Entrevista exclusiva
Educação e capacitação são os caminhos para o
FUTURO da indústria “QUANDO ESCOLHI MINHA
havia grandes dúvidas se tinha
carreira, não tinha a menor ideia
mesmo petróleo ou não. A tecno-
do que era. Fiz geologia e tenho
logia estava engatinhando. Nós
dificuldade de orientação em
vivemos uma verdadeira saga.
campo. Então, apareceu uma
Quando entrei na Petrobras, o
oportunidade na Petrobras para
Brasil produzia 150 mil barris/dia.
geofísico, que trabalha menos em
Vimos esse número crescer para
campo, e fiz essa escolha. Entrei
2 milhões. É um salto enorme.
BIOCOMBUSTÍVEIS (IBP),
no setor de petróleo sem conhe-
Poucas indústrias oferecem isso.
FARIA TUDO DE NOVO.
cer os detalhes, e o futuro se
E poucas gerações puderam tes-
revelou muito mais interessante
temunhar um crescimento desse
do que eu poderia supor”, diz ele.
tamanho”, conta.
SE PUDESSE VOLTAR NO TEMPO, O GEÓLOGO JORGE CAMARGO, PRESIDENTE DO INSTITUTO BRASILEIRO DE PETRÓLEO, GÁS E
IGUALZINHO. APAIXONADO
Ele destaca que o Brasil
PELA PROFISSÃO, ELE
coincidiu com o início do cresci-
cresceu na produção e, ao
SEGUIRIA A MESMA
mento da indústria de petróleo no
mesmo tempo, ganhou prestígio
Brasil. Na época, ninguém fazia
internacional.
TRAJETÓRIA E ASSUMIRIA Guia do Estudante TN Petróleo
O começo de Jorge Camargo
AS MESMAS ESCOLHAS PROFISSIONAIS, SEM MUDAR NADA. MESMO SABENDO QUE PARA CHEGAR AO TOPO É PRECISO SUAR MUITO A CAMISA Por Mehane Albuquerque
ideia dos rumos que essa história
“Éramos esquecidos. De
iria tomar. Os dois — Jorge e o
repente, na década de 70, com a
petróleo brasileiro — cresceram
Bacia de Campos, começamos a
juntos. O profissional construiu e
aparecer como um país na frontei-
vem consolidando sua trajetória
ra do desenvolvimento tecnológi-
ao longo dos últimos 38 anos. E
co. Passamos a ser notados pela
o petróleo, durante esse tempo
tecnologia offshore, que era uma
[quem diria?], surpreendeu a
coisa impensável naquela época
todos, revelando novas reservas
para um país de terceiro mundo,
que colocaram o Brasil em posi-
como era considerado o Brasil”.
ção de protagonista no cenário energético mundial.
Formado em geologia pela Universidade de Brasília, Jor-
“Minha geração teve o
ge Camargo tem mestrado em
privilégio de assistir a toda essa
geofísica pela Universidade do
transformação. Naquela época,
Texas. É presidente do Institu-