5ª edição - Revista Pivot Point

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Editorial

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Palavra do Presidente

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Entrevista

ANDRÉ LUÍS FERNANDES: CAFEICULTURA IRRIGADA

Revendas Valley O HOMEM QUE MUDOU A AGRICULTURA NO ALTO PARANAÍBA

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Visão de Mercado UM NOVO PONTO DE INFLEXÃO

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Giro de notícias

Direto da Fábrica VALMONT INAUGURA NOVO CENTRO ADMINISTRATIVO EM UBERABA

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Aconteceu

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Matéria de Capa HORTALIÇA IRRIGADA: DIFERENCIAL NO MERCADO DE ALIMENTOS

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Mundo Valley

CONVENÇÃO DOS REVENDEDORES VALLEY

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Mundo Valley

VALLEY OFERECE CURSO ON-LINE GRATUITO

Brasil Afora

COSTA BEBER: AGRICULTURA FAMILIAR ALIADA ÀS TECNOLOGIAS

Economia no Campo

IRRIGAÇÃO AUMENTA PRODUTIVIDADE NO CAMPO

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Finanças

QUAL O MÍNIMO QUE SUA EMPRESA PRECISA VENDER POR MÊS?

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Por Dentro da Irriger NDVI IRRIGER - ACOMPANHAMENTO POR SENSORIAMENTO REMOTO EM ÁREAS DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA

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Pergunte a Valley

Coluna do Professor A FENICAFÉ E A IRRIGAÇÃO NO CAFEEIRO

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N O T A

D O

EDITOR

Caro leitor, A primeira edição do ano está em suas mãos repleta de boas histórias. Nós, aqui da Valley, fazemos questão de ir nós mesmos a campo conversar com clientes e revendedores para buscar cada umas dessas histórias. Conversamos com três clientes que cultivam hortifrúti, um no RS e dois em MG, e um deles, de São Gotardo, está entre os primeiros a utilizar nosso novo produto que é a Base Station 3. Na reportagem você conhecerá mais sobre essa tecnologia, importante principalmente para culturas que requerem mais cuidados, como é o caso do hortifrúti. Fomos a São Luiz Gonzaga ouvir a história da família Beber que contraria a ideia de que agricultura familiar será sempre de baixa escala e pouco valor agregado. Eles começaram bem pequenos e agora têm uma produção de alto valor agregado e toda a família envolvida no negócio. Nossa entrevista é com o agrônomo doutor André Fernandes, umas das maiores autoridades em café irrigado do Brasil. André Fernandes nos brinda com respostas objetivas sobre o café irrigado e cheias de dados que irão ajudar o produtor na tomada de decisão. Também vamos contar a história de um dos nossos mais tradicionais revendedores. Paulino, da Pivotec, conta como começou a empresa e os desafios de trazer a cultura da irrigação para região de São Gotardo, que hoje está repleta de pivôs Valley. Na seção “Pergunte a Valley”, nosso supervisor comercial Walter Sperling, da região sul do Brasil, responde sobre as características do Pivô 5 polegadas que para pequenos e médios produtores, especialmente no RS, tem tido uma excelente receptividade. Não deixe também de acompanhar o Programa Marcas e Máquinas aos sábados no Canal Rural ou direto no nosso canal do YouTube. Esse ano temos uma nova série de reportagens com histórias fantásticas colhidas em todo Brasil. Ótima leitura e até a próxima! André Ribeiro

Editor

André Ribeiro

Coordenação

Dimas Rodrigues

Reportagens

Karine da Fonseca Emília Zampieri Faeza Rezende Banco DLL

Revisão

Larissa Martins

Fotografias

Mayko Sérgio P. Melo Maurício Araújo Leandro Brant Alysson Oliveira Tiago Ferraz

Projeto Gráfico Bold Propaganda

Colaboradores

Everardo Mantovani Nelson Sá Bruna Abdanur Carlos Reiz Elbas Alonso Luiz Pelizzon Marcus Schmidt Walter Sperling Valley Finance - Banco DLL Amilcar Centeno Marinho Antunes

Entre em contato com a Revista Pivot Point Brasil marketing@valmont.com.br

Pivot Point Brasil é uma publicação da Valmont Indústria e Comércio Ltda.


P A L A V R A

D O

PRESIDENTE

revendas para 6. Três novos parceiros de alto nível que já entraram na rede fazendo negócios. Temos um supervisor de vendas e um técnico pós vendas residindo no RS além do nosso banco parceiro, o DLL, que fica em Porto Alegre. Nos próximos dias deveremos anunciar a nossa sétima revenda no estado que deverá ser em Passo Fundo. Os eventos “Meu Primeiro Pivô” têm sido um sucesso, em média colocamos 40 produtores “não irrigan-

Caros clientes, revendedores e equipe Valley,

tes” em cada evento para ouvir sobre características do produto, projeto, obtenção de licenças e financiamentos

Nessa primeira edição do ano da revista só temos

direto dos profissionais responsáveis por essas áreas.

coisas boas para contar e que nossa conversa, estou

Esse ano já realizamos 3 eventos e temos mais 8 pro-

certo permanecerá assim: sempre positiva ao longo

gramados ao longo do ano.

deste difícil ano para todos os brasileiros.

A Irriger tem novidades também. Agora os clientes

Para começar, estamos muito felizes em iniciar o

Irriger terão no pacote de serviços os equipamentos

ano inaugurando o nosso novo escritório que represen-

AgSense que permitirão o monitoramento e operação

ta o final de um ciclo de investimento de 5 milhões de

dos pivôs de forma remota. Isso aumenta a eficácia do

dólares na nossa fábrica em Uberaba. Também estamos

serviço e melhorará os resultados entregues ao produ-

felizes com a mudança da sede da Irriger de Goiânia

tor.

para as novas instalações em Uberaba.

Enfim, todos nós da Valley, incluindo nossa rede

Além disso, estamos percebendo uma sensível me-

de revendas, apesar do cenário adverso seguimos tra-

lhora nos negócios, principalmente em função dos resul-

balhando duro, sempre de forma otimista e sempre em

tados da nossa primeira feira do ano que foi a Expodire-

frente, não há outro caminho. Sabemos que nossos

to no RS, realizada em fevereiro. Estamos preparando

clientes pensam e fazem o mesmo.

uma bela Agrishow para nossos clientes e com muitas novidades. Esperando-os para um café e um bate-papo

Aproveitem a revista e ótima leitura!

sobre irrigação. Estamos felizes também porque estamos reforçan-

João Rebequi

do nossa atuação no Rio Grande do Sul. Saltamos de 3 7


Entrevista

ANDRÉ LUÍS FERNANDES: CAFEICULTURA IRRIGADA por Emília Zampieri Professor Doutor André Luís Teixeira Fernandes é um dos maiores entendedores de cafeicultura irrigada do país. Engenheiro agrônomo e mestre em Irrigação e Drenagem pela ESALQ/USP, também é Doutor em Engenharia de Água e Solo pela FEAGRI/UNICAMP. Como bom entendedor do assunto, publicou vários artigos em periódicos especializados e mais de

300 trabalhos em anais de eventos e um dos autores do livro “Irrigação na Cultura do Café”. Para apronfundarmos mais sobre o tema, André Luís é nosso convidado especial para a entrevista dessa edição. Pivot Point - Muito se fala da necessidade de otimização dentro das propriedades rurais brasileiras. Qual é a importância da irrigação no processo de mecanização da produção de café?

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André Fernandes -Em função de aspectos relacionados ao consumo de energia, exigência e escassez de mão de obra e outros aspectos operacionais, os sistemas mais viáveis de irrigação para o cafeeiro têm sido os que utilizam menos mão de obra. Mesmo nas regiões com relevo mais ondulado, por exemplo no Sul de Minas Gerais, matas de MG e Espírito Santo, a mecanização das lavouras é cada vez mais necessária, já que grande parte dos custos de produção do café nestas regiões é devido à mão de obra, principalmen-


te da colheita. Quando a irrigação é automatizada e/ou mecanizada, como no caso dos pivôs centrais (para regiões mais planas) e gotejamento, os gastos com mão de obra são consideravelmente minimizados. Especificamente para os cafeicultores que adotam o pivô central, a mecanização de várias atividades é ainda mais vantajosa com o uso do próprio equipamento de irrigação para aplicação de fertilizantes, corretivos e defensivos com a água, permitindo desta forma a redução, de pelo menos, 10 operações tratorizadas/ano. PP - Na cafeicultura, quais as variáveis o produtor deve levar em consideração para tomar a decisão de irrigar sua lavoura? O principal aspecto a ser considerado é o econômico. Os custos de implantação de uma lavoura de café, até a primeira produção, chegam a R$ 20.000,00/hectare. Para o cafeeiro em produção, por ano, os gastos chegam a R$ 12.000,00/ha. O grande problema é que, mesmo com todo este investimento em fertilizantes, defensivos, práticas culturais etc., se faltar água em fases fenológicas cruciais para a produção, como a floração, frutificação e enchimento de grãos, a colheita é enormemente comprometida. A irrigação é uma garantia de produtividade em anos com déficit hídrico, anos estes cada vez mais comuns com a instabilidade climática em que se encontram nas principais regiões cafeeiras. Se convencido das vantagens de irrigar sua lavoura, o produtor deve conhecer os principais sistemas disponíveis, respeitar as legislações ambientais para que o projeto seja viável (licenciamento ambiental, outorga) e realizar todas as análises apurando todas as informações que cada sistema exige para que o empreendimento tenha sucesso, como o levantamento planialtimétrico, a quantidade e qualidade de água, a fonte de energia, o relevo, a variedade e o espaçamento do café, dentre outras. Veja no gráfico ao lado que os custos para irrigar a lavoura variam de 920 a 2000 dólares por hectare. PP - Quais áreas do país estão mais avançadas nesse quesito?

