Bacia de Campos - Porção Capixaba Campos Offshore na etapa de produção: Parque das Baleias (100% Petrobras); Baleia Franca; FPSO Capixaba; Cachalote/Jubarte; P-57, P-58, P-34; Baleia Azul; FPSO Cidade de Anchieta; Parque das Ostras; Shell Brasil¹ (50%)/Petrobras (35%)/ONGC Campos (15%); Abalone, Argonauta, Ostra; FPSO Espírito Santo

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TN Petróleo 88

Fonte: ANP, 31/12/2011


espírito santo: o pioneiro do pré-sal

Itaoca garante total apoio offshore No município de Itapemirim, sul do estado, a Itaoca Offshore está instalando um terminal composto por uma área de 600.000 m², que atenderá o mercado de exploração e produção de petróleo e gás nas bacias de Campos e Espírito Santo. Com investimentos iniciais de R$ 450 milhões, o terminal terá um cais de 230 m e 11 berços de atracação. Sua acessibilidade se dará pelas rodovias ES-060 (Rodovia do Sol) e por uma ligação direta com a BR-101. A área de embarque offshore terá 40 mil m², com uma profundidade natural de 9,5 m. Atualmente, o empreendimento está em processo de licenciamento, aguardando a aprovação dos órgãos responsáveis e o agendamento da audiência pública. “São áreas em que, reconhecidamente, há carência de infraestrutura para suportar o crescimento da atividade após a descoberta do pré-sal. Nosso terminal, por ser focado e dedicado apenas ao segmento de petróleo e gás, não irá apenas suprir essa demanda, mas contribuir para o desenvolvimento econômico de toda a região”, explica Álvaro de Oliveira, diretor de Operações da Itaoca Offshore. De acordo com o executivo, com o terminal a Itaoca quer agregar às empresas do setor serviços integrados que reúnam, em uma única estrutura e local, todo o suporte ao setor de exploração offshore de petróleo e gás, com ganhos logísticos e de custos operacionais.

Em operação plena, o terminal marítimo deverá gerar cerca de 450 empregos diretos e mil indiretos. Durante a construção, a previsão é de abertura de mil postos de trabalho. Em janeiro deste ano, a Itaoca formalizou parceria estratégica com a operadora dinamarquesa de terminais offshore Danbor A/S, do grupo A.P. Møller-Maersk, para o planejamento e operação do terminal. O empreendimento será mais um a abrir oportunidades para que empreendedores e fornecedores regionais desenvolvam ou ampliem seus negócios. Base logística – O município também receberá uma Base Logística Offshore, investimento do grupo norte-americano Edson Chouest, que deverá custar cerca de R$ 380 milhões. A expectativa é que sejam gerados 1.200 postos de trabalho na operação. A base de apoio logístico às plataformas petrolíferas será construída na Praia de Gamboa, no distrito de Itaipava. Terá seis berços cobertos para operação em todas as condições de tempo e um sétimo destinado a operações de reparos navais. Os berços descobertos visam atender às operações offshore de abastecimento e sistemas de ancoragem, limpeza de tanques e atracações de balsas. Dentre os serviços prestados, o empreendimento americano fornecerá às plataformas materiais como combustíveis, água potável e industrial, cimento, bentonita, barita e outros granéis, lama de perfuração, fluidos de completação (conjunto de operações destinadas a equipar o poço para produzir água e hidrocarbonetos, ou para injetar fluidos).

Ilustração: Divulgação Itaoca Offshore

A oportunidade não poderia ser melhor para estimular a cadeia de fornecedores de produtos e serviços já existentes. “Estamos nos equipando para atender a indústria do petróleo. Teremos desde a construção de grandes equipamentos, até a operação de bases de apoio às atividades de exploração e produção”, esclarece a subsecretária. O setor de metal mecânica do estado é uma das forças já estabelecidas. Desenvolveu-se como fornecedor de grandes plantas como a Fíbria, Vale, Arcellor Mittal e Samarco, adquirindo competência em manutenção, e hoje poderá ser aproveitada nos novos negócios. “As empresas que começaram do zero em um processo de desenvolvimento de fornecedores, articulado por essas grandes empresas, agora também serão beneficiadas com contratos firmados com esse crescente mercado”, celebra o superintendente da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip) / ES, Evandro Milet. Ele destaca os serviços de manutenção de equipamentos, apoio às plataformas e serviços tecnológicos como os que incrementarão o mercado local. “Temos realizado rodadas de negócios, além de participarmos do Prominp (Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural) regional que também tem contribuído para o desenvolvimento de novos fornecedores de equipamentos e para a formação de mão de obra, trazendo eventos e palestras com informações relevantes do setor”, conclui.

TN Petróleo 88

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capital de energia

Polo naval capixaba:

expansão acelerada

Para fortalecer a retomada da indústria naval no Brasil, o estado se prepara para ter seu primeiro polo naval, que além de fabricar unidades offshore, prestará serviços de reparo.

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TN Petróleo 88

Ilustrações: Divulgação Estaleiro Jurong

A

empreitada encontra, no próprio cenário capixaba, inspiração para gerar tecnologia com alto índice de conteúdo local. Foi em águas capixabas que, em 2010, quando a Petrobras completava 57 anos, o mercado acompanhou o início da operação daquela que inaugurou uma nova geração de plataformas concebidas e montadas a partir do conceito de engenharia que valoriza a simplificação de projetos e a padronização de equipamentos: a P-57. Do tipo FPSO (unidade flutuante de produção, armazenamento e transferência de petróleo), a plataforma com 68% de conteúdo nacional integrou a segunda fase do desenvolvimento do campo de Jubarte – que em 2008 inaugurou a produção do primeiro poço do pré-sal – na porção capixaba da Bacia de Campos, a 80 km da costa do Espírito Santo. Esse modelo tornou-se referência para as demais plataformas da Petrobras, incluindo as que vão operar no pré-sal da Bacia de Santos. O gigante de 312 m de comprimento, 105 m de altura e 56 m de largura, capaz de processar diariamente até 180 mil barris de petróleo e dois milhões de m3 de gás, foi concluído no esta-


leiro BrasFels, em Angra dos Reis (RJ), e trouxe consigo uma tecnologia inédita de coleta de dados sísmicos em 4D, instalada permanentemente no leito marinho. O sistema permite maior agilidade na obtenção de dados sísmicos, além de melhorar a qualidade de interpretação do reservatório e, consequentemente, otimizar a produção.

Sonda capixaba Pioneirismo de igual grandeza será executado pelo Estaleiro Jurong Aracruz (EJA). Investimento do grupo Jurong, de Cingapura, o empreendimento irá liderar a nova empreitada industrial do estado. Localizado em Barra do Sahy, no norte capixaba, o estaleiro construirá o primeiro navio-sonda brasileiro. O EJA marca um segundo momento no desenvolvimento do município, já que a industrialização local ocorreu há cerca de 40 anos, com a construção da fábrica de celulose da Aracruz (hoje Fibria) e a implantação do Portocel, terminal especializado no embarque de celulose. O contrato, formalizado com a Sete Brasil (empresa contratada pela Petrobras para o fornecimento de sondas de perfuração de poços de petróleo) no dia 6 de agosto de 2012, prevê a construção de sete unidades capacitadas para perfurar poços submarinos. Cada um deles será equipado com o estado da arte em facilidades de perfuração, com um deque amplo e uma large moon pool (abertura no centro de uma plataforma destinada à manobra de equipamentos pesados que são arriados no mar, como por exemplo o BOP [blow-out preventer]), assim como DP-3 (Dynamic Position Class 3). O primeiro navio-

-sonda construído no país terá capacidade de operar a 10.000 m de profundidade, perfurando até 40,000 m de profundidade, com acomodações para uma tripulação de 180 pessoas. “Os sete navios-sonda vão ser construídos com base no design do Jurong Espadon, que representa a próxima geração de alta especificação desse tipo de navio, com capacidade avançada e eficiência operacional em águas ultraprofundas em todo mundo”, afirma a diretora Institucional do EJA, Luciana Sandri. Com prazo de entrega entre 2015 e 2019, as sondas serão arrendadas pela Petrobras e operadas pela Odfjell e Seadrill no prazo de 15 anos. Mesmo construídos no Espírito Santo, os navios não serão 100% brasileiros, já que muitas de suas peças ainda não são fabricadas no país. A primeira sonda terá 55% de conteúdo local. As demais terão participação maior, 65% segundo a administração do EJA. “Temos US$ 6,3 bilhões para as encomendas dos sete navios-sonda além de construção de oito módulos e integração de FPSOs, a P-68 e P-71”, afirma Luciana Sandri. Já em fase de terraplenagem e construção das obras do quebra-mar, o estaleiro, que receberá investimentos de R$ 1 bilhão, estará operacional a partir do final deste ano, e sua conclusão está prevista para o fim de 2014. “Também estamos finalizando a contratação para cais e píer. O empreendimento contará com oficinas, armazéns, escritórios, cantina e vestiário”, garante a executiva.

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capital de energia

Atualmente, o estaleiro possui 60 funcionários diretos. A administração prevê que o empreendimento gere cerca de seis mil empregos quando estiver em operação. “São funções qualificadas, como engenheiros de diferentes áreas, que terão remuneração média de R$ 3 mil”,explica a executiva da EJA. A empresa também estimula a capacitação da mão de obra local, e já tem parceria concretizada com o Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes). “Criamos um plano de transferência de tecnologia no qual 19 alunos do curso de mecânica do Ifes começaram, em janeiro, um intercâmbio de um ano em Cingapura. A Jurong vai qualificar na região do Sudeste Asiáti-

Foto: Divulgação Estaleiro Jurong

Transferência tecnológica

co, estudantes e professores do instituto para a indústria naval. Também já promovemos cursos de qualificação profissional para 680 trabalhadores. São 25 cursos, com 330 vagas na primeira etapa e 350 vagas na segunda. Além disso, estamos desenvolvendo programas de apoio a projetos da área de influência do empreendimento”, esclarece a diretora institucional do EJA.

Para divulgar as oportunidades de negócios e fornecimento de produtos e serviços pelas empresas locais, o EJA realizou em dezembro de 2012 o 1º Seminário de Fornecedores do Estaleiro Jurong Aracruz, que reuniu 373 empresários além de autoridades regionais. O evento também apresentou condicionantes ambientais do projeto, ações sociais desenvolvidas, e o passo a passo para que as empresas locais tenham oportunidade de fornecer serviços. O estaleiro deverá atrair para o seu entorno mais de 50 empresas, entre fornecedores de insumos e serviços. Elas atuarão no segmento de tubulação de aço, lançamento de cabos, andaime, pintura, componentes eletrônicos, entre outros.

A primeira Usina Termelétrica (UTE) a gás natural do Espírito Santo, a UTE Linhares, que teve suas operações iniciadas em 1º de janeiro de 2011, com capacidade de produção total de 204 MW, é a maior usina a gás natural já construída e operada pela Wärtsilä na América Latina. Os geradores acionados por 24 motores a combustão interna turbocomprimidos de quatro tempos e ignição por centelha, movidos exclusivamente a gás natural, foram planejados para receber alimentação pelo gasoduto Cacimbas-Vitória. O empreendimento, de € 94 milhões, fez parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e as obras duraram 17 meses. A implantação da usina foi importante para diminuir a dependência de importação de energia do estado. Isso porque apenas 20% da demanda energética capixaba eram supridos por fontes de geração locais. Os 80% restantes eram provenientes de estados como Rio de Janeiro e Minas Gerais. A escolha do gás natural como combustível deveu-se à disponibilida46

TN Petróleo 88

Foto: Divulgação Wärtsilä

Wärtsilä opera primeira UTE a gás natural do ES

de das reservas do Espírito Santo e à própria tecnologia de geração oferecida pela Wärtsilä, que exige pequeno consumo de água e apresenta baixo nível de emissões. “O estado se destaca como um dos focos de novos negócios da Wärtsilä no Brasil por sua posição estratégica e proximidade aos grandes centros de consumo de energia, além da logística do gás natural e produção de óleo”, afirma Jorge Alcaide,

diretor da divisão de Power Plants da Wärtsilä. Segundo Alcaide, hoje a usina já está fornecendo energia de becape para complementar o sistema hidrelétrico em momentos de nível baixo dos reservatórios e dando suporte para a geração de energia elétrica em momentos de manutenção do sistema principal (baseado em energia renovável – hidreletricidade ou eólica). Além da UTE Linhares, a Wärtsilä também possui no Espírito Santo a usina termelétrica de Viana (UTE Viana), com capacidade de 176 MW – não movida a gás natural.


espírito santo: o pioneiro do pré-sal

Cadeia fornecedora experiente É

o caso da Tereme Engenharia, que fornece serviços de manutenção, engenharia, montagem e reparos eletromecânicos há mais de 20 anos para a Petrobras. “Atualmente, investimos em tecnologia e instrumentos de teste de última geração. Possuímos uma equipe técnica altamente especializada, procedimentos normativos, e materiais de qualidade assegurada, que garantem excelência à prestação de serviços”, diz o diretor comercial da Tereme, Rusdelon Rodrigues de Paula. “A experiência de fornecer serviços de manutenção e diagnósticos de equipamentos elétricos nas plataformas da Petrobras tem sido uma grande oportunidade”, completa. Localizada em uma área estratégica no centro industrial de Vitória, a empresa dispõe de equipamentos e instalações modernas e eficientes, distribuídas em 2.100 m² de área construída, compondo a mais bem estruturada unidade para reparo e manutenção de equipamentos eletromecânicos do Espírito Santo.

Foto: Divulgação Tereme

Com uma cadeia de fornecedores diversificada, experiente e que investe cada vez mais em qualificação, o estado se esforça para estruturar a economia de suas regiões, e vê no desenvolvimento das empresas locais a alavanca propulsora para seu crescimento.

Em 2012, a empresa recebeu a recertificação pela manutenção do Sistema de Gestão da Qualidade em Fornecimento (SGQF) Prodfor (Programa Integrado de Desenvolvimento e Qualificação de Fornecedores). No mesmo ano, ganhou o 1º lugar na categoria Pequenos Contratos (Serviços), durante a segunda edição do Prêmio Petrobras Melhores Fornecedores de Bens e Serviços do UO-ES. A importante premiação reconhece os parceiros da empresa por apresentar os melhores níveis de segurança e qualidade técnica, logística e empresarial. O setor de óleo e gás representa cerca de 18% do fatura-

mento da Tereme, que busca novas oportunidades de negócios em geral. “Estamos presentes nas principais feiras do setor para conhecer novas tecnologias e processos. Considero estes eventos ferramenta importante, já que o governo busca aproximar os grandes compradores, que são os investidores e detentores de tecnologia, dos fornecedores locais. Isto cria um ambiente favorável”, frisa o diretor comercial.

Produção local crescente Também veterana, a Prysmian é pioneira no fornecimento de Umbilicais (sistemas compostos por cabos elétricos, mangueiras TN Petróleo 88

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capital de energia hidráulicas de alta pressão e, em alguns casos, cabos ópticos que interligam as plataformas à cabeça dos poços localizados no fundo do mar). Desde 1981 a empresa fornece umbilicais para a Petrobras, acompanhando as demandas para grandes profundidades. “No início os equipamentos eram para profundidades de 300 m, hoje é comum fornecermos cabos para profundidades de 2.000 m. A Petrobras usou nossos cabos quando bateu o recorde mundial de exploração de petróleo offshore, atingindo 1.027 m de profun-

didade no campo de Marlim 4”, afirma o diretor de Planejamento e Marketing da Prysmian, Jorge Minas Hanmal: “Desde que a Petrobras iniciou suas operações, a Prysmian – denominação atual da Pirelli Cabos – vem fornecendo Cabos Standard e Especiais para as Refinarias e projetos específicos, contribuindo decisivamente para o desenvolvimento do setor e para o importante processo de

nacionalização e substituição das importações.” A empresa, que também fabrica cabos de energia para baixa, média e alta pressão, cabos para a indústria naval, cabos para bombas submersas de petróleo, tubos flexíveis de produção de petróleo, possui uma fábrica localizada em área estratégica: no canal portuário de Vitória, no Espírito Santo, em frente à base de operações logísticas da Petrobras. “O faturamento do setor representa cerca de 15% do total da empresa no Brasil. Nos

Instigando a expertise de empresas do mercado de sondas de perfuração marítima, e também das que querem conquistar seu espaço entre as fornecedoras, foi realizado em Vitória, no dia 27 de fevereiro, o evento Plataforma Tecnológica (Platec). Na ocasião, técnicos e especialistas acompanharam a apresentação de cenários e de características da construção e operação de sondas de perfuração marítima, além de seus principais módulos e componentes, que constituem a demanda existente que desafia a nacionalização de equipamentos e serviços. Com o tema ‘Geração de energia, acessórios de casco/convés, superestrutura e acomodações’, o evento aconteceu no Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e de Material Elétrico do Estado do Espírito Santo (Sindifer). Parceria entre Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), a iniciativa ‘destrinchou’ a cadeia produtiva de petroleiros e FPSOs e descobriu que há cerca de mil itens que podem ser fabricados no Brasil. Esta edição contou com o apoio do Estaleiro Jurong Aracruz (EJA). “A partir desse evento, alguns projetos são montados em parceria, 48

TN Petróleo 88

Foto: Stock.xcng

Platec busca identificar fornecedores no Espírito Santo

sob a supervisão da Onip, para o desenvolvimento de equipamentos que não são fabricados hoje no país. Com o apoio de universidades e centros tecnológicos também presentes, desenvolve-se tecnologia e contribui-se para o cumprimento das cláusulas de conteúdo local exigidos por lei nas contratações do setor”, afirmou à TN Petróleo o superintendente da Onip no Espírito Santo, Evandro Milet. Apoiando esta cadeia, o estado conta com o Programa de Incentivo ao Investimento no Espírito Santo (Invest-ES), que visa contribuir para a expansão, modernização e diversi-

ficação dos setores produtivos locais, estimulando a realização de investimentos, a renovação tecnológica e o aumento da competitividade. Outro importante instrumento a favor das empresas é o Contrato de Competitividade, que concede benefícios fiscais em troca de investimentos em ações que resultem em desenvolvimento socioeconômico sustentável. “Certamente essa cadeia é beneficiada pelo conjunto de contratos, capitaneado pelo que atende ao segmento metalmecânico, que é grande fornecedor das empresas na área petrolífera. Os Contratos de Competitividade são instrumentos adotados pelo governo do estado para a concessão de incentivos fiscais a setores produtivos locais. São 21 setores beneficiados que, em dezembro de 2012, contemplavam 1.013 empresas inseridas, gerando em torno de 40 mil empregos”, afirma Cristina Vellozo Santos, subsecretária de Desenvolvimento. A instalação de ‘empreendimentos-âncora’ atrai empresas fornecedoras e amplia as possibilidades de negócios de todos os tipos e tamanhos. “Eles diversificam e fortalecem a base econômica do estado, mudando a dinâmica das localidades e dando novas oportunidades a todas as regiões e para todos os capixabas”, afirma.


últimos três anos o mercado tem se mantido estável – diretamente ligado à produção de petróleo no país. Com o Plano de Negócios da Petrobras e a exploração de petróleo na camada de pré-sal, estamos prevendo um crescimento de cerca de 5,8% nos próximos anos”, diz Hanmal. A Prysmian recentemente adquiriu o controle acionário da empresa holandesa Draka e é destacadamente o maior produtor mundial de Cabos Energia e de Telecomunicações. Está presente em 50 países, conta com 98 fábricas, 2 mil dependentes e possui 22 Centros de Pesquisa e Desenvolvimento ao redor do mundo.

Investimento em P&D Gigante no gerenciamento de projetos, engenharia e construção para a indústria de energia, a Technip se instalou em Vitória

Foto: Divulgação Prysmian

espírito santo: o pioneiro do pré-sal

há 26 anos. Sua fábrica de tubos flexíveis, a Flexibras, já produziu mais de 3.800 km de tubos para a Petrobras. Localizada na Ilha do Príncipe, a fábrica tem capacida-

de de produzir 380 km de dutos flexíveis ao ano e emprega cerca de 1.600 pessoas. É responsável pela produção e fornecimento de tubos, um-

Micro e pequenas empresas: principais empregadoras A última década foi marcada pelo aumento da formalização dos empregos no segmento das microempresas brasileiras: se em 2001, 43,5% dos empregados possuíam carteira assinada; em 2009, essa proporção passou para 50,9%. Ao longo do período, o setor de comércio apresentou a maior taxa de formalização do segmento, fechando 2009 com 56,9% dos empregados com carteira assinada. Entre os destaques estão: a taxa de formalização nos serviços (55,1%) e na indústria (50,6%). De 2000 a 2011, as Micro e Pequenas Empresas (MPEs) foram responsáveis pelo crescimento de 85,2% da empregabilidade capixaba, totalizando 162,6 mil empregos formais. Os dados são da quinta edição do Anuário do Trabalho da Micro e Pequena Empresa – 2000-2011, elaborado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

No período analisado, a remuneração real – descontada a inflação – dos trabalhadores cresceu 36,5%. O número supera o nacional, que registrou crescimento de 18% nos salários pagos pelas MPEs, o dobro do aumento verificado nos salários pagos pelas médias e grandes empresas, que foi de 8,7%. A remuneração média real dos empregados formais cresceu 2,9% ao ano, passando de R$ 800 em 2000, para R$ 1.092 em 2011. Essa elevação coincidiu com o crescimento da renda média real de todos os trabalhadores capixabas, já que quase a totalidade dos empregos formais do estado está nos pequenos negócios. Segundo a pesquisa, que de acordo com o Sebrae tem base em diferentes fontes de informação, em 2011 as MPEs capixabas foram responsáveis por 99% dos estabelecimentos (mais de 14 mil voltados para a indústria e mais de 38 mil para o setor de serviços), por 58,5% dos empregos privados não agrícolas formais no estado e por mais de 45% da mas-

sa de salários. Entre 2000 e 2011, de cada R$ 100 pagos aos trabalhadores no setor privado não agrícola, cerca de R$ 46, em média, foram pagos por micro e pequenas empresas. É possível afirmar que os pequenos negócios no Brasil consolidam-se como os principais empregadores da economia formal: são 15,6 milhões de postos de trabalho, o que significa que 52% da mão de obra empregada no país estão nos pequenos empreendimentos. O crescimento foi de 81% no período analisado. No Espírito Santo foi observado um crescimento no nível de escolaridade entre os empreendedores. Em 2001, 49% dos empregadores declararam ter concluído ao menos o ensino médio completo, enquanto que em 2011 esse número passou para 56,3%. O dado positivo contou com a contribuição do Sebrae, que contabilizou, em 2012, 36 mil atendimentos às micro e pequenas empresas, o dobro de em relação ao ano de 2011 – que registrou 18 mil atendimentos. TN Petróleo 88

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bilicais, ISU® (Umbilicais de Serviço Integrado), aplicações estáticas (linhas flexíveis) e dinâmicas (risers), e também estruturas Draps (Drilling, Refining and Onshore Applications). Os tubos flexíveis podem ser fabricados para até 3.000 m de profundidade com pressão de trabalho de até 15.000 psi, com diâmetros variando de 2” a 14”. “Atuamos globalmente em três principais segmentos: subsea, offshore e onshore. O peso do mercado de óleo e gás representa 90% de nosso faturamento. Temos desde estações de instalação de oleodutos até uma frota com embarcações em constante evolução, estrategicamente posicionada nos principais mercados

Foto: Technip

capital de energia

do mundo”, afirma o diretor de Recursos Humanos da Technip no Brasil, Nelson Prochet.

Agenda capixaba Em março, a capital Vitória

Tal agenda será composta de

sediará importante evento em

seis grupos estratégicos de ações:

benefício dos pequenos negócios.

Compras Governamentais, Desone-

Trata-se de uma oficina de trabalho

ração e Desburocratização, Investi-

que dá continuidade às atividades

mento e Financiamento, Comércio

da Agenda Nacional de Desenvolvi-

Exterior, Tecnologia e Inovação e

mento e Competitividade das MPE

Informação e Capacitação, além de

(2013-2022). Entre os participantes

uma proposta de alteração da Lei

estarão representantes de sindica-

Complementar n. 123/06.

tos, entidades públicas e privadas. A agenda é uma iniciativa do Mi-

Esse processo será desenvolvido pelo MDIC em parceria com a

nistério do Desenvolvimento, Indús-

Universidade Federal de Brasília,

tria e Comércio Exterior (MDIC), em

através da realização de reuniões de

parceria com o Sebrae-ES e Aderes.

sensibilização e oficinas de trabalho,

O evento pretende formular e propor

assim como acontecerá em Vitória.

uma política nacional de apoio às

A capital do Espírito Santo

MPEs, com o objetivo de promover

foi escolhida, na região Sudeste,

ajustes no atual ecossistema de

para sediar os trabalhos. O Fórum

negócios brasileiros, gerando condi-

Capixaba das MPEs (Focampe)

ções mais isonômicas de competiti-

foi solicitado para ser parceiro do

vidade para as pequenas empresas,

Governo Federal na realização des-

cuja sustentabilidade traz inúmeros

sas atividades com apoio logístico,

benefícios à sociedade brasileira.

operacional e de mobilização.

