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Novidades Nacionais

SUINGUE DO ÓCIO

Com o single “Muito”, lançado em dezembro passado, a banda baiana Vivendo do Ócio começou oficialmente a apresentar seu próximo álbum, homônimo, que sai agora em fevereiro e é o primeiro em cinco anos. Mais uma vez, espera-se a interessante leitura de rock suingado que marca o trabalho do quarteto, presente em trabalhos anteriores como “Nem Sempre Tão Normal” (2009) e “Selva Mundo” (2015). Um dos singles lançados por Jajá Cardoso (guitarra), Luca Bori (baixo e voz), Dieguito Reis (bateria) e Davide Bori (guitarra) em 2018, “Il tempo” (composto pelos quatro) deve entrar na seleção. O selo escolhido para o lançamento é o paulistano Flecha Discos.

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OUÇA MAIS O single “Muito” e outras faixas da banda ubc.vc/Suingue

LUAN SANTANA É O MAIS TOCADO DA DÉCADA

Com 1,393 milhão de execuções nas rádios, Luan Santana é o artista mais tocado na década de 2010. É o que mostrou um levantamento da Crowley, multinacional especializada em monitorar a programação de emissoras de todo o Brasil e também as mais tocadas do streaming. Desde 1997, quando os dados começaram a ser recolhidos no país pela empresa, o artista sul-mato-grossense, um dos principais nomes do sertanejo, é o quarto mais popular das rádios, atrás apenas de Roberto Carlos, Zezé Di Camargo & Luciano e Bruno & Marrone. Um dado interessante é que, apesar da hegemonia do gênero caipira e suas vertentes na programação recente, se levarmos em conta todo esse período de 23 anos, nomes como o de Gal Costa (5º lugar) e Elis Regina (8º) ainda têm forte presença nas emissoras.

PANCADÃO DO ARNALDO

Politizado, onírico, lírico, contundente. O novo disco de Arnaldo Antunes, previsto para fevereiro, é plural como ele mesmo. Composto de dez faixas inéditas e autorais, “O Real Resiste” toma emprestado o título de uma delas, um pop de cheiros vários, baião entre eles, que, com batida marcada por violão e piano, manda uma pancada em versos como “miliciano não existe/ torturador não existe/ fundamentalista não existe/ terraplanista não existe/ o real existe”. Chico Salem (violão de aço), Cézar Mendes (violão), Dadi Carvalho (baixo, guitarra e violão de 12 cordas) e Daniel Jobim (piano) o acompanham na obra, produzida pelo próprio Arnaldo e por Gabriel Leite e gravada no inverno do ano passado no estúdio Canto da Coruja, em Piracaia (SP). Na era dos singles estreados no streaming, Arnaldo apostou num formato vintage e lançou em julho passado uma das músicas, “João”, parceria com Cézar Mendes, com clipe no programa “Fantástico”, da TV Globo.

VEJA MAIS O vídeo de “O Real Resiste” ubc.vc/RealAA

FERRO NELES

Segundo álbum de Flaira Ferro, “Virada na Jiraya” é um manifesto irônico, direto e terno, cheio de feminilidade. O potente rock-frevo-eletrônico da cantora e compositora recifense, que assina 11 das 12 canções do disco, traz letras que vão direto ao ponto, como a da canção-título: “Explodam / Saiam daqui / Quero me divertir / Com as minhas coleguinhas...”, recado na lata aos machos babões que molestam as minas na balada. Em outras, como “Ótima”, faz ode à mulher em meio à masculinidade tóxica. E faz política em “Lobo, Lobo”, com versos como “Tem lábia de fascista / Joga o jogo da milícia / Por dentro é terrorista / E paga de espiritual.” “É um jeito bem-humorado de transformar a raiva e os sentimentos de baixa frequência em combustíveis de transição para a conexão com nossa verdade”, ela comenta sobre o disco, que tem participação de Chico Cesar e Amaro Freitas, além de produção de Yuri Queiroga.

OUÇA MAIS As 12 canções do ábum ubc.vc/Jiraya

RAP, R&B, MPB, JAMELÃO

Guitarrista, cantor, compositor e produtor autodidata, Thiago Jamelão se prepara para lançar este ano seu primeiro álbum, “Sobrevivente”. “É um prefácio, a pureza de quem eu sou. Como o diário de mais um sonhador querendo desvendar o mundo”, define. Produzido por DJ Duh e com direção musical de Emicida, o disco une rap, R&B e MPB e já ganhou o primeiro single, “Sempre Quis”. Drik Barbosa, Rashid, Emicida e Muzzike participam do trabalho do artista goiano radicado em Brasília.