O benefício do uso da irrigação é mais evidente em regiões quentes, onde a temperatura média mensal dificilmente fica abaixo dos 19º C, como as novas fronteiras do café - Barreiras, Luiz Eduardo Magalhães e Cocos, na Bahia, além do norte de Minas Gerais. Nestas regiões, predominam a cafeicultura empresarial, com irrigação das lavouras com pivôs centrais (praticamente 95% das propriedades). Mas os casos de sucesso com a irrigação do cafeeiro são cada vez maiores em praticamente todas as regiões cafeeiras do Brasil. No Sul de Minas Gerais (maior região cafeeira do mundo), a irrigação do café com gotejamento tem crescido muito nos últimos anos. No Espírito Santo, principalmente na irrigação de café conilon, o gotejamento e os microjets são predominantes, com grandes produtividades das lavouras com baixos custos de produção. PP - Atualmente, muito se fala sobre o desafio de fazer mais com menos, ou seja, usar a tecnologia, as técnicas de irrigação, armazenagem e agricultura de precisão para melhorar a produtividade. Como você acredita que o agricultor pode encarar esse desafio: fazer mais com menos? A irrigação é uma tecnologia que melhora consideravelmente a realidade dos produtores de café do Brasil, já que garante produtividade, mesmo em anos de déficit hídrico, e também, se o sistema for eficiente, permite a aplicação conjunta na água de fertilizantes minerais e orgânicos, defensivos, corretivos, hormônios vegetais, dentre outros produtos, que levam a uma maior eficiência em todo o processo produtivo do café.

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Entrevista

PP - Estima-se que atualmente o Brasil irriga 10% de todo seu parque cafeeiro, o que responde a 25% de toda a produção. Quais os caminhos e desafios para aumentar a porcentagem irrigada? A área de café irrigada no Brasil está na ordem de 300.000 hectares. Podemos aumentar consideravelmente esta área se os sistemas fo-

rem corretamente dimensionados, se a legislação ambiental permitir e se for adotado um bom programa de manejo da irrigação. Basicamente, os sistemas de irrigação para o cafeeiro podem ser divididos em dois grandes grupos: sistemas de irrigação com aplicação da água em área total e sistemas de irrigação com aplicação localizada da água, que molham apenas parte da área onde a cultura está implantada.

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PP -Quais os principais desafios da cafeicultura brasileira para os próximos anos? Os principais desafios são os relacionados à disponibilidade de água e energia nas propriedades rurais. Em algumas regiões, devido à instabilidade climática e à falta de incentivo à reservação de água nas propriedades, mesmo com vontade dos cafeicultores em irrigar suas lavouras, a baixa disponibilidade de água e também a falta de energia são fatores impeditivos à implantação destes novos empreendimentos. Também é um desafio enorme seguir as legislações ambientais. O produtor, na maioria dos casos, deseja estar dentro da lei, mas seus pedidos de outorga e licenciamento, em alguns estados, chegam a demorar 5 anos para serem analisados e, às vezes, são negados. Outro problema é que no Brasil ainda não existe a política da reservação de água. Ainda não conseguimos convencer os governantes e legisladores ambientais que somos um país com extrema riqueza de recursos hídricos superficiais e subterrâneos, que podem, se bem manejados, serem utilizados para a produção de alimentos. Também não sabemos aproveitar a precipitação nas áreas rurais. Em média, chove 1750 mm/ano no país, mas este grande volume não tem sido armazenado nas propriedades para ser utilizado para a irrigação das lavouras anuais e perenes. E isto é um grande erro. Grandes economias agrícolas do mundo, como os Estados Unidos, reservam água da chuva e realizam barramentos em córregos e rios para utilizar para a irrigação. Mas eles podem.... Por quê? Fica aqui a pergunta.


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Revendas Valley

Alexandre e Paulino Tanaka à frente da Pivotec São Gotardo

O HOMEM QUE MUDOU A AGRICULTURA NO ALTO PARANAÍBA São 26 anos dedicados à venda de pivôs e um resultado impressionante: a região que não possuía nenhuma terra irrigada, hoje tem mais de 700 pontos por Faeza Rezende Ele é objetivo, de pouca fala e de muita ação. Foi o Sr. Paulino Tamotsu Tanaka que mudou a realidade da agricultura nas regiões de São Gotardo, Santa Juliana e outros mais 20 municípios do Alto Paranaíba, em Minas Gerais. O empresário apostou na irrigação como um negócio promissor, ainda na década de 90, quando não havia nenhum pivô instalado na região e conseguiu demonstrar

todo o potencial da irrigação e desenvolvê-la na região. “Hoje, é impossível imaginar a agricultura sem irrigação”, conta Sr. Paulino. Ele lembra que tudo começou quando trabalhava como eletrotécnico na extinta Cooperativa Agrícola de Cotia e conseguiu implantar 11 pivôs na propriedade da empresa. “Foram os primeiros equipamentos instalados na região. Atualmente, são mais de 700, sendo 90% com a nossa marca. Dediquei minha vida 12

para isso e fico muito feliz com esse crescimento”, comemora, orgulhoso. Assim que conseguiu vender os primeiros pivôs para a Cooperativa, Paulino Tanaka resolveu abrir uma revenda com dois amigos: Silvio Nishikawa e Joaquim Uieda. Surgia a Pivotec. A empresa funcionava em uma sala alugada em um posto de combustíveis de São Gotardo. “Sem estrutura, não tinha nem placa direito. Começamos bem pequenos”, conta. Na época, representavam a


antiga Asbrasil, que, anos mais tarde, seria adquirida pela Valley – Valmont. Cinco anos depois a sociedade foi dissolvida. Os dois sócios deixaram o negócio e entrou um novo parceiro: Kenzo de Faria, juntos, eles expandiram a revenda aos poucos. Abriram um escritório em Santa Juliana (MG), em 1996; em Pinheiros (ES), em 2008; em Rio Verde (GO) em 2014; e a matriz em São Gotardo também cresceu. Da pequena sala alugada passaram para uma sede própria de 3 mil metros quadrados, com direito a oficina e barracão para estoque. “Ficamos orgulhosos, claro. Fizemos um trabalho muito grande e, o melhor: promovendo lucratividade para nossos clientes”, garante.

DE PAI PARA FILHO Ao todo, há hoje cerca de 30 pessoas empregadas diretamente nas revendas de Sr Paulino. Desde técnico eletricista, mecânico de montagem, projetista, auxiliares técnicos, até os dois filhos, que já mostram interesse e vocação em seguir o negócio do pai. O engenheiro Johnathan Tanaka, filho mais velho de Sr. Paulino comanda a loja de Rio Verde (GO). Ele conta que acompanhar toda a história e empenho do pai ao fundar a Pivotec foi inspirador. “Tomamos conta da importância da nossa atividade, um seguimento gratificante e que a cada dia nos motiva a seguir com uma referência importante para continuidade da empresa”, relata. A unidade gerida por Jonathan fica em uma das regiões mais importantes para o agronegócio no Brasil, a região de Rio Verde - Goiás. Ao todo, 33 cidades do sudoeste são atendidas pela filial, sendo o foco principal nas culturas de soja, milho, feijão e campos de sementes. “Para mim é um prazer fazer parte da história da empresa. Tenho como uma missão o desenvolvimento de nosso trabalho”, completa. Já Alexandre Tanaka, o filho mais novo, foi convocado para integrar a equipe há seis anos. Sr. Paulino precisava reforçar a equipe em Santa Juliana. No começo, o foco era trabalho administrativo. “Até então não tinha conhecimento nenhum na parte de irrigação”, confessa. Mas, aos poucos, com cursos oferecidos pela Valmont e aulas práticas com o pai, a realidade mudou. Alexandre aprendeu a projetar e vender equipamentos, foi transferido para a matriz da Pivotec em São Gotardo e descobriu a vocação para o negócio. “Peguei gosto quando meu primeiro cliente colheu a primeira safra irrigada. Bons resultados para ele, satisfação em dobro para gente”, finaliza o filho, que pretende continuar contribuindo para o crescimento e fortalecimento da agricultura na região.

“Peguei gosto quando meu primeiro cliente colheu a primeira safra irrigada. Bons resultados para ele, satisfação em dobro para gente” O potencial do Alto Paranaíba Para cada região um tipo de projeto diferente, atendendo as demandas específicas de produção. No começo, como relata Sr. Paulino, os produtores só utilizavam irrigação em plantações como milho, trigo e feijão. “Com o passar do tempo, e principalmente com os resultados de estudos agronômicos, viram a importância da técnica para a produção de hortaliças. Na rotação de culturas, puderam incrementar um plantio a mais no ano e, claro, aumentar a rentabilidade”, explica. São Gotardo hoje é conhecida como a Terra da Cenoura e Santa Juliana segue o mesmo caminho. Além disso, em todo Alto Paranaíba as plantações de alho, cebola, batata e repolho,

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Revendas Valley

“A melhor propaganda é um produtor ver as boas condições que outro produtor tem. Assim, ele aprende que se produz melhor com a irrigação”

além do café, têm se desenvolvido bastente. “Por isso, o que mais vendemos são os pivôs com os aspersores Super Spray e I-Wob. As linhas de maior eficiência são as mais procuradas”, explica . Na região, a água utilizada na irrigação vem de rios como o Quebra Anzol, Misericórdia e Paranaíba, e também de pequenos ribeirões, como o São João e o Córrego dos Patos. O uso dessa água para a irrigação, na grande maioria das vezes, é autorizado por outorga coletica. Com a ampliação das áreas irrigadas, o revendedor Valley ressalta que não só cresceu a produtividade da terra, como

História: foto da sala alugada em um posto de combustíveis de São Gotardo.

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Jerry , colaborador da Pivotec e Sr. Paulino.

o setor aumentou a geração de empregos e renda. “Começamos a contratação de mais mão de obra, principalmente para a instalação e manutenção dos pivôs. Para suprir a demanda, recebemos, inclusive, muitos trabalhadores do norte e do nordeste do país”. O segredo das vendas. Para o proprietário da Pivotec, a resposta está na ponta da língua: foram os próprios resultados que ajudaram nas vendas. ressalta.

Dessa forma, é fundamental representar um produto de qualidade com um atendimento diferenciado, isso que reflete também na fidelização do cliente que depende da revenda não só para a compra do pivô. “Temos que pensar, principalmente, que ele vai fazer manutenção, repor peças e, futuramente, até mesmo trocar todo o equipamento. E aí, ele te procura novamente”, explica o empresário. Sr. Paulino conclui que o segredo também está na dedicação com que a equipe encara o negócio. “Não quero só vender o produto. Quero que o cliente tenha resultado. Quando ele ganha, eu que agradeço”, destaca, sorridente.