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TN Petróleo 88

Com a finalidade de agregar conteúdo local ao desenvolvimento do pré-sal, a Technip inaugurou em março de 2012 um Centro de Pesquisa e Desenvolvimento, no município de Viana, próximo a Vitória. No local, trabalham cerca de 60 profissionais, entre engenheiros e técnicos, que atuam na criação do design, elaboração de procedimentos e testes, além da qualificação dos produtos, linhas e acessórios para águas ultraprofundas e ambiente extremamente agressivo. No Centro Tecnológico Flexibras (CTF) são executados ensaios mecânicos do tipo estático e dinâmico (análise de fadiga do material) para amostras em pequena escala ou para amostras em escala real. Também são feitos variados testes hidrostáticos, como testes de colapso e de explosão, de desgaste de material polimérico, entre outros. Além disso, o empreendimento conta com uma equipe especializada para preparar amostras para teste, desde a montagem de conectores até a instrumentação para monitoramento de variáveis de controle e de teste em tempo real. “O Brasil está entre os mais promissores países para o desenvolvimento de projetos na área de óleo e gás em todo o mundo”, afirma o executivo. “Particularmente na exploração de petróleo em alto-mar, o Brasil é com certeza um dos três principais focos mundiais de investimentos nos próximos anos. Com isso, estamos executando um grande plano de investimentos, incluindo nosso centro tecnológico, uma


Foto: União Engenharia

nova fábrica de tubos flexíveis para o pré-sal em Açu (RJ), além de novas embarcações de lançamento destes tubos em águas ultraprofundas”, conclui Prochet.

Engenharia da terra No mercado desde 1977, a União Engenharia fornece bens e serviços para o setor offshore e de óleo e gás há 18 anos. A empresa, que tem entre seus principais clientes a Petrobras, possui uma unidade fabril em Vila Velha e outra em Sooretama (litoral norte do estado). Entre os produtos fornecidos estão tanques, dutos, equipamentos submarinos (plem, plet, sleeper, estacas de sucção e torpedo), estruturas metálicas, serviços de construção e montagem eletromecânica. O setor de óleo e gás tem hoje participação de 50% no faturamento da companhia, que prevê crescimento a partir de 2014. “O mercado ficou estável nos últimos dois anos. Observamos possibilidades de crescimento, de 10% ao ano, a partir de 2014”, afirma o vice-presidente da empresa, Wagner Alves da Rocha.

Com uma carteira de produção que também atende outras operadoras, a União Engenharia mantém parceria com empresas nacionais e internacionais. “O escopo está voltado para a fabricação de equipamentos submarinos, offshore e EPC”, conclui o executivo. Apostando, ainda, nas descobertas dos denominados Parque dos Doces e Parque dos Deuses Indianos, próximas ao campo de Golfinho – que ainda estão em fase de avaliação –, e no desenvolvimento da Fase 3 do Parque das Conchas, no litoral sul do estado – em processo de aprovação e que receberá cerca de R$ 4 bilhões da Shell –, a indústria capixaba aproveita as boas marés do setor e mostra competência para planejar seu crescimento, distribuindo geograficamente os serviços que atenderão o mercado de óleo e gás não só do estado, mas do país. TN Petróleo 88

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capital de energia

Parceria entre empresas e universidades

estimula inovação

Apoiado pelas instituições de ensino federais, o setor de óleo e gás intensifica parcerias que dão suporte para o crescimento de sua cadeia de serviços, abrindo oportunidades para Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), formação de mão de obra especializada, transferência de tecnologia, além de potencializar a capacidade empreendedora de pequenas e médias empresas locais através de parcerias internacionais.

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TN Petróleo 88

Fotos: Divulgação IFES

T

endo como principais parceiros a Petrobras, BR Distribuidora, Jurong Aracruz e empresas fornecedoras, o Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) conta com diversos projetos nas áreas de energia, especificamente óleo e gás, e naval e offshore. Atualmente a instituição desenvolve a implantação do Instituto de Energia do estado, tendo como principal parceiro o governo estadual, por meio da Agência de Serviços Públicos e Energia do Estado do Espírito Santo (Aspe). “Dois centros de competência já estão definidos: a Aspe vai desenvolver o centro de energias renováveis e a BR Distribuidora o centro de modernização voltado para as tecnologias de gás canalizado”, diz o pró-reitor de Extensão e Produção do Ifes, Tadeu Pissinati. “Além da área de 20 mil m2 do Ifes / Campus Serra, contamos com um aporte inicial de investimentos de

R$ 20 milhões.” Ele acrescenta que outras empresas estão sendo convidadas a integrar o projeto. Além de incrementar seu portfólio com ações destinadas à geração de energia termossolar, de tecnologias de biodigestores, de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH), de biodiesel de pinhão manso e de óleos residuários, o Ifes tem ajudado

a garantir o plano de sucesso do desenvolvimento dos projetos naval e offshore. “Estamos implementando um Programa Educacional Conjunto (PEC) em parceria com o Estaleiro Jurong Aracruz e o Ngee Ann Polytechnic (NP), de Cingapura”, afirma Pissinati. “Suas ações fundamentais são ofertar cursos de es-


espírito santo: o pioneiro do pré-sal pecialização em Tecnologia Naval e Oceânica a egressos selecionados do Curso Técnico em Mecânica do Ifes / Campus Aracruz, São Mateus e Vitória, oferecido no NP, com estágio no Jurong Shipyard, de Cingapura, e o Programa de Formação de Formadores, com a ida anual de três professores do instituto para participar de formação especializada também no NP.” O PEC está previsto para ser executado ao longo de cinco anos, prevendo-se formar cerca de cem técnicos especializados e 15 professores formados, o que incrementará a mão de obra local, além de acrescentar novos cursos ao instituto. “Também somos parceiros da Onip na realização e participação nos Workshops de Plataformas Tecnológicas [Platec]. Participamos especialmente da Platec de Sondas de Perfuração. Nossa intenção é estabelecer parcerias tecnológicas com empresas fornecedoras de estaleiros, com vistas a contribuir no desenvolvimento de conteúdo nacional”. Para Pissinati, essas parcerias são fundamentalmente destinadas às atividades de P&D com empresas incubadas e pequenas e médias empresas regionais. “A Zaruc, por exemplo, uma de nossas incubadas, desenvolveu um Transmissor Automático de Dados (TAD), inicialmente voltado para a medição de energia elétrica, atendendo o mercado de concessionárias. Recentemente, essa empresa iniciou uma adaptação para a medição de gás canalizado, o TAD-G. Já podemos vislumbrar a medição de água para concessionárias de saneamento (TAD-A)”, diz. Em outros projetos, o Ifes desenvolve, também, bomba de fundo, haste de bombeio, centralizador de tubos, trocador de calor, sistema de ar-condicionado central e sistemas de instalações de exploração e produção. As parcerias internacionais alcançam ainda Estados Unidos e

o pró-reitor. “Estamos em busca de parcerias em projetos tecnológicos com o Instituto Sintef do Brasil e com o Marintek, centros tecnológicos de origem norueguesa. Também apoiamos empresas star up internacionais na incubadora, com vistas a abrigar joint ventures com empresas brasileiras, sendo que a única exigência é que haja um acordo de P&D na parceria”, conclui. Pissinati explica que é importante que cada campus do Ifes seja de fato um instituto especializado, contribuindo com o desenvolvimento regional e da indústria brasileira.

Competência em pesquisas

Noruega. “Na área de óleo e gás, estamos desenvolvendo uma parceria como Houston Community College, de Houston-Texas-USA, e com o Norwegian Centers of Expertise (NCE), da Noruega, na área de tecnologia submarina (Subsea). Na área naval e offshore, temos parceria com o Ngee Ann Polytechnic, de Cingapura”, afirma

Com um Centro de Competências em Óleos Pesados (Copes) e o Núcleo de Competências em Química do Petróleo (NCQP), a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) cria modelos inéditos de parcerias, que envolvem essencialmente projetos de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) e serviços tecnológicos. “Atualmente, a área de química do petróleo é a que desenvolve o maior número de projetos. Temos pesquisas relacionadas ao desenvolvimento de novas metodologias de caracterização de petróleos, processamento primário, escoamento, produtos químicos, refino, materiais, petroleômica (capacidade de predizer as propriedades do petróleo baseado na elucidação química de todos os constituintes no petróleo bruto), ambiental, dentre outras. Além de serviços tecnológicos, como destilação de petróleos para obtenção de curvas PEV (dado de caracterização do petróleo)”, afirma o professor associado do departamento de Química da Ufes, Eustaquio de Castro. SeTN Petróleo 88

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Foto: Divulgação UFES

capital de energia

gundo ele, a universidade possui o único laboratório fora do ambiente ANP/Petrobras a realizar este tipo de serviço. O número de projetos que estão ou estiveram sobre a gerência do Copes passa de 50, dos quais alguns com interesses da Unidade de Negócios do Espírito Santo e outros para atender demandas mais gerais, direcionadas pelo Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes), pela ANP e outras concessionárias. A universidade também tem em sua carteira parcerias de serviços tecnológicos com empresas como BP, Schlumberger, Partex, SGS e UTC.“Outras áreas como as de Engenharia Mecânica, Oceanografia, Física e Geologia também vêm ga-

nhando destaque com projetos de grande magnitude e importância para o setor. Há também aqueles que envolvem conhecimentos na área das Ciências Jurídicas e Econômicas, Biologia, Engenharia Elétrica, entre outras”, completa o professor. O mais recente empreendimento foi inaugurado em março de 2012. O NCQP, centro de pesquisa ligado ao LabPetro-Ufes, fruto da parceria entre a univer-

Polo Gás-químico

sidade, Petrobras e ANP, recebeu investimentos de R$ 20 milhões, e permitirá o desenvolvimento de pesquisas do mais alto nível no setor de química do petróleo e também de outras áreas de química e demais ciências. “A iniciativa fortaleceu o curso de mestrado em Química e vem criando ambiente para doutorado, já que vários trabalhos científicos e dissertações foram publicados. E em 2012, o LabPetro, fruto das pesquisas desenvolvidas, recebeu três prêmios Petrobras Inventor devido a três patentes depositadas pela Ufes e a Petrobras”, diz Castro. Hoje está sendo construído o Núcleo de Escoamento e Medição de Óleo e Gás (Nemog), projeto do departamento de Engenharia Mecânica que envolve, além da construção e montagem de laboratórios, projetos de P&D na área de medição de óleo e gás. “Todos os projetos desenvolvidos na universidade, em parceria com empresas públicas ou privadas, contam com a participação de professores, técnicos administrativos e principalmente alunos de graduação e pós-graduação”, explica o professor. Contatos com empresas e centros de pesquisas internacionais estão em andamento, esclarece ele. “Mais recentemente, com o apoio do governo do estado, através da Sedes, a Ufes vem discutindo futuras parcerias com o centro de pesquisa norueguês Sintef, a Dorf Ketal e Baker”, conclui.

Vislumbrando o aumento do seu mercado de gás e da capacidade de geração de energia elétrica, agregando a criação de novos empregos e a descentralização das atividades econômicas, o Espírito Santo em 2018 iniciará a operação do Polo Gás-químico de Linhares. O complexo poderá produzir até 763 mil toneladas de ureia e 790 mil toneladas de metanol por ano, matérias-primas para a fabricação de fertilizantes e insumos para a indústria, com índice de importação em torno de 70%, além de 200 mil toneladas de ácido acético, 25 mil toneladas de ácido fórmico e 30 mil toneladas de melamina. E favorecerá o aprimoramento de cinco usinas a gás que poderão utilizar o excedente para a geração de energia elétrica. 54

TN Petróleo 88


O ENCONTRO DO SETOR NAVAL GRANDES NEGÓCIOS | NETWORKING | MELHORES PRÁTICAS

A Navalshore – Marintec South America, o maior e mais importante evento da indústria naval e offshore da América Latina, oferece oportunidades para que sua empresa gere negócios com um público altamente qualificado. O evento conta com a participação dos mais importantes estaleiros, empresas de navegação e EPCs do Brasil! Para a 10ª edição, a Navalshore apresentará a 2ª série de Workshops Técnicos e a 2ª edição da Conferência WorkBoat South America.

DESTAQUES DA NAVALSHORE 2012 86% dos estaleiros do Brasil vindos de 10 estados diferentes; 40 empresas de navegação; 82% dos visitantes fazem parte do processo decisório de compras de produtos e serviços; 77% visitaram a feira com objetivo de conhecer novos produtos e serviços; 36% visitaram a feira em busca de novos fornecedores; 94% dos visitantes pretendem retornar na próxima edição da feira.

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Fotos: Banco de Imagens TN Petróleo

ibp

por Beatriz Cardoso

O IBP quer mais

Em atividade há mais de 65 anos, o Instituto Brasileiro do Petróleo, Gás e Biocombustível (IBP) entra em nova fase, sob a secretaria executiva de Milton Costa Filho – ele aposta na força da comunicação para a entidade fazer frente aos novos tempos. “O Brasil está no radar da indústria mundial de petróleo”, afirma o novo secretário executivo do Instituto Brasileiro do Petróleo, Gás e Biocombustível (IBP), Milton Costa Filho, que traz na bagagem 35 anos de uma diversificada experiência profissional no Brasil e no exterior, sempre na Petrobras. “Foi a empresa de toda uma vida”, brinca o engenheiro químico, que entrou em 1976 para o curso da Petrobras, passando a integrar os quadros da petroleira no ano seguinte. Formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na qual se especializou ainda em Engenharia de Processamento de Petróleo (1977) e Engenharia Econômica e Administração Industrial (1978), ele acredita que a experiência acumulada na petroleira vai ser importante na condução desta nova fase da entidade setorial, a mais antiga do país nesse setor.

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Principalmente pela diversidade de cargos que ocupou nas áreas de negócios internacionais, engenharia, comunicação e marketing da estatal, assim como nas subsidiárias Petrobras Distribuidora, Interbrás (trading) e Braspetro (E&P)... reflexo de uma formação também diversificada: Máster em Engenharia de Produção (PUC-Rio), com MBA em Marketing (1995), pelo instituto de pós-graduação e pesquisa em Administração da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppead-UFRJ). Sem falar nos cursos de educação para executivos, entre eles o General Management Program/ Harvard (2007) e Challenge for Leadership (2011), pelo Insead (sigla do Institut Européen d’Administration des Affaires), feitos nos últimos sete anos consecutivos que viveu no exterior, no comando da Petrobras México. Em fevereiro do ano passado, retornou ao Brasil logo após a posse de Maria das Graças Foster, integran-

do uma das gerências executivas da área internacional, comandada pela presidente da estatal. Esta, aliaá, ‘deu a bênção’ a Milton Costa Filho para se aposentar e assumir o cargo no IBP, a convite do dirigente da entidade, João Carlos de Luca. “Eu já tinha um relacionamento próximo com o IBP, por conta sobretudo da World Petroleum Conference (WPC)”, observa Milton, que durante quase dois anos trabalhou na organização desse evento, realizado pela primeira vez no Brasil em 2002 (juntamente com a Rio Oil & Gas, promovida pelo IBP). “Tínhamos uma estrutura própria, mas estávamos nas instalações do IBP. E foi uma experiência muito boa”, afiança o executivo, que integra o comitê de organização do programa técnico da WPC, a qual se realizará na Rússia no próximo ano. “Foram escolhidas 14 pessoas de diferentes países, dois deles do Brasil”, destaca Costa Filho, revelando que o Brasil


vai sediar a próxima reunião do comitê técnico, em abril. Na era da comunicação – Este é mais um dos compromissos da atribulada agenda do secretário executivo do IBP, que prevê “anos bem interessantes, de grandes desafios” para a entidade, que sempre teve forte papel na área de treinamento e qualificação. “Todo mundo na indústria de óleo e gas passou por aqui. Estamos fazendo um diagnóstico para avaliar o que podemos melhorar ainda mais neste aspecto”, observa. “Mas temos outros desafios, entre os quais tornar visível, para todos os setores da sociedade, como funciona essa indústria, que está crescendo de modo assustador. Basta ver a participação dela no PIB e o nível de investimentos neste setor, em especial da Petrobras”, salienta o executivo. “Mas o conhecimento sobre essa indústria não vem se dando no mesmo ritmo.” Segundo ele, há desconhecimento não apenas por parte da sociedade civil, mas também de setores da própria cadeia produtiva. “Não se pode olhar o setor de óleo e gás apenas como um cifrão e sim como uma oportunidade de desenvolvimento sustentável. E para isso é necessário que todos conheçam melhor essa indústria, como funciona, o que vem depois da licitação de um bloco, o impacto socioeconômico dessa atividade etc.”, frisa Costa Filho. Por isso, uma de suas metas é fazer um trabalho de comunicação mais forte nos próximos anos. “A comunicação do IBP deve ser cada vez melhor. É uma obrigação nossa, uma contrapartida que temos de dar para a sociedade.” Principalmente em questões que têm relação direta com a própria indústria, como é o caso do conteúdo local. “O IBP sempre esteve presente nessa discussão: somos membros do Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp) desde a criação do mesmo”, lembra. Ele acredita que há um consenso em torno da importância do conteúdo local para impul-

Temos que nos ajustar à nova realidade, ser mais dinâmicos. A sociedade, a indústria, os sócioS do IBP requerem isso, precisam de respostas mais rápidAs.

sionar a indústria, uma vez que para qualquer operador é muito melhor ter uma cadeia produtiva forte no país em que se opera, com a mesma qualidade e excelência do mercado internacional. “Esse é o nosso sonho de consumo”, assegura. Mas a realidade é diferente. “A capacidade da nossa indústria está sendo colocada em teste vis-à-vis a demanda de bens e serviços das petroleiras, em decorrência dos investimentos no setor. Basta ver o Capex da Petrobras e de outras companhias: são vultosos e refletem uma enorme demanda. O que vai provocar um impacto muito grande na nossa cadeia de suprimento e, em consequência, causar problemas para as operadoras”, pondera Milton Costa Filho. Pontuando que essas regras precisam ser revistas, ele defende a necessidade de todos trabalharem para ajudar a encontrar um modelo mais adequado, que possibilite à indústria brasileira atender a demanda interna e também exportar para outros mercados. “Precisamos buscar um modelo, que leve em consideração as características da nossa indústria, definir as prioridades e os nichos mais importantes e buscar a excelência em serviços e no desenvolvimento de soluções com alta tecnologia”, afirma o secretário executivo do IBP. “Um projeto sustentável, de longo prazo. Daí sim, teremos chances de criar valor par ao país neste setor.”

Ferramentas tecnológicas – É justamente para atuar de forma mais eficaz e abrangente nas diversas frentes, que o comando do IBP está promovendo uma nova reestruturação, visando fortalecer, entre outras, a parte de Exploração e Produção (E&P). “Aumentamos a infraestrutura para estarmos preparados para tratar de todos os temas que vão impactar a área de E&P”, afiança Costa Filho, sem revelar os números desta expansão. Hoje o IBP tem cerca de 42 comissões, subcomissões e comissões ad hoc, nas quais participam, em caráter voluntário, em torno de mil profissionais do setor. Milton Costa Filho quer mais e mais, em todos os sentidos. Não somente em mais filiados, tanto de empresas e entidades de classe como também de universidades, estudantes, jovens profissionais, enfim, mais pessoas pensando o mercado. “O IBP tem que mudar também, para acompanhar o novo cenário. A gestão anterior criou um IBP grande, com muita diversidade e atividade. Agora, temos que nos adaptar a uma realidade mais complexa, aprimorar a comunicação, aproveitar melhor tudo o que a tecnologia oferece”, afirma. “Temos que nos ajustar à nova realidade, ser mais dinâmicos. A sociedade, a indústria, os sócios do IBP requerem isso, precisam de respostas mais rápidas.” Para Milton Costa Filho, as novas rodadas de licitações, a consolidação dos marcos regulatórios, incluindo a questão do conteúdo nacional, os investimentos no setor são oportunidades a serem contempladas. “Não podemos ‘perder o barco’, inclusive atraindo para cá importantes eventos internacionais, como o congresso mundial de petróleo, de energia, de gás, que vão refletir justamente a posição do país no cenário internacional, pois o Brasil está definitivamente no radar da indústria mundial. E o IBP vai atuar nesse sentido, como entidade reconhecida internacionalmente, que tem legitimidade e credibilidade no setor”, exultou. TN Petróleo 88

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eventos

LNG 17

Evento vai reunir indústria mundial de GNL

Foto: Agência Petrobras

A cidade de Houston (Texas), nos Estados Unidos, receberá nos dias 16 a 19 de abril, a 17ª Conferência e Exposição Internacional de Gás Natural Liquefeito (LNG 17). O encontro é considerado o maior e mais significativo evento de nível mundial dedicado ao gás natural liquefeito (GNL).

O

LNG 17 pretende ser um marco estratégico, técnico e comercial para os líderes, especialistas e profissionais do setor. Espera-se um recorde de participação de cerca de cinco mil profissionais da indústria de 80 países e mais de 300 expositores em um espaço de 15.000 m². “Este será o maior evento da indústria de gás do mundo em 2013 e irá dar ênfase ao papel e o impacto crescente que o gás natural liquefeito (GNL) desempenha em um futuro com restrição de carbono”, disse Jay Copan, diretor executivo do LNG 17 e assessor sênior da American Gas Association. Promovido pela American Gas Association (AGA), o LNG 17 ainda conta com a organização da International Gas Union (IGU), o Gas Technology Institute (GTI) e o International Institute of Refrigeration (IIR). O evento intensificou seu programa técnico e tratará este ano também das questões estratégicas e regulamentares do setor. O evento terá um novo fórum estratégico global e seis sessões especiais que irão abordar as 58

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tendências, desafios e oportunidades mais significativas para a indústria atual e futura da GNL no mundo. Já foram confirmadas a participação de grandes nomes do setor, das principais regiões produtoras de gás, são esses: Antoni Llardén, presidente do Enagás; José Alcides Santoro Martins, diretor de gás e energia da Petrobras; Wang Dongjin, vice-presidente da China National Petroleum Corporation (CNPC); Tom Walters, presidente da ExxonMobil; e Joseph C. Geagea, vice-presidente corporativo e presidente da Chevron; Hamad Rashid Al Mohannadi, diretor da RasGas. Além disso, o autor de renome mundial, vencedor do prêmio Pulitzer Prize, Daniel Yergin, irá fornecer uma análise e previsão atualizada das tendências na indústria de gás, com ênfase no papel que o GNL irá desempenhar. Robert Lesnick, diretor do programa de óleo e gás do Banco Mundial, irá abordar as oportunidades do GNL para estimular o desenvolvimento econômico, indicando como os países em vias de desenvolvimento de todo o mundo encaram crescer

em um ambiente com baixos níveis de carbono. O executivo também abordará o papel das políticas governamentais e do desenvolvimento industrial com base no gás natural e os impactos positivos dele no desenvolvimento local. O mercado norte-americano de GNL será uma sessão de destaque no evento deste ano, e irá abranger as implicações das exportações de GNL norte-americano na dinâmica global, com três palestrantes que apresentam a visão e experiência de diferentes setores do mercado de GNL norte-americano. “O gás natural está ajudando a estimular a recuperação econômica em muitos países do mundo e esta conferência irá fornecer infor mações valiosas sobre os mercados com potencial de crescimento, como o setor dos transportes, bem como uma compreensão da procura global de gás natural,” disse L ar r y Borgard, presidente e chefe operacional do escritório de utilitários do Integrys Energy Group e presidente da AGA.


Latin Upstream

Rio receberá em maio o Latin Upstream A 19ª conferência Latin Upstream, que será realizada no Rio de Janeiro entre os dias 15 a 17 de maio, dará destaque às oportunidades mais significativas para empresas do continente latino-americano, intervenientes estatais de petróleo, governos e investidores, líderes da indústria, autônomos, empresas de serviço/fornecimento, financistas e negociadores. Foto: Banco de Imagens TN Petróleo

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conferência é a principal da América Latina e é o evento internacional de exploração de petróleo e gás para fazer negócios e acordos estabelecido há mais tempo, com a presença anual de 250 participantes corporativos e de nível sênior. A conferência enfocará o cenário e estratégias latino-americanas de petróleo, gás e energia e avaliará a fundo uma variedade de perspectivas de curto e longo prazo de exploração, desenvolvimento, investimento e estratégia do momento. A reunião também mostrará como empresas públicas e privadas de petróleo e gás e os governos remodelarão a América Latina no jogo mundial de produção. Apesar das iniciativas nacionalistas de recursos na Argentina, Bolívia, Equador e Venezuela, a América Latina possui várias oportunidades de área de exploração, novos projetos de petróleo/gás e GNL, além de enormes desenvolvimentos de gás em bacias terrestres e em alto-mar propensas a gás e um crescente fluxo de negociações anuncio_op_1.pdf 1 11/01/2013 17:35:40 corporativas. Novas regiões ofe-

recem maiores oportunidades de petróleo e gás. Durante a conferência, os principais palestrantes irão discorrer sobre os empreendimentos latinos de gás e GNL, áreas de exploração desenvolvidas, potencial de petróleo pesado e águas profundas, novas jogadas e oportunidades e gigantes como a Venezuela, Brasil e México. A Petra Energia revelará os planos de energia da China na América Latina. Empresas de petróleo estatais como a Petrobras e Statoil avaliarão suas

estratégias brasileiras, a TGP proporcionará atualizações sobre a infraestrutura de gasoduto do Peru e a PetroCaribbean dará uma nova visão sobre a exploração e desenvolvimento da bacia de Putumayo na Colômbia. Antes da 19ª Latin Upstream, a 9ª Latin Petroleum Strategy Briefing (Reunião Latina de Estratégia de Petróleo), que acontecerá no dia 15 de maio, com apresentações do Dr. Duncan Clarke, oferecerá conhecimentos e um exame profundo das estratégias competitivas de produção de petróleo.

