Sorrisos

Page 1




Salvador 2010



Sorrisos – Pierre Verger

© Solisluna Design Editora 2010 Fotografias de Pierre Verger: todos os direitos reservados de uso © Fundação Pierre Verger Concepção, edição e design Enéas Guerra Valéria Pergentino Tratamento de imagens Vicente Sampaio Elaine Quirelli Texto “A poesia do sorriso” Katherine Funke Revisão de texto Maria José Bacelar Guimarães Pesquisa no acervo FPV Alex Baradel Rafael Celestino

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Verger, Pierre, 1902-1996. Sorrisos / Pierre Verger. -- Salvador, BA : Solisluna Design Editora, 2010. ISBN 978-85-89059-38-1 Todos os direitos desta edição reservados à Solisluna Design Editora Ltda. (71) 3379.6691 | 3369.2028 editora@solislunadesign.com.br www.solislunadesign.com.br www.solislunaeditora.com.br

1. Fotografias I. Título. 10-13832 Índices para catálogo sistemático: 1. Fotografias : Artes 779

CDD-779


“Um dia sem rir é um dia desperdiçado.” Charles Chaplin



A poesia do sorriso Pierre Verger fotografou em cinco continentes, a partir de 1932 até o final dos anos 70. Usava uma Rolleiflex posicionada na altura da barriga, o que proporcionava grande interação com as pessoas retratadas. Ainda que durassem apenas um instante, certamente os flagrantes de sorrisos também eram retribuídos com a alegria, a felicidade e a ternura do etnólogo e fotógrafo. O começo da carreira fotográfica já foi, em si, uma grande alegria para ele. Até os 30 anos de idade, sua vida foi pautada pelo respeito às convenções da sociedade burguesa de Paris. Seus pais impunham que só andassem com gente respeitável, e ele e os dois irmãos tinham que se vestir iguaizinhos. Nas fotos de criança, não há sequer uma expressão divertida em Pierre, Jean ou Louis. Quando Verger comprou a primeira câmera, teve de dar ao fornecedor um taxifoto, equipamento já antigo para a época, que provocava risos nas crianças: elas se surpreendiam ao ver o movimento do “álbum” formado pelo jogo de 25 vidros com estampas fotográficas. O vendedor da primeira Rolleiflex ficou com aquela máquina de fazer rir, mas a magia nela contida parece ter seguido com o comprador.

Verger logo viajou para o Taiti, iniciando uma série de aventuras absurdas, sublimes e engraçadas pelo planeta. Andou de bicicleta e de camelo, viajava nas terceiras e quartas classes de navios e trens, dormia em hotéis imundos e às vezes tinha de se submeter às severidades policiais e governamentais. Não se importava, desde que pudesse fotografar. Assim, generoso com a vida, viu e flagrou belos momentos pela Oceania, Ásia, África e nas Américas, como se pode notar nas fotos desta publicação, selecionadas do acervo da Fundação Pierre Verger. O autor das imagens possuía um bom humor muito particular. Não à toa, batizou um gato, que criava em Salvador, de Rosseau, em homenagem ao filósofo suíço Jean-Jacques Rousseau, defensor do direito à brincadeira e à infância. Pierre Verger tinha um jeito muito próprio de viver, com extrema simplicidade e despojamento total de bens materiais, o que lhe conferia um olhar diferente e afetuoso sobre o ser humano de vida mais simples. Foi esta visão da vida que lhe possibilitou captar e registrar a poesia do sorriso. 7



9


“Pois os dias, as horas, os anos alegres, e ufanos dilatam as eras; Venham depressa aos anos felizes, que Amor festeja. Porque aplausos de amor, e fortuna celebrem deveras os anos fecundos, os dias alegres, as horas serenas.â€? GregĂłrio de Mattos

10




13


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.