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ANOS


Fábio José da Rocha Fares, CEO do Grupo Forship

entrevista especial indicadores tn

ENGENHARIA DA REINVENÇÃO

por Beatriz Cardoso

Navegar é preciso, principalmente para manter o rumo e chegar seguro ao seu destino. É com essa precisão que o engenheiro naval Fábio José da Rocha Fares, CEO do Grupo Forship, vem conduzindo a empresa que criou há 20 anos e que hoje singra rumos ‘nunca dantes imaginados’. A começar pela subsidiária HMSWeb, nascida há 11 anos a partir de uma solução criada pela empresa para agilizar os serviços de engenharia de comissionamento (da qual a Forship foi a pioneira no país) e que estreou nos marketplaces globais da Microsoft, como o primeiro software desse

Sem medo de se aventurar, depois das tempestades e borrascas que se abateram sobre a indústria naval & offshore, Fábio Fares alinhava uma parceria inédita com o grupo holandês OOS, mirando o mercado local, sem perder de vista as oportunidades que podem consolidar o caminho da internacionalização do grupo. “Reinventar-se é preciso, quando se atua em um mercado em constante transformação. É o que a Forship faz há duas décadas”, afirma o CEO da empresa que tem expertise consolidada em cerca de 300 projetos realizados no Brasil e no exterior, entre os quais mais de 40 plataformas marítimas em operação nas bacias de brasileiras e em outras regiões de produção offshore (o FPSO BW 10

Pioneer, no campo de Cascade and Chinook, primeira unidade desse tipo a produzir petróleo no Golfo do México e em águas norte-americanas). TN Petróleo – O grupo Forship está completando 20 anos de atividades em um mercado altamente desafiador. Qual o segredo dessa longevidade? Fábio Fares - O inabalável compromisso da empresa com a qualidade dos serviços – temos 9,5 na avaliação média dos clientes há vários anos, o que confere nosso padrão de excelência –, o alto nível do relacionamento com nossos colaboradores (nenhum direito a menos) e o desenvolvimento permanente de nossos processos de gestão.

Foto: Divulgação

tipo na plataforma da gigante de TI. Vocês entram em uma nova década estabelecendo algumas parcerias estratégias, como a que estão fazendo com a holandesa OOS International, que atua no segmento de construção e alojamento offshore, gestão naval, e tem uma moderna frota de flotel (alojamentos semissubmersíveis de apoio offshore), inclusive a serviço da Petrobras. Qual o escopo dessa parceria e qual a expectativa do grupo Forship em relação a ela? Nosso interesse é trabalhar, cada Há uma grande sinergia entre nós, ambas as empresas compartilham as metas de excelência em seus produtos e têm a inovação em seu DNA. A expectativa principal, mas não única, é a realização de serviços de manutenção e modificações para

plataformas marítimas, fornecendo os serviços e toda a logística de apoio offshore necessária. O grupo tem raízes na indústria naval e offshore e de petróleo e gás, que passou por sua pior crise na última década, depois de viver seu maior boom. Como a Forship conseguiu sobreviver aos tempos difíceis? Após a consolidação de nossa liderança em Engenharia de Comissionamento na indústria de O&G, há uns 15 anos, iniciamos um processo de diversificação de mercados e

produtos. Desde então, de forma crescente, os mercados de energia – principalmente geração termelétrica –, mineração, petroquímica, biocombustíveis e infraestrutura passaram a ocupar importante fatia de nossa produção. Além disso, realizamos uma razoável expansão internacional, criando a holding internacional na Holanda (FSI), e subsidiárias em Singapura – (FSA) onde já atuávamos desde 1999, um ano apenas após nossa fundação – e posteriormente, outra em Moçambique.

Vocês ampliaram portfólio? Sim, desenvolvemos novos produtos. Primeiro, expandimos nossa expertise em comissionamento para a área de Operação & Manutenção & Modificações, para atender as demandas no brownfield – menos suscetíveis às crises, que afetam, sobretudo, os novos projetos no Brasil, reduzidos a pó pela política recessiva do governo nos últimos dois anos. E inovamos na área de consultoria, criando um produto abrangente de engenharia de suporte regulatório, para atendimento à legislação brasileira, avançando

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bdep 18 anos

D

esde que foi criado, em maio de 2000, o acervo de dados técnicos do BDEP cresceu mais de 60 vezes em termos de volumes, chegando aos atuais cinco petabytes – sendo que 1 petabyte é igual a 10 elevado à 15ª potência. Volume que pode aumentar expressivamente se considerarmos que ainda há muitos dados técnicos (públicos e confidenciais) da indústria de óleo e gás que ainda não estão digitalizados. Mas a meta da Superintendência de Dados Técnicos (SDT), área responsável pelo BDEP, é digitalizar todo o acervo da Agencia. “Queremos ser o grande gestor de informações técnicas de E&P no país”, afirma o superintendente da SDT, Cláudio

BDEP

MAIORIDADE REVELA VOCAÇÃO 4.0

Jorge Martins de Souza.

Com cinco petabytes de dados técnicos (mais de 5 milhões de gigas ou cinco mil terabytes)), o Banco de Dados de Exploração e Produção (BDEP) da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) tinge a maioridade e confirma sua vocação 4.0, consolidando-se como o Big Data da indústria de óleo e gás das Américas. por Beatriz Cardoso

“Pretendemos realizar um trabalho de qualificação de todas as informações existentes, de tudo o que é público e está armazenado nos arquivos e sistemas da ANP e ainda não está digitalizado ou não está publicado num mapa de referência, para disponibilizar esses dados para o mercado”, destaca. “Não somente dados técnicos, mas tudo o que se relaciona com o assunto. Por exemplo: todos os dados e informações relacionadas as fases de exploração e produção, poderiam ser incorporadas ao acervo para um acesso rápido e fácil. Enfim, digitalizar informações de toda a cadeia regulada pela ANP, como postos de combustíveis, refinarias, gasodutos, oleodutos, plataformas etc.”, agrega o superintendente adjunto da Dados Técnicos, Luciano Ricardo da Silva Lobo.

Difícil dimensionar o que isso vai implicar em aumento de volume de dados, uma vez que o BDEP 14

recebe, qualifica, armazena e disponibiliza todos os dados técnicos de E&P gerados pela indústria de petróleo no Brasil, sendo hoje um dos maiores bancos de dados governamentais centralizados do mundo no setor de petróleo. Segundo a dupla, que está há um ano na SDT, subordinada ao diretor Felipe Kury, o primeiro passo para isso já foi dado, uma vez que a SDT já fez a reclassificação de dados e informações gerenciadas pela superintendência, que mesmo sendo públicas estavam classificadas como reservadas.

Digitalização à vista Um novo passo será dado em 2019, quando a ANP tem de licitar um novo software de gestão de dados. “Vamos aproveitar esse marco, que é a licitação prevista para 2019, para ampliar o escopo, incluindo a digitalização de todas as informações públicas relacionados ao setor de E&P”, explica o superintendente. O objetivo é disponibilizar para a sociedade não somente dados técnicos, mas todas as informações públicas - inclusive informações de P&D, técnicas, meio ambiente, jurídicas, do contrato, etc. “É um grande desafio, mas uma meta a Agencia. A ANP tem que prover os investidores de dados e informações e se tornar esse vetor, esse pilar, para investimento das empresas de E&P, principalmente com esse gama de informações que ela dispõe e que hoje ainda está offline”, salienta Claudio de Souza. “Esses dados vão ser comercializados, como

está previsto na própria lei do petróleo. Serão parte do portfólio de serviços da ANP.” De acordo com Luciano Lobo, para essa informação estar disponível de forma rápida, a STD está avaliando contratar um serviço de nuvem que possibilitará o acesso rápido, fácil e seguro. “A ANP vem conversando com várias empresas fornecedoras de nuvens que trabalham com outros órgãos públicos”, diz ele. Os dois frisam que a questão da segurança, um dos aspectos que sempre travam várias inciativas nesse setor, está ‘ultrapassada’. “Além disso, os dados que irão para a nuvem serão apenas dados públicos”, observa o superintendente adjunto.

Universalização Com a incorporação de todas as informações públicas que integram o acervo da ANP, mas que hoje não estão digitalmente disponíveis, além de dados técnicos, de dutos, plataformas, navios etc., o BDEP vai disponibilizar tudo em uma plataforma única. “O objetivo é ter essas informações públicas digitalizadas na nuvem para que possam ser visualizadas em um mapa (ou menu) por pessoas em qualquer parte do mundo. Ela poderá selecionar a informação pública que deseja adquirir, colocar no carrinho de compra, efetuar o pagamento e a ANP, detectando que o mesmo foi realizado, vai então liberar os dados. Tudo pela internet”, conta Cláudio de Souza. Passo a passo, a ANP vem viabilizando os caminhos para essa ‘universalização dos dados’, como pontua o superintendente. Em julho a agencia fez uma audiência pública para revogar as Resoluções ANP nº 1, de 14 de janeiro de 2015, e nº 11, de 17 de TN Petróleo 120 15

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eventos

PETRONOR 2018

9ª PETROUFES

QUATRO PRÊMIOS INTERNACIONAIS PARA O CAPÍTULO ESTUDANTIL SPE UFES

PETRONOR 2018:

tempos melhores pela frente “PARECE QUE AGORA VAI...” Foi

considerarem promissoras, prévia

entre

uma das frases mais repetidas pelos

anuência da ANP, multiplicando

startups, academia e instituições,

operadores,

fornecedores,

especialistas e empresários reunidos

dessa forma as chances de novas

que depois gere negócios e rique-

na semana passada em Salvador, com

descobertas. E, em terceiro lugar,

za para a região”, declara Nicolás

motivo da VII Conferência do Setor de

o programa de desinvestimentos

Honorato, diretor da Austral e exe-

Petróleo do Norte-Nordeste do Brasil

da Petrobras em campos onshore

cutor do PetroNor.

– PetroNor 2018, em referência à revi-

e offshore do N/NE, que já se en-

Além da tradicional conferência

talização das atividades de exploração

contra na fase final de seleção das

e rodada de negócios, que nessa oca-

e produção na região. Certamente,

empresas que irão operar as áreas

sião hospedou mais de 750 conexões

pelo visto e ouvido no PetroNor, há

disponibilizadas, e que deve se tra-

entre oito empresas compradoras e

motivos para acreditar que vêm tem-

duzir na retomada dos investimen-

103 fornecedores nacionais, um dos

pos melhores pela frente. Em primeiro lugar, o calendário definido e sistemático de rodadas de

tos, e subsequentemente da produ-

maiores destaques do evento foi a

ção, em campos maduros.

programação da Arena da Inovação,

A medida da expectativa de

que contou com 35 apresentações em

licitações organizadas pela Agência

crescimento do setor pode ser to-

formato de pitch, com temas tão va-

Nacional do Petróleo, Gás Natural

mada pela assistência ao evento, a

riados como o impacto da Indústria

e Biocombustíveis (ANP) em áreas

maior de todas as nove edições rea-

4.0 no setor, a chegada do Blockchain,

exploratórias do N/NE oferece se-

lizadas até agora, com mais de 530

ou as soluções tecnológicas e inova-

gurança a todos os elos da indústria

participantes oriundos de 13 esta-

doras desenvolvidas por empresas e

quanto à manutenção relativamente

dos do Brasil e de sete países (Ale-

startups locais com aplicação direta

contínua das atividades na região,

manha, Argentina, Bolívia, Cana-

nas operações de exploração, produ-

evitando aquelas baixas da ativida-

dá, Colômbia, EUA e Reino Unido),

ção, refino, transporte ou distribuição

de quando se passavam vários anos

dentre os quais representantes de

de hidrocarbonetos e derivados. “–

sem licitar áreas e as empresas se

empresas operadoras, fornecedoras

Há mais de 15 anos que o SEBRAE

viam na obrigação de desmobilizar

de bens, prestadoras de serviços e

vem apoiando a inserção de micro e

as equipes e os equipamentos de

entidades setoriais. “– Somos cons-

pequenas empresas (MEPs) locais no

exploração. Em segundo lugar, a

cientes do enorme potencial do se-

setor de petróleo e vamos continuar

recente ativação pela ANP do siste-

tor de petróleo no N/NE e, por isso,

com o empenho porque o setor é um

ma de oferta permanente de áreas

no PetroNor tratamos de selecionar

dos principais vetores econômicos

de exploração outorga um dina-

palestras e palestrantes que tragam

da nossa região e as oportunidades

mismo sem precedentes na histó-

informação técnica relevante que

são inúmeras”, afirmou Aline Lobo,

ria petroleira do país, permitindo

ajude à tomada de decisão empre-

gestora do Projeto de Energia do SE-

que exploradores possam procurar

sarial, bem como oferecer um am-

BRAE/BA, entidade responsável pela

hidrocarbonetos em áreas que eles

biente adequado para a interação

realização do evento.

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TN Petróleo

O

Capítulo Estudantil SPE Ufes ao decorrer do primeiro semestre de 2018 foi agraciado com quatro premiações internacionais, sendo elas: Team Total 2018, Renovação da Plataforma OnePetro, Gold Standard e Regional Service Award. Essas premiações representam para o Capítulo o reconhecimento de muito esforço da diretoria, trainees, faculty advisor e colaborados nos últimos tempos. Assim, o Capítulo mostra que com dedicação e competência sonhos se tornam realidade e obstáculos podem ser superados. Team Total 2018 – O Team Total é o programa de subsídios anuais da empresa Total que apoia projetos, desafios e atividades educacionais organizadas por equipes de estudantes e associações em todo o mundo. O Team Total ajuda os alunos com seus estudos, projetos extra-curriculares e

humanitários, permitindo que associações de estudantes e Capítulos Estudantis organizem uma série de atividades, incluindo viagens de campo e participação em conferências internacionais. Para a edição de 2018 do Team Total, o Capítulo Estudantil SPE Ufes foi um dos 18 times selecionados, mediante o projeto 9º Petroufes – Evento anual do setor de óleo e gás. Renovação da Plataforma OnePetro – A Plataforma OnePetro é a maior database de Engenharia de Petróleo do mundo, possuindo mais de 180 mil papers em 18 periódicos diferentes. Ele é organizado e disponibilizado pela Society of Petroleum Engineers e disponibilizado às Universidades com um certo investimento. A Diretoria do Capítulo juntamente com seu Sponsor, conseguiram novamente a renovação à essa importantíssima plataforma para

todos os estudantes, professores e funcionários da Universidade Federal do Espírito Santo, Campus São Mateus, de forma gratuita. Os custos da assinatura da plataforma nos foi concedido pelo programa OnePetro Grant. Gold Standard – O Gold Standard é a segunda maior premiação disponibilizada pela Society of Petroleum Engineers. Essa premiação visa reconhecer os capítulos estudantis que obtiveram um nível admirável de qualificação nas atividades desenvolvidas ao decorrer do ano, a nível mundial. Regional Service Award – O Regional Service Award reconhece contribuições excepcionais prestadas a Society of Petroleum Engineers no nível regional. O prêmio foi concedido ao faculty advisor do Capítulo, o professor Oldrich Joel Romero, pelo trabalho, apoio e esforço para com o Capítulo nos últimos meses. TN Petróleo 120 25


Ano 7 • nº 60 • agosto de 2018 • www.tnsustentavel.com.br

Eficiência Energética • Comercialização de Energia • Legislação Ambiental • Reciclagem

Braskem promove logística reversa e RECICLAGEM

DE COPOS DESCARTÁVEIS

E

mpenhada na missão de gerar valor para a cadeia do plástico e promover a importância do descarte correto e da reciclagem, a Braskem anuncia parceria com a empresa Dinâmica Ambiental para implementação do Programa de Logística Reversa de Copos Plásticos de Polipropileno (PP). O projeto, que já conquistou o apoio da Jaguar Transforma, da Altacoppo e Copobrás busca orientar e incentivar organizações a instituírem melhores procedimentos de logística para o destino correto de copos plásticos após o seu uso. O programa faz parte da Plataforma Wecycle, iniciativa da Braskem que fomenta a valorização de resíduos plásticos ao longo de toda a rede produtiva, e tem como objetivo disseminar informações e boas práticas sustentáveis junto a companhias de diferentes perfis e setores da economia. Para isso, a Dinâmica Ambiental disponibilizará o recolhimento apropriado para a coleta dos copos descartados por empresas e estabelecimentos comerciais. O material coletado será levado para recicladoras parceiras Wecycle e, posteriormente, transformado em resina pós-consumo, que será usada na fabricação de novos produtos, como tampas para cosméticos, utensílios domésticos, entre outros. Durante este processo também serão coletados dados sobre a geração de resíduos, índices de reciclagem e melhor valorização dos materiais. As empresas interessadas possuem duas formas de participação. É possível associar-se ao programa e se tornar apoiadora, ajudando a fomentá-lo por meio de aporte financeiro via cotas. Ou se tornar uma participante, optando pela logística reversa dos copos dentro de sua empresa. "Estudamos diversos meios para promover o desenvolvimento sustentável e o fortalecimento da cadeia de logística reversa de copos descartáveis, buscando conciliar isso com as demandas de nossos clientes. Esta

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é mais uma medida que reforça o compromisso da Braskem com a economia circular”, afirma Fabiana Quiroga, diretora da área de Reciclagem e Plataforma Wecycle da Braskem. De acordo com o diretor corporativo da Dinâmica Ambiental, Helio Junior, o escopo do projeto possibilita também que as organizações que aderirem a ele possam expor a aplicação da iniciativa em uma plataforma especializada em sustentabilidade. “Essa é uma iniciativa que apoiará as companhias no descarte responsável. Todos os parceiros e apoiadores poderão disseminar a adesão. A plataforma terá seu conteúdo repercutido em mídias sociais visualizadas por leitores e influenciadores com interesse pelo tema, qualificando a percepção do público sobre sua atuação sustentável”, conclui. O programa já estreia com dois importantes participantes importantes, a Davines, fabricante internacional de produtos para cabelo, e a SICK Brasil, empresa de tecnologia industrial com sede na Alemanha e operação em 88 países, incluindo o Brasil. A meta é atuar junto a companhias de todos os segmentos, tanto produtoras e distribuidoras de copos descartáveis e plástico, quanto empresas que apenas os utilizam, engajando parceiros e apoiadores ao programa.

