Guia do Estudante 2012

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opinião

Oportunidade de carreira para os juniores em óleo & gás,

PETRÓLEO I GÁS I BIOCOMBUSTÍVEIS

de Alexandre Nascimento, consultor de óleo e gás da Robert Walters

Guia do

Ano XII • maio/jun 2012 • Nº 83 • www.tnpetroleo.com.br

ESTUDANTE SUPLEMENTO ESPECIAL

QUARTA EDIÇÃO, 2012

Trainee:

uma porta para o sucesso

Educação profissional: Senai investirá R$ 3 bilhões até 2014 Onip: competitividade e qualificação profissional Petrobras: mais de dez mil bolsas de estudos Pesquisa Firjan: profissionais do futuro Artigos Petróleo e gás: sobram vagas, faltam profissionais capacitados, por Bernardo Moreira Como atrair mão de obra qualificada?, por Agustín Castaño Como aumentar as chances de conseguir um emprego no setor de petróleo e gás, por Renata Serrano Entrevista exclusiva

Farid Shecaira, gerente de Produção, Reservas e Reservatórios da Área Internacional da Petrobras, presidente da SPE - Seção Brasil

Engenharia de petróleo alia técnica e criatividade


sumário entrevista exclusiva

alia técnica e criatividade

mais de uma geração de engenheiros de petróleo? Os estrangeiros têm vindo ocupar basicamente postos gerenciais nas empresas, ou então são profissionais seniores, transferidos de suas matrizes, o que me parece natural neste momento. Com o tempo, os profissionais brasileiros os substituirão. No que se refere a profissionais mais jovens, a nossa ‘lição de casa’, dos governos, das entidades de ensino públicas e privadas, é formar profissionais capacitados para essa transição, o que se consegue com muitas universidades e também escolas técnicas de ensino médio formando bons profissionais.

por Maria Fernanda Romero

Com a busca crescente por engenheiros de petróleo, o mercado para esse profissional está aquecido. No entanto, as atividades de exploração e produção (E&P) de petróleo em condições cada vez mais adversas demandam pesquisas avançadas e qualificação contínua desses profissionais, que devem aliar técnica, criatividade e ferramentas de ponta no seu dia a dia.

QUEM FRISA ISSO é Farid Shecaira, gerente de Produção, Reservas e Reservatórios da Área Internacional da Petrobras, presidente da Sociedade dos Engenheiros de Petróleo (SPE) Seção Brasil. Ele fala à TN Petróleo sobre este mercado, os desafios encontrados na busca por estes profissionais e a atuação da SPE, maior sociedade internacional de profissionais ligados ao desenvolvimento do segmento de E&P da indústria de petróleo, que busca a excelência técnica dos seus membros. TN Petróleo – A engenharia de petróleo foi eleita uma das nove profissões do futuro pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). Como a SPE vê o ‘profissional do futuro’? Farid Shecaira – O engenheiro de petróleo, profissional do futuro, terá excelente base técnica, mas não só isso. Seus projetos serão imbuídos de forte ética social e ambiental. Ele sabe que o beneficiário principal de seus projetos é, mais que os próprios acionistas de sua empresa, a sociedade como um todo. O engenheiro de petróleo é um profissional que ao longo de sua carreira nunca para de estudar e se aperfeiçoar. A área de E&P de petróleo é multidisciplinar. Que conhecimentos básicos um engenheiro de petróleo deve ter para garantir seu espaço neste mercado? Ele tem de ser forte nas ciências (física, química e matemática, computação), nas ciências de engenharia (mecânica dos fluidos, transmissão de calor, resistência de materiais) e nas matérias específicas em que se especializar. Tudo isso sem esquecer que é necessário possuir cultura geral ampla, e um bom embasamento em ciências do ambiente, geociências, além de bom conhecimento da ética de sua profissão. E ainda tem que ser fluente em, no mínimo, dois idiomas estrangeiros. Como se vê, uma tarefa que exige esforço e para tanto o engenheiro tem que gostar de sua profissão.

A SPE procura, por meio de seus eventos, congressos, workshops e cursos, complementar a formação dos engenheiros, jovens ou experientes, sem jamais substituir o que se aprende nas boas universidades. Atuando no Brasil, a SPE sempre tem focado suas iniciativas nos principais desafios tecnológicos que a busca de energia no país nos apresenta. Ademais, ajudamos a manter atualizado o bom profissional, ao longo de toda a sua carreira. Além dos aspectos técnicos tradicionais, as particularidades de nossa profissão, a segurança das operações, a sustentabilidade e a proteção ambiental são pontos focais de muitos dos nossos eventos.

Em sua opinião, o que mudou na qualificação e atuação de um engenheiro de petróleo com os avanços da indústria de petróleo e gás e a descoberta do pré-sal? Esses avanços são exigidos por ambientes cada vez mais desafiadores para obter nossa energia, e o pré-sal é um desses desafios. Problemas novos como o pré-sal exigem base técnica sólida e criatividade. O gargalo da mão de obra qualificada no setor de petróleo e gás é um dos principais desafios levantados pela indústria. O que as empresas do setor procuram em um engenheiro de petróleo apto a atuar neste mercado? As empresas querem hoje homens de sete instrumentos que toquem bem todos os sete. Além da base técnica, é necessário ser flexível, adaptar-se a tarefas diferentes a cada momento, saber trabalhar em equipe e, por fim, construir um network de pessoas e empresas que permita à empresa em que trabalha resolver todo tipo de problemas: técnicos, comerciais e organizacionais.

O senhor disse que a SPE tem crescido nos últimos anos no Brasil. O que isso quer dizer? O número de associados vem aumentando? Há novos quadros? Dá para mensurar esse crescimento nos últimos cinco anos? A SPE Seção Brasil aumentou em 37% o número de seus associados nos úl-

De que forma a SPE tem atuado, no Brasil, para contribuir para a qualificação profissional desses jovens recém-formados que veem grandes oportunidades de crescimento rápido neste setor? 10

timos dois anos, mas ainda há espaço para crescer mais. Lançaremos, em breve, uma campanha para trazer mais sócios, com foco principal nos novos profissionais. O novo cenário petrolífero brasileiro tem exigido o desenvolvimento de novas tecnologias e a incorporação das melhores práticas e soluções disponíveis para tornar as atividades de E&P cada vez mais seguras. Como um engenheiro de petróleo deve se preparar para atuar nesse cenário? Ele precisa de qualificação contínua para lidar com essas novas tecnologias e processos? Com certeza, educação contínua é uma exigência do mercado e deve ser um princípio de conduta profissional do bom engenheiro. O interesse internacional pelo mercado de petróleo brasileiro tem atraído muitos estrangeiros ao país. O senhor acha que isso dificulta a participação dos brasileiros nesse mercado? Ou os brasileiros têm a seu favor o conhecimento consolidado no país por

com Farid Shecaira, gerente de Produção, Reservas e Reservatórios da Área Internacional da Petrobras, presidente da SPE Seção Brasil

O senhor acredita que a transmissão do conhecimento dessas gerações para os novos profissionais do mercado deve se dar dentro das empresas ou somente nas universidades? Essa transmissão vem ocorrendo? As empresas estão dando suporte aos profissionais de diferentes gerações para que haja essa transmissão de conhecimento? As boas empresas conseguem reter o conhecimento dentro delas – primeiro, retendo talentos, e depois, fazendo com que esses talentos multipliquem os conhecimentos dentro de suas empresas. Isto pode ser estimulado por programas institucionais de gestão de conhecimento, ou então de mentorização, sistema que permite planejar, com cada colaborador, um trajeto de crescimento profissional, mas o ideal é que os profissionais experientes tenham prazer em ensinar os mais jovens. Para tanto, têm que gostar de sua profissão e da empresa em que trabalham. O estabelecimento de confiança entre o bom profissional e sua empresa é algo que só as empresas líderes podem conseguir. Quando um engenheiro chama espontaneamente um trainee e diz: “Vem aqui ver como se faz isso”, demonstra sua confiança na empresa, de que não vai ser substituído pelo trainee na primeira oscilação do mercado e, principalmente, que gosta do trabalho que faz.

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Entrevista exclusiva

Farid Shecaira, gerente de Produção, Reservas e Reservatórios da Área Internacional da Petrobras, presidente da Sociedade dos Engenheiros de Petróleo (SPE) Seção Brasil

ENGENHARIA DE PETRÓLEO

Foto: Divulgação SPE

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edição nº 83 - suplemento especial Guia do Estudante nº 4 - maio 2012

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Engenharia de petróleo alia técnica e criatividade

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Especial:

novos talentos

Fim da faculdade, diploma na mão e começa a busca pelo primeiro emprego. Esse é o caminho trilhado por muitos universitários em todo o Brasil, mas os programas de trainee já são visados como forma de se garantir em uma boa empresa, logo no início da carreira.

TRAINEE:

uma porta para o sucesso

por Rodrigo Miguez

Q

Foto: Divulgação BP

uem também percebeu esse interesse dos estudantes pelos programas de trainee foram as próprias empresas que passaram a implementar o processo seletivo como forma de garimpar novos talentos e, também, lapidar, à sua maneira, aquele profissional. Com a demanda por profissionais de engenharia em alta no setor de óleo e gás, as empresas estão correndo contra o tempo para garantir os melhores em seus quadros. Reconhecida por seu concorrido programa de estágio, a Chemtech estreou sua primeira turma de trainees em fevereiro. Assim como no estágio, as vagas para o “Novos Talentos”, programa da companhia, foram muito disputadas, com candidatos não só do Rio de Janeiro, onde fica a sede, como também de outros estados – como Salvador, Porto Alegre, Brasília e São Paulo. Como um verdadeiro vestibular, o processo seletivo teve 1.200 inscritos para apenas 20 vagas, para todos os tipos de engenharia. Segundo Daniel Moczydlower, CEO da Chemtech, a ideia

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de contratar trainees surgiu dada a dificuldade de se encontrar engenheiros no mercado, uma dificuldade de várias empresas do setor de óleo e gás. “Com o crescimento do setor de energia nos últimos anos, sentimos a necessidade de contratar engenheiros já formados para os nossos quadros”, afirmou. “Hoje, o desafio é formar uma nova geração de técnicos, engenheiros e projetistas para atender a demanda do mercado de petróleo, gás e energia”, completou. Com o crescimento do mercado de petróleo e gás no Brasil, muitas empresas de grande porte foram criadas. Com isso, o foco dos recém-formados que antes estava exclusivamente voltado para a Petrobras, agora está mirando para outras companhias. Esse movimento foi sentido pela Odebrecht Óleo e Gás (OOG), braço do setor do grupo Odebrecht, nos seus processos seletivos. O Jovem Parceiro, programa de trainee da OOG, tem seis anos e a procura tem sido muito grande. A chamada do ano passado teve mais de 26 mil inscritos para oportunidades em todo o grupo Odebrecht. Este ano, o Jovem Parceiro ofereceu

HOJE, O DESAFIO É FORMAR UMA NOVA GERAÇÃO DE TÉCNICOS, ENGENHEIROS E PROJETISTAS PARA ATENDER A DEMANDA DO MERCADO DE PETRÓLEO, GÁS E ENERGIA”. Daniel Moczydlower, CEO da Chemtech

Trainee: uma porta para o sucesso

28 vagas, em sua maioria para a profissão de engenheiro. “Percebemos que muitos candidatos que participam do

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18 Onip: competitividade e qualificação profissional 20 Educação Senai

Fotos: Divulgação CNI

senai

EDUCAÇÃO P ROFISSIONAL Senai investirá R$ 3 bilhões até 2014

O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) pretende investir, até 2014, R$ 3 bilhões na expansão de sua rede de educação profissional, que hoje Ano de fundação: 1942 Escolas no Brasil: 471 oferece três mil cursos de aprendizagem, Escolas móveis: 326 qualificação e aperfeiçoamento técnico Áreas na indústria: 28 Profissionais nas 471 unidades fixas e 326 unidades formados: 55 milhões móveis espalhadas pelo país. Metade do dinheiro sairá de empréstimo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). por Karolyna Gomes

Senai em números

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O

diretor-geral do Senai, Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti, ex-secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação da Bahia, adiantou que a maior parte do investimento será concentrada nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, em razão da nova geografia econômica do Brasil, provocada pela melhor distribuição territorial da indústria. Exemplo disso, segundo ele, é o investimento de R$ 170 milhões que o Senai fará em Pernambuco, nos próximos três anos, em qualificação profissional para a indústria e na disseminação de inovação tecnológica. A medida foi comunicada

pelo presidente Rafael Lucchesi disse que a da Confederacarência de mão de obra qualifição Nacional da cada é muito grande no país, além Indústria (CNI), de a pouca oferta de trabalhadoRobson Braga res formados ser mal distribuída. por Maria Fernanda Romero de Andrade, ao Isso leva o Senai a investir em governador do educação, que “tem efeito direto estado, Eduardo na melhoria da produtividade e Campos. na promoção de novas tecnoloO investigias”. E a inovação, acrescentou, mento se justi“é fundamental na conquista de fica, de acordo vantagens como a diferenciação com o dirigente de produtos, incorporação de do Senai, porque funcionalidades e até mesmo a muito projetos concepção de novos produtos e industriais estão modelos de negócios”. sendo implantados em Pernambu“Esse é o tema de um trabalho co, sobretudo nos setores automo- desenvolvido desde 1942, ano de tivo, fármaco-químico, naval e de criação do Senai”, adiantou Lucpetróleo, que vão gerar mais de chesi. Segundo ele, em 70 anos 30 mil empregos, e falta mão de de atuação, a instituição investiu obra especializada para atender na competitividade das 28 áreas a demanda. O objetivo do Senai, da indústria e preparou, até o fim segundo ele, é apoiar a competi- do ano passado, 55 milhões de tividade da indústria no estado. profissionais.

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Programa Petrobras de Formação de Recursos Humanos (PFRH)

BOLSAS DE ESTUDOS por Karolyna Gomes

Programa da Petrobras de formação de recursos humanos pretende atingir estudantes e pesquisadores em todo o Brasil

A

Petrobras firmou, em novembro do ano passado, parceria com 12 instituições de ensino em todo o país para a concessão de bolsas a estudantes e pesquisadores brasileiros com objetivo de fomentar a formação de mão de obra para o setor de petróleo, gás e biocombustíveis. Com as novas parcerias, 10.500 bolsas de estudos serão concedidas dentro do Programa Petrobras de Formação de Recursos Humanos (PFRH). O Programa teve início em 2010, quando foram concedidas 4.600 bolsas de estudo e fechadas parcerias com 22 instituições de ensino superior e técnico de todo o 24

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país. Com as 12 novas instituições, o programa conta com um total de 34 instituições participantes e mais de R$ 200 milhões investidos. Reduzir o índice de evasão escolar, aumentar o número de profissionais qualificados no setor e melhorar a qualidade dos estudos desenvolvidos são os principais objetivos do PFRH, que prevê ainda a destinação de recursos para a melhoria da infraestrutura das universidades e institutos federais de educação, assinatura de periódicos, participação em congressos e outras ações. Os valores das bolsas variam de R$ 350,00 para nível técnico, R$ 450,00 para graduação, R$ 1.248,60 para mestrado e R$ 1.840,00 para doutorado (antes da qualificação

da tese) e R$ 2.278,20 (depois da qualificação da tese). Os recursos destinados ao programa, realizado em conjunto com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), têm origem na Participação Especial, como “Investimento em Pesquisa e Desenvolvimento”, existente nos Contratos de Concessão para Exploração, Desenvolvimento e Produção de Petróleo e Gás Natural, estabelecidos entre a ANP e os concessionários. O gerente executivo de Recursos Humanos da Petrobras, Diego Hernandes, destacou, durante a cerimônia de assinatura das parcerias, a importância do Programa para o setor de petróleo, gás e biocombustíveis. “Para dar conta

dos investimentos previstos pela Petrobras e para a enorme carteira de projetos, é fundamental investir em capacitação de pessoas, e o programa, junto com outras iniciativas da Petrobras e d a A N P, v e m atingindo seus objetivos, além de estimular a criação de novos cursos voltados para o setor de petróleo e gás”, disse o executivo. Para o superintendente de Pesquisa e Planejamento da ANP, Elias Ramos de Souza, que representou a agência no evento, a cláusula de pesquisa e desenvolvimento dos contratos de concessão tem propiciado recursos para o setor. “A inovação e o desenvolvimento tecnológico só acontecem por causa das pessoas, e este é o desafio que está colocado para a ANP e a

Petrobras: formar mais geólogos, engenheiros e técnicos em todo o Brasil”, ressaltou Souza.

Início: 2010 Instituições: 34 Investimento: R$ 200 milhões Valor das bolsas: R$ 350,00 para nível técnico, R$ 450,00 para graduação, R$ 1.248,60 para mestrado e R$ 1.840,00 para doutorado (antes da qualificação da tese) e R$ 2.278,20 (depois da qualificação da tese).

Plan B lança portal do Profissões de Futuro A PETROBRAS LANÇOU o portal Profissões de Futuro [www.profissoesdefuturo.com.br], do projeto homônimo que tem por objetivo revelar a estudantes de todo o Brasil as oportunidades de carreira de nível técnico, oferecidas pelo setor de petróleo e gás. A agência Plan B [www. planb.com.br] é a responsável pela criação e manutenção do portal. “O projeto já existia e, agora, estudantes, professores e responsáveis podem contar com um endereço virtual com todas as informações sobre as profissões que terão muita demanda pela Petrobras”, explica o diretor de Novos Negócios e Atendimento da Plan B, Thiago Miqueri. Até 2015, devem surgir mais de 50 mil vagas por ano para técnicos na indústria de petróleo, gás e energia e também no segmento naval – indústria naval e estaleiros. No portal, os

interessados vão encontrar informações sobre o que é cada profissão, as áreas de atuação, os cursos das instituições parceiras e notícias atualizadas relacionadas às carreiras. “Tudo é mostrado de uma forma muito didática, com vídeos feitos especialmente para o projeto, com linguagem simples, direta, jovial. As pessoas também têm um canal exclusivo onde podem solicitar a palestra em sua escola”, esclarece Miqueri. O Programa Profissões de Futuro conta com o apoio e a colaboração do sistema educacional: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Tecnológica, Secretarias de Educação Estaduais e Municipais, escolas de ensino médio e fundamental, Institutos Federais, Sistema S (Senai, Senac, Sesi) e entidades ligadas à cadeia produtiva de petróleo, gás e energia.

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Petrobras

petrobras

MAIS DE DEZ MIL

profissional

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Mais de dez mil bolsas de estudos


cooperação

Ciência sem fronteiras

especialistas americanos e dos centros binacionais Brasil-EUA e utilizará recursos de última geração com metodologias inovadoras e conteúdo online. O programa será dividido em três módulos: preparatório de 60 horas-aula para o teste de proficiência em inglês

Brasil e Estados Unidos debatem avanços na cooperação em ciência e tecnologia

A

utoridades norte-americanas e brasileiras se reuniram nos dias 12 e 13 de março para mais uma rodada da Comissão Mista Brasil-Estados Unidos de Cooperação Científica e Tecnológica do Comitê Conjunto. A última reunião da comissão mista ocorreu há três anos, em Washington. O encontro teve a finalidade de discutir o papel das mulheres na ciência e no programa Ciência sem Fronteiras, cujo objetivo é enviar 101 mil estudantes brasileiros ao exterior para estudos nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática. O governo coopera com o patrocínio de 75 mil estudantes, e a iniciativa privada, com 26 mil. O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação Marco Antonio Raupp coordenou as reuniões em Brasília, ao lado do assessor especial da Casa Branca para Ciência e Tecnologia, John P. Holdren, que liderou a delegação norte-americana. O objetivo, segundo a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, é analisar os avanços obtidos e identificar novas áreas de cooperação científica. Durante as conversas, estiveram presentes, também, representantes de agências governamentais e instituições de pesquisa norte-americanas que querem trocar experiências com o Brasil. Há 18 anos, os governos norte-americano e brasileiro firmaram 28

TOEFL, curso de 60 horas-aula de técnicas de redação e apresentação em inglês, e um curso de 30 horas-aula sobre a vida acadêmica e cultural dos EUA. As bolsas inicialmente beneficiarão um mínimo de 125 estudantes de baixa renda com

excelência acadêmica e que residam nas seguintes cidades: Belém, Belo Horizonte, Brasília, Campinas, Curitiba, Guarapuava, Londrina, Manaus, Marília, Recife, Ribeirão Preto, Rio de Janeiro, Salvador, São José dos Campos, São Paulo e Sorocaba.

Estudo de língua estrangeira é principal desafio no Ciência sem Fronteiras DE ACORDO COM o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, os bolsistas do Ciência sem Fronteiras (CsF) encontram dificuldades para aprender outra língua, principalmente o inglês. Ele definiu o entrave como o “maior desafio” da execução do programa. Mercadante recomendou aos interessados que se adiantem nos estudos para facilitar o processo de ingresso nas instituições internacionais. “As dificuldades operacionais são muito pequenas e absolutamente marginais. O maior desafio é a proficiência em inglês”, disse. O estudante selecionado para o programa precisa apresentar uma pontuação mínima no Test of English

Marco Antonio Raupp, ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação (em primeiro plano) e John P. Holdren, assessor especial da Casa Branca para Ciência e Tecnologia

Bolsas para estudantes somam US$ 200 mil

Os pré-requisitos são: • Estar matriculado em um curso superior de tecnologia nas áreas e temas indicados no descritivo do programa Ciência sem Fronteiras; • Ser brasileiro ou naturalizado; • Estar classificado com no mínimo de 600 pontos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem); • Possuir bom desempenho acadêmico; • Ter concluído no mínimo 40% do currículo previsto para o curso de graduação; • Ter nível intermediário de proficiência em língua inglesa; • Comprovar necessidade de auxílio financeiro. Para mais informações sobre o programa English³: www.english3.com.br Programa Ciências sem Fronteiras: www. cienciasemfronteiras.gov.br/web/csf

ato de cooperação científica e tecnológica durante a Reunião do Comitê Conjunto sobre Cooperação em Ciência e Tecnologia Estados Unidos-Brasil, em Brasília.