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Visão de Mercado

UM NOVO PONTO DE INFLEXÃO Por Amilcar Silva Centeno - Centeno Consultoria Ltda.

Há pouco mais de três anos, discutindo em um artigo sobre as previsões para a safra 13/14, mencionei que na safra anterior havíamos alcançado um pico de alta e, passado este ponto de inflexão, iniciávamos um período de retração, rumo a um ciclo de baixa. Uma sequência de quatro safras excepcionais, com produções muito acima do crescimento da demanda, havia recuperado rapidamente os estoques mundiais de grãos. Neste momento em que estamos encerrando a safra 15/16 no hemisfério Sul e iniciando o plantio da safra 16/17 no hemisfério Norte, me parece claro que estamos nos aproximando de um novo ponto de inflexão. Dessa vez, um ponto de baixa, com sinais de que iniciaremos na próxima safra um período de recuperação, rumo a outro ponto de alta em alguns anos. Os ciclos do agronegócio brasileiro têm duração em torno de 7 a 8 anos de pico a pico ou de baixa a baixa. Como já nos ensinava a antiga filosofia chinesa com o diagrama Tei-gi (figura 1), quando um dos lados do ciclo (yin/escuro ou yang/luminoso) atinge seu ápice, traz dentro de si as sementes que levarão ao ciclo oposto (os pontos de cor oposta dentro do ciclo). Pois nesse momento, já é possível identificar algumas das sementes que poderão levar à inversão do ciclo de retração (poderíamos chamar de yin), rumo a um ciclo de recuperação (yang). A principal força a impulsionar e modificar os ciclos agrícolas em nosso mercado é sem dúvida o preço e a renda da soja e, em menor escala, o preço e a renda do milho. Costumo dizer que o agricultor norte-americano planta soja porque planta milho, enquanto o agricultor sul-americano planta milho porque planta soja! Para alguns produtores de grãos, sua renda também é complementada pelo algodão e o trigo, porém estas culturas têm uma influência limitada no mercado como um todo. Outras culturas têm sua própria dinâmica, como a cana-de-açúcar, o café e o arroz, porém com influências restritas às suas regiões produtoras. Pois bem, olhando especificamente para nossa cultura-chave, é possível projetar uma recuperação tanto nos preços como na renda dos produtores nas próximas safras. Os preços internacionais da oleaginosa sobreviveram ao impacto fulminante do relatório de intenção de plantio publicado pela USDA no final de março. O re-

latório indicou uma área plantada de soja pouco acima de 33 milhões de hectares, muito próxima a do ano passado. Como consequência, as cotações em Chicago apresentaram uma leve recuperação, rompendo o patamar de resistência de USD 8,90/bu observado até então, e ultrapassando com folga os USD 9,00/bu. A grande vítima do relatório da USDA foi o milho, cuja intenção de plantio surpreendeu todos os analistas, indicando uma intenção de plantio pelos produtores norte-americanos muito próxima dos 38 milhões de hectares, comparada a uma área plantada de 35,6 milhões de hectares na safra passada. O mercado projetava um aumento de no máximo 1 milhão de hectares. Este aumento surpreendente poderá resultar num novo recorde para o estoque final no fim de agosto e o quinto ano consecutivo de aumento nesses estoques. Com essas notícias, o preço do milho desabara em Chicago no final de março. Uma queda de 21 pontos em apenas duas sessões! É verdade que o relatório reflete apenas a intenção dos produtores e, apesar do plantio já ter iniciado nas regiões mais ao Sul dos EUA, ainda há tempo para mudanças. A própria divulgação do relatório poderá afetar a decisão dos produtores, que dispõem de recursos e capacidade que lhes dá a flexibilidade para isso, dentro de certos limites, é claro. Além disso, no médio a longo prazo, existe uma conexão muito forte entre as cotações dos grãos que compõem a ração animal (os chamados feedgrains)

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como o milho, a soja e inclusive o trigo, com a abundância de um impactando no preço dos demais. Porém, mesmo que as cotações internacionais da soja tenham alguma pequena oscilação ao longo da próxima safra, os preços no mercado interno deverão continuar a contar com o apoio do dólar, pois a maior parte dos analistas indicam uma contínua desvalorização do real para este ano e o próximo. Sendo assim, muitos produtores já adquiriram ou negociaram uma boa parte dos seus custos para a próxima safra que garantem uma boa margem. Portanto, se depender da soja, tudo indica uma reversão no ciclo de baixa. Quanto ao milho, apesar da queda nos preços internacionais, no mercado interno a ajuda do câmbio e a previsão de um clima favorável à produtividade da segunda safra poderão adicionar uma boa renda ao bolso dos produtores de grãos. Outras culturas, como a cana de açúcar, também mostram claros sinais de recuperação. O lado sombrio do momento e a maior ameaça para esta recuperação fica por conta do ambiente político e econômico do país, gerando um clima de incertezas e inseguranças para aqueles que de fato movem a economia deste país. Apesar da sua comprovada resiliência, o agronegócio acaba sendo afetado, principalmente no que diz respeito aos investimentos do setor. Muitos produtores estão adiando suas decisões de compra de bens de capital, afetando dramaticamente as indústrias do setor. No ano passado as vendas de tratores caíram 33% e as de colheitadeiras 38%. O setor de armazenagem despencou 43%! E considerando os resultados observados no primeiro trimestre deste ano, esta queda deverá continuar a afetar o setor em 2016. Em suma, apesar das péssimas condições da economia como um todo, o agronegócio dá claros sinais de recuperação, principalmente dentro da porteira. Isto aumenta ainda mais a responsabilidade e as oportunidades do setor. Esta pode ser uma posição muito interessante de negociação tanto para os produtores individualmente, como também para o setor como um todo. Portanto, enfrente o momento, mas não deixe de aproveitar as oportunidades que ele traz!


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Giro de notícias

Fenicafé – Feira Nacional de Irrigação em Cafeicultura Aconteceu em Araguari-MG, dos dias 8 a 10 de março, a Fenicafé. A feira apresentou aos produtores as mais novas tecnologias e tendências da cafeicultura irrigada. A 21ª edição da feira reuniu, segundo a organização, aproximadamente 70 expositores. Cerca de 20 mil pessoas de mais de 100 cidades brasileiras participaram do evento. A Fenicafé compôs três grandes encontros: XVIII Simpósio de Pesquisa de Cafeicultura Irrigada, XIX Feira de Irrigação de Café do Brasil e XXI Encontro Nacional de Irrigação da Cafeicultura do Cerrado. A organização é da Associação dos Cafeicultores de Araguari – ACA, com apoio da Embrapa Café; do Consórcio Pesquisa Café, da Universidade de Uberaba - Uniube; da Federação dos Cafeicultores do Cerrado, entre outros. ­ Perante os convidados presentes na abertura, a Fenicafé recebeu a visita do vice-governador do estado de Minas Gerais, Antônio Andrade.

Agricultura do ES volta a ter água para irrigação As chuvas que atingiram o estado no mês de janeiro elevaram os níveis de água dos principais rios que abastecem o Espirito Santo, como o Santa Maria e o Jacu. Com isso, a Agência Estadual de Recursos Hídricos (AGERH) anunciou a liberação da captação para a indústria e para a agricultura irrigada. Uma nova resolução irá substituir duas resoluções emergenciais: 005/2015 e 006/2015. A primeira permitia a captação apenas durante a noite e a segunda proibia a retirada de água nos locais mais críticos. A atual resolução vai regulamentar a utilização da água a para a agricultura e indústria, de acordo com o nível dos rios. Para monitorar, estão sendo instaladas réguas nos locais de captação para indicar, por níveis, o que é permitido captar, de forma automática.

Decreto no RS implementa novas regras ambientais para irrigação O Governador José Ivo Sartori assinou um decreto estadual, durante a Expodireto-Cotrijal, que implementa novas diretrizes para Alvará de construção de obras e para obtenção de outorga do direito de uso da água. De acordo com o Governo Gaúcho, a iniciativa permite garantir mais segurança e transparência dos processos aos empreendedores do estado e permite ainda controlar ações que tenham o menor impacto ambiental possível sobre a natureza.

Para enfrentar crise hídrica, ministério defende aumento da irrigação Em encontro sobre irrigação, Demétrios Christofidis, coordenador-geral de Irrigação e Estratégias do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), defende o aumento das áreas irrigadas como alternativa para enfrentar a crise hídrica na agropecuária. De acordo com Demétrios, o Mapa, em parceria com a Agência Nacional de Águas (ANA) e com a Organizações das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), está desenvolvendo o Atlas da Água, capaz de mapear detalhadamente a situação hídrica. A ferramenta trabalha em três frentes de ações: a primeira é aprimorar o funcionamento das áreas irrigadas, a segunda diz respeito à implantação de infraestrutura hídrica, de energia e de estradas para facilitar a outorga para irrigação. E por último, identificar e estudar áreas produtoras com o intuito de identificar áreas com aptidão para irrigação.