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eventos

Ishikawajima quer reforçar sua presença no Brasil

por Maria Fernanda Romero

De olho no Brasil, a japonesa IHI Corporation, conhecida como Ishikawajima, informou que quer fortalecer sua presença no país. Por cerca três décadas, a Ishikawajima foi um dos grandes nomes da construção de navios de grande porte no Brasil. Em 1959, a empresa fundou, no bairro do Caju, zona portuária do Rio, um estaleiro de grande porte, o Ishibrás, mas em 1994, após 35 anos construindo diversos navios, tomou a decisão de se retirar. De volta ao Brasil, desde 2011, a empresa abriu um escritório comercial no Centro do Rio, para estudar oportunidades de negócios em setores como petróleo, siderurgia, transportes e indústria naval. Com base em Tóquio, a IHI Corporation atua com sistemas industriais e diversas máquinas, operações de infraestrutura social e marítima, operações de energia, recursos naturais e meio ambiente; e operações aéreas e aeroespaciais. “Começamos com a construção naval, em seguida, empregando as altas tecnologias em engenharia mecânica para desenvolver e fabricar máquinas e aparelhos para uso terrestre e, posteriormente, estendendo nossas operações também para a indústria aeroespacial”, comentou Keisuke Tanaka, vice-presidente da IHI. Segundo Yoshio Kohama, gerente de projetos offshore e operações de estruturas metálicas da IHI, uma oportunidade interessante de fornecimento ao Brasil seria o SPB Tank, tanque de combus60

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Foto: Antônio Batalha

Empresa japonesa quer intensificar a retomada de suas atividades no Brasil através do fornecimento de tecnologias inovadoras, com destaque para o tanque marítimo de Gás Natural Liquefeito (GNL), SPB Tank, e o gaseificador Tigar, para sistema de cogeração de biomassa.

tível de gás mais adequado para FLNG (planta de GNL flutuante). “O SPB é um tanque marítimo de gás natural liquefeito (GNL) que pode contribuir para produção e estocagem de GNL em alto-mar, pois é capaz de navegar por longos períodos no mar ”, explica. Outra tecnologia aplicável ao país é o gaseificador Twin da IHI (Tigar), para sistema de cogeração de biomassa. O Tigar é um sistema de energia renovável por regaseificação que utiliza combustível do motor a gás convertido a partir de biomassa. “Este sistema executa uma gaseificação por vapor e obtém gás combustível com um valor calorífico mais alto que a gaseificação na presença de ar ou oxigênio. Como resultado, é possível uma combustão estável e a geração de potência através de um motor gás”, assegura Toshiyuki Suda, gerente do departamento de Pesquisa e Desenvolvimento da IHI. De acordo com o executivo, a empresa aproveitou o conhecimento

que adquiriu no desenvolvimento da gaseificação a partir do carvão. Caldeiras, turbinas a gás, motor a diesel, motor a gás, sistemas de geração de energia, sistemas de cogeração, equipamentos para usina nuclear e indústria química, são alguns dos produtos que a IHI também oferece. Atualmente, a companhia está trabalhando no desenvolvimento de tecnologia de soldagem inovadora para aço de alta resistência, sem aquecimento pré e pós-solda; no desenvolvimento de sistema de recuperação de recurso em alga, tecnologia de aplicação de biomassa como forma de restringir o efeito estufa, dentre outros. Em 2011, a companhia desenvolveu as unidades de geração de energia eólica offshore e concluiu o maior terminal de recepção de GNL nos Estados Unidos e em 2012, criou a IHI E&C International Corporation pela compra da divisão de EPC terrestre da Kvaerner Americas.


Bunge: fábrica de biodiesel no Brasil A Bunge Brasil inaugurou no início de março sua primeira fábrica para a produção de biodiesel no Brasil, em Nova Mutum/MT. Com investimentos da ordem de R$ 60 milhões, a nova unidade produzirá aproximadamente 150 mil m3 de biodiesel por ano e atenderá a demanda crescente

Com foco no crescimento e na Excelência Operacional, a Bunge Brasil optou pelo início da atuação no setor de biodiesel. “Mundialmente, a empresa já atua na produção de biodiesel na Argentina e nos Estados Unidos, bem como na Europa, por meio de parcerias, e agora ingressamos no mercado nacional”, explica Pedro Parente, presidente e CEO da Bunge Brasil. Segundo o executivo, essa decisão está atrelada aos avanços na regulamentação do setor no Brasil, que ocorreram nos últimos três anos, com normas mais claras que permitem a expansão do mercado. “Com essa ação, damos um importante passo estratégico, porque passamos a atuar em um setor complementar aos nossos negócios, ampliando nossa participação na Cadeia da Soja, onde atuamos na exportação do grão, farelo e óleo, no esmagamento de soja, bem como no refino de óleo e na produção de margarina, maionese e gorduras vegetais”, afirma. O novo empreendimento conta com a parceria da Agricultura Familiar, uma vez que parte da soja utilizada na produção do biodiesel virá desses produtores. Atualmen-

Foto: Divulgação Bunge

por esse combustível, sobretudo nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Norte do Brasil.

te, a empresa adquire cerca de 150 mil toneladas de oleaginosas de cerca de dez mil agricultores familiares, por meio de 15 cooperativas agrícolas, localizadas nas regiões Sul e Centro-Oeste do país. Por essa razão, recentemente, a Bunge Brasil conquistou o Selo Combustível Social, que é concedido sob rígidas normas de regulamentação do Governo Federal. Para o Governo, esse Selo faz parte de um conjunto de medidas específicas para estimular a inclusão social na agricultura junto com o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB). Para a Bunge, ele é o passaporte para a participação competitiva da empresa nos leilões de biodiesel.

Com tecnologia de ponta e totalmente automatizada, a nova fábrica conta com o que há de mais moderno no setor. Em decorrência desse alto nível tecnológico, ela será operada por 20 funcionários altamente especializados, além de envolver indiretamente o trabalho de mais 60 pessoas, sem considerar os empregos gerados no campo. A unidade foi construída seguindo os padrões de sustentabilidade da Bunge e todo o efluente líquido gerado é recuperado e tratado internamente. A unidade de Nova Mutum já possui uma área de 70 hectares destinada à reserva ambiental, a exemplo de outras áreas similares que a empresa mantém em Santa Catarina e São Paulo. TN Petróleo 88

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perfil profissional

Uma jurista apaixonada pela indústria de óleo e gás

A carioca Marilda Rosado, um dos grandes nomes do direito petrolífero brasileiro, iniciou sua trajetória profissional com uma dupla formação: cursou Direito e Letras ao mesmo tempo. Por conta de oportunidades surgidas para estudar no exterior (Alemanha e depois Estados Unidos), Marilda adiou sua formatura em Direito por dois anos, ainda que nesse final de curso tenha descoberto uma grande paixão, o Direito Internacional – nas aulas do professor Jacob Dolinger, a quem chama de “um dos maiores internacionalistas do Brasil”. por Maria Fernanda Romero

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Fotos: Banco de Imagens TN Petróleo

Fotos: Divulgação

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eu primeiro trabalho foi na área de comércio exterior, no Instituto Brasileiro do Café (IBC), em 1976, no qual teve contato com os contratos de exportação e os acordos internacionais desta importante commodity. O interesse pela área do comércio internacional quase a levou a postular uma vaga na Interbrás, subsidiária de comercialização externa da Petrobras. Foi quando a petroleira, com apoio do seu serviço jurídico, fez um processo seletivo de advogados bilíngues, para assessoramento à Superintendência de Contratos de Exploração (Supex), responsável pelos contratos de risco. Começou aí o processo de integração entre as aspirações internacionalistas de Marilda e o mundo do petróleo. Segundo ela, “uma paixão que já dura cerca de 35 anos”. De acordo com a advogada, o marco inicial de sua carreira foi na Petrobras, de 1977 a 1999, período no qual atuou em áreas muito interessantes, especialmente como chefe da assessoria Jurídica da Petrobras Internacional / Braspetro, de 1984 a 1991. “Ela é até hoje uma referência em minha carreira, embora tão distante nos anos – afinal, lá se vão mais de duas décadas! Vivi então a inigualável experiência de internacionalização da Petrobras, que ampliou sua presença na África, Oriente Médio e América Latina para países como os EUA, a Noruega e o Reino Unido”, informa. Tratava-se, segundo ela, de uma prova de maturidade da valorosa subsidiária, e suas metas eram o atendimento com uma equipe jovem, dinâmica e poliglota, à atuação da equipe da sede e das gerências locais em jurisdições tão distintas. “Uma de minhas medalhas invisíveis foi ajudar a alavancar as oportunidades para que as primeiras advogadas do sistema Petrobras participassem de missões ao exterior, inclusive para países africanos e árabes”, esclarece. Ela lembra ainda de duas experiências marcantes na indústria do petróleo: na iniciativa privada, como diretora de assuntos jurídicos e


consultora da Repsol YPF Brasil; e na esfera da regulação na Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), primeiro como consultora e depois como superintendente de Promoção de licitações. Na Repsol, a executiva atuou durante a presidência do ex-diretor da Petrobras, João Carlos de Luca. “Meu desafio era implantar um setor jurídico ágil na empresa, polivalente o suficiente para atender aos diversos segmentos da indústria. Além do upstream, eram atribuições do Jurídico assessorar a área do gás, a do downstream em geral, novos negócios e a área corporativa. Considerei a minha missão cumprida com uma incrível equipe ali formada”, relembra. E na ANP, continua Marilda, a oportunidade de trabalhar na superintendência de promoção de licitações, com o contrato de concessão, representou uma oportunidade única. Sua principal conquista foi ter colaborado nos estudos e lançamento da Sétima Rodada de Licitações, que introduziu uma parte especial devotada às acumulações marginais, com a denominada Rodadinha, e depois com a Oitava Rodada. “Conhecer os talentos dos recém-concursados da ANP, contar com valiosos profissionais em formação e com estudantes do PRH-33 (Programa de Formação de Recursos Humanos da ANP, realizado em convênio com a Faculdade de Direito da Uerj), atuar sob a batuta de diretores e colegas respeitáveis e profissionais, dotados de grande espírito público, foi também gratificante”, ressaltou. Nos últimos anos, Marilda voltou a atuar como advogada, como sócia do escritório

Onde nasceu? Rio de Janeiro Quantos anos tem? Quase 62 Qual seu hobby? Ioga, canto, leitura, escrever poesias, caminhar no Jardim Botânico, fazer passeios no Brasil (do sertão ao mar), alternadas com viagens ao exterior. Música preferida? Gracias a la Vida, de Violeta Parra, cantada por Mercedes Sosa, e quase todas do Milton Nascimento e Chico Buarque. Livro preferido? Autobiografia de um iogue, por Iogananda. Qual lugar apontaria como ‘bom para descansar’? Minha casa em Teresópolis ou as praias do Rio Grande do Norte (RN), especialmente Muriú ou São Miguel do Gostoso e da costa leste do Ceará. Filme preferido? O primeiro que me ocorre, dentre tantos, é o argentino El hijo de la novia.

Dória, Jacobina, Rosado e Gondinho Advogados, de 2007 até este ano. “Ali criei uma ativa área de petróleo e gás, atuando em integração com os sócios responsáveis pelas demais áreas. Foi uma excelente experiência, e tomei novamente gosto pela advocacia privada”, conta. E voltar à advocacia depois do período da ANP “foi maravilhoso”.

Novo projeto – Paralelamente ao escritório, Marilda Rosado imprimiu uma mudança em sua carreira, passando a atuar de forma mais independente, com a criação de uma nova sociedade de advogados, mais centrada na área de energia: o Centro de Excelência e Desenvolvimento de Petróleo, Energia e Mineração (Cedpem), criado em fevereiro deste ano. “Além de minha equipe do escritório anterior, convidei outros jovens advogados egressos do mestrado da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj). Com o tempo, estaremos abertos a eventuais mais adesões. Na nova configuração, ampliei meu espectro de parcerias e poderei estabelecer melhor articulação da prática jurídica com os fronts acadêmicos e institucionais, tanto no nível nacional, como no internacional”, indica, entusiasmada. Marilda comenta que o Cedpem é um sonho amadurecido após quase um ano de sua concepção inicial. Para a decolagem inicial, ela vai contar com dois sócios: Paulo Buarque, professor de Geofísica da Universidade Federal Fluminense (UFF), ex- secretário da Associação Brasileira dos Produtores Independentes (Abpip) e colaborador da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip); e Kátia Frazão, psicóloga e doutora em Letras, com larga atuação em Angola, cujo trabalho na Pós-graduação em Direito do Petróleo na Universidade Agostinho Neto a partir de 2007 permitiu o estreitamento da convivência entre elas. Dentre as metas do Cedpem está a promoção de estudos e projetos, em sinergia com centros de pesquisa universitáTN Petróleo 88

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perfil profissional

ria, nacionais e internacionais, empresas, professores e pesquisadores seniores e juniores como colaboradores. Seu foco inicial é a indústria do petróleo e gás no Brasil e, para tanto, já conta com os primeiros estudos encomendados e o engajamento de jovens pesquisadores. No entanto, em uma etapa mais à frente o escopo institucional poderá incluir conexões e parcerias mais amplas através de trabalhos específicos, ampliando sua abrangência para projetos e esforços interdisciplinares e internacionais abrangendo outros países e temas correlatos. De acordo com a advogada, a primeira missão do centro foi um estudo envolvendo a legislação de três países.

Law and Business (WELB), a ser publicada no semestre seguinte, e no qual estou coordenando uma obra internacional com autores nacionais e estrangeiros sobre Direito dos Investimentos”, indica.

Publicações – Marilda tem diversos livros e trabalhos publicados. Atualmente, está fase de desenvolvimento e finalização ainda para 2013 da terceira edição do livro Direito do petróleo, com edições há tempos esgotadas; uma obra coletiva sobre o Rio de Janeiro e o petróleo, em parceira com os professores Clarissa Brandão (UFF) e Marcos Vinicius Torres (UFRJ), ambos egressos do PRH33 da Uerj. Outra obra esperando realização é o terceiro volume da Revista Brasileira de Direito do petróleo. Gás e energia (RBDP), da Faculdade de Direito da Uerj (Cedpetro /Uerj), agora com novo corpo editorial de mestrandos e doutorandos da Universidade. “Já estão nos meus planos e em processo de conclusão também contribuições para obras coletivas na língua inglesa, como o Panorama of Brazilian Law, revista eletrônica cujo primeiro número está previsto para este semestre; e a nova fase do Journal of World Energy

Magistério – O magistério foi um processo longo, uma vocação como professora iniciada no início do curso de Letras, quando teve a oportunidade de dar aulas no curso pré-vestibular da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Como concursada no Município, Marilda foi professora de inglês do ensino médio durante dois anos, enquanto concluía o curso de Direito. Rosado é professora de Direito da Uerj, desde 1998, onde começou a lecionar no turno da noite quando ainda estava na Petrobras. Este processo foi interrompido por alguns anos, na década de 1980, pois ficava difícil conciliar a maternidade, a gerência do Jurídico da Braspetro e um curso noturno regular. Só passou para o turno diurno após sua aposentadoria na estatal e o afastamento, pela mesma razão, do professor Jacob Dolinger. A responsabilidade geral pela disciplina ficou com a professora Carmen Tiburcio, consa-

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grada professora da matéria, com quem passou a dividir a condução de turmas, ministrando aulas da graduação para o terceiro período. Desde então, seu maior prazer tem sido o de recrutar talentos para a área internacional e orientar trabalhos. Atualmente, Marilda procura conjugar a missão de educadora com o estímulo à pesquisa, tanto na graduação quanto na pós. Para tanto, o auxílio de professores assistentes, em estágio docente, é fundamental. “É também um grande prazer acompanhar o amadurecimento destes novos instrutores, além de que a divisão de trabalho permite a otimização do tempo para dedicação ao mestrado e doutorado. Nessa esfera, há projetos institucionais de pesquisa que agora lidero”, informa. Para conciliar família, trabalho e lazer, Marilda diz que é uma “equilibrista” e como todas as mulheres lutadoras e empreendedoras que conhece, faz tudo com garra, dedicação e amor. Já quanto às responsabilidades domésticas, sempre contou com a inestimável ajuda de outras mulheres trabalhadoras. Casada há duas décadas com o geólogo gaúcho Raul Mosmann, mãe de dois filhos – Pedro Henrique (economista) e Paulo Henrique (médico) –, Marilda ainda tem três enteados (Paulo André, Carlos e Ana Luiza), os três casados, com filhos – considerados por ela também como netos. E afirma que se sente realizada, mas com a sensação de que ainda há muito a se construir: “Espero poder continuar a trabalhar muitos anos e a contribuir nesta fase de transição para uma melhor inserção internacional do Brasil. Compartilhar experiências e construir novas pontes e novos aprendizados”, finaliza.


Ano 4 • nº 26 • março de 2013 • www.tnsustentavel.com.br

Eficiência Energética • Comercialização de Energia • Legislação Ambiental • Reciclagem Editorial

Gestão responsável A constante busca da eficiência no uso de recursos e a necessidade de aumentar a competitividade industrial estão na pauta da maioria das empresas que compõem a cadeia produtiva de óleo e gás no mundo. Diante disso, trouxemos nesta edição do Caderno uma entrevista com duas especialistas da Petrobras, uma bióloga e a outra oceanógrafa da área de Exploração e Produção (E&P), sobre os trabalhos de caracterização ambiental das bacias sedimentares, coordenados pela empresa. Esse mapeamento é uma ferramenta muito importante em prol da formação de uma base para a gestão ambiental das atividades de exploração e produção no país. Não menos importantes são os investimentos em projetos de energias renováveis. A empresa Desenvix, por exemplo, como vocês podem conferir nessa edição, inaugurou no início deste ano um parque eólico em Barra dos Coqueiros, na região metropolitana de Aracaju (SE); e a companhia Renova Energia iniciou operação de seu primeiro projeto solar fotovoltaico em Pilar de Goiás, cerca de 250 km de Goiânia. Paralelamente a essas implantações foram desenvolvidos outros programas como o de monitoramento ambiental, de controle da poluição, de monitoramento da qualidade da água e do solo, de educação ambiental, dentre outros, o que nos mostra que essa é a direção correta, é esse tipo de responsabilidade corporativa que se deve adotar. Os governos e as organizações da sociedade civil devem caminhar desta forma em direção a um mercado mais sustentável e comprometido com suas ações.

Incentivos à inovação e ao desenvolvimento científico e tecnológico são estratégicos para a transição para modelos mais sustentáveis de produção. Outro grande assunto que enfatizamos nesta edição é a importância da produção de biogás. Estudo inédito da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) destaca que o Brasil pode gerar mais de 280 MW de energia a partir do biogás. Esse enorme potencial, que é uma alternativa muito boa para a destinação de resíduos e para redução de emissões de CO², ainda é pouco explorado. E ainda reportamos uma iniciativa da GEO Energética com tecnologia inovadora para a produção de biogás. A empresa vai iniciar neste semestre a expansão da sua primeira planta comercial no noroeste do Paraná. A energia será obtida a partir da produção de biogás gerado pela reciclagem dos resíduos (vinhaça, torta de filtro e palha) da cana-de-açúcar. Conforme estudos, o potencial de geração de energia limpa e renovável tende a ser cada vez maior. Entretanto, se faz necessário a existência de incentivos e vantagens financeiras para que o mercado seja viavelmente competitivo e de fato rume para a sustentabilidade e redução de seus impactos. Assim, trazemos para vocês, prezados leitores, estas notícias que nos servem de inspiradores exemplos. Boa leitura! Lia Medeiros Diretora do Núcleo de Sustentabilidade da TN Petróleo

Sumário

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Caracterização ambiental da Bacia de Campos

Emissão zero com táxis elétricos

Eficiência energética, um tema além da simples troca de lâmpadas

Ana Paula da Costa Falcão e Anna Maria Scofano, da Petrobras

Nissan e BR Distribuifora

Artigo Mikio Kawai Jr.

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suplemento especial

Entrevista especial com Ana Paula da Costa Falcão e Anna Maria Scofano, da Petrobras

Caracterização ambiental da

Bacia de Campos

A preocupação com uma gestão ambiental segura, com menos riscos e que minimize os impactos são a busca incessante das empresas que compõem a cadeia produtiva de óleo e gás no mundo. Os trabalhos de caracterização ambiental das bacias sedimentares, coordenados pela Petrobras, são uma ferramenta nesta direção, pois eles visam formar uma base para a gestão ambiental das atividades de exploração e produção no país. por Maria Fernanda Romero

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m entrevista conjunta à TN Petróleo, Ana Paula da Costa Falcão, bióloga marinha do Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes) e Anna Maria Scofano, oceanógrafa da área de Exploração e Produção (E&P) da Petrobras, falam sobre esta iniciativa e como a indústria tem minimizado seus impactos ambientais, além de pontuar algumas das principais soluções utilizadas atualmente e os projetos da companhia nesta direção. TN Petróleo – Como surgiu o projeto de caracterização ambiental da Bacia de Campos, maior produtora de petróleo e gás do país? Ana Paula da Costa Falcão – A gestão ambiental segura faz parte de um conjunto de projetos ambientais que condicionaram a emissão da Licença de Operação de Perfuração nesta bacia. Devido à dimensão da área, às profundidades que seriam avaliadas (25 m até 3.000 m) e à complexidade do projeto, a área de Exploração e Produção da Petrobras incumbiu o Centro de Pesquisa da Petrobras (Cenpes) como executor da maior parte do escopo do projeto. 66

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Anna Maria Scofano – O Cenpes identificou, por sua vez, a excelente oportunidade de realizar um projeto integrado e robusto de reconhecimento ambiental para a Bacia de Campos, de forma a suprir todos os interessados (governo, companhia e academia) com informações ambientais completas e de qualidade para possibilitar as tomadas de decisão sobre a área. Apesar do avanço do reconhecimento geológico e oceanográfico (em especial o referente às correntes e massas d’água da região), os estudos sobre o ecossistema marinho da Bacia de Campos somente foram iniciados no final da década de 1980, impulsionados pelo estabelecimento da Política Nacional de Meio Ambiente e pela criação do Conselho Nacional do Meio Ambiente/Conama (Lei n. 6938/81) que instituiu a necessidade de licenciamento ambiental no Brasil. Quando foi iniciado este projeto e quais os principais objetivos? Ana Paula – O projeto foi concebido em 2005 e aprovado pela CGPEG/ Ibama em 2007. O escopo foi dividido em duas frentes: Meio Natural (Geologia, Oceanografia Física, Química Ambiental e Biologia Marinha) e Meio

Socioeconômico. O projeto do Meio Natural foi delineado para identificar e reconhecer os diferentes habitats da Bacia de Campos, fornecendo uma visão global das áreas, além de uma visão específica dos principais ambientes presentes na região. Anna Maria – Devido à complexidade e à quantidade de informações ambientais que seriam obtidas, foram estabelecidos os seguintes objetivos, com a finalidade de disseminar a informação gerada: • Alimentação do Banco de Dados de Ambientes Costeiros e Oceânicos da Petrobras (BDCO) e organização de um sistema de informações ambientais (SIG) para Bacia de Campos; • Geração de um modelo de realidade virtual sobre o meio ambiente marinho da Bacia de Campos, podendo propiciar uma ferramenta de avaliação prévia das futuras locações dos empreendimentos da Petrobras na região; • Elaboração de uma coleção de livros contendo todo o diagnóstico ambiental da Bacia de Campos; • Incentivo à produção de artigos científicos abrangentes que consolidem as informações ambientais geradas para a Bacia de Campos;


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• Elaboração de um Modelo Ecossistêmico (estático) da Bacia de Campos, permitindo a visão integrada sobre os compartimentos estudados e facilitando a identificação de elementos-chave a serem monitorados; • Definição de um Projeto de Monitoramento Ambiental Regional (PMAR-BC) de caráter contínuo para Bacia de Campos, considerando os aspectos mais relevantes observados no Projeto de Caracterização Ambiental. Desses, o primeiro e o terceiro (o SIG e os livros) são os prioritários, pois são formas de comunicação complementares (visual em mapas e escrita) que contribuem muito para entendimento da área. Quais foram os principais desafios desse projeto? Ana Paula – Conciliar o amplo escopo do projeto e os prazos estabelecidos pelo órgão ambiental. Para viabilizar sua realização de forma mais ágil, foi ampliado o número de instituições envolvidas, de recursos humanos e de infraestrutura logística, o que tornou seu gerenciamento ainda mais desafiador. Em sua opinião o que foi mais interessante? Anna Maria – A possibilidade de entendimento dos gradientes de ambientes batimétricos (que surgem com aumento da profundidade), latitudinais (Norte e Sul) e a comparação do sistema em momentos distintos. No campo da Geologia e Geomorfologia, foi consolidado um mapa geomorfológico integrado com todas as informações sísmicas existentes na Petrobras e grande riqueza de detalhes morfológicos do subfundo oceânico. E no campo da Meteo-oceanografia, consolidamos as principais informações existentes dentro e fora da Petrobras sobre a região. Quanto à Química Ambiental e Biologia, conseguimos avaliar que as variações espaciais, na escala estudada a Bacia de Campos, são muito mais importantes do que as temporais.