A Embaixada dos Estados Unidos, através da Coligação das Entidades de Educação e Cultura Brasil-EUA, destinou US$ 200 mil para bolsas de estudos em cursos intensivos de inglês e cultura norte-americana para estudantes interessados em candidatar-se ao programa Ciência sem Fronteiras, do Governo Federal. “Os Estados Unidos foram o primeiro país a receber um grupo de alunos do programa Ciência sem Fronteiras e queremos também ser os primeiros a oferecer bolsas de estudos para os potenciais candidatos do programa brasileiro”, diz o conselheiro para Assuntos de Imprensa, Educação e Cultura John Matel. O programa, intitulado English³ (English Cubed ou Inglês ao Cubo), foi desenvolvido por

as a Foreing Language (Toefl), prova internacional que certifica o nível de proficiência no idioma. O estudante selecionado pode ficar por seis meses no país estrangeiro praticando a língua antes do início do curso, mas se não obtiver a pontuação mínima não é aceito pela instituição estrangeira. O ministro afirmou que o Ministério da Educação (MEC) está mobilizando as universidades federais e outros órgãos, como embaixadas, para aumentar a oferta de cursos de inglês para universitários. A recomendação do ministro é que logo ao entrar no ensino superior o estudante inicie o estudo da língua estrangeira. “Quem está entrando este ano na universidade já deve estudar a língua estrangeira para que no próximo ano possa se candidatar e fazer o teste de proficiência. Não tem que ficar es-

perando, tem que tomar a iniciativa de se habilitar”. Atualmente está no ar o terceiro edital do CsF, com 2.965 bolsas do tipo graduação sanduíche - quando o estudante faz a metade do curso no exterior e o restante no país. Existem oportunidades na Austrália, Bélgica, Coreia, Espanha, Holanda, no Canadá e Portugal. Os cursos priorizados pelo programa são as engenharias e os da área de ciência e tecnologia. As inscrições se encerram em 30 de abril e podem ser feitas no site do programa. O próximo edital que, segundo o ministro, deverá ser lançado em maio, irá incluir oportunidades na Alemanha, França, Itália, no Reino Unido, Canadá e nos Estados Unidos. O governo brasileiro também negocia parcerias com a Irlanda, Noruega, Índia e Finlândia.

CONSELHO EDITORIAL Affonso Vianna Junior Alexandre Castanhola Gurgel André Gustavo Garcia Goulart Antonio Ricardo Pimentel de Oliveira Bruno Musso Colin Foster David Zylbersztajn Eduardo Mezzalira Eraldo Montenegro Flávio Franceschetti Francisco Sedeño Gary A. Logsdon Geor Thomas Erhart Gilberto Israel Ivan Leão Jean-Paul Terra Prates João Carlos S. Pacheco João Luiz de Deus Fernandes José Fantine Josué Rocha Luiz B. Rêgo Luiz Eduardo Braga Xavier Marcelo Costa Márcio Giannini Márcio Rocha Melo Marcius Ferrari Marco Aurélio Latgé Maria das Graças Silva Mário Jorge C. dos Santos Maurício B. Figueiredo Nathan Medeiros Paulo Buarque Guimarães Roberto Alfradique V. de Macedo Roberto Fainstein Ronaldo J. Alves Ronaldo Schubert Sampaio Rubens Langer Samuel Barbosa

Rede promove a parceria internacional entre pesquisadores EM MARÇO A UNIVERSIDADE de São Paulo (USP) sediou a terceira reunião da University Global Partnership Network (UGPN), uma rede de universidades que tem como objetivo o intercâmbio de pesquisadores e a colaboração no desenvolvimento de pesquisas relacionadas a temas de interesse global. Com o propósito de incentivar a integração entre os pesquisadores das três universidades parceiras – a USP, a University of Surrey, do Reino Unido, e a North Carolina State University (NCS), dos Estados Unidos –, o encontro foi o maior já realizado pela UGPN e trouxe ao Brasil mais de 40 representantes,

britânicos e americanos, para conhecer a infraestrutura e a pesquisa desenvolvida na USP. Embora as atividades da rede estejam apenas começando, o tamanho das delegações e o interesse despertado em instituições como a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) provam que a UGPN tem ganhado visibilidade na comunidade acadêmica.

Fundo de Colaboração de Pesquisa O Fundo de Colaboração de Pesquisa é a primeira ação desenvolvida pela UGPN. Consti-

tuído pelas contribuições das três universidades, o fundo distribuirá, no total, U$ 180 mil a 18 projetos de pesquisa. Em virtude das novas parcerias que surgiram a partir do encontro realizado em março, a UGPN decidiu prorrogar as inscrições para os projetos interessados. Agora, os pesquisadores têm até o dia 16 de abril para submeterem suas propostas, o que pode ser feito por meio da UGPN. O apoio de U$ 10 mil permitirá que pesquisadores e alunos de Doutorado envolvidos na pesquisa realizem visitas às outras universidades e aumentem a sinergia com seus colegas. Com isso, a rede

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28 Ciência sem fronteiras 29 Estudo de língua estrangeira é o principal desafio no

Ciência sem Fronteiras

29 Rede promove a parceria internacional entre pesquisadores 30 Parceria asiática 31 Estudar nos EUA tornou-se objetivo de jovens brasileiros

PROFISSIONAIS DO

FUTURO

Pesquisa Firjan aponta petróleo, gás e automação como três das áreas de maior demanda por mão de obra altamente qualificada nos próximos anos por Karolyna Gomes

A

pesquisa “Perspectivas estruturais do mercado de trabalho na indústria brasileira / 2020”, realizada pelo Sistema Firjan, constatou que as nove profissões do futuro, no Brasil, estão relacionadas à atividade industrial, em especial ao segmento de petróleo & gás e automação. O levantamento traça o perfil das perspectivas de 402 empresas que atuam no Brasil e que são responsáveis,

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atualmente, por 2,2 milhões de postos de trabalho. As profissões enumeradas pelo estudo são: supervisor de produção em indústrias de transformação de plástico; engenheiro do petróleo; técnico em sistema de informação; trabalhador de tratamento de superfícies de metais e compósitos; engenheiro de mobilidade; técnico em mecatrônica; biotecnologista; engenheiro ambiental e sanitário e, por fim, desenhista técnico em eletricidade, eletrônica e eletromecânica.

A pesquisa revelou, também, que, na área de produção, quase 67% dos entrevistados pretendem oferecer novos postos de trabalho, enquanto 51,1% do empresariado planejam ampliar o número de funcionários da área de Gestão.

Engenharia As projeções de contratações foram predominantes em todos os segmentos da área de Produção, mas a procura será por profissionais com, pelos menos, um curso técnico. Quase 74% das empre-

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sas entrevistadas relataram ter intenção de criar vagas no ramo de Engenharia, enquanto novas oportunidades também são esperadas nos segmentos de Produção (73%); Gestão de Qualidade (71,8%); Projetos (71,3%); Pesquisa e Desenvolvimento (65%); Segurança e Saúde Ocupacional (60%); Meio Ambiente (59%) e Manutenção (58%). Na área de Gestão, os planos de criação de novas oportunidades de trabalho também superam as projeções de estabilidade e redução do quadro efetivo de funcionários. Das empresas que participaram da pesquisa, 59% apontaram intenções de ampliar o efetivo de funcionários no setor de Compras. Em seguida, aparecem projeções de contratações nas áreas Comercial (58%), Tecnologia da Informação (56%); Serviços Gerais (55%); Planejamento (54%); Atendimento ao Cliente (54%) e Recursos Humanos (50,1%). Cursos de MBA, Mestrado ou Doutorado serão pré-requisitos que devem ser solicitados por até 35% das empresas para profissionais que se candidatem a cargos de gerência ou diretoria.

Baixada Santista Na região, um bom momento para os profissionais e estudantes que buscam uma oportunidade no mercado industrial de automação e manutenção nas indústrias e empresas fornecedoras, e precisam se qualificar, é aproveitar as ofertas de cursos e eventos técnicos que acontecem, em Santos (SP), no mês de maio.

Foto: Divulgação Nalco

Foto: Agência Petrobras

firjan

Empresas no segmento de petróleo & gás e automação:

402

Postos de trabalho:

2,2

milhões Um deles é o Seminário Internacional de Manutenção e Automação (Sima). Serão três dias de debates, entre 16 e 18 de maio, quando serão abordados temas como: aspectos como válvulas solenoides redundantes, inovações tecnológicas, medição e vazão, ge-

renciamentos de ativos, medição de pressão diferencial com selo remoto sem capilares, entre outros. Profissionais de renome, nacionais e internacionais, representando empresas igualmente qualificadas serão os palestrantes. Entre elas: Norgren, Incal, MTL, Emerson, JAT, Metrohm, Carbocloro, Yokogawa, Petrobras, RPBC, National Instruments, Westcon, Smar, Siemens e ABB. As inscrições são gratuitas. Outra opção é participar de minicursos que apresentarão casos técnicos, oferecidos por empresas com exemplos inerentes aos processos empresariais. Os temas são os seguintes: ‘Noções de manutenção em transmissores de pressão, temperatura, vazão e nível’, orientado pelo professor Reginaldo Onofre; ‘Noções básicas para implementar uma rede Wireless Hart IEC62591’, com o professor Ricardo Duran; ‘Válvulas de segurança: aplicações, detalhes construtivos, inspeção e instalação’, com o professor Artur Cardozo Mathias. As inscrições para os minicursos serão abertas na segunda quinzena de março e serão pagas (o valor de investimento ainda não foi definido). Tanto o Seminário quanto os Minicursos terão o apoio técnico da The International Society of Automation (ISA), principal organização mundial do setor de automação, que reúne 30 mil membros em mais de 50 países. Eles acontecerão no Mendes Convention Center, em Santos, em paralelo à realização da Feira Industrial de Manutenção e Automação / Fima Brasil.

Firjan

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Profissionais do futuro

@tnpetroleo Guia do Estudante 4

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artigos 46 Petróleo e gás: sobram vagas, faltam profissionais capacitados, por Bernardo Moreira

Ano XII • Número 83 • suplemento especial Guia do Estudante nº 4 - maio 2012 Fotos: Agência Petrobras e BP opinião

Oportunidade de carreira para os juniores em óleo & gás,

48 Como atrair mão de obra qualificada?, por Agustín Castaño 50 Como aumentar as chances de conseguir um emprego no setor de petróleo e gás, por Renata Serrano

Guia do

51 cursos 55 eventos 56 opinião

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Educação profissional: Senai investirá R$ 3 bilhões até 2014 Onip: competitividade e qualificação profissional Petrobras: mais de dez mil bolsas de estudos Pesquisa Firjan: profissionais do futuro Artigos Petróleo e gás: sobram vagas, faltam profissionais capacitados, por Bernardo Moreira Como atrair mão de obra qualificada?, por Agustín Castaño Como aumentar as chances de conseguir um emprego no setor de petróleo e gás, por Renata Serrano Entrevista exclusiva

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Os artigos assinados são de total responsabilidade dos autores, não representando, necessariamente, a opinião dos editores. TN Petróleo é dirigida a empresários, executivos, engenheiros, geólogos, técnicos, pesquisadores, fornecedores e compradores do setor de petróleo.

perspectiva de geração de empregos no setor de petróleo e gás no Brasil, que tem tido elevados níveis de investimentos nos últimos anos, continua incentivando trabalhadores de diferentes níveis a buscarem cursos de qualificação na área – desde os mais básicos, para os mais jovens, aos de níveis técnico e superior. Essa corrida tem, como aposta, a necessidade crescente de contratações para o mercado atender às demandas decorrentes das descobertas de petróleo e gás no país, o desenvolvimento da produção das reservas da camada pré-sal e a retomada da indústria naval brasileira. As expectativas da indústria, assim como os investimentos, são grandes. O Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp), por exemplo, que desde 2006 qualificou gratuitamente 79 mil pessoas em 17 estados, projeta a necessidade de qualificar 265 mil profissionais até 2020, para que a demanda de mão de obra, por parte dos empreendimentos da Petrobras, sejam atendidas. Atento a isso, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) anunciou que pretende investir, até 2014, R$ 3 bilhões na expansão de sua rede de educação profissional. Já foi diagnosticado que o mercado de óleo, gás, ener-

Fotos: Agência Petrobras

Rua do Rosário, 99/7º andar Centro – CEP 20041-004 Rio de Janeiro – RJ – Brasil Tel/fax: 55 21 3221-7500 www.tnpetroleo.com.br tnpetroleo@tnpetroleo.com.br

Grandes oportunidades A

gia e indústria naval é um dos mais promissores nessa próxima década. Portanto, cabe aos jovens estudantes e profissionais recém-formados fazer o dever de casa: investir seriamente em sua qualificação para ingressar nesse interessante e competitivo mercado de trabalho. Para contribuir nesse processo, a TN Petróleo publica a quarta edição desse Guia do Estudante, com o intuito de apresentar novos aspectos e as oportunidades de inserção nesse mercado, que demanda profissionais das mais diversas formações. Lia Medeiros Diretora de Novos Negócios

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Centro de Excelência em EPC sela parceria com Lone Star College System NO DIA 30 DE MARÇO, foi assinado no Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP) o acordo de cooperação entre o Centro de Excelência em EPC, o Lone Star College System (LSCS) e o Houston Supply Chain and Logistics Institute (Pangea) a fim de promover a troca de conhecimento entre as instituições. Com as oportunidades geradas pelo momento atual no mercado de óleo e gás, o Centro de Excelência em EPC, comprometido em promover e estimular ações voltadas para a capacitação de seus associados, desenvolve mais uma parceria com uma renomada instituição de ensino, atendendo assim parte de seus objetivos estratégicos. O Lone Star College System é uma renomada instituição de ensino superior, localizada na região de Houston, com mais de 69 mil alunos matriculados na primavera de 2011; e ramificada em cinco faculdades LSC-CyFair, LSC-Kingwood, LSC-Montgomery, LSC-Norte Harris, e LSC-Tomball, seis

centros, LSC-University Park, LSC-Centro Universitário em Montgomery, LSC-Centro Universitário em University Park, Lone Star Corporativa College, e LSC-Online; provedora de vários programas de treinamento projetados especificamente para o desenvolvimento das habilidades comerciais necessárias ao setor de óleo e gás. Como resultado desta parceria está programada a realização, pelo Centro de Excelência em EPC, do curso Mitigação de Riscos nos empreendimentos, que ocorrerá nos dias 15 e 16 de junho. Estiveram presentes a prefeita de Houston, Annise D. Parker, o Chancellor da LSCS, Dr. Richard Carpenter; o diretor

PetroPUC 2012 PARA INCENTIVAR a integração entre profissionais, alunos de diversas universidades e empresas do ramo de petróleo e gás, o Capítulo Estudantil SPE PUC-Rio promove, de 20 a 24 de agosto, o IV PetroPUC. O evento tem como meta promover um intercâmbio entre a indústria de petróleo e a comunidade acadêmica, contribuindo para o enriquecimento da formação de jovens profissionais que farão

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parte de uma mão de obra cada vez mais especializada. O PetroPUC será composto por 20 palestras, cinco minicursos, visitas técnicas, mesa-redonda e estande de currículos na unidade Gávea da PUC-Rio. O público-alvo são estudantes de graduação e graduação tecnológica, mestrados, doutorados, especialização e profissionais das áreas de engenharia, geologia e geofísica.

e presidente do Instituto Pangea, Ricardo Peduzzi, o presidente do Centro de Excelência em EPC, Antonio Muller, entre outros renomados profissionais do setor. O Centro de Excelência em EPC, também conhecido por CE-EPC, é uma Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) formada por operadoras de óleo, gás e energia; empresas da cadeia de EPC Engineering (Engenharia), Procurement (Suprimento) e Construction (Construção) e Universidades e/ou Centros de Ensino. Sua missão é tornar a indústria brasileira associada à cadeia produtiva de EPC do segmento de óleo, gás e energia competitiva e sustentável em termos mundiais. O tema desta edição são os desafios do pré-sal, quando serão apresentados todos os aspectos relativos à exploração e desenvolvimento de petróleo na camada do pré-sal. O PetroPUC está entre as principais semanas acadêmicas relacionadas a engenharia de petróleo no Brasil. As inscrições começam em julho e o acesso ao ciclo de palestras será mediante a dois quilos de alimentos não perecíveis. Para maiores informações, acesse www.spepucrio.com


ONG para promover programas de educação e formação profissional A SCHNEIDER ELECTRIC, por meio de sua Fundação, anuncia a criação da Schneider Electric Teachers, uma Organização Não Governamental (ONG) que visa promover o voluntariado de seus funcionários ativos e aposentados em organizações parceiras da Fundação Schneider Electric, dedicadas ao ensino e formação profissional no setor de energia. Para isso, foi criado um site especial (www.teachers.schneider-electric.org) no qual as missões das organizações parceiras são postadas e os voluntariados, cujos perfis se enquadrem nos critérios da organização, fazem o pré-cadastro. A iniciativa organiza os contatos, ministra treinamento, encarrega-se da

organização e arca com os custos de transporte e hospedagem. “A ideia é criar uma plataforma para conectar as qualificações de nossos funcionários em contato com as necessidades concretas e contribuir com programas de educação desenvolvidos em todo o mundo para beneficiar jovens carentes”, explica Christian Wiest, ex-vice-presidente executivo da Schneider Electric e presidente da Associação. “Em um mundo no qual as fronteiras estão em constante evolução, precisamos estabelecer mudanças e criar novas conexões entre a comunidade da Schneider Electric e seu ambiente global”, acrescentou

Jean-Pascal Tricoire, presidente e CEO da Schneider Electric. “Esperamos atender a 300 pedidos de organizações parceiras até 2014. Esse objetivo será acompanhado até nosso próximo indicador de desempenho de desenvolvimento sustentável, o Planet & Society Barometer.” A Schneider Electric Teachers está planejando desenvolver suas atividades principalmente em novas economias (África, China, Índia e Brasil) durante o ano de 2012. Essa iniciativa é uma extensão do compromisso assumido pela Fundação Schneider Electric, que tem 120 representantes em 70 países e já apoiou 150 projetos em todo o mundo.

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Sexto ciclo do Prominp tem 11 mil vagas

DE 7 DE MARÇO a 12 de abril, os candidatos poderão fazer as inscrições para os cursos de nível básico (R$ 25), níveis médio e técnico (R$ 42), e superior (R$ 63). A prova de seleção será realizada em 13 de maio. Existe a possibilidade de isenção da taxa de inscrição para candidatos portadores do Número de Identificação Social (NIS) que declararem não possuir recursos financeiros para pagar a inscrição. De acordo com Graça Foster, o programa está ligado diretamente à presidência, através de uma assessoria especial. Antes, o Prominp estava ligado ao setor de engenharia. A nova fase do programa, segundo a presidente, é necessária para suprir a demanda de profissionais de todos os níveis nas obras de interesse da Petrobras, sobretudo onde estão sendo construídos estaleiros e refinarias. Durante o evento de lançamento, também estavam presentes o assessor da presidente para Conteúdo Local e Prominp, Paulo Alonso; o novo gerente de Capacitação Profissional da Indústria, José Renato Almeira; e o gerente de Conteúdo Local, Edival Dan Junior.

Foto: Agência Petrobras

A presidente da Petrobras, Graça Foster, anunciou no dia 5 de março o início do novo processo seletivo para cursos gratuitos do setor de petróleo e gás. Coordenados pelo Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp), os cursos irão suprir a demanda de fornecedores da estatal por profissionais qualificados.

Da esquerda para a direita: o gerente de Capacitação Profissional da Indústria, José Renato Almeira; a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster; o assessor da presidente para Conteúdo Local e Prominp, Paulo Alonso e o gerente de Conteúdo Local, Edival Dan Junior

Os estados com mais vagas oferecidas são: Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul. O resultado do processo seletivo será divulgado no dia 6 de junho e o início das aulas está marcado para o dia 25 do mesmo mês. Para Foster, uma das prioridades da política de conteúdo local da Petrobras é assegurar a competitividade nas contratações de conteúdo local, e a engenharia nacional. “É fundamental favorecer a engenharia nacional de forma contínua e sustentável”, afirmou. Um dos projetos da Petrobras é o Gerando o futuro, em Três Lagoas (MS), onde a preparação para o in-

gresso nos cursos do Prominp dura nove meses e é realizada em dois laboratórios. O projeto social integra as ações de qualificação de mão de obra para a instalação da fábrica de fertilizantes da estatal na cidade, cuja inauguração está prevista para setembro de 2014. Para concorrer a uma das vagas oferecidas, o candidato deve ter idade igual ou superior a 18 anos, além de preencher os pré-requisitos do curso desejado. As inscrições podem ser feitas no site do Prominp (www. prominp.com.br), ou nos postos de inscrição credenciados, listados no edital. O processo será executado pela Fundação Cesgranrio.

Prominp amplia projeções Programa quer qualificar torrista, sondador e piloto de helicóptero EM NOVEMBRO DE 2011, o coordenador executivo do Prominp, José Renato Ferreira de Almeida, anunciou durante o 8º Encontro Nacional do Prominp (Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural), os desafios e metas para que o setor de petróleo e gás avance em capacidade produtiva e competitividade até 2020. 6

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Ele informou que, diante das perspectivas de forte crescimento da atividade, inclusive a exploração da camada do pré-sal, os próximos processos seletivos do Prominp deverão incorporar novos cursos de conteúdo avançado e de alta especialização, a serem realizados em parceria com as empresas. Entre essas categorias profissionais com carência de

pessoal estão as de torrista, sondador e piloto de helicóptero. As novas projeções indicam a necessidade de qualificar 265 mil profissionais até 2020, para que a demanda de mão de obra, por parte dos empreendimentos da Petrobras, sejam atendidas. Desde 2006, a qualificação gratuita do Prominp já formou 79 mil pessoas em 17 estados.


Baja SAE Brasil acelera o motor nas universidades Equipes da Poli USP e Federal de Pernambuco vencem a 18a edição dessa competição internacional que estimula a inventividade na área automotiva A 18ª BAJA SAE Brasil-Petrobras, evento que mobiliza a comunidade automotiva brasileira e estimula o surgimento de novos talentos, premiou no último dia 25 de março cinco equipes que se destacaram na competição, iniciada no dia 22, na cidade de Piracicaba, em São Paulo. As equipes vencedoras são formadas por estudantes da Poli USP, da Universidade Federal de Pernambuco e da Escola de Engenharia de São Carlos, da USP. Os grupos representarão o Brasil na edição internacional da competição, da qual o país é tetracampeão, o Baja SAE Wisconsin. Com participação anual de cerca de 120 equipes de vários países, a edição é realizada pela SAE International de 7 a 10 de junho, nos Estados Unidos. Os Baja SAE, protótipos de mobilidade terrestre desenvolvidos pelos

estudantes, são feitos de estrutura tubular em aço, monopostos, para uso fora de estrada, com quatro ou mais rodas e devem ser capazes de transportar pessoas com até 1,90 m de altura, pesando até 113,4 kg, utilizando motor padrão de 10 HP. Os sistemas de suspensão, transmissão, freios e o próprio chassi são desenvolvidos pelas equipes, que têm, ainda, a tarefa de buscar patrocínio para viabilizar o projeto. Os quatro dias de avaliações estáticas e dinâmicas terminaram com enduro de quatro horas sob forte sol e muita determinação das equipes. A prova final começou às 10 h e foi realizada em uma pista de 2 km, cheia de obstáculos e dificuldades, que exigiram máxima resistência dos protótipos. “Investimos em diversas peças que garantiram eficiência e bom

desempenho”, comemorou o capitão da equipe Poli Ciser Magnus, Paulo Yamagata, do quarto ano de Engenharia Mecânica da Poli USP. Com 20 integrantes, a equipe apresentou um carro leve e também foi considerada a melhor na prova de Avaliação de Projeto. “Foi resultado de um ano de trabalho duro, espírito de equipe e cumprimento de metas”, disse Diego Alexsandro Clemente Estima, também quartanista de engenharia mecânica, capitão da equipe Mangue Baja 1, que conquistou a segunda colocação. Para ele, um dos fatores que garantiu a confiabilidade do carro foi o projeto de suspensão traseira e dianteira, de autoria da equipe, que realizou o Melhor Enduro de Resistência. O carro fez 50 voltas em quatro horas de prova.

