Antologia Brasil, 1890-1930

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Pelos "ateliers" e salões...

A exposição de "pastéis" – Bevilacqua O Rio assiste, hoje, à inauguração da segunda exposição artística do reputado fotógrafo Sylvio Bevilacqua. O acontecimento tem toda a importância de uma nota mundana, como, aliás, já o fez notar o cintilante cronista do Jornal do Commercio, Lindolfo Collor, na sua seção de sábado: "É esta a segunda grande exposição de fotografia artística feita por Sylvio Bevilacqua. Dizemos que é a segunda grande exposição porque o ateliê de Sylvio é, de fato, uma bela exposição permanente, feita ao sabor do acaso, sem a pretensão de ordem de todas as exposições, e por isto mesmo tanto mais interessante. "Se o atelier de Sylvio é uma exposição permanente, a sua frequência não sofre também, logicamente, nenhuma interrupção. De fato, poderse-ia afirmar que aquele recanto discreto dedicado ao trabalho artístico é um dos pontos mais preferidos pelo nosso alto mundo artístico, de passagem pela avenida, para uma 'causerie' ligeira, entre uma 'pose' que Sylvio arranja e uma disposição definitiva para a rua, para o corso, para o 'five o'clock'... "De modo que como exposição permanente, o ateliê Bevilacqua é sempre um magnífico recanto de palestra, onde a quantidade e qualidade de espírito faz frente à ausência tanto quanto possível do convencionalismo frívolo que sempre enregela as melhores disposições verbais". Deve-se registrá-lo, portanto, com um comentário, porque essa exposição significa, na realidade, alguma cousa mais que um esforço; exprime mais que uma tentativa.

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