Ana Paula Falcão Ana Paula – Também conseguimos distinguir grandes padrões ambientais batimétricos e latitudinais, como áreas deposicionais e diferentes comunidades biológicas. No que tange à socioeconomia das comunidades pesqueiras, conseguimos produzir um diagnóstico robusto sobre as embarcações atuantes na região e sobre os desembarques pesqueiros. Esse diagnóstico foi pontual, mas pode evidenciar municípios que têm forte atividade de pesca artesanal. Os resultados provocaram algum tipo de mudança de procedimento? Gerou algo novo? Anna Maria – Desejamos que todo EIA/Rima da Bacia de Campos utilize o mesmo diagnóstico ambiental, de forma que o foco possa ser a avaliação de impacto de cada empreendimento, amadurecendo e progredindo a função do licenciamento ambiental. Além disso, participamos das discussões sobre a Portaria Interministerial 198/2012 referente às Avaliações Ambientais de Áreas Sedimentares (AAAS) e há grande expectativa de que as informações geradas para Bacia de Campos possam ser consideradas como a AAAS para essa bacia.

Anna Maria Scofano Quais os parceiros que participaram desta iniciativa e por quê? Ana Paula – Para toda a parte de logística de campo (embarcação, equipamentos, coleta de amostras e transporte) a Petrobras tem equipes de empresas contratadas seguindo padrões estabelecidos pela companhia. Para as análises, a Petrobras optou principalmente pelo estabelecimento de parcerias com universidades brasileiras, devido à dimensão do projeto, ao tipo de análise realizada e ao caráter ainda inovador desse tipo de abordagem. Anna Maria – Vale ressaltar que houve a participação de algumas empresas nas áreas de modelagem e de levantamento socioeconômico das comunidades pesqueiras. Ao todo, 20 universidades foram envolvidas no projeto. Além disso, várias áreas da Petrobras atuaram em conjunto para a coordenação e desenvolvimento técnico do projeto. No total, estimamos que mais de 300 pessoas estiveram diretamente envolvidas em atividades do Projeto PCR-BC/Habitats durante cerca de três anos. O que a Petrobras fará com os dados do monitoramento? Anna Maria – Os dados são importantes para a gestão ambiental da TN Petróleo 88

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Bacia de Campos, e para uma avaliação ambiental prévia eficiente e robusta para os novos empreendimentos. No caso dos monitoramentos na Bacia de Campos, estamos adotando uma abordagem regional para realizar os projetos de monitoramento ambiental e avaliar os impactos ambientais teóricos, identificados ainda nas fases de licenciamento ambiental. Ana Paula – Essa abordagem regional conta com um projeto de monitoramento ambiental específico para avaliar impactos de perfurações e um programa específico para avaliar impactos da produção de petróleo e gás na bacia. Além desses projetos, ainda teremos o Projeto de Monitoramento Ambiental Regional (PMAR-BC), que terá caráter contínuo e obterá uma avaliação da saúde ambiental da bacia como um todo. De que forma eles podem contribuir para a melhoria da gestão ambiental das atividades de exploração e produção na região? Anna Maria – A avaliação prévia de locações, de regiões onde serão instaladas novas unidades ou de dutos pode se beneficiar dessas informações, antecipando questões que podem surgir muito tardiamente no processo de licenciamento ambiental. Isso aumenta a agilidade do processo. Já o monitoramento ambiental permite indicar como o ambiente responde aos diversos aspectos introduzidos pelas atividades da empresa. Melhorias nos processos podem ser feitas a partir da avaliação da evolução dessas respostas. O Cenpes possui outros projetos de monitoramento ambiental de bacias

Os dados de monitoramento são importantes para a gestão ambiental da Bacia de Campos, e para uma avaliação ambiental prévia eficiente e robusta para os novos empreendimentos. Anna Maria Scofano

petrolíferas? Se sim, quais? Como está o andamento deles? Ana Paula – Sim, o Cenpes está envolvido em outros projetos de caracterização ambiental. Na Bacia de Santos foi realizado um levantamento das informações existentes na região em parceria com o Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (Iousp). Um Sistema de Informação Geográfica (SIG) com todos os dados foi organizado e servirá de base para elaboração de estratégias de amostragem nessa bacia, que possui dimensões muito superiores às da Bacia de Campos. Na bacia do Espírito Santo, as coletas de dados já foram iniciadas e algumas universidades estão sendo envolvidas. Nas bacias de Sergipe/Alagoas, o projeto de caracterização está sendo desenvolvido em fases, sendo que a etapa de avaliação da plataforma continental (parte rasa da bacia) está praticamente finalizada. E nas do Rio Grande do Norte/

Rede inteligente: universidades envolvidas no projeto Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), UniRio, Universidade Santa Úrsula (USU), Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Universidade Vila Velha (UVV), Universidade Federal de Pernambuco (Ufpe), Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Universidade do Vale do Itajaí (Univali), Universidade Federal do Rio Grande 68

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(Furg), Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Fiocruz, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal Fluminense (UFF), Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira (IEAPM), Universidade Federal do Paraná (UFPr) e Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Ceará, onde tivemos o primeiro projeto de caracterização regional concluído no modelo atualmente proposto, priorizamos a plataforma continental. Anna Maria – Esse projeto é considerado benchmarking para o Ibama e para a Petrobras. O levantamento de dados sobre o talude continental vem sendo realizado pela própria unidade operacional da Petrobras no Rio Grande do Norte e Ceará e envolve, também, universidades e instituições de pesquisa locais. De que forma você acredita que as empresas de petróleo e gás podem minimizar seus impactos ambientais e contribuir para o desenvolvimento sustentável do Brasil? Ana Paula – Toda empresa deve procurar monitorar seus processos e avaliar seus descartes e com isso reduzir possíveis impactos ambientais. Isso vale para qualquer atividade industrial. O petróleo e seus derivados são utilizados numa gama ampla de produtos (plásticos, impermeabilizante de papéis, gomas de mascar, explosivos, etc.), além de combustíveis (gasolina e diesel, por exemplo), utilizados no dia a dia da nossa sociedade. Ainda haverá muita demanda de petróleo nas próximas décadas. Com isso, o aumento da produção deverá ser acompanhado de grande atenção aos processos e de melhoria na eficiência de descarte. Anna Maria – Vale lembrar, também, que os recursos das empresas de petróleo têm sido destinados de forma expressiva à caracterização e monitoramento ambiental em diversas regiões do país, tanto em projetos de licenciamento ambiental quanto em projetos de pesquisa e desenvolvimento e patrocínios para conservação ambiental. No Brasil, podemos afirmar, sem dúvida, que a ampliação do conhecimento sobre os ambientes marinhos tem sido possibilitada pelos projetos desenvolvidos pela indústria de petróleo e gás, em especial a Petrobras. Quais as tecnologias e soluções mais modernas utilizadas pela indústria atualmente para monitoramento ambiental?


Ana Paula – O grande desafio no Brasil é a escala. A Zona Econômica Exclusiva (ZEE) é praticamente metade do território emerso (continental). Ainda há muito que conhecer. A tendência deverá ser, portanto, aumentar a agilidade para automatizar as amostragens com mais frequência, gerando dados em tempo real. Dessa forma, as técnicas convencionais de análises poderão ser realizadas em paralelo, em menor escala, para complementação da compreensão ambiental. Um exemplo de tecnologia moderna é o levantamento dos fundos marinhos para avaliação da presença de corais de águas profundas com a utilização de equipamentos denominados AUVs (em inglês, autonomous underwater vehicles). Além disso, a Petrobras acabou de desenvolver uma boia oceanográfica totalmente nacionalizada, ou seja, com componentes desenvolvidos e fabricados no país, o que aumentará as áreas monitoradas por esse tipo de equipamento.

Anna Maria – Para observações remotas, além de contarmos com monitoramento da superfície do mar utilizando satélites, estaremos em breve instalando em uma das embarcações de monitoramento ambiental um sistema denominado Ferry Box, que faz análises contínuas da qualidade da água superficial sem necessidade de coletas e análises laboratoriais demoradas. Em relação a embarcações, destacamos que a Petrobras é, possivelmente, a única empresa da área de óleo e gás que utiliza um navio de pesquisas para caracterização e monitoramento ambiental em tempo integral desde 2005. Em breve, uma segunda embarcação desse gênero entrará em operação. A previsão é que 80% de suas atividades sejam destinadas a projetos de monitoramento ambiental. O que o Cenpes tem desenvolvido nesta direção? Ana Paula – A área de Tecnologia Submarina do Cenpes vem sendo fun-

damental no desenvolvimento dessas soluções tecnológicas. Em atendimento a projetos ambientais, foram desenvolvidas gaiolas para acondicionamento de organismos para experimentos de biomonitoramento ativo (bioacumulação) com sistema autolimpante que evita bioincrustação. Para a coleta de sedimento em estações oceanográficas muito próximas a unidades de produção foi desenvolvido um amostrador especial manipulado por robôs (ROV – Remotely Operated Underwater Vehicle). São muitos os exemplos e, recentemente (novembro de 2012), muitas dessas iniciativas foram mostradas no V Congresso Brasileiro de Oceanografia, realizado no Rio de Janeiro. Além do desenvolvimento de equipamentos, o Cenpes vem trabalhando fortemente no desenvolvimento de procedimentos ou soluções que ajudam no processo de incorporação das variáveis ambientais pelos projetos de engenharia ainda nas fases iniciais de concepção.

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A GEO Energética, empresa brasileira que há dez anos investe em pesquisas e no desenvolvimento de soluções biotecnológicas para a geração de energia verde, vai iniciar neste semestre a expansão da sua primeira planta comercial no noroeste do Paraná, atualmente com capacidade de gerar 4 MW médios de energia elétrica e irá passar para 16 MW equivalentes. Por meio de um sistema patenteado pela empresa, a energia é obtida a partir da produção de biogás gerado pela reciclagem dos resíduos (vinhaça, torta de filtro e palha) da cana-de-açúcar. Esta primeira planta foi instalada em parceria com a Coopcana (Cooperativa Agrícola Regional de Produtores de Cana Ltda) e já vem sendo preparada para gerar 16 MW/hora de energia a partir de 2014. Constituída pelos grupos Montese e EPG, a GEO Energética iniciou as pesquisas para o desenvolvimento dessa nova biotecnologia em 2001. Em 2004, os investidores montaram uma unidade própria de pesquisa, o Centro de Pesquisas GEO Energética (CPG), em Londrina (PR). Oito anos depois, após o primeiro teste da nova solução, a empresa foi oficialmente constituída para o início da segunda fase piloto. Em 2009, a GEO Energética iniciou os projetos da sua primeira planta comercial, que começou a operar em abril de 2012. Ao todo, a empresa já investiu R$ 30 milhões no desenvolvimento da nova tecnologia e na instalação de sua primeira planta. “Desenvolvemos uma solução única, 100% sustentável, capaz de revolucionar o tratamento dos resíduos orgânicos da agroindústria brasileira, especialmente da indústria sucroalcooleira, que possui a melhor logística operacional 70

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Tecnologia inovadora para a produção de biogás

do mundo e é capaz de se tornar autossuficiente na geração e consumo de energia verde, inclusive com o uso de biometano como combustível automotivo. O biogás gerado a partir da reciclagem dos resíduos vegetais e animais pode ser utilizado para produzir energia elétrica e biocombustível. E o Brasil tem grande potencial nessa área, pois é capaz de produzir essa energia verde durante todo o ano, sem qualquer dano ao meio ambiente”, afirmam os diretores da GEO Energética, Alessandro Gardemann e Evaldo Fabian. De acordo com o diretor Alessandro Gardemann, além da expansão da planta atual, a empresa está trabalhando em dois projetos de 25 MW no Centro Oeste. Segundo ele, a meta da GEO Energética para este ano é concluir essa expansão junto com uma frota piloto de caminhões movidos a biometano, e fechar contratos para três plantas novas, com potencial de 80 MW médios ou 400 mil m3/ dia de biometano. Tecnologia – Toda a tecnologia da GEO Energética foi desenvolvida por pesquisadores brasileiros que criaram um novo sistema para a geração de energia reno-

vável. O processo utiliza todos os resíduos agroindustriais – no caso sucroalcooleiro, a vinhaça, a torta de filtro e a palha –, que associado a um processo de biofermentação, gera biogás de alta qualidade e alto teor de pureza. Esse biogás é armazenado e pode ser usado em geradores, para produzir energia elétrica 100% limpa, comercializada no mercado livre, ou ser transformado em biometano para uso como biocombustível em trato res, colheitadeiras, caminhões e ônibus. Os resíduos da produção desse biogás também não geram qualquer impacto ambiental, pois voltam à natureza na forma de dois subprodutos agrícolas: adubo orgânico sólido (organofértil) e fertilizante líquido (liquifértil). Planta – A primeira planta da GEO Energética está instalada ao lado da usina da Coopcana, primeira cooperativa do setor alcooleiro do país, que reúne 127 associados. Com toda a construção feita no conceito de Green Building, a unidade abriga a área de armazenamento dos resíduos, os dois reatores, os reservatórios de biogás e os dois geradores de energia.


Desenvix inaugura parque eólico em Barra dos Coqueiros Foto: Divulgação

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Desenvix Energias Renováveis S/A, empresa controlada pelo Grupo Engevix, a norueguesa SN Power e a Funcef (terceiro maior fundo de pensão do país, que detém 18% da Engevix), inaugurou no dia 29 de janeiro o Parque Eólico de Barra dos Coqueiros, na região metropolitana de Aracaju (Sergipe), com a presença da presidenta Dilma Rousseff e do governador do Sergipe, Marcelo Deda. O complexo eólico de Barra dos Coqueiros tem 34,5 MW de potência instalada, gerados a partir de 23 turbinas éolicas, cada qual com potência de 1,5 MW. Sua operação comercial teve início em 1º de setembro de 2012 e recebeu investimento da ordem de R$ 125 milhões. “Este projeto tem profunda importância para a Desenvix, pois consolida nossa posição no setor e nos acrescenta experiência com diferentes fornecedores e cenários do mercado eólico, dando-nos ainda mais solidez para os próximos desafios da companhia”, declara o presidente da Desenvix, José Antunes Sobrinho. A Desenvix detém 95% de participação no empreendimento, por meio da Sociedade de Propósito Específico Energen Energias Renováveis, formada com a Água Quente Participações Ltda. Grande parte dos investimentos no complexo foi financiada junto ao China Development Bank (CDB), por meio de contrato de empréstimo de R$ 102 milhões, assinado em setembro de 2012, cuja libera-

ção dos recursos ocorreu no mês de dezembro. Para a construção do parque, a Desenvix adquiriu 23 turbinas SL1500/82 da empresa chinesa Sinovel. Os equipamentos foram transportados da China até o Brasil em três navios, que desembarcaram no Terminal Marítimo Inácio Barbosa, no Porto de Sergipe. No total, foram transportadas perto de 10 mil toneladas em equipamentos e peças para a montagem dos aerogeradores. “Acreditamos muito no potencial da energia eólica e temos orgulho em fechar grandes negócios que irão contribuir para o desenvolvimento deste setor no Brasil”, destaca Antunes. Responsabilidade socioambiental Como parte de sua atuação responsável e em consonância com as regulamentações ambientais, a Desenvix implantou diversos projetos socioambientais na região, como o Programa de Monitoramento

da Avifauna e de Recuperação de Áreas Degradadas, que preveem a recuperação e manutenção dos biomas locais como dunas, áreas de charco e de restinga por meio da criação de uma área de preservação permanente no entorno do Parque Eólico. Durante a implantação do parque eólico, foram desenvolvidos outros programas como o de monitoramento ambiental, de controle da poluição, de monitoramento da qualidade da água e do solo, de educação ambiental e de educação sexual. Durante a instalação do empreendimento, a Desenvix realizou também obras de melhorias no porto da Vale para permitir a descarga dos equipamentos importados da China, bem como desenvolveu ações em conjunto com a Energisa (distribuidora local) visando a ampliar e adequar a subestação de recepção da energia gerada. TN Petróleo 88

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Solazyme Bunge: financiamento aprovado pelo BNDES

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Solazyme, empresa de biotecnologia, produtora de óleos renováveis e bioprodutos, anunciou no final de janeiro que a Solazyme Bunge Óleos Renováveis, sua joint venture com a Bunge Global Innovation LLC, subsidiária integral da Bunge Limited, recebeu aprovação do Banco do Desenvolvimento do Brasil (BNDES) para financiamento de projeto de produção industrial no valor de cerca de R$ 246 milhões. Os recursos do BNDES serão utilizados na implantação da primeira unidade de produção de óleos renováveis em grande escala no Brasil, que está sendo construída adjacente à usina Moema da Bunge, em São Paulo. Rogerio Manso, diretor de Comercialização da Solazyme, disse que “a Solazyme Bunge Óleos Renováveis

tem o compromisso de comercializar a inovadora tecnologia de óleos especialmente produzidos no Brasil. Este financiamento do BNDES destaca o significativo valor que a joint venture pode trazer para a economia brasileira.” O projeto foi escolhido pelo programa Paiss, um plano conjunto do BNDES/Finep para estimular a inovação tecnológica industrial nos setores sucroenergético e químico. O financiamento é concedido em sua grande parte pelo programa BNDES PSI (Programa BNDES de Sustentação ao Investimento), criado para estimular a produção, aquisição

e exportação de bens de capital e inovação tecnológica. A Solazyme Bunge Óleos Renováveis foi criada em junho de 2012 e deve começar a operar no quarto trimestre de 2013. Atenderá os setores de produtos químicos e combustíveis renováveis dentro do mercado brasileiro, e sua meta inicial de produção de óleos renováveis é de cem mil toneladas por ano. Em novembro de 2012, a Solazyme e a Bunge anunciaram um contrato em que pretendem expandir a capacidade de produção de cem mil para 300 mil toneladas em âmbito global até 2016, e que o portfólio de produtos será expandido de forma a incluir uma grande variedade de óleos destinados ao mercado alimentício para venda no Brasil.

Renova Energia: primeiro projeto solar

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á está funcionando na Yamana Gold, o primeiro projeto solar fotovoltaico da Renova Energia, uma das líderes em geração de energia renovável da América Latina. A planta tem capacidade instalada de 25,65 kWp e permitirá à mineradora gerar energia para o próprio abastecimento. O sistema utiliza módulos fotovoltaicos com tecnologia silício monocristalino. “Nesse modelo de geração, uma das vantagens é a redução dos custos com a transmissão, um serviço caro no Brasil, além de atender a crescente demanda da sociedade por uma energia limpa”, afirma Mathias Becker, diretor-presidente da Renova Energia. O Projeto Pilar da Yamana Gold está localizado no municí-

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pio de Pilar de Goiás, distante cerca de 250 km de Goiânia, local onde está situada a unidade abastecida com energia solar. “O sistema abastecerá toda a área administrativa do projeto Pilar, por meio da interligação à rede industrial, uma novidade que representa um marco rumo aos avanços em termos de sustentabilidade, um dos pilares da Yamana em todas as suas unidades e projetos”, explica o diretor de Meio Ambiente da empresa, Eder Luiz Santo. A operação é o resultado do investimento realizado pela Renova nos últimos dois anos na geração solar. “Queremos ser competitivos em todas as fontes renováveis e já temos outros projetos em desenvolvimento”, adianta Mathias Becker, da Renova. A companhia aposta que a energia por meio do sol tende a tornar-se ainda mais difundida e

acessível na medida em que receba incentivos para que sua cadeia produtiva se desenvolva. O setor brasileiro de energia solar também foi favorecido recentemente pelas resoluções da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em abril de 2012, as quais demonstraram a intenção do governo em estimular a geração distribuída de energia elétrica por micro e minigeradores para consumo próprio. A Renova acredita que um leilão do governo federal específico para a fonte solar possa contribuir de forma efetiva para o crescimento da indústria no Brasil. As vantagens da energia solar ficam ainda mais evidentes porque o Brasil apresenta elevados índices de irradiação solar. Isso faz com que o sol, como matriz energética, desponte para enfrentar os desafios da expansão da oferta de energia.


Integrar funcionários com deficiência

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Aker Solutions lançou uma cartilha de inclusão para os funcionários da empresa, com objetivo de orientá-los sobre a convivência com trabalhadores com necessidades especiais e como se comunicar melhor com eles. O manual de inclusão tem informações básicas de como lidar com as diferentes deficiências, orientando como deve ser o tratamento com um funcionário que possui deficiência auditiva, por exemplo. “Trabalhamos para que nossas equipes entendam a importância da inclusão social, fazendo com que aconteça o acolhimento da pessoa com deficiência e que estes sejam apoiadores no desempenho de suas funções”, disse o vice-presidente de Recursos Humanos da Aker, Markus Busch.

Na avaliação do presidente da Aker Solutions no Brasil, Luis Araujo, pequenas ações como essa fazem a diferença no dia a dia de trabalho, e ainda garante que esses funcionários tenham satisfação em trabalhar na empresa. Além disso, a empresa já faz um trabalho de conscientização e sensibilização interna, com a apresentação de palestras. “Também selecionamos um padrinho para cada funcionário com deficiência contratado. Esse padrinho auxilia em todos os aspectos, seja na integração, no desenvolvimento de tarefas ou na convivência com outros colegas de trabalho”, explica Markus Busch. Para o diligenciador junior Raphael Ferreira, funcionário com deficiência física, a inclusão social da pessoa com deficiência no ambiente de trabalho é essencial para o desenvolvimento pessoal e profissional. “A empresa não deve simplesmente cumprir uma meta de governo, mas desenvolver todo um

planejamento de inclusão desse deficiente, que vai desde o processo seletivo até a admissão e a permanência dele na empresa”, pondera. Segundo o vice-presidente, a rotatividade no mercado de trabalho desta população e, ainda, insuficiente qualificação tem sido um dos maiores desafios entre as empresas. “É importante desenvolver a atitude correta e envolver todos os funcionários da organização, colaborando para integrar a pessoa com deficiência à equipe. O fator psicológico tem forte influência nesta decisão. Percebemos que, quando o funcionário se sente acolhido, a permanência dele é provável”, avalia. O Programa de Inclusão de Pessoas com Deficiências da Aker Solutions foi lançado em fevereiro de 2012 e contratou até o momento 28 funcionários, sendo sete em Rio das Ostras (RJ) e 21 em Curitiba (PR). A previsão é que, até o final do ano, a empresa alcance a meta de 5% do total de funcionários.

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Emissão zero com táxis elétricos A partir de março, a cidade do Rio de Janeiro entra na era da mobilidade com emissão zero, com o início do programa de táxi elétrico, parceria entre a Prefeitura do Rio, Nissan e Petrobras Distribuidora.

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a primeira fase, duas unidades do Nissan Leaf, veículo 100% elétrico que não emite poluente e nem faz barulho, rodarão na capital fluminense. Até o fim do ano, outros 13 veículos serão adicionados à frota. Os dois primeiros táxis elétricos começarão a circular pela cidade no mês de março, a partir do aeroporto Santos Dumont, e poderão ser recarregados em dois postos Petrobras, na Lagoa Rodrigo de Freitas e na Barra da Tijuca. A Nissan foi a única empresa a apresentar proposta na chamada pública realizada pela Prefeitura do Rio durante o mês de janeiro para selecionar veículos elétricos que pudessem atuar no serviço de táxis na cidade. A entrega das duas unidades do Leaf ao prefeito Eduardo Paes foi realizada em cerimônia que marcou ainda a inauguração da nova sede da Nissan no Brasil, no edifício Porto Brasilis, no Centro. O Nissan Leaf utilizado como táxi elétrico foi projetado para atender às necessidades da mobilidade urbana moderna, oferecendo espaço, conforto e potência como os veículos à combustão. Lançado comercialmente nos Estados Unidos e no Japão em dezembro de 2010, e na Europa no ano seguinte, o modelo já tem mais de 50 mil unidades vendidas em todo o mundo e autonomia de 160 km. O módulo de 48 baterias de íon-lítio pode ser recarregado em carregadores caseiros em até oito horas, ou em apenas 30 minutos com os ‘Quick Chargers’ (carregadores rápidos), que serão instalados em postos da Petrobras.

Com esta iniciativa, a Prefeitura do Rio firma o compromisso de incentivar o uso de tecnologias limpas e de baixa emissão de carbono. Considerando que os veículos elétricos são classificados como “zero emissão”, por não emitirem gases de efeito estufa, são uma alternativa sustentável quando comparados aos carros movidos a motor de combustão. Segundo a política climática da cidade, a prefeitura tem como meta reduzir a emissão de gases do efeito estufa em 16% até 2016, em comparação com as emissões em 2005. “Com os grandes eventos que o Rio vai sediar, poderemos dar maior visibilidade aos veículos movidos a energia limpa para que se inicie uma modificação nos modelos de produção e consumo, com o objetivo de termos padrões sustentáveis”, disse o secretário municipal de Transportes, Carlos Roberto Osório. A Nissan, como pioneira da indústria automobilística na produ-

ção em massa de veículos emissão zero, apoia integralmente a iniciativa da cidade do Rio de Janeiro. “Estamos na vanguarda mundial da tecnologia de veículos elétricos. Esse projeto na cidade do Rio de Janeiro, que acolheu a nova sede da Nissan no país no início deste ano, reafirma nossa missão mundial de promover uma vida mais amigável com a natureza e com o planeta sem comprometer o conforto da mobilidade urbana. Com mais este passo, reforçamos também nosso compromisso com desenvolvimento do Brasil, oferecendo um veículo com inovação e qualidade japonesa de emissão zero de poluentes”, afirma Manuel de La Guardia, vice-presidente de Vendas e Marketing da Nissan do Brasil. Para realizar a recarga rápida das baterias, os táxis elétricos contarão com dois postos Petrobras: o Posto do Futuro, na Barra da Tijuca, e o Posto Escola da Lagoa, na Lagoa Rodrigo de Freitas, onde a operação é concluída em cerca de


30 minutos. A recarga dos táxis elétricos em postos Petrobras é desdobramento do memorando firmado em 2012 entre a BR e a Nissan para estudar a expansão da infraestrutura de recarga de veículos elétricos no Brasil.