A qualificação que fala a língua do mercado

www.ibp.org.br/ibppos do Estudante 2012 7 (21) Guia 2112-9033


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Informações ambientais em exploração de petróleo e gás terão rigor científico

IZABELLA TEIXEIRA defendeu a associação com universidades brasileiras para estes levantamentos. “Precisamos trabalhar com excelência. As informações não vão ser produzidas por empresas de consultoria, mas têm que acontecer a partir de processos técnicos e científicos robustos, com redes de universidades que possam gerar esta informação”, disse. As áreas de meio ambiente e de minas e energia passaram a partir de abril a ser responsáveis pela elaboração de estudos sobre exploração de petróleo e gás, segundo portaria conjunta dos ministérios do Meio Ambiente e de Minas e Energia. O objetivo da portaria é identificar impactos socioambientais e classificar as áreas como aptas ou não aptas para as atividades de exploração e produção de petróleo e gás natural. “É esta casa (ICMBio) que tem de definir que critérios são estes, quais são as áreas sensíveis, quais as áreas prioritárias de conserva-

Foto: Agência Brasil

Informações ambientais a serem usadas na definição das futuras áreas de exploração de petróleo e gás devem ter caráter científico. A exigência foi feita em abril pela ministra de Meio Ambiente, Izabella Teixeira, durante a posse do novo presidente do Instituto Chico Mendes (ICMBio), Roberto Vizentin.

ção, onde há sobreposição e mediacão de conflitos. Essa casa trabalha pouco com conflitos e tem que ter técnicos”, afirmou Izabella Teixeira (à esquerda na foto). Segundo a ministra, durante reunião com a diretora-geral da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Magda Chanbriand, em Brasília, as duas áreas começaram a definir ações conjuntas. “Vamos trabalhar uma agenda ambiental. Já temos definidas questões de licenciamento e de áreas de gestão de acidentes. Agora estamos

avançando para o monitoramento e planejamento das concessões”, explicou Izabella. Teixeira também cobrou do novo presidente do ICMBio a revisão de modelos de concessões utilizados em áreas protegidas do país. Segundo ela, é preciso melhorar os sistemas de uso público das unidades de conservação (UCs). “Temos que inovar nos modelos de concessão de serviços. É inaceitável que tenhamos mais de 300 UCs federais e que menos de 1% da população tenha acesso a estas unidades.”

Repsol Sinopec seleciona profissionais para o Programa Master A Repsol irá selecionar recém-formados em engenharia e geociências para realizar, na Espanha, um curso de especialização em Exploração e Produção de Hidrocarbonetos. As inscrições acontecem até o dia 1º de maio e devem ser feitas exclusivamente pelo site da companhia (repsolsinopec.com.br). Para participar, os candidatos devem ter disponibilidade para fazer o curso em tempo integral, possuir diploma em engenharia de petróleo, engenharia de

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produção, geologia ou geofísica obtido nos últimos quatro anos, além de ter nível avançado na língua inglesa. O curso foi desenvolvido pelo Centro Superior de Formação Repsol (CSFR) e é ministrado fundamentalmente em Madri, com alguns módulos em parceria com a Heriot-Watt University, em Edimburgo (Escócia). O corpo docente é formado por professores de conceituadas universidades internacionais e renomados profissionais da indústria.

O Programa tem duração de dez meses – as aulas começam em setembro e vão até junho de 2013. Os brasileiros selecionados integram uma turma de 30 alunos de diversas nacionalidades – todos estudam em tempo integral, totalizando 1.500 horas de aula. Além da companhia arcar com todos as despesas do curso, os selecionados recebem uma ajuda de custo para cobrir os gastos da estadia internacional.


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entrevista exclusiva

ENGENHARIA DE PETRÓLEO alia técnica e criatividade por Maria Fernanda Romero

Com a busca crescente por engenheiros de petróleo, o mercado para esse profissional está aquecido. No entanto, as atividades de exploração e produção (E&P) de petróleo em condições cada vez mais adversas demandam pesquisas avançadas e qualificação contínua desses profissionais, que devem aliar técnica, criatividade e ferramentas de ponta no seu dia a dia.

QUEM FRISA ISSO é Farid Shecaira, gerente de Produção, Reservas e Reservatórios da Área Internacional da Petrobras, presidente da Sociedade dos Engenheiros de Petróleo (SPE) Seção Brasil. Ele fala à TN Petróleo sobre este mercado, os desafios encontrados na busca por estes profissionais e a atuação da SPE, maior sociedade internacional de profissionais ligados ao desenvolvimento do segmento de E&P da indústria de petróleo, que busca a excelência técnica dos seus membros. TN Petróleo – A engenharia de petróleo foi eleita uma das nove profissões do futuro pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). Como a SPE vê o ‘profissional do futuro’? Farid Shecaira – O engenheiro de petróleo, profissional do futuro, terá excelente base técnica, mas não só isso. Seus projetos serão imbuídos de forte ética social e ambiental. Ele sabe que o beneficiário principal de seus projetos é, mais que os próprios acionistas de sua empresa, a sociedade como um todo. O engenheiro de petróleo é um profissional que ao longo de sua carreira nunca para de estudar e se aperfeiçoar. A área de E&P de petróleo é multidisciplinar. Que conhecimentos básicos um engenheiro de petróleo deve ter para garantir seu espaço neste mercado? Ele tem de ser forte nas ciências (física, química e matemática, computação), nas ciências de engenharia (mecânica dos fluidos, transmissão de calor, resistência de materiais) e nas matérias específicas em que se especializar. Tudo isso sem esquecer que é necessário possuir cultura geral ampla, e um bom embasamento em ciências do ambiente, geociências, além de bom conhecimento da ética de sua profissão. E ainda tem que ser fluente em, no mínimo, dois idiomas estrangeiros. Como se vê, uma tarefa que exige esforço e para tanto o engenheiro tem que gostar de sua profissão. Em sua opinião, o que mudou na qualificação e atuação de um engenheiro de petróleo com os avanços da indústria de petróleo e gás e a descoberta do pré-sal? Esses avanços são exigidos por ambientes cada vez mais desafiadores para obter nossa energia, e o pré-sal é um desses desafios. Problemas novos como o pré-sal exigem base técnica sólida e criatividade. O gargalo da mão de obra qualificada no setor de petróleo e gás é um dos principais desafios levantados pela indústria. O que as empresas do setor procuram em um engenheiro de petróleo apto a atuar neste mercado? As empresas querem hoje homens de sete instrumentos que toquem bem todos os sete. Além da base técnica, é necessário ser flexível, adaptar-se a tarefas diferentes a cada momento, saber trabalhar em equipe e, por fim, construir um network de pessoas e empresas que permita à empresa em que trabalha resolver todo tipo de problemas: técnicos, comerciais e organizacionais. De que forma a SPE tem atuado, no Brasil, para contribuir para a qualificação profissional desses jovens recém-formados que veem grandes oportunidades de crescimento rápido neste setor?

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Farid Shecaira, gerente de Produção, Reservas e Reservatórios da Área Internacional da Petrobras, presidente da Sociedade dos Engenheiros de Petróleo (SPE) Seção Brasil Foto: Divulgação SPE

mais de uma geração de engenheiros de petróleo? Os estrangeiros têm vindo ocupar basicamente postos gerenciais nas empresas, ou então são profissionais seniores, transferidos de suas matrizes, o que me parece natural neste momento. Com o tempo, os profissionais brasileiros os substituirão. No que se refere a profissionais mais jovens, a nossa ‘lição de casa’, dos governos, das entidades de ensino públicas e privadas, é formar profissionais capacitados para essa transição, o que se consegue com muitas universidades e também escolas técnicas de ensino médio formando bons profissionais.

A SPE procura, por meio de seus eventos, congressos, workshops e cursos, complementar a formação dos engenheiros, jovens ou experientes, sem jamais substituir o que se aprende nas boas universidades. Atuando no Brasil, a SPE sempre tem focado suas iniciativas nos principais desafios tecnológicos que a busca de energia no país nos apresenta. Ademais, ajudamos a manter atualizado o bom profissional, ao longo de toda a sua carreira. Além dos aspectos técnicos tradicionais, as particularidades de nossa profissão, a segurança das operações, a sustentabilidade e a proteção ambiental são pontos focais de muitos dos nossos eventos. O senhor disse que a SPE tem crescido nos últimos anos no Brasil. O que isso quer dizer? O número de associados vem aumentando? Há novos quadros? Dá para mensurar esse crescimento nos últimos cinco anos? A SPE Seção Brasil aumentou em 37% o número de seus associados nos úl-

timos dois anos, mas ainda há espaço para crescer mais. Lançaremos, em breve, uma campanha para trazer mais sócios, com foco principal nos novos profissionais. O novo cenário petrolífero brasileiro tem exigido o desenvolvimento de novas tecnologias e a incorporação das melhores práticas e soluções disponíveis para tornar as atividades de E&P cada vez mais seguras. Como um engenheiro de petróleo deve se preparar para atuar nesse cenário? Ele precisa de qualificação contínua para lidar com essas novas tecnologias e processos? Com certeza, educação contínua é uma exigência do mercado e deve ser um princípio de conduta profissional do bom engenheiro. O interesse internacional pelo mercado de petróleo brasileiro tem atraído muitos estrangeiros ao país. O senhor acha que isso dificulta a participação dos brasileiros nesse mercado? Ou os brasileiros têm a seu favor o conhecimento consolidado no país por

O senhor acredita que a transmissão do conhecimento dessas gerações para os novos profissionais do mercado deve se dar dentro das empresas ou somente nas universidades? Essa transmissão vem ocorrendo? As empresas estão dando suporte aos profissionais de diferentes gerações para que haja essa transmissão de conhecimento? As boas empresas conseguem reter o conhecimento dentro delas – primeiro, retendo talentos, e depois, fazendo com que esses talentos multipliquem os conhecimentos dentro de suas empresas. Isto pode ser estimulado por programas institucionais de gestão de conhecimento, ou então de mentorização, sistema que permite planejar, com cada colaborador, um trajeto de crescimento profissional, mas o ideal é que os profissionais experientes tenham prazer em ensinar os mais jovens. Para tanto, têm que gostar de sua profissão e da empresa em que trabalham. O estabelecimento de confiança entre o bom profissional e sua empresa é algo que só as empresas líderes podem conseguir. Quando um engenheiro chama espontaneamente um trainee e diz: “Vem aqui ver como se faz isso”, demonstra sua confiança na empresa, de que não vai ser substituído pelo trainee na primeira oscilação do mercado e, principalmente, que gosta do trabalho que faz. Guia do Estudante 2012

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novos talentos

TRAINEE:

Foto: Divulgação BP

uma porta para o sucesso

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Fim da faculdade, diploma na mão e começa a busca pelo primeiro emprego. Esse é o caminho trilhado por muitos universitários em todo o Brasil, mas os programas de trainee já são visados como forma de se garantir em uma boa empresa, logo no início da carreira. por Rodrigo Miguez

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uem também percebeu esse interesse dos estudantes pelos programas de trainee foram as próprias empresas que passaram a implementar o processo seletivo como forma de garimpar novos talentos e, também, lapidar, à sua maneira, aquele profissional. Com a demanda por profissionais de engenharia em alta no setor de óleo e gás, as empresas estão correndo contra o tempo para garantir os melhores em seus quadros. Reconhecida por seu concorrido programa de estágio, a Chemtech estreou sua primeira turma de trainees em fevereiro. Assim como no estágio, as vagas para o “Novos Talentos”, programa da companhia, foram muito disputadas, com candidatos não só do Rio de Janeiro, onde fica a sede, como também de outros estados – como Salvador, Porto Alegre, Brasília e São Paulo. Como um verdadeiro vestibular, o processo seletivo teve 1.200 inscritos para apenas 20 vagas, para todos os tipos de engenharia. Segundo Daniel Moczydlower, CEO da Chemtech, a ideia

de contratar trainees surgiu dada a dificuldade de se encontrar engenheiros no mercado, uma dificuldade de várias empresas do setor de óleo e gás. “Com o crescimento do setor de energia nos últimos anos, sentimos a necessidade de contratar engenheiros já formados para os nossos quadros”, afirmou. “Hoje, o desafio é formar uma nova geração de técnicos, engenheiros e projetistas para atender a demanda do mercado de petróleo, gás e energia”, completou. Com o crescimento do mercado de petróleo e gás no Brasil, muitas empresas de grande porte foram criadas. Com isso, o foco dos recém-formados que antes estava exclusivamente voltado para a Petrobras, agora está mirando para outras companhias. Esse movimento foi sentido pela Odebrecht Óleo e Gás (OOG), braço do setor do grupo Odebrecht, nos seus processos seletivos. O Jovem Parceiro, programa de trainee da OOG, tem seis anos e a procura tem sido muito grande. A chamada do ano passado teve mais de 26 mil inscritos para oportunidades em todo o grupo Odebrecht. Este ano, o Jovem Parceiro ofereceu

HOJE, O DESAFIO É FORMAR UMA NOVA GERAÇÃO DE TÉCNICOS, ENGENHEIROS E PROJETISTAS PARA ATENDER A DEMANDA DO MERCADO DE PETRÓLEO, GÁS E ENERGIA”. Daniel Moczydlower, CEO da Chemtech

28 vagas, em sua maioria para a profissão de engenheiro. “Percebemos que muitos candidatos que participam do Guia do Estudante 2012

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Foto: Divulgação BG

novos talentos

Alunos são certificados para o setor de petróleo e gás A BG BRASIL FORMOU, em março, 45 alunos dos cursos Traçado de Caldeiraria e Leitura e Interpretação de Desenhos, Ajustador Mecânico e Soldagem - Processo de Eletrodo Revestido. A companhia investiu R$ 235 mil no programa de treinamento com o objetivo de incentivar a qualificação e a mobilidade profissional no setor de petróleo e gás na região. O projeto foi realizado com o apoio da Prefeitura Municipal de Rio Grande (RS), do Senai-RS, que desenvolveu

a programação dos cursos, em coordenação com as empresas Ecovix/ Engevix e Quip. “Entendemos que a capacitação em petróleo e gás é fundamental para o desenvolvimento da cadeia de produção e da empregabilidade na região. Iniciativas como esta são prioridades da estratégia de sustentabilidade da BG Brasil”, afirma Nelson Silva, presidente da companhia. A cidade foi escolhida para realização do programa de treinamento por

sediar o Estaleiro Rio Grande que está construindo oito cascos para unidades flutuantes de produção, armazenagem e descarga (FPSOs) que serão utilizadas pela BG Brasil e seus parceiros no pré-sal. Até o final de 2012, o programa terá oferecido 162 vagas (nove turmas) para cursos de Soldador, Caldeireiro de Manutenção, Ajustador Mecânico e Traçado de Caldeiraria e Leitura e Interpretação de Desenhos.

processo seletivo do Jovem Parceiro já demonstram interesse em atuar na OOG, e muitos deles, ao longo do processo de graduação, já focaram os seus estágios na área de óleo & gás”, afirma um dos responsáveis pela área de Pessoas e Organização (P&O) da OOG. Além de suprir a mão de obra necessária, os programas de trainee formam um profissional com a cara da empresa. O recém-formado que é contratado diretamente pela empresa não tem o tempo hábil para entender o seu funcionamento, o que não acontece com o trainee, pois ele é preparado durante até cinco anos para ser um profissional de excelência, pensando com a visão da empresa.

Outro fator de destaque dentro dos programas para profissionais recém-formados é o Job Rotation, que consiste na passagem do trainee por diversas áreas dentro da empresa para ele ganhar experiência e, ao mesmo tempo, descobrir com qual função ele melhor se identifica e onde irá dar maior rendimento para a empresa. Na Chemtech, essa etapa do processo de especialização dentro da empresa é bastante apoiada pela diretoria, que vê na iniciativa uma abertura de visão do trainee – ele passa a olhar o trabalho de forma mais ampla. Na Shell, onde o programa de trainee dura cinco anos, o Job Rotation segue a regra de se passar por três cargos diferentes dentro de uma grande área de destaque dentro

da companhia, tanto no Brasil quanto no exterior.

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Oportunidade no exterior A experiência de ser trainee em uma grande empresa do setor de petróleo pode não se resumir apenas aos treinamentos e trabalhos em solo brasileiro. Como as principais companhias da área têm sede nos Estados Unidos ou na Europa, além de diversas filiais espalhadas pelo mundo, a possibilidade de uma vivência no exterior está incluída em vários programas de trainee dessas empresas. Como na BG Brasil, que começou seu programa em 2007, e dá ao jovem profissional a possibilidade de escolher para qual dos 24 países de atuação do BG Group gostaria de ir. A experiência, que tem duração de até seis meses, pode acontecer em


qualquer período de duração do programa, que é de dois anos. Segundo a diretora de Recursos Humanos da BG Brasil, Raquel Couri, flexibilidade e mobilidade são características essenciais para quem deseja iniciar uma carreira na BG. “É primordial ter esse perfil para um profissional que queira fazer carreira num setor em constante mudança e de presença global”, afirmou. De acordo com Raquel, a empresa deseja que o profissional entre ali com vontade de ser um líder, trabalhe em equipe, com vontade de desenvolver seu aprendizado e habilidades, seja determinado, ambicioso, além de desejar vivenciar outras culturas. Na Shell, a oportunidade de trabalho no exterior também existe, quando são abertas, e com a condição de o trainee apresentar um bom resultado dentro da empresa. A área técnica da empresa é a que apresenta mais probabilidade de se conseguir uma posição fora do país – e a experiência internacional poderá ser vivenciada no dia a dia do trabalho, nos vários contatos da empresa pelo mundo. Já na Odebrecht Óleo e Gás, os trainees têm a oportunidade de viajar para a Coreia do Sul, Abu Dhabi e Espanha, para trabalhar durante o Programa Jo-

Foto: Divulgação Shell

trainee: uma porta para o sucesso

Grupo de trainees da Shell - Programa Novos Talentos

vem Parceiro. Segundo a empresa, atualmente, 45% dos trainees, especialmente os que possuem formação em engenharia, estão assumindo desafios nesses países nos quais a companhia tem plataformas sendo construídas.

Qualificação Com foco no treinamento, a Chemtech tem um programa de qualificação intenso para os trainees logo quando eles chegam à empresa, com treinos mensais específicos na área de atuação do funcionário. A ideia é que eles recebam muita informação para que no final do ano sejam reconhecidos como engenheiros juniores. Os treinamentos de especialização dos trainees são feitos na Universidade Corporativa da empresa, onde os outros funcionários também têm a oportunidade de se aprimorar. “O desenvolvimento dos nossos profissionais é o melhor investimento para a Chemtech”, afirmou o CEO da Chemtech. A Universidade Corporativa também organiza um mestrado dentro da empresa, em parceria

com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Para Priscila Ribeiro, que ingressou como trainee da Shell este ano, um dos principais benefícios do programa Novos Talentos é o investimento no desenvolvimento profissional de cada um que está na equipe. Segundo a geóloga de produção, os jovens que participam do programa têm um plano especial de treinamentos e de desenvolvimento das habilidades técnicas e gerenciais. “O investimento (não apenas financeiro) é a importância dada aos recém-formados que se juntam ao time. É importante saber que as pessoas veem seu potencial e que farão de tudo para ajudá-lo em seu desenvolvimento”, afirma Priscila, que tem perspectivas boas para o futuro. “Ao fim do programa, espero ter desenvolvido minhas habilidades técnicas e ter superado as expectativas daqueles envolvidos no meu plano de formação”.

Programa Trainee Internacional da BG Brasil ESTÁ ABERTO o processo seletivo da 5ª edição anual do Programa Trainee Internacional da BG Brasil, destinado a recém-formados em cursos de graduação e jovens profissionais com especialização. A empresa, de origem britânica, oferece vagas de trainees

em áreas distintas do mercado de petróleo e gás. As inscrições podem ser feitas no site do BG Group (www. bg-group.com/graduates) até 31 de maio de 2012. O programa tem duração de dois anos, com colocação internacio-

nal obrigatória de no mínimo seis meses em um dos outros 24 países de atuação do BG Group. Podem participar da seleção candidatos com bacharelado em Engenharia (diversas especialidades), Mineração, Física, Economia e Administração. Guia do Estudante 2012

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novos talentos

Oportunidades de trainee na GE O programa de trainee da GE do Brasil abrange as áreas de Finanças (FMP), Operações (OMLP), Comercial (CLP) e Tecnologia da Informação (ITLP). As inscrições abrem no segundo semestre

A

o longo do programa, todos os trainees ficarão em uma função específica para adquirirem total conhecimento da área em que atuarão, passando pela GE Oil & Gas, unidade de negócio com soluções para o mercado de petróleo e gás. Para as vagas de trainee, a GE busca profissionais com até dois anos de formado, preferencialmente nas áreas de Administração, Contabilidade, Comércio Exterior, Economia, Engenharia de Produção, Engenharia Mecânica, Engenharia Elétrica, Engenharia Industrial, Marketing, Publicidade e Propaganda, Relações Públicas e Relações Internacionais. O processo de seleção é composto de triagem curricular, teste online de inglês, entrevista por telefone, dinâmica de grupo e entrevista final. Os candidatos devem possuir ainda inglês fluente, noções de espanhol, disponibilidade para mudança de cidade e/ou país, além de demonstrar interesse nas respectivas áreas funcionais. Os trainees serão remunerados e receberão pacote de benefícios competitivos com os oferecidos pelo mercado. O programa tem duração de dois anos com rotações de seis meses em áreas diferentes. As inscrições abrem em agosto deste ano e devem ser feitas no site da GE. Além disso, quem quiser ter mais informações 16

Guia do Estudante 2012

Facebook: www.facebook.com/GELatAmCareers Twitter: @GECareers_LatAm Blog: www.blogtraineege.com/ Linkedin: GE Latin America Careers Site: www.ge.com/careers.

pode acessar as páginas da GE no Facebook, Linkedin e Twitter, e também no Blog Trainee GE, onde os trainees contam suas experiências na empresa. Em janeiro deste ano, a empresa foi eleita como uma “Empresa dos Sonhos dos Executivos”, resultado de uma pesquisa realizada pela primeira vez no país, pelo Grupo DMRH e a Nextview People. Para chegar à lista final, o estudo contempla as respostas

de mais de 5,3 mil profissionais entre presidentes, diretores e gerentes de todo o Brasil. Para formar e desenvolver ainda mais seus profissionais no Brasil, a GE construirá seu primeiro Centro de Treinamento Global no país, na Ilha do Fundão (RJ). O Centro deve entrar em funcionamento em 2013 e os investimentos para sua viabilização devem chegar a US$ 50 milhões.


