Versus Magazine #18 Fevereiro/Março 2012

Page 31

temas interligados de certa forma, que vem dar azo a esta nova era de renascimento pelo qual os Darkside of Innocence estão a passar. Foi-te fácil compor para este álbum, aquela necessidade que todos os artistas têm, mesmo com a perda de membros? Há algumas músicas que te transmitem mais do que outras? Como quase toda a música que temos feito, «Xenogenesis» teve os seus contornos mais delicados que levaram alguma frustração e fragilidade a quem foi interveniente na sua composição. É um álbum que marca uma época de transição, de uma banda que se formou há sete anos atrás, quando éramos crianças inocentes com meros sonhos e fantasias sem qualquer rumo ou saber, para um projecto que tem agora no seu cerne alicerçada uma noção bem mais consciente e assente do que se deve projectar no meio em que nos encontramos. Na verdade, é engraçado porque, no álbum há exactamente duas fases; uma que representa o culminar dessa experiência enquanto banda – as últimas três músicas excluindo a outro -, e uma fase que reflecte bem esse renascimento – as três primeiras faixas excluindo a intro. No geral o álbum apraz-me sem temas predilectos, fazendo fluir cada um destes com as suas especificidades. Quando crio álbuns todos os temas têm que estar ao mesmo nível na minha consideração. Gostei imenso da capa. Como surgiu a ideia para a idealização da mesma? Obrigado. Especificamente é uma imagem que trata da cada vez maior influência que Sophia tem sobre nós - seres vivos capazes de sentir compassividade. Aquela sombra a projectar uma serpente – que demonstra sapiência - para dentro da boca do personagem em foco, representa a forma como cada vez mais somos sujeitos a atingir o modelo de singularidade, à medida que vamos conhecendo o universo e abrangendo os nossos padrões éticos a todos os tipos de vida sensível à dor e ao prazer. É engraçado como parece de todo uma entidade maligna com motivações macabras, mas acho que a minha intenção foi mesmo a de representar uma espécie de vírus que se quer alastrar violentamente e vive à sombra da própria vida, ainda que a sua necessidade

de existência, possa ser considerada como algo benévolo. Foi um processo de lenta incrementação com variações tremendas. As ideias nunca surgem acabadas – pelo menos comigo – e neste caso não foi excepção. É a moldura de um espaço temporal, em que vários fenómenos ocorrem e me inspiram consecutivamente para criar arte. O que consideras ser melhor para promover um agrupamento? Uma editora que edita álbuns da forma mais convencional ou a Internet, que possibilita o download pago e ajuda mais a banda, mesmo que seja mais difícil arranjar concertos? Acho que a conciliação das duas possibilidades, é o caminho para um sucesso de vendas. Pretendes adquirir mais membros de modo a poderes promover a banda, tanto a nível nacional como internacional? Em suma, há já planos para alguns concertos este ano? Sim. É um dos sectores em que me encontro a trabalhar actualmente, não só para possibilitar as desejadas actuações em eventos ao vivo, como para poder compor um novo registo. Posso adiantar, que me encontro a trabalhar com dois músicos, que em principio constituirão parte do núcleo que a longo prazo deverá antes de tudo, ser sólido. Relativamente aos concertos, não me concerne propriamente apressar as coisas. Como referi numa das questões prévias, existiu um renascer no seio dos Darkside of Innocence, sendo que, nesta fase tão prematura é totalmente impensável levar o projecto para a estrada infelizmente. Agradeço-te imenso pelas respostas. Deixa um comentário final. Aproveito para te parabenizar pelas questões realizadas e pelo trabalho que tens vindo a efectuar. Confesso ainda que comentei há uns dias com o Joel – da Infektion Records – como as perguntas estavam muito bem elaboradas e deu-me gozo poder responder a estas. Entrevista: Jorge Ribeiro de Castro


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.