Pesquisa Para entender como os copos descartáveis são usados em diferentes contextos, a Braskem, em parceria com a consultoria ACV Brasil, realizou um estudo comparativo de Avaliação do Ciclo de Vida entre copos descartáveis de polipropileno (PP) e copos reutilizáveis após serem lavados. As informações obtidas serão usadas na aplicação do Programa de Logística Reversa de Copos Plásticos de Polipropileno (PP). A pesquisa mostra que os copos descartáveis de PP demandam 30% menos energia em seu ciclo de vida, usam menos água, ao consumirem apenas 26 ml em todo o seu ciclo (incluindo produção e reciclagem), enquanto os copos reutilizáveis podem utilizar até 1,2 L em cada lavagem manual. “Há a percepção de que os copos descartáveis prejudicam mais o meio ambiente, por conta do maior volume de resíduos gerados, mas essa pesquisa mostra o inverso quando consideramos os diversos tipos de impacto ambiental que podem ocorrer. No caso dos reutilizáveis, o impacto se concentra na lavagem e no caso dos descartáveis o impacto se concentra na produção e descarte do material. Por isso, a reciclagem dos copos plásticos é fundamental”, observa Yuki Kabe, especialista de Análise de Ciclo de Vida da Braskem. TN Petróleo 120 29

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coffee break UniVersos antologia poética III RICA ESSÊNCIA

UniVersos antologia poética XI MORDAÇAS E ESQUELETOS

UniVersos antologia poética I SUSPIRO ÉBRIO

UniVersos Poéticos Sala de Cultura Leila Diniz, Rua Professor Heitor Carrilho, 81 Centro, Niterói - RJ Data: 01 a 28 de agosto Horário: das 10h às 17h Entrada gratuita

UniVERSOS POÉ TICOS Emoção em tela e versos

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pintura dialoga com a poesia na exposição UniVersos Poéticos, do artista plástico Everaldo Rocha, em cartaz na Sala de Cultura Leila Diniz. Para criar os quadros que compõe essa exposição, Everaldo se inspirou em 12 poesias do livro Universos: antologia poética, projeto que reuniu cem poetas de diferentes estados do país, A proposta da mostra é fazer com que o público mergulhe na poesia através da pintura. "Meu trabalho sempre foi ligado a manifestações artísticas. Minha intenção em Universos Poéticos não era ilustrar as poesias, mas usar a pintura para expressar minha emoção ao ser tocado pelos versos", explica o artista. As obras – 12 quadros de tamanho 60x80cm, pintura à óleo sobre tela com acompanhamento de folha de imitação de ouro –, são apresentadas juntamente as poesias que originaram cada obra e uma descrição da mesma, inclusive em braile. Everaldo Rocha se utiliza de todas as referências e embasamento culturais de cem pessoas aos quais passa a conhecer por meio de suas linhas escritas. “Um trabalho de criação artística a partir de um mergulho profundo nas riquezas culturais dos brasileiros. Exposição e poesias retratam a sociedade brasileira em suas nuances, por meio da arte e da visão de artistas

de todas as regiões do brasil, de diversas idades, crenças, cores, amores e lutas. “A Exposição UniVersos tem um significado em seu próprio nome, reforça na sua coletividade que o universo em que estamos inseridos é composto por universos individuais, por vivências e experiências próprias de uma época”, diz o artista. Com perspectiva de que a exposição seja levada a outros estados, Everaldo classifica seu trabalho como figurativo, simbolista, expressionista. “Os símbolos mexem com a psiquê. Minha expectativa é que as pessoas reflitam sobre suas existências”, filosofa o pintor. Autodidata, jornalista e designer, Everaldo Rocha dos Santos é um artista plástico que pinta desde a adolescência, tendo participado de exposições individuais e coletivas no Brasil e no exterior - Cuba, Uruguai, Argentina. Realizada em uma única sala, a exposição tem ainda um audiovisual com uma entrevista realizada com o artista, no qual ele conta sobre o projeto e sobre sua carreira artística. Terá ainda um making of da produção do projeto do livro, realizado entre junho de 2016 a maio de 2017, pelo Coletivo Bombo, um núcleo de desenvolvimento empreendedor, localizado no Ipiranga, bairro histórico da cidade de São Paulo. TN Petróleo 120

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OPINIÃO

Porque a diversidade de gêneros é importante para o desempenho das empresas? pela Comissão de Diversidade do IBP

Primeiro semestre de 2018:

Petrobras tem lucro líquido de R$ 17 bilhões e dívida líquida cai em 13% no seu balanço Eventos ANOS

PetroNor 2018: tempos melhores pela frente Meio Ambiente

Ano XX • 2018 • Nº 120 • www.tnpetroleo.com.br

Braskem promove logística reversa e reciclagem de copos descartáveis

BDEP MANUTENÇÃO PREVENTIVA MANTÉM SEU MOTOR EM CONDIÇÃO SUPERIOR. A importância da manutenção preventiva é evidente: evita paradas desnecessárias e custos adicionais. É importante que essa atividade seja realizada de maneira profissional, sistemática e completa. Por isso, a PESA conta com uma equipe de técnicos altamente qualificados para executar as principais manutenções em seu equipamento CAT. ®

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Empresas devem ficar atentas para atrair os melhores talentos por Aline Brum Linhas de financiamento para inovação, por Denise Reigada

Entrevista especial:

Fábio Fares, CEO do Grupo Foship

Engenharia da reinvenção


editorial

Mudança de ventos

O

lucro líquido de R$ 17 bilhões da Petrobras e redução do endividamento no primeiro semestre de 2018, assim como o segundo recorde consecutivo de arrecadação de participações especiais – R$ 8,2 bilhões no primeiro trimestre, 26% acima do mesmo período em 2017 –, auspiciam bons ventos para a indústria brasileira de óleo e gás, depois de um período turbulento. Ainda que esse resultado positivo tenha sido influenciado pela alta no preço do barril (de US$ 51,81 na média do primeiro semestre de 2017, para US$ 70,55), associado à depreciação do real em relação ao dólar, esse desempenho segue uma tendência registrada nos últimos meses. Entramos no segundo semestre com a expectativa de que os ventos definitivamente mudaram de direção, impulsionando a ‘nau’ da indústria petrolífera a retomar a velocidade de cruzeiro. A despeito de estarmos às vésperas de uma eleição majoritária na qual ainda é difícil prever os resultados, o setor começa a olhar para o futuro com novas expectativas, acreditando em uma retomada lenta, porém segura. A Marintec South America abre em agosto o calendário de grandes eventos com essa esperança: de que o segmento que sofreu o mais duro golpe possa conquistar maior participação em novos projetos de construção de plataformas, mesmo com a flexibilização do conteúdo local. Em setembro teremos a Rio Oil & Gas, que vai reunir os principais players internacionais para o segundo maior congresso e feira de negócios da indústria petrolífera no mundo. Muitos deles vão encerrar a participação na ROG 2018 já com propostas nas mãos para disputar os blocos de Saturno, Titã, Pau-Brasil e Sudoeste de Tartaruga Verde (para o qual a Petrobras vai exercer direito de preferência) na 5ª rodada de Partilha da Produção, que se realizará no dia 28 de setembro. Certame que deverá consagrar, mais uma vez, a capacidade tecnológica do Banco de Dados Técnicos (BDEP), da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que completou 18 anos. As inovações implementadas nos últimos dois anos pelo órgão, um dos maiores bancos de dados governamentais centralizados do mundo no setor de petróleo, mostram sua vocação 4.0, como o leitor vai aferir na matéria de capa dessa edição. São essas boas novas que a revista TN Petróleo traz para seus leitores, no ano em que comemora duas décadas de atividades. Assim como a indústria, vamos torcer e trabalhar para que os ventos nos levem para um futuro melhor, no qual todos os brasileiros possam usufruir das riquezas geradas por essa indústria secular, que também se prepara para novos tempos, da transição energética. Benício Biz Diretor da Benício Biz Editores

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Foto: Agência Petrobras

No 1º semestre — Petrobras tem lucro líquido de R$ 17 bilhões dívida líquida cai em 13% no seu balanço

A PETROBRAS apresentou lucro líquido de R$ 17 bilhões no primeiro semestre de 2018. O resultado positivo foi influenciado principalmente pelo aumento das cotações internacionais do petróleo, associado à depreciação do real em relação ao dólar. No mesmo período, o endividamento líquido caiu 13% em relação a dezembro de 2017, para US$ 73,66 bilhões. A geração operacional e a entrada de caixa de US$ 5 bilhões com os desinvestimentos, no semestre, foram os principais fatores para a redução da dívida líquida, cujo total passou a corresponder a 3,23 vezes o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBTIDA ajustado), comparado a 3,67 no fim de 2017. Sem a provisão para o acordo da Class Action o indicador seria de 2,86. Com isso, a estatal mantém o compromisso de chegar ao fim deste ano na meta de 2,5. O indicador para a métrica de topo de segurança, a Taxa de Acidentados Registráveis (TAR) foi de 1,06 por milhão de homens-hora no final de junho. A Petrobras mantém o compromisso com a métrica já anunciada, de 1,0. Com a redução e a gestão da dívida, a Petrobras diminuiu suas des4

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pesas financeiras (a maior parte de juros) em R$ 1,6 bilhão, no semestre, e alongou sua dívida, sem ter um custo maior por isso. O prazo médio de vencimento aumentou de 8,62 para 9,11 anos e a taxa média de juros se manteve em torno de 6%. O desempenho das operações da empresa manteve tendência positiva que já vinha sendo registrada em trimestres anteriores, com um lucro operacional 18% maior que o do primeiro semestre de 2017, totalizando R$ 34,5 bilhões, com menores despesas gerais e administrativas e menores gastos com ociosidade de equipamentos. A produção total de óleo e gás foi de 2,7 milhões barris de óleo equivalente por dia (boed) no semestre, em linha com a meta estabelecida para 2018. Os destaques operacionais foram a entrada em operação do primeiro sistema de produção na área da cessão onerosa, a P-74, no campo de Búzios, e um novo sistema de produção na bacia de Campos, com o FPSO Cidade Campos dos Goytacazes, no campo de Tartaruga Verde. Outro destaque foi a chegada da P-67 ao Brasil, que será a oitava plataforma a operar nos campos de Lula/Cernambi. Desde

2017, a Petrobras aumentou em 31% a sua área exploratória, com aquisições nas rodadas de licitações da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), priorizando as de maior potencial nas bacias de Campos e Santos. Houve ainda redução no volume de vendas no Brasil (principalmente da gasolina, em função de maior concorrência do etanol) e queda no volume de petróleo exportado. A participação da Petrobras no mercado de diesel aumentou de 74%, em 2017, para 87% em junho de 2018. Na gasolina, o aumento foi de 83% em 2017 para 85% em junho de 2018. Resultados positivos levam a recolhimento de R$ 75,2 bilhões em tributos e participações governamentais No primeiro semestre de 2018, a petroleira gerou R$ 75,2 bilhões em tributos e participações governamentais, inclusive royalties, no Brasil, para os três níveis federativos: União, estados e municípios, dando uma importante contribuição à sociedade. A elevação nos preços internacionais do petróleo, de US$ 51,81 na média do primeiro semestre de 2017, para US$ 70,55 neste ano, foi o principal fator que contribuiu para esse aumento de 28% em relação ao primeiro semestre de 2017.

Remuneração aos acionistas A Petrobras irá antecipar o pagamento aos acionistas na forma de juros sobre capital próprio (JCP) no valor de R$ 0,05/ação para ambas as classes de ações. O pagamento, no valor total de R$ 652,2 milhões, ocorrerá em 23/08/2018. O valor acumulado das antecipações no primeiro semestre é de R$ 1,3 bilhão.


ANP consulta sociedade sobre venda direta de etanol

APROVADA em reunião na última quinta-feira (2/8) pela Diretoria da ANP, uma Tomada Pública de Contribuições (TPC) para coletar dados e informações sobre a necessidade de eventual adequação das regras da Agência sobre a venda direta de etanol pelas usinas aos postos revendedores de combustíveis. A consulta ocorrerá de 6/8 a 6/9/2018.

A iniciativa da Agência tem como objetivo ouvir a sociedade e o mercado sobre um tema que vem ganhando visibilidade nacional para subsidiar a análise técnica da Agência sobre sua regulamentação. A ANP entende que o âmbito regulatório é o mais adequado para essas discussões. No processo de regulação, a Agência observa diretrizes da Análise de Impacto Regulatório (AIR), que incluem: identificação do problema; dos atores ou grupos afetados; da base legal que ampara a ação da agência reguladora no tema tratado; definição dos objetivos que se pretende

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alcançar; descrição e comparação das possíveis alternativas para o enfrentamento do problema; e exposição dos possíveis impactos das alternativas identificadas. Atualmente, a regra de comercialização de etanol pelo produtor encontra-se determinada no art. 6º da Resolução ANP nº 43/2009, reforçado pelo art. 18 da Resolução ANP nº 26/2012, que regulamenta a atividade de produção de etanol.