3ª edição

4 a 6 de Junho de 2012

Windsor Barra Hotel | Rio de Janeiro – RJ Pré- Sal 2011 em números:

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Guia do Estudante 2012

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onip

Competitividade e qualificação profissional: os desafios da indústria de óleo e gás

por Karolyna Gomes

A indústria nacional de óleo e gás vive um momento sem precedentes no cenário internacional graças às gigantescas descobertas de petróleo e gás no pré-sal e em outras bacias sedimentares (inclusive terrestres). Elas podem colocar o Brasil entre os principais produtores mundiais de hidrocarbonetos até 2020, de acordo com previsões de mercado.

A

proveitar essa oportunidade para construir uma cadeia de fornecimento local com padrões de qualidade internacional, gerando emprego e renda, é o grande desafio da indústria brasileira. O relatório “Oportunidades e desafios da agenda de competitividade para construção de uma política industrial na área de petróleo: propostas para um novo ciclo de desenvolvimento industrial”, elaborado pela Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), mostra que a cadeia de bens e serviços offshore, alcançando outros segmentos, responde pela geração de 420 mil empregos diretos e indiretos no Brasil. No entanto, se alcançadas as metas de competitividade da indústria nacional, esses números seriam cinco vezes maior: ou seja, poderão ser agregados nada menos que entre 1,7 e 2,1 milhões de empregos no Brasil até 2020 nesse setor, quando a demanda por bens e serviços deverá ser em torno US$ 400 bilhões. Porém, a carência de tecnologia e de qualificação profissional aponta para a necessidade de uma mobilização de esforços que apresente soluções e dê respostas eficientes dentro dos curtos 18

Guia do Estudante 2012

prazos do mercado, mercado este que precisa contemplar, no seu crescimento, as oportunidades que existem para o desenvolvimento de fornecedores locais. “Existe um mundo de oportunidades”, afirma o superintendente da Onip, Bruno Musso. “O padrão da indústria é bom porque tem experiência em atender um cliente exigente e de nível internacional [referência à Petrobras]. Mas precisamos olhar para o que ainda não temos consolidado. É fundamental darmos um salto em tecnologia, em gestão... Precisamos promover uma série de melhorias e aprimoramentos”, afirma Musso, salientando que deve haver mais investimentos em qualificação de mão de obra e modernização do parque fabril. Para gerenciar a falta de profissionais, o setor de recursos humanos das empresas se esforça, elaborando estratégias de recrutamento e retenção de talentos. Mapeamento de competências, criação de universidade corporativa, ações diretas com profissionais contratados, capacitação contínua,

investimento na aproximação entre empresa e família. Essas são algumas das ferramentas utilizadas por Petrobras, OGX, Queiroz Galvão, Chemtech, entre outras. As corporações também precisam gerenciar com cuidado os profissionais contratados, diante de um mercado de trabalho em expansão e com remuneração sedutora, o que tem gerado uma ‘dança das cadeiras’. Uma política de valorização de pessoas é crucial para assegurar a manutenção do capital humano, pois a melhor remuneração não é, necessariamente, o maior atrativo. A nova geração de profissionais quer algo que vai além da estabilidade financeira. O perfil deste grupo, já traçado por pesquisas, se apresenta ao mercado com mais empreendedorismo, sem temer desafios e escolhendo preferências. Chamados de geração Y – nascidos a partir de 1980 até 2000 –, estes profissionais assumem riscos e valorizam a identificação com a companhia em que atuam. Quando não há essa identificação, pode significar ‘o fim da relação’. Isto explica as ferramentas atuais de fidelização promovidas pelos RHs, que também entendem que este grupo não está necessariamente prepa-


rado para liderar, ou mesmo para assumir cargos de gestão. De acordo com Danilca Galdini, sócia diretora da empresa Next View People, esses profissionais têm mais facilidade para empreender, mas muitas vezes esbarram nas tarefas rotineiras, que podem não parecer tão agradáveis quanto à ideia inicial, e é neste momento que o acompanhamento se faz necessário. “No dia a dia de uma empresa, é através de feedbacks que isso pode se solucionar, mostrando aonde a empresa quer chegar, quais as metas e objetivos, para que o profissional possa ter clareza do que se quer conquistar.” De acordo com a pesquisa anual “Empresa dos sonhos dos

Gastos/investimentos e demanda de mão de obra em E&P

2 milhões empregados

Fonte: Organização Nacional da Indústria do Petróleo - Onip

US$ 86 bi 400 mil empregados

2012

US$ 400 bi

US$ 231 bi

2016

jovens”, elaborada há dez anos para a Companhia de Talentos, houve uma mudança na ordem das escolhas. As empresas escolhiam o profissional à medida que existia mão de obra excedente para as oportunidades. Hoje, o movimento é contrário. “Temos muitas opor-

2020

tunidades, e por isso as pessoas estão escolhendo onde querem trabalhar. Isso muda absurdamente a forma como a empresa tem que se posicionar, como ela vai expor sua marca, e junto com isso a parte de atração e retenção de profissionais”, conclui Danilca.

Soluções no presente para desafios futuros A INDÚSTRIA DE ÓLEO e gás mapeou desafios que desde já precisam ser trabalhados para garantir a competitividade da indústria nacional. Um dos tópicos principais é uma provável queda na demanda por serviços, que exigirá do mercado visão global. Bruno Musso explica que o país carece de cultura exportadora. “Algumas empresas já se internacionalizaram, mas estamos falando da minoria. Temos de entender que o momento é maravilhoso para o mercado interno, para que assim se estruture uma participação maior no mercado internacional.” Assim, a Onip tem uma parceria com a Agência Brasileira de promoção à Exportação (Apex: www.apexbrasil. com.br), vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), que promove internacionalmente a integração da cadeia de serviços. “Neste convênio com a Apex, temos um projeto chamado Oil Brazil, que integra empresas nacionais com a cadeia global. Atualmente, o projeto tem 155 empresas cadastradas, e com elas fazemos missões ao exterior, trazemos compradores

estrangeiros ao Brasil, organizamos pavilhões em feiras como a OTC, por exemplo. Esse é nosso esforço em abrir mercado, para mudar a cultura, fazendo com que o empresário amplie sua visão”, explica Musso, observando que o processo ainda é lento, mas está acontecendo. O projeto tem apoio e parceria do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e do Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp). “Vemos muitos mercados atendidos por importação, observamos as oportunidades e dialogamos. Queremos ser opção de compra. Temos preço, qualidade e prazo compatível com os projetos apresentados, então a indústria brasileira está credenciada para atender com excelência o mercado”, acrescenta Bruno Musso. Outra iniciativa, voltada para a capacitação de empresas no comércio exterior, é o Programa de Internacionalização da Cadeia Produtiva de Petróleo e Gás (Prointer: www. prointer-pg.com.br), parceria entre Sebrae-RJ e Onip. “O curso não é somente teórico, e sim voltado para o mercado, ensinando empresas a

formar propostas para clientes internacionais. A formação de preço de uma proposta em outro país é completamente diferente de uma nacional. Também devem ser levados em consideração o pós-venda, a abordagem, o relacionamento. Dessa maneira, passamos esse conhecimento e a empresa consegue se formar para o mercado, acompanha missões, e se prepara para encarar uma ação comercial”, assegura o executivo. Na opinião do superintendente da Onip, dentro da pauta dos gargalos da indústria há muitas questões. Algumas podem ser resolvidas politicamente. Mas existem dois tópicos que trazem mais preocupação. “Treinar pessoas é a primeira grande questão. Demanda tempo, e o mercado exige um profissional com pelo menos cinco anos de experiência, um engenheiro com 15 anos de atuação em projetos. A outra é infraestrutura. Não se faz portos ou estradas da noite para o dia. Eventualmente, nesse ou naquele perfil, não há outra saída a não ser contratar profissionais estrangeiros para atender as demandas de curtíssimo prazo”, finaliza Musso.

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senai

EDUCAÇÃO P Senai investirá R$ 3 bilhões até 2014

O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) pretende investir, até 2014, R$ 3 bilhões na expansão de sua rede de educação profissional, que hoje Ano de fundação: 1942 Escolas no Brasil: 471 oferece três mil cursos de aprendizagem, Escolas móveis: 326 qualificação e aperfeiçoamento técnico Áreas na indústria: 28 Profissionais nas 471 unidades fixas e 326 unidades formados: 55 milhões móveis espalhadas pelo país. Metade do dinheiro sairá de empréstimo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Senai em números

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Fotos: Divulgação CNI

ROFISSIONAL

O

diretor-geral do Senai, Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti, ex-secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação da Bahia, adiantou que a maior parte do investimento será concentrada nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, em razão da nova geografia econômica do Brasil, provocada pela melhor distribuição territorial da indústria. Exemplo disso, segundo ele, é o investimento de R$ 170 milhões que o Senai fará em Pernambuco, nos próximos três anos, em qualificação profissional para a indústria e na disseminação de inovação tecnológica. A medida foi comunicada

pelo presidente Rafael Lucchesi disse que a da Confederacarência de mão de obra qualifição Nacional da cada é muito grande no país, além Indústria (CNI), de a pouca oferta de trabalhadoRobson Braga res formados ser mal distribuída. por Maria Fernanda Romero de Andrade, ao Isso leva o Senai a investir em governador do educação, que “tem efeito direto estado, Eduardo na melhoria da produtividade e Campos. na promoção de novas tecnoloO investigias”. E a inovação, acrescentou, mento se justi“é fundamental na conquista de fica, de acordo vantagens como a diferenciação com o dirigente de produtos, incorporação de do Senai, porque funcionalidades e até mesmo a muito projetos concepção de novos produtos e industriais estão modelos de negócios”. sendo implantados em Pernambu“Esse é o tema de um trabalho co, sobretudo nos setores automo- desenvolvido desde 1942, ano de tivo, fármaco-químico, naval e de criação do Senai”, adiantou Lucpetróleo, que vão gerar mais de chesi. Segundo ele, em 70 anos 30 mil empregos, e falta mão de de atuação, a instituição investiu obra especializada para atender na competitividade das 28 áreas a demanda. O objetivo do Senai, da indústria e preparou, até o fim segundo ele, é apoiar a competi- do ano passado, 55 milhões de tividade da indústria no estado. profissionais. Guia do Estudante 2012

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senai

Diretor regional do Senai, José Zortea, e o diretor-presidente da Refap, Roberto Nagao, durante assinatura do convênio Refap e Senai

O diretor lembrou que outro aspecto importante no desempenho do Senai é a atuação disseminada em quase metade dos 5.565 municípios do país. E essa capilaridade, acrescentou, deve aumentar, em virtude das necessidades geradas por uma economia em constante expansão e que deve investir quase US$ 650 bilhões (R$ 1,114 trilhão a preços de hoje) no período 2011-15. Refap e Senai firmam parceria para certificação de profissionais do setor petrolífero – A Refinaria Alberto Pasqualini (Refap) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) assinaram, em novembro do ano passado, convênio para implantação de laboratório para certificação de soldadores, a ser instalado no Senai, em Canoas (RS). A parceria foi consolidada com a presença do diretor-presidente da Refap, Ro-

berto Nagao, e do diretor regional do Senai, José Zortea. O laboratório contará com a supervisão e critérios da Fundação Brasileira de Tecnologia da Soldagem (FBTS). Para Nagao, a parceria chega para reverter o atual gargalo por mão de obra especializada existente no estado. “Os cursos vão requalificar os trabalhadores, que passarão a atuar em outro patamar profissional”, destacou, lembrando que os técnicos formados poderão atuar nas obras de ampliação da refinaria, mas também no Polo Naval e em outras empresas da indústria do petróleo, gás natural, petroquímica e biocombustíveis, além de outros setores. José Zortea salientou que a parceria é importante pelo aspecto social, propiciando a inclusão no mercado de trabalho de pessoas que não teriam condições de se capacitar, e também pela

possibilidade de o Senai passar a atuar nos padrões de qualidade da Refap e das empresas do sistema Petrobras. No primeiro momento, o convênio prevê a realização de cursos técnicos para a formação de 96 soldadores de tubulação, 48 caldeireiros, aplicação de processo de certificação Abraman para 98 caldeireiros, além da formação e aplicação de certificação para 40 inspetores de solda nível 1. Até o momento, a certificação que será fornecida através da parceria era obtida somente em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia. O Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp) apoiará a parceria por meio de bolsas de estudos para os alunos desempregados, participantes dos cursos de formação de soldadores de tubulação e caldeireiros. O valor do investimento será superior a R$ 2 milhões.

Senai e Sesi selecionam projetos para aplicar R$ 30 milhões em inovação O SERVIÇO NACIONAL de Aprendizagem Industrial (Senai) e o Serviço Social da Indústria (Sesi) lançaram, em abril, a nona edição do Edital de Inovação, que aplicará R$ 30 milhões no apoio a projetos de inovação tecnológica e social de diversas indústrias, incluindo metal-mecânico, plásticos, borracha, química, e petróleo e gás. As empresas têm até 25 de maio para se 22

Guia do Estudante 4

inscrever no processo seletivo que irá aceitar propostas para produtos, processos e serviços. Criado em 2004 e estendido ao Sesi em 2009, o Edital de Inovação já atendeu 284 empresas. Do total de recursos do edital, R$ 20 milhões se destinam a projetos a serem desenvolvidos pelo Senai, R$ 7,5 milhões para os do Sesi e outros R$ 2,5 milhões serão usados em bolsas do Conselho

Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O limite de aporte de recursos por projeto é de R$ 300 mil, mas pode se elevar a R$ 400 mil caso a proposta tenha impacto simultaneamente tecnológico e social. Com esses aportes, estima-se que o Edital de Inovação possa gerar aplicações de até R$ 80 milhões em inovação, informa o coordenador do edital, Marcelo Gaspar.


educação profissional

2012

SUBSEA Forum Rio

O COMEÇO DE UMA NOVA ERA MAIO 22-25, 2012 - RIO DE JANEIRO - BRASIL Tema estratégico para o desenvolvimento da indústria de E&P, o Subsea Fórum Rio vai abordar os desafios e os assuntos mais relevantes na área de operações submarinas, com participação de operadores, companhias de serviço, fabricantes de equipamentos, centros de pesquisa e universidades.

Clube de Ideias

03/12

PROGRAMAÇÃO - Temas principais: • Subsea Processing and Boosting

• Subsea Technology Qualification

• Field Operations and Integrity Management

• Subsea Pipelines, Risers and Umbilicals

• Subsea Completion and Intervention

• So What is Next for Subsea?

Participação de Petrobras, Total, Statoil, Shell, Chevron, BP, Schlumberger, Cameron, FMC , Aker Solutions, Technip, Kongsberg, Expro, Oceaneering, entre outras

INSCRIÇÕES ABERTAS

www.subseaforum.com.br

organizado por

apoio institucional

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Guia do Estudante 4

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petrobras

MAIS DE DEZ MIL BOLSAS DE ESTUDOS

Programa da Petrobras de formação de recursos humanos pretende atingir estudantes e pesquisadores em todo o Brasil

A

Petrobras firmou, em novembro do ano passado, parceria com 12 instituições de ensino em todo o país para a concessão de bolsas a estudantes e pesquisadores brasileiros com objetivo de fomentar a formação de mão de obra para o setor de petróleo, gás e biocombustíveis. Com as novas parcerias, 10.500 bolsas de estudos serão concedidas dentro do Programa Petrobras de Formação de Recursos Humanos (PFRH). O Programa teve início em 2010, quando foram concedidas 4.600 bolsas de estudo e fechadas parcerias com 22 instituições de ensino superior e técnico de todo o 24

Guia do Estudante 2012

país. Com as 12 novas instituições, o programa conta com um total de 34 instituições participantes e mais de R$ 200 milhões investidos. Reduzir o índice de evasão escolar, aumentar o número de profissionais qualificados no setor e melhorar a qualidade dos estudos desenvolvidos são os principais objetivos do PFRH, que prevê ainda a destinação de recursos para a melhoria da infraestrutura das universidades e institutos federais de educação, assinatura de periódicos, participação em congressos e outras ações. Os valores das bolsas variam de R$ 350,00 para nível técnico, R$ 450,00 para graduação, R$ 1.248,60 para mestrado e R$ 1.840,00 para doutorado (antes da qualificação

da tese) e R$ 2.278,20 (depois da qualificação da tese). Os recursos destinados ao programa, realizado em conjunto com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), têm origem na Participação Especial, como “Investimento em Pesquisa e Desenvolvimento”, existente nos Contratos de Concessão para Exploração, Desenvolvimento e Produção de Petróleo e Gás Natural, estabelecidos entre a ANP e os concessionários. O gerente executivo de Recursos Humanos da Petrobras, Diego Hernandes, destacou, durante a cerimônia de assinatura das parcerias, a importância do Programa para o setor de petróleo, gás e biocombustíveis. “Para dar conta


Programa Petrobras de Formação de Recursos Humanos (PFRH)

dos investimentos previstos pela Petrobras e para a enorme carteira de projetos, é fundamental investir em capacitação de pessoas, e o programa, junto com outras iniciativas da Petrobras e d a A N P, v e m atingindo seus objetivos, além de estimular a criação de novos cursos voltados para o setor de petróleo e gás”, disse o executivo. Para o superintendente de Pesquisa e Planejamento da ANP, Elias Ramos de Souza, que representou a agência no evento, a cláusula de pesquisa e desenvolvimento dos contratos de concessão tem propiciado recursos para o setor. “A inovação e o desenvolvimento tecnológico só acontecem por causa das pessoas, e este é o desafio que está colocado para a ANP e a

Petrobras: formar mais geólogos, engenheiros e técnicos em todo o Brasil”, ressaltou Souza.

Início: 2010 Instituições: 34 Investimento: R$ 200 milhões Valor das bolsas: R$ 350,00 para nível técnico, R$ 450,00 para graduação, R$ 1.248,60 para mestrado e R$ 1.840,00 para doutorado (antes da qualificação da tese) e R$ 2.278,20 (depois da qualificação da tese).

Plan B lança portal do Profissões de Futuro A PETROBRAS LANÇOU o portal Profissões de Futuro [www.profissoesdefuturo.com.br], do projeto homônimo que tem por objetivo revelar a estudantes de todo o Brasil as oportunidades de carreira de nível técnico, oferecidas pelo setor de petróleo e gás. A agência Plan B [www. planb.com.br] é a responsável pela criação e manutenção do portal. “O projeto já existia e, agora, estudantes, professores e responsáveis podem contar com um endereço virtual com todas as informações sobre as profissões que terão muita demanda pela Petrobras”, explica o diretor de Novos Negócios e Atendimento da Plan B, Thiago Miqueri. Até 2015, devem surgir mais de 50 mil vagas por ano para técnicos na indústria de petróleo, gás e energia e também no segmento naval – indústria naval e estaleiros. No portal, os

interessados vão encontrar informações sobre o que é cada profissão, as áreas de atuação, os cursos das instituições parceiras e notícias atualizadas relacionadas às carreiras. “Tudo é mostrado de uma forma muito didática, com vídeos feitos especialmente para o projeto, com linguagem simples, direta, jovial. As pessoas também têm um canal exclusivo onde podem solicitar a palestra em sua escola”, esclarece Miqueri. O Programa Profissões de Futuro conta com o apoio e a colaboração do sistema educacional: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Tecnológica, Secretarias de Educação Estaduais e Municipais, escolas de ensino médio e fundamental, Institutos Federais, Sistema S (Senai, Senac, Sesi) e entidades ligadas à cadeia produtiva de petróleo, gás e energia.

Guia do Estudante 2012

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petrobras

Petrobras investirá R$ 320,9 milhões

em formação de RH

A Petrobras recebeu autorização da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para investir R$ 320,9 milhões no programa Ciência sem Fronteiras, do Governo Federal. A aprovação foi confirmada no dia 29 de fevereiro, pela Diretoria Colegiada da Agência.

O

s recursos serão destinados para a concessão de cinco mil bolsas de estudo para graduação (2.754 bolsas) e doutorado (1.901 bolsas), na modalidade sanduíche – em que o aluno estuda no exterior por até 12 meses e retorna ao país para continuar o curso – e outras 345 bolsas de doutorado pleno, com duração de até 48 meses, entre 2012 e 2017. O valor aprovado inclui despesas referentes a passagem aérea de ida e volta, em classe econômica, auxílio instalação, seguro saúde e despesas com taxas escolares no exterior. Os alunos contemplados vão participar e desenvolver projetos relacionados à indústria do petróleo, gás natural, energia e biocombustíveis. Os recursos são provenientes da Cláusula de Investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), prevista nos contratos de concessão. Ela determina que as empresas petrolíferas concessionárias invistam em seus centros de pesquisa no Brasil, ou em instituições de pesquisa nacionais, 1% da receita bruta que obtêm nos campos de grande produção ou de alta rentabilidade (que pagam Participação Especial). Introduzida pela ANP nos contratos de concessão em 1998, a cláusula de P&D estimula a pesquisa e a adoção de novas tecno26

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logias na exploração, produção, transporte, refino e processamento de óleo. De 1998 até dezembro de 2011, foram gerados, em valores correntes, recursos para aplicação em pesquisa e desenvolvimento no montante acumulado de R$ 6,2 bilhões. Deste total, cerca de R$ 3,1 bilhões foram aplicados em instituições de pesquisa de 21 estados brasileiros. Só para a infraestrutura destes laboratórios foram destinados R$ 1,1 bilhão. De 2006 a 2012, a ANP também autorizou investimento de R$ 569 milhões em programas de formação de mão de obra especializada para o setor, como o Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp), do Ministério de Minas e Energia, e o Programa de Formação de Re-

cursos Humanos da Petrobras, que prevê a concessão de bolsas para 12.548 alunos de cursos técnicos, graduação, mestrado e doutorado. O programa Ciência sem Fronteiras busca promover a consolidação, expansão e internacionalização da ciência e tecnologia, da inovação e da competitividade brasileiras por meio do intercâmbio e da mobilidade internacional. A iniciativa é fruto de um esforço conjunto dos ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e do Ministério da Educação (MEC), por meio de suas respectivas instituições de fomento – CNPq e Capes –, e secretarias de Ensino Superior e de Ensino Tecnológico do MEC. O projeto prevê a concessão, nos próximos quatro anos, de até 75 mil bolsas de intercâmbio.


