Versus Magazine #13 Abril/Maio 2011

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“Raramente leio críticas. (…) Este álbum é Falkenbach no seu estilo próprio: não pretendia mudar, não sinto a necessidade de o fazer” As passagens nessas línguas que surgem nas minhas canções correspondem sobretudo a citações de Tácito, do Edda e de outras fontes antigas. O meu domínio dessas línguas é, portanto, bastante reduzido. As capas dos teus álbuns parecem-me muito apelativas. Por que decidiste usar quadros representando cenas do universo nórdico vistas por pintores dos sécs. XIX e XX como elementos da tua estética? Demoro sempre bastante tempo a encontrar o que quero para a capa de um dos meus álbuns. Não sei o que procuro à partida, mas, assim que vejo algo que me pareça adequado, sei logo que era aquela imagem que eu procurava. De facto, há uma ligação, mas não sei explicar-te como é que ela se estabelece: manifesta-se e eu sei que é a certa. A tua música é, simultaneamente, melódica e violenta, desesperada e épica. Como crias um universo musical tão particular? Onde encontras a tua inspiração? A inspiração – pegando no teu termo – não se pode explicar de modo nenhum. Chega na altura certa e não há modo de eu forçar a minha mente a produzir outras ideias. Manifesta-se, independentemente do lugar onde estou, da forma como me sinto, e impõese. Por vezes, passo muito tempo sem ter novas ideias e nada posso fazer quanto a isso. É a própria inspiração que decide como é que a minha música vai soar, quando surgir na minha mente. Em Janeiro de 2011, ocorreu o lançamento de «Tiurida», seis anos depois do teu último álbum. O que aconteceu? Precisei de todo esse tempo para criar as faixas deste álbum e as aprimorar. Não tinha a intenção de fazer uma pausa no meu processo criativo. Foi apenas porque precisei desse tempo para o álbum sair exactamente como eu pretendia que ele fosse. Como já referi, nada posso fazer senão esperar, quando as novas ideias demoram mais tempo a manifestar-se na minha mente. Que reacções ao álbum tens recebido até agora? Li algumas críticas e variam muito: uns vêem este álbum como uma repetição dos anteriores e outros como uma nova direcção na carreira de Falken-

bach. O que pensas sobre isto? Raramente leio críticas. A única coisa que posso dizer é que essas observações não têm nada de estranho: normalmente, surgem opiniões muito diferentes, cada vez que sai um novo álbum, seja de quem for. Este álbum é Falkenbach no seu estilo próprio: não pretendia mudar, não sinto a necessidade de o fazer. Ao ouvir a faixa instrumental – “Tanfana” – , fiquei com a sensação de que correspondia a um tema tradicional oriundo do teu universo cultural. Estou certa? Sim, é verdade. É fácil perceber isso, se se tiver alguns conhecimentos sobre esse assunto. Basta pesquisar na net. Desta vez, escolheste para a capa do álbum um quadro de um pintor americano do séc. XIX, embora fosse de origem alemã. Que relação há entre a paisagem representada nesse quadro e o universo nórdico que Falkenbach faz reviver? Não pretendia criar nenhuma relação com um “universo nórdico”, mas sim com a música de Falkenbach. Nem mais, nem menos do que isso! O lançamento de «Turidia» vai dar uma nova vida a Falkenbach? Sou uma fã que gostava de ter a oportunidade de ver a banda ao vivo. Neste momento, há boas hipóteses de serem marcados alguns concertos, num futuro próximo. Mas ainda não é 100% seguro. Só o tempo poderá dizer se esta ideia se vai concretizar. Mas, para teres notícias, basta consultares o site oficial: www.Falkenbach.de ou Facebook.com/OfficialFalkenbach. Obrigado pelo apoio. Entrevista: CSA


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