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indicadores tn

Produção média global foi de 98 milhões de barris por dia em junho

Produção de países-membros da Opep e não membros – Julho/2016 a Junho/2018 Produção de países-membros da Opep

mb/d (Opep) 34

Outros países produtores

96.1 | 33.0

mb/d (total) 98.0 | 32.3

99 98 97 96 95 94 93 92 91

33 32 31 30 29 Jun 18

Maio 18

Abril 18

Fev 18

Mar 18

Jan 18

Dez 17

Nov 17

Set 17

Out 17

Jul 17

Ago 17

Jun 17

Maio 17

Abril 17

Fev 17

Mar 17

Jan 17

Dez 16

Nov 16

Set 16

Out 16

Jul 16

Ago 16

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Produção da Petrobras de óleo, LGN e gás natural

DJ OIL & GAS (%)

Período de 01/2018 a 06/2018

03.07.2018

Produção de óleo e LGN (em mbpd) - Brasil Janeiro

Fevereiro

Março

Bacia de Campos

1.140,8

1.111,88

1.117,88

Outras (offshore)

821,28

828,03

811,56

Total offshore

1962,08

1.939,91

1.929,43

Total onshore

142,19

144,24

138,50

Total Brasil

2.104,27 2.084,16

Maio

Junho

1.099,00 1.057,00

1.042,23

Abril

852,00

873,00

856,82

1.952,00 1.930,00

1.899,05

138,00

135,00

135,57

2.067,93 2.090,00 2.065,00

2.034,63

Produção de GN sem liquefeito (em mm³/d)* - Brasil Janeiro

Fevereiro

Março

Abril

Maio

Junho

Bacia de Campos 21.769,82 21.189,20 21.406,55 21.287,00 20.645,00 19.016,44 Outras (offshore) 42.585,90 42.511,10 40.181,09 40.811,00 42.639,00 41.886,29 Total offshore

64.355,72 63.700,30 61.587,63 62.098,00 63.283,00 60.902,73

Total onshore

14.339,00 16.775,20 16.521,83 16.943,00 17.654,00 17.300,48

Total Brasil

78.695,00 80.475,50 78.109,47 79.041,00 80.954,00 78.203,21

Janeiro

Fevereiro

Março

Abril

Maio

Junho

60,6

61,12

61,09

58,00

59,00

60,16

Produção de GN sem liquefeito (em mm³/d) - Internacional Exterior

6.236,90

6.363,44

6.418,69

6.316,00

6.370,00 6.355,68

Produção total de óleo, LGN e de gás natural (em mboe/d) Brasil+Exterior

2.696,56

2.688,90 2.658,09 2.682,00

2.671,00 2.624,08

(*) Inclui gás injetado. (**) Em 2003 inclui os dados da Petrobras Energia (ex-Pecom). Fonte: Petrobras

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-0,49 0,75 Variação no período: 0,59%

BOVESPA (%) 03.07.2018

03.08.2018

1,14 2,26 Variação no período: 11,80%

DÓLAR COMERCIAL* 03.07.2018

03.08.2018

3,897 3,708 Variação no período: -5,23%

Produção de óleo e LGN (em mbpd)** - Internacional Exterior

03.08.2018

EURO COMERCIAL* 03.07.2018

03.08.2018

4,543 4,289 Variação no período: -5,81% *Valor de venda, em R$


BR Distribuidora tem lucro líquido de R$ 263 milhões no 2º tri e crescimento de sua rede de postos

PERÍODO: 03.07.2018 a 03.08.2018 | AÇÕES AÇÕES AÇÕES AÇÕES

PETROBRAS

ON

R$

R$

R$

19,75 23,22 PN 17,50 Variação no período: 17,99%

R$

21,11

Variação no período: 20,84%

VALE (ON) 03.07.2018

R$

03.08.2018

47,96

52,55

R$

Variação no período: 7,77%

CPFL

BRASKEM

R$

R$

R$

R$

ON 15,80 16,27 PNA 50,40 55,86 Variação no período: 2,33%

Variação no período: 9,44%

PETRÓLEO BRENT (US$) 03.07.2018

77,76

03.08.2018

73,21

Variação no período: -5,29%

PETRÓLEO WTI (US$) 03.07.2018

74,14

03.08.2018

68,49

Variação no período: -7,37%

FRASES

Sobre maior coluna de óleo já encontrada (530 metros) no présal da Bacia de Santos: "Nossos melhores resultados foram abaixo de 500 metros: isso nos dá a confiança na trajetória do investimento... da nossa alocação muito seletiva e prioritária, cuidadosa... apostando em resultados como esse." "Estamos diante de um tipo de reservatório único, sem muitos similares na indústria, nós somos bastante cautelosos para fazer previsão de produtividade e hoje nós apuramos sim, depois de praticamente oito anos produzindo no pré-sal, que a nossa visão mais provável está se realizando com viés otimista." Solange Guedes, diretora de E&P de Petrobras - Reuters - 03/08/2018

"De acordo com o nosso cronograma três plataformas – P-67 (Lula Norte), P-75 (Búzios) e P-69 (Lula Extremo Sul) devem iniciar a produção ainda no terceiro trimestre. A P-76, por sua vez, deve sair do estaleiro no quarto trimestre, rumo ao campo de Búzios." Hugo Repsold Junior, diretor de Desenvolvimento da Produção e Tecnologia da Petrobras - Jornal Valor - 03/08/2018

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indicadores tn

Infraestrutura de escoamento de gás do pré-sal terá capacidade aumentada A PETROBRAS está aumentando a sua capacidade de escoamento de gás no sistema de gasodutos da Rota 1 do pré-sal para atender à produção futura da bacia de Santos e melhorar as condições de suprimento de gás natural para o mercado brasileiro. Para isso, a companhia iniciou no final de julho, uma parada programada de 45 dias da plataforma de Mexilhão. Além de melhorias da estrutura logística, as obras também servirão para atender às inspeções obrigatórias de segurança, estabelecidas pelo ministério do Trabalho. Após essa intervenção a estrutura logística de escoamento do pólo pré-sal da bacia de Santos terá capacidade para exportar gás até a unidade de tratamento de Caraguatatuba, em São Paulo, de forma integrada aos outros sistemas de gasodutos da Petrobras. Em reunião realizada com as distribuidoras de gás natural esta semana, a Petrobras apresentou as ações já realizadas para evitar qualquer impacto no fornecimento do produto durante os trabalhos que estão sendo realizados. Entre as medidas já adotadas estão o aumento da capacidade de regaseificação do terminal da Bahia, de 14,0 para 20,0 milhões de metros cúbicos por dia (m3/dia), a disponibili-

zação de navio regaseificador para a operação do terminal da Baía de Guanabara/RJ com capacidade de ofertar outros 14,0 milhões de m3/dia de gás natural e a redução na demanda de termelétricas que tiveram suas paradas programadas concentradas no período previsto para a parada de Mexilhão. As ações e soluções tomadas pela Petrobras estão dentro das regras contratuais e garantem o abastecimento de gás natural no Brasil. O cronograma de paradas das termelétricas foi discutido e articulado junto ao Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), também de forma antecipada, buscando o mínimo impacto possível ao setor. Adicionalmente, vale registrar que a parada de Mexilhão precisa

ser realizada neste período em função de exigência legal prevista em norma de segurança do ministério do Trabalho (NR-13), que fixa períodos para inspeção dos vasos de pressão das instalações industriais. A parada de Mexilhão possibilitará a interligação submarina de novo trecho do gasoduto ao já existente, permitindo separação da produção de gás do pré-sal e do pós-sal. Durante o período de parada da plataforma, estão sendo realizados melhoramentos também na unidade de tratamento de gás de Caraguatatuba, incluindo a adequação do sistema e automação e implantação de estruturas para futuras conexões de estações de medição.

Diariamente, na tela do seu computador, as informações do setor naval e offshore. Assine em www.tnpetroleo.com.br 8

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Petróleo vai se tornar o segundo produto na exportação do ano passado, quando a associação esperava para 2018 embarques equivalentes a 22,8 bilhões de dólares de soja e 16,5 bilhões de petróleo, respectivamente. Já o minério de ferro, que vem sendo o segundo principal produto do Brasil nos últimos anos, deve perder o posto para o petróleo apesar de um crescimento esperado na extração da Vale, maior produtora global da matéria-prima do aço. Os embarques de minério foram projetados em 19,2 bilhões de dólares no ano, praticamente estáveis ante 2017, mas com uma queda na comparação com os 20,4 bilhões previstos anteriormente. As cotações de soja e petróleo, por sua vez, subiram desde que a AEB divulgou suas estimativas preliminares para 2018, com questões relacionadas a uma seca na Argentina, que derrubou

a safra do país vizinho, sem falar que a colheita do Brasil surpreendeu e atingiu um recorde —o país é o maior exportador global da oleaginosa. Mais recentemente, os preços no Brasil estão sendo sustentados por uma guerra comercial entre EUA e China, o que também tem impulsionado embarques do produto brasileiro. No caso do petróleo, um acordo para reduzir a produção de grandes produtores globais impulsionou os preços. "Em 2018, a concentração nos três principais produtos de exportação crescerá ainda mais, com soja, petróleo e minério de ferro atingindo o recorde de 30,5 por cento, consolidando a elevada dependência das commodities nas exportações e no superávit comercial...", disse a AEB, em comunicado divulgado pelo seu presidente José Augusto de Castro.

Foto: Divulgação

AS EXPORTAÇÕES de petróleo do Brasil deverão ocupar em 2018 a segunda colocação entre os produtos com maior valor nos embarques brasileiros, impulsionadas por um forte aumento dos preços, de acordo com previsão desta terça-feira da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB). O faturamento com as exportações de petróleo do Brasil, que só ficará atrás do da soja — que ocupará a primeira posição pelo quarto ano consecutivo — deverá somar cerca de 21 bilhões de dólares em 2018, à medida que a produção do pré-sal cresce com novos players além da Petrobras. Enquanto isso, as divisas geradas com a soja em 2018 foram estimadas em 28,3 bilhões de dólares. As previsões representam um forte aumento na comparação com os números divulgados pela AEB ao final

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entrevista especial indicadores tn

ENGENHARIA DA REINVENÇÃO

por Beatriz Cardoso

Navegar é preciso, principalmente para manter o rumo e chegar seguro ao seu destino. É com essa precisão que o engenheiro naval Fábio José da Rocha Fares, CEO do Grupo Forship, vem conduzindo a empresa que criou há 20 anos e que hoje singra rumos ‘nunca dantes imaginados’. A começar pela subsidiária HMSWeb, nascida há 11 anos a partir de uma solução criada pela empresa para agilizar os serviços de engenharia de comissionamento (da qual a Forship foi a pioneira no país) e que estreou nos marketplaces globais da Microsoft, como o primeiro software desse tipo na plataforma da gigante de TI. Sem medo de se aventurar, depois das tempestades e borrascas que se abateram sobre a indústria naval & offshore, Fábio Fares alinhava uma parceria inédita com o grupo holandês OOS, mirando o mercado local, sem perder de vista as oportunidades que podem consolidar o caminho da internacionalização do grupo. “Reinventar-se é preciso, quando se atua em um mercado em constante transformação. É o que a Forship faz há duas décadas”, afirma o CEO da empresa que tem expertise consolidada em cerca de 300 projetos realizados no Brasil e no exterior, entre os quais mais de 40 plataformas marítimas em operação nas bacias de brasileiras e em outras regiões de produção offshore (o FPSO BW 10

TN Petróleo 120

Pioneer, no campo de Cascade and Chinook, primeira unidade desse tipo a produzir petróleo no Golfo do México e em águas norte-americanas). TN Petróleo – O grupo Forship está completando 20 anos de atividades em um mercado altamente desafiador. Qual o segredo dessa longevidade? Fábio Fares - O inabalável compromisso da empresa com a qualidade dos serviços – temos 9,5 na avaliação média dos clientes há vários anos, o que confere nosso padrão de excelência –, o alto nível do relacionamento com nossos colaboradores (nenhum direito a menos) e o desenvolvimento permanente de nossos processos de gestão.

Vocês entram em uma nova década estabelecendo algumas parcerias estratégias, como a que estão fazendo com a holandesa OOS International, que atua no segmento de construção e alojamento offshore, gestão naval, e tem uma moderna frota de flotel (alojamentos semissubmersíveis de apoio offshore), inclusive a serviço da Petrobras. Qual o escopo dessa parceria e qual a expectativa do grupo Forship em relação a ela? Nosso interesse é trabalhar, cada Há uma grande sinergia entre nós, ambas as empresas compartilham as metas de excelência em seus produtos e têm a inovação em seu DNA. A expectativa principal, mas não única, é a realização de serviços de manutenção e modificações para


Foto: Divulgação

Fábio José da Rocha Fares, CEO do Grupo Forship

plataformas marítimas, fornecendo os serviços e toda a logística de apoio offshore necessária. O grupo tem raízes na indústria naval e offshore e de petróleo e gás, que passou por sua pior crise na última década, depois de viver seu maior boom. Como a Forship conseguiu sobreviver aos tempos difíceis? Após a consolidação de nossa liderança em Engenharia de Comissionamento na indústria de O&G, há uns 15 anos, iniciamos um processo de diversificação de mercados e

produtos. Desde então, de forma crescente, os mercados de energia – principalmente geração termelétrica –, mineração, petroquímica, biocombustíveis e infraestrutura passaram a ocupar importante fatia de nossa produção. Além disso, realizamos uma razoável expansão internacional, criando a holding internacional na Holanda (FSI), e subsidiárias em Singapura – (FSA) onde já atuávamos desde 1999, um ano apenas após nossa fundação – e posteriormente, outra em Moçambique.

Vocês ampliaram portfólio? Sim, desenvolvemos novos produtos. Primeiro, expandimos nossa expertise em comissionamento para a área de Operação & Manutenção & Modificações, para atender as demandas no brownfield – menos suscetíveis às crises, que afetam, sobretudo, os novos projetos no Brasil, reduzidos a pó pela política recessiva do governo nos últimos dois anos. E inovamos na área de consultoria, criando um produto abrangente de engenharia de suporte regulatório, para atendimento à legislação brasileira, avançando TN Petróleo 120

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entrevista especial indicadores tn

em seguida com a Engenharia do Proprietário (owner’s engineering), com foco nos novos controladores de ativos industriais. Também conquistamos espaço no segmento de bancos e instituições financeiras, com serviços especializados de análise e acompanhamento de empreendimentos. Em todos esses produtos e mercados, há uma forte influência de nossa visão de Engenharia e Gestão do Comissionamento, suportada principalmente por nossa plataforma de gestão, o HMSWeb (Handover Management System), que tem contribuído para o sucesso de nossa diversificação. Mantemos nosso padrão de excelência com foco na operabilidade da planta industrial – condição sine qua non de entrega pelo epecista – visando à maximização da eficiência operacional, meta principal de clientes operadores e proprietários. Vocês tiveram uma forte atuação nos primeiros FPSOs (Floating Production Storage and Offloading, unidade flutuante de produção, armazenamento e transferência) da Petrobras, quando ela começou a formar uma frota. Quais os projetos mais emblemáticos desse primeiro período? Cada projeto é sempre um novo desafio. Mas entre os mais emblemáticos eu colocaria o primeiro comissionamento, realizado para a Hyundai Heavy Industry, que fez a conversão dos FPSOs (Petrobras) P-33 e P-35, em Singapura, em 1999. Ainda em comissionamento, tivemos as plataformas FPSO P-37, FSO P-38 (unidade semissubmersível de armazenagem) e FPU P-40 (unidade de produção flutuante, em inglês), para a Marítima, e do FPSO P-50, para o Estaleiro Mauá-Jurong, todas elas encomendadas pela Petrobras. Também tivemos a certificação da operabilidade da FPU P-53, em parceria com o Bureau Veritas. Ou seja, a Forship deixou sua marca em praticamente todos os projetos de conversão de petroleiros 12