Guia do Estudante 2012

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cooperação

Ciência sem fronteiras Brasil e Estados Unidos debatem avanços na cooperação em ciência e tecnologia

A

utoridades norte-americanas e brasileiras se reuniram nos dias 12 e 13 de março para mais uma rodada da Comissão Mista Brasil-Estados Unidos de Cooperação Científica e Tecnológica do Comitê Conjunto. A última reunião da comissão mista ocorreu há três anos, em Washington. O encontro teve a finalidade de discutir o papel das mulheres na ciência e no programa Ciência sem Fronteiras, cujo objetivo é enviar 101 mil estudantes brasileiros ao exterior para estudos nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática. O governo coopera com o patrocínio de 75 mil estudantes, e a iniciativa privada, com 26 mil. O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação Marco Antonio Raupp coordenou as reuniões em Brasília, ao lado do assessor especial da Casa Branca para Ciência e Tecnologia, John P. Holdren, que liderou a delegação norte-americana. O objetivo, segundo a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, é analisar os avanços obtidos e identificar novas áreas de cooperação científica. Durante as conversas, estiveram presentes, também, representantes de agências governamentais e instituições de pesquisa norte-americanas que querem trocar experiências com o Brasil. Há 18 anos, os governos norte-americano e brasileiro firmaram 28

Guia do Estudante 2012

Marco Antonio Raupp, ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação (em primeiro plano) e John P. Holdren, assessor especial da Casa Branca para Ciência e Tecnologia

Os pré-requisitos são: • Estar matriculado em um curso superior de tecnologia nas áreas e temas indicados no descritivo do programa Ciência sem Fronteiras; • Ser brasileiro ou naturalizado; • Estar classificado com no mínimo de 600 pontos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem); • Possuir bom desempenho acadêmico; • Ter concluído no mínimo 40% do currículo previsto para o curso de graduação; • Ter nível intermediário de proficiência em língua inglesa; • Comprovar necessidade de auxílio financeiro. Para mais informações sobre o programa English³: www.english3.com.br Programa Ciências sem Fronteiras: www. cienciasemfronteiras.gov.br/web/csf

ato de cooperação científica e tecnológica durante a Reunião do Comitê Conjunto sobre Cooperação em Ciência e Tecnologia Estados Unidos-Brasil, em Brasília.

Bolsas para estudantes somam US$ 200 mil A Embaixada dos Estados Unidos, através da Coligação das Entidades de Educação e Cultura Brasil-EUA, destinou US$ 200 mil para bolsas de estudos em cursos intensivos de inglês e cultura norte-americana para estudantes interessados em candidatar-se ao programa Ciência sem Fronteiras, do Governo Federal. “Os Estados Unidos foram o primeiro país a receber um grupo de alunos do programa Ciência sem Fronteiras e queremos também ser os primeiros a oferecer bolsas de estudos para os potenciais candidatos do programa brasileiro”, diz o conselheiro para Assuntos de Imprensa, Educação e Cultura John Matel. O programa, intitulado English³ (English Cubed ou Inglês ao Cubo), foi desenvolvido por


especialistas americanos e dos centros binacionais Brasil-EUA e utilizará recursos de última geração com metodologias inovadoras e conteúdo online. O programa será dividido em três módulos: preparatório de 60 horas-aula para o teste de proficiência em inglês

TOEFL, curso de 60 horas-aula de técnicas de redação e apresentação em inglês, e um curso de 30 horas-aula sobre a vida acadêmica e cultural dos EUA. As bolsas inicialmente beneficiarão um mínimo de 125 estudantes de baixa renda com

excelência acadêmica e que residam nas seguintes cidades: Belém, Belo Horizonte, Brasília, Campinas, Curitiba, Guarapuava, Londrina, Manaus, Marília, Recife, Ribeirão Preto, Rio de Janeiro, Salvador, São José dos Campos, São Paulo e Sorocaba.

Estudo de língua estrangeira é principal desafio no Ciência sem Fronteiras DE ACORDO COM o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, os bolsistas do Ciência sem Fronteiras (CsF) encontram dificuldades para aprender outra língua, principalmente o inglês. Ele definiu o entrave como o “maior desafio” da execução do programa. Mercadante recomendou aos interessados que se adiantem nos estudos para facilitar o processo de ingresso nas instituições internacionais. “As dificuldades operacionais são muito pequenas e absolutamente marginais. O maior desafio é a proficiência em inglês”, disse. O estudante selecionado para o programa precisa apresentar uma pontuação mínima no Test of English

as a Foreing Language (Toefl), prova internacional que certifica o nível de proficiência no idioma. O estudante selecionado pode ficar por seis meses no país estrangeiro praticando a língua antes do início do curso, mas se não obtiver a pontuação mínima não é aceito pela instituição estrangeira. O ministro afirmou que o Ministério da Educação (MEC) está mobilizando as universidades federais e outros órgãos, como embaixadas, para aumentar a oferta de cursos de inglês para universitários. A recomendação do ministro é que logo ao entrar no ensino superior o estudante inicie o estudo da língua estrangeira. “Quem está entrando este ano na universidade já deve estudar a língua estrangeira para que no próximo ano possa se candidatar e fazer o teste de proficiência. Não tem que ficar es-

perando, tem que tomar a iniciativa de se habilitar”. Atualmente está no ar o terceiro edital do CsF, com 2.965 bolsas do tipo graduação sanduíche - quando o estudante faz a metade do curso no exterior e o restante no país. Existem oportunidades na Austrália, Bélgica, Coreia, Espanha, Holanda, no Canadá e Portugal. Os cursos priorizados pelo programa são as engenharias e os da área de ciência e tecnologia. As inscrições se encerram em 30 de abril e podem ser feitas no site do programa. O próximo edital que, segundo o ministro, deverá ser lançado em maio, irá incluir oportunidades na Alemanha, França, Itália, no Reino Unido, Canadá e nos Estados Unidos. O governo brasileiro também negocia parcerias com a Irlanda, Noruega, Índia e Finlândia.

Rede promove a parceria internacional entre pesquisadores EM MARÇO A UNIVERSIDADE de São Paulo (USP) sediou a terceira reunião da University Global Partnership Network (UGPN), uma rede de universidades que tem como objetivo o intercâmbio de pesquisadores e a colaboração no desenvolvimento de pesquisas relacionadas a temas de interesse global. Com o propósito de incentivar a integração entre os pesquisadores das três universidades parceiras – a USP, a University of Surrey, do Reino Unido, e a North Carolina State University (NCS), dos Estados Unidos –, o encontro foi o maior já realizado pela UGPN e trouxe ao Brasil mais de 40 representantes,

britânicos e americanos, para conhecer a infraestrutura e a pesquisa desenvolvida na USP. Embora as atividades da rede estejam apenas começando, o tamanho das delegações e o interesse despertado em instituições como a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) provam que a UGPN tem ganhado visibilidade na comunidade acadêmica.

Fundo de Colaboração de Pesquisa O Fundo de Colaboração de Pesquisa é a primeira ação desenvolvida pela UGPN. Consti-

tuído pelas contribuições das três universidades, o fundo distribuirá, no total, U$ 180 mil a 18 projetos de pesquisa. Em virtude das novas parcerias que surgiram a partir do encontro realizado em março, a UGPN decidiu prorrogar as inscrições para os projetos interessados. Agora, os pesquisadores têm até o dia 16 de abril para submeterem suas propostas, o que pode ser feito por meio da UGPN. O apoio de U$ 10 mil permitirá que pesquisadores e alunos de Doutorado envolvidos na pesquisa realizem visitas às outras universidades e aumentem a sinergia com seus colegas. Com isso, a rede Guia do Estudante 2012

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North Carolina State University (NCS), EUA

Foto: USP

cooperação

Da esquerda para a direita: David Dixon, membro do Comitê Executivo da UGPN; os vice-reitores de Relações Internacionais Bailian Li, da North Carolina State University; Adnei Melges de Andrade, da USP; e Colin Grant, da University of Surrey

USP - Universidade de São Paulo, SP

University of Surrey, Reino Unido

espera aumentar a cooperação entre os pesquisadores, incentivando iniciativas como a realização de workshops, seminários, palestras, parcerias com empresas, redação de artigos científicos com os resultados da pesquisa, criação e

manutenção de websites para facilitar a disseminação de resultados, entre outras. Além disso, a ideia é que esse apoio inicial dê origem a um projeto de pesquisa de caráter colaborativo ainda mais ambicioso, fornecendo dados que fundamentem propostas a serem apresentadas às agências de financiamento e à iniciativa privada. Para concorrer, o projeto deverá ter um planejamento a ser concluído em até um ano e envolver pesquisadores de, pelo menos, duas das três universidades parceiras. Um comitê especializado avaliará as propostas e divulgará o resultado até o final de junho.

Parceria asiática AS AUTORIDADES DA ÍNDIA serão as primeiras na Ásia a formalizar parceria com o Brasil no programa Ciência sem Fronteiras, lançado em julho de 2011, e que pretende enviar para o exterior, em quatro anos, 75 mil estudantes – desde alunos de graduação até cientistas com pós-doutorado. Em visita ao país no dia 28 de março, a presidenta Dilma Rousseff elogiou os avanços conquistados pelos indianos em ciência, tecnologia e inovação. “Os brasileiros admiram a capacidade da Índia de combinar valores milenares com avanços notáveis em ciência, tecnologia e inovação”, disse a presidenta, que foi homenageada com o título de doutora ho-

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Guia do Estudante 2012

Foto: Agência Brasil

Índia também firma acordo com Brasil na área de ciência e tecnologia

noris causa da Universidade de Nova Delhi, uma das mais tradicionais da Índia. Dilma Rousseff disse que, em breve, o Brasil receberá pesquisadores indianos que integrarão o programa Ciência sem Fronteiras e que espera

UGPN – Rede Acadêmica Internacional Lançada em setembro de 2011, a University Global Partnership Network (UGPN) é uma rede formada pela USP, University of Surrey e North Carolina State University, com a missão de incentivar a cooperação internacional, desenvolver uma pesquisa de impacto global, criar meios para a transferência do conhecimento em benefício da sociedade e oferecer experiência internacional aos alunos das universidades parceiras. Por ser a USP a única parceira a não ter o inglês como idioma corrente, a língua portuguesa é uma questão a ser levada em consideração. ampliar para cem mil o número de estudantes brasileiros enviados ao exterior, nos próximos quatro anos. E lembrou também que Brasil e Índia mantêm parcerias nas áreas de tecnologia, petróleo, gás e petroquímica. A ideia é ampliar ainda mais a cooperação entre as duas nações, sendo intenção, ainda, aumentar a parceria com a China, África do Sul e Rússia. A presidente ficou de 27 a 31 de março na Índia, onde participou da 4ª Cúpula do Brics – bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Nas reuniões estiveram presentes, além de Dilma, o primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, e os presidentes Jacob Zuma (África do Sul), Hu Jintao (China), e Dmitri Medvedev (Rússia).


Estudar nos EUA tornou-se objetivo de jovens brasileiros

A ideia de investir em educação no exterior vem se consolidando cada vez mais entre os estudantes. Atualmente os jovens brasileiros partem em busca de novas oportunidades, e o início dessa jornada está sendo o investimento em assessorias educacionais.

Foto: Divulgação

A

Exchange International é especialista no processo de assessoria para alunos interessados em ingressar em Universidades e Junior Colleges nos Estados Unidos, através de programas acadêmicos únicos para aqueles que buscam investir em estudos de qualidade e adquirir experiência internacional. A maior preocupação da Exchange é oferecer aos alunos e suas famílias as melhores opções de estudo, de acordo com as aptidões e objetivos, para viabilizar a realização de um sonho e a conquista de um diploma em universidades norte-americanas, afinal na lista das cem melhores universidades do mundo, 44 estão nos EUA, de acordo com pesquisa divulgada no último dia 14 de março pelo Times Higher Education. Segundo pesquisa interna da empresa, hoje em dia é comum uma família gastar mais para manter um filho estudando numa universidade no Brasil do que nos EUA. Para a maioria dos jovens, estudar nos Estados Unidos valoriza a carreira profissional e proporciona uma enorme bagagem para vida social e pessoal. O mercado profissional atualmente tem dado preferência para jovens que possuem co-

nhecimento de outros idiomas, principalmente o inglês fluente. Para a maioria das empresas esse é o princípio básico para escolher candidatos às vagas importantes do mercado. Além disso, consideram um forte diferencial aquele que viveu uma experiência internacional, que tem o inglês fluente e que teve contato com outras culturas. E para alunos que gostam de esportes, a Exchange International ainda oferece a possibilidade de conciliar os estudos com o esporte favorito, treinando e competindo em times de universidades americanas. Formada por uma equipe de profissionais que analisam os atletas, a assessoria oferece e promove várias seletivas esportivas durante o ano, quando avalia o desempe-

nho dos candidatos que sonham jogar e estudar na terra do Tio Sam. Essa avaliação também é possível através de vídeos dos atletas. São várias as modalidades, tais como futebol de campo, vôlei, basquete, natação, tênis, beisebol, golfe e outros. Na Exchange International, os jovens têm a oportunidade de seguir com o sonho de cursar a graduação que mais lhe interesse em grandes universidades nos Estados Unidos. E também sabem que terão qualidade de ensino e estruturas de primeiro mundo, professores qualificados, convivência com alunos de outros países, e o melhor de tudo: aprendendo inglês de verdade e adquirindo vivências únicas, que vão contribuir positivamente para o crescimento pessoal e profissional. De acordo com o relatório anual “Open Doors 2010”, 8.786 brasileiros estão matriculados no país em escolas de ensino superior, cursando graduação, pós ou inglês nos EUA. “Estudar no exterior deixou de ser somente um sonho distante e passou a ser uma realidade para muitos brasileiros, graças ao real fortalecido em relação às outras moedas, principalmente ao dólar”, revela Camila Ferreira, diretora acadêmica da Exchange. Guia do Estudante 2012

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Foto: Agência Petrobras

firjan

PROFISSIONAIS DO

FUTURO

Pesquisa Firjan aponta petróleo, gás e automação como três das áreas de maior demanda por mão de obra altamente qualificada nos próximos anos

A

pesquisa “Perspectivas estruturais do mercado de trabalho na indústria brasileira / 2020”, realizada pelo Sistema Firjan, constatou que as nove profissões do futuro, no Brasil, estão relacionadas à atividade industrial, em especial ao segmento de petróleo & gás e automação. O levantamento traça o perfil das perspectivas de 402 empresas que atuam no Brasil e que são responsáveis, 32

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atualmente, por 2,2 milhões de postos de trabalho. As profissões enumeradas pelo estudo são: supervisor de produção em indústrias de transformação de plástico; engenheiro do petróleo; técnico em sistema de informação; trabalhador de tratamento de superfícies de metais e compósitos; engenheiro de mobilidade; técnico em mecatrônica; biotecnologista; engenheiro ambiental e sanitário e, por fim, desenhista técnico em eletricidade, eletrônica e eletromecânica.

A pesquisa revelou, também, que, na área de produção, quase 67% dos entrevistados pretendem oferecer novos postos de trabalho, enquanto 51,1% do empresariado planejam ampliar o número de funcionários da área de Gestão.

Engenharia As projeções de contratações foram predominantes em todos os segmentos da área de Produção, mas a procura será por profissionais com, pelos menos, um curso técnico. Quase 74% das empre-


Baixada Santista Na região, um bom momento para os profissionais e estudantes que buscam uma oportunidade no mercado industrial de automação e manutenção nas indústrias e empresas fornecedoras, e precisam se qualificar, é aproveitar as ofertas de cursos e eventos técnicos que acontecem, em Santos (SP), no mês de maio.

Foto: Divulgação Nalco

sas entrevistadas relataram ter intenção de criar vagas no ramo de Engenharia, enquanto novas oportunidades também são esperadas nos segmentos de Produção (73%); Gestão de Qualidade (71,8%); Projetos (71,3%); Pesquisa e Desenvolvimento (65%); Segurança e Saúde Ocupacional (60%); Meio Ambiente (59%) e Manutenção (58%). Na área de Gestão, os planos de criação de novas oportunidades de trabalho também superam as projeções de estabilidade e redução do quadro efetivo de funcionários. Das empresas que participaram da pesquisa, 59% apontaram intenções de ampliar o efetivo de funcionários no setor de Compras. Em seguida, aparecem projeções de contratações nas áreas Comercial (58%), Tecnologia da Informação (56%); Serviços Gerais (55%); Planejamento (54%); Atendimento ao Cliente (54%) e Recursos Humanos (50,1%). Cursos de MBA, Mestrado ou Doutorado serão pré-requisitos que devem ser solicitados por até 35% das empresas para profissionais que se candidatem a cargos de gerência ou diretoria.

Empresas no segmento de petróleo & gás e automação:

402

Postos de trabalho:

2,2

milhões Um deles é o Seminário Internacional de Manutenção e Automação (Sima). Serão três dias de debates, entre 16 e 18 de maio, quando serão abordados temas como: aspectos como válvulas solenoides redundantes, inovações tecnológicas, medição e vazão, ge-

renciamentos de ativos, medição de pressão diferencial com selo remoto sem capilares, entre outros. Profissionais de renome, nacionais e internacionais, representando empresas igualmente qualificadas serão os palestrantes. Entre elas: Norgren, Incal, MTL, Emerson, JAT, Metrohm, Carbocloro, Yokogawa, Petrobras, RPBC, National Instruments, Westcon, Smar, Siemens e ABB. As inscrições são gratuitas. Outra opção é participar de minicursos que apresentarão casos técnicos, oferecidos por empresas com exemplos inerentes aos processos empresariais. Os temas são os seguintes: ‘Noções de manutenção em transmissores de pressão, temperatura, vazão e nível’, orientado pelo professor Reginaldo Onofre; ‘Noções básicas para implementar uma rede Wireless Hart IEC62591’, com o professor Ricardo Duran; ‘Válvulas de segurança: aplicações, detalhes construtivos, inspeção e instalação’, com o professor Artur Cardozo Mathias. As inscrições para os minicursos serão abertas na segunda quinzena de março e serão pagas (o valor de investimento ainda não foi definido). Tanto o Seminário quanto os Minicursos terão o apoio técnico da The International Society of Automation (ISA), principal organização mundial do setor de automação, que reúne 30 mil membros em mais de 50 países. Eles acontecerão no Mendes Convention Center, em Santos, em paralelo à realização da Feira Industrial de Manutenção e Automação / Fima Brasil.

@tnpetroleo Guia do Estudante 4

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oportunidades

Círculo virtuoso

NES Global Talent

A alta dos empregos no setor de petróleo e gás cria oportunidades para profissionais de outras indústrias

A

NES Global Talent, especialista no recrutamento de profissionais para o setor de petróleo e gás, prevê um aumento no número de funcionários contratados em 2012 como consequência da aprovação de novos projetos no setor. A NES prevê ainda um aumento das atividades de exploração e produção dentro de um período de três a seis meses, e que os novos orçamentos conduzirão a um aumento na demanda por engenheiros – principalmente engenheiros para operações em águas profundas, de design e processo. “Na época da recessão, vários projetos não sobreviveram à fase de decisão de investimentos, mas muitos foram sancionados em 2011 e, como resultado disso, podemos esperar um aumento na procura por profissionais para ocupar cargos em construção e implementação”, disse o diretor-geral da NES Global Talent, Coton Simon. Entretanto, Simon acrescentou que a falta de funcionários com as competências técnicas necessárias para preencher vagas em um setor em crescimento é uma estatística preocupante. Este fato foi difundido em vários relatórios ao longo dos últimos anos e precisa ser resolvido.

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Guia do Estudante 2012

A aprovação de tantos projetos – e o consequente aumento da demanda por talentos – parece ter agravado o cenário da falta de profissionais qualificados além do esperado pela indústria. Para preencher essa lacuna, que exige habilidades técnicas básicas, Simon diz que as empresas de petróleo e gás precisarão considerar seriamente a reciclagem de funcionários de indústrias pesadas. “Engenheiros estruturais e elétricos do setor de construção naval ou infraestrutura, por exemplo, podem ser retreinados para trabalhar no setor de petróleo e gás, pois eles usam basicamente as mesmas habilidades em seus trabalhos atuais.” “Este fenômeno não é novo; os Estados Unidos, Reino Unido e Austrália também estão preocupados com a sua força de traba-

lho no setor de petróleo e gás devido à expansão da indústria e à aposentadoria de funcionários qualificados e experientes”, completou o diretor-geral. “Como uma indústria verdadeiramente global, é difícil identificar hotspots – as oportunidades são variadas e estão em todo o mundo. Estou empolgado com a Noruega e a Austrália e espero em breve poder ver como planos locais serão executados em países como a Nigéria e, claro, no Brasil”. As habilidades específicas que estão em grande demanda no mundo incluem engenharia em águas profundas no Brasil e na África Ocidental, e SMS no Golfo do México – na verdade, em todo o mundo –, bem como especialistas de LNG (gás natural liquefeito) na Australásia.