VEJA MAIS O clipe de “Sempre Quis” ubc.vc/TJ

OBRA DOS SONHOS

Fernando Brant ganha uma bonita homenagem com a edição de um extenso álbum no qual grandes intérpretes revisitam sua obra. Produzido por Robertinho Brant, seu sobrinho, “Fernando Brant - Vendedor de Sonhos” tem 20 faixas e traz Milton Nascimento (“O Medo de Amar é o Medo de Ser Livre”, de Brant e Beto Guedes), Djavan (“Milagre dos Peixes”, de Brant e Milton), Monica Salmaso (“O Que Foi Feito Deverá”, Brant e Milton), Roberta Sá (“Ponta de Areia”, Brant e Milton), Samuel Rosa (“Paisagem na Janela”, de Brant e Lô Borges) e uma porção de outros craques em versões exclusivas arranjadas por Robertinho. A distribuição é da Biscoito Fino. “Para a família, Fernando sempre foi referência e inspiração. Por isso, enquanto ia se tornando um dos maiores compositores da música popular brasileira, ele ia também nos empurrando para frente. Além de tio, foi meu mestre, farol, segundo pai e irmão. Produzir, arranjar e gravar esse álbum em homenagem a ele tem sido uma experiência única”, contou o produtor.

SEU JORGE, ROGÊ: DISCO ARTESANAL

Um despretensioso projeto une os amigos Rogê e Seu Jorge no álbum “Seu Jorge & Rogê”. São sete faixas que eles criaram quase inteiramente — e isso quer dizer que compuseram, arranjaram, produziram, cantaram e tocaram os instrumentos, à exceção das percussões pilotadas por Pretinho da Serrinha e Peu Meurray e da participação de Peu na composição de “Saravá”, com Magary Lord e Luizinho do Jeje, e de Pretinho em “Meu Brasil”. O trabalho foi gravado em 2019 pelo selo Night Dreamer, estúdio e fábrica de LPs perto de Amsterdã. O tom de produção artesanal se reflete no método escolhido para a impressão: direct to disc. Nele, os áudios são cortados em direto, transferidos ao acetato sem edições ou pós-produção e levados para imprimir logo após a gravação. Foi por ter estúdio e fábrica unidos que a Night Dreamer acabou escolhida por eles para a obra. “Seu Jorge & Rogê” também ganhou versão para streaming.

PARÁ // BRASÍLIA // ÁFRICA

A guitarrada paraense a serviço da música negra. No quinto álbum do brasiliense Dillo, “GuitarrÁfrika”, uma sofisticada pesquisa musical promove um passeio por sons ancestrais do continente que é a origem da civilização — e vai além. Afrobeat, afrolatino, jou jou, semba e até sonoridades tuaregs do Magreb, a região mediterrânea ao norte do Saara, aparecem nesse explosivo trabalho fusion que tem clara pegada dançante. E que nasceu das andanças de Dillo pelo Caribe e pela África. “Tentei olhar para dentro e ver que tipo de guitarra habitava em mim, se era a de Led Zeppelin e Deep Purple ou as levadas de mestre Vieira e sua barcarena fantástica. A síntese dessa pesquisa apontou para os caminhos da guitarra africana”, conta. Gravado em Brasília, São Paulo, Joanesburgo e Cidade do Cabo, “GuitarrÁfrika” tem produção do próprio Dillo.

OUÇA MAIS O álbum “GuitarrÁfrika” ubc.vc/Dillo

SERTANEJO BAIANO

Leo Santana é parceiro de Rode Torres num mais do que provável hit do próximo carnaval baiano. O single “Atrapalhadinha”, gravado pelos dois, funde sertanejo e a inconfundível pegada do axé e, com dancinha própria, já estourou no YouTube, com mais de 500 mil visualizações, entre a versão original e os memes e covers. Produzido e lançado pelo selo Vitrola Digital e distribuído pela Tratore, o DVD com outras canções de Rodes sai em breve. Uma das muitas parcerias que estarão na caixa é “Nem Um Pouco Maluco”, um feat com Ivete Sangalo.