TN Petróleo 120

da Fronape na década de 1990,para unidades de produção: P-32, P-33, P-35, P-37, além de participar de obras estratégicos para a Petrobras, como a P-47 e a P-36 (Roncador). Quais os projetos mais relevantes na área de O&G que o grupo Forship tem participado mais recentemente, seja pela área de engenharia seja pelo HMSWeb? Em engenharia, entre os mais recentes temos o comissionamento offshore da FPU P-55 e a conclusão de montagem e comissionamento offshore da FPSO P-58, ambos contratados diretamente pela Petrobras. Tem ainda o nosso mais longo projeto – mais de 8 anos – de manutenção e modificações da Plataforma Fixa de Polvo, trabalhando primeiro para a Devon, depois a BP e por fim, a HRT, que foi incorporada pela PetroRio. Na área de Operação e Manutenção temos realizado diversos serviços para distintos clientes, com destaque para a Petrobras. Para quem realizamos manutenção de sondas de sua propriedade bem como de plataformas fixas em operação em Sergipe e Alagoas, onde também estamos iniciando a manutenção das linhas de distribuição que atendem aos ativos onshore. Na área de engenharia consultiva, consideramos emblemático o serviço de suporte regulatório recentemente fornecido para o Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), além do realizado para a Statoil e Maersk, na implementação dos ativos Peregrino I e II. E o HMSWeb? O HMSWeb foi de importância fundamental como plataforma de gestão do serviço de atendimento à NR-10 do FPSO P-68 para o Estaleiro Jurong, realizado no primeiro semestre desse ano. Nosso mais tradicional produto é o Comissionamento, onde sempre investimos em P&D, possibilitando o aprimoramento continuo de

nossa tecnologia e gestão. Também avançamos a cada dia em nossa capacitação e nível de tecnologia e gestão em Operação & Manutenção & Modificações, uma vez que a cada dia ganhamos mais espaço e reconhecimento no mercado. Um dos últimos projetos foi a adequação do FPSO Pioneiro de Libra às normas brasileiras, sendo que vocês foram contratados pela OOGTK e pelo Jurong, cliente direto do grupo, por meio da Forship Asia (FSA).A Forship já está consolidada em três continentes... Como está esse processo de internacionalização do grupo? Nossa subsidiária em Singapura, a Forship Ásia (FSA) já realizou mais de 20 projetos na região, para mais de dez clientes, não só lá, mas também em países como China, Malásia, Coréia do Sul e Indonésia. Atualmente, a FSA tem feito uma forte prospecção nesses mercados e novos como o Vietnam e a Tailândia, onde também temos iniciado parcerias de grande sinergia e potencial estratégico. As perspectivas são as melhores. Estamos seguros de que brevemente teremos boas novidades. Na África, depois de uma experiência malsucedida em Angola há 10 anos, expandimos para Moçambique onde abrimos uma subsidiária – Forship Moçambique (FSM) – que realizou até recentemente serviços para a Vale nas minas e usinas de carvão de Tete (Moatize 1 e 2), na estrada de ferro Tete-Nacala e no porto de Nacala. A FSM prospecta o mercado com otimismo e esperamos iniciar novo projeto ainda este ano. O projeto do LabOceano, do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (COPPE/UFRJ) também é para esse setor... O Laboratório de Tecnologia Oceânica (LabOceano) é motivo de orgulho


Fábio José da Rocha Fares, CEO do Grupo Forship

da pesquisa científica do país, pois é um dos mais relevantes laboratórios desse tipo no mundo. É muito gratificante participar da montagem do seu sistema de correnteza. Como ex-aluno do curso naval da Escola de Engenharia e da COPPE-UFRJ, tenho uma motivação a mais para entregar nosso serviço com o mais alto nível de qualidade. Afinal, sempre investimos em desenvolvimento de tecnologia e participamos de eventos nacionais e internacionais ao lado da fundação. No ano passado a HMSWeb completou dez anos, apontada como um dos três melhores softwares do mundo em gestão da engenharia de comissionamento. Hoje é o primeiro (e único, por enquanto) software de comissionamentos nas plataformas de marketplaces da Microsoft. Vocês criaram o HMSWeb como uma empresa 4.0 antes mesmo de haver esse conceito. Como foi isso? A ideia do HMS (Handover management system) é parte integrante do próprio conceito de empresa de engenharia de comissionamento que originou a Forship. Na base do conceito está o entendimento de que o processo de comissionamento está assentado no tripé Engenharia – Gestão – Execução, não se resumindo à simples execução de atividades de inspeção, calibração e teste durante e após a construção de uma dada planta industrial, como outrora era considerado. Sem desprezar os desafios técnicos existentes na execução das atividades, é na gestão onde reside o maior desafio do comissionamento. Um FPSO por exemplo possui aproximadamente 40 mil objetos comissionáveis, onde são executadas mais de 100 mil atividades. O HMSWeb tem em seu DNA todo o conhecimento da engenharia da Forship, destacando-se como ferramenta especializada e de grande

valor agregado, reconhecida como uma das melhores soluções disponíveis no mercado global. Quando vocês decidiram criar a empresa de TI? Após a segunda versão, em 2002/2003, decidimos desenvolvê-lo na Web. Nasceu então o HMSWeb, a primeira ferramenta de gestão do comissionamento “na nuvem”. Depois disso partimos para o spin-off e nossa ferramenta proprietária tornou-se a empresa de TI do grupo, com o mesmo nome. Hoje, com a versão mobile para IOS e Androide, temos consciência de que estamos ‘puxando’ o carro do estado-da-arte, ciente de que temos o diferencial competitivo de fazer isso não apenas como uma empresa de software, mas também como produtora de Engenharia de Comissionamento, pela Forship. Juntas, já somamos mais de 300 projetos de comissionamento para dezenas de clientes em diversos mercados. Nossa base de dados possui milhões de informações sobre comissionamento, e constitui o ponto de partida para um de nossos investimentos em P&D, análise de dados de comissionamento. A Microsoft percebeu nosso potencial de vendas e de desenvolvimento tecnológico. Qual o segredo desse sucesso? Penso que o segredo é que nosso produto agrega um valor altamente relevante para o cliente, multiplica sua capacidade de gestão, exatamente no processo diretamente responsável pela entrega da planta ao operador. É uma ferramenta leve, simples e comprovadamente eficaz, que atende desde projetos de grande porte e complexidade, até pequenos projetos de melhorias operacionais em unidades existentes. Além disso, a cada dia o aperfeiçoamos com a inclusão de novas tecnologias e do feedback recebido dos projetos. A versão móvel

da solução, o HMSMobile, disponível desde 2015, permite o controle e registro de todas as atividades diretamente no campo, incluindo o registro e baixa de pendências, com opção de inclusão de fotos e markups, dentre outras funcionalidades que propiciam um enorme ganho de qualidade e produtividade às equipes de campo. É uma ferramenta que tem forte aceitação em que mercados? Em todos os setores industriais onde atuamos e em cada setor novo que chegamos nossa solução desperta grande interesse, não apenas para emprego em projetos de capital, mas também no brownfield. Estamos falando de mineração, energia (térmicas), petroquímica, infraestrutura, naval, agroindústria, biocombustíveis, papel & celulose, fertilizantes, farmacêutico. Na indústria de O&G no Brasil temos presença menor no Brasil, o que é um paradoxo, uma vez que nascemos dentro dela. A questão é que a Petrobras desenvolve seu próprio sistema de gestão de comissionamento o oferece sem custo ao epecista responsável pelo projeto. No entanto, o HMSWeb é homologado pela Exxon Mobil, Chevron e Eni e tem sido empregado em diversos projetos com operadores como BP Biocombustível, Chevron, QGOG, OOG. Como prova de sua aceitação, temos licenciado o HMSWeb até para empresas concorrentes da Forship. Qual o peso hoje do setor de O&G – Naval-offshore nos negócios da Forship? Qual a expectativa da empresa par aos próximos anos? Atualmente mais de 50% de nossa receita é proveniente do setor de O&G. Nos próximos anos essa tendência deverá se manter ou crescer. Por um lado, há um componente que a fará crescer, o desenvolvimento do pré-sal, mas por outro lado, nossa política de internacionalização e diversificação de mercado fará crescer nossa participação em outros mercados. TN Petróleo 120

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bdep 18 anos

Com cinco petabytes de dados técnicos (mais de 5 milhões de gigas ou cinco mil terabytes), o Banco de Dados de Exploração e Produção (BDEP) da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) tinge a maioridade e confirma sua vocação 4.0, consolidando-se como o Big Data da indústria de óleo e gás das Américas.

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TN Petróleo 120

por Beatriz Cardoso


D

esde que foi criado, em maio de 2000, o acervo de dados técnicos do BDEP cresceu mais de 60 vezes em termos de volumes, chegando aos atuais cinco petabytes – sendo que 1 petabyte é igual a 10 elevado à 15ª potência. Volume que pode aumentar expressivamente se considerarmos que ainda há muitos dados técnicos (públicos e confidenciais) da indústria de óleo e gás que ainda não estão digitalizados. Mas a meta da Superintendência de Dados Técnicos (SDT), área responsável pelo BDEP, é digitalizar todo o acervo da Agencia. “Queremos ser o grande gestor de informações técnicas de E&P no país”, afirma o superintendente da SDT, Cláudio

Jorge Martins de Souza.

“Pretendemos realizar um trabalho de qualificação de todas as informações existentes, de tudo o que é público e está armazenado nos arquivos e sistemas da ANP e ainda não está digitalizado ou não está publicado num mapa de referência, para disponibilizar esses dados para o mercado”, destaca. “Não somente dados técnicos, mas tudo o que se relaciona com o assunto. Por exemplo: todos os dados e informações relacionadas as fases de exploração e produção, poderiam ser incorporadas ao acervo para um acesso rápido e fácil. Enfim, digitalizar informações de toda a cadeia regulada pela ANP, como postos de combustíveis, refinarias, gasodutos, oleodutos, plataformas etc.”, agrega o superintendente adjunto da Dados Técnicos, Luciano Ricardo da Silva Lobo.

Difícil dimensionar o que isso vai implicar em aumento de volume de dados, uma vez que o BDEP

recebe, qualifica, armazena e disponibiliza todos os dados técnicos de E&P gerados pela indústria de petróleo no Brasil, sendo hoje um dos maiores bancos de dados governamentais centralizados do mundo no setor de petróleo. Segundo a dupla, que está há um ano na SDT, subordinada ao diretor Felipe Kury, o primeiro passo para isso já foi dado, uma vez que a SDT já fez a reclassificação de dados e informações gerenciadas pela superintendência, que mesmo sendo públicas estavam classificadas como reservadas.

Digitalização à vista Um novo passo será dado em 2019, quando a ANP tem de licitar um novo software de gestão de dados. “Vamos aproveitar esse marco, que é a licitação prevista para 2019, para ampliar o escopo, incluindo a digitalização de todas as informações públicas relacionados ao setor de E&P”, explica o superintendente. O objetivo é disponibilizar para a sociedade não somente dados técnicos, mas todas as informações públicas - inclusive informações de P&D, técnicas, meio ambiente, jurídicas, do contrato, etc. “É um grande desafio, mas uma meta a Agencia. A ANP tem que prover os investidores de dados e informações e se tornar esse vetor, esse pilar, para investimento das empresas de E&P, principalmente com esse gama de informações que ela dispõe e que hoje ainda está offline”, salienta Claudio de Souza. “Esses dados vão ser comercializados, como

está previsto na própria lei do petróleo. Serão parte do portfólio de serviços da ANP.” De acordo com Luciano Lobo, para essa informação estar disponível de forma rápida, a STD está avaliando contratar um serviço de nuvem que possibilitará o acesso rápido, fácil e seguro. “A ANP vem conversando com várias empresas fornecedoras de nuvens que trabalham com outros órgãos públicos”, diz ele. Os dois frisam que a questão da segurança, um dos aspectos que sempre travam várias inciativas nesse setor, está ‘ultrapassada’. “Além disso, os dados que irão para a nuvem serão apenas dados públicos”, observa o superintendente adjunto.

Universalização Com a incorporação de todas as informações públicas que integram o acervo da ANP, mas que hoje não estão digitalmente disponíveis, além de dados técnicos, de dutos, plataformas, navios etc., o BDEP vai disponibilizar tudo em uma plataforma única. “O objetivo é ter essas informações públicas digitalizadas na nuvem para que possam ser visualizadas em um mapa (ou menu) por pessoas em qualquer parte do mundo. Ela poderá selecionar a informação pública que deseja adquirir, colocar no carrinho de compra, efetuar o pagamento e a ANP, detectando que o mesmo foi realizado, vai então liberar os dados. Tudo pela internet”, conta Cláudio de Souza. Passo a passo, a ANP vem viabilizando os caminhos para essa ‘universalização dos dados’, como pontua o superintendente. Em julho a agencia fez uma audiência pública para revogar as Resoluções ANP nº 1, de 14 de janeiro de 2015, e nº 11, de 17 de TN Petróleo 120 15


Foto: Cortesia ANP

bdep 18 anos

fevereiro de 2011, para gerar uma resolução única. “Uma resolução regulamentando as atividades de aquisição e processamento de dados, elaboração de estudo e o acesso aos dados e informações técnicas de exploração, produção e desenvolvimento de petróleo e gás natural nas bacias sedimentares brasileiras”, explica o titular da SDT. “Com isso, o BDEP passará a disponibilizar os dados de uma forma diferente: em volumes completos e não mais em partes, como é atualmente”, complementa Luciano Lobo. Todo esse processo vem demandando algumas ações, algumas delas já implementadas. Além da unificação e atualização das resoluções, há a questão da precificação dos dados do BDEP. “É necessária uma readequação dos custos dos dados públicos, que vinham se tornando muito altos em função do grande volume dos dados que estão se tornando públicos. Para se ter uma ideia, o volume de dados da ANP, em 18 anos, cresceu em tamanho cerca de 60 vezes. Hoje somam mais de 5 petabytes”,observa Lobo. Para fazer frente ao aumento do volume de dados (com a digitalização do que ainda está na 16

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forma física (papéis, documentos etc.), será necessário também atualizar a infraestrutura de armazenamento de dados. “Com a aquisição de um super robôs de armazenamento, incluindo os dados físicos, os que estão em fita e em disco, teremos todos os dados online para consumo. Ou seja, a meta é automatizar tudo, para facilitar o e-commerce da ANP”, conta o superintendente Cláudio de Souza.

Cenário 4.0 Luciano Lobo acrescenta que com o super robô será possível também receber dados via link dedicado. “A empresa que entender ser melhor conectar diretamente seu parque tecnológico, sua infraestrutura tecnológica à do BDEP, poderá dispensar o envio de mídias com dados”, explica. “O dado trafegaria diretamente pela linha de fibra ótica para o robô. O que resultaria em economia de tempo, redução de custos e maior segurança”, complementa. O superintendente Cláudio Jorge Martins de Souza destaca que o objetivo é tornar o BDEP um centro de referência internacional com foco na alta disponibilidade de dados e informações públicas do setor de O&G do Brasil.

“Hoje somos um grande armazenador de dados, mas com a automação, a digitalização dos dados físicos, com essa big data, o BDEP terá mais condições e tempo para ‘olhar’ a qualidade da informação. Ser mais criterioso na análise, no recebimento e processamento dos dados. Poderemos fazer mais estudos, agregando mais valor ao BDEP e entregando mais valor ao mercado”, frisa Cláudio. “Vamos sair do manual, não automatizado, onde é necessário ter pessoas para realizar as tarefas de download, de carregamento e recebimento, entre outras atividades, para um cenário de disponibilização rápida, universal e automatizada”, agrega Luciano Lobo. “Ou seja, queremos implementar processos disruptivos para receber, armazenar, analisar, disponibilizar – as quatro atividades-chaves do BDEP. Maior universalização do acesso, com digitalização e automação do processo. Uma mudança de patamar, uma quebra de paradigma”, afirmam a dupla, que vem visitando bancos de dados de petróleo de outros países, em centros tecnológicos como Aberdeen (Reino Unido) e da Noruega.