AkzoNobel

Educação financeira AkzoNobel disponibiliza consultório financeiro para auxiliar seus funcionários a gerirem melhor as finanças

A

Eka Chemicals de Jundiaí (SP), unidade de produtos químicos para papel e celulose da multinacional holandesa AkzoNobel, maior fabricante de tintas e revestimentos do mundo, está colhendo os bons frutos de uma iniciativa pouco utilizada por empresas em relação a seus colaboradores: a Educação Financeira. O resultado tem sido tão positivo que a iniciativa se tornou um projeto piloto e deverá ser implantada, em 2012, nas outras unidades da Eka Chemicals no Brasil, em Jacareí (SP), Rio de Janeiro (RJ), Eunápolis (BA) e Três Lagoas (MS). Ao constatar que um dos maiores motivos de preocupação dos funcionários era lidar de forma saudável com suas próprias finanças, a empresa decidiu investir em um consultório financeiro, tornando-o, em abril deste ano, uma das ações do Programa de Qualidade de Vida, instituído pelo RH da empresa há quatro anos. Após nove meses do início do consultório financeiro, hoje, dos 160 funcionários da empresa em Jundiaí, 60 fazem parte do primeiro grupo a ter acesso a cinco sessões de consultoria e mais de 40 já formam uma lista de espera, incentivados pelos bons resultados obtidos pelos colegas de trabalho após passarem pelo consultório. “Durante estes meses, pudemos perceber nitidamente a mudança de atitude dos funcionários. É muito curioso notar que, quando a vida financeira está equilibrada, as pessoas ficam mais alegres, mais dispostas e até o relacionamento interpessoal melhora”, afirma Carlos R. Teche,

Dicas de Educação Financeira, por Pedro Braggio 1. Pense antes de comprar e se pergunte sempre: eu preciso ou eu quero? 2. Tenha um orçamento doméstico simples e objetivo. 3. Quite as dívidas, mesmo que isso ocorra aos poucos. 4. Se você tem dificuldade para controlar o uso do cartão de crédito, diminua o limite disponível. 5. Defina verbas para presentes de parentes e amigos e nunca deixe para comprar na última hora. 6. Avalie o seu comportamento em relação ao dinheiro. 7. Cuidado com a ansiedade. Não deixe que ela o controle na hora de ir às compras. 8. Não se compare aos outros e não compre algo só porque o seu vizinho tem. 9. Cuidado com o dinheiro virtual: cartão de crédito e cheque especial podem ser armadilhas para a saúde financeira. 10. Pague suas contas do mês sempre em dia.

supervisor de Administração de Pessoal e Benefícios da Eka Chemicals. Para o gerente de RH, Robson Rigoni, a iniciativa vai ao encontro de um dos pilares da empresa que é incentivar o comprometimento e engajamento dos colaboradores com a AkzoNobel. “Algumas pessoas após passarem pelo consultório já procuraram fazer planos de previdência privada. Além disso, o rendimento no trabalho melhorou sensivelmente. Isto mostra que acertamos em nossa avaliação inicial”, exulta o gerente. Para introduzir o consultório financeiro para seus colaboradores, a Eka Chemicals contratou o educador financeiro Pedro Braggio. A partir de palestras para os funcionários, Braggio identificou casos entre os trabalhadores e mapeou

os indivíduos que mais precisavam aprender a equilibrar suas contas. Os atendimentos foram individuais e cada colaborador teve direito a cinco sessões de uma hora. De acordo com Braggio, tudo se resume a uma mudança de comportamento. Pode parecer difícil nos primeiros desafios, mas não é impossível. “As pessoas se preocupam com a saúde física e emocional. Mas esquecem da saúde financeira. Não só o rendimento no trabalho, mas até o relacionamento com família e colegas pode ser prejudicado se você não está com as contas em dia”, alerta. Para o especialista, há uma regra que faz bastante diferença na prática. Antes de comprar, sempre pergunte a si mesmo: eu realmente preciso ou apenas quero e posso ficar sem? A colaboradora Glauce Daiana de Barros, enfermeira na Eka de Jundiaí, por meio do consultório, percebeu o quanto gastava excessivamente com alimentação, chegando a comprometer por mês em torno de R$ 800. Hoje, a compra do mês não ultrapassa a faixa dos R$ 300. “Aprendi a evitar o supérfluo. E não falta nada em casa”, comemora. O consultório também tem feito bastante diferença para a vida da assistente de controles internos Jaqueline Montanari. Ela diz que hoje sabe priorizar e consegue resistir a um vestido na vitrine de uma loja quando lembra que não está precisando de mais um no seu guarda-roupa. “Se antes eu gastava sem parcimônia, agora estou pensando bem mais no futuro e poupando”, completa. Guia do Estudante 2012

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oportunidades

Bloomberg e Novozymes

Economia sustentável gera empregos

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Bloomberg New Energy Finance (BNEF) lançou em janeiro, no Fórum Econômico Mundial de Davos, um novo relatório intitulado “Rumo a uma economia de etanol de próxima geração”. Encomendado pela Novozymes, líder mundial em bioinovação e em enzimas industriais, o relatório estima as perspectivas socioeconômicas da implantação de biocombustíveis avançados em oito das maiores regiões agrícolas no mundo, isto é, Argentina, Austrália, Brasil, China, Estados Unidos, Índia, México e União Europeia. “Há um enorme recurso global de resíduos agrícolas que podem ser recolhidos de forma sustentável a cada ano, sem alterar os padrões de uso atual da terra e sem interferir na cadeia alimentar. Estima-se que 17,5% do resíduo agrícola produzido hoje em dia poderiam estar disponíveis como matéria-prima para biocombustíveis avançados. Com essa quantidade estaria viabilizada a produção de biocombustíveis avançados suficientes para substituir mais de 50% da demanda de gasolina prevista para 2030”, explicou Michael Liebreich, diretor-executivo da Bloomberg New Energy Finance. “O mundo tem uma oportunidade única

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Foto: Divulgação Única

Relatório apresentado em Davos indica que uso de biocombustíveis avançados poderá criar milhões de empregos e o desenvolvimento sustentável

para desenvolver uma indústria de bioprodutos de próxima geração em 2030, baseada em resíduos agrícolas.” As perspectivas socioeconômicas da implantação de biocombustíveis avançados vão muito além da segurança energética. O relatório mostra que as oito regiões analisadas têm potencial para diversificar a renda dos agricultores, gerar receitas que variam de US$ 1 trilhão para US$ 4,4 trilhões entre hoje e 2050, além de criar milhões de empregos. Por exemplo, os biocombustíveis avançados podem criar até 2,9 milhões de empregos na China; 1,4 milhão, nos Estados Unidos; e cerca de 1 milhão, no Brasil. O impacto nas alterações climáticas também seria reduzido, considerando que os biocombustíveis avançados emitem 80% menos gases de efeito estufa que o etanol.

“Num momento em que todos estamos lutando para criar empregos e garantir o nosso futuro econômico, bem como encontrar uma forma sustentável para produzir energia, este estudo mostra os benefícios de uma transição para a sustentabilidade dos biocombustíveis e dos bioprodutos. Isto também sinaliza fortemente que incentivos em políticas públicas resultarão em grandes retornos para a sociedade”, disse Steen Riisgaard, presidente Mundial da Novozymes.

Rumo à economia biobaseada Há tecnologia para a produção de biocombustíveis avançados a partir de resíduos agrícolas e as primeiras instalações em escala comercial iniciarão a pro-


dução em 2012. Além disso, nas próximas décadas uma variedade de outros bioprodutos avançados, tais como produtos químicos e plásticos, também poderá ser produzida com base na mesma matéria-prima, pavimentando o caminho rumo a uma economia biobaseada, independente dos combustíveis fósseis.

Fazendo acontecer Embora o potencial seja elevado, a implantação ampla de biocombustíveis avançados não é dada como certa. O relatório destaca uma série de barreiras em termos de oferta de matéria-prima, infraestrutura insuficiente e altos custos de capital que podem impedir a indústria de

desbloquear este recurso valioso do uso de resíduos agrícolas. Dependerá dos decisores políticos a criação de incentivos sólidos que encorajem ativamente os investimentos necessários, inclusive no longo prazo, tanto para o recolhimento de resíduos agrícolas, quanto para isenções fiscais. Segundo Pedro Luiz Fernandes, presidente da Novozymes para a América Latina, no Brasil, através das principais empresas que buscam inovações em soluções ‘verdes’, servimos como elemento estratégico para que os

objetivos destas sejam alcançados. “A América Latina é a região com uma das maiores probabilidades de posicionamento como líder em Bioinovação, dados os recursos abundantes e de empresas que, como a Novozymes, apoiam essas iniciativas, cada vez mais ambiciosas”, afirma. O executivo comenta, ainda, que a empresa é calcada numa economia biobaseada, seja através dos biocombustíveis como também os bioprodutos avançados. “Sabemos que não somos coadjuvantes nessa transformação da sociedade e do mundo, mas sim uma empresa que acredita e investe ativamente num futuro melhor”, finaliza Fernandes.

Estrelaço

A ESTRELAÇO TUBOS e Conexões, fornecedora de acessórios industriais, celebra em abril 12 anos de atividade. A empresa, que atende os setores petrolífero, farmacêutico, alimentício, petroquímico, de construções e montagens, tem investido pesadamente na capacitação profissional de seus funcionários, buscando uma frequente atualização em novas tecnologias. “Podemos, assim, nos tornar cada vez mais competitivos neste amplo mercado, no qual propomos apresentar grande diferencial em termo de comercialização”, indica Fabio Souza da Costa, diretor comercial da Estrelaço. Sediada no Sudeste do país, especificamente no bairro da Penha, região norte da cidade do Rio de Janeiro, a Estrelaço tem grandes perspectivas de negócios em relação ao mercado de petróleo e gás.

Foto: Agência Petrobras

Estrelaço investe em capacitação profissional

Distribuidora de toda a linha de equipamentos e material de consumo nas linhas de produção da indústria petrolífera, petroquímica e naval, a empresa oferece uma variada linha de acessórios industriais, destacando-se os tubos, válvulas, conexões tubulares e forjadas, chapas grossas, finas, estruturas metálicas (vigas) de todos os tipos e bitolas, e acessórios para prevenção e combate a incêndio. Todos em aço carbono, aço inox, ligados, superduplex, ferro fundido, cobre, PVC e CPVC. Costa comenta que há pouco mais de um ano a Estrelaço, que possui o certificado da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), se tornou distri-

buidora da Parker na linha de instrumentação (Detroit). Ademais, no ano passado a companhia renovou por mais um ano o CRCC (Certificado de Registro e Classificação Cadastral) da Petrobras. A Estrelaço trabalhou nos projetos de construção e reforma das plataformas P-25, P-36, P-37, P-43, P-48, P-53 (foto), P-61, da Statoil, do FPSO OSX-1; além dos navios da Transpetro M199, M200, M203, M204; e sondas como a Atlantic Star, entre outras. Costa destaca ainda os projetos dos gasodutos Gasan, Gasoduto Cabiúnas-Reduc (Gasduc III), Gasoduto Cabiúnas (Gascab), Miranga, Gasoduto Japeri-Reduc (Gasjap); e diversas usinas siderúrgicas tais como ThyssenKrupp CSA Siderúrgica do Atlântico, Gerdau e Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). Atualmente, a empresa atende também alguns consórcios envolvidos nos projetos da Refinaria Abreu e Lima (RNEST) e do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).

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oportunidades

BSP - Business School São Paulo

Trabalho remoto

uma contribuição para a sustentabilidade e qualidade de vida As relações de trabalho caminham cada vez mais para modelos que valorizem a sustentabilidade do planeta e a satisfação do funcionário. É o que mostra o estudo da BSP (Business School São Paulo), intitulado “O trabalho flexível nas empresas” sobre esse processo de transformação, que é impulsionado, principalmente, pelas tecnologias da informação.

O

levantamento consultou 236 empresas de diversos segmentos e tamanhos, e mostrou, entre outros itens, o nível de conhecimento do tema, os modelos adotados e as principais vantagens e barreiras do trabalho flexível. No total, foram 150 respondentes, e, desse número, 75 são de profissionais que aderem à modalidade. O estudo foi realizado entre maio e outubro de 2011 pelo Centro de Estudos de Teletrabalho e Alternativas de Trabalho Flexível (Cetel) da BSP, coordenado pelo professor Alvaro Mello, também presidente da Sociedade Brasileira de Teletrabalho e Teleatividade (Sobratt). De acordo com a pesquisa, dentre os 75 trabalhadores remotos, um total de 77% tem consciência de que o trabalho a distância contribui para a redução da poluição, 61% acreditam que ajuda na qualidade de vida das pessoas, além de 46% acreditarem ser uma forma de trabalho sustentável. Em proporção menor foram citadas como possível contribuição do trabalho remoto questões de grande interesse

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Guia do Estudante 2012

para as empresas, como redução de absenteísmo, com 32%; redução da supervisão presencial, 25%; retenção de talentos, 24%; dedicação do profissional, 24%; inclusão social, 24%; e aumento da produtividade (22%). Dados que poderiam ser considerados como negativos para a adoção do trabalho remoto foram menos citados. Apenas 19% dos respondentes consideram que esse tipo de trabalho dificulta o controle do funcionário ou que limita a vida social (13%) ou ainda marginaliza o colaborador (11%). Uma em cada três empresas que utiliza o trabalho remoto apresenta indicadores de satisfação, como melhoria na qualidade de vida, ganho de tempo, flexibilidade, melhorias na saúde, diminuição do estresse e valorização pela confiança depositada. Para Alvaro Mello, é apenas uma questão de tempo e adaptação das empresas aos novos tempos. “Há por parte das companhias uma consciência crescente da necessidade de se criar condições de trabalho que prezem pelo meio ambiente e pela qualidade de vida. Além disso, a prática do trabalho flexível tem se mostrado uma ótima ferramenta para o rendimento e a produtividade do trabalho”, afirma.

Conhecimento e aplicação do trabalho remoto Para o coordenador do estudo, o tema deve ganhar ainda mais relevância com a alteração do artigo 6º da Consolidação de Leis do Trabalho (CLT), sancionada no final do ano passado pela presidente Dilma Roussef. Pela nova lei, não há distinção para os colaboradores que adotam o trabalho a distância ou o escritório do empregador. Se considerarmos a base total de respondentes (150), praticamente a metade adotou alguma modalidade de trabalho flexível nos últimos 12 meses. São pessoas que trabalharam regularmente durante parte do expediente longe do seu local de trabalho, com acesso remoto à empresa. Entre as empresas que adotaram, a prática é verificada em maior proporção, com 62%, nas empresas com 20 a 40 funcionários. Já nas organizações com mais de 500 funcionários, que não possuem trabalhadores remotos, representam a maioria, com 59%. No universo de 75 trabalhadores remotos, as principais funções exercidas foram técnicas (56%), comercial/vendas (47%), administrativas (44%) e atendimento ao cliente (31%). Ao mesmo tempo,


INFORMAÇÃO DE QUALIDADE.

Na ponta dos seus dedos A tecnologia da informação se aperfeiçoa em ritmo acelerado. Não basta ser rápido na transmissão dos fatos; é preciso ser eficaz, saber onde prospectar a informação e ser ágil ao transformá-la em notícia. Ser objetivo, sem abrir mão de aprofundar temas e promover reflexões. Mostrar as tendências dos vários segmentos desta complexa indústria, e dar espaço para que todos os atores deste mercado possam expor suas opiniões. É isto o que o site da TN Petróleo oferece ao seu público: notícias, reportagens especiais, números e indicadores, entrevistas e análises. Não é preciso mais buscar informações. Fazemos isso para você. Acesse!

www.tnpetroleo.com.br Guia do Estudante 2012

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Foto: Banco de Imagens Stock.xcng

oportunidades

algumas dessas atividades foram consideradas como não adequadas para o trabalho remoto como administrativas (40%), atendimento ao cliente (25%) e funções técnicas (19%). Entre as tecnologias adotadas, tanto para o trabalho tradicional como para o remoto, as mais utilizadas são a internet com 81%, para os que atuam fisicamente no escritório e 79% no caso dos teletrabalhadores, seguido do e-mail/ webmail, 67% e 82%, respectivamente; VOIP com 69% e 67%; smartphone com 56% e 51% e banco de dados com 46 e 57%.

Cultura corporativa O estudo da BSP revela que a preocupação em gerenciar as tarefas, uma das barreiras para a adoção das modalidades flexíveis de 40

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trabalho, não se mostrou diferente em relação ao modelo tradicional. As formas de gerenciamento dos funcionários e do processo de avaliação, com 95% e 94% respectivamente, parecem ser os mesmos para quem adota o trabalho a distância, também considerando a base de 75 respondentes. A questão da segurança da informação também preocupa. Mas o que se verificou é que apenas uma em cada quatro empresas puniu ou desligou funcionários por uso indevido de internet, e uma em cada cinco por uso indevido de informação da empresa. “Os dados mostram que a adoção de alguma modalidade de trabalho flexível pelas empresas parece apenas ser questão de maior difusão, conhecimento do tema e maior

clareza nas questões culturais dos gestores”, explica Mello. A utilização do trabalho remoto ocorre em função de dois principais fatores: por estratégia da organização e necessidade dos profissionais, ambos com 45%. Foi verificado que pouco mais de um quarto das empresas fornece os recursos necessários (instalações, mobiliário e telefonia) para o trabalho flexível. E metade da amostra dos 75 respondentes declarou que os recursos são tanto da empresa quanto do próprio trabalhador. Assim, quase um terço dos que trabalham remotamente usam recursos próprios. Quando questionados sobre o conhecimento do tema, o termo teletrabalho foi considerado o menos adequado, citado por apenas 9% dos 150 entrevistados. Já o trabalho remoto, com 34%, ou trabalho flexível, com 20%, parecem ser as formas mais adequadas para gerar o conhecimento sobre o tema, ou até mesmo o trabalho a distância.

Perspectivas futuras De acordo com o professor da BSP, a tendência de crescimento da modalidade do trabalho remoto nos próximos meses é alta. “Para 52% das empresas que utilizam alguma prática de trabalho flexível a modalidade deve se expandir”, ressalta o coordenador do estudo. Segundo ele, a adoção ainda sofre com o problema cultural das empresas e dos gestores no que se refere ao controle do trabalho e o despreparo do trabalhador. “Por outro lado, constatamos que a grande maioria das empresas reconhece que a produtividade do trabalhador é igual ou maior no trabalho a distância”, conclui.


EXPLORAÇÃO E PRODUÇÃO REFINO E DISTRIBUIÇÃO GEOFÍSICA E SÍSMICA DUTOS E TERMINAIS INDÚSTRIA NAVAL E OFFSHORE BIOCOMBUSTÍVEIS E SUSTENTABILIDADE RECURSOS HUMANOS E GOVERNANÇA CORPORATIVA LEGISLAÇÃO E MERCADO

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oportunidades

Altus

Programa para capacitação profissional A empresa gaúcha de tecnologia Altus lançou este ano a Academia Altus, um programa de qualificação de recursos humanos que irá contribuir para a redução das consequências do apagão de mão de obra no setor de automação industrial e petróleo no Brasil. A UNIVERSIDADE corporativa irá formar profissionais nas áreas de gestão e técnicas de automação de processos, com o objetivo de alcançar a excelência em capital intelectual na empresa. O programa baseia-se em parcerias com instituições de ensino e treinamentos realizados internamente na empresa para o desenvolvimento das competências profissionais, técnicas, gerenciais e comportamentais consideradas essenciais para a viabilização da sua estratégia. De acordo com o presidente da Altus, Luiz Gerbase, a empresa irá incentivar a qualificação profissional e pessoal do seu público interno. “Vamos dar a oportunidade de desenvolvimento profissional, promover o crescimento do nosso capital intelectual, e, consequentemente, o crescimento da empresa”, enfatiza. Ademais, a Academia Altus irá atuar na redução do gap de mão de obra que a empresa enfrenta no setor de automação industrial

e controle de processos. Segundo Marcos Túlio de Melo, presidente do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea), no Brasil há um déficit de 20 mil engenheiros por ano – número que deve aumentar com a demanda dos projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e do Programa Minha Casa, Minha Vida, além da exploração de petróleo na camada pré-sal, da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016. Inscrições já estão abertas para Especialização em Automação e Controle – A Academia Altus estreia com um curso de pós-graduação em parceria com a Universidade Feevale, localizada em Novo Hamburgo (RS). A Especialização em Automação e Controle tem como objetivo promover a qualificação de profissionais da área de engenharia para atuarem no campo da automação industrial, de modo que possam projetar, implantar e operar sistemas de controle e processos, capacitando-os para atuar em equipes multidisciplinares. O curso destina-se a profissionais graduados, preferencialmen-

te, em cursos da área de Engenharia, e que estejam atuando no mercado de Automação Industrial. “O profissional será preparado para trabalhar na cadeia de petróleo e gás, um dos setores que mais sofrem com a escassez de profissionais qualificados atualmente”, destaca Gerbase. A Altus participou de toda a concepção da grade curricular do curso, que conta com professores da empresa. A Universidade Feevale está com inscrições abertas para o curso que tem início em março deste ano. A carga horária da pós-graduação conta com 519 horas, sendo 489 horas presenciais e 30 horas a distância. Mais detalhes sobre o curso podem ser obtidos no site www.feevale.br/especializacao, pelo e-mail posgraduacao@feevale.br ou pelo telefone (51) 3586-8822.

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FMC

Inauguração de Centro de Pesquisas no Rio

LOCALIZADO NO Parque Tecnológico do Fundão, na Ilha do Governador (RJ), o centro teve investimentos de cerca de R$ 70 milhões e é o terceiro da multinacional no mundo – os outros dois estão localizados nos Estados Unidos e na Noruega. O espaço de 22 mil m² conta com laboratórios mecânicos e eletrônicos, além de um hangar para realização de testes de integração de protótipos em escala real. “Essa foi nossa visão quando surgiu a oportunidade de montar um centro de tecnologia no Brasil. Por brincadeira o nomeamos ‘subsea Disneyland’, pois ali o engenheiro tem recursos para criar, qualificar a criação e testá-la em escala real”, afirma o vice-presidente de Tecnologia da FMC no Brasil, Paulo Couto, completando que essa possibilidade é rara no mundo, não só na indústria de petróleo. No CT, que começou a operar desde outubro de 2011, foi testado o Separador Submarino Água-Óleo (SSAO), desenvolvido para a Petrobras, e que está em fase de testes no campo de Marlim Sul, ainda em fase de integração. O equipamento, projetado por três unidades da FMC, teve a parte de separação compacta desenvolvida na Holanda, os ajustes de sistema e controle na Noruega, e a parte mecânica, projetos de sistema, fabricação e integração no Brasil. Ainda chamado de ‘piloto’ pela Petrobras, o SSAO tem de passar por melhorias até atingir a maturidade. Para isso, a empresa atuará em específicas áreas de processamento submarino, buscando inovações tecnológicas que tenham equipamentos compactos, leves, fáceis de instalar e que não demandem manutenção. De acordo com Paulo, a tecnologia de separação será uma das principais áreas a serem trabalhadas pela empresa no Brasil. “Estamos nos capacitando para desenvolver os próximos separadores aqui no

Foto: Divulgação

Líder mundial na produção de equipamentos submarinos para a indústria do petróleo e líder brasileira na produção de manifolds e árvores de natal, a FMC inaugurou seu primeiro Centro de Pesquisas (CP) no Brasil, no dia 9 de janeiro.

país. Nosso trabalho agora é desenvolver a tecnologia SSAO para o pré-sal”, disse. A empresa utiliza a força centrífuga e eletrostática que ‘ajudam’ a gravidade durante o processo de separação de água e óleo, e que dão condições de fazer equipamentos mais compactos. Marlim utiliza dois estágios de separação: a tubular, que tira grande parte do óleo da água, e a ciclônica, que é um polimento para tirar as gotículas de óleo da água e depois reinjetá-la no reservatório. Paulo explica que essa experiência está dando certo, mas para maiores profundidades ainda é uma dúvida. “A separação ciclônica em larga escala é algo que ainda precisa ser melhor desenvolvido”, explica. O gás também exigirá criatividade do setor de pesquisa e desenvolvimento. Nesta área, a FMC trabalha com tecnologia supersônica, que atua separando os gases. “Precisamos de sistemas amigáveis no fundo do mar, que tenham eficiência energética, e que não demandem controle em superfície.” Automação e controle fecham o grupo que Paulo Couto chamou de ‘direcionadores tecnológicos’. De acordo com ele, a indústria precisa evoluir muito nesta área para desenvolver tecnologia submarina. “Os sistemas hoje não têm muita inteligência no fundo do mar, e não dá para esperar que o sistema identifique e avise sobre alguma anormalidade. Ele tem que corrigir isso automaticamente”,

afirma, completando que para produzir o pré-sal em escala comercial usando tecnologia de processamento submarino, o que está sendo usado em Marlim terá que ser aperfeiçoado. A FMC é a terceira a se instalar no Parque Tecnológico do Fundão – Schlumberger e Baker Hughes também instalaram um CT e tecnologia no local. A princípio, a companhia terá 200 engenheiros e pesquisadores gerando desenvolvimento nas áreas de separação, tratamento de gás, máquina rotativa, geração de energia no fundo do mar, automação e controle. A previsão é que em dois anos o número de profissionais se expanda para 300. “Nossa missão aqui é gerar tecnologia local, mas integrada com o resto do mundo, e vice-versa.” Sobre conteúdo local, Paulo afirmou que a empresa não tem uma meta específica, e sim uma missão e forte intenção de que o máximo seja produzido aqui. Ele explica que o SSAO tem 75% de conteúdo local. O que veio de fora foi um pedaço da engenharia e a bomba, produzida pela Framo Engineering, na Noruega. “Temos como meta ficar autônomos, no Brasil, em geração de energia.” O CT também tem alavancado fornecedores globais, entre elas a norte-americana Teledyne, fabricante de equipamentos de controle, que já está se instalando no Brasil para atender a demanda por novos equipamentos.