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Direto da Fábrica

Novo prédio administrativo “Robert B. Daugherty e Jurgen Leisler Kiep”

VALMONT INAUGURA NOVO CENTRO ADMINISTRATIVO EM UBERABA A empresa investiu na modernização da planta em Uberaba, que recebeu nos últimos 5 anos aporte de U$ 5M para atualizar infraestrutura e aumentar capacidade de produção. Considerado cada vez mais essencial na agricultura, o mercado de irrigação brasileiro mantém-se em constante crescimento apesar do atual cenário econômico e político pelo qual o país atravessa. Com uma área total de 6 milhões de hectares irrigados – 1,4 milhões por pivô central - o Brasil tem potencial para expandir e chegar a 61 milhões de hectares de terras irrigadas, segundo estudo divulgado recentemente pela ESALQ (Escola superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”) e pelo MI (Ministério da Integração Nacional). Atenta a este cenário, a Valmont vem investindo em sua sede no Brasil localizada na cidade de Uberaba-MG. Ao longo dos últimos cinco anos foram investidos U$ 5M para aquisição de

nova linha de manufatura, ampliação da rede de distribuidores, modernização do maquinário, aumento da área de expedição e aquisição de empresas. No último dia 21 de março, a Valmont inaugurou seu novo centro administrativo, “Robert B. Daugherty e Jurgen Leisler Kiep”, que recebeu este nome em homenagem aos fundadores da Valmont e AsBrasil que idealizaram a irrigação no Brasil. Na inauguração, a Valmont Brasil recebeu a visita do CEO e Chairman da companhia, Mogens Bay, vindo da matriz nos Estados Unidos, que realizou a cerimônia de inauguração juntamente com João Rebequi, presidente da Valmont Brasil; Benhard Kiep, representante da Família Kiep e membro 20

do conselho da empresa; Paulo Piau, prefeito da cidade de Uberaba e o secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo, José Renato Gomes. Logo após, falou com os colaboradores e imprensa. Durante o evento, Mogens C. Bay ressaltou a importância do mercado brasileiro para a empresa: “Há um grande potencial para o crescimento da área irrigada no Brasil, e a Valmont está trabalhando para atender essa demanda”, disse Bay. “Essa expansão não só aumentará a eficiência na produção agrícola, mas também promoverá o desenvolvimento social e econômico nas regiões de produção intensificada. ” De acordo com João Rebequi, a Valmont investiu em serviços e tecno-


logia para ajudar os agricultores a aumentar sua produtividade, gastando menos energia e menos água. “A irrigação com pivôs centrais é uma alternativa geradora de receita e com maior custo benefício, já que utiliza a água de forma equilibrada para evitar desperdício”, disse Rebequi. “A água é utilizada na hora certa e na quantidade exata exigida pela planta. A aplicação através de pivôs centrais ou lineares alcança altíssimos níveis de eficiência, com índices que variam entre 95 a 98 por cento”.

Mogens C. Bay discursa para os colaboradores

Família Kiep, Mogens, prefeito de Uberaba Paulo Piau e João Rebequi posam ao lado da placa de inauguração.

Visita a fabrica

Nova Sede da Irriger O evento marca também a inauguração do novo escritório da Irriger, que antes era sediado em Goiânia-GO e agora passa a se estabelecer em Uberaba -MG. O escritório receberá a equipe de atendimento da cidade de Uberaba, gerência da região do Triângulo Mineiro, divisão de engenharia, tecnologia, financeiro e direção executiva. Outro aspecto de grande relevância é a possibilidade de maior integração com a Valmont, consolidando a Irriger como a empresa de inteligência de irrigação que promove a melhor utilização dos pivôs Valley.

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Aconteceu

Meu 1º Pivô chega ao Piauí No dia 18/02 a Valley esteve no Piauí, na região de Redenção do Gurgueia, realizando mais um evento “Meu 1º pivô.” O evento realizado em parceria com a revenda Multigrãos reuniu 30 agricultores da cidade e região na Fazenda Nossa Senhora de Fátima. A propriedade possui total de 640 hectares de área irrigada. Os participantes puderam ver de perto os 6 pivôs da fazenda. Além de conversarem sobre projeto e financiamentos, os participantes tiveram a oportunidade de falar sobre a questão da disponibilidade de energia elétrica no estado; ótimos temas para aqueles produtores que pretendem adquirir o seu primeiro pivô.

Inauguração Copasul Na noite da quinta-feira, 10 de março, foi inaugurada mais uma revenda oficial Valley, a Copasul em Naviraí, concretizando a parceria entre Valmont e a Cooperativa Agrícola Sul Mato-grossense. Na ocasião, os presentes puderam conhecer a revenda e saber o que é e qual a importância da irrigação para os produtores. Em sua fala, o supervisor regional da Valmont, Vinicius Melo, ressaltou o papel da irrigação, e a parceria que torna a Copasul revendedora oficial dos pivôs Valley no sul do Estado. O superintendente da Copasul, Gervásio Kamitani, falou em nome da Cooperativa, contando quais os objetivos de oferecer essa parceria aos produtores e aproveitou para apresentar a equipe que atuará na reverenda sob o comando de um velho conhecido da irrigação, com vasta experiência da área: Cláudio Furukawa.

Expodireto e novas revendas Valley A Valley aproveita a Expodireto Cotrijal em Não-Me-Toque-RS para anunciar que concluiu um importante reforço a sua rede de revendedores no Rio Grande do Sul, que passa de três revendedores para seis. Irrigasul, em Don Pedrito e São Gabriel; Infosafra, em Pelotas e Irridrop, em São Luiz Gonzaga são os novos distribuidores que vêm se juntar a Pivotsul, em Panambi; Vetagro, em Uruguaiana e São Borja; e Doeler em Santa Maria. Nas revendas Valley, além de adquirir seu pivô Valley o cliente conta com financiamento através do Banco Valley Finance, com assessoria em licenciamento e outorga, consórcio Valley e projetos de irrigação e barragens.

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Projeto “Montadores Valmont” forma primeira turma Desde junho de 2015, quando a aula inaugural do Curso de Montadores Valmont aconteceu, adolescentes de 14 a 17 anos participaram do primeiro projeto de capacitação de mão-de-obra qualificada, parceria entre a Valmont e a Fundação de Ensino Técnico Intensivo – Feti/Uberaba. Dos inscritos, 16 finalizaram o curso em novembro e a entrega dos certificados aconteceu na noite do dia 01 de fevereiro. Além dos formandos e familiares, estiveram presentes o diretor-presidente da Valmont, João Rebequi; gerentes da fábrica; o prefeito municipal Paulo Piau; a primeira-dama Heloísa; além dos responsáveis pelo Feti, como o diretor executivo Lourival dos Santos, que abriram a solenidade e entregaram os diplomas. E não para por aí. A segunda turma de Montadores Valmont deve ser aberta no segundo semestre. Um curso para o sexo feminino também está em pesquisa, analisando o interesse de meninas para a participação. “A parceria entre a Valmont e Prefeitura de Uberaba é importante não apenas para a formação de mão de obra, mas principalmente por criar novos profissionais, gerando conhecimento e oportunidades”, resumiu a responsável pelo projeto e recursos humanos da empresa, Bruna Abdanur.

Giro Rio Grande do Sul A equipe da Revista PivotPoint e a do Programa Marcas e Máquinas estiveram no Rio Grande do Sul preparando conteúdos sobre o universo da irrigação. Durante 5 dias, as equipes percorreram um total de 1500 km, visitaram 6 fazendas em 5 municípios e viveram de perto a história dos irrigantes do estado. Tudo isso para levar até você, leitor, as melhores experiências e práticas encontradas no interior do Brasil. Por isso, não perca as próximas edições da revista e do Programa Marcas e Máquinas. Você conhecerá grandes histórias de agricultores do país.

JP Irrigação realiza treinamento A JP Irrigação/Brasmáquinas realizou, em parceria com a Sada Bioenergia, no dia 17 de fevereiro o primeiro treinamento do ano de 2016, que teve como foco a manutenção preventiva dos pivôs centrais Valley. Aproximadamente 40 pessoas entre operadores, responsáveis pela manutenção, compradores e técnicos de segurança estiveram presentes do treinamento. O evento foi realizado nas dependências da Usina São Judas Tadeu – Jaíba-MG, que atualmente conta com 99 equipamentos instalados, irrigando 8.679,5 hectares de cana-de-açúcar. O treinamento foi realizado em duas etapas: a primeira foi ministrada pelo nosso engenheiro coordenador de montagem, o Sr. João Thomaz Cruz. Outro assunto falado e discutido durante o treinamento foi a segurança e a prevenção de acidentes durante a operação e manutenção dos equipamentos.

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Aconteceu

Valley e Grupo Irrigar participam da Show Safra Os agricultores que visitaram a Show Safra BR 163 entre os dias 29 de março e 1º de abril, na Fundação Rio Verde, em Lucas do Rio Verde-MT, puderam visitar o estande da Valley e conhecer um pouco mais sobre as tecnologias que podem ser aplicadas na irrigação. A feira que contou com a participação de 150 empresas do agronegócio também teve em sua programação opções de palestras técnicas, debates e seminários sobre tecnologia e produtividade no campo. Na programação destacaram-se nomes como Roberto Rodrigues, Alexandre de Barros e Clóvis de Barros Filho.

Novas fachadas padrão Valley Em 2016 três revendas já instalaram fachadas padrão Valley. Esse é um dos elementos mais importantes que compõe nosso padrão visual e contribui para o reconhecimento da marca Valley em todo território brasileiro. Confira as fotos:

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“Meu 1º Pivô” em Lagoa Grande - MG Realizamos hoje mais um evento “Meu 1º pivô”, em parceria com a revenda Pivodrip, na cidade de Lagoa Grande-MG. Na Fazenda Frio, que atualmente irriga 130 hectares, o produtor Lauro e sua esposa Tânia receberam os 90 convidados e demais profissionais da área. O evento apresentou aos agricultores os caminhos para a aquisição do primeiro pivô, com informações gerais sobre irrigação, legislação, opções de financiamento e instalação.

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Matéria de Capa

HORTALIÇA DIFERENCIAL

Fazenda AGROPESG Plantação de hortifrúti.