Inovação acelerada

O

BDEP vem reiterando sua vocação 4.0 desde o ano passado, quando implementou nada menos que três inovações. Em 2017, lançou o eBID (http://ebid.anp.gov.br/) , portal bilíngue (português e inglês) no qual disponibiliza pela Internet pacotes de dados técnicos dos leilões que vão ser realizados pela ANP e das áreas de oferta permanente. Por meio do portal, as oil companies interessadas podem acessar informações sobre as áreas oferecidas – sísmica 2 e 3D, dados não sísmicos (dados obtidos por gravimetria, espectrometria, magnometria, entre outros), poços exploratórios já perfurados, diretrizes ambientais, sumário geológico. etc.) Nos primeiros quatro meses, teve mais de 1500 acessos de investidores de quase 30 países, que queriam saber informações sobre os ativos oferecidos na 14ª rodada de licitações. Com os leilões do pré-sal, os acessos tiveram um salto, comprovando que o portal está servindo como uma ferramenta online estratégica para esse setor. Todos os participantes dessas licitações fizeram download de pacotes de dados. “Já utilizávamos essa ferramenta desde a 11ª rodada. Mas havia limitações, principalmente para customizá-la, atualizando-a com os dados de cada leilão. O que se tornou mais fácil com a nova plataforma”, explica Cláudio Souza Desenvolvido em tempo recorde – menos de um mês - devido à iminência das rodadas previstas na agenda implementada no final de 2016, o eBID é fruto da expertise de técnicos da própria agencia, que tiveram como parceira a

Halliburton, que tem contrato de desenvolvimento de ferramentas com a ANP. Depois do sucesso dessa experiência, em fevereiro desse ano a ANP expandiu esse serviço, possibilitando o acesso online de dados públicos do BDEP, de forma fácil, ágil e segura . “Essa ferramenta interna, desenvolvida pela agencia e a Halliburton, permite que um dado recuperado do Petrobank seja enviado por meio do SFTP (Secure File Transfer Protocol). A ferramenta foi desenvolvida internamente para otimizar o acesso aos dados públicos armazenados no BDEP. Dados de sísmica processada, os dados de poços e os dados de projetos multifísicos são os principais arquivos do Petrobank (onde a ANP armazena os dados de exploração e produção do País) enviados por essa ferramenta.

Mapa interativo Além do eBid, a SDT também investiu no upgrade de outra ferramenta, para lançar um novo WebMaps, ‘porta de entrada digital’ de exploração e produção de óleo e gás no Brasil, (http://webmaps.anp. gov.br/mapas/Lists/DSPAppPages/ MapasBrasil.aspx ). Trata-se de um mapa interativo, atualizado continuamente, a cada inserção de um novo dado digital, onde são disponibilizadas informações sobre o acervo de dados existente (públicos e confidenciais, que só podem ser acessadas por usuários autorizados). Pelo WebMaps é possível visualizar e acessar dados diversos: poços, levantamentos sísmicos 2d e 3, dados gravimétricos e magnetométricos, campos e blocos,

campos de acumulação marginal, setores, bacias terrestres e marítimas (sísmica 2d e 3d, geologia e hidrografia),entre outros. Outra inovação lançada em 2017 foi o Sistema de Controle de Qualidade Automatizado (ANP-QC), com ferramentas automatizadas de análise de conformidade dos dados técnicos (sísmica, poço e multifísicos) fornecidos pelas Empresas de Aquisição de Dados (EADs) e operadoras com contratos para exploração e produção de petróleo e gás. “Essas ferramentas garantem o cumprimento das normas da ANP no que se refere aos dados geológicos armazenados no BDEP e despertaram o interesse de alguns países como a Índia e a Argélia, durante o Life – Landmark Innovation Forum & Expo, realizado em agosto de 2017, em Houston, Texas (EUA), devido ao caráter inovador”, salienta o superintendente adjunto, Luciano Lobo. Desenvolvida pela Landmark sob a coordenação da ANP, essa ferramenta otimiza o tempo que um dado adquirido para cumprimento do Programa Exploratório Mínimo (PEM), previsto nos contratos de exploração e produção, seja avaliado pela Agencia, para que a garantia financeira possa ser resgatada pelas empresas. “O resgate da garantia financeira ocorre quando o BDEP emite o laudo de aprovação dos dados utilizados para abatimento. Com o ANP-QC, a verificação se torna mais rápida”, afirma Lobo. O relatório de dados online gerado pelo sistema permite que as empresas tenham acesso a informações de conformidade dos dados. TN Petróleo 120 17


bdep 18 anos

Melhorias disruptivas Foto: Cortesia ANP

P

rograma de modernização de dados técnicos vai alavancar ainda a vocação 4.0 do BDEP. “Vamos posicionar o futuro BDEP como ferramenta de trabalho da academia, indústria e órgãos governamentais”, pontua ANP Felipe Kury, diretor da ANP ao qual está subordinada a Superintendência de Dados Técnicos (SDT). “O nosso objetivo é tornar o BDEP um dos bancos de E&P mais modernos e completos do mundo, disponibilizando dados de maneira ágil, íntegra e segura”, destaca Kury. Segundo ele, o Programa de Modernização de Dados Técnicos, aprovado pela Diretoria da ANP, envolve quatro pilares: (i) Tecnologia; (ii) Infraestrutura; (iii) Regulação e (iv) Meio Ambiente. Para suportar tais pilares, a SDT/ BDEP programou diversas iniciativas previstas na agenda regulatória da ANP, dentre as quais se destacam quatro projetos estruturantes: 1) o Centro de Rochas e Fluidos Digital e a Rede de Litotecas; 2) o Banco de Dados Ambiental; 3) Big Data e Ciência de Dados; e 4) o Sensoriamento Remoto por Radar das Atividades Petrolíferas. Felipe Kury informa que a normatização dos dados públicos, tratada em audiência pública (em 17/7), será regulamentada muito em breve, e os custos de acesso estão sendo

revisados, de forma a aumentar o acesso e o alcance dos dados. “A aquisição de novos softwares e hardwares para gerir o acervo e elevar a velocidade de disponibilização dos dados já está em curso. Dessa forma, entendemos que as melhorias evolutivas e até mesmo disruptivas planejadas para aprimorar o atendimento à sociedade demonstram a vocação 4.0 do novo BDEP”, agrega. Esses avanços tecnológicos incorporados e desenvolvidos pela própria equipe do BDEP vem alavancando os negócios (leilões) e a atuação da ANP, uma vez que os dados públicos disponibilizado subsidiam a tomada de decisão das empresas que participam dos leilões. “No último ano, o envio dos dados dos pacotes de dados passou a ser disponibilizado via internet,

através de ferramentas de sftp, o que agilizou o acesso das empresas que participaram dos certames. Recebemos acessos de países de 5 continentes”, observa. O diretor da ANP pontua que a melhoria na disponibilização de dados alavanca os leilões, na medida que amplia os estudos das áreas que serão licitadas, por equipes técnicas espalhadas pelo mundo. “Diante do case de sucesso das rodadas, a ANP, através do BDEP, desenvolveu uma ferramenta para envio de dados públicos para as empresas e universidades pela internet. Já foram enviados em torno de 6 terabytes de dados. Entendemos que tais iniciativas ampliam a disponibilização de dados, fomentando pesquisas acadêmicas no

Acervo Crescente Nos últimos dez anos, foram atendidas mais de 3.500 solicitações de dados (seguindo as regras de sigilo estipuladas pelas normas regulatórias vigentes) feitas por mais de 200 empresas e instituições. Os dados técnicos das bacias sedimentares brasileiras são obtidos por empresas concessionárias, cessionárias ou contratadas em seus respectivos blocos exploratórios e campos de produção; empresas especializadas, mediante autorização da ANP; e pela própria Agencia, em seus estudos para definição de blocos exploratórios, a exemplo do que vem sendo feito no âmbito do Plano Plurianual de Geologia e Geofísica.

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É TORNAR O BDEP UM DOS BANCOS DE E&P MAIS MODERNOS E COMPLETOS DO MUNDO, DISPONIBILIZANDO DADOS DE MANEIRA ÁGIL, ÍNTEGRA E SEGURA” Felipe Kury, diretor da ANP

Foto: Cortesia ANP

“O NOSSO OBJETIVO

país e atraindo investimentos”, complementa. Com a implementação do Programa de Modernização de Dados Técnicos, o BDEP vai incorporar em seu acervo todas as informações recebidas e geradas pela ANP, criando meios de acesso e disponibilização compatíveis com as expectativas da sociedade. O projeto de digitalização e disponibilização do acervo é um dos principais objetivos do programa. “O uso da computação em nuvem, por exemplo, permitiria o acesso aos dados públicos do BDEP de qualquer lugar do mundo e a qualquer hora, reduzindo nossa estrutura de armazenamento físico, de atendimento presencial e os gastos com TI. É um grande desafio, mas diante das novas tecnologias e formas de gestão de dados, acreditamos que será possível posicionar o futuro

BDEP como ferramenta de trabalho da academia, indústria e órgãos governamentais”, FRISA Felipe Kury. “Um bom exemplo seria o IBAMA, que se beneficiaria bastante de um Banco de Dados Ambiental que concentrasse as informações necessárias ao licenciamento das atividades petrolíferas”, conclui o diretor da ANP.

www.gardline.com.br comercial@gardline.com.br • Monitoramento Ambiental (Coleta de água, sedimento, inspeção com drop câmera, ROV Observation Class); • Levantamentos Oceanográficos (Ondas, Correntes, Ventos) e Geofísicos (site surveys/route surveys); • Investigações Geotécnicas (CPT, Piston Corer, Vibrocorer).

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perfil profissional

Uma trajetória LÓGICA

por Beatriz Cardoso

Essa parece ser a linha condutora da vida profissional do engenheiro e administrador de empresas Nathan Scortegagna de Medeiros, 66 anos. Com passagem por empresas nacionais e estrangeiras de engenharia, tecnologia de informação e de automação, em 44 anos de atividades ele consolidou uma sólida experiência tanto na parte tecnológica e operacional como na área administrativa e de marketing, graças a uma visão lógica das coisas. A mesma que o levou a buscar a dupla formação.

N

atural de Volta Redonda, cidade do sul fluminense que ‘nasceu’ em 1954, um ano depois da Petrobras, Nathan Scortegagna de Medeiros conta que desde pequeno quebrava seus brinquedos para saber o que tinha dentro e como funcionava. “Engenharia me pareceu uma saída logica para minha curiosidade natural”, diz ele, explicando o porquê da opção pela Engenharia Eletrônica, quando foi fazer curso superior. Formado pela PUC-Rio (1975), ele começaria a trabalhar um ano antes, como estagiário, na Morrisson Knudsen Internacional de Engenharia S/A., subsidiária do grupo norte-americano, que realizou vários projetos de infraestrutura no Brasil. Ficou lá por três anos, atuando em projetos turn-key (Itaipu, Eletrobrás e Furnas, Samarco). “A aprendizagem desse período foi como tocar um projeto garantindo preço, prazo e qualidade. Era uma empresa que tinha muita tecnologia na administração de projetos”, observa. Com dois anos de formado, sairia da multinacional para enfrentar um desafio: ir para a Cobra Computadores e Sistemas Brasileiros S/A, atuar em marketing e vendas. “A Cobra era uma empresa que estava começando e com uma proposta de desenvolvimento de tecnologia”, observa Nathan.

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“Poucos tiveram esta chance. A venda era técnica e tinha que praticamente fazer todo o projeto para poder vender. Era meio venda e engenharia”, lembra ele, que participou de iniciativas emblemáticas. “Fiz os projetos do simulador de voo do T27 (avião Tucano, da Embraer), do metrô de São Paulo, planta de redução de alumínio da Albrás, entre outros”, destaca o engenheiro, que contabiliza mais de 80 projetos nos quatro anos e meio em que ficou na empresa pioneira.

Expatriado Em janeiro de 1982, a Morrison Knudsen o chamaria de volta para trabalhar como expatriado em um projeto no exterior. Mais precisamente em Colônia, na Alemanha. “Interatom era uma projetista de projetos nucleares, subsidiaria da Siemens, que estava atuando no projeto nuclear brasileiro. Fizemos o projeto da primeira cascata da usina de enriquecimento de uranio”, explica o engenheiro. Já casado, ele afirma que a experiência foi ótima e não houve nenhum problema de adaptação. “Não tive choque de cultura. Estar em um lugar onde as coisas funcionam e poder dormir de porta aberta é magico. Mas nem todos se adaptaram”, reconhece. Em outubro voltaria para o Brasil, para trabalhar no Grupo Sistemata, onde ficaria por quase seis anos. Começou gerenciando o escritório Rio (82/85), montando a filial da empresa, para então ir para São Paulo, onde assumiu a gerência industrial (85/87) e, por último, a área comercial, onde ficou até sair, em 1988.

Pedra fundamental do setor Criada no Rio de Janeiro, em 1974, a Cobra foi a primeira fábrica de computadores do país, fruto da união da Marinha, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da fábrica inglesa Ferranti, com o objetivo de desenvolver tecnologia genuinamente nacional. Sua equipe era formada inicialmente por profissionais da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), da Universidade de São Paulo (USP- Pato Feio) e do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro). Foi a pedra fundamental do setor no país. “O grupo Sistemata na realidade era a Comsip Engenharia, que trabalhava para a Petrobras. Cuidei do projeto da automação da linha de redução e cozimento da Albrás. Foram quatro anos de projeto sem atraso de uma semana sequer ”, frisa Nathan. Foi então para São Paulo gerenciar a fabrica de computadores industriais. “Eles haviam comprado a tecnologia do Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (Cepel) para soluções distribuídas tipo SDCD (Supervisory Control and Data Acquisition/Energy Management Systems)”, observa o engenheiro. Aproveitou a estadia na capital paulista para fazer Administração de Empresas no Mackenzie, (1988). “Achei que a formação de engenheiro não era o suficiente para ter um bom desempenho como gerente”, diz Nathan.

Consultoria Em fevereiro de 1988, ao sair da Comsip, decidiu criar a própria consultoria, a Applied Consulting Engineers S/C, especializada na área de automação de negócios. “Nesta época fiz alguns projetos em São Paulo, como automação de hotéis e suporte no desenvolvimento de soluções para o Metrô do Rio de Janeiro”, conta o executivo. Ao mesmo tempo, faria incursões em outras empresas no início dos anos 1990. Ficou um ano na Caldem Informática, como gerente geral e sócio. “Foi um projeto inovador de automação no segmento têxtil. Nada havia sido feito aqui antes nesse segmento: fizemos um bureau de CAD CAM para a área têxtil, automatizando todo o processo de modelagem até o corte”, salienta Nathan. Em seguida foi para a SFB Sistemas S/A, onde ficou dois anos, atuando na área de sistemas de defesa militares. “A SFB era uma extensão da Cobra. Era a contrapartida do projeto Marinha do Brasil. Então foi como se eu não tivesse saído da Cobra”, diz brincando. Em 1994, atuou em outra empresa criada na época, com o mote de desenvolvimento de tecnologia nacional, a BMS-MALC Automação e Informática S/A, do grupo Belgo-Mineira – “Eles faziam automação com PLC’s ao invés de minicomputadores e eram especialistas em cimento e energia”, observa. E atuaria na área de desenvolvimento de negócios da Loper Informática e Telecomunicações, com foco na automação de centrais telefônicas para integração e supervisão de todas as centrais CPA’s ou não. “Era o conceito de gerencia integrada de rede”. TN Petróleo 120 21


perfilhot profissional news

Local e data de nascimento: Volta Redonda (RJ) 07/02/1952 Casado? Solteiro, três filhos: um casal de gêmeos com 39 anos e uma filha de 21 anos Quais livros você está lendo? Object Oriented Software Engineering Qual seu livro de cabeceira? Não tenho O que gosta de fazer nas horas de folga? Trilhas Qual o seu hobby? Fotografia Música predileta? Led Zeppelin

Óleo e gás Foi em 1996 que a indústria de petróleo acabaria por entrar definitivamente na vida de Nathan de Medeiros, quando foi chamada pela Rockwell Automation do Brasil para chefiar o escritório do Rio de Janeiro. “A Rockwell havia me convidado para ampliar seus projetos no Rio, que eram muito pouco na época. Montamos a filial carioca e desenvolvemos o mercado”, relata Nathan. O Brasil começava a dar uma guinada, com a quebra do

monopólio a partir da chamada Lei do Petróleo (nº 9.478, de 6 de agosto de 1997). “A Petrobras era um cliente natural, pois vários projetos estavam em andamento e o setor estava bombando. Foi um cenário favorável”, diz o engenheiro e administrador, que logo se tornaria Country Oil & Gas Manager da Rockwell no país. “A empresa se reorganizou e fiquei só com o setor de óleo e gas”, lembra. Com o mercado em plena efervescência, em setembro de 1999, seria convidado pela norte-americana Silvertech Systems Inc, para atuar como agente local, tornando-se, dois anos depois, vice-presidente da empresa que hoje é parte do grupo Rockwell. “Foi muito bom no começo uma vez que o projeto era inovador e representava desenvolvimento de tecnologia nova no mundo. No entanto, com a mudança do governo e a “operacionalização” da Petrobras para fins partidários, a condução do projeto passou a ser muito difícil. O final não foi agradável”, diz Nathan, que deixaria o setor privado para dedicar-se exclusivamente à sua consultoria em 2005. Qual a aprendizagem em uma trajetória por tantas empresas de distintos setores empresas? “As empresas podem ter variado de setor, mas a especialização sempre foi a mesma. Automação industrial:

uma mesma solução para vários setores”, resume o lógico Nathan Medeiros.