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livros

Escolhas sustentáveis Biodiversidade, uso da terra, água e aquecimento global são alguns dos temas dessa obra que busca promover uma reflexão sobre esses itens

V

ocê sabe o que é sustentabilidade? Qual a relação de um besouro com o aumento da produção de carne? Vale a pena investir em um negócio sustentável? Apesar de serem temas recorrentes na mídia, questões como essas vêm preocupando a população nos últimos anos. No entanto, tais assuntos ainda são tratados como algo longe do cotidiano das pessoas e fora da realidade econômica da maioria. Pensando nisso, os autores Rafael Moraes Chiaravalloti e Cláudio Valladares Pádua escreveram Escolhas sustentáveis (Editora Urbana). O objetivo é fazer uma reflexão sobre a importância dos sistemas naturais e como a ciência pode ajudar as pessoas no processo de escolhas mais sustentáveis. Segundo Chiaravalloti, a publicação tem o objetivo principal de tornar o conhecimento sobre sustentabilidade acessível a todos os públicos. “Considerávamos que muitas das descobertas científicas da área eram restritas ao mundo acadêmico. Por isso, para que as pessoas pudessem ter argumentos sobre o porquê escolher ‘sustentável’, escrevemos o livro.” A obra baseia-se em muitas pesquisas e estudos de casos; aborda temas como desmatamento, aumento da temperatura da Terra; tratamento de água; o tripé da sustentabilidade; e energias

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limpas. E se propõe, de uma maneira simples, a desmitificar essas questões, mostrando o que se tem feito ao redor do mundo em termos de preservação ambiental. “A ideia foi transformar a linguagem acadêmica, que muitas vezes é um pouco chata, em algo prazeroso, relacionado com o nosso cotidiano e, quando possível, bem humorado. No entanto, transversalmente, ao longo do texto, ou algumas vezes de modo mais claro, são discutidas ideias de valoração dos recursos naturais, empreendedorismo social e investimento em negócios sus-

tentáveis. E essa abordagem, por sua vez, é mais específica para um leitor da área de negócios”, complementou Chiaravalloti. Ele explica que o livro é destinado ao público em geral, que apresenta certa curiosidade quanto ao investimento privado, e também a um público da iniciativa privada, curioso sobre uma economia mais sustentável. Dividido em temas como conceitos e ideias sobre sustentabilidade; biodiversidade; uso da terra; água; e aquecimento global, a obra dá um panorama geral de cada um, desde conceitos simples de biologia até onde estão os novos nichos de mercado. Por exemplo: no capítulo sobre aquecimento global discute-se o que é realmente, o que ele significa e as provas científicas. Em seguida, passa-se para os impactos na natureza e na economia nacional. Por fim, mostra-se onde estão os investimentos com as melhores perspectivas futuras. Fala-se também em energia limpa e quais alternativas tiveram maiores investimentos nos últimos anos, assim como o mercado de carbono e os seus desdobramentos na economia.

SOBRE OS AUTORES - Rafael Morais Chiaravalloti é biólogo e começou trabalhando com mamíferos no Pantanal. Cursou mestrado em desenvolvimento sustentável na Escola Superior de Conservação e Sustentabilidade. Trabalhou como parceiro e fez estágio em instituições nacionais como Vivo e Natura, e internacionais, como Volans e Sustainability. Tem publicado textos jornalísticos, tentando tornar o conhecimento científico mais acessível.

Claudio Valladares Pádua é administrador de empresas e biólogo. Possui mestrado e doutorado em Ecologia pela universidade da Flórida em Gainesville, EUA. É professor aposentado da UnB, reitor da Escola Superior de Conservação e Sustentabilidade, vice-presidente do Ipê (Instituto de Pesquisas Ecológicas), pesquisador da Columbia University, conselheiro do WWF Brasil, diretor internacional de conservação do Wildlife Trust Alliance (Nova York) e sócio-diretor da Biofílica S.A.


Lançamento

Livro mapeia os marcos regulatórios do setor de petróleo no Brasil e no mundo GESTADO A PARTIR de 2007, com a descoberta pela Petrobras do campo gigante de Lula (na Bacia de Santos), e lançado oficialmente pelo governo federal em 2009, o novo sistema regulatório brasileiro para o setor de petróleo tem nas imensas reservas do pré-sal o seu ponto de sustentação. As descobertas nessa camada encontram-se entre as maiores das últimas três décadas, colocando o Brasil – em um cenário de médio prazo – entre os principais países produtores de petróleo e gás natural no mundo. O surgimento do pré-sal – à luz das lições extraídas com experiências internacionais – exigiu, pelo Estado, a redefinição do marco regulatório do setor petrolífero, especificamente para as reserva recém-encontradas. O objetivo da reestruturação legal era adequar o ritmo de exploração e de produção da riqueza, bem como das condições de exportação e dos recursos financeiros, tecnológicos, de equipamentos e humanos necessários ao desenvolvimento do potencial energético depositado sob as águas profundas da costa brasileira. É sob este pano de fundo que os professores Mauricio Tolmasquim, presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE); e Helder Queiroz, diretor da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), organizaram o livro Marcos regulatórios da indústria

mundial de petróleo. A publicação foi lançada pela Synergia Editora, no dia 30 de janeiro, na Livraria da Travessa do Shopping Leblon, Rio de Janeiro. O trabalho tem como gênese os estudos desenvolvidos pela EPE durante o processo de discussão do novo marco regulatório do pré-sal, abordando os principais fatores históricos, políticos e econômicos que contribuem para a compreensão da evolução da regulamentação da indústria mundial do petróleo. Reunindo um conjunto de países selecionados, o livro identifica os traços marcantes nos diversos modelos de regulação adotados por nações produtoras de petróleo. São 11 os casos estudados: além do Brasil, analisam-se as experiências de Argélia, Angola, Azerbaijão, Cazaquistão, Colômbia, Indonésia, Irã, Líbia, Venezuela e Noruega. Condicionantes do mercado internacional e de geopolítica levaram, nesses países, à adoção de sistemas regulatórios híbridos, nos quais coexistem diferentes arranjos contratuais (concessão, partilha de produção, empresa estatal, contratos de serviço, entre outros). O livro está dividido em três partes, sendo as duas primeiras voltadas para os exemplos internacionais. A parte 1 aborda os principais aspectos conceituais que levaram à evolução dos modelos institucionais de petróleo e de gás natural em diferentes países.

A parte 2 reúne um conjunto de casos selecionados, que identifica os traços marcantes dos sistemas de regulação, seus aperfeiçoamentos e modificações ao longo do tempo. Por fim, a parte 3 destaca o caso brasileiro, identificando os principais fatores indutores que explicam a evolução do marco regulatório de E&P. Traçando um paralelo do Brasil com o mundo, Marcos regulatórios da indústria mundial de petróleo aborda, de forma inédita na bibliografia brasileira, os aspectos conceituais dos sistemas regulatórios de E&P de petróleo e gás natural, apontando para os desafios que as gerações atuais e futuras enfrentarão para usufruir os benefícios dessa nova riqueza em nosso país.

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mão de obra

Petróleo e gás: sobram vagas, faltam

profissionais capacitados O cenário para o mercado de petróleo e gás nos próximos cinco anos é bastante positivo. O início das operações do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), previsto para ocorrer em 2012, e a descoberta da província do pré-sal, localizada em águas profundas (entre 5.000 m e 7.000 m abaixo do nível do mar), tornaram o setor um dos mais atraentes e promissores do país.

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Bernardo Moreira é sócio de auditoria da área de Petróleo e Gás da KPMG no Brasil.

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s recentes descobertas geram expectativas de o Brasil se tornar um dos principais produtores mundiais de petróleo no futuro. Como reflexo desse crescimento, o setor já enfrenta um aumento da demanda por mão de obra especializada e por profissões que até então não eram tão demandadas. Será preciso grande número de profissionais para suprir este segmento. A expectativa é de que deverão ser criados mais de 200 mil empregos diretos e indiretos relacionados ao petróleo nos próximos cinco anos, em todos os níveis – médio, técnico e superior –, de acordo com o Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp). O estado do Rio concentra 80% da produção de petróleo, e grande parte do mercado de trabalho para esta área está na Bacia de Campos, no litoral norte fluminense, onde fica a maior reserva de petróleo do país. Atualmente, estão em operação nesta bacia mais de 400 poços de óleo e gás, 30 plataformas de produção e existem 3.900 km de dutos submarinos. As principais ofertas de trabalho estão concentradas também na cidade de Santos, em São Paulo. Além disso, há procura por profissionais na Bahia, Rio Grande do Norte, Espírito Santo e Amazonas. É preciso ainda contar com profissionais suficientes e devidamente capacitados para serem empregados na construção de cinco refinarias até 2014, incluindo as do Comperj, e 28 plataformas até 2017. Isso sem contar todos os equipamentos que serão necessários para as futuras operações. As possibilidades de trabalho na cadeia produtiva são muitas e dependem da formação do profissional. A Engenharia do Petróleo é uma das profissões mais requisitadas. Trata-se de uma área estratégica que tem poucos profissionais no Brasil e que está em expansão em todo o mundo. Esta cadeia vem preparando vários profissionais para atuarem no desenvolvimento de campos de prospecção, exploração e expansão de jazidas, transporte, refino, industrialização e atividades afins, como processamento de gás natural. E não para por aí. No momento se discutem novas matrizes energéticas e os engenheiros de petróleo começam a agregar conceitos de sustentabilidade e meio ambiente. Olhando para o futuro, o mercado já está buscando profissionais capacitados também na gestão ambiental da produção de petróleo e gás.


Os postos de trabalho vão desde as empresas de engenharia, que perfuram os poços, até refinarias e petroquímicas. Além disso, o profissional pode trabalhar em setores relacionados à gestão do negócio e também na manutenção e no gerenciamento de equipamentos. Do outro lado estão as instituições públicas e privadas que estão abrindo cursos técnicos e de graduação voltados especificamente para a área de petróleo e gás para atender à demanda. Atualmente, existem 87 cursos de graduação em petróleo reconhecidos pelo Ministério da Educação no país, sendo que muitos outros ainda não obtiveram reconhecimento por serem novos no mercado. Esse número de cursos, principalmente nos estados de São Paulo e Espírito Santo, pode ser pequeno em vista das expectativas. A alta empregabilidade e os bons salários, às vezes devidos aos riscos envolvidos no setor, são um fator de destaque e o que mais atrai candidatos aptos a atuarem na área. Mas não basta o profissional ter formação, ele precisa estar pronto para atender às necessidades do mercado. Por ter características de carreira internacional, e pela necessidade de lidar com profissionais de todo o mundo, é essencial fluência em inglês e um constante aprimoramento, já que a tecnologia e a aparelhagem

do setor evoluem rapidamente. É preciso ainda ter desenvoltura em liderança. Na área de perfuração, por exemplo, já é bem difícil encontrar toolpushers, sondadores e assistentes de sondador com experiência, bom inglês e conhecimentos suficientes para operar uma sonda cyber. Uma das saídas para esse gargalo pode estar na criação de centros de pesquisa e o investimento em atividades de ensino, pesquisa e extensão, como já vem sendo feito por algumas grandes empresas do setor petrolífero. Outra saída é a realização de convênios de empresas com universidades. De acordo com levantamento do Prominp, implantado pelo governo federal em 2003 para capacitar mão de obra para implementação de empreendimentos no setor de petróleo e gás, a estimativa é de que será necessário capacitar 112 mil pessoas para o setor entre 2008 e 2012. Neste momento crucial para o país, é importante que haja o engajamento das autoridades públicas e privaLeonis ancorado no system SPM = 4 itensde das para garantir aFSO adequada e efetiva colaboração áreas como as de educação, treinamento e capacitação, visando valorizar e estimular nossos jovens a entrarem neste segmento tão promissor e carente de profissionais devidamente capacitados.

NÃO DEIXE DE LER. O IBP e a Benício Biz Editora, e grandes nomes da indústria do petróleo, apresentam mais uma obra de cunho jurídico e histórico, para o engrandecimento técnico e jurídico dos profissionais e para o entretenimento dos demais leitores que circundam o segmento de petróleo e gás natural. Num formato atraente, no qual renomados nomes do Direito e do segmento de Oil & Gas, com opiniões diferentes, expõem seus pontos de vista, esta obra registra a realidade de um momento histórico do Direito do Petróleo.

Associados IBP e assinantes da TN Petróleo

R$ 55,00 Não associados do IBP

R$ 65,00

Coordenação de Luiz Cezar P. Quintans Editora Benicio Biz Capa: laminação fosca e orelhas 145 páginas Formato: 13,5 cm x 20,5 cm

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mão de obra

Como atrair mão de obra

qualificada?

São vários os desafios decorrentes da necessidade de atrair mão de obra qualificada e especializada em um mercado cada vez mais competitivo. Formação técnica, experiência, necessidade de diferentes faixas de idade e a geração Y emergem como componentes relevantes para a formação de uma equipe diversificada e complementar, capaz de responder às demandas do mercado.

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Agustín Castaño é diretor-presidente da Energy Talent.

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onsiderando que as competências podem se agrupar em conhecimento do negócio, especialização funcional e formação técnica, essa última é a mais requerida pelas empresas e a que se encontra em falta no mercado. Para alguns cargos, as companhias têm ‘importado’ especialistas para preencher as posições em aberto, sendo que o perfil mais valorizado é de brasileiros que moram no exterior. Entre as vagas mais difíceis de serem preenchidas na categoria técnica estão os profissionais de pesquisa e desenvolvimento, que são bastante requisitados neste momento. O nível acadêmico, embora sempre relevante para as posições gerenciais, é menos determinante para as posições de formação técnica, em que os fatores críticos são a qualificação profissional e a experiência no ofício. Aliás, desempenhar a função acumulando conhecimento e experiência é um atributo fundamental que permeia todas as funções da indústria, podendo passar pelo geofísico até o soldador. É importante destacar que tanto técnicos como engenheiros estão em alta procura. Por um lado, a formação de engenharia é crítica para produção, desenvolvimento, logística, entre outras funções em diversas indústrias. Em particular, há grande procura por líderes experimentados na condução e execução de projetos de variados tipos. O mesmo é verificado para postos de trabalho voltados para técnicos especializados, que, por sua vez, são necessários em múltiplas posições. Para atrair pessoas com formação técnica, as empresas devem estreitar seus laços com as diferentes instituições que oferecem cursos de qualificação e especialização profissionais. Celeiro de novos talentos, as companhias podem conseguir pessoas recém-formadas ávidas por uma chance no mercado de trabalho. Outro grande desafio a ser enfrentado na contratação de profissionais no momento atual é criar alternativas diante do gap de formação, principalmente no segmento de engenharia, que teve um mercado pouco promissor durante os últimos dez ou 15 anos. Nesse período, os jovens em formação acabaram se direcionando para outras áreas, que não as em alta demanda hoje. Atualmente, contamos com um contingente de profissionais recém-formados, portanto com pouca experiência profissional, e com um contingente de profissionais bastante experientes, porém próximos da aposentadoria. Para driblar as dificuldades, as empresas precisam identificar esses profissionais no mercado e oferecer as condições para que desempenhem suas funções. Parte desse ativo humano em pré-aposentadoria encontra-se no Brasil e no exterior, por isso, é fundamental oferecer atrativos para que permaneçam em atividade, apresentando novas possibilidades de crescimento profissional. As companhias ainda devem atrair novos talentos que apresentem atributos pessoais e acadêmicos a serem desenvolvidos, formando uma força de trabalho altamente qualificada em um curto período de tempo. Identificar esses talentos e criar condições de desenvolvimento para esses profissionais é desafiador, principalmente levando-se em conta que se trata de uma geração com características bastante peculiares, com valores e expectativas diferenciados, ou seja, a chamada geração Y.


Foto: Agência Petrobras

O contexto em que a geração Y cresceu criou profissionais com características bem marcantes. Hoje, constitui um grande desafio para as empresas absorver e criar um ambiente que possa abarcar os anseios dessa geração, aproveitando seu potencial para impulsionar o desenvolvimento organizacional e, ao mesmo tempo, proporcionar o sentimento de realização pessoal que constitui um dos fundamentos mais importantes para esses novos profissionais. Paralelamente, o grande avanço tecnológico verificado nas últimas décadas oferece instrumentos, como computadores pessoais, internet, videogueimes, etc. Esse conjunto de novas situações a que essa geração é exposta faz com que desenvolvam uma nova forma de percepção do mundo, globalizada e cercada por facilidades no campo da comunicação e da expressão das ideias, ampliando suas possibilidades de ação e de aprendizado. Em decorrência do fato de que viveram a maior parte do seu tempo cercados de tecnologia e expostos a informações que circulam em altíssima velocidade, a geração Y tende a apresentar ampla gama de conhecimentos; no entanto, na maioria dos casos, permanecem na superficialidade, sem se aprofundar em qualquer área específica. Essa geração busca resultado em curto prazo e pode se sentir desmotivada diante de tarefas que demandem maior concentração ou tenham características rotineiras e pouco estimulantes. Por terem estado envolvidos com diversas atividades simultâneas durante seu período de desenvolvimento, os profissionais da geração Y sentem dificuldade em manter o foco. Costumam se interessar por diversas coisas ao mesmo tempo, mas tendem a abandoná-las caso não encontrem a satisfação que buscam no curto prazo. Outra tendência atual que se pode perceber – como um contraponto à ênfase no individualismo e no desenvolvimento tecnológico – é a preocupação com a preservação do meio ambiente e com os direitos humanos. Por terem crescido numa época posterior às chamadas ‘utopias sociais’ e de grande modificação das concepções políticas e existenciais, a geração Y se desenvolveu em meio a um crescente individualismo e competição extrema. Tais ca-

racterísticas marcam profundamente esses jovens que, em geral, têm pouca consciência política e são movidos a constantes desafios. Desde muito cedo expostos a atividades coletivas, trabalham muito bem em grupo e tendem a apresentar resultados melhores quando inseridos em ambientes de trabalho cooperativos. Buscam conquistar vitórias para seu ‘time’ e valorizam os empreendimentos em ambientes coletivos. Estejam ou não satisfeitas com a realidade apresentada por esses jovens profissionais, que chegam ao mercado de trabalho nessas primeiras décadas do século XXI, as organizações devem se preparar para absorvê-los e aprender a obter resultados através deles, adaptando-se às suas características e empreendendo ações motivadoras para garantir o desenvolvimento e aproveitamento de seu potencial e talento. Para atrair e reter os profissionais de geração Y, as organizações devem criar mecanismos apropriados, uma vez que, devido à sua natureza inquieta, não permanecerão (nas empresas) a menos que estejam plenamente satisfeitos com suas atividades profissionais. Os jovens dessa geração não se fixam em ambientes que não lhes proporcionem ao mesmo tempo desafios profissionais interessantes, remuneração adequada para a satisfação de seu alto padrão de consumo (sobretudo de instrumentos de alta tecnologia) e que contemple a qualidade de vida desejada, oferecendo tempo disponível para desenvolver outras atividades de seu interesse. Assim, as empresas terão de desenvolver uma nova visão, contemplando valores alinhados com uma perspectiva de preservação ambiental e de qualidade de vida, num conceito bem mais abrangente em relação aos que se pode verificar no momento atual. Nesse contexto, haverá uma demanda específica por profissionais de Recursos Humanos que possam administrar um processo eficaz de desenvolvimento de pessoal técnico e uma convivência intergeracional eficaz, dadas as comentadas diferenças de faixa etária existentes no setor e a chegada da citada geração Y.

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opinião recrutamento

Como aumentar as

CHANCES DE CONSEGUIR UM EMPREGO no setor de petróleo e gás O mercado aquecido e a alta remuneração têm atraído cada vez mais pessoas para o setor de petróleo e gás.

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Renata Serrano é consultora em recrutamento da NES Global Talent.

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omo na maioria das áreas, nesta a competição entre candidatos também é grande e tem se tornado cada vez maior. Postura adequada e a melhor roupa do armário não garantem a colocação. O que vem contando mesmo para as empresas são a experiência profissional e a bagagem acadêmica. O mercado de petróleo e gás é um mercado global e não local. Profissionais da área atuam ao redor do mundo e, por conta disso, as entrevistas presenciais deixaram de ser essenciais. Skype, telefone e e-mail passaram a ser ferramentas muito usadas na hora de a empresa “conhecer” o candidato. Portanto, valorizar a experiência profissional, bagagem acadêmica e cultural são pontos muito importantes nessa etapa. Possuir boas referências também colabora para o sucesso. O estudo é essencial. Quem quer se dedicar à área de petróleo e gás deve começar cedo a estudar para isso. Certificações técnicas, experiências de trabalho e cursos complementares, no Brasil e exterior, são os aspectos mais relevantes. Para quem está começando, conseguir um estágio em uma empresa da área é um bom passo e serve como abertura de portas pós-formação. O inglês é fundamental. Por se tratar de um mercado global, dentro de um mesmo projeto encontram-se profissionais de diferentes nacionalidades. A capacidade em se comunicar é essencial. O inglês técnico se aprende com o tempo e estudo. O profissional precisa ser dedicado. Quem pretende ingressar em uma empresa de energia deve saber que disponibilidade para viajar é fundamental, principalmente pela dinamicidade das operações. Viajar funciona ainda como uma ótima forma de adquirir know-how e ser valorizado ao retornar ao país de origem. Ainda no quesito de viagens, a diferença cultural pode ser um grande choque. Muitos brasileiros, por exemplo, acabam trabalhando em empresas britânicas, chinesas, ou em quaisquer outras que possuam um método de trabalho diferente ao que o profissional está acostumado. Isso pode acabar dificultando o seu desempenho. A saudade também é uma questão para manejar. Deve-se estar preparado para passar semanas longe de casa. Neste caso, capacidade de adaptação e foco em seus objetivos são ferramentas imprescindíveis capazes de auxiliar o profissional a se manter distante por um longo período.