IRRIGADA NO MERCADO DE ALIMENTOS Em um mercado competitivo e cíclico, a agricultura baseada em hortaliças tem crescido, despertando o interesse de agricultores de várias regiões do país. Visitamos propriedades que viram no cultivo de hortaliças irrigadas um grande diferencial: o da alta produtividade e segurança da produção. quisador Waldemar Pires de Camargo Filho, do Instituto de Economia Agrícola do Estado de São Paulo, mostram que de 1999 a 2010 a área ocupada com hortaliças no Brasil atingiu 779 mil hectares, produzindo cerca de 17 milhões de toneladas, lideradas pelo tomate (21%), batata (18%), melancia – considerada hortaliça (10%), cebola (7%) e cenoura (4%). Nesse mesmo período, a produção cresceu 63% em função do aumento da produtividade de 54%. Paralelamente a população brasileira cresceu 25%, aumen-

Diante da gigantesca produção agrícola brasileira, as hortaliças não têm um papel expressivo no volume, mas vêm agregando valor ao agronegócio brasileiro. Algumas regiões agrícolas têm ganhado expressividade justamente por investir na produção de produtos como: batata, cenoura, beterraba, alho, cebola e tomate. Quando essa reportagem começou a investigar a produção de hortaliças nacional, o cenário impressionou. Além do campo, trabalhos como os do pes-

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Matéria de Capa tando a oferta per capita de hortaliças em 85%. De acordo com estudo apresentado pela Embrapa Hortaliças em parceria com a Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” da USP (ESALQ), 75% do cultivo de hortaliças no Brasil se concentra nas regiões sul e sudeste, sendo responsável por 3,5% do PIB do agronegócio, que cresce anualmente. A média em geração de empregos corresponde de 3 a 6 empregos diretos por hectare, número igual ao dos indiretos em soja e milho. O uso intensivo de mão de obra (conciliado a adoção de alta tecnologia), garante renda das regiões produtoras. Os maiores produtores de hortaliças estão no Vale do São Francisco, na Chapada Diamantina-BA, na região de Cristalina-GO, no Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, descendo pelo estado de São Paulo e chegando ao sul do país. Nessas regiões, a área cultivada, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), aumentou 35% entre 2002 e 2014. Tecnologias apli-

cadas são cada vez mais inseridas, aumentando o leque de produção, gerando trabalho nas lavouras o ano todo. Importante para a rentabilidade da produção é o aumento do consumo, principalmente influenciado pelo movimento de combate à obesidade e pela conscientização da população sobre a importância de uma alimentação saudável. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a ingestão diária por pessoa tem de ser de pelo menos 400 gramas. De acordo com o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da ESALQ/USP), em caixa de cenoura “suja” esteve a R$ 70,00 na Ceagesp na última semana do mês de fevereiro, um aumento de 2,4%. Embora com pouca chuva, a oferta de hortaliças deve seguir controlada em abril. Apesar dos altos custos no cultivo/ha, a produção de hortaliças garante alta rentabilidade mesmo com o alto valor investido, como por exemplo os R$ 100.00,00/ ha gastos na lavoura de alho – a mais cara de todas atualmente.

Cássio Iamaguti na Fazenda Yamashida

HORTALIÇAS EM NÚMEROS: Tomate - 21% Batata - 18% Melancia - 10% Cebola - % Cenoura - 4%

ÁREA PLANTADA NO BRASIL 779 mil ha

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PRODUZINDO CERCA DE: 17 milhões de toneladas

SENDO: 75% no Sudeste


Em média, a produção de hortaliças gira em torno de 100 dias, permitindo à propriedade grande produtividade durante o ano todo. O maior desafio são as nematoides, geralmente controladas pela rotação de culturas. As variações do clima em grande parte do país dificultam a expansão da atividade, mas a incerteza causada por isso está sendo resolvida com o uso intensivo de irrigação. Alto Paranaíba – região propícia para a produção A região do estado de Minas Gerais bate recordes anuais em produção de hortaliças, sendo responsável pelo abastecimento de grande parte do mercado interno. “Essa é a melhor região do Brasil para o cultivo de hortaliça. O

que se produz aqui, outra região do país não consegue produzir”, diz Cássio Iamaguti, agrônomo e um dos responsáveis pela propriedade da família de quatro irmãos, em Rio Paranaíba- MG. Em 2000 ha de área, batata, cenoura, cebola e alho são os carros-chefes da fazenda. Eles se revezam com soja, milho, feijão, trigo, e triticale para a rotação de culturas. “A terra tem de estar em rotação, senão a hortaliça perde a qualidade”. Do total, 800 ha são irrigados com 17 pivôs Valley. Na propriedade há espaço ainda para café. A ideia da família em produzir hortaliças começou em 1993 quando tiveram a oportunidade de adquirir área na região de Minas Gerais. Até então, eles produziam grãos em Guará-SP, com a expansão, começaram a plantar cereais, mas logo fizeram o teste com batata e cenoura, abrindo uma nova rotina: “Desde então, todo mês a

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Matéria de Capa

gente planta e todo mês a gente colhe. Isso é o pior de ser irrigante, o serviço nunca acaba”. A irrigação por pivô central é fator determinante na produção de hortaliças. Mesmo em regiões propícias, como o Alto Paranaíba e o Triângulo Mineiro, a produção em sequeiro seria em média de três meses anuais, isso dependendo das chuvas. “Não tem como arriscar”, garante Cássio que nunca viu uma lavoura que não fosse irrigada. O pai já irrigava por pivô desde 1983 em Guará-SP e antes disso, produzia com irrigação por nível: método de irrigação não-pressurizado em que a água se movimenta por gravidade diretamente sobre a superfície do solo.

“A irrigação se tornou um diferencial. A região quando se comparada aos rendimentos das culturas de hortifrúti de qualquer outra irrigada, proporciona um valor agregado muito grande”

Tecnologia de ponta Valley Também localizada no município de Rio Paranaíba, a Agropesg iniciou em 2010 a produção de hortaliças buscando diferencial no mercado. Focados no mercado de consumo com alguma vantagem e, é claro, obter uma maior rentabilidade, adquiriram dois pivôs Valley e posteriormente mais dois, totalizando hoje em torno de 200 hectares irrigados com hortaliças. Ao todo, a propriedade tem 3500 ha, com 2000 ha de cereais, 250 ha de café, 35 ha de abacate e 11 ha de macadâmia – esses dois últimos são a nova aposta da propriedade chefiada por Ernesto Yamamoto. Diversificação é a palavra de ordem. Tanto o abacate quanto a macâdamia, mostram ser diferenciais rentáveis da propriedade, por isso fazem parte do projeto próximo de irrigação. “A irrigação se tornou um diferencial. A região quando se comparada aos rendimentos das culturas

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Produção de cenoura na Fazenda AGROPESG

de hortifrúti de qualquer outra irrigada, proporciona um valor agregado muito grande. Realmente não há no país um microclima tão propício quanto o daqui, proporcionando diversidade de culturas”, diz João Henrique Rodrigues – engenheiro agrícola e consultor financeiro da propriedade. A mudança pela produção de hortaliça irrigada aconteceu observando o cenário atual. As áreas cultivadas anteriormente apenas com grãos em sequeiro foram perdendo lucratividade quando comparadas à rentabilidade que as hortaliças proporcionariam. Assim, cenoura, beterraba, cebola e


logo o alho, ganham cada vez mais espaço na propriedade que pretende irrigar próximo de 2500 ha. O grupo de técnicos leva a tecnologia a sério. Além da aquisição de pivôs, a propriedade conta com a consultoria da Irriger e o Base Station 2, ambos produtos Valley. A atenção para agregar novas tecnologias da Agropesg, somada ao fato de estarem utilizando os produtos, foi ponto fundamental para a Valmont fazer na fazenda os testes com o novo equipamento de automação Base Station 3, que será lançando oficialmente durante a Agrishow 2016. Elbas Alonso, gerente de engenharia Valmont, diz que entre as vantagens do Base Station 3 está a apresentação de relatórios de irrigação mais precisos. Para Wisney Ribeiro, gerente tecnológico da Agropesg, os

relatórios do equipamento são importantes para o gerenciamento de energia, podendo observar quando o pivô foi ligado e por quanto tempo funcionou. “O mais interessante é que o pessoal do campo não viu dificuldade em utilizar a nova ferramenta”. Hortaliças, frutas e grãos Em Muitos Capões, no nordeste do Rio Grande do Sul, a hortaliça irrigada é também diferencial de produção. É o que garante o engenheiro agrônomo Darlan Visentin, responsável pelo departamento de hortaliças da Frutini Fruticultura Aliprandini. O trabalho com hortaliças na propriedade começou no início da década de 1990 com microasperção. Após uma década irrigando através da técnica,

estudaram outra alternativa de cultura mais intensiva para diluir o custo e aproveitar melhor a irrigação, através com a aquisição de pivô central. Assim, em 2002 a propriedade instala o primeiro pivô, já com o objetivo de irrigar apenas lavouras de hortaliças, primeiramente, para facilitar a operação de cultivo no alho. A decisão por irrigar o cultivo exclusivo de hortaliças no pivô acontece em virtude da diversificação de culturas – um diferencial no mercado de grãos, principalmente na região. “Como o regime de chuvas é bem distribuído ao longo de todo o ano, a diferença de produtividade de grãos em sequeiro e com pivô é muito pequena, não viabilizando investimento para a irrigação”. Com o crescimento do segmento, em 2011 começa o projeto de cenoura e beterraba irriga-

Elbas Ferreira, gerente de engenharia da Valmont, apresentando o BaseStation 3 na fazenda AGROPESG

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Darlan Visentin, responsável pelo departamento de hortaliças da Frutini Fruticultura Aliprandini.

das, casando com a cultura de alho e organizando a rotação de culturas. Nos 3000 hectares de área, 500 ha são irrigados sendo 250 ha de cenoura, 80 ha de beterraba e 60 ha de alho. Eventualmente cebola, dependendo se a época é favorável comercialmente. Em sequeiro ainda cultivam soja, milho e feijão no verão, e aveia e trigo no inverno. Maçã e uva para vinho são também destaques na propriedade. A irrigação é feita durante o ano todo, porém em momentos de veranico é utilizada em maior intensidade. “Não vemos como cultivar hortaliças sem irrigação”. Nos períodos de entressafra das hortaliças, a irrigação é utilizada também nas lavouras de grãos, principalmente com o milho. Para rotação de cultura, são semeadas gramídeas para garantir o descanso do solo, no inverno planta-se aveia, e no verão milheto, que são oferecidos para o gado de corte – outra atividade da Frutini.

