Versus Magazine #13 Abril/Maio 2011

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concertos ao vivo. Yeah, estou surpreendido comigo mesmo! De facto «The Living End» é a música mais catchy do álbum. A mais Gothic Metal, no verdadeiro sentido daquilo que é Gothic Metal hoje. Porquê esta aproximação ao Gothic Metal? O que é Gothic Metal, afinal de contas? [Pausa] eu não tenho nenhuma ideia do que seja. [Risos] Parece que toda a gente categoriza o Metal como gótico sempre que há uma banda com uma voz feminina e um riff mais pesado. Para mim, eu não vejo nada de gótico neste tipo de bandas. O que eu vejo é que «The Living End» é uma música muito Gothic Doom Metal porque tem uma força própria, na mesma onda dos Sister of Mercy de antigamente ou os Fields of Nephilim, ou aquele ambiente mais sombrio dos anos 80, misturado com material mais pesado de hoje. Penso que o termo Gothic Metal ou Gothic isto ou aquilo é demasiado utilizado, levando a que o próprio conceito base fique de tal modo deturpado, que já mais ninguém sabe o que significa. Provavelmente o mesmo acontece com o Black Metal, tudo é Black Metal, desde que tenha uma voz mais rasgada. Para mim, não vejo o Gothic Metal desta forma simplista, o que mais conta é o feeling que emanasse do soft, a representação de algo totalmente diferente, algo antigo, de outrora. Gothic até á raiz! [Pausa] Muita gente compara-nos aos Tristania e afins, mas, para te dizer a verdade, nunca ouvi uma canção deles. Não conheço a banda. Não faz parte do meu background. Então qual é o teu background? O meu background é Judas Priest, Black Sabbath… Sou um metaleiro da velha guarda. Não oiço muito destas coisas novas, não vejo nada de mal naquilo que se faz hoje, até porque são grandes bandas, mas não tenho opinião formada, porque não conheço. Então qualquer comparação ou colagem ao Metal Gótico actual é infundada e injusta, porque é um universo que desconheces. Certo? Certo. Então qual foi o ponto de partida de «The Living End»? Inicialmente, a minha ideia era transportar esta música para os anos 80 e dar-lhe uma conotação «vintage». Então compus estes riffs, que soam algo antigo, repletos de sujidade, que são uma mistura entre o lado mais estranho de Fields of Nephilim e os Sabbaths dos anos 80, aquele Sabbath vintage, isto

é como vejo esta música. Mas percebo que outros vejam esta música de outra forma. Foi assim que a concebi… Resta-me frisar que não tomo inspiração de nada, escrevo no momento, com o estado de espírito do momento, nada mais. Evidentemente, que oiço muito do metal de outrora, especialmente Metal Gótico de há muitos anos, e estas são as minhas principais influências. Farás algum vídeo para «The Living End», como já sucedeu com «Majesty»? Talvez… acabamos de fazer o vídeo de «Majesty» na Roménia, e o tipo que o realizou disse “porque é que não me mostraste «The Living End» antes de fazermos o «Majesty»?” Pois… ele sentiu que faltava uma ligação entre o metal mais antigo e o actual. Eu acabei por lhe responder que ficava para a próxima. Por falar do vídeo «Majesty», tu e a Carmen voaram até à Roménia. Como é que correu a experiência? Foi muito fixe, ao mesmo tempo imensamente estranha. Filmámos em dois locais distintos. Um foi numa floresta e o outro foi numa igreja em ruínas ou era um mosteiro, não sei. Só sei que foi um dos locais mais estranhos desta viagem e que de certa forma despontava algo de mágico e supersticioso. O realizador foi Costin Chioreanu, que também assinou a capa de «Onyx», um velho conhecido meu e da banda que sabe bem aquilo que eu pretendo, pelo que, se desenvolveu uma excelente colaboração entre nós os dois. Depois é uma pessoa interessante e profissional, que se interessa em tudo o que gira à sua volta, pelas pessoas da equipa, o que me deixa lisonjeado. Foi uma extraordinária colaboração. O vídeo está online desde Fevereiro, para todos o verem.

A emancipação dos Ava Inferi «Onyx» é o quarto álbum dos Ava Inferi pela Season of Mist. Para uma banda que só começou em 2005, e tendo em conta as dificuldades de hoje, acho um feito notável. Como é que vês esta sólida evolução num curto espaço de tempo? Qual é o segredo que escondes? Não há nenhum segredo, digo-te com sinceridade... ou talvez o segredo seja eu ser um workaholic [Risos]. Mas não, sinto que tenho um dom para a música. [Pausa] Eu sei que posso estar a ser arrogante, mas no fundo consigo fazer este tipo de coisas e escrever imensa música. Esta é a minha vida, é dela


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