Responsabilidade social A despeito da atribulada trajetória profissional, Nathan ainda arranjou tempo para ajudar outras pessoas. Desde o final da década de 1990 dá suporte Associação Brasileira de Problemas de Aprendizagem (ABRAPA), organização não governamental cuja missão é promover projetos de atendimento e pesquisa para promover competências cognitivas em crianças e adolescentes em idade escolar. “A instituição realiza estudos, pesquisas e aplicações nas áreas de Neurociência Computacional, Neuropedagogia Computacional, Fonoaudiologia Computacional, Bilinguismo Computacional, Games Ilustração-Design-Música, Engenharia de softwares para educação e saúde, criando e utilizando games inteligentes na avaliação, estimulação, habilitação e reabilitação cognitivo-linguística de crianças e adolescentes”, explica. Desde seu surgimento, em agosto de 1997, Nathan acompanha a atuação da ABRAPA, que já beneficiou mais de 10.000 (dez mil) pessoas no Rio, atuando em parceria com diversas instituições públicas e privadas, nacionais e internacionais.

Nos acompanhe, também, pelo Facebook. www.facebook.com/tnpetroleo 22

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pessoas opinião

BTLAW cria área de propriedade intelectual de serviços jurídicos desenvolvidos para os atuais clientes e expandir a atuação para empresas de tecnologia e infraestrutura, sobretudo de origem europeia e língua alemã. Karin possui mais de 20 anos de experiência em direito empresarial no Brasil e no exterior e atua principalmente nas áreas de propriedade intelectual e privacidade de dados com trabalhos jurídicos desenvolvidos para empresas como Toyota, Vulkan e Hochtief. Professora de direito comercial pela Faculdade de Campinas (Facamp), atua também como mediadora e árbitra. A equipe conta também com os advogados Luiz Fernando Plastino Andrade e Lívia Cristina de Moraes

Santos, ambos especializados em propriedade intelectual e privacidade de dados.

Foto: Divulgação

O BTLAW, escritório de advocacia com 64 anos de atividades no Brasil e no mercado internacional no segmento de direito empresarial criou uma nova estrutura para atuar nas áreas de propriedade intelectual e privacidade de dados. A advogada Karin Klempp Franco vai coordenar a área, que atuará diretamente com direito digital, proteção de tecnologias, dados e algoritmos, segurança da informação, direitos autorais e de imagem, concorrência desleal, entre outros. A expectativa do escritório é ter um crescimento de 15% nos negócios até o final deste ano. A proposta do escritório com a nova estrutura é aumentar a gama

Schmidt Valois expande equipe na área de Meio Ambiente CRESCE O TIME de mulheres no quadro de advogados do escritório Schmidt Valois. Destaque para a Anna Paula Barbosa de Carvalho Góes, que passa a integrar a equipe de sócios atuando na área consultiva e contenciosa em questões relativas ao Meio Ambiente. Com mais de 20 anos de experiência, Anna assessorou clientes em processos administrativos diante de órgãos de controle e fiscalização, inquéritos civis e ações civis públicas. Além disso, a nova sócia participou da realização de auditorias ambientais, obtenção de licenças e autorizações governamentais e na negociação de Termos de Ajustamento de Conduta. A advogada possui expertise na representação de clientes dos

mais variados segmentos, incluindo o setor de óleo e gás, siderúrgico, farmacêutico e bancário. Para compor o quadro, o escritório também recebe duas novas associadas. Trata-se das advogadas Clarissa Prallon Perez, atuante nas áreas de

Petróleo e Gás Natural, Regulatório, Societário e Contratos; e Manuela Carneiro Dana, especializada em Infraestrutura e Construção, Energia, Regulatório de Energia, Arbitragens de Energia, M&A, Project Finance e Compliance. TN Petróleo 120

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eventos

PETRONOR 2018

PETRONOR 2018:

tempos melhores pela frente “PARECE QUE AGORA VAI...” Foi

considerarem promissoras, prévia

entre

uma das frases mais repetidas pelos

anuência da ANP, multiplicando

startups, academia e instituições,

especialistas e empresários reunidos

dessa forma as chances de novas

que depois gere negócios e rique-

na semana passada em Salvador, com

descobertas. E, em terceiro lugar,

za para a região”, declara Nicolás

motivo da VII Conferência do Setor de

o programa de desinvestimentos

Honorato, diretor da Austral e exe-

Petróleo do Norte-Nordeste do Brasil

da Petrobras em campos onshore

cutor do PetroNor.

– PetroNor 2018, em referência à revi-

e offshore do N/NE, que já se en-

Além da tradicional conferência

talização das atividades de exploração

contra na fase final de seleção das

e rodada de negócios, que nessa oca-

e produção na região. Certamente,

empresas que irão operar as áreas

sião hospedou mais de 750 conexões

pelo visto e ouvido no PetroNor, há

disponibilizadas, e que deve se tra-

entre oito empresas compradoras e

motivos para acreditar que vêm tem-

duzir na retomada dos investimen-

103 fornecedores nacionais, um dos

pos melhores pela frente.

tos, e subsequentemente da produ-

maiores destaques do evento foi a

ção, em campos maduros.

programação da Arena da Inovação,

Em primeiro lugar, o calendário definido e sistemático de rodadas de

operadores,

fornecedores,

A medida da expectativa de

que contou com 35 apresentações em

licitações organizadas pela Agência

crescimento do setor pode ser to-

formato de pitch, com temas tão va-

Nacional do Petróleo, Gás Natural

mada pela assistência ao evento, a

riados como o impacto da Indústria

e Biocombustíveis (ANP) em áreas

maior de todas as nove edições rea-

4.0 no setor, a chegada do Blockchain,

exploratórias do N/NE oferece se-

lizadas até agora, com mais de 530

ou as soluções tecnológicas e inova-

gurança a todos os elos da indústria

participantes oriundos de 13 esta-

doras desenvolvidas por empresas e

quanto à manutenção relativamente

dos do Brasil e de sete países (Ale-

startups locais com aplicação direta

contínua das atividades na região,

manha, Argentina, Bolívia, Cana-

nas operações de exploração, produ-

evitando aquelas baixas da ativida-

dá, Colômbia, EUA e Reino Unido),

ção, refino, transporte ou distribuição

de quando se passavam vários anos

dentre os quais representantes de

de hidrocarbonetos e derivados. “–

sem licitar áreas e as empresas se

empresas operadoras, fornecedoras

Há mais de 15 anos que o SEBRAE

viam na obrigação de desmobilizar

de bens, prestadoras de serviços e

vem apoiando a inserção de micro e

as equipes e os equipamentos de

entidades setoriais. “– Somos cons-

pequenas empresas (MEPs) locais no

exploração. Em segundo lugar, a

cientes do enorme potencial do se-

setor de petróleo e vamos continuar

recente ativação pela ANP do siste-

tor de petróleo no N/NE e, por isso,

com o empenho porque o setor é um

ma de oferta permanente de áreas

no PetroNor tratamos de selecionar

dos principais vetores econômicos

de exploração outorga um dina-

palestras e palestrantes que tragam

da nossa região e as oportunidades

mismo sem precedentes na histó-

informação técnica relevante que

são inúmeras”, afirmou Aline Lobo,

ria petroleira do país, permitindo

ajude à tomada de decisão empre-

gestora do Projeto de Energia do SE-

que exploradores possam procurar

sarial, bem como oferecer um am-

BRAE/BA, entidade responsável pela

hidrocarbonetos em áreas que eles

biente adequado para a interação

realização do evento.

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TN Petróleo


TN Petrรณleo 120 25


eventos

2º Oil & Gas Regulation International Forum

ESPECIALISTAS DA NORUEGA, CANADÁ, REINO UNIDO E BRASIL

debatem regulação na área de energia Fórum promovido pelo IBP e OGE abordou iniciativas internacionais para transição energética, legislação ambiental e mercado de gás natural.

O

Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), em parceria com a OGE – Óleo. Gás. Energia. –, realizou no dia 16 de julho a segunda edição do Oil & Gas Regulation International Forum. O evento reuniu representantes de países tradicionais produtores de petróleo e gás – com o objetivo de promover a troca de experiências em questões como a governança no processo de licenciamento ambiental, tendências para uma economia de baixo carbono e desafios regulatórios para a abertura do mercado de gás natural. De acordo com Luiz Costamilan, secretário-executivo de Gás Natural do IBP, o Brasil está se tornando a capital mundial do offshore e todos estão prestando atenção ao setor de petróleo e gás brasileiro. Ainda que as recentes mudanças da indústria tenham criado muitas oportunidades, alguns desafios permanecem. “Infelizmente os desafios do arcabouço ambiental ainda são os mesmos de um ano atrás, quando discutimos o tema na primeira edição do fórum; nesta segunda edição estamos focando o equilíbrio entre a preservação ambiental e o desenvolvimento da indústria de óleo e gás. O Brasil tem volumes significativos de gás natural, considerado como ponte no processo de transição para uma economia de baixo carbono”, explicou Clau-

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dia Rabello, CEO da OGE – Óleo. Gás. Energia. O intercâmbio entre os especialistas abordou aspectos regulatórios de cada país e seus impactos na segurança de investimentos. “Infelizmente, não é possível apenas copiar e colar as melhores práticas mundiais da indústria de petróleo e gás, pois o Brasil tem suas particularidades – assim como todos os países. Precisamos internalizar e ‘tropicalizar’ essas práticas para a nossa realidade. Esse é o nosso dever de casa”, afirmou José Gutman, secretário executivo da ANP na abertura do fórum.

Transição energética No primeiro painel do evento, Gunnar SjØgren, diretor da Norwegian Petroleum Directorate (NPD), apresentou as iniciativas e os investimentos que a Noruega vem fazendo a fim de transitar para uma economia de baixo carbono. Atualmente, 99% de toda a geração de energia no país nórdico vem da energia hidrelétrica, considerada de barata produção, limpa, flexível e confiável. “A Noruega está apostando também em energia eólica a partir da construção da maior usina eólica terrestre da Europa. Nossa expectativa é que as seis fazendas eólicas do país produzam 1.000 megawatts até 2020. O investimento previsto para esse segmento energético é de 1,6 bilhão de euros”, disse Gunnar.

Outro aspecto importante está no tipo de transporte usado pela população norueguesa – 25% de todos os carros são completamente elétricos e o percentual vem crescendo rapidamente. “Em junho deste ano, registramos que 50% dos novos carros utilizados nas ruas do país são recarregáveis”, complementou o executivo. No Canadá, o governo federal define diretrizes dentro das quais as províncias devem trabalhar. Em 2015, o total de emissões de gases do efeito estufa no país foi de 722 megatoneladas de dióxido de carbono equivalente. Com o Acordo de Paris, o país tem o compromisso de reduzir esse total para 517 megatoneladas até 2030, como explicou Corey Froese, diretor do International Center of Regulatory Excellence (ICORE) / Alberta Energy Regulator (AER). “O País já se comprometeu com o ‘Pan-Canadian Framework on Clean Growth and Climate Change’, que atua em áreas como tecnologia limpa, inovação e empregos, mecanismos de precificação do carbono, e oportunidades de mitigação específicas. Da mesma forma, são os incentivos e as políticas governamentais que estão guiando a transição energética no Reino Unido – ainda que as soluções sejam conduzidas pelo mercado. Segundo Peter Cameron, diretor do Energy Markets Global Limited, as emissões do Reino Unido


caíram 6% em 2016. Tal resultado foi alcançado a partir de melhorias na eficiência energética, que significaram uma redução de 2% no consumo geral de energia. Além disso, três grandes unidades de carvão foram fechadas em 2016, reduzindo a produção no Reino Unido de 2,7 bilhões de toneladas em 2015 para 22 mil toneladas no ano posterior.

Arcabouço ambiental Na Noruega, para atuar no país e participar das rodadas de licitação, as operadoras devem se qualificar junto às autoridades nacionais, descrevendo suas capacidades técnicas, financeira e ambiental, bem como experiências de exploração e produção offshore. Estando qualificada para operar, as empresas não dependem de licenças ambientais, estão autorizadas a iniciar as atividades assim que assinam contrato de concessão. “A legislação adotada estabelece requisitos rigorosos quanto à responsabilidade de cada empresa: identificação e redução dos riscos, e capacidade de resposta. O gerenciamento de risco de acidentes graves é pré-requisito para atuar em atividades de petróleo no país”, explicou Gunnar.

As regras ambientais para cada área a ser explorada são pré-estabelecidas pelas autoridades norueguesas e devem ser integralmente cumpridas pelas empresas, não há surpresas. “Só há negociação nos programas técnicos. São as operadoras que precisam dizer aos órgãos governamentais como pretendem atender aos requisitos estabelecidos – ao contrário de alguns países em que as autoridades apontam o que as empresas devem fazer”, sentenciou. No Canadá, o Governo também determina apenas os resultados ambientais esperados. Os requisitos ambientais específicos ou restrições são definidos com base na natureza do risco. No Reino Unido, enquanto o governo fica encarregado da legislação, os requisitos ambientais a serem seguidos são estabelecidos por associações industriais. O regime de segurança operacional é baseado em KPIs (Key Performance Indicators). A inspeção fica a cargo de um agente governamental, que tem poder de polícia para fiscalizar. Por se tratar de uma região muito abrangente, o número de licenças necessárias para operar varia a depender de cada localidade. Enquanto

a Inglaterra e Gales exigem apenas uma, emitida pela agência ambiental ou pela autoridade local equivalente, a Escócia pede duas licenças e o Norte da Irlanda, três.