A opção foi certeira. A produtividade em média baseia-se em 60 toneladas/ha de cenoura, 45 toneladas/ha de beterraba e 13 toneladas/ ha de alho. A diversidade de lavouras da propriedade garante trabalho

“Quando os grãos estão em baixa, as hortaliças colaboram. Em outros momentos é a maçã que incrementa. A diversificação é que dá mais sustentabilidade para a empresa” o ano todo no caso da cenoura, de agosto a fevereiro com a beterraba, e de abril a dezembro, o alho. Paralelamente, todos os setores geram produção e lucratividade: das hortaliças


às frutas, passando pelos grãos e a pecuária. O trabalho não para. A Frutini é um bom exemplo de diversificação. “A questão é ter estabilidade econômica em função das variações de preços e produtos. Aqui se observa: quando os grãos estão em baixa, as hortaliças colaboram. Em outros momentos é a maçã que incrementa. A diversificação é que dá mais sustentabilidade para a empresa”, resume Darlan. A produção integrada garante uma cadeia produtiva mais eficiente e a utilização da irrigação traz segurança à produção além de maior rentabilidade. Essas são apenas duas das inúmeras frentes de profissionalização que o agricultor brasileiro investiu nos últimos tempos e vai garantir ao Brasil recordes de safras ano após ano.

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Mundo Valley

CONVENÇÃO DOS REVENDEDORES VALLEY Entre os dias 10 e 11 de dezembro, a Valmont realizou o Dealer Metting 2015, desta vez o evento foi realizado em Uberaba onde revendedores de todo o país estiveram presentes. Participaram do evento 140 pessoas, além dos revendedores, colaboradores e parceiros, como a Senninger, Banco DLL, Amanco e Tigre. Com o tema “Superação”, a convenção recebeu os convidados para celebrar o trabalho realizado em 2015 e debater sobre os desafios da atual conjuntura econômica e todos

os desafios do mercado em 2016. A empresa manteve a tradição e homenageou os funcionários Valmont que comemoram 20 anos de empresa. Este ano os homenageados foram: Marcus Schmidt, do setor comercial e Jadeon Nunes, da indústria. Durante os dois dias foi realizado um balanço das ações da fábrica e dos revendedores em 2015, tratando temas como: vendas, pós-vendas, marketing e gestão. O evento marcou também o lançamento do novo produto da Valley, o Pivô 5 polegadas. 34

A apresentação foi realizada por Elbas Ferreira, gerente de engenharia, que além da apresentação, mostrou de perto o equipamento, montado exclusivamente para o evento. Outro momento esperado durante a convenção são as premiações PDRV. Este ano o Grupo Irrigar atingiu as melhores notas e conquistou ouro, outras 5 revendas tiveram bom desempenho durante 2015 e conquistaram bronze na premiação, são elas: Pivodrip, Unimaq, Pivotsul, Produtividade e S&A.


No último dia, todos os convidados foram brindados pela emocionante palestra do jovem Pedro Pimenta, que aos 18 anos foi infectado por uma bactéria e precisou amputar os braços acima do cotovelo e as pernas acima do joelho. Hoje, dá palestras sobre superação em empresas do Brasil e do exterior. E para finalizar a Convenção Valley 2015 houve uma confraternização em alto estilo que levou diversão a todos os convidados.

“Com o tema “Superação”, a convenção recebeu os convidados para celebrar o trabalho realizado em 2015 e debater sobre os desafios da atual conjuntura econômica (...)”

Revendedores Valley reunidos durante a apresentação do Pivô 5 Polegadas

Acesse com seu dispositivo móvel e assista o vídeoclipe da Convenção

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Mundo Valley

Palestra “Análise de Mercado e Vendas” Carlos Reiz Palestra “Superação” Pedro Pimenta

Visita dos Revendedores a fábrica

Apresentação Pivô 5 Polegadas Premiação Ouro do PDRV

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Mundo Valley

Conheça um pouco mais sobre a plataforma on-line

VALLEY OFERECE CURSO ON-LINE GRATUITO SOBRE IRRIGAÇÃO Escolher a solução de irrigação adequada é a fundamental para maximizar a rentabilidade das fazendas. E conhecer mais sobre o assunto é, sem dúvida, o caminho para que os produtores tomem decisões corretas. Pensando nisso, a Valley apresenta uma plataforma online gratuita, criada exclusivamente para oferecer informações sobre irrigação aos produtores. Trata-se do site “Irrigation.

education”, um portal de educação on-line, já disponível em português. O site interativo pode ser acessado por qualquer pessoa. No primeiro acesso o usuário faz um login e escolhe o idioma em que deseja navegar. A partir daí, tem acesso a conteúdo interativo e fácil de usar, que pode ajudar na melhora da operação diária das práticas de irrigação.

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“São informações completas sobre teoria da irrigação, benefícios, novos produtos, avanços tecnológicos e muito mais. Um curso completo on-line, de fácil acesso e desenvolvido para promover a capacitação do profissional do campo”, informa André Ribeiro gerente de marketing. Para acessar, basta digitar irrigation.education na barra do seu navegador de internet.



Pôster da edição: Plantação de Algodão Fazenda Pérola, São Desidério - BA

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Brasil Afora

COSTA AGRICULTURA FAMILIAR

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BEBER

ALIADA ÀS TECNOLOGIAS

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Família Beber, plantação de soja.


Brasil Afora O papel da agricultura familiar todos conhecem bem: abastecimento alimentar brasileiro, geração de renda, controle da inflação e melhoria no nível de sustentabilidade das atividades agrícolas. Especialmente no nosso país, de 5,6 milhões de propriedades rurais, a agricultura familiar é fundamental. Exemplo de uma agricultura familiar que dá certo é a família Costa Beber liderada pelo casal Élio e Edilze em São Luiz Gonzaga, no Rio Grande do Sul. Juntos com os filhos mostra que apesar das dificuldades, pessoas como eles são exemplos de que se é bem administrado e com muito trabalho, qualquer tamanho de produção tem espaço valorizado no cenário agro brasileiro. Filho de família de agricultores, Élio Costa Beber tem no sangue a paixão pela

lavoura. Os avós vieram da Itália para o Brasil em busca de oportunidades, como tantos imigrantes que vieram mudar o cenário da agricultura brasileira. Fixaram na região de Santa Maria-RS, conhecida como Vale Vêneto. Dali foram para Ijuí, também no RS, buscando expandir área. A história de grande parte dos agricultores é quase que a mesma. Quando irmãos vão construindo suas famílias e vendo a necessidade de expandir área para a divisão futura com os filhos, que em sua grande maioria seguem o caminho dos pais agricultores. Assim também foi com o Sr. Élio que, através da escolha do pai, foi para São Luiz GonzagaRS, construir seu espaço junto com os irmãos. Numa família de 10 filhos, não tinha como continuarem apenas em Ijuí, onde não tinham como expandirem. Desde bem pequeno, Élio trabalha na lavoura. Vendo o trabalho do pai, aprendeu

Irmãos Beber realizando o monitoramento da irrigação na fazenda.

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Christopher da Irridrop mostrando as funcionalidades do painel Valley.

cedo a importância de diversificar a produção. Em um clima complexo como o da região – invernos rigorosos, chuvas castigantes e períodos de seca intensos, entendeu a necessidade de ter acesso a tecnologias para aumentar a produtividade e assegurar a safra: “Passamos por muitas dificuldades, secas terríveis e produtividade mínima. Não tínhamos conhecimento de tecnologias, não havia calcário. O nosso milho era para a farinha e o trigo para o pão. Plantávamos quase que para subsistência”, lembra. Crescia naquelas lavouras um homem do campo apaixonado pela cultura do trigo e pela natureza. Mesmo com as dificuldades, Élio entendia que a persistência era a maior arma que ele tinha contra as adversidades do clima. Ao invés do desespero, preferia acreditar que o próximo ano seria melhor: “Sempre acreditei na agri-

cultura e na natureza. Sabia que se fizesse bem feito e acreditando no que fazia, seria melhor. O que nos move é a esperança e a persistência”. A mulher Edilze lembra as muitas vezes que observava o marido dizer o quanto era linda uma lavoura de trigo, mesmo quando o grão não tinha a produção desejada. “Num ano tínhamos sucesso, no outro não. O que sempre admirei no Élio era que por mais que estivesse triste com a lavoura, ele nunca apresentou desesperança. Somos uma família de oração. Cuidamos do que a gente tem e sempre procuramos dizer coisas positivas, porque isso atrai coisas boas”. Junto com os filhos Nádia, Bruno e Juliano cuidou para que o trabalho fosse fator determinante para o sucesso. Muitas vezes disse que se via quase no desespero ao olhar para o céu e não ver nenhuma nuvem.

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Brasil Afora Embarcar ou não no trem da irrigação Foi vendo os vizinhos irrigarem que percebeu a necessidade e que estava defasado em não adquirir novas tecnologias. Nas rodas de conversas entre os produtores, via apenas o custo da instalação. “Era como se eu tivesse na estação esperando o trem. Eu ficava ali e não embarcava. Me sentia inseguro e não tinha confiança onde aquela viagem ia me levar. Um dia resolvi entrar e aquele trem me levou a um lugar bem melhor”. Junto com os irmãos instalou dois equipamentos em 2012. A prática em mentalizar positivo continuou, pensava: “vou montar esses dois pivôs e tirar resultados!”. Na primeira colheita irrigada, por mais que já tivesse sido orientado