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CURSOS UNIVERSIDADES FEDERAIS UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO (UFRJ) www.ufrj.br Tel.: (21) 2562-2010 Graduação em: Engenharia de Petróleo; Engenharia de Produção; Engenharia Química; Engenharia Naval e Oceânica Pós-Graduação em: Engenharia de Máquinas Navais e Offshore; Engenharia Portuária; Engenharia de Confiabilidade em Sistemas Navais e Offshore; Engenharia de Sistemas Flutuantes Offshore e Pós-Graduação Executiva em Petróleo e Gás MBA: Gestão de SMS (Segurança, Meio Ambiente e Saúde) UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE (UFF) www.uff.br Tel.: (21) 2629-5205 Graduação em: Engenharia de Petróleo; Engenharia de Produção; Engenharia Elétrica; Engenharia Mecânica; Engenharia Metalúrgica; Engenharia Química; Geofísica; Química e Química Industrial Pós-Graduação em: Engenharia de Dutos e Engenharia de Petróleo e Gás Natural FUNCEFET Rio de Janeiro Tel.: (21) 3553-4112 www.funcefet-rj.com.br Macaé – Rio de Janeiro www.funcefet-macae.com.br Tel.: (22) 2762-9887/ 8823-5621 São Paulo Tel.: (11) 4063-7756 Pós-Graduação em: Engenharia de Construção Naval e Offshore; Engenharia de Inspeção e Manutenção na Indústria do Petróleo e Engenharia Submarina; MBA Executivo em Petróleo e Gás; MBA em Gestão Integrada em QSMS (Qualidade, Segurança, Meio

Ambiente e Saúde) na Indústria do Petróleo

Engenharia Química; Geologia e Química

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ (UFPR) www.ufpr.br Tel.: (41) 3360-5000 Curso Técnico de Petróleo - duração 3 anos Graduação em: Engenharia de Produção; Engenharia Química; Engenharia Mecânica e Química; Geologia; Oceanografia; Engenharia Química Elétrica e Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA (UFBA) www.ufba.br Tel.: (71) 3283-9703 Graduação em: Engenharia de Produção; Engenharia Elétrica; Engenharia Mecânica e Engenharia Química Pós-Graduação em: Energia e Ambiente; Engenharia Elétrica; Engenharia Industrial; Engenharia Química (mestrado em Processos e Sistemas Químicos); Engenharia Química (doutorado em Processos e Sistemas Químicos); Geofísica; Geoquímica: Petróleo e Meio Ambiente; Geologia; Química e Engenharia de Automação e Controle (Mestrado)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) www.ufmg.br Tel.: (31) 3409-5000 Graduação em: Engenharia de Controle e Automação; Engenharia Ambiental; Engenharia Mecânica; Engenharia Metalúrgica; Engenharia Química; Engenharia de Produção; Engenharia de Sistemas; Geologia e Química UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL (UFRGS) www.ufrgs.br Tel.: (51) 3308-6000 Graduação em: Engenharia de Energia; Engenharia de Produção; Engenharia Química; Geologia e Química UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE (FURG) www.furg.br Tel.: (53)3233.6500 Graduação em: Engenharia Civil Costeira e Portuária; Engenharia de Automação; Engenharia de Mecânica Naval e Engenharia Química UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO (UFES) http://portal.ufes.br Tel.: (27) 4009-2203 Graduação em: Engenharia de Petróleo; Engenharia de Produção;

UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS (UFAM) http://portal.ufam.edu.br/ Tel.: (92) 3305-4559 Graduação em: Engenharia de Gás e Petróleo; Engenharia de Produção; Engenharia Elétrica; Engenharia de Materiais; Engenharia Mecânica; Engenharia Química; Geologia; Química Pós-Graduação em: Química; Engenharia de Recursos da Amazônia UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE (UFRN) Tel.: (84) 3215-3124 Graduação em: Geofísica; Química; em Química do Petróleo; Engenharia do Petróleo; Engenharia de Produção; Engenharia Mecânica; Engenharia Elétrica; Engenharia Química UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) www.ufc.br Tel.: (85) 3366 9410 Graduação em: Geologia; Química; Engenharia de Energias Renováveis; Engenharia de Petróleo; Engenharia Guia do Estudante 2012

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cursos de Produção Mecânica; Engenharia Mecânica; Engenharia Química; Engenharia Elétrica; Engenharia de Gás Natural; Engenharia de Produção; Especialização em Engenharia Hidráulica e Ambiental UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO (UFPE) www.ufpe.br Tel.: (81) 2126.8000 Graduação em: Engenharia de Energia; Engenharia de Materiais; Engenharia Elétrica-Eletrônica; Engenharia Elétrica-Eletrotécnica; Engenharia Mecânica; Engenharia de Produção; Engenharia Química; Geologia e Química Industrial Pós-Graduação em: Engenharia de Produção; Engenharia Elétrica; Engenharia Mecânica; Engenharia Química e Tecnologias Energéticas e Nucleares UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS (UFAL) www.ufal.br Tel.: (82) 3214-1052 Graduação em: Engenharia Química e Engenharia Ambiental ESTADUAIS UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (UERJ) www.uerj.br Tel.: (21) 2334-0652 Graduação em: Engenharia de Produção; Engenheria Química; Engenharia Mecânica e Química Pós-Graduação em: Engenharia de Petróleo e Gás Natural e Química Ambiental UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) www4.usp.br Tel.: (11) 3091-3414 Graduação em: Engenharia de Petróleo; Engenharia de Produção; Engenharia de Produção Mecânica; Engenharia Metalúrgica; Engenharia Mecatrônica; Engenharia Naval; Engenharia Química; Engenharia 52

Guia do Estudante 4

Elétrica-Eletrônica e Sistemas de Energia e Automação; Engenharia Elétrica com Ênfase em Automação e Controle; Engenharia Elétrica com Ênfase em Energia e Automação Elétricas; Geofísica Pós-Graduação em: Ciências da Engenharia Ambiental; Engenharia de Produção; Engenharia Elétrica; Engenharia Mecânica; Geotecnia; Engenharia Química; Engenharia de Produção; Engenharia Elétrica; Engenharia Mecânica; Engenharia Naval e Oceânica; Engenharia Química; Engenharia de Sistemas Logísticos

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS (UEA) www2.uea.edu.br Tel.: (92) 3214-5771 Graduação em: Engenharia de Produção; Engenharia Elétrica; Engenharia Mecânica; Engenharia Mecatrônica; Engenharia Química; Automação Industrial; Mecânica Pós-Graduação em: Engenharia de Segurança do Trabalho; Engenharia de Proudução com Ênfase em Recursos Produtivos; Gestão e Tecnologia do Gás Natural; Processos e Tecnologias de Fabricação Mecânica

IBP (INSTITUTO BRASILEIRO DE PETRÓLEO, GÁS E BIOCOMBUSTÍVEIS) www.ibp.org.br/cursos. Tel.: (21) 2112-9033/9034 • Combustíveis e Combustão Industrial - São Paulo 32 horas – 12 a 15/06/2012; • Processamento de Gás Natural Vitória - ES 24 horas – 18 a 20/06/2012 • Análise de Investimento – Viabilidade Econômica de Projetos de Produção de Petróleo e Gás Natural – Salvador - BA 32 horas – 18 a 21/06/2012 • Dimensionamento de Válvulas de Controle – São Paulo 40 horas – 18 a 22/06/2012 • Dimensionamento, Orçamentação, Contratação e Gerência de Empreendimentos de Manutenção e Montagem – São Paulo 32 horas – 25 a 28/06/2012 • Gestão da Logística de Suprimento de Petróleo e Derivados – Módulo I – Rio de Janeiro 40 horas – 25 a 29/06/2012 • Avançado de Direito Tributário – Casos Práticos na Indústria de Petróleo e Gás - Brasília - DF 40 horas – 25 a 29/06/2012 • Comércio de Petróleo e Seus Derivados – Trading – RJ 40 horas – 25 a 29/06/2012 • Redução de Anomalias e Interferência em Instalações de Instrumentação – Rio de Janeiro

24 horas – 27 a 29/06/2012 • Noções Básicas de Engenharia de Petróleo – 2ª Turma – Rio de Janeiro 32 horas - 10 a 25/08/2012 • Noções Básicas de Geodésia e Cartografia na Exploração e Produção de Petróleo – Rio de Janeiro 24 horas - 04 a 06/07/2012 • Dimensionamento de Válvulas de Segurança e/ ou Alívio (VSD) com Simulação Teórica Para Manutenção – São Paulo 40 horas - 24 a 29/09/2012 • Manutenção Orientada para Resultados – Rio de Janeiro 24 horas - 18 a 20/07/2012 • Corrosão e Inibidores – Rio de Janeiro 40 horas – 15 a 19/10/2012 • Análise de Riscos nas Decisões de Investimentos – Rio de Janeiro 32 horas - 27 a 30/08/2012 • Arbitragem na Indústria de Petróleo – Rio de Janeiro 16 horas - 03 a 04/07/2012 • Características e Aspectos Econômicos do Refino de Petróleo – Rio de Janeiro 24 horas - 18 a 20/07/2012 • Tubulações Industriais – Recife – PE 40 horas - 02 a 06/07/2012


Pós-Graduação em: Engenharia de Petróleo e Gás; Geologia e Geofísica de poço em reservatórios de Petróleo e Gás; Logística de Petróleo e Gás (estes com duração de 361 horas) e Engenharia Naval e Offshore (duração de 496 horas)

Técnico em Operação de Produção de Petróleo e Gás Natural – Campos (RJ) e Niterói (RJ). Duração: 1.440 horas Técnico Industrial em Tecnologias Finais do Gás – Rio de Janeiro. Duração: 1.140 horas Pós-Graduação em: Automação Industrial dos Sistemas de Produção, Refino e Transporte – Rio de Janeiro. Duração: 400 horas Curso Técnico de Petróleo e Gás – Benfica (RJ); Campos (RJ) Duração: 1.420 horas • Pintor Industrial - Pádua (RJ); Macaé (RJ) Duração: 216 horas • Mergulhador Profissional Raso – (RJ) Duração: 300 horas • Soldador Subaquático – Macaé (RJ) Duração: 476 horas • Especialização em Automação Industrial dos Sistemas de Produção, Refino e Transporte de Petróleo - Tijuca (RJ) Duração: 418 horas PARTICULARES CENTRO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL JFW www.jfw.com.br Tel: 0800-021-2000 Capacitação em: Petróleo e Gás. Duração: 8 meses (90 horas) Carga horária semanal: 3 horas ENPROTEC www.cursosenprotec.com.br Tel.: (21) 3705-7199 Cadeia Produtiva do Petróleo (1 ano) UGF (UNIVERSIDADE GAMA FILHO) www.ugf.br Tel.: (21) 2599-7100 Graduação em: Engenharia do Petróleo (duração de 5 anos); Tecnológica em Petróleo e Gás (3 anos)

Foto: Divulgação CNI

SENAI www.cursosenai.firjan.org.br Tel.: (61) 3317-9000/9001 ou 0800 0231 231

• Especialização em Engenharia de Construção e Montagem de Tubulação Industrial – ênfase em Petróleo e Gás – Tijuca (RJ) Duração: 392 horas • Especialização em Engenharia de Petróleo - Tijuca (RJ) Duração: 412 horas • Extensão – Sistemas de Produção, Refino e Transporte de Petróleo – Tijuca (RJ) Duração: 34 horas • Extensão em Instrumentação Industrial Aplicada à Indústria de Petróleo – Tijuca (RJ) Duração: 32 horas • Refino de Petróleo - À distância Duração: 24 horas PUC-RIO (PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA) www.puc-rio.br Tel.: (21) 3527-1001 Graduação em: Engenharia do Petróleo (duração de 4,5 anos) Pós-Graduação em: Química Analítica do Petróleo; Engenharia de Petróleo; Engenharia de Dutos; Gás Natural; Estrutura da Indústria de Petróleo, Gás e Derivados ESTÁCIO www.estacio.br Tel.: (21) 3231-0000 Graduação em: Engenharia do Petróleo (duração de 5 anos); Tecnológica em Automação Industrial (duração de 3 anos); Tecnólogo em Petróleo e Gás (duração de 2,5 anos)

UNISUAM (CENTRO UNIVERSITÁRIO AUGUSTO MOTTA) www.unisuam.edu.br Tel.: (21) 3882-9797 Graduação em: Engenharia de Petróleo (duração de 5 anos) UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO www.cursosoffshore.com.br Tel.: (21) 2253-2147 / (22) 2772-6788/2759-1164 Graduação em: Engenharia de Construção e Montagem de Tubulações Onshore e Offshore (19 meses); Engenharia de Construção Naval e Offshore (20 meses); Engenharia de Equipamentos na Indústria do Petróleo (19 meses); Engenharia de Inspeção e Manutenção de Equipamentos Onshore e Offshore (20 meses); Engenharia de Petróleo e Gás (19 meses); Engenharia Submarina (20 meses) MBA em: Qualidade, Segurança, Meio Ambiente e Saúde Onshore e Offshore (19 meses); Engenharia e Gestão de Projetos, com ênfase em sistemas e equipamentos industriais e navais (20 meses). Todos os cursos em Macaé e no Rio de Janeiro UNIGRANRIO www.unigranrio.br Tel.: (21) 3882-9797 Graduação em: Engenharia de Petróleo e Gás; Tecnológica em Petróleo e Gás CENTRO DE TREINAMENTO ESPECIALIZADO SIÃO www.cetessiao.com.br Guia do Estudante 4

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cursos opinião

PROJECT-EXPLO – SP www.project-explo.com.br Tel.: (11) 5589-4332 – Ramal: 217 Aperfeiçoamento em áreas classificadas: Elétrica, Instrumentação, Projetos, Montagens e Manutenção Datas: 14 e 16, 28 a 30 de setembro; 19 a 21, 28 a 30 de outubro; 9 a 11, 23 a 25 de novembro; 7 a 9, 14 a 16 de dezembro de 2010. Analista Técnico de Segurança Contra Explosões Datas: 14 a 16, 28 a 30 de setembro; 19 a 21, 28 a 30 de outubro; 9 a 11, 23 a 25 de novembro; 7 a 9, 14 a 16 de dezembro de 2010. CAPITAL HUMANO ESCOLA DE NEGÓCIOS / FGV www.capitalhumano-fgv.com.br MBA Gestão de Negócios em Petróleo e Gás Carga horária: 432 h/a Aulas quinzenais aos sábados, das 8h das 17h40. UNIVERSIDADE IGUAÇU www.unig.br Tels.: (0xx21) 2765-4000 / 2765-4024 / 0800-0212013 Engenharia de petróleo: graduação Duração de dez períodos letivos, com carga horária total de 4.200 horas aula. Tecnologia em petróleo e gás: graduação tecnológica O curso é composto por seis módulos, com carga horária total de 2880h com três anos de duração. CET-FAESA / FACULDADE DE TECNOLOGIA FAESA VITÓRIA/ES 54

Guia do Estudante 2012

Foto: Patricia Santos, Agência Petrobras

Tel.: (22) 2791-5058; 9933-7439 Soldador Eletrodo Revestido (6G) – Macaé; Soldador TIG – (6G, soldador com argônio) – Macaé

www.cetfaesa.com.br Contato: lotavioc@cetfaesa.com.br Tecnologia em Petróleo e Gás Duração: 2,5 anos UNIVEN - FACULDADE DE NOVA VENÉCIA www.univen.edu.br Tecnólogo em Gestão de Produção de Petróleo e Gás Carga Horária: 2440 h/a Regime: Seriado semestral Duração mínima: três anos Duração máxima: cinco anos Vagas Iniciais: 100 (cento) por ano Turno: Noturno UVV - UNIVERSIDADE VILA VELHA Telefone: (27) 3421-2041 E-mail: jnicolau@uvv.br Engenharia de Petróleo Coordenador: José Maria Rodrigues Nicolau Regime: semestral Duração: 5 anos Telefone: (27) 3421-2041 E-mail: jnicolau@uvv.br Engenharia de Produção

Coordenadora: Gesiane S. Pereira Regime: semestral Duração: 5 anos Telefone: 27) 3421-2065 E-mail: engproducao@uvv.br Tecnológicos - Petróleo e Gás Coordenadora: Maria Araguacy Rodrigues Simplicio Regime: semestral Duração: 3 anos Telefone: (27) 3421-2086 E-mail: maria.simplicio@uvv.br FACULDADE NOVO MILÊNIO Informações: Graduação - 7h às 21h / Pós-Graduação - 15h às 19h Tel. 3399-5555 Campus Vila Velha Av. Santa Leopoldina nº 840 - Coqueiral de Itaparica Vila Velha/ES CEP 29102-040 Graduação em Petróleo e Gás Duração 3 anos Turnos: noturno tgsi@novomilenio.br (27) 3399.5551


eventos opinião

Maio

12 a 14 - Arábia Saudita 2012 Index Local: Jeddah Tel.: +971 (0)4 438 0355 JaafarShubber@dmgevents.com www.dmgevents.com

22 a 25 - Brasil Subsea Forum Rio 2012 Local: Rio de Janeiro, RJ Tel.: (+55 21) 2112-9000 eventos@ibp.org.br www.ibp.com.br

15 - Brasil Business Design Local: São Paulo, SP Tel.: 11 3132-7250 inovacaohbr@infinityce.com.br www.hbrinovacao.com.br

Junho

12 a 14 - Canadá Global Petroleum Show & Conference Local: Calgary, Alberta ashifmerani@dmgevents.com www.dmgevents.com

24 a 26 - Canadá Oil Sands - Heavy Oil Technologies Local: Calgary, Alberta Tel.: +1 713 963 6242 bobt@pennwell.com www.pennwell.com

24 a 28 - Canadá IPC 2012 - International Pipeline Conference Local: Calgary, Alberta Tel.: (403) 228-6374 laandmrb@shaw.ca www.shaw.ca

24 a 26 - Arábia Saudita The 4Th Saudi Arabia International Oil & Gas Exhibition Local: Arábia Saudita email: exhibition@saoge.org www.saoge.org

Outubro 27 a 29 - EUA Latin America Oil & Gas Local: Miami, Flórida Tel: +44 20 79780336 email: kwetselaar@thecwcgroup.com www.cwclatamoilandgas.com

Setembro

08 a 11 - Inglaterra Gastech Conference & Exhibition Local: Londres Tel:+44 (0) 203 180 6550 johnbates@dmgevents.com www.gastech.co.uk

Novembro 21 a 24 - Inglaterra 4th African - Gas LNG Local: Londres Tel.: + 44.77.39.45.77.69 duncan@glopac-partners.com www.petro21.com

11 a 13 - Brasil Jornada Infinity Recursos Humanos Local: Rio de Janeiro, RJ Tel.: (+55 11) 3132-7260 www.infinityce.com.br

21 a 24 - Malásia Pipeline Pigging & Integrity Management Local: Kuala Lumpur Tel. +1 (713) 521-5929 info@clarion.org www.clarion.org

17 a 20 - Brasil Rio Oil & Gas 2012 Local: Rio de Janeiro Tel.: (+55 21) 2112-9000 eventos@ibp.org.br www.ibp.com.br

14 a 16 - China CIPTC 2012 Local: Pequim allen.wang@bmc-china.cn www.ciotc-top.com

27 a 29 - Austrália Deep Offshore Technology Local: Perth, Austrália Nicole Faeth +1 918 832 9347 annicolef@pennwell.com

Para divulgação de cursos e/ou eventos, entre em contato com a redação. Tel.: 21 3221-7500 ou webmaster-tn@tnpetroleo.com.br

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opinião

de Alexandre Nascimento, consultor de óleo e gás da Robert Walters

Oportunidade de carreira

para os juniores em óleo & gás Há muitos anos, cursos como medicina, direito, cominicação social e odontologia se tornaram os mais concorridos nas grandes universidades do Brasil. Todavia, ao escolher uma dessas carreiras, o estudante, além de se deparar com a grande concorrência no vestibular, ainda vai enfrentar com um mercado de trabalho saturado de profissionais e bastante competitivo.

A

ssim, reavaliar a escolha da profissão levando em consideração não apenas as habilidades pessoais, mas também o momento do mercado de trabalho, pode ser uma das melhores ferramentas para não se frustrar no futuro. A dica para quem ainda está escolhendo a carreira é conhecer e entender as profissões que estarão em alta nos próximos cinco anos e que prometem desenvolvimento profissional no longo prazo. Diante das positivas expectativas econômicas em torno do mercado de óleo & gás para o cenário brasileiro, este mercado tende a continuar sendo bastante promissor para a absorção de profissionais com formação em engenharia em seus diversos segmentos, principalmente na área upstream. Os maiores players de prestação de serviços especializados para a indústria de petróleo – como Schlumberger, Halliburton, Baker Hughes –, bem como grandes operadoras – entre elas, Shell, Maersk, Petra Energia e OGX –, que já estão instaladas e com significativos contratos e em pleno vapor de exploração e produção nos campos e bacias no Brasil e no exterior, têm oferecido oportunidades de desenvolvimento e carreira para recém-graduados das áreas de engenharia, destacando-se: engenheiro de campo para a área de fluidos de perfuração e engenheiro de reservatório. Tais demandas têm aumentado consideravelmente com o número de poços que estão sendo e serão perfurados nos próximos anos, ainda mais com as explorações no pré-sal e em campos maduros em operações onshore. Ainda na fase de exploração, os engenheiros eletrônicos, mecânicos, mecatrônicos, geólogos e engenheiros de petróleo vêm sendo absorvidos cada vez mais para atuação em operações de perfuração direcional com ferramentas de MWD/LWD. Deve-

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Guia do Estudante 2012

-se ressaltar a necessidade de profissionas com essas formações para atuação em desenvolvimento na área de completação de poços de petróleo, que por sua vez ainda é uma área com reduzido número de profissionais no Brasil e, com referenciais de remuneração ultrapassando a casa dos R$ 9 mil para profissionais recém-formados com atuação offshore. A área de construção naval no que tange à construção de plataformas e embarcações de apoio marítimo para atender a logística das operações de exploração e produção de óleo & gás, destaca-se o curso de engenharia naval, que depois da crise de 2003, vive o seu melhor momento. Profissionais com essa formação vêm sendo intensamente cobiçados por empresas de construção de plataformas como a Sete Brasil, Ocean Rig, CMO Ofshore, entre outras. Outrossim, essas mesmas empresas ainda tendem a absorver engenheiros com foco em comissionamento, além de engenheiros de projetos e planejamento, o que pode ser uma boa escolha de direcionamento para os engenheiros de produção que visam desenvolvimento na cadeia de óleo & gás. Certamente, não se pode deixar de citar o profissional com atuação 100% estratégica em todas as empresas, e que nesse mercado tem sido cada vez mais exigido e muito bem remunerado – o profissional de HSE (health safety and environment), aquele responsável pelo gerenciamento de todos os riscos, sobretudo ambientais que podem passar cada operação da empresa. Na hora da escolha da profissão, é válido olhar para o mercado de óleo & gás, avaliar a atuação dos diversos profissionais envolvidos nos mais variados tipos de operações, pontuar suas habilidades, somar tudo isso, alinhando de tal forma que se atinja um alvo. Esse alvo certamente vai ser a profissão que pode lhe render um futuro próspero no mercado.




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