Nathalie Guerreiro
ilustraçþes
Ana Maria Moura
Dedico esta histĂłria aos meus queridos leitores e Ă amizade, flor delicada que enfeita e perfuma os nossos dias.
Nathalie Guerreiro
ilustraçþes
Ana Maria Moura
Q
uando Eduarda chegou a Paris, teve a certeza de que ali começava uma nova vida, daquelas cheias de amigos e aventuras. Depois de buscar a família no aeroporto, no caminho para casa, seu pai cantava “La vie en rose,” uma música popular francesa que significa “A vida em cor de rosa”. Godofredo, seu irmão caçula, o acompanhava assoviando bem afinado. Da janela do carro, sentia no rosto o ventinho frio com cheiro de alfazema, sua flor preferida. Os olhos de Eduarda irradiavam alegria ao se depararem com paisagens muitas vezes vistas em uma das suas histórias favoritas: “O corcunda de Notre-Dame.” A Torre Eiffel, iluminada por milhares de luzes douradas, ponto alto do trajeto, estava refletida em seus olhos grandes e expressivos.
– Mamãe, falta muito para chegarmos ao nosso novo apartamento? Perguntou entre suspiros. Seu pai Alfredo, antecipou-se e disse: – Não, Duda. Já estamos quase no Boulevard Saint Michel, olha lá, informou apontando para a rua larga que se aproximava. – Será que terei muitas amigas como vizinhas, papai? – Acredito que sim, minha filha. – Sinto falta do Leon, lamentou Godofredo, ao lembrar do melhor amigo que havia ficado no Brasil. Um novo trabalho do seu pai foi o motivo da mudança para Paris, e Eduarda estava ansiosa para fazer novas amizades.
No primeiro dia de aula, muito animada, Duda vestiu o suéter rosa com listras azuis, que sua mãe Helena havia terminado de tricotar durante a viagem do Brasil para a França. Colocou o perfume que mais gostava, “Chuva de estrelas”, e lá se foi curtir a nova escola e conhecer novos amigos. – Amelie? – Presente, professora. – Lola? – Presente. – Filippo? – Presente, professora Teodora. – Eduarda? – Presente, respondeu feliz, levantando a mão e dando um tchauzinho para os novos colegas. – Seja bem-vinda! Quem gostaria de sentar-se ao lado da nossa nova estudante? Perguntou a professora, com um sorriso alegre e acolhedor.