Nova sede no Rio A cerimônia de entrega das unidades do Leaf Táxi ao prefeito marcou também a inauguração oficial da nova sede da Nissan no Brasil, no moderno edifício Porto Brasilis, onde a empresa está sediada desde o início de janeiro. Com alta tecnologia, e certificado internacionalmente pelo Green Building / Leed por seguir as recomendações da organização internacional U.S. Green Building Council (EUA) e cumprir os principais itens referentes à sustentabilidade, o edifício Porto Brasilis conta com nove elevado-

res inteligentes, que aproveitam de maneira eficiente a energia e reduzem o tempo de espera. Seus andares têm grande área envidraçada que permite maior iluminação natural e reduzir o uso de energia elétrica. A empresa ocupa três andares (9º, 10º e 17º), para até 300 funcionários. A Nissan escolheu o Rio de Janeiro como cidade da sua nova sede por investir no estado com a construção de uma nova fábrica, em Resende, e com o patrocínio aos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016™. O Centro foi escolhido pela localização privilegiada e por ser o ponto zero do processo de revitalização da Região Portuária promovida pela Prefeitura.

Porto Maravilha O projeto do Porto Maravilha, maior Parceria Público-Privada

(PPP) do Brasil, foi concebido para recuperar a infraestrutura urbana, dos transportes, do meio ambiente e dos patrimônios histórico e cultural da Região Portuária do Rio de Janeiro. No centro da reurbanização está a melhoria das condições habitacionais e a atração de novos moradores para a área de 5 milhões de m² que está sendo revitalizada pela Prefeitura do Rio. A chegada de grandes empresas, os novos incentivos fiscais e a prestação de serviços públicos de qualidade já estimulam o crescimento da população e da economia na região. Projeções de adensamento demográfico indicam um salto dos atuais 30 mil para 100 mil habitantes até 2020 na área que engloba os bairros do Santo Cristo, Gamboa, Saúde e trechos do Centro, Caju, Cidade Nova e São Cristóvão.

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Brasil pode gerar mais de 280 MW a partir do biogás Estudo inédito da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) destaca que o país tem potencial de redução de emissões da ordem de 29 milhões de toneladas de CO 2 equivalentes por ano, considerando apenas a destinação adequada de resíduos. Entretanto, a utilização de eletricidade depende de incentivo do governo para se tornar competitiva frente a fontes de energia limpa, como a eólica e a solar.

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potencial para geração de eletricidade pelas unidades de destinação de resíduos no Brasil é de mais de 280 MW, volume suficiente para abastecer uma população de cerca de 1,5 milhão de pessoas, segundo o ‘Atlas brasileiro de emissões de gee e potencial energético na destinação de resíduos sólidos’ que a Abrelpe lançou no final de fevereiro, com o apoio da Environmental Protection Agency (EPA), agência ambiental dos Estados Unidos, e da Global Methane Initiative. “O potencial de geração de energia limpa e renovável tende a ser ainda maior, considerando o horizonte de tempo de 2009 a 2039, ou seja, 30 anos. Isso porque o país terá que, de acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), universalizar a destinação final dos resíduos, já que quase 30 milhões de toneladas por ano ainda não têm tratamento adequado”, observa o diretor executivo da Abrelpe, Carlos Silva Filho. Segundo o executivo, para que esse potencial se transforme efetivamente em energia, ainda

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é necessário um investimento de quase R$ 1 bilhão, com base no custo de US$ 5 milhões (R$ 9,87 milhões) para instalação de uma planta média, com capacidade de geração de 3MW. “Esse custo só será atrativo a investidores com estímulos públicos. É importante que as autoridades percebam que essa energia pode ser incorporada ao mix brasileiro”, afirma. Carlos indicou ainda que até 2039 esse potencial poderá chegar a 500 MW/h, o suficiente para abastecer 3,2 milhões de pessoas, o equivalente à população do Rio Grande do Norte. O diretor da Abrelpe comentou que o cumprimento da Política Nacional de Resíduos Sólidos, aprovada em 2010, trará uma revolução para o setor no país e se cumprida integralmente, poderia elevar para 500 MW a capacidade instalada em 2039. A previsão é de que o plano entre em vigor em agosto de 2014. “Atualmente, 91% dos municípios brasileiros não têm planos para a destinação correta de resíduos sólidos; 1.607 ainda depositam todo o lixo recolhido em lixões; e 2.358 não têm nenhuma iniciativa de coleta seletiva. Apesar disso, acredito que até agosto, 100% das cidades brasileiras vão ter que dar uma destinação aos resíduos sólidos, o que

gera um gasto. Os municípios não terão como resolver isso sozinhos e terão que se unir para buscar uma solução”, ressalta. De acordo com ele, um dos objetivos do atlas é estimular que os negócios do setor sejam desenvolvidos. A ideia é incentivar tanto o investidor a implantar e operar a geração de energia, como também incentivar os órgãos de governo a estimular essa energia a partir do lixo, para que ela se torne competitiva como foram outras fontes de energia como a eólica e a solar.

Projetos De acordo com o levantamento, dos 46 projetos brasileiros de redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE) com registro na Organização das Nações Unidas (ONU), 22 deles preveem o aproveitamento energético do biogás, o que equivale a uma capacidade instalada de 254 MW. Essas unidades têm potencial de redução de emissões de GEE da ordem de 12 milhões de toneladas de CO2 equivalentes por ano. Entretanto, desses 22, apenas dois aterros de São Paulo já produzem eletricidade: o São João, na zona leste da capital paulista, e o Bandeirantes, fechado em 2007, que chegou a receber metade de todo o lixo produzido na capital e


possui 40 milhões de toneladas de lixo enterradas – o suficiente para fornecer energia elétrica para 300 mil pessoas. Com base no horizonte de 30 anos, o Atlas aponta ainda que as emissões de GEE pela destinação de resíduos sólidos atingiriam cerca de 892 milhões de toneladas de CO2 equivalentes, o que representa uma média anual de 29,7 milhões de toneladas, que seriam mitigadas por meio da implantação de tais projetos.

Sudeste lidera geração de energia a partir do lixo Dos 46 projetos de MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo) brasileiros, relacionados a resíduos sólidos registrados na ONU, que incluem os que geram energia e os que não geram, 33 estão localizados no Sudeste do país, cujo potencial energético pode atingir, até 2039, 170 MW, o suficiente para abastecer a cidade de São Bernardo do Campo, que tem pouco mais 750 mil habitantes. Segundo a Abrelpe, até 2039, a região também responderia por cerca de 60% das emissões de GEE. As regiões Nordeste, Sul e Norte possuem sete, quatro e dois projetos, respectivamente, enquanto o Centro-Oeste não dispõe de nenhum até agora. O potencial de

geração de energia e percentual de emissão de GEE em cada uma dessas regiões, respectivamente, é de: Nordeste, 49 MW e 18%; Sul, 23 MW e 8%; Centro-Oeste, 22 MW e 8%; e Norte, 18 MW e 6%.

“Embora o Brasil necessite importar dos Estados Unidos a microturbina que transforma o biogás em energia elétrica, cerca de 80% das instalações contam com equipamentos fabricados no Brasil”, indica Carlos Silva Filho.

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suplemento especial

Eficiência energética, Foto: Depositphotos

um tema além da simples troca de lâmpadas

A indústria brasileira enfrenta diversos desafios, continuamente, mesmo agora, com incentivos do Governo para estimular a economia, por conta dos reflexos da crise europeia. E uma das dificuldades é comum entre gestores de grandes, médias e pequenas companhias: conquistar a eficiência energética.

Mikio Kawai Jr. é economista pela FEA-USP (1995), mestre em Economia pela Unicamp (1999) e Advanced Executive Management pela Iese Business School (Espanha, 2011). Iniciou a carreira no mercado financeiro em bancos de investimentos, migrou para o mercado de energia em 1998, tendo trabalhado na CPFL Energia ate 2004. Atuou como gerente de suprimento de energia na AES Brasil; como gerente de operações na Openlink (Nova York e São Paulo). Desde 2008 ocupa o cargo de diretor executivo do Grupo Safira.

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É

comum empresas oferecerem um serviço de otimização do uso da energia, entendendo este esforço apenas como a troca de lâmpadas e aparelhos antigos por novos. Porém, isso não basta, é uma análise muito superficial de todos os fatores envolvidos neste conceito. Quando falamos dessa modalidade de negócio, precisamos atentar para o seu significado. Não se trata apenas de evitar desperdícios óbvios, é uma ação estratégica, que visa impactar de forma positiva a utilização de um recurso essencial para qualquer atividade econômica. Consta em aperfeiçoar o uso das fontes de energia, utilizando menos mas fornecendo o mesmo valor energético. Ou seja, diminuir custos e eliminar totalmente o desperdício sem, contudo, perder qualidade. Em primeiro lugar, é necessário um estudo de qual setor dentro de uma organização e quais máquinas necessitam de mais energia. Então, a partir deste momento, é possível distribuí-la de acordo com a demanda de cada módulo, da fábrica ao escritório. Todas estas ações são investimentos que se pagam depois de dois ou três anos, apenas com a redução do consumo, tamanha é a economia feita com a análise e a renovação de maquinário. O resultado destas ações é positivo não apenas para a estratégia financeira, pois reduz os custos de 10% a 20%, mas, também, define uma postura socioambiental consciente. E isso é possível porque o consumidor pode optar por fontes de energia sustentáveis. No quesito ‘energia limpa’, uma solução interessante para a indústria brasileira é substituir combustíveis poluentes – como carvão e óleo – por gás natural. Além de fazer parte do insumo básico na indústria gasoquímica, seu processo de combustão emite menos resíduo e contribui para a maior durabilidade dos equipamentos. Mais do que isso, sabemos que até 2015 serão investidos mais de R$ 200 bilhões na produção de petróleo e gás pela Petrobras, sendo que R$ 13,2 bilhões serão exclusivos para o segmento de gás e energia. A produção brasileira de gás natural é de cerca de 64 milhões de m³/dia e a previsão é de aumentá-la para 98 milhões de m³/dia, de acordo com estimativas da estatal. Com o marco regulatório do setor, sancionado em 2009 pelo Governo, houve a abertura de oportunidades neste mercado. E ainda poderemos contar com outras ações que podem garantir benefícios, como a expansão da malha de gasodutos, ampliada de quase 6.000 km para 10.000 km, como resultado de investimentos feitos novamente pela Petrobras. Nosso país oferece uma gama de tipos de contratações no mercado livre de energia. Existe ainda uma contínua evolução do setor, aliada à facilidade e praticidade em se contratar determinada fonte. Como em todo comércio, em que existe oferta e demanda, é importante haver também uma diversidade de produtos, para serem analisados e possivelmente adquiridos. Essa característica evita colapsos no setor, garante melhores preços e benefícios diversos, de acordo com a política e estratégia socioeconômica e ambiental da empresa. O mais importante é compreender que o trabalho feito no setor vai muito além de uma simples troca de lâmpadas. Todos os resultados dependem de fatores mais complexos e análises mais profundas.


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pessoas

A Rolls-Royce, empresa global de sistemas de energia, presente no Brasil há mais de 50 anos, anunciou a nomeação de Ian Davis como o novo presidente do Conselho de Administração da companhia. Davis passará a integrar o Conselho como diretor não executivo já no dia 1º de março, substituindo o atual presidente Simon Robertson, ao fim da assembleia geral marcada para o dia 2 de maio. Com 30 anos de experiência na empresa de consultoria global McKinsey & Company – seis deles dedicados à presidência do Conselho de Administração –, Davis integra atualmente os Conselhos das companhias BP e Johnson & Johnson, também como diretor não executivo. Davis é ainda membro não executivo

Foto: Divulgação

Rolls-Royce: novo presidente de Conselho do Conselho do Gabinete do Reino Unido. “Simon Robertson fez um excelente trabalho na presidência do Conselho de Administração da Rolls-Royce nesses últimos oito anos, o que me deixa extremamente motivado com a perspectiva de trabalhar sobre esse firme alicerce já construído”, comentou Davis. Já Robertson classificou como um privilégio a ocupação do cargo na companhia durante quase uma década. “Foi um grande prazer guiar a Rolls-Royce nessa trajetória de contínuo crescimento”, afirmou. “É uma empresa excepcional, de grandes perspectivas”, acrescentou, ao agradecer a todos os membros do Conselho pelo trabalho conduzido nesse período.

Com o objetivo de dar continuidade ao seu planejamento estratégico, a Skanska, um dos maiores grupos mundiais de construção e desenvolvimento de projetos, nomeia Sebastián Martín como Country Manager da companhia no Brasil. Formado em Ciências Contábeis, Martín está na empresa desde 2001 à frente de importantes iniciativas. Além de Country Manager da Skanska Brasil, o executivo acumulará as funções de vice-presidente para Colômbia, Peru e Venezuela. Martín se reportará a Alfredo Collado, presidente e CEO da Skanska LA, e tem como meta alavancar os negócios da companhia, tornando-a líder em seu segmento de atuação 80

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Foto: Divulgação

Skanska tem novo country manager

no país. “Estou confiante de que conseguiremos atingir nosso objetivo. Para tanto, vamos consolidar nossa atuação nos mercados de energia,

petróleo e gás e infraestrutura e buscar a diversificação em outras áreas em que temos total expertise para atuar ”, afirma o executivo.


A Conferência de Tecnologia Offshore (OTC) e o IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis), por meio de seus principais diretores, nomearam Marcos Assayag e Jerry Streeter como, respectivamente, presidente e vice-presidente do Programa Técnico da OTC Brasil 2013. Assayag, gerente executivo do Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes), e Streeter, gerente de Desenvolvimento de Campos de Águas Rasas na FMC, conduzirão um diferenciado grupo de especialistas brasileiros e internacionais no desenvolvimento de um programa técnico de interesse mundial para a OTC Brasil. O comitê de programação incluirá grande número de técnicos especialistas e desenvolverá um abrangente e representativo programa técnico das sociedades patrocinadoras da OTC, o qual cobrirá todos os aspectos da tecnologia offshore. “Estamos satisfeitos por ter dois candidatos muito qualificados para desenvolver o nosso programa técnico da OTC Bra-

sil”, disse Steve Balint, presidente da OTC, “Marcos e Jerry são profissionais respeitados e estou confiante que eles desenvolverão temas importantes não somente para esta região, mas para toda indústria offshore. “O IBP dá boas-vindas ao Comitê do Programa Técnico a dois membros muito importantes da comunidade offshore – Marcos Assayag e Jerry Streeter. Eles certamente ajudarão a desenvolver um programa sólido e amplo para a conferência, trazendo os melhores profissionais em suas áreas de especialização para esta edição da OTC Brasil”, disse o presidente do IBP, João Carlos de Luca. Durante os três dias de Conferência, a OTC Brasil apresentará sessões especiais, painéis e uma série de eventos especiais cobrindo temas relacionados ao segmento. A OTC Brasil é ainda uma oportunidade para a indústria e para líderes técnicos de compartilhar suas visões e opiniões sobre as principais tendências e questões. Atualiza-

Foto: Agência Petrobras

Assayag é presidente do programa técnico da OTC Brasil

ções sobre os principais projetos internacionais de offshore no Brasil e no mundo, também serão apresentados. A chamada de trabalhos para a OTC Brasil começará em dezembro de 2012. O comitê do programa técnico irá verificar as propostas e determinar quais serão apresentadas. Informações adicionais estarão disponíveis no site da OTC Brasil (www. otcbrasil.org). A OTC Brasil inaugural aconteceu em 2011. Mais de dez mil participantes estiveram presentes à Conferência, assim como 435 expositores de 23 países.

Comitê Brasileiro do Pacto Global: nova diretoria A gestão 2013-2014 é composta por representantes da Braskem, Petrobras, Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL), Itaipu e Instituto Superior de Administração e Economia (Isae-FGV). A nova diretoria do Comitê Brasileiro do Pacto Global (CBPG) tomou posse no dia 16 de janeiro. A Braskem, representada por Jorge Soto, diretor de Desenvolvimento Sustentável, foi eleita por consenso dos demais membros para liderar a nova diretoria. Uma

Composição da nova diretoria Presidente: Jorge Soto - Braskem Diretores: Armando Tripodi - Petrobras Augusto Rodrigues - CPFL Heloisa Covolan - Itaipu Binacional Norman de Paula Arruda Filho - ISAE/FGV

das atividades prioritárias da nova gestão é dar seguimento aos compromissos para o desenvolvimento sustentável, firmados por signatá-

rias do Pacto Global no Brasil na Conferência Rio+20. O CBPG é um grupo voluntário formado por 35 organizações-membros da Rede Brasileira, cujo objetivo é promover a adoção e a incorporação dos Princípios do Pacto Global na gestão de negócios das empresas e organizações que operam no Brasil. A iniciativa conta com a participação de agências das Nações Unidas, empresas, sindicatos e organizações não governamentais. TN Petróleo 88

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produtos e serviços

Teledyne

teledyne Óleo & Gás inaugura centro de montagem e testes no Rio por Maria Fernanda Romero

A Teledyne Óleo & Gás é fruto da aliança de quatro companhias da Teledyne Technologies (Cormon, Impulse, DGO e ODI). Ela fornece soluções de engenharia para monitoramentos marítimo e de superfície, sistemas de interligação para operadores e prestadores de serviço na indústria de óleo e gás, além de soluções em monitoramento de corrosão e erosão, aquisição de dados, avaliação, e engenharia submarina, assim como desenvolvimento de novos produtos. Há 12 anos no Brasil – na época a empresa era a Ocean Design Inc (ODI) –, a Teledyne Óleo & Gás resolveu se estabelecer no país para poder agregar valor aos conectores ODI, oferecendo suporte técnico no Brasil com mão de obra local. Marilia Painter, gerente geral da Teledyne Óleo & Gás, explica que a companhia escolheu instalar seu centro no

Foto: Divulgação

A Teledyne Óleo & Gás realizou, no dia 24 de janeiro, a cerimônia de inauguração de seu centro de montagem e testes no Rio de Janeiro. O empreendimento contará com uma câmara hiperbárica de 600 mm de diâmetro e 1.200 mm de profundidade com capacidade para testar até o equivalente a 3.000 m de profundidade (5.200 PSI).

Rio de Janeiro porque vinha somente exportando seus produtos para o Brasil. “Passamos a nacionalizar parte do nosso

processo em parceria com um grande fornecedor de equipamentos submarinos dentro de sua fábrica no Rio. O processo criado com a nossa incubadora nos permitiu expandir para oferecer mais serviços, principalmente de after-market”, explicou. Segundo a executiva, atualmente o faturamento com as exportações para o Brasil representa 10% do faturamento do grupo. “Há 12 anos era insignificante. A perspectiva é que o crescimento continue na casa de dois dígitos. A empresa está investindo para isso”, afirmou. A Teledyne Óleo & Gás possui quatro fábricas e cinco centros de montagens e testes no mundo. No Rio, já possui escritório há 12 anos. Howard Painter, vice-presidente de Desenvolvimento de Negócios, com 17 anos de experiência no setor, será enviado ao Brasil, em março, para liderar a expansão da Teledyne Óleo e Gás, junto com Marilia Painter.

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Lab Tubulações

Lab Consultoria em Tubulações quer parceiros epecistas A companhia baiana Lab Tubulações, que fornece serviços de consultoria em tubulação, informou que quer conseguir parceiros epecistas que precisem reduzir custos e prazos em seus empreendimentos. Segundo Lott Brito, responsável técnico da empresa, a Lab Consultoria em Tubulações realiza consultoria desde a parte inicial do detalhamento do projeto, inspeção, fabricação e montagem de tubulação até pré-operação e partida dos sistemas e subsistemas de uma plataforma offshore, unidade em refinaria ou em quaisquer empreendimentos EPC destinado

ao setor de geração de energia e óleo e gás. “Nossa meta este ano é trabalhar com epecistas que tenham interesse em evidenciar e mensurar, de forma qualitativa e quantitativa, uma redução de custos e prazos em todos os empreendimentos EPC, de, no mínimo, 15% dos valores previstos nos orçamentos para a disciplina de tubulação, direcionados para a geração de energia, óleo e gás, biodiesel, química, petroquímica, celulose, dentre outros”, explica. O executivo ressalta que em função dessa grande demanda de empreendimentos EPC licitados sobretudo pela Petrobras, em função do crescimento e poder aquisitivo da população, ele percebeu a necessidade de

desenvolvimento tecnológico quanto à qualificação de mão de obra no setor. “A qualificação com capacitação em especial de encanadores, mestres, encarregados, técnicos, supervisores, gerentes e gestores de construção visa a atender a demanda dos empreendimentos, não só no Brasil, mas também no exterior, ainda é deficitária. Em minha opinião, deve-se investir mais em treinamento e capacitação de mão de obra”, apontou Brito. Os principais clientes da empresa no setor de óleo e gás são a Quip S/A Galvão Engenharia e UTC Engenharia. A Lab Consultoria em tubulações trabalha no momento prestando consultoria para a Quip S/A, que está construindo a plataforma P-55 em Rio Grande (RS).

OFS Capital

OFS Capital chega ao Brasil Impulsionados pelo atraente mercado brasileiro de óleo, gás e energia, os investidores internacionais da OFS Capital resolveram se instalar no Brasil com um escritório no Rio de Janeiro. A OFS Capital é uma butique de investimentos, servindo ao setor de energia, especializada em deal-making, aconselhamento financeiro, fusões e aquisições, pesquisas e obtenção de capital, além de consultoria e representação comercial. Há apenas nove meses no país, a OFS Capital fornece serviços especializados e cobertura

de pesquisa na exploração e produção, serviços de campos de petróleo, energia, distribuição e setores de energias renováveis nos Estados Unidos e América Latina. “Apesar do pouco tempo no país, já trabalhamos com bons clientes nacionais e estrangeiros. Nosso principal cliente é a HRT Oil & Gas”, comenta Luiz Maneschy, diretor da OFS Capital no Rio de Janeiro.

Maneschy declara que, atualmente, a empresa trabalha em projetos de investimentos na indústria de barcos de apoio ao segmento offshore, farm-out de campos de petróleo e oportunidades no gás de xisto. De acordo com ele, a empresa não pretende, no curto prazo, ter outro escritório no Brasil. Com a realização dos anunciados leilões de maio e novembro, há bastante perspectiva de negócio no setor de óleo e gás no Brasil, graças ao impulso necessário ao desenvolvimento que o país receberá. “Das áreas de oportunidades de negócio, destacamos os estaleiros e a operação de barcos de apoio offshore”, detalha. TN Petróleo 88

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produtos e serviços

MAN

Enquanto as mudanças na política energética ainda estão em discussão em vários fóruns, as empresas MAN e Audi geram fatos. Na Alemanha, a montadora de automóveis irá produzir metano sintético (Audi e-gas) para alimentar a rede pública de gás natural a partir de junho de 2013. O principal componente dessa planta – que está em construção em parceria com a fabricante de equipamentos SolarFuel GmbH em Werltle (Alemanha) – é um reator de metanação da MAN Diesel & Turbo, que faz parte do Grupo MAN. Com cerca de 16 m de altura, a instalação foi construída e produzida por especialistas da MAN em química e reatores físicos em Deggendorf (Alemanha). Em dezembro de 2012, uma agência de transportes pesados conduziu por 782 km, até Werlte, a torre já pronta para ser conectada. A capacidade de produzir combustível carbono neutro a partir de eletricidade renovável torna esta instalação especial. O Audi e-gas pode ser armazenado e transportado por meio de infraestrutura já disponível, pois é quase idêntico ao gás natural de origem fóssil.

Foto: Divulgação

Reator da MAN Diesel & Turbo produz combustível renovável Audi e-gas

Assim, pode ser de fácil distribuição pela rede de gás natural ou direcionado para estações de Gás Natural Comprimido (GNC). “Esta encomenda salienta, mais uma vez, nossa competência para construir estruturas químicas com as quais se possa produzir combustível sintético”, afirma Josef Dachs, diretor da unidade da MAN Diesel & Turbo em Deggendorf. “Quer estejamos falando da maior planta de gás-para-líqui-

dos do mundo, a Pearl, no Catar, operada pela Shell, ou do atual projeto Audi e-gas, na Alemanha, nosso know-how é mundialmente solicitado quando se trata de encontrar e oferecer soluções para a mobilidade do futuro.” O princípio dual eletricidade/ gás do projeto Audi e-gas é um exemplo prático de como fazer bom uso de energia eólica em excesso em dias de tempestade, quando a atual rede alemã é insuficiente para transportar a carga. A unidade de Werlte irá gerar e-gas carbono neutro para abastecer 1.500 carros GNC percorrendo 15.000 km por ano.