VEJA MAIS O clipe — com dancinha — de “Atrapalhadinha” ubc.vc/Atrapa

ELIANA PITTMAN, NOVO EMBALO

Aos 74 anos, 58 de carreira, Eliana Pittman vive uma merecida redescoberta. Dona de uma carreira de repercussão nem sempre condizente com seu enorme talento, ela lança um disco que estabelece uma ponte com seu passado musical e joga a bola pra frente. “Hoje, Ontem e Sempre” traz 18 faixas, dez gravações inéditas e oito resgatadas de uma apresentação que ela fez em 1970 na boate Don Camillo, em Paris. “Drão” (Gilberto Gil), “Ex-Amor” (Martinho da Vila), “Onde Estará o Meu Amor” ( Chico César) e o pagode “Gamei”, de André de Oliveira e Delcio Luiz da Silveira, sucesso do grupo Exaltasamba, estão no repertório. As dez gravações que são novas foram captadas num único dia, com o violão de Joan Barros e a percussão de Michel Machado, um estilo novo para ela. “Não sou mulher de voz e violão, gosto de piano e bateria. E gravar tudo de uma vez só é loucura, nunca mais faço isso”, brincou em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo”.

OUÇA MAIS As 18 canções do álbum ubc.vc/HOS

GUTO GOFFI: TONS E SONS

Se uma imagem vale mil palavras, uma porção delas resulta num disco. A partir de fotografias suas que reuniu ao longo de 15 anos, Guto Goffi concebeu “C.A.O.S.” (ou Confusões Artísticas e Obras Sonoras), álbum que lançou nas plataformas digitais agora no final de janeiro. Acompanhado pelo Bando do Bem e o guitarrista Nani Dias, na produção, Goffi faz um passeio de base rock por sonoridades variadas, como blues e pop. Edu Krieger, Maurício Barros, Fernando Magalhães, Claudio Bedran, Claudio Gurge e Rodrigo Suricato dividem com ele as composições. Desde 2011, com “Alimentar” — e após “Bem”, de 2016 —, o instrumentista, cantor, compositor e fundador do Barão Vermelho segue em seu projeto de lançar álbuns cujos nomes começam com as letras do alfabeto. E a profusão de criação não para por aí: nos shows de lançamento de “C.A.O.S.”, Goffi quer ter artistas plásticos convidados expondo no palco.

VEJA MAIS: Momentos divertidos dos bastidores da gravação. ubc.vc/CAOS

ROCK-REGGAE-ELETRÔNICO

O reggae-rock do Surf Sessions volta renovado no sétimo álbum de estúdio da banda brasiliense. Produzido por Rodrigo Sanches, vencedor do Grammy Latino com o disco “Tropix”, de Céu, “Inverso” tem dez músicas inéditas e um flerte com sonoridades eletrônicas inédito para eles. “O Rodrigo foi peça fundamental para a criação deste novo trabalho. Ele deu uma unidade bem legal para o nosso som, que tem uma natureza mais abrangente por sermos três cantores. E trouxe elementos e timbres mais modernos, uma atualização do que pedimos”, conta Rafael Monte Rosa, um dos membros do Surf Sessions. Jorge Du Peixe, Anna Lu, DJ Marcelinho e Jamelão participam.

ECAD ADAPTA SISTEMA E INCLUI LÍNGUA INDÍGENA

Dois discos prestes a serem lançados, ambos em língua hatxa kuin, do povo huni kuin, do Acre, provocaram uma simpática alteração no sistema de cadastros do Ecad. A língua não constava do formulário e, por sugestão da produção dos álbuns, acabou incluída entre português, inglês, francês, espanhol e várias outras. Um dos álbuns foi gravado ao vivo em 2017 em edições do encontro Mi Mawai, um projeto de colaboração artística entre o Etnohaus, coletivo de artistas do Rio de Janeiro, e artistas da floresta. Participam artistas como Txaná Ikakuru, Txná Isarewe, Domenico Lancelotti e Bruno Di Lullo. O outro é o videoálbum “Ni Ishanai - Floresta Futuro”, com 16 faixas, produzido durante uma residência artística com jovens do grupo Kayatibu, em Jordão do Acre (AC). “Foram três anos de negociação para chegarmos a esse formato que vai servir como modelo para outros projetos musicais dessa etnia, que tem uma infinidade de cantos tradicionais, versões feitas a partir da entrada do violão e novas músicas autorais também”, descreve Nana Orlandi, do Mi Mawai.

15 ANOS DE TRABALHO E SAMBA

Moacyr Luz e o Samba do Trabalhador celebram os 15 anos da famosa roda de samba que criaram no subúrbio do Rio de Janeiro com o lançamento do quinto álbum em conjunto: “Fazendo Samba”. São 16 faixas, 12 delas inéditas, e participações de Leci Brandão, João Bosco e Roberta Sá. “A escolha do repertório se desenrolou naturalmente, reunindo canções nossas e parcerias inéditas com amigos e velhos conhecidos da música brasileira”, descreve Moacyr. Wanderley Monteiro, Xande de Pilares, Toninho Geraes e vários outros bambas também estão entre estes parceiros.