Mercado de gás natural Neste painel foram debatidos temas como regulamentação do acesso de terceiros às instalações de transporte, necessidade de diversificação do mercado, mecanismos de preços de mercado e infraestrutura de transporte. Nesse sentido, a reforma regulatória do gás, parada atualmente no Congresso, é essencial. O coordenador-geral de Processamento, Infraestrutura e Logística, do Ministério de Minas e Energia, Aldo Barroso, comentou que espera que o substitutivo ao projeto de lei do gás seja aprovado até agosto. O 2º Oil & Gas Regulation International Forum teve patrocínio da Petrobras, Shell, Mattos Filho, e Faveret Lampert, apoio da Câmara de Comércio Brasil-Canadá, Consulado Geral da Noruega, Consulado do Canadá, Consulado Britânico e parceria editorial da Brasil Energia. TN Petróleo 120 27


Ano 7 • nº 60 • agosto de 2018 • www.tnsustentavel.com.br

Eficiência Energética • Comercialização de Energia • Legislação Ambiental • Reciclagem

Braskem promove logística reversa e RECICLAGEM

DE COPOS DESCARTÁVEIS

E

mpenhada na missão de gerar valor para a cadeia do plástico e promover a importância do descarte correto e da reciclagem, a Braskem anuncia parceria com a empresa Dinâmica Ambiental para implementação do Programa de Logística Reversa de Copos Plásticos de Polipropileno (PP). O projeto, que já conquistou o apoio da Jaguar Transforma, da Altacoppo e Copobrás busca orientar e incentivar organizações a instituírem melhores procedimentos de logística para o destino correto de copos plásticos após o seu uso. O programa faz parte da Plataforma Wecycle, iniciativa da Braskem que fomenta a valorização de resíduos plásticos ao longo de toda a rede produtiva, e tem como objetivo disseminar informações e boas práticas sustentáveis junto a companhias de diferentes perfis e setores da economia. Para isso, a Dinâmica Ambiental disponibilizará o recolhimento apropriado para a coleta dos copos descartados por empresas e estabelecimentos comerciais. O material coletado será levado para recicladoras parceiras Wecycle e, posteriormente, transformado em resina pós-consumo, que será usada na fabricação de novos produtos, como tampas para cosméticos, utensílios domésticos, entre outros. Durante este processo também serão coletados dados sobre a geração de resíduos, índices de reciclagem e melhor valorização dos materiais. As empresas interessadas possuem duas formas de participação. É possível associar-se ao programa e se tornar apoiadora, ajudando a fomentá-lo por meio de aporte financeiro via cotas. Ou se tornar uma participante, optando pela logística reversa dos copos dentro de sua empresa. "Estudamos diversos meios para promover o desenvolvimento sustentável e o fortalecimento da cadeia de logística reversa de copos descartáveis, buscando conciliar isso com as demandas de nossos clientes. Esta

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é mais uma medida que reforça o compromisso da Braskem com a economia circular”, afirma Fabiana Quiroga, diretora da área de Reciclagem e Plataforma Wecycle da Braskem. De acordo com o diretor corporativo da Dinâmica Ambiental, Helio Junior, o escopo do projeto possibilita também que as organizações que aderirem a ele possam expor a aplicação da iniciativa em uma plataforma especializada em sustentabilidade. “Essa é uma iniciativa que apoiará as companhias no descarte responsável. Todos os parceiros e apoiadores poderão disseminar a adesão. A plataforma terá seu conteúdo repercutido em mídias sociais visualizadas por leitores e influenciadores com interesse pelo tema, qualificando a percepção do público sobre sua atuação sustentável”, conclui. O programa já estreia com dois importantes participantes importantes, a Davines, fabricante internacional de produtos para cabelo, e a SICK Brasil, empresa de tecnologia industrial com sede na Alemanha e operação em 88 países, incluindo o Brasil. A meta é atuar junto a companhias de todos os segmentos, tanto produtoras e distribuidoras de copos descartáveis e plástico, quanto empresas que apenas os utilizam, engajando parceiros e apoiadores ao programa.

Pesquisa Para entender como os copos descartáveis são usados em diferentes contextos, a Braskem, em parceria com a consultoria ACV Brasil, realizou um estudo comparativo de Avaliação do Ciclo de Vida entre copos descartáveis de polipropileno (PP) e copos reutilizáveis após serem lavados. As informações obtidas serão usadas na aplicação do Programa de Logística Reversa de Copos Plásticos de Polipropileno (PP). A pesquisa mostra que os copos descartáveis de PP demandam 30% menos energia em seu ciclo de vida, usam menos água, ao consumirem apenas 26 ml em todo o seu ciclo (incluindo produção e reciclagem), enquanto os copos reutilizáveis podem utilizar até 1,2 L em cada lavagem manual. “Há a percepção de que os copos descartáveis prejudicam mais o meio ambiente, por conta do maior volume de resíduos gerados, mas essa pesquisa mostra o inverso quando consideramos os diversos tipos de impacto ambiental que podem ocorrer. No caso dos reutilizáveis, o impacto se concentra na lavagem e no caso dos descartáveis o impacto se concentra na produção e descarte do material. Por isso, a reciclagem dos copos plásticos é fundamental”, observa Yuki Kabe, especialista de Análise de Ciclo de Vida da Braskem. TN Petróleo 120 29


produtos e serviços

Porto do Açu

Porto do Açu terá maior parque térmico da América Latina Com segunda térmica autorizada pelo Ministério O MINISTRO de Minas e Energia, Moreira Franco, assinou no dia 30 de julho, a autorização para a implantação da Usina Termelétrica GNA II, que será desenvolvida pela empresa Gás Natural Açu (GNA), parceria entre a Prumo Logística, a BP e a Siemens. Localizado no Porto do Açu, em São João da Barra (RJ), o empreendimento contará com 1.673 MW de capacidade instalada e tem início da operação comercial previsto para janeiro de 2023. A GNA II venceu o leilão A-6, realizado em dezembro de 2017. “Com a outorga da segunda termelétrica, o Porto Açu se transforma no maior complexo termelétrico da América Latina, com 3GW de capacidade instalada, o que para nós é motivo de muito orgulho”, destacou Bernardo Perseke, presidente da GNA. “Estamos conseguimos avançar no sentido de garantir energia barata e limpa para o Brasil e as perspectivas são muito animadoras. Realizamos a entrega de outorga de 80 empreendimentos, que foram vencedores dos leilões A-4 e a A-6. Dentre eles, temos iniciativas no estado do Rio de Janeiro: as UTEs GNA I e GNA II e a Usina Vale Azul, que será implantada no município de Macaé.”, afirmou o ministro em evento realizado na Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN). “Minha expectava é que com o tempo possamos descentralizar essa produção, para diminuir o custo-final dessa energia para os demais estados brasileiros”. 30

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Foto: Firjan

de Minas e Energia, empreendimento terá capacidade total de 3GW de energia.

Investimentos de R$ 8 bilhões De acordo com José Magela, presidente da Prumo Logística – holding que desenvolve o Porto do Açu – “serão mais de R$ 8 bilhões investidos até 2023 na instalação das 2 termelétricas a gás natural e no terminal de regaseificação de GNL, o que significa geração de emprego e renda e desenvolvimento econômico não só para o Norte Fluminense, como para todo o Brasil”. Em março deste ano, a GNA iniciou a construção da UTE GNA I, que começa a operar em janeiro de 2021. Ainda neste semestre, também será iniciada a construção do terminal de regaseificação de gás natural (GNL), com capacidade para 21 milhões m³/dia. A instalação das termelétricas é parte do Açu Gas Hub, projeto em desenvolvimento no Complexo Portuário do Açu, cujo objetivo é constituir uma solução logística para importação e armazenagem de Gás Natural Liquefeito (GNL), assim como para o recebimento, processamento, consumo e trans-

porte de gás natural produzido nas Bacias de Campos e Santos. O gás natural é considerado item fundamental para o desenvolvimento do complexo portuário. Ferrovia Ainda durante o evento, o Ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, falou sobre a importância da ligação ferroviária para o Porto do Açu, por meio da ferrovia Rio-Vitória (EF-118). “Nós precisamos criar uma infraestrutura de acesso e transporte ao Porto do Açu, tanto ferroviária, quanto rodoviária. É incompatível termos esse complexo industrial sendo desenvolvido e não ter a ligação logística necessária”, afirmou. José Magela, presidente da Prumo Logística, reiterou o pleito. “O Porto une o Brasil ao mundo. Agora temos que unir o mundo ao Brasil, por meio de um anel ferroviário. A Rio-Vitória vai transformar a realidade do Rio e trazer desenvolvimento econômico para os Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo”, concluiu.


Siemens e SPIC

Siemens e SPIC fecham acordo para cooperação tecnológica na área de turbinas a gás EMPRESA ALEMÃ colaborará nas atividades de pesquisa e desenvolvimento de turbinas a gás heavy-duty para o mercado chinês. Contribuição reforça liderança da Siemens em tecnologia e determina marco importante no relacionamento entre os dois países Estratégico para a companhia, a China é um dos mercados mais importantes do mundo para turbinas a gás de grande porte e deve intensificar seu investimento em tecnologias para esse tipo de turbina. A Siemens, líder em soluções eficientes de geração e transmissão de energia, e a State Power Investment Corporation (SPIC), da China, acabam de assinar um Memorando de Entendimento (MoU) para confirmar a intenção de colaboração tecnológica na área de turbinas a gás heavy-duty. Joe Kaeser, presidente e CEO da Siemens AG, e Qian Zhimin, presidente da SPIC, assinaram o MoU em

Berlim na presença da chanceler Angela Merkel, da Alemanha, e do primeiro-ministro Le Keqiang da China durante a sua visita oficial à Alemanha. O MoU define o escopo e os princípios da cooperação entre as duas empresas. Segundo o acordo, a Siemens deve colaborar com a SPIC nas atividades de pesquisa e desenvolvimento de turbinas a gás heavy-duty e fornecer treinamento e consultoria técnica para a companhia chinesa. Essa cooperação reforça a liderança da Siemens na área de tecnologia em apoio ao objetivo da China de desenvolver e construir sua própria turbina a gás heavy-duty. A assinatura deste pré-acordo hoje deve acelerar a concretização do acordo de cooperação tecnológica no futuro próximo. "A cooperação tecnológica com a SPIC é mais um marco importante no relacionamento de longa data entre a Siemens e a China", disse

Joe Kaeser. "A Siemens fornecerá tecnologia de ponta para a China e a SPIC trará sua vasta experiência no mercado chinês. Como parceiras, podemos realizar grandes feitos para o bem maior das relações entre China e Alemanha, além de fornecer energia eficiente e sustentável para a China e o mundo." "A SPIC está desenvolvendo e implementando ativamente o programa de desenvolvimento de turbina a gás heavy-duty da China. A colaboração com a Siemens e outras empresas multinacionais de turbinas a gás vai acelerar o progresso do programa. A Siemens e a SPIC se complementam no setor de energia, abrindo mais espaço para cooperação futura em outras áreas." A China é um dos mercados mais importantes do mundo para turbinas a gás de grande porte e deve intensificar seu investimento em tecnologias para esse tipo de turbina.

Omni

Omni recebe prêmio de segurança da Total E&P A OMNI TÁXI AÉREO (OTA) recebeu o prêmio Total Commitment, na categoria Safety, promovido recentemente pela Total E&P. A cerimônia de premiação aconteceu durante o World Safety Day realizado pela Total com a equipe da Omni, no Aeroporto de Jacarepaguá. Esse é um evento, em que todas as subsidiárias da Total, em mais de 130 países, realizam atividades especiais relacionadas à segurança. O diretor geral da OTA, Roberto Coimbra, recebeu o prêmio em nome da companhia. A Omni foi reconhecida por sua contribuição em manter

políticas e melhores práticas de segurança no dia a dia das suas operações. Segundo o comandante Kleber Rangel, da área de Segurança de Voo, receber este prêmio representa o compromisso da OMNI no aprimoramento contínuo da segurança operacional e no desenvolvimento de práticas seguras a fim de atender às necessidades e especificidades operacionais dos nossos clientes. "Esse reconhecimento de um importante cliente demonstra o alto grau de maturidade do Sistema de Gestão da Segurança Operacional da nossa empresa".

A Total E&P atua na exploração e produção de óleo de gás no Brasil. Vende 24 mil toneladas de lubrificantes por ano e possui um portfólio amplo de atividades no país, incluindo 15 blocos exploratórios, com foco em águas profundas. A Omni Táxi Aéreo dá suporte às operações da Total na base de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, transportando cerca de 560 colaboradores mensalmente em voos diários, para o campo de Lapa, no Pré-sal. A parceria Omni e Total também se estende para atendimento de emergências aeromédicas. TN Petróleo 120 31


óleo e gas mão de obra

Empresas devem ficar atentas

PARA ATRAIR OS MELHORES TALENTOS O

setor de Oil&Gas voltou a aquecer, de forma tímida, mas relevante. E, diante do anúncio dos novos leilões, é possível prever que estamos às vésperas de aceleração desse ritmo. Por se tratar de um setor que exige alta especialização da mão de obra, o novo cenário, já deu início à disputa das empresas pela contratação dos profissionais de talento, com preferência para os que possuem experiência prévia no setor. Essa disputa não é só entre empresas brasileiras, pois nosso país têm atraído a atenção de muitas companhias internacionais. O ponto de alerta é que, de acordo com dados de pesquisas da Robert Half, o Brasil é o país onde os empregadores mais têm dificuldade para encontrar profissionais qualificados. Some a isso os seguintes dados: 65% dos profissionais consideram que o processo seletivo ideal deve durar entre uma e duas semanas; e 84,7% já desistiram do emprego dos sonhos e optaram por aquele que estava em segundo lugar na sua lista porque o primeiro processo demorou demais para ser concluído. Minha sugestão aos empregadores: classifiquem as contratações como uma ação dentro das estratégias de negócios da companhia, sejam elas feitas pelo time interno ou com o auxílio de uma consultoria. Os processos devem merecer atenção desde a definição da necessidade de abertura da vaga e da formatação de seu escopo, com foco na rapidez e assertividade, porém com o cuidado de não pular etapas. Para contratar com eficiência, as empresas devem considerar seis passos:

1) Defina o modelo de contratação mais adequado – Se sua demanAline Brum, gerente de recrutamento da Robert Half

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da é para uma ação pontual, com data para início e término, vale considerar a contratação de um profissional temporário, inclusive para cargos estratégicos que vão de analistas a diretores. Avalie bem antes de inflar seu quadro de colaboradores permanentes.


A Robert Half é a primeira e maior empresa de recrutamento especializado no mundo, selecionando profissionais para oportunidades permanentes e projetos. Fundada em 1948 nos Estados Unidos, a empresa opera no Brasil desde 2007, oferecendo profissionais especializados nas áreas de finanças, contabilidade, mercado financeiro, seguros, engenharia, tecnologia, jurídico, recursos humanos, marketing e vendas e cargos de alta gestão. Ao todo são mais de 400 escritórios na América do Norte, Europa, Ásia, América do Sul e Oceania. Em 2018, a Robert Half foi novamente eleita uma das “Empresas Mais Admiradas do Mundo”, de acordo com pesquisa da Revista Fortune. Há 20 anos, a empresa está presente em um dos mais importantes rankings do mundo.

2) Encontre bons candidatos – Para funções estratégicas, o ideal é considerar profissionais que buscam recolocação ou movimentação e os qualificados que não estão procurando emprego. 3) Faça boas entrevistas – Invista em entrevistas de qualidade, que identifiquem habilidades técnicas comportamentais, para não estressar os candidatos. Uma das principais frustrações dos profissionais que buscam uma oportunidade está relacionada às muitas rodadas de conversa com o mesmo empregador.

4) Cheque referências – É muito importante consultar antigos gestores ou parceiros de trabalho do candidato à vaga. Mas, não se restrinja apenas aos indicados por ele. Contratações equivocadas geram à organização prejuízos financeiros e de tempo. 5) Faça a oferta – Se acredita ter encontrado o profissional ideal, esclareça as dúvidas finais sobre a vaga e não hesite em fazer a proposta. Caso ele esteja empregado, é fundamental entender como ele reagiria diante de uma contraproposta vinda do atual empregador, prática que

acredito ser prejudicial para todos os envolvidos. Imagina ter que recomeçar o processo?

6) Prepare-se para receber o novo colaborador – No primeiro dia de trabalho do novo profissional, cuide para que ele se sinta parte da equipe. Verifique se ele tem equipamentos necessários; endereço de e-mail; e se os benefícios acordados estão ativos. Delegue a um profissional da equipe a função de apresenta-lo à equipe e às instalações da empresa. Sabe aquelas situações em que é preciso “trocar o pneu com o carro em movimento”. Este será o momento das empresas do setor de Oil&Gas no pós-leilão. Será preciso iniciar as atividades ganhando em competitividade. Daí vem a necessidade de ter no time profissionais que entendam de regras e licenças do setor, de preferência com fluência em inglês. No caso de a opção ser contratar profissionais novos no setor, prefira os que demonstram preocupação com resultados de qualidade e em se manter atualizados. Nos dois casos, considere estruturar um bom plano de benefícios, pois os salários estarão menos atrativos, se comparado ao passado. O momento é de retomada! TN Petróleo 120 33


financiamento

Linhas de financiamento para INOVAÇÃO

A

recente greve dos caminhoneiros e seus efeitos na indústria brasileira de modo geral evidenciaram a dependência da economia brasileira do transporte de mercadorias por meio de modais dependentes de combustíveis fósseis, insumo que atualmente possui grande relevância na balança comercial. A comparação da situação atual com a autossuficiência em petróleo conquistada pelo Brasil em 2015 é uma evidência da situação frágil que o país vive diante do mercado internacional, atestada pelo rebaixamento do seu grau de investimento pelas principais agências internacionais. As empresas brasileiras que compõem a cadeia de fornecedores do setor de óleo e gás vêm experimentando uma retração em suas atividades bem antes da conjuntura que prevalece agora, devido aos baixos preços do barril de petróleo que vigoraram em 2015 e 2016. Esta imobilidade na atividade industrial teve como consequência um baixo investimento no aprimoramento tecnológico das linhas de produção destas empresas, bem como de grande parte de seus processos. Mas há diversas iniciativas por parte de instituições como a Finep no sentido de criar linhas de financiamento para a indústria inovar, visando contribuir para uma mudança desse cenário econômico desfavorável.