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OTZ Engenharia

OTZ Engenharia consolida entrada no setor offshore A OTZ Engenharia, empresa de projeto e consultoria com atuação nos setores de óleo e gás, siderurgia e mineração, papel e celulose, entre outros, anuncia acordo de longo prazo com a norueguesa NLI. A empresa tem forte atuação em serviços de engenharia offshore na Noruega e em outras partes do mundo. O fechamento da parceria consolida a entrada da OTZ Engenharia no mercado offshore. Conhecida como empresa multidisciplinar em projetos e consultoria, a OTZ conta a partir de agora com a experiência da NLI, sobretudo em projetos de navios de perfuração e unidades flutuantes de produção e armazenamento de petróleo (FPSO, na sigla em inglês). A NLI foi fundada em 1946 e nos últimos quatro anos esteve envolvida em projetos para 17 FPSOs. Dentre os mais recentes se destaca a participação no projeto de engenharia do topsides do FPSO Goliat, que será instala-

do no campo homônimo, no Mar do Barents – trata-se de uma das maiores plataformas flutuantes do mundo com cerca de 500 m de comprimento. Para a NLI, o acordo com a OTZ representa um importante passo para a sua entrada no mercado brasileiro de óleo e gás, que atrai companhias de todo o mundo em função das expressivas descobertas do pré-sal. A cooperação com a empresa brasileira, que já tem contratos com a Petrobras para engenharia de refinarias, terminais de movimentação e módulos de FPSOs, é estratégica e fundamental. No mercado offshore, a principal aposta são as encomendas da OGX para a construção de cinco FPSOs. A Petrobras tem planos de construir oito e duas WHP (Well Head Platform). “Acredito que a parceria que está sendo firmada é completamente única e estamos muito orgulhosos de assinar este acordo. Acho que somos muito

afortunados”, diz Sigve Barvik, o diretor de Marketing da NLI. Para Marcelo Pereira, diretor-geral da OTZ, a parceria é importante para ambas as companhias. “Está acontecendo muita coisa no mercado brasileiro de óleo e gás. A Petrobras é a grande locomotiva desse mercado”, afirma. Ele acrescenta que nos próximos anos haverá muita atividade em águas profundas, onde estão grandes reservas de óleo. Além disso, as refinarias se preparam para adaptar suas unidades para processar óleo pesado e há diversas encomendas de sondas, plataformas e outros equipamentos.

Yokogawa

Nova abordagem para aquisição de dados Smartdac é uma nova abordagem para aquisição de dados, alarmes e registro! Com operação por toque na tela, simples e inteligente, apresenta medição e histórico de dados de processo com elevado nível de confiabilidade, precisão e acessibilidade. O conceito começa com o novo GX/ GP, um sistema integrado de entradas e saídas e gravação de dados, com tela de operação e interface extremamente amigável seguindo os conceitos dos mais modernos smartphones do mundo. Altamente adaptável, eficiente e fácil de operar, este é o novo GX/GP.

O GX10/GX20 é um registrador sem papel e estação de trabalho que fornece uma operação intuitiva por meio de uma tela sensível ao toque. Sua arquitetura modular suporta uma ampla gama de módulos de entradas e saídas.

Por meio de um browser (Internet Explorer 6/8), você pode monitorar o GX em tempo real e alterar as configurações. Você pode facilmente construir um sistema completo de monitoramento remoto com baixo custo sem nenhum software adicional. No final do ano passado foi lançado um site totalmente novo e inédito na Yokogawa em várias línguas diferentes para abordar os benefícios e aplicações deste produto. TN Petróleo 88

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produtos e serviços

Asco

A LLX e Asco Brasil Participações Ltda., prestadora de serviços para o setor de óleo e gás, assinaram um contrato de logística para empresas de exploração e produção de petróleo e seus fornecedores instalados no Superporto do Açu, em construção em São João da Barra (RJ). “A assinatura deste contrato com a Asco, uma empresa de classe mundial no segmento de serviços para a indústria de O&G, agrega competência logística à infraestrutura disponibilizada pela LLX, além de fortalecer a posição do Superporto do Açu como o hub brasileiro para o setor e como excelente alternativa para a instalação de empresas que operam no Brasil”, declarou Marcus Berto, diretor presidente da LLX. Com a associação, o Superporto do Açu passará a ofertar soluções logísticas completas e integradas de padrão internacio-

Foto: Divulgação

Asco prestará serviços de logística no Superporto do Açu

nal, com tecnologias avançadas, atendendo aos mais exigentes requisitos de eficiência, segurança e proteção ambiental da indústria de óleo e gás. A previsão é de que sejam gerados 1.400 empregos na prestação de serviços de logística. “Esta associação é uma grande oportunidade para a Asco. Acredito que o Superporto do Açu se tornará nos próximos anos o mais importante hub brasileiro para a indústria de óleo e gás. Este é um dos mais excitantes projetos de

que já participamos, além de ser uma grande oportunidade para desenvolver nossa plataforma global de negócios”, disse Derek Smith, diretor-presidente da Asco. “Iremos oferecer uma solução logística sem igual no Brasil com padrão de excelência mundial requerido pelo setor ”, disse Eduardo Valle, diretor-presidente da Asco no Brasil.

O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) concedeu Licença de Instalação para a construção de uma unidade da Intermoor, empresa integrante do Grupo Acteon, no Complexo Industrial do Superporto do Açu. A unidade, que oferecerá apoio logístico e outros serviços especializados à indústria de óleo e gás, estará localizada na margem direita 86

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Foto: Divulgação

Intermoor recebe licença de instalação do canal do TX2 (terminal onshore do empreendimento) e ocupará uma área total de 52.302 m2. No local, a Intermoor irá fornecer um conjunto seleto de serviços para atender às necessidades específicas de seus clientes, entre eles a Petrobras, a Shell e OGX, assim como todas as demais grandes companhias de petróleo que operam no Brasil.


BrasFELS

A Keppel FELS Brasil S/A foi contratada pelo consórcio Modec Offshore Produção e Toyo Systems Pte Ltd (MTOPS), uma joint-venture entre a Modec, Inc. e Toyo Engineering Corporation (Toyo), para integrar os módulos do topside de um Floating Production Storage Offloading (FPSO). Este projeto será realizado no estaleiro BrasFELS, que pertence a Keppel FELS Brasil, localizado em Angra dos Reis (RJ). O CEO da Keppel O&M, Tong Chong Heong, falando sobre o

Foto: Divulgação BrasFels

Mais um projeto de FPSO no Brasil

novo contrato, disse que “temos o prazer de sermos escolhidos por nossos clientes para projetos como estes. Isso é uma forte afirmação da qualidade dos nossos serviços”. Ele também lembrou que a BrasFELS já entregou um FPSO Cidade de São Paulo (foto) para o consórcio MTOPS com todos os requisitos de segurança e 19 dias antes do previsto. O segundo projeto, o FPSO Ci-

dade de Paraty está em andamento e deve ser entregue já no segundo trimestre de 2014. “Com o bom relacionamento e entendimento entre a BrasFELS e a MTOPS, estamos confiantes de que este novo FPSO será concluído com alto grau de satisfação”, assegurou Heong. Este novo FPSO, um projeto da Modec e de seu parceiro Grupo Schahin, foi afretado para operações offshore do Brasil por 20 anos. As obras de integração deverão durar cerca de um ano e começarão no terceiro trimestre de 2014. A unidade, quando concluída, terá capacidade de produção de 150 mil barris de petróleo por dia e armazenará 1,6 milhão de barris de petróleo.

Enventure Global Technology

Tecnologia de expansão de tubo a frio A Enventure Global Technology, especializada em revestimento e liners expansíveis para poços de petróleo onshore e offshore, traz ao Brasil a nova tecnologia SET®, resultado de uma tecnologia de trabalho a frio, no processo que permanentemente estende o tubo sem qualquer calor adicional. A tecnologia maximiza o Diâmetro Interno (ID) em poços de petróleo e gás através de um processo de expansão a frio. O SET® Systems expande em poços verticais, desviados e horizontais, e tem provado ser vantajoso quando combinado com outras tecnologias. Em ambientes de perfuração, características inovadoras do sistema SET®, a solução permite aos operadores acessar com êxito reservatórios que não poderiam ser alcançados economicamente com outra tecnologia. Hoje, as soluções comprovadas Enventure continuam a entregar resultados aos operadores em todo o

mundo, incluindo empresas petrolíferas nacionais, operadores principais, e os produtores independentes. Segundo a empresa, o tubo utilizado no sistema SET®, EX-80, excede os padrões especificados pela API para uso com gás e petróleo, e suas propriedades de pré-expansão são semelhantes àqueles do material API L-80. “A composição metalúrgica do tubo permite maior maleabilidade, e ao mesmo tempo mantém suas propriedades de resistência. A Enventure utiliza tubos soldados com a tecnologia de solda através de resistência elétrica (ERW), que oferecem maior uniformidade de espessura de parede e ovalidade exigida para resultados de expansão consistentes”, informa a companhia. A utilização do revestimento expansível permite que o cliente atinja a profundidade final planejada maximizando o diâmetro da próxima seção do poço, bem como mitigar uma série de problemas que

podem ocorrer durante as fases de perfuração e/ou produção. O procedimento inerente para expandir os tubos ultrapassa o limite de elasticidade do material , indo até a região plástica da curva de tensão e fadiga, ao mesmo tempo mantém sua segurança abaixo do limite elástico extremo. Com o nível de conhecimento especializado sem paralelos adquirido permite à Enventure aplicar a tecnologia com segurança e com altíssimo grau de confiabilidade. Com um total de mais de 1.380 instalações e 1.200.000 pés (366.000 m) acumulados de experiência tanto onshore como offshore, os sistema SET® tem soluções customizadas comprovadas em poços verticais exploratórios, direcionais e horizontais, incluindo poços em produção que necessitam de reparo do revestimento. A Enventure também desenvolveu soluções de completação, as quais são utilizadas em situações diversas. TN Petróleo 88

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geopolítica

O papel das National Oil Companies (NOCs)

nos Brics

Em meados do século XIX, as indústrias mais importantes da primeira Revolução Industrial (têxteis, aço, transporte ferroviário e a vapor), atingiram seu grau de maturidade e perderam seu dinamismo, cedendo lugar aos novos ramos da química, eletricidade e, principalmente, à nova fonte de energia: os motores a combustão.

E

Marcelo Marinho Simas é economista Pleno da Petrobras desde 1998, graduado pela UFRJ (1987). Doutorando em Geologia Econômica (UFRJ) e M. Sc. em Geologia Econômica (UFRJ). Pós-graduações em O&G (Coppe), Engenharia de Petróleo (PUC-Rio) e Análise de Conjuntura (IE/UFRJ). Atualmente trabalha no Centro de Pesquisas & Desenvolvimento (Cenpes) na Gerência de Relacionamento com a Comunidade de Ciência & Tecnologia.

88

TN Petróleo 88

ste período conhecido como a segunda Revolução Industrial, marcou mudanças ainda mais profundas, pois, o domínio da energia passou a ser o eixo em torno do qual gravitam todas as demais indústrias e sem o qual uma nação está condenada ao subdesenvolvimento. É neste contexto que surgem as indústrias de petróleo e de energia elétrica e a importância do controle das fontes de energia como estratégia geopolítica que vai perdurar até hoje. Após um período de quase cem anos em que o preço do petróleo situou-se entre US$ 2,00-3,00/bbl em termos nominais (1870-1970), os questionamentos ao chamado ‘cartel das Sete Irmãs’ (formado pelas maiores companhias de petróleo do mundo entre 1928 e 1973: Exxon, Shell, BP, Chevron, Mobil, Texaco, Gulf Oil e depois CFP) originaram na década de 1960 a criação da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), passando o mercado a coexistir com dois tipos de cartéis: um das empresas que queriam maximizar seus ganhos, outro dos países hospedeiros que também estavam ávidos para ter um quinhão maior das rendas petrolíferas por meio de royalties, preço do óleo no mercado internacional, etc. A Opep tornou-se efetivamente um cartel com poder unilateral capaz de impor preços a partir da primeira crise do petróleo em 1973, quando se iniciou a guerra árabe-israelense do Yom Kippur com o apoio dos EUA a Israel. Os países árabes vislumbraram o petróleo como uma oportunidade para pressionar os EUA e o barril de petróleo chegou a quadruplicar de preço, indo de quase US$ 3,00 para cerca de US$ 12,00 entre fins de 1973 e início de 1974. Com isso, motivou-se a nacionalização das reservas de óleo e gás em vários países do Oriente Médio, como a Líbia, Arábia Saudita, entre outros, que se sentiam prejudicados pela política de preços das Sete Irmãs. Os ativos destas empresas naqueles países foram então transferidos para a constituição das chamadas National Oil Companies (NOCs). Neste momento, é aberta a ‘caixa de pandora’ da geopolítica do petróleo. Ela atinge seu ápice, pois uma simples commodity – cujo preço era relativamente estável nos quase cem anos anteriores e propiciou “energia barata” para os países –, passou a ser utilizada com objetivos políticos para impor os interesses dos produtores aos consumidores. Esta nova realidade trouxe consequências graves aos países consumidores, como recessão, inflação e desemprego, transformando o petróleo numa commodity estratégica. Com essa crise, foi quebrada também a verticalização da indústria que ia do ‘poço ao posto’ ficando o upstream (exploração e produção) com os


países produtores e suas novas empresas, as NOCs, e o downstream (refino, comercialização, distribuição e varejo) com os países consumidores e as empresas herdeiras das Sete Irmãs, as chamadas International Oil Companies (IOCs), também conhecidas como Majors. A segunda crise do petróleo, em 1979, se deu a partir da saída do Irã do mercado e uma nova subida de preços, de US$ 13,50 em fins de 1978 para cerca de US$ 36,00 em fins de 1980, passou a ser praticada. A partir daí e até 1986, o poder de mercado da Opep se consolidou, mas, devido a desentendimentos entre os próprios membros e à entrada de novos produtores, o preço caiu a menos de US$ 20,00 (contrachoque), afetando a rentabilidade das empresas e levando a questionamentos se as NOCs seriam a melhor opção para o aproveitamento desta riqueza. Na década de 1990, com a queda nos preços e a necessidade de redução de custos, a saída encontrada para a melhoria do desempenho do setor foram as Fusões & Aquisições entre grandes empresas como Exxon-Mobil, BP-Amoco-Arco, Elf-Total-Fina, Chevron-Texaco além da Repsol-YPF e Conoco-Phillips. Neste contexto, as Majors voltaram a ganhar espaço no mercado devido à falta de tecnologia de alguns produtores para explotação do petróleo, além da exigência de abertura de mercados, desregulação e privatizações promovidas no mundo inteiro pelas ideias neoliberais lideradas por Margareth Thatcher (Reino Unido) e Ronald Reagan (EUA). Estas ideias foram introduzidas nos “pacotes de assistência” aos países em dificuldades que recorriam ao FMI e ao Bird para renegociar suas dívidas externas, entre eles o Brasil. Atualmente, o mercado global de energia diz respeito a vários produtos energéticos (óleo, gás, carvão, nuclear, hidrelétrica, outros renováveis, etc.). Na visão de Pinto Júnior et al. (2007), as novas tecnologias tornaram possível o uso de dois ou mais tipos sem a troca de equipamento (ex.: veículos flex fuel). Originada principalmente devido ao primeiro ‘choque do petróleo’, a consequência natural desta flexibilidade tecnológica foi que estes produtos passaram a ser substitutos e concorrentes entre si, gerando uma total interdependência. Os combustíveis fósseis representam hoje cerca de 80% do total da matriz energética mundial e, mesmo nos próximos 20 anos este cenário terá ainda pouca mudança apesar de todos os esforços empreendidos no sentido do uso das energias renováveis, segundo várias entidades de pesquisa como a IEA, EIA, BP, etc. Mais recentemente, a redução do uso da energia nuclear em países como a Alemanha e o Japão por conta do acidente de Fukushima também contribuirá para este quadro. Por ser o petróleo ainda a base da matriz energética mundial, ele é tomado como referência de preço para as demais fontes, assim como no mercado

financeiro nacional toma-se a taxa Selic como piso das demais taxas de juros praticadas ou a taxa dos Fed Funds americanos no mercado internacional, e por isso a importância desta commodity no longo prazo. Uma mudança no ambiente competitivo da indústria de O&G em todo o mundo vem ocorrendo a partir do início deste século, segundo Jaffe e Soligo (2007) e The James A. Baker Iii Institute For Public Policy Of Rice University (2007), devido a diversos fatores, mas principalmente a: • Nacionalização das reservas de O&G em diversos países, fruto da necessidade de segurança energética e/ou da vontade de tornar-se importante player na geopolítica do petróleo, que ensejou a criação das NOCs em vários momentos do século passado, mas, sobretudo, a partir da década de 1970; • Apropriação do segmento upstream, o mais lucrativo da indústria, pelas NOCs dos países produtores no processo de desverticalização provocado pelas nacionalizações que pôde então financiar a melhora de sua capacidade técnica e seus investimentos em P&D. Este processo propiciou a ascensão de seu poder de mercado; • Perda progressiva do poder de mercado das International Oil Companies (IOCs), que na desverticalização da indústria ficaram restritas ao segmento menos rentável de downstream nos países consumidores. Este processo, aliado às restrições cada vez maiores dos países produtores para acesso às reservas (intervenção maior dos estados para concessões de O&G), as vem deixando em situação vulnerável em termos de reservas perante os mercados de energia nos próximos anos, demandando uma redefinição de seu papel; • Tendência ascendente do preço das commodities desde o início do século, principalmente o petróleo, fruto da expansão econômica da China e da Índia o que tornou as NOCs ainda mais rentáveis e com capitais disponíveis para novos investimentos em capacidade produtiva a fim de fazer frente ao aumento da demanda; • Alianças estratégicas, sendo um de seus reflexos a migração da tecnologia das companhias de petróleo para a indústria petrolífera e entre as próprias NOCs, que no caso dos Brics podem gerar vantagens competitivas, como será visto mais adiante. Neste cenário, observa-se um altíssimo grau de concentração das reservas e da produção de óleo e gás na direção de poucas empresas e países. Segundo a PFC Energy, em 2009 as NOCs detinham 77% das reservas mundiais de óleo e 51% de gás contra 7% e 9%, respectivamente, das IOCs, com um impacto cada vez maior dos aspectos geopolíticos e econômicos sobre os mercados de energia nos próximos anos. A título de exemplo, pode-se citar os conflitos internacionais como a Guerra do Golfo (1991) e as tensões entre EUA e Irã atualmente. TN Petróleo 88

89


geopolítica Em contraposição, as IOCs também estão redefinindo seu papel neste “jogo de xadrez” da geopolítica do petróleo devido ao: • direcionamento dos programas de exploração para águas profundas nas poucas áreas que lhes restaram, cujo impacto são custos de produção cada vez mais altos (efeito creaming); • volume de investimentos em P&D para aumentar o fator de recuperação de campos maduros; • potencial de prestar serviços especializados para as NOCs. Nesse contexto, o presente trabalho busca avaliar qual o novo papel das NOCs no grupo de países emergentes conhecido por Brics, já que estas empresas estão sendo utilizadas como instrumento de política econômica visando alcançar o desenvolvimento econômico. Como estas empresas podem cooperar entre si a partir do atual ambiente competitivo da indústria de O&G neste início de século? Na década de 1950, as Sete Irmãs detinham cerca de 55% da produção mundial. Em 2010, depois das várias Fusões e Aquisições ocorridas no setor, elas transformaram-se nas quatro maiores Majors (ExxonMobil, Shell, BP e Chevron) as quais respondiam por cerca de 10% da produção e menos de 5% das reservas mundiais (BP Statistic Review 2011 e Relatórios das Companhias) levantando a questão de sua sobrevivência em longo prazo. Um grupo de países emergentes se destaca no cenário econômico mundial pelo seu rápido crescimento e, embora não se organizem num bloco econômico como a UE, por exemplo, este grupo tem buscado formar uma aliança a fim de converter seu crescente poder econômico em maior influência geopolítica. São os Brics – cuja sigla se refere ao Brasil, Rússia, Índia, China e mais recentemente à África do Sul. O termo foi criado por Jim O’Neil, economista-chefe do Banco Goldman Sachs, em um estudo de 2001 (Building Better Global Economic Brics). Desde então a sigla tem sido usada como símbolo da mudança do poder econômico global para ser uma alternativa às economias desenvolvidas do G7 e da OCDE. Atualmente, estes cinco países em conjunto representam mais de 25% da área do planeta, cerca de 40% da população mundial (3 bilhões) e um PIB combinado em torno de US$ 20 trilhões (Fonte: WEO/FMI Set/2011) que é superior ao da economia americana. Em função da presença cada vez mais relevante destas nações no cenário econômico mundial (ver Tabela 1), é de se esperar uma Nova Ordem Mundial Multipolar até 2050 em que os países desenvolvidos da OCDE e do G7 cederão espaço geopolítico aos emergentes. Os reflexos disso já se fazem sentir hoje com a demanda destes países por mais representatividade em organismos multilaterais, como o FMI, o Banco Mun90

TN Petróleo 88

dial, o Conselho de Segurança da ONU e a OMC, por exemplo. Numa visão retrospectiva dos últimos 20 anos (ver Tabela 2), dos cinco países, China e Índia cresceram mais que a média mundial. Rússia se recuperou após a crise dos anos 1990 (saída da economia socialista) e cresceu mais que a média, embora em menos anos que nestes dois países. Brasil e África do Sul cresceram de forma mais errática, abaixo de seu potencial. Quanto às Economias Avançadas, nestes anos cresceram abaixo da média mundial (conceito do FMI que equivale quase aos países da OCDE). Além do tamanho destas economias, outras características se destacam, pois os Brics vêm seguindo estratégias distintas de desenvolvimento que se refletem na forma de se integrarem à economia global. Em todos, há um aumento da importância do setor de serviços exceto na China, cuja indústria ainda é muito relevante, segundo Britto (2009), devido à necessidade de geração de emprego e renda para a população. O que levou estes países ao rápido crescimento? Como suas NOCs foram utilizadas como instrumento de política econômica e se estendeu a temas tão variados como conteúdo local, fortalecimento das cadeias produtivas nacionais, geração de emprego e renda, tecnologia, controle da inflação e regulação dos mercados de O&G visando ao alcance do desenvolvimento econômico? A seguir serão analisados como este processo se deu em cada um deles. Para efeito deste trabalho, serão abordadas as sete principais NOCs dos Brics – exceto a da África do Sul por seu tamanho bem menor que seus pares – e a possibilidade de complementaridades entre suas ações visando possíveis alianças estratégicas (ver Figura 1). Segundo a Tese dos Brics de O’Neil, em 2050 esses países vão ofuscar as economias dos países mais ricos do mundo estabelecendo uma nova ordem mundial multipolar bastante distinta da atual. Brasil e Rússia se tornarão dominantes como fornecedores de matéria-prima, principalmente O&G fora da Opep nos próximos 20 a 25 anos (Fontes: BP e EIA). China e Índia serão fornecedores mundias de produtos manufaturados e serviços cuja complementaridade no âmbito dos Brics pode ser vantajosa para todos. Neste cenário, as NOCs destes países terão um papel de destaque. Em função da ascensão das NOCs no cenário energético global nos últimos anos, algumas das maiores consultorias do mundo como a Accenture e a PFC Energy, propõem novas posturas das IOCs visando sensibilizar as NOCs para conseguir parcerias e, por conseguinte, acesso a novas reservas, sua principal vulnerabilidade e origem de muita competição e conflitos desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Num ambiente em que elas se encontram não mais como clientes-fornecedoras, mas como competidoras globais de igual para igual em concorrência agressiva por ati-