“Era como se eu tivesse na estação esperando o trem. Eu ficava ali e não embarcava. Me sentia inseguro e não tinha confiança onde aquela viagem ia me levar. Um dia resolvi entrar e aquele trem me levou a um lugar bem melhor” quanto a produção, se surpreendeu: “Fiquei maravilhado! Pudemos ver os resultados. Quando começava o veranico a gente molhava a planta. Aquilo era uma beleza!”. Somando resultados em dois anos, em 2014 três novos pivôs foram instalados. Seguindo a história dos antepassados, foi vendo a necessidade de, junto com os filhos, tocar suas próprias terras. A separação com os irmãos trouxe momentos de dúvida, mas a certeza tomava conta do sábio Élio mesmo quando na primeira lavoura, após a divisão, uma geada queimou 70% de sua lavoura de milho. Por sorte, dois dias depois as folhas começaram a soltar. “Esperamos e confiamos. Realmente brotou”. A média da colheita foi 186 sacas/ha. Sem a irri-


gação, mal fariam 80. Os receios de investir em irrigação deram resultados ainda maiores do que os que foram esperados. Hoje, os custos com a lavoura se pagam: “Com a irrigação você tem segurança no investimento. No sequeiro tu planta para pagar as contas. Na irrigação tu paga as contas e tem retorno”. A tranquilidade dos dias atuais permite a aquisição de novas tecnologias. Nos 400 hectares da propriedade familiar já está instalado o equipamento Base Station, também um produto Valley. “Um passo adiante que traz qualidade permitindo o acesso de casa, vendo a necessidade e a quantidade de irrigar. Nunca é tarde para inovar e buscar novas tecnologias e investimentos”. E completa: “a tecnologia Valley é superior. Se você opta por uma coisa, tem que ser uma coisa boa”. Produzindo milho, soja e eventualmente trigo, 150 ha são irrigados. A ideia é irrigar 100% da área. “A decisão é feita em conjunto. Os mais novos apresentam a ideia e os mais velhos rebatem com a experiência. Foi vendo o cenário e o sofrimento do meu pai nesses anos de seca que temos a certeza do investimento em irrigação”, conta Bruno Costa Beber, agrônomo e filho. Todos participam da produção na propriedade. O pai Élio, os filhos Bruno e Juliano e até Edilze que depois da irrigação subiu no trator e até ligou pivô: “Teve dias que meu filho falava: Mãe, vai lá e liga o pivô. Eu ia e ligava! É tão fácil! E é tão lindo ver chover”. Como todo grande homem do campo, por menor que seja, respeita a lei da natureza de que tudo tem seu tempo: “Olhando para trás vejo que passamos muitas dificuldades e me pergunto: por que não pensamos em irrigar antes? Se fosse para começar agora, faria tudo de novo, mas ainda melhor”. Os altos e baixos para a família Costa Beber garantiram: que a determinação, o trabalho, a coragem e a esperança em dias melhores mudam o cenário, assim como os dias de forte veranico hoje não mais castigam as lavouras. Para Élio, o recomeço é o entendimento melhor do quanto é importante continuar e que a irrigação foi a viagem de trem mais importante da sua vida.

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Economia no Campo

IRRIGAÇÃO AUMENTA PRODUTIVIDADE NO CAMPO FAMÍLIA GATTO INVESTE NO SISTEMA PARA GARANTIR A SAFRA E EXPANDIR O RENDIMENTO

por Banco DDL

Há 36 anos no campo, o trabalho de seis irmãos mantém a tradição da família Gatto na produção e comercialização de sementes de soja. Com a migração do Rio Grande do Sul para o oeste baiano em 1980, Amélio Gatto, o pai, iniciou as atividades agrícolas nas quais inseriu os filhos. Após alguns anos, com o falecimento dele, a família fundou a empresa que o homenageia: a Sementes Oilema, nome que, ao contrário, lê-se Amélio. Na busca por soluções para produzir mais e melhor, decidiram utilizar o sistema de irrigação, possuindo atualmente cerca de 1.600 hectares irrigados com o uso de pivôs. Com terras em Luis Eduardo Magalhães e Barreiras, na Bahia, a

propriedade da família Gatto soma mais de 15 mil hectares, parte irrigada com a instalação de 16 pivôs centrais. Recentemente, adquiriram sete equipamentos Valley 8000 junto à Pivodrip, revenda da marca. “Eles fizeram o projeto e toda a parte de logística com a gente. A relação com o pessoal da Valley é muito boa, compramos também pela parceria que eles têm com o Banco DLL”, afirmou Valter Gatto, administrador da fazenda. Há 12 anos os irmãos decidiram iniciar o processo de irrigação na produção. “Nós percebemos que tínhamos que nos adequar na parte de irrigação, por isso contratamos uma equipe de agrônomos. Percebemos que funciona, ganha-se em rotatividade e na própria cultura”, destaca. No

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novo projeto a água será bombeada de um rio para um tanque chamado por eles de “piscinão”. O espaço possui quatro hectares e pode comportar até 300 milhões de litros de água. O projeto foi oriundo da percepção de uma demanda existente nos produtores. A relação de parceria entre a família e a Pivodrip de Luis Eduardo Magalhães, revenda Valley, existe há um ano e meio. “Descobrimos a necessidade e nos oferecemos para ajudar. Ganhamos a confiança a partir do momento em que conseguimos o financiamento, então o projeto ficou muito mais viável”, afirma o projetista Vinícius Diniz. Com a fundação da unidade na Bahia, a formalizadora Luana Moraes passou a atender os negócios


da região. “Nós criamos um relacionamento saudável com os seis irmãos. Hoje, além de todo o profissionalismo, existe um contato de amizade e confiança”, declara. Existente há 20 anos no mercado, com sede em Patos de Minas, Minas Gerais, a Pivodrip atua há 10 anos com o banco DLL. “Eu vejo o banco como um parceiro, principalmente em todos os momentos difíceis”, pontua. No DLL a irrigação permite expandir o volume de negócios e, conforme o account manager Flávio Barreto tem um futuro promissor. Ele informa que o agricultor não fica exposto às adversidades climáticas, garantindo a safra e aumentando a produtividade. “Quando ele irriga, aumenta a rentabilidade do que já

planta. Ele se blinda contra o risco climático, então pode não chover, mas ele vai produzir da mesma forma”, enfatiza Flávio. Os pivôs são essenciais para a distribuição da água com uniformidade pela plantação. Eles são adequados à declividade do terreno e ao ponto de captação de água, que pode ser de um poço artesiano, de um rio, ou da construção de uma barragem. O projeto estrutural para instalação de pivôs nas propriedades é feito pela revenda.

“Eu vejo o Banco como um parceiro, principalmente em todos os momentos difíceis”

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Finanças

QUAL O MÍNIMO QUE SUA EMPRESA PRECISA VENDER POR MÊS? Por Marinho Antunes Eu trabalho com Consultoria na área financeira e administrativa desde 2010. Nestes 6 anos de existência, nós tivemos como clientes mais de 50 empresas, sendo que a maioria esmagadora é formada por empresas pequenas e médias, geralmente negócios familiares que foram crescendo e necessitaram, mesmo que na marra, de se profissionalizarem. Por meio desta experiência e também de estudos que realizamos, podemos constatar uma triste realidade: a maioria dos empresários não sabe qual o Ponto de Equilíbrio¹ de sua empresa. Isso parece ser muito básico, e é. Mas por que então ele o não é motivo de preocupação? Bom, no meu ponto de vista, a explicação é bem lógica. Antigamente, a concorrência era menor, então, a exigência também era menor. Assim isso, era possível cobrar uma margem bem grande, mesmo sem saber, e o negócio acontecia. O resultado acabava aparecendo, ou seja, mesmo com algumas fa-

lhas graves na gestão o empreendedor tinha resultado. O fato é que esse tempo passou. Hoje em dia enfrentamos concorrência grande de todos os lados e a exigência do consumidor é cada vez maior. Dessa forma, a empresa deve estar preparada com uma gestão eficiente. Para ter bons resultados, hoje em dia, é preciso saber qual a mar-

gem real praticada e o gasto fixo da sua empresa. Assim será possível saber quanto é necessário vender para, no mínimo, não perder. A partir daí é possível estabelecer metas, pensar e analisar os custos de oportunidade, etc. Temos de pensar mais! Trabalhar com a cabeça. Admiro os empreendedores que estão ligados na importância de se ter uma boa gestão e valorizam isso em suas organizações. Não é à toa que esses estão, na maior parte das vezes, tendo melhores resultados que os demais. Os esforços devem ser direcionados para a gestão das empresas. É inadmissível o empreendedor ficar voltado apenas à área técnica. Isso não quer dizer que o trabalho operacional não seja importante, porque de fato é, mas mais importante que ele é fundamental ter procedimentos definidos, acompanha-los e, acima de qualquer coisa, cuidar da gestão empresarial. Um abraço!

¹ Conceito simplificado de Ponto de Equilíbrio: em economia, principalmente em contabilidade de custos, o ponto de equilíbrio é o momento em que as despesas e as receitas se igualam. Verifica-se o equilíbrio financeiro de uma organização quando seus custos e despesas comparam-se com sua receita. Isto é o ponto de equilíbrio, que pode ser verificado financeiramente e/ou em quantidade de vendas ou prestação de serviços, é o ponto inicial de seu superávit.

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Por dentro da Irriger

NDVI IRRIGER - ACOMPANHAMENTO POR SENSORIAMENTO REMOTO EM ÁREAS DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA por Nelson Sá (engenheiro agrônomo – gerente da Irriger no centro-oeste)

Buscando sempre por inovações tecnológicas para o agronegócio, a Irriger lança um novo serviço de acompanhamento das áreas de produção agrícola com uso de recursos de sensoriamento remonto. Isso quer dizer que usa imagens de satélite com um tratamento específico por um índice chamado NDVI que identifica as variabilidades do vigor das plantas em campo. A banda de radiação do NIR (Infra-Vermelho Próximo) é muito precisa para captar o vigor das plantas, ou seja, plantas vigorosas refletem mais o NIR e plantas mais fracas absorvem mais esta radiação. Sendo assim, as imagens em NIR obtidas por satélites

de última geração são tratadas por uma equação chamada NDVI (Índice de Vegetação por Diferença Normalizada) o qual transforma em tons de cores as distintas leituras de NIR, possuindo alta correlação com índice de área foliar (IAF) e vigor das plantas. Ao final, temos mapas que descrevem a distribuição do vigor das plantas no campo. Com estes mapas podemos fazer um acompanhamento “in season” da evolução dos campos de produção agrícola e identificar zonas que merecem mais atenção. A seguir temos um exemplo típico de uma imagem tratada com a equação do NDVI. As imagens do NDVI Irriger são obtidas ao longo do ciclo do cultivo permitindo os seguintes benefícios:

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Benefícios

: 1. Rápida detecção de falhas da irrigação, má distribuição, anéis; 2 .Falhas em operações mecanizadas como adubação, preparo de solo, plantio, fitoxidez por agroquímicos; 3. Manchas de solo com baixa produtividade, áreas com erosão laminar, depósitos de calcário; 4 .Reboleiras de baixo vigor causadas por nematoides, patógenos de solo, etc; 5. Zonas com vigor abaixo do esperado, possíveis deficiências nos equipamentos de irrigação, regiões com maiores potenciais de produção etc.


