Versus Magazine #13 Abril/Maio 2011

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dos – preferindo na maior parte dos casos ler sempre o mesmo tipo de artigos. Já publicaste a primeira e a segunda partes, referentes aos anos 60 e 70. Qual tem sido o feedback? Está a corresponder às tuas expectativas? O feedback tem sido pouco, pelo que sim, está a corresponder às minhas expectativas. Nos primeiros tempos absolutamente ninguém se pronunciava, como é hábito do português. Dá trabalho participar, dar opinião, incentivar ou criticar construtivamente. Não sabia se as pessoas gostavam ou não. Agora já sei que o trabalho tem aceitação junto do público mas falta mais feedback. Noutro país de mentalidade mais aberta um trabalho destes gozaria de uma significativa adesão dos leitores e até já teria convites para publicação profissional em suporte de papel ou digital. Qual será o próximo capítulo publicado? O que poderemos esperar? O próximo texto a ser publicado é aquele que nos vai levar de 1974 até 1979, seguindo-se a década de 80, para o trabalho terminar em 1995. Rigor e detalhe é o que os leitores podem continuar a esperar. Qual é a previsão de conclusão do trabalho? A conclusão está prevista para Janeiro / Fevereiro do próximo ano – mas é sempre possível uma ligeira derrapagem temporalmente falando. Depois da publicação online, pode seguir-se a publicação em papel? Quem sabe? Já algumas pessoas me colocaram essa questão mas ainda é prematuro pensar nisso. É uma hipótese que não descarto; aliás, é até bastante interessante, mas – dado o panorama desolador que existe em Portugal neste campo – a edição em livro terá que passar sempre pela edição própria, o que implica investimento financeiro da minha parte. Mas a realizar-se esta ideia os órgãos de comunicação social terão conhecimento dela atempadamente.

AS BANDAS Em relação à recolha de informação que estás a realizar, qual foi a tua maior supresa? Foi verificar que as primeiras bandas nacionais influenciadas pelo heavy / hard rock internacional se formaram na segunda metade dos anos 60. Esta data traduz bem a longevidade da música pesada feita em Portugal. Por outro lado, a constatação de que vários músicos pertencentes a alguns colectivos da época transmitem versões totalmente distintas, por vezes até contraditórias, acerca da formação e história das respectivas bandas, o que dificulta imenso o processo de investigação e redacção dos textos. Finalmente, a qualidade técnica e musical das bandas da época deixou-me impressionado. De todo o percurso do metal em Portugal, qual é para ti a banda mais incompreendida, aquela que – apesar da sua qualidade – nunca atingiu a projecção merecida? Porquê? Os RAMP, sem dúvida, porque são um exemplo de trabalho e de qualidade musical e técnica. Estão longe de ser regulares nas edições mas todo o investimento pessoal e grupal que está na génese de cada álbum, de cada espectáculo, é monumental. São um dos mais dignos representantes do Metal Português, mas se calhar as fracas estruturas de exportação do produto metaleiro que Portugal possui inviabilizaram a construção de uma carreira internacional. Da mesma forma, qual é para ti a banda que teve maior projecção sem a merecer? Porquê? Não vou dizer nomes. Há alguns que mesmo sem talento vêem muito cedo a sorte bater-lhes


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