O papel das National Oil Companies (NOCs) nos Brics

Indicador

Brasil

Rússia

Índia

China

África do Sul

Total Brics

Resto do Mundo mundo

% Brics/ Mundo

PIB US$ trilhões 2,2 PPC

2,2

4,0

10

0,5

18,9

55,5

74,4

25,4

Posição PIB mundial

8

6

4

2

25

-

-

-

-

População MM

192

147

1.200

1.322

48

2.909

3.887

6.796

42,8

Posição população mundial

5

9

2

1

25

-

-

-

-

PIB per capita nominal US$

10.814

8.614

1.115

4.394

7.264

-

-

-

-

Tabela 1 – Indicadores dos Brics, 2010 Fonte: WEO/FMI Set/2011

Países

Média 1993 - 2002

2003

2004

2005 2006 2007 2008

2009 2010

2011

2012

Brasil

2,9

1,1

5,7

3,2

4,0

6,1

5,2

-0,6

7,5

2,7

2,7

Rússia

-0,9

7,3

7,2

6,4

8,2

8,5

5,2

-7,8

4,0

4,3

4,1

Índia

5,8

6,9

7,6

9

9,5

10

6,2

6,8

10.1

7,8

7,5

China

9,8

10

10,1

11,3

12,7

14,2

9,6

9,2

10,3

9,5

9

África do Sul

2,8

2,9

4,6

5,3

5,6

5,6

3,6

-1,7

2,8

3,4

3,6

Economias avançadas

2,8

1,9

3,1

2,7

3,1

2,8

0,1

-3,7

3,1

1,6

1,9

Mundo

3,3

3,6

4,9

4,6

5,3

5,4

2,8

-0,7

5,1

4,0

4,0

Tabela 2 – Indicadores dos Brics, 2010 Fonte: WEO/FMI Set/2011

vos e empresas, é preciso repensar o relacionamento entre NOCs e IOCs. A PFC Energy desenvolveu uma metodologia que clasifica as NOCs em sete grupos estratégicos de acordo com duas dimensões: acesso a reservas e a tecnologia e capital. Em paralelo à Tese dos Brics, há claramente uma divisão entre as NOCs do Brasil e Rússia num grupo e as da Índia e China no outro (ver Figura 1). No grupo dos Agentes Domésticos Dominantes, estão empresas com grandes reservas, tecnologia e recursos para atuar de forma independente, necessitando de capacitação em tecnologias específicas como a Gasprom e Rosneft russas e a Petrobras. Já as chinesas (CNOOC, CNPC e Sinopec) e a indiana (ONGC) estão do grupo dos Agentes de Segurança Energética, empresas que vivem uma dicotomia no ambiente doméstico: declínio da produção e simultaneamente rápido crescimento da demanda. Nele também as empresas precisam de reservas e o fazem por meio de compras de ativos no exterior, por isso são também conhecidas por INOCs (International NOCs), além de capacitação tecnológica pois visam garantir a segurança energética frente ao rápido crescimento de seus países. Consequentemente, as visões complementares destes grupos abre pers-

pectivas para alianças estratégicas proporcionando grandes oportunidades e sinergias. A história da indústria petrolífera brasileira se confunde com a da própria Petrobras. Desde a abertura do setor em 1997, a indústria vem experimentando altas taxas de crescimento que se refletem na sua importância para a economia brasileira. Hoje ele representa 12% do PIB e 20% dos investimentos totais do país, segundo Torres (2010). Atualmente o Brasil é o 13º maior produtor mundial de óleo (2,1 MM bpd), o 7º maior consumidor (2,6 MM bpd incluindo biocombustíveis) e detentor de reservas provadas da ordem de 14,2 bilhões bbl podendo, num cenário conservador, dobrar este volume pelos próximos anos em função das novas descobertas da camada pré-sal, a grande fronteira exploratória no mundo. Entre 2005 e 2010, o Brasil foi responsável por um terço das novas descobertas em todo o planeta. Isto poderá situar o país como um grande player no mercado global de energia até 2020, posicionando-o entre os dez maiores produtores de óleo (4,91 MM bpd) e detentores de reservas do mundo, segundo as projeções do Plano Estratégico Petrobras 2020. Devido ao grande volume de reservas descobertas na camada do pré-sal a partir de 2007, o governo suspendeu os leilões para novos blocos e abriu um amplo TN Petróleo 88

91


geopolítica

País

NOCs

Papel segundo tese Bric

Classificação PFC Energy

Brasil

Petrobras

Fornecedores de óleo e gás fora da OPEP

National Asset Holder (Agente doméstico Dominante)

Rússia

Gazpron Rosnett

Fornecedores de óleo e gás fora da Opep

National Asset Holder (Agente doméstico Dominante)

Índia

ONGC

Fornecedores de produtos manufaturados e serviços com demanda crescente de óleo e gás

Strategic Resources Seekers (Agente de Segurança Energética comprador de Ativos no Exterior)

China

CNPC / Petrochina Sinopec CNOOCC

Fornecedores de produtos manufaturados e serviços com demanda crescente de óleo e gás

Strategic Resources Seekers (Agente de Segurança Energética comprador de Ativos no Exterior)

Figura 1 – Brics selecionados, suas respectivas NOCs e relação entre papéis na Tese Brics e classificação PFC Energy.

debate para a criação de um novo regime fiscal para a indústria, mais compatível com o ambiente de baixo risco geológico, grandes volumes recuperáveis e alta produtividade que esta região potencialmente oferece. Tal ideia estava alinhada às práticas internacionais de países que dispõem de grandes volumes de reservas como México, Venezuela, Arábia Saudita e Rússia, por exemplo, que dispensam tratamento diferenciado às suas NOCs. O objetivo do debate era como reverter para a sociedade os ganhos advindos desta oportunidade, tornando-a instrumento para o desenvolvimento econômico do país baseado na atuação diferenciada da Petrobras e na política de Conteúdo Nacional que seriam a base do Novo Marco Regulatório instituído em dezembro de 2010 (criação do regime de partilha, do Fundo Social, da empresa pública que vai gerir os contratos de partilha e da cessão onerosa e capitalização da Petrobras). No ‘Apêndice’ seguem alguns dados consolidados da empresa em 2010. Respondendo por 93% da produção nacional, posicionando o Brasil como 13o maior produtor de óleo do mundo, e quase 97% da capacidade de refino no país, a grande maioria de suas operações é voltada para o mercado interno. Ocupa uma posição privilegiada nos principais rankings de empresas do mundo. É a maior do país, a 34ª em faturamento e 8ª em lucro líquido pela Global 500 da Fortune, na PIW ocupa a 15ª posição e na PFC Energy a 3ª posição, consolidado-a como uma das maiores empresas de energia do mundo (portfólio composto por O&G, biocombustíveis, eólica, solar, geotérmica, marés, etc.). A Rússia é um país fortemente dependente dos recursos minerais e energéticos, como ferro, aço, alumínio e, sobretudo, O&G, bem como, a exportação destes 92

TN Petróleo 88

produtos. Sua pauta é especializada em commodities. A matriz energética russa é assentada em recursos fósseis não renováveis (97%), em especial o gás natural, com pouquíssimo espaço para energias renováveis. É o maior produtor mundial de óleo com um volume de 10,3 MM bpb em 2010 e a 7ª em reservas provadas (77 bilhões de bbl ou cerca de 6% do total). Em gás é o 2º maior produtor com 589 bilhões m3 (18,4% do total) – atrás apenas do EUA – e o primeiro em reservas com 45 trilhões de m3 (cerca de 24% do total mundial). Mais de 60% das suas exportações vêm do setor de óleo e gás fazendo com que a economia russa seja altamente atrelada ao preço do petróleo no mercado internacional e bastante vulnerável a choques externos. A partir de 1991 com a dissolução da antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), foram implementadas diversas reformas econômicas de cunho neoliberal pelo presidente Boris Yeltsin (19911999), visando à transição da economia comunista para a de mercado. As primeiras medidas foram as privatizações em massa e abertura econômica e, na falta de uma política industrial, o país sofreu um colapso econômico com crescimento negativo em quase toda década de 1990, que coincidiu também com a queda no preço do petróleo no mercado internacional. Mais tarde, o setor de O&G foi excluído destas privatizações por ser considerado estratégico. A partir da recuperação econômica e das reformas institucionais de 1999 em diante, na chamada ‘era Putin’ (presidente entre 1999-2007), quando há um redirecionamento da política industrial, “... em especial para o complexo de O&G, foi traçada tendo por base uma visão estratégica que considera aspectos geopolíticos da produção da indústria de O&G. Tal política


O papel das National Oil Companies (NOCs) nos Brics não requer (necessariamente) a estatização da produção, mas o controle do Estado sobre a mesma. Enquanto no governo Yeltsin observou-se a passividade da política industrial, no governo Putin o Estado era visto como o indutor do desenvolvimento econômico, sendo o setor energético parte fundamental desta estratégia” (Britto, 2009). No ‘Apêndice’ seguem alguns dados consolidados da Gazprom em 2010. Posicionada como a maior empresa de gás do mundo, grande parte de suas operações vem das exportações para Europa e Ásia Central via gasodutos – o que destaca a questão geopolítica do abastecimento de energia para estes países – além de fornecer para o mercado interno. Também ocupa posições privilegiadas nos principais rankings de empresas do mundo. É a maior do país, a 35ª em faturamento pela Global 500 da Fortune, na PIW ocupa a 12ª posição, e na PFC Energy a 6ª posição. Possui ainda uma subsidiária que produz sobretudo óleo, a Gazprom Neft, que auxilia na segurança energética do país. A Rosneft por sua vez é responsável por cerca de 22% da produção nacional, ajudando a posicionar o país como maior produtor de óleo do mundo, possuindo quase 20% da capacidade de refino no país. Ocupa uma posição privilegiada como a Gazprom nos principais rankings de empresas do mundo. É a 3ª maior do país, a 179ª em faturamento pela Global 500 da Fortune, na PIW ocupa a 16ª posição e na PFC Energy a 18ª posição, consolidado-a como uma das maiores empresas do mundo. Segundo Britto (2009), “Na Índia, a concepção de que o Estado deve cumprir um papel central na promoção do desenvolvimento e no combate à pobreza precedeu a conquista da independência em 1947. Mais do que isso, tal concepção empolgou não apenas os militantes políticos (...), mas também a classe empresarial, que apoiou tanto a luta pela independência quanto a proposta da implementação do planejamento econômico. Em 1950, de fato, a Índia deu início a seu primeiro plano quinquenal. Ao longo das décadas seguintes, a intervenção do Estado se tornaria cada vez mais intensa. Os anos 70, segundo Pedersen (2008:80), veriam ‘culminar a busca indiana pela autossuficiência’, marcada pelo fechamento da economia ao comércio exterior e a influxos de capital (inclusive ao investimento direto externo) e pela nacionalização tanto na esfera da produção industrial quanto na das finanças. Em meados dos anos 80, porém, começaria a reversão do processo, acentuada após 1991”. Desde a sua independência e até os anos 1980, a Índia tinha o que se chamava de “taxa hindu de crescimento” (em torno de 3,5% a.a.) em contraste com outras experiências mais bem-sucedidas como o próprio

Brasil e mesmo os “tigres asiáticos” na época. O ponto de inflexão do crescimento indiano se deu a partir da década de 80, quando suas taxas se aceleraram em função de diversas reformas econômicas que se intensificaram na década seguinte (liberalização, desregulação e privatizações à moda indiana). Entre as taxas de crescimento dos Brics desde a década de 1990, a Índia só ficou atrás da China, embora sua renda per capita seja ainda a mais baixa do grupo. A dinâmica da economia indiana é dada pelas altas taxas de investimentos de mais de 38% do PIB (2007) e principalmente pelo setor de serviços que responde por 53% do PIB, fruto da política tecnológica desde sua independência. Os resultados foram altas taxas de crescimento do PIB desde a década de 80. Como visto anteriormente, o crescimento entre 1950 e 1980 foi de 3,5% a.a. (“taxa hindu”). Entre 1980 a 2006 a taxa média foi de 6,2% a.a. só ficando abaixo da China, que cresceu no período 1980-2003 numa média de 9,55% a.a. (Barbosa, 2008). A Índia é um país com atuação agressiva na busca por reservas de O&G, atuando, por meio de suas NOCs, Joint Ventures e Fusões & Aquisições a fim de alavancar seu crescimento. Apesar dos investimentos em E&P, pouco sucesso houve em ampliar reservas a fim de diminuir a importação de óleo. Em 1997 o governo instituiu a Nova Política de Licenças de Exploração (Nelp) visando à segurança energética por meio da criação de vários modelos fiscais, além da concessão que já existia, a fim de incentivar os investimentos exploratórios. Um dos problemas das suas NOCs é a baixa taxa de sucesso das perfurações e com a entrada de novos investimentos estrangeiros, espera-se que estes tragam tecnologia para que as empresas melhorem seu desempenho em E&P. Para reduzir a dependência de O&G, o governo vem buscando desde o início deste século o uso de biocombustíveis (adição de etanol na gasolina e biodiesel). No downstream, a demanda é suprida principalmente por importações e a rentabilidade do setor é baixa devido ao controle de preços, por isso, o espaço para as IOCs é reduzido. Fundada em 1956, a Oil and Natural Gas Corporation (ONGC) é a principal empresa indiana que opera a maior parte dos blocos no país. A estratégia da empresa é totalmente alinhada às necessidades nacionais, tendo o governo cerca de três quartos da capital da companhia, uma vez que ele vendeu parte de suas ações para alavancar recursos, além de atrair investidores estrangeiros em 1999. Uma estratégia parecida foi seguida pela Petrobras no ano seguinte. Recentemente, a Companhia não tem cumprido suas metas de aumento de reservas, aumentando a ingerência política na empresa. No ‘Apêndice’ seguem alguns dados consolidados da empresa em 2010. Responsável por cerca de 83% da produção nacional, mas apenas 4% da capacidade de refino no país, a ONGC ocupa uma posição de desTN Petróleo 88

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geopolítica taque nos principais rankings de empresas do mundo, dividindo o mercado indiano com outros pares de O&G como a OIC e a OIL, ambas estatais, e a Reliance, que é privada. É a 7ª maior empresa do país, a 361ª em faturamento pela Global 500 da Fortune, na PIW ocupa a 31ª posição e na PFC Energy a 21ª posição, consolidado-a como uma das maiores empresas de mundo (portfólio de O&G e carvão). As grandes mudanças na economia chinesa remontam a 1978 após a chegada do líder Deng Xiaoping ao poder. As reformas para torná-la uma “economia socialista de mercado” levaram o país ao crescimento a impressionantes taxas de quase 10% a.a. nas últimas três décadas. A China possui um grande driver exportador de mercadorias (como máquinas e aparelhos elétricos e mecânicos, produtos têxteis, etc.). Suas importações são compostas de matérias-primas como O&G, ferro, etc. Seu PIB é alavancado pelas altíssimas taxas de investimento que estão por trás de todo potencial de crescimento, em média 40% do PIB desde o fim da década de 1980, basicamente formado por aquisição de máquinas e equipamentos para indústria e construção civil nas cidades. O setor industrial é responsável por tamanho dinamismo já que ele é o mais importante da economia, porém, seu gigantesco mercado interno potencial com uma População Economicamente Ativa (PEA), formada por mais de 810 milhões de pessoas, é outro grande componente do PIB na dinâmica do setor exportador. Neste modelo de desenvolvimento, a China é o típico representante da nova tendência nos mercados emergentes, o chamado ‘capitalismo de Estado’. Na década de 1980 foi realizada uma grande reorganização do setor de O&G, uma vez que os ativos petrolíferos estavam espalhados por diversos órgãos e agências governamentais carecendo de escala. A fim de internalizar ganhos de produtividade, várias pequenas empresas foram fechadas ou se incorporaram às novas empresas criadas que foram integradas verticalmente para obter ganhos de escala e serem mais eficientes e competitivas, dentro e fora do país, inclusive com relação às Majors. Em 1988, foi criada a China National Petroleum Corporation (CNPC) como um dos frutos desta reorganização. Até a década de 1990, a China era um grande produtor de petróleo, e atualmente ainda o é, sendo o 5º maior do mundo (4,1 MM bpd em 2010), mas também é o 2º maior consumidor (9,1 MM bpd), ficando atrás apenas dos EUA. Apesar disso, o carvão ainda é a base de sua matriz energética que representa cerca de 70% do total da energia primária e a previsão para os próximos anos, pelo menos até 2015, é ainda se manter neste nível ficando o petróleo em segundo lugar com 20% do total. A partir de 1993 o país tornou-se importador líquido e, para fazer frente às importações e ao aumento da demanda interna, duas empresas recepcionaram 94

TN Petróleo 88

os ativos petrolíferos e foram então reorganizadas. Em 1998 foram criadas a subsidiária da CNPC, também conhecida como PetroChina, e a China Petrochemical Corporation (Sinopec). Antes elas eram segmentadas operando, respectivamente, em E&P e refino. Depois, ambas passaram a operar toda cadeia de valor de O&G, embora a CNPC se especializasse em E&P onshore no norte e nordeste do país e a Sinipec em refino no sul e sudeste, integrado à petroquímica, além do upstream e do gás natural também. Outra importante empresa do setor é a China National Offshore Oil Corporation (CNOOC) que opera os ativos de E&P offshore e os downstream, estes em menor escala. As três empresas compõem o grupo de estatais conhecido como “Big 3”. As estratégias e diretrizes de crescimento das Big 3 estão sujeitas à política de estado do governo chinês. As NOCs atuam de forma integrada e complementar, de acordo com o modelo de desenvolvimento energético do país. A CNPC é a maior NOC chinesa e possui o papel mais importante das três, sendo a principal responsável pela garantia do suprimento de O&G da China. Sua subsidiária, a PetroChina, tem o papel de internacionalizar as operações por meio da compra de ativos no exterior. A Sinopec atua no abastecimento interno e é o maior player do mercado doméstico no downstream, no entanto, os preços dos derivados são controlados. A CNOOC apresenta um perfil mais arrojado. Busca especialização em GNL e no upstream offshore e possui maior grau de liberdade para atingir suas metas comerciais. Apesar de ser a menor, a CNOOC detém a melhor performance financeira entre os seus pares. No ‘Apêndice’ seguem alguns dados consolidados da empresa em 2010. A PetroChina, braço externo da CNPC, tem seus números em destaque devido à sua pujança, mas eles estão consolidados na controladora. Ela é responsável por mais de 68% da oferta de óleo, incluindo a que vem do exterior, posicionando o país como 5ª maior produtor de óleo do mundo, além de 31% da capacidade de refino. Ocupa uma posição privilegiada nos principais rankings de empresas do mundo. É a segunda maior do país em faturamento, a sexta pela Global 500 da Fortune, na PIW ocupa a quinta posição, e na PFC Energy a segunda posição, atrás apenas da ExxonMobil, consolidando-a como uma das maiores empresas do mundo. O Grupo possui ainda um impressionante número de empregados (1,65 milhão). A Sinopec é responsável por 22% da produção nacional de óleo e por quase metade da capacidade de refino, seu core business. Juntamente com a CNPC responde por 90% da oferta de óleo e 80% da capacidade de refino da China. Ocupa uma posição privilegiada nos principais rankings de empresas do mundo. É a primeira maior do país em faturamento, a quinta pela Global 500 da Fortune, na PIW ocupa a 26ª posição e


O papel das National Oil Companies (NOCs) nos Brics na PFC Energy a 11ª posição, posicionado-a como uma das maiores empresas do mundo. A CNOOC é responsável por cerca de 18% da oferta de óleo e, junto com suas coirmãs atende a 48% da demanda total do país (4,4 de 9,1 MM bpd). Também ocupa uma posição privilegiada nos principais rankings de empresas do mundo. É a 17ª maior do país em faturamento, a 162ª pela Global 500 da Fortune, na PIW ocupa a 38ª posição e na PFC Energy a 10ª posição, consolidando-a também como uma das maiores empresas do mundo. Na década de 1980, os Brics experimentaram uma mudança nos seus ambientes internos, criando as bases para seu desenvolvimento por meio de reformas modernizadoras que os colocaram em destaque na nova ordem mundial. O setor de O&G, por reunir condições altamente favoráveis ao desenvolvimento econômico, foi escolhido como um dos principais motores para a promoção deste processo como, por exemplo, a possibilidade de inclusão social (com geração de emprego e renda atrelada às exigências de conteúdo nacional dos equipamentos) – considerando-se a cadeia produtiva desde a fase de projeto, passando pela construção e montagem dos equipamentos/unidades/logística de produção/escoamento/distribuição até a produção efetivamente. Suas NOCs por consequência tornaram-se mais que apenas instrumento de política econômica destes governos (políticas monetária, fiscal e cambial). Constata-se que as sete empresas aqui descritas são as maiores de seus respectivos países, tendo seus investimentos um enorme efeito multiplicador nestas economias. Assim, as NOCs vêm cumprindo papéis que em muito transcendem suas estratégias corporativas de gerar lucro para seus acionistas controladores e de ser instrumento de política econômica. Atualmente, elas operam alinhadas com todas as políticas públicas de seus governos como as políticas energética, industrial, tecnológica, ambiental, econômica, comercial externa e interna tendo um papel ímpar como responsáveis pela geração de empregos, distribuição de renda, se-

gurança energética e enfim, são as locomotivas do desenvolvimento econômico de seus países. Segundo a ONU em sua 64ª Assembleia Geral (2009), há cinco megatendências globais que afetarão todos os países nos próximos 20 anos, a saber: crescimento populacional, urbanização, migração populacional e alimentação, mudanças climáticas e insegurança energética e de recursos hídricos. Uma vez que as NOCs estão cumprindo papéis que em muito extrapolam o meramente corporativo, elas estão contribuindo para o equacionamento destes problemas. Há possibilidade de elas darem suporte a ações governamentais que legitimem seu poder para implementar ações necessárias ao chamado desenvolvimento sustentável (incorporando o econômico, ambiental e social) como, por exemplo, investir e subsidiar as novas energias renováveis. A promoção do uso racional e eficiente de energia na direção de uma matriz energética mais equilibrada entre renováveis e não renováveis, diversificando assim seu portfólio e aprofundando o reposicionamento estratégico na direção de uma empresa de energia, é uma tendência para as NOCs. Este movimento se iniciou no final da década de 1990 pelas IOCs sem muitos resultados efetivos, pois seus interesses eram apenas recompor reservas. Agora, no entanto, ao ser liderado pelas NOCs já é realidade em algumas delas como a CNOOC (O&G, energia solar e baterias), ONGC (O&G e carvão), Petrobras (O&G, biocombustíveis, eólica, solar, geotérmica, marés, etc.), ADNOC de Abu Dahbi (O&G e energia elétrica), por exemplo. Assim, na visão de Costa Filho e Lara (2010), o movimento nesta direção, transformando-as em verdadeiras companhias de energia, indica que poderemos testemunhar uma nova tendência com o fim das NOCs e a ascensão da nova era das National Energy Companies (NECs). Isto trará novas oportunidades e o descortinar de um “admirável mundo novo” no qual o desenvolvimento sustentável possa realmente prevalecer.

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geopolítica

Comparação das NOCs (National Oil Companies) dos BRICs X Supermajors (2010) BRICs Indicadores Selecionados

Brasil

Rússia

Índia

China

Produção Óleo - MM bpd

2,1

10,3

0,8

4,1

Consumo de Óleo - MM bpd

2,6

3,2

3,3

9,1

Reservas de Óleo - bilhões bbl

14,2

77,4

9,0

14,8

Capacidade de Refino - MM bpd

2,1

5,6

3,7

10,1

National Oil Companies do BRIC Indicadores Petrobras Selecionados

Gazprom

Gazprom Neft

Rosneft

ONGC

CNPC

PetroChina

Sinopec

CNOOC

Óleo Exterior

Óleo Downstream

Óleo Upstream Offshore

Core Business

O&G

Gás

Óleo

Óleo

O&G

Óleo Upstream Onshore Doméstico e Exterior

Receita – US$ bilhões

124,3

118,6

25,4

63,0

25,8

254,8

217,0

277,9

26,9

Lucro Líquido – US$ bilhões

19,2

31,9

3,1

10,4

4,9

14,2

20,7

10,6

8,1

Fluxo de Caixa Operacional – US$ bilhões

28,5

48,1

5,4

15,2

7,2

31,9

46,0

25,2

12,4

Investimentos (CAPEX) – US$ MM

45,1

30,3

3,3

9,1

10,0

48,0

40,9

16,8

11,7

Produção Óleo – MM bpd

2,1

0,9

1,0

2,3

0,7

2,8

2,4

0,9

0,7

Produção Gás – bilhões cf/d

2,6

49,2

0,4

1,2

2,7

8,0

6,1

1,2

1,0

Produção Boe – MM boe/d

2,6

9,1

1,1

2,5

1,1

4,2

3,4

1,1

0,9

Market Share Produção Óleo Nacional

93,0%

8,4%

9,7%

22,3%

82,8%

68,3%

57,3%

21,9%

17,6%

Market Share Produção Óleo Mundial

2,7%

1,1%

1,2%

2,8%

0,8%

3,4%

2,9%

1,1%

0,9%

Reservas Óleo – bilhões bbl

10,8

9,5

6,4

14,0

3,3

21,9

11,6

2,9

1,9

Reservas Gás – trilhões cf

11,9

670,7

6,5

7,2

20,1

100,8

65,5

6,4

6,5

96

TN Petróleo 88


O papel das National Oil Companies (NOCs) nos Brics

Indicadores Petrobras Selecionados

Gazprom

Gazprom Neft

Rosneft

ONGC

CNPC

PetroChina

Sinopec

CNOOC

Reservas Boe – bilhões boe

12,8

121,2

7,5

15,2

7,0

38,7

22,5

3,9

3,0

Capacidade de Refino – MM bpd

2,0

0,9

0,9

1,1

0,1

3,1

2,6

4,9

Market Share Capacidade de Refino Nacional

96,6%

16,6%

15,7%

19,3%

3,8%

30,7%

25,5%

48,5%

Venda de Derivados – MM bpd

3,2

0,8

0,8

1,0

0,9

2,1

2,5

2,9

Número de Empregados – mil

77

401

160

33

1650

553

373

66

Valor de Mercado (31/12/2010) – US$ bilhões

229

149

76

62

303

102

106

Ranking Top 50 PFC Energy 2010 Referência: Valor de Mercado

3a

6a

18a

21a

2a

11a

10a

Ranking Top 50 PIW 2010 Referência: 6 Indicadores

15a

12a

16a

31a

5a

26a

38a

Ranking Top 500 Fortune 2010 Referência: Receita

34a

35a

179a

361a

6a

5a

162a

Ranking Nacional 2010 Referência: Receita

1a

1a

3a

7a

2a

1a

17a

Fontes: Evaluate Energy, BP Statistical Review (2011) e Relatórios das Companhias. Nota: Indicadores da Gazprom Neft estão separados da Gazprom. Indicadores da PetroChina estão consolidados na CNPC.