Imagem típica com tratamento da equação do NDVI.

A seguir, destacamos três exemplos típicos da aplicação do NDVI Irriger em áreas de produção irrigadas utilizando dados do banco de imagens da Geosys e Farmers Edge, empresas renomadas em suas áreas de atuação na Europa e Canadá respectivamente:

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Na imagem abaixo observa-se tons de vermelho e amarelo em uma parte da borda do pivô, neste caso trata-se da área mais alta do terreno e foi identificado pressão abaixo da mínima necessária na ponta do equipamento, o que causa desuniformidade e aplicação de água abaixo do necessário para as plantas a área afetada neste equipamento foi de 2,1ha.

Exemplo 1 – Milho semente aos 60 dias após o plantio, imagem obtida em 25-05-15. Fonte: Geosys

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Já na sequência abaixo observa-se claramente a marca deixada pela posição dos antigos pivôs onde o solo já estava corrigido e plantas menos vigorosas que foram inseridas no pivô. Ressalta-se que muitas destas diferenças não são perceptíveis a olho nu e causam diferenças em produtividade.

Abaixo observa-se uma zona de baixo vigor no pivô em formato de anel que é atribuído a algum emissor entupido ou montado com vazão inadequada, este diagnóstico pode ser feito antes de serem apresentados sintomas visíveis no campo, pois a imagem com o tratamento em NDVI é muito precisa para detectar diferenças no vigor vegetativo das plantas.

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Exemplo 3 – Anel formado por emissor entupido ou inadequado, imagem obtida em 03-08-15. Fonte: parceria Irriger/Farmers Edge Ao longo dos dois últimos anos de experiência da Irriger na utilização de imagens de satélite tratadas com a equação do NDVI em áreas de produção irrigada, identificamos que esta ferramenta é muito precisa em detectar diferenças no vigor vegetativo das plantas, oferecendo oportunidade para identificar a causa destas variações e realizar ajustes nas estratégicas de produção para maximizar a produtividade e melhorar o re-

Exemplo 2 – Resposta no vigor das plantas com a mudança da posição dos pivôs, imagem obtida em 04-07-15. Fonte: parceria Irriger/Farmers Edge

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sultado financeiro da atividade agrícola.



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Pergunte a Valley

Por Walter Sperling

QUAIS SÃO AS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO PIVÔ 5 POLEGADAS? Este pivô de 5” pode andar nos mesmos lugares que os pivôs maiores? O pivô de 5” da Valley pode ser instalado nos mesmos lugares de um pivô central maior, ele aceita declividade bem acentuadas de 10% e ao longo do caminhamento de 12%. O principal objetivo com o pivô de 5” é utilizá-lo em pequenas e médias áreas, ele é voltado para irrigação de baixo custo e para áreas de até 40 hectares. Esta opção possibilita ao agricultor familiar investir em irrigação e incrementar sua renda. Para exemplificar, é possível utilizá -lo em sistema de leiteria, melhorando a qualidade da pastagem e aumentando o número da taxa de lotação de animais por hectare. Pelo fato dele ser menor, é menos resistente? Ele é um mini pivô? Ele não é menos resistente e nem pode ser considerado um mini pivô. O pivô 5 polegadas é resistente e mantem a robustez do pivô tradicional

de 6 5/8”, a sua estrutura é muito parecida com a do pivô tradicional, a diferença é que ele é mais leve por causa de sua estrutura ser de 5”. O pivô de 5” não é considerado mini pivô e sim um pivô que pode ser utilizado para pequenas e médias propriedades, podendo ser usado também em áreas que estão compreendidas entre os pivôs maiores. Este pivô gasta mais energia que os outros? O pivô de 5” não gasta mais energia que o pivô tradicional. O projeto é elaborado para uma área específica que se pretende irrigar, no caso de uma área menor, e o dimensionamento do conjunto moto bomba será selecionado de acordo com a demanda do projeto, levando-se em consideração vários fatores, como: topografia do terreno, distância entre o local de captação da água até o centro do pivô, lâmina a ser utilizada, entre outros. O pivô central, por causa da uniformidade e qualidade de

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irrigação, possui baixo custo de energia se comparado com outros sistemas de irrigação. Quais as vantagens de utilizar este pivô em vez de utilizar irrigação por malha? Pode-se citar várias vantagens em utilizar o pivô de 5”, dentre elas: - redução da necessidade de mã de obra, - facilidade na aplicação de água com precisão e na quantidade necessária para cada estágio da cultura, - menor consumo de energia, por ser um pivô voltado a pequenas e médias áreas; - custo por hectare é mais atrativo, - alinhamento e velocidade constantes proporcionando uma irrigação mais uniforme e eficiente; - possibilidade de introdução de culturas de maior valor agregado.


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Coluna do professor

A FENICAFÉ E A IRRIGAÇÃO NO CAFEEIRO Por Everardo Mantovani - Professor Titular DEA-UFV e Sócio e Consultor da Irriger

A FENICAFÉ é um evento tradicional e de grande sucesso do calendário da cafeicultura brasileira que se realiza no mês de março. É um evento agregador, com comissão organizadora sempre coesa, técnica e profissional, que o prepara com muito carinho há mais de 20 anos, sob a coordenação da Associação de Cafeicultores de Araguari (ACA). Em 2016 o evento envolveu o 210º Encontro Nacional de Irrigação da Cafeicultura do Cerrado, a 19ª Feira de Irrigação em Café do Brasil e o 18º Simpósio de Pesquisa em Cafeicultura Irrigada, tornando-se uma referência na área de irrigação do cafeeiro, atraindo milhares de cafeicultores e técnicos além das principais empresas do setor. Um dos principais atrativos do evento tem sido os temas tratados. Me impressiona a qualidade dos assuntos apresentados ano após ano com palestras, discussões e debates com foco em problemas reais e de alta demanda por parte dos cafeicultores irrigantes. Sou um participante ativo desde 1999, quando iniciamos o Simpósio de Pesquisa numa parceria da ACA e do Núcleo de Cafeicultura Irrigada do Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café (que eu coordenava). Tive o prazer de ministrar diversas palestras em várias edições sobre temas relacionados ao manejo da irrigação. Em 2016 solicitaram-me que falasse sobre o manejo da irrigação visando o máximo aproveitamento técnico e econômico dos sistemas de irrigação do cafeeiro, o que foi um novo desafio. Sem dúvida, o cafeeiro irrigado já é uma realidade nas mais diversas áreas de produção, sendo que a adoção de um sistema de irrigação por pivô central, gotejamento e aspersão em malha é plenamente acessível aos cafeicultores, não importando o tamanho da área. São diversos os objetivos da irrigação no cafeeiro, destacando-se a maior produtividade, melhor qualidade do produto e a estabilidade da produção proporcionando maior rentabilidade apesar dos problemas estruturais por que passa o setor. Esses objetivos têm sido atingidos. Para entender o momento atual da irrigação no cafeeiro é importante ter em mente as transformações pelas quais

passou o setor. No passado era considerado um luxo devido às limitações da tecnologia, disponibilidade e custo dos equipamentos. Hoje, o conceito é de cafeicultura irrigada, cuja otimização dos insumos água, energia e mão de obra se tornaram o foco principal da irrigação, proporcionando rentabilidade com sustentabilidade, que exige um processo técnico de manejo da irrigação. Este processo visa organizar as atividades relacionadas à irrigação, acompanhando o consumo e a conta de energia, avaliando e ajustando o equipamento de irrigação permanentemente, decidindo o melhor momento e a lâmina de irrigação mais adequada, anotando os principais pontos relacionados à irrigação e confrontando com a produtividade obtida. É importante citar que isso envolve um processo de treinamento permanente dos técnicos e operadores de campo, definição de estratégias de comum acordo com os responsáveis pelo sistema de produção, avaliação criteriosa dos resultados a cada fechamento de safra e definição dos objetivos para a próxima. A dificuldade da implantação de um programa de manejo está associada à grande variabilidade devido a interação do solo, da água, do clima, da planta e da irrigação da região explorada, esta dificultada pelos fatores operacionais que exigem decisões durante os 365 dias do ano. Tudo isto gera uma decisão que in-

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felizmente não é possível através de uma receita simples, pois envolve muitos aspectos e se torna complexa exigindo a adoção de um manejo profissional. Apesar dessas dificuldades, é crescente o número de propriedades irrigadas que se beneficiam da implantação de um sistema de manejo cada vez mais disponível. Os benefícios da implantação de um programa profissional de manejo da irrigação envolvem otimização do uso da energia, maior produtividade, melhoria das condições de fitossanidade e condições nutricionais ampliando a vida útil dos equipamentos e melhoria do uso da mão de obra, permitindo produções com maior rentabilidade. Os custos referentes à irrigação envolvem projeto, compra e implantação do equipamento, operação e manutenção do sistema ao longo do ano e a energia gasta mensalmente no processo de irrigar. Em média, todos os custos citados para irrigar uma área exigem de 3 a 4 sacas/ha/ano do que foi produzido (cerca de 5%), sendo que as demais sacas produzidas devem fazer frente aos pagamentos de outros custos (tratos culturais, colheita e processamento) e gerar o lucro necessário. Para mostrar a importância do custo de energia, observa-se que cerca de 60% seria somente para o pagamento da conta de energia, sendo este insumo o maior valor, superando inclusive os gastos com a aquisição e implantação do sistema de irrigação. Finalizando, é importante ter em mente que o futuro do manejo da irrigação envolve o uso de sensores modernos e automáticos com acesso remoto, que é uma necessidade básica para a produção sustentável na cafeicultura irrigada, envolvendo critérios técnicos e operacionais. Quando realizado no dia a dia na própria fazenda, envolvendo treinamento do pessoal técnico e de campo, com metas bem definidas e com acompanhamento dos resultados, proporciona elevada adesão e continuidade. Assim, mais uma vez, a FENICAFÉ de 2016 foi uma excelente oportunidade de discutir o tema e ajudar os cafeicultores irrigantes a entender melhor os benefícios da irrigação para o café. Que assim seja!


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