Bacias maduras

Denise Reigada é analista do Departamento de Petróleo, Mineração e Siderurgia da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos/ Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação -MCTIC). Graduada em Física pelo Instituto de Física da Universidade Federal Fluminense (UFF), tem mestrado lato sensu em Óptica Não Linear Rio e doutorado em Ciência dos Materiais pelo Departamento de Física da PUC-Rio e MBA em Políticas Públicas pelo IE-UFRJ.

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A atividade de extração de óleo vem ocorrendo no Brasil desde a década de 70, sendo que esta atividade permaneceu como monopólio da Petrobras até 2002, quando a promulgação da lei do petróleo permitiu a atuação de outros agentes neste setor. Antes de serem exploradas, jazidas de óleo e gás são avaliadas por geólogos, por meio de utilização de ferramentas de computação gráfica que exigem capacidade computacional extremamente poderosa. Nenhum poço é perfurado antes que sua viabilidade econômica seja determinada, sendo que ela se baseia no volume de hidrocarboneto (limitado) obtido através dos cálculos anteriormente mencionados. Dependendo da viscosidade do óleo encontrado na reserva e da porosidade da rocha na qual ele está impregnado, parte do volume calculado do reservatório pode deixar de ser extraída por falta de viabilidade econômica para a operação. Quando, em uma determinada operação de extração de petróleo esta situação limite acontece, é necessário recorrer a métodos de recuperação avançada de petróleo, sendo que a maioria delas envolve a construção de poços de injeção (de água ou vapor). Atualmente há diversas tecnologias mais eficientes disponíveis para melhorar a recuperação de óleo nos reservatórios, porém a maioria delas encontra-se ainda em fase de testes de bancada de laboratório, sem viabilidade comercial.


Claudio Makarovsky, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Petróleo (ABESPetro) em apresentação que fez no Subsea Forum Rio de 2018, em junho, (https://consulta-biblioteca.ibp.org.br/ scripts/bnportal.exe/upload?arquivo=31358&cod_fonte=38288), mostrou gráficos que ilustram tanto o declínio das atividades de extração de óleo e gás no Brasil (um histórico do número de poços exploratórios concluídos desde 2004) quanto da produção oriunda das reservas brasileiras localizadas no pós sal. Somente aquelas localizadas no pré sal apresentam produção crescente. Ele salientou ainda que é fundamental atrair novos investimentos para o setor, aproveitando a retomada da ascensão do preço do barril do petróleo no mercado mundial. Este cenário apresenta uma oportunidade para que os empresários que compõem a cadeia brasileira de fornecedores invistam em tecnologias inovadoras de modo a tornar seus produtos e processos competitivos no mercado internacional e favoreçam o equilíbrio da balança comercial brasileira.

Mecanismos públicos de financiamento à inovação Em artigo publicado na Revista Brasileira de Inovação (no 2 – julho/dezembro 2002, págs. 361-390), Simon Schwartzmann descreve a criação do Sistema Brasileiro de Inovação citando exemplos de iniciativas do setor público como a criação de institutos biológicos e agrícolas, as campanhas sanitárias na entrada do século XX, a criação da Universidade de São Paulo nos anos 1930, a mobilização para o esforço de guerra na Segunda Guerra Mundial. Destaca ainda a criação do CBPF (Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas) e do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) nos anos 1949 e 1951,respectivamente, a reformulação do sistema de ciência e tecnologia e de pós graduação, a criação da Finep e da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) nos anos 1970 e a criação dos fundos setoriais. Ele afirma que apesar da inadequação das políticas e de fortes oscilações no orçamento, “...o setor de ciência e tecnologia conta com órgãos e políticas governamentais ininterruptas desde pelo menos meados do século passado, financiando pesquisas, proporcionando bolsas de estudo, criando e mantendo instituições, estabelecendo fundos e linhas de financiamento”. Parte deste sistema foi mencionada por Telmo Ghiorzi (diretor da ABESPetro) durante o Subsea Forum 2018 como uma condição que o Brasil já atende para que os investimentos no parque industrial do setor de óleo e gás sejam retomados.

A Finep possui atualmente uma chamada pública aberta (http://www.finep.gov.br/chamadas-publicas/ chamadapublica/616) cujo objetivo aprimorar a cooperação baseada em investigação científica entre instituições de pesquisa brasileiras e norueguesas, que abrange temas tecnológicos específicos do setor de óleo e gás. A Finep e o RCN (representado pelo programa de pesquisa PETROMAKS 2) desejam apoiar, com financiamento não reembolsável, projetos desenvolvidos de forma colaborativa em ambos os países com ênfase na indústria de petróleo offshore. O prazo para entrega de propostas é 12 de setembro de 2018, e as áreas de interesse para apoio são as seguintes: tecnologias ambientais, recuperação avançada de óleo, exploração, perfuração e intervenção com eficiência de custos e tecnologias de produção e tecnologias de produção, processamento e transporte. Há também linhas de financiamento reembolsável disponíveis para projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação na modalidade balcão (o financiamento reembolsável pode ser solicitado o ano inteiro, sem prazo inicial e final de submissão), as condições para concessão podem ser conferidas em http://www.finep.gov.br. No discurso proferido durante a cerimônia de lançamento do Anuário da Indústria do Petróleo no Rio de Janeiro, em 5 de julho de 2018, o representante do BNDES, João Carlos Ferraz, anunciou a nova estrutura do banco e a nova taxa na qual os encargos financeiros dos financiamentos concedidos pelo banco se baseia (TLP) e também mencionou a permanência do Departamento de Gás, Petróleo e Navegação na estrutura do banco.

Perspectivas futuras Desde que o Brasil melhorou sua classificação como destino de investimento de grandes players internacionais ao propor sistemas flutuantes de banda para o câmbio de moedas estrangeiras, o valor de commodities (no caso específico desta matéria, petróleo e gás natural) atreladas ao dólar sensibiliza muito o sistema financeiro. Um sistema robusto de estímulo ao desenvolvimento de atividades vinculadas ao aprimoramento da ciência e da tecnologia aplicadas à atividade industrial pode contribuir para que o país volte a ocupar posições melhores nos principais rankings internacionais. Mais especialmente naqueles que verificam a confiança na indústria e a ocupação da população jovem – que é atualmente uma das metas de sustentabilidade de desenvolvimento global, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU). TN Petróleo 120 35


coffee break

UniVersos Poéticos Sala de Cultura Leila Diniz, Rua Professor Heitor Carrilho, 81 Centro, Niterói - RJ Data: 01 a 28 de agosto Horário: das 10h às 17h Entrada gratuita

UniVERSOS POÉ TICOS Emoção em tela e versos

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UniVersos antologia poética III RICA ESSÊNCIA

UniVersos antologia poética XI MORDAÇAS E ESQUELETOS

UniVersos antologia poética I SUSPIRO ÉBRIO

pintura dialoga com a poesia na exposição UniVersos Poéticos, do artista plástico Everaldo Rocha, em cartaz na Sala de Cultura Leila Diniz. Para criar os quadros que compõe essa exposição, Everaldo se inspirou em 12 poesias do livro Universos: antologia poética, projeto que reuniu cem poetas de diferentes estados do país, A proposta da mostra é fazer com que o público mergulhe na poesia através da pintura. "Meu trabalho sempre foi ligado a manifestações artísticas. Minha intenção em Universos Poéticos não era ilustrar as poesias, mas usar a pintura para expressar minha emoção ao ser tocado pelos versos", explica o artista. As obras – 12 quadros de tamanho 60x80cm, pintura à óleo sobre tela com acompanhamento de folha de imitação de ouro –, são apresentadas juntamente as poesias que originaram cada obra e uma descrição da mesma, inclusive em braile. Everaldo Rocha se utiliza de todas as referências e embasamento culturais de cem pessoas aos quais passa a conhecer por meio de suas linhas escritas. “Um trabalho de criação artística a partir de um mergulho profundo nas riquezas culturais dos brasileiros. Exposição e poesias retratam a sociedade brasileira em suas nuances, por meio da arte e da visão de artistas

de todas as regiões do brasil, de diversas idades, crenças, cores, amores e lutas. “A Exposição UniVersos tem um significado em seu próprio nome, reforça na sua coletividade que o universo em que estamos inseridos é composto por universos individuais, por vivências e experiências próprias de uma época”, diz o artista. Com perspectiva de que a exposição seja levada a outros estados, Everaldo classifica seu trabalho como figurativo, simbolista, expressionista. “Os símbolos mexem com a psiquê. Minha expectativa é que as pessoas reflitam sobre suas existências”, filosofa o pintor. Autodidata, jornalista e designer, Everaldo Rocha dos Santos é um artista plástico que pinta desde a adolescência, tendo participado de exposições individuais e coletivas no Brasil e no exterior - Cuba, Uruguai, Argentina. Realizada em uma única sala, a exposição tem ainda um audiovisual com uma entrevista realizada com o artista, no qual ele conta sobre o projeto e sobre sua carreira artística. Terá ainda um making of da produção do projeto do livro, realizado entre junho de 2016 a maio de 2017, pelo Coletivo Bombo, um núcleo de desenvolvimento empreendedor, localizado no Ipiranga, bairro histórico da cidade de São Paulo. TN Petróleo 120

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feiras e congressos

2018 Agosto

Setembro

14 a 16 – Brasil Marintec South America Local: Rio de Janeiro e-mail: info@marintecsa.com.br https://marintecsa.com.br/pt/

3 a 5 – Omã World Heavy Oil Congress Local: Mascate salmanabouhamzeh@dmgevents.com https://goo.gl/xhMB2E

17 a 20 – Espanha Gastech Exhibition & Conference Local: Barcelona e-mail: info@gastechevent.com http://www.gastechevent.com/

24 a 27 – Brasil Rio Oil & Gas 2018 Local: Rio de Janeiro e-mail: eventos@ibp.org.br http://www.riooilgas.com.br/

25 a 26 - EUA International Refining & Petrochemical Conference (IRPC) Local: Houston, TX Hortensia.Barroso@GulfEnergyInfo.com goo.gl/PrC7kM

Setembro

04 a 05 – Singapura FPSO World Congress Local: Marina Bay Sands e-mail: enquiry@iqpc.com.sg https://goo.gl/mohKpP

Novembro

05 a 09 – África do Sul Africa Oil Week 2018 Local: Cidade do Cabo e-mail: Eve.Harper@ite-exhibitions.com http://www.africa-oilweek.com/

2019

01 a 05 de Abril de 2019 - China LNG 2019 Local: Shanghai Tel.: +44 20 7978 0019 e-mail: ajordan@thecwcgroup.com http://www.lng2019.com/

27 a 29 – Singapura Osea 2018 Local: Singapura e-mail: alex.pout@ubm.com http://www.osea-asia.com/

Todos bem na foto! Para relembrar bons momentos dos grandes eventos do setor, acesse a nossa galeria de fotos no Flickr. Afinal de contas, recordar é viver!

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Pela Comissão de Diversidade do IBP

opinião

Porque a diversidade de gêneros é importante para o desempenho das empresas?

Da esquerda para a direita, estão na foto: Patricia Scott, Eduarda Pina, Sylvia dos Anjos, Cristina Pinho, Patricia Pradal e Carla Lacerda.

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uito tem se falado sobre equidade de gênero no mundo corporativo, e agora a discussão sobre diversidade chegou também à indústria do petróleo, arena eminentemente masculina. Nesta edição da Rio Oil & Gas, que será realizada entre 24 e 27 de setembro, no Rio de Janeiro, haverá um painel totalmente dedicado ao debate sobre a relevância da diversidade para as empresas. O painel está sendo elaborado por um grupo de executivas sêniores do mercado, que buscam abordar mais do que questões tradicionais como as barreiras encontradas pelas mulheres na escalada gerencial. O objetivo é mostrar, por meio de indicadores financeiros, as vantagens da diversidade no desempenho das empresas. Para se ter uma ideia, estudos realizados a partir de 2007 demonstram um tímido crescimento no número de mulheres nos conselhos e diretorias corporativas. No entanto, novos estudos conduzidos com mil empresas de 12 países diferentes revelam forte correlação entre o comprometimento das companhias com a diversidade de gênero e racial com a performance econômica e a criação de valor.

O relatório 10 Years of Research of the Women in the Workplace, publicado este ano pela McKinsey, indica que as empresas no quartil superior de diversidade de gênero têm 27% mais chance de ter melhor desempenho na média do EBITDA do que seus pares que se encontram no quartil inferior do mesmo quesito. Em 2015, empresas americanas já mostravam o poder dessa correlação – a cada 10% de aumento na diversidade de gênero nos conselhos, era identificado um aumento de 0,8% no EBITDA – indicador que representa quanto uma empresa gera de recursos com suas atividades operacionais, sem contar impostos e outros efeitos financeiros. De acordo com o indicador de gap de gênero do World Economic Forum 2016, a América Latina projeta a eliminação desta lacuna em 72 anos, pouco menos do que a África subsaariana (79 anos). Globalmente, teremos 170 anos de trabalho para chegar a uma paridade de gêneros. Ainda segundo o relatório da Mckinsey, se o mundo já tivesse integrado as mulheres na sua força de trabalho, acrescentaríamos nada menos do que 28 trilhões de dólares anuais ao PIB mundial. TN Petróleo 120

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opinião

Mesmo diante desses números, por que a evolução para a igualdade é tão lenta? Políticas de governo e obrigatoriedades legais impulsionaram o percentual referente à participação feminina em países como Reino Unido, Noruega e Canadá. Esta pode ser uma boa prática para o Brasil, que hoje se encontra na 159ª posição entre 190 países em número de parlamentares femininas. Ou seja, não há mulheres legislando para mulheres. Análises do comportamento humano e da saúde organizacional das empresas têm ajudado aqueles que podem influenciar na mudança. Uma coisa é

certa: não basta somente aumentar o número de pessoas de gênero ou raça diferentes nas empresas. É preciso haver o genuíno desejo da alta gerência na inclusão e, para isso, é necessária a participação de homens e mulheres, sêniores e jovens, pois somente o trabalho integrado trará o real benefício para a indústria. Diante desse cenário, a iniciativa do setor de petróleo e gás brasileiro pretende ir além das discussões durante a Rio Oil & Gas, que deverão ser o início de um programa de mentores com objetivo de desenvolver lideranças femininas na indústria.

A Comissão de Diversidade do IBP é formada pelas executivas Ana Zambelli, conselheira da Petrobras e ex-CEO da Schlumberger Brasil; Cristina Pinho, presidente do Conselho do Instituto Luisa Pinho Sartori; Patricia Pradal, Business Development & Government Affairs Director da Chevron; Anelise Lara, Head of M&A da Petrobras; Eduarda Pina, Sr. Joint-Venture Manager da Total; Carla Lacerda, CEO da ExxonMobil Brasil; Sylvia dos Anjos, vice-gerente geral da The Applied Technology da equipe do Projeto Libra, pela Petrobras; e Patricia Scott, gerente executiva do Corporativo do IBP.

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