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geopolítica

Supermajors Indicadores Selecionados

Core Business

ExxonMobil

341,6

Royal Dutch Shell

368,0

BP

297,1

Chevron

189,6

ExxonMobil

Royal Dutch Shell

BP

Chevron

Capacidade de Refino – MM bpd

6,3

3,6

2,7

2,2

-

-

-

-

Indicadores Selecionados

Receita – US$ bilhões

30,5

20,1

-3,7

19,0

Market Share Capacidade de Refino Nacional

Lucro Líquido – US$ bilhões

48,4

27,3

13,6

31,3

Venda de Derivados – MM bpd

6,4

6,5

5,9

3,1

Fluxo de Caixa Operacional – US$ bilhões

32,2

30,5

23,0

21,7

Número de Empregados – mil

84

97

80

62

Investimentos (CAPEX) – US$ MM

2,4

1,7

2,4

1,9

369

208

136

184

Produção Óleo – MM bpd

12,1

Valor de Mercado (31/12/2010) – US$ bilhões

Produção Gás – bilhões cf/d

4,4

3,3

3,8

2,8

1a

4a

7a

5a

Produção Boe – MM boe/d

2 MM boe

1,6 MM boe

1,4 MM boe

0,9 MM boe

Ranking Top 50 PFC Energy 2010 Referência: Valor de Mercado

Market Share Produção Óleo Nacional

-

-

-

-

3a

7a

6a

8a

Market Share Produção Óleo Mundial

Ranking Top 50 PIW 2010 Referência: 6 Indicadores

2,9%

2,1%

2,9%

2,3%

Reservas Óleo – bilhões bbl

11,7

14,0

10,8

6,5

Ranking Top 500 Fortune 2010 Referência: Receita

3a

2a

4a

10a

Reservas Gás – trilhões cf

78,8

47,1

42,7

24,2

Reservas Boe – bilhões boe

2a

1a

1a

3a

24,8

14,0

17,8

10,5

Ranking Nacional 2010 Referência: Receita

9,3

8,4

5,0

Fontes: Evaluate Energy, BP Statistical Review (2011) e Relatórios das Companhias.

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ti

Gestão assertiva de projetos é determinante para o sucesso das empresas de óleo e gás

Em um mercado de alta competitividade, as empresas precisam de soluções de TI capazes de oferecer uma visão clara e abrangente dos projetos, tanto de Capex (Capital Expenditure), como Opex (Operational Expenditure).

N

Alexandre Severo é diretor especialista em Soluções para a Indústria de Óleo e Gás da Oracle para a América Latina.

100

TN Petróleo 88

as indústrias de capital intensivo como a de petróleo, a necessidade de contar com TI como forte aliada para prover soluções de gerenciamento da carteira de projetos aumenta de forma significativa. Isto porque as soluções em geral adotadas não contemplam variáveis, como globalização, volatilidade, commodities, regulamentação, mercado de ações, restrições de capital, dentre outras. Há também certa persistência na alocação de recursos previamente escolhidos, sobretudo se não houver oportunidades viáveis de análise de realocação ou se os custos de mudança forem muito altos ou mesmo se o risco de alterações tiver impactos operacionais. Nesses casos, eles não são mensuráveis e mitigados. Outro desafio para o processo decisório é a pressão implacável do mercado de capital aberto, que exige empresas rentáveis e com crescimento sustentável, capazes de expandir seus ativos, seja com investimentos em novas descobertas de petróleo ou em novas refinarias, plantas petroquímicas ou projetos para obtenção de energias limpas. Para complicar mais um pouco, nos últimos anos houve um aumento dos custos relacionados às operações de upstream e downstream, crises globais políticas e econômicas, aumento do volume de poços de perfuração e escassez de mão de obra qualificada. Por isso, para manter o crescimento e garantir a solidez dos negócios não há alternativa: essas empresas necessitam de soluções de TI que contemplem todas as variáveis envolvidas em seus negócios para obter uma boa gestão de suas carteiras de projetos. Este investimento se justifica devido ao fato de estas soluções serem fundamentais para a correta análise, escolha e gestão dos projetos a serem executados e priorizados. Mas antes de optar por determinada ferramenta de TI, é preciso considerar: - se a solução trabalha de maneira integrada à gestão de construção de poços e à infraestrutura necessária para mantê-los, o que permite uma ampla visão de todos os processos, com otimização da alocação de capital. Isso potencializa as sinergias e, por consequência, aumenta o valor do processo, inclusive propiciando uma melhor gestão de risco.


Foto: Agência Petrobras

- se incorpora gestão de riscos e variabilidade, pois as empresas têm de otimizar o retorno sobre o capital e o valor para o acionista, compreendendo não só projeções, mas também o desvio padrão em termos de produção e lucro com base na volatilidade projetada em índices de capital e nos preços de commodities. - se a empresa trabalha com uma abordagem de planejamento de compartilhamento da informação dos silos, para que seja possível efetuar correlações entre os dados, otimizando a alocação de recursos e a diminuição de custos entre operações. Avaliados estes fatores, a empresa está pronta para optar por uma solução eficaz para ajudá-la na tarefa de gerenciar e, principalmente, “mesclar” projetos sob óticas simultâneas (financeira, de crescimento de ativos, de segurança, etc.), considerando resultados de curto e longo prazo. Estas soluções de gestão de projetos, associadas a ferramentas de administração financeira, propiciam a elaboração de planejamentos modernos e

estratégicos, contemplando ações essenciais para o crescimento dos negócios. Entre estas ações estão: acompanhamento dos processos das operações dos ativos em análise (incluindo Capex e Opex); interação contínua de análises com enfoque em avaliações de probabilidade de reservas de petróleo; e busca de velocidade e interatividade na avaliação de variáveis do modelo de reservas e preços. Além disso, é possível selecionar oportunidades, priorizando investimentos em produção e infraestrutura; analisar cenários para a reserva de crescimento, produção e custos de extração, produzindo de maneira otimizada e com métricas financeiras. Diante da possibilidade de obter tantas informações úteis e fundamentais para os negócios em óleo e gás, é importante destacar a necessidade destas empresas de contarem com TI. Ela é uma grande aliada para a criação de um ambiente confiável para as tomadas de decisões estratégicas sobre projetos complexos, determinantes para o sucesso dos negócios no médio e longo prazo.

@portalnaval TN Petróleo 88

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Fotos: Nuno Antunes

fino gosto

Atrium A joia gastronômica do Paço Imperial por Orlando Santos

Atrium Praça XV de Novembro, 48 Paço Imperial, Centro. Telefones: (21) 2220-0193/2220-3282 Ocupação: 83 lugares Horário: de segunda a sexta, das 11h30 às 15h30 www.restauranteatrium.com.br 102

TN Petróleo 88

Um dos ícones cariocas da boa gastronomia no Centro do Rio de Janeiro, o Atrium (pátio, em latim), está prestes a completar duas décadas de sucesso. No mesmo endereço há 19 anos, e com uma clientela que, de tanta fidelidade, passa a ser identificada pelo nome nos deliciosos pratos do cardápio! E, agora, sob comando único de uma de suas fundadoras, Vera Helena Carneiro. Voltado para o pátio interno do Paço Imperial, razão de ser de seu nome, o Atrium alia uma culinária contemporânea a um charmoso ambiente – abrigado sob os seculares arcos de pedra dessa construção erguida em 1743 na histórica Praça XV, como sede da Casa do Governo. Numa cidade em que a cada dois anos, segundo uma revista especializada em gastronomia, de cinco a dez restaurantes fecham as portas (ou trocam de donos), não deixa de ser surpreendente saber que a boa gastronomia supera até mesmo crises.


No Atrium, os comensais são levados não apenas para uma viagem gastronômica: as gravuras de Dom Pedro I em Petrópolis, exibidas nas paredes do restaurante, remetem-nos a uma visita a um dos monumentos históricos mais frequentados por turistas nacionais e estrangeiros. No Paço Imperial aconteceram importantes eventos, como a assinatura da Lei Áurea pela Princesa Isabel, acabando com a escravatura. E hoje o espaço é considerado, até agora, a mais bem-sucedida interação de arte e gastronomia, a exemplo dos grandes museus internacionais, graças à experiência com o Atrium. Referência – Quem se interessar pela história destas duas décadas do restaurante vai descobrir que muitos frequentadores, jornalistas e comensais não pouparam elogios escritos para diversas fases da casa – até mesmo porque muitos deles se tornaram clientes constantes e fiéis. Uma revista de circulação nacional dedicada exclusivamente à gastronomia sintetizou assim o nascimento e a permanência do Atrium no polo gastronômico da Praça XV: “Como todo ser vivo, um restaurante nasce – primeiro risco de vida; a seguir, vai crescendo e descobrindo o seu espaço – segundo risco de vida; ele pode não caber nesse novo cosmos. Mas se vencer esse rito de passagem, segue em frente tendo que se equilibrar

entre a urgência e a permanência. Urgência de ser. Permanência de estar. Assim foi o Atrium, nascido na Praça XV de Novembro, conhecida, nos primórdios da ocupação da terras da cidade, como Praia da Piaçaba; denominada depois Largo do Terreiro da Polé, Largo do Carmo, Praça do Carmo, Terreiro do Paço e Largo do Paço. Agora imaginem a responsabilidade da nossa querida Vera Helena ao decidir instalar ali o seu restaurante, vale dizer, plantar ali o seu sonho. Endereços emblemáticos costumam ser bipolares– uns dão certo, outros não festejam o segundo aniversário. Mas ela não tem medo de ter medo: nem de trabalhar. E tem sorte. O resultado é que há 19 anos o Atrium é uma ilha de bom gosto, servindo uma cozinha criativa por que vitoriosa sobre as limitações de um endereço do século 18, tombadíssimo pelo Patrimônio e, ao mesmo tempo, executiva, uma vez que o frequentador padrão trabalha na vizinhança e usa relógio. Mas, além do dia a dia, o Atrium abriga eventos, jantares especiais, aniversários e toda sorte de iniciativas festivas adequadas à especialíssima localização desta joia da gastronomia carioca.”

Cardápio personalizado Quem examina o cardápio do Atrium, elaborado pelos chefs Alessando Lima e Mazinho (como é mais conhecido Francisco Alves), se depara, de imediato, com os pratos personalizados. É que de tanto frequentarem o espaço, muitos comensais passam a ser identificados pelos pratos que habitualmente pedem. Por exemplo: Amaury Perlingeiro – Carne-seca com purê de abóbora, farofa e arroz servida com caldinho de feijão. Mauro Nahoum – Polenta gratinada com queijo, funghi e pedacinhos de filé. Raimundo Menezes – Massa de molho ferrugem com iscas de filé-mignon e brócolis. Rosa Oliveira – Risoto de paio e feijão branco no vinho tinto. Alexandre Dutra – Picadinho de carne temperada, servido com arroz branco, farofa e ovo. Ronaldo Morgado – Terrine de camarão coberta com batata palha. Embora o cardápio seja modificado a cada semana, os dois chefs garantem que os pratos mais solicitados são o picadinho a filé-mignon, lombo de cordeiro imperial, o risoto de funghi, a truta com creme de espinafre, e o bacalhau desfiado com brócolis, batata palha e ovo. Intercalando receitas simples com outras, mais sofisticadas, o Atrium se revela uma boa opção para quem deseja, além de saborear um bom prato, permanecer impregnado pela nossa história.

José Sales – Carne assada com nhoque no molho de queijo.

João Manso – Peixe ao curry, levemente picante, servido com purê de batata baroa.

TN Petróleo 88

103


coffee break

A arte moderna brasileira em nova dimensão

Após seis meses em obras, o terceiro piso do Museu Nacional de Belas Artes (MNBA), no Centro do Rio, é reaberto para exibir a mostra permanente da Galeria de Arte Brasileira Moderna e Contemporânea, que teve seu acervo ampliado. O espaço, que antes obrigava 180 trabalhos, agora apresenta 205 obras, a maior parte doações, assinadas por 170 artistas.

N

Galeria de Arte Brasileira Moderna e Contemporânea MNBA - Museu Nacional de Belas Artes Av. Rio Branco, 199 – Cinelândia – RJ Tel: (55 21) 2219 8474 Entrada franca 104

TN Petróleo 88

por Orlando Santos

No acervo foram incluídas obras como Retrato de Yeda Schmidt (esposa do falecido empresário Augusto Frederico Schmidt), de Candido Portinari; telas de Willys de Castro, Décio Vieira, João Fahrion, Timóteo da Costa, Alex Flemming, gravuras de Maria Bonomi, Fayga Ostrower e Gilvan Samico; e esculturas de Celso Antonio, entre outros. Com 1.800 m2, divididos em dois andares, a Galeria de Arte Brasileira Moderna e Contemporânea apresenta no primeiro piso o movimento da Abstração na gravura, com destaque para obras de Fayga Ostrower, Anna Bella Geiger, Rossini Perez, Artur Piza Dora Basílio, Edith Behring, Anna Letycia, entre outros. No segundo andar, artistas como Gilvan Samico, Maria Bonomi, Leonilson, Carlos Martins, Adir Botelho, Rubem Grilo, Cláudio Mubarac, Fernando Vilela se reúnem a outros nomes que refletem a importância da gravura na produção artística brasileira das décadas de 1980 até hoje. Na tocante às esculturas, novas peças também são apresentadas, de artistas como Farnese de Andrade, Celso Antonio, Rubens


Um dos pilares da revitalização da zona portuária, o Museu de Arte do Rio, ou simplesmente MAR, finalmente foi inaugurado, depois de dois adiamentos, apresentando quatro exposições simultâneas, incluindo a do marchand Jean Boghici, exibindo a cenografia mais ousada entre as quatro exposições inaugurais. O cenário da montagem de “O Colecionador”, deixa as pinturas suspensas por cabos numa espécie de espiral na qual o público pode entrar. No centro de tudo, estão as esculturas e os objetos. As quatro exposições e mais o acervo do MAR, contemplam a história da cidade a questões da arte. São mostradas obras de arte de cartões postais e cartazes publicitários do Rio, assim como o acervo de outro grande colecionador, Sérgio Fadel. Mas, sem sombra de dúvida, a grande espectativa é pela mostra das 136 obras de Boghici, muitas delas desconhecidas do grande público, algumas sobreviventes do incêndio que danificou peças preciosas no apartamento do colecionador, no ano passado. Das obras previstas inicialmente para a exposição, apenas 10% foram atingidas pelo fogo. Boghici considera essa uma das grandes mostras do seu belo acervo. Num local dos mais charmosos. TN Petróleo 88

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Foto: Divulgação

Fotos: Banco de Imagens TN Petróleo

Gerchman, Zélia Salgado, Abraham Palatnik e um bronze retratando Carlos Oswald, recém-doado ao MNBA pela família do artista, de autoria de Paulo Mazzucchelli. Os novos trabalhos completam a coleção anterior que volta a exibir autores como: Manabu Mabe, Iberê Camargo, Beatriz Milhazes, Eliseu Visconti, Di Cavalcanti, Jorge Guinle Filho, Tarsila do Amaral, Carlos Oswald, Gonçalo Ivo, Mauricio Bentes, Amílcar de Castro, Pancetti, Guignard, Tomie Ohtake, Marcos Coelho Benjamin, Antonio Henrique Amaral, etc. A Galeria de Arte Brasileira Moderna e Contemporânea do MNBA abriga uma das raras mostras na qual se pode descortinar num só espaço todo um relevante percurso artístico que vai do início do século XX até o contemporâneo no Brasil.

Rio ganha museu de arte na Praça Mauá


indicadores tn feiras e congressos

Março

19 a 21 - África Offshore West Asia Local: Gana Tel.: +1 713 963 6283 www.pennwell.com

Maio

3 a 6 - EUA OTC 2013 Local: Houston, TX Tel.: +1.972.952.9494 www.otcnet.org

Junho 19 a 21 - China CIPPE 2013 Local: Pequim norlarong@hotmail.com www.cippe.com.cn

20 a 22 - Colombia 3rd Colombia Oil & Gas Summit Local: Cartagena Tel.: + 44 20 7978 0081 garanda@thecwcgroup.com

Abril

16 a 19 - EUA LNG 17 Local: Houston, TX Tel.: +44 20 7978 0019 alimani@thecwcgroup.com

23 a 26 - Brasil Santos Offshore 2013 Local: Santos, SP Tel.: +55 11 3060-5000 fernanda.sanz@reedalcantara.com.br www.santosoffshore.com.br

11 a 14 - Brasil Brasil Offshore Local: Macaé - Rio de Janeiro Tel.: (21) 2112-9033 eventos@ibp.org.br www.brasiloffshore.com

27 a 28 - Brasil Ethanol Summit Local: São Paulo Tel email www.ethanolsummit.com.br

Agosto

22 a 24 - Índia PetroWorld Local: Mumbai Tel.: +44 (0) 1992 656 647 joannag@pennwell.com www.petroworldindia.com

Setembro

3 a 6 - Reino Unido Offshore Europe Local: Aberdeen, Escócia Tel:+44 (0)20 8910 7797 gareth.rapley@reedexpo.co.uk

24 a 26 - Brasil Rio Pipeline Local: Rio de Janeiro Tel.: (21) 2112-9033 eventos@ibp.org.br

Outubro

29 a 31 - Brasil OTC Brasil 2013 Local: Rio de Janeiro otcbrasil@ibp.org.br www.otcbrasil.org/2013

Novembro

5 a 7 - Estados Unidos Deepwater Operations 2013 Local: Galveston - Texas Tel.: +1 888 299 8016 registration@pennwell.com www.deepwateroperations.com

Para divulgação de cursos e/ou eventos, entre em contato com a redação. Tel.: 21 3221-7500 ou webmaster-tn@tnpetroleo.com.br 106

TN Petróleo 88


de Antonio Bastos A. Sarmento, sócio do escritório Tauil e Chequer Advogados.

opinião

Licitações de petróleo 2013:

Regulação, segurança jurídica e risco político Uma das razões que mais influenciaram a decisão do governo de lançar uma rodada de licitações em maio de 2013 (para concessões, como se tudo estivesse como antes no quartel de Abrantes) será, quase certamente, a grande perplexidade que tem sido sentida entre os próprios meios do partido no poder.

O

que denuncia sua incapacidade, quando questionados em relação à falta de um projeto para a indústria petrolífera no Brasil, de dar respostas capazes de explicar o processo de desenvolvimento do setor em um horizonte máximo de dez anos, satisfatórias para as indagações das pessoas interessadas no futuro energético do país. Anunciada como feita para dar destino patriótico aos recursos fantásticos a serem originados com a exploração das reservas da camada pré-sal, a decisão de mudar o sentido da política inaugurada com a Emenda Constitucional n. 9, de 1995, e com a Lei 9.478, de 1996, não repercutiu de modo positivo nos meios técnicos e empresariais menos suscetíveis à propaganda oficial. Os círculos mais avisados e conhecedores das tendências e contingências da indústria mundial do petróleo não viram, nos atos e pronunciamentos emanados da alta burocracia governista, senão monótona repetição das declarações de pessoas em posições destacadas e fontes de poder, que, a partir da ascensão desse grupo ao governo do país, manifestavam subsídios-chave para dar corpo a essa nova orientação. Expressamente, a partir de 2005, o então ministro da casa civil da Presidência da República não fazia segredo de seu desacordo com a forma e estrutura da regulamentação das atividades petroleiras, ao promover insistentemente a necessidade de devolver ao círculo político não somente a formulação das políticas públicas, mas a gestão das mesmas, tornando as agências reguladoras meros cartórios, no molde adotado pelo serviço público anteriormente a 1964.

Dizia o então líder da condução do governo, que o projeto de desenvolvimento do Brasil tinha como um dos seus requisitos a reestruturação das agências reguladoras, como forma de atrair investimentos em parceria com o governo, ou diretamente do setor privado. Daí a proposta presidencial de projeto de lei destinada a impor controle político às agências reguladores, como forma de correção do sistema anterior, quando as agências teriam sido criadas por simples decreto. Nada mais falso. Na verdade, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) fora criada pela Lei 9.478, de 6 de agosto de 1996, em seu artigo 7º (apenas como Agência Nacional do Petróleo). A redação do artigo 8º, alterada em 2005 pela Lei 11.097, definia seus poderes para contratar e fiscalizar as atividades econômicas integrantes da indústria do petróleo, do gás natural e dos biocombustíveis e promover sua regulação adequada. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) foi criada pela Lei 9.427, de 26 de dezembro de 1996, que a instituiu juntamente com o regime de concessões de serviços públicos dedicados às atividades de geração, transmissão e distribuição de eletricidade. Assim, se produzia uma lenda, voltada para o retrocesso de uma política vitoriosa, que, em pouco tempo, havia atraído para o país as maiores empresas internacionais do setor, satisfeitas com o critério que assegurava a ação das agências regulamentadoras dentro de limites legais e na regência de decretos que disciplinavam a organização de suas atribuições funcionais. TN Petróleo 88

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feiras opinião e congressos

Na esteira da renovação institucional de 1996, a Petrobras encontrara novo estímulo, e se tornaria o alvo de interesse para parcerias proveitosas com as lideranças empresariais da indústria do petróleo a nível mundial, já que nada é melhor, em um nicho superprotegido, do que estar na companhia do beneficiário de um monopólio virtual, como o detido pela Petrobras no mercado brasileiro de combustíveis. Mais grave ainda, em 2003, a então ministra das Minas e Energia proclamava na Câmara dos Deputados ser incompatível que o mesmo órgão dispusesse do poder de licitar, leiloar, outorgar e fiscalizar contratos de concessões públicas. À época, ocupante de cargo-chave em agência reguladora fazia público que as mesmas não resistiriam a sua destituição como gestores das atividades reguladas, pois esse debate já seria, em 1996, contemporâneo da criação da Aneel. Essa visão, extremamente assimétrica com qualquer modo coerente de pensar, revelava um imenso descompasso entre as ideias dos formuladores das novas políticas e as informações técnico-científicas, econômicas, financeiras e políticas predominantes quanto ao estado da indústria internacional do petróleo desde as crises de 1970 e 1974. À sombra de pressões de grupos sociais infensos à democracia, o núcleo ideológico do governo gestava a desconstrução das reformas constitucionais de 1996, visando à restauração do monopólio total do petróleo, sob o pretexto de seu aggiornamento em benefício da nova economia socialista. O método aplicado, entretanto, para melhor simular a mera redistribuição das receitas assim originadas, evitava a simples revogação da Lei 9.487, optando por um conjunto de atos legais, que conduziriam ao mesmo objetivo. Conhecidos em suas deficiências e confusas lucubrações, um conjunto de atos sequenciadamente desarticulados instituíram a venda à Petrobras de reservas hipotéticas de petróleo, a criação da empresa Pré-Sal e o regime de partilha da produção. A primeira (Lei 12.276/06/2012) seria hoje, diante da enigmática repartição dos recursos consignados à operação, considerada precursora da chamada ‘contabilidade criativa’, a segunda (filha bastarda da Lei 122.304/08/2010) espera sua hora de glória quando, afinal, puder dar à ANP o peso de sua circunspecta orientação sobre a condução dos contratos de partilha. A terceira (Lei 12.351/1/2010), com merecido destaque, aguarda definições imprescindíveis ao esclarecimento do modus operandi que permitiria pôr em prática a emaranhada costura de suas relações interfuncionais, e está hoje à espera da solução do 108

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pagamento dos royalties dos estados e municípios, para cujo deslinde as classes políticas ainda não demonstraram a necessária lucidez e aptidão. Uma oportunidade a mais para a judicialização de tarefa elementar do poder legislativo. Quanto à décima primeira licitação – numeral de quase ficção diante dos resultados irrelevantes da nona e da décima –, é necessário recordar que, já em 2008 e 2009, especulava-se na ANP sobre a eventual autorização do governo para realizar leilões de áreas. Em 2008 o então diretor-geral da ANP admitia estar ficando tarde para lançar uma rodada e que as concessões existentes à época eram apenas suficientes para assegurar a continuidade da atividade exploratória até o ano de 2015. Logo ao ser anunciada a produção do campo Tupi (agora Lula), a descoberta do pré-sal era saudada pelo diretor de Exploração da Petrobras como alívio a uma situação preocupante. Ao mesmo tempo, e em reforço às intenções monopolizadoras dos círculos dirigentes da Petrobras e do governo, o então gerente de Exploração do pré-sal na Petrobras enfatizava, precocemente, que não seria possível produzir na zona do pré-sal, anunciada para março de 2009, sem a unitização dos campos. Uma agravante das condições adversas opostas aos eventuais parceiros forçados da estatal. A memória dessas declarações, adicionada à convocação da ANP para devolver as taxas às empresas que participaram da oitava rodada, suspensa pela Justiça em 2007 (alegórico réquiem de um leilão, que, como em obras de ficção, ainda não terminou), pairam sobre os projetos de novas rodadas de leilões, como nuvens negras no horizonte, maus augúrios para quem espera vislumbrar uma paisagem de normalidade, e aos quais falta o mínimo de conforto devido a quem é convocado a investir capitais de altíssimo risco em prospectos pouco menos do que, ou apenas experimentais. Os marcos regulatórios disponíveis para quem deseja estudar conscienciosamente as bases em que será possível estruturar um projeto exploratório sensato e sustentável, e promover o encorajamento da indústria, inclusive das pequenas e médias petroleiras nacionais, ansiosas para definir suas reais oportunidades, são, indubitavelmente, incompletos, precários e falhos no particular da segurança jurídica. Isso determina um agravamento de maior peso, pois deixa entrever o ressurgimento de riscos políticos que pareciam ter ficado para trás. Mas, isso foi no passado, agora há uma angustiante sensação de algo que não volta mais.


RESERVE A DATA!

15 a 18 de setembro de 2014 • Rio de Janeiro - Brasil

Clube de Ideias

10/12

2014 mais informações:

www.riooilgas.com.br organização e realização:


55cm


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