TN Petroleo Guia do Estudante 2008

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Foto: Stéferson Faria, Petrobras

Auto-suficiência A decreto de nacionalização de Evo Morales, presidente da Bolívia acabou ofuscando as comemorações do governo brasileiro pela auto-suficiência em petróleo no Brasil, anunciada 10 dias antes, em 21 de abril de 2006, durante o início das operações da plataforma P-50, na Bacia de Campos, que contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A estrutura é a maior em operação no Brasil, acrescentando à produção nacional 180 mil barris de petróleo diariamente. Unidade flutuante do tipo FSPO (produz, processa, armazena e escoa o óleo e o gás), a P-50 responde sozinha por 11% de todo o óleo extraído no país. Além de produzir petróleo, a plataforma tem capacidade de comprimir seis milhões de metros cúbicos de gás natural e de estocar outros 1,6 milhão de barris de petróleo. Problemas na plataforma, porém, atrasaram em dois meses a tão sonhada autosuficiência sustentada. A estatal

fechou o ano com produção de quase 2 milhões de barris por dia – 200 milhões a mais que o consumo médio do país, de 1,8 milhão de barris por dia. De acordo com o conceito adotado pela Petrobras, a autosuficiência é conquistada a partir do momento em que há disponibilidade de petróleo produzido nos campos nacionais em volume igual ou superior ao consumo e à capacidade de refino do país para atender à demanda do mercado brasileiro.

Pré-Sal – Uma longa história Tupi. Este é o nome informal do campo de petróleo que colocou os holofotes da indústria internacional de petróleo sobre o Brasil. Na seqüência vieram Júpiter e os demais campos do chamado pré-sal: Parati, Carioca, Bem-te-vi e Caramba, entre outros, por enquanto. O pré-sal, é uma área que se estende por 800 km, do Espírito Santo a Santa Catarina, e pode conter bilhões de barris de óleo equivalente (boe). Somente no campo de Tupi, na bacia de

Santos, a reserva estimada pela estatal é de entre 5 e 8 bilhões de boe. O Brasil tomou conhecimento da chamada camada do présal em novembro de 2007, quando a Petrobras veio a público informar sobre a descoberta do megacampo de Tupi, na Bacia de Campos. Mas o potencial desta nova fronteira exploratória já tinha sido objeto de reportagem na revista TN Petróleo, que em 2002 entrevistou o geólogo e especialista em sísmica Márcio Rocha Mello, dono da HRT, empresa que desde aquela época vem aprofundando os conhecimentos sobre o assunto através de pesquisas baseadas na última palavra em tecnologia da sísmica com imagens em 3D (modelagem composicional 3D de sistemas de petróleo). Na entrevista de 2002, Rocha Mello abordou as pesquisas feitas no pré-sal, e adiantou, com base nos estudos realizados pela HRT, o que viria a ser confirmado cinco anos depois, com o anúncio da descoberta do Campo de Tupi. TN Petróleo Estudante

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