petróleo
Iara
“Todo o futuro de exploração de petróleo no Brasil foi anunciado naquela reportagem da TN Petróleo”, assegura ele.
Sobre o campo Rocha Mello explica que a função do sal é segurar o petróleo. Segundo ele, trata-se de uma camada impermeável, que funciona como se fosse uma tampa. E quando não está fraturada, segura todo o óleo debaixo dela. Por coincidência, explica, a rocha que gera todo o petróleo das bacias de Santos, Campos e Espírito Santo está debaixo do sal. “Dessa forma, todo o petróleo que descobrimos antes do pré-sal escapou por falhas ou fraturas dessa camada, e se depositou nos reservatórios do pós-sal, como acontece na Bacia de Campos. Nas áreas em que o sal está intacto, todo o óleo está guardado. Há alguns anos 32
TN Petróleo Estudante
as pessoas diziam que o principal problema eram as condições físicas desses reservatórios ultraprofundos. Que seria preciso atravessar uma camada muito espessa de sal e que a temperatura seria muito alta, talvez até superior a que possibilitasse a preservação de hidrocarbonetos”, explica. O geólogo diz que, na opinião dessas pessoas, o que estivesse lá embaixo estaria destruído. Outras diziam que no pré-sal havia a rocha que gerou o óleo, mas não tinha a rocha-reservatório. Mas depois da primeira perfuração, a duras penas, descobriu-se que se tratava de um paradigma infundado, porque o sal não só é selante, mas também tem uma condutividade muito grande de calor, permitindo que lá embaixo fique mais frio. E por ser flexível, age como se fosse um colchão, e não permite que a
pressão seja transmitida para as outras camadas. “Essa formação tem quase 2.000 km, e se estende desde o Espírito Santo a Santa Catarina. Isso quer dizer que existe uma área de 2.000 km onde as mesmas condições geológicas de Tupi podem se repetir várias vezes, e que podemos descobrir mais dois, três, quatro, seis ou mais campos como o de Tupi sem nenhum problema”, assegura Rocha Mello.