Antologia Brasil, 1890-1930

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Os alemães quase todos expõem retratos e com a aplicação que lhes é característica, trabalharam-nos de um modo verdadeiramente admirável. Dührkoop, creio, expõe grandes retratos que parecem respirar. O que mais chama a atenção, embora todos sejam belíssimos, é o retrato de uma dama pensativa que é estupendo. Schensky tem marinhas em que, verdadeiramente, não existe a interpretação, mas sim a realidade pura. Mas são feitas com grande cuidado e são belas. Existem também muitos expositores independentes, dos quais os ingleses e norte-americanos não são grande cousa. Léonard Misonne, um expositor belga, apresenta belíssimos quadros de planícies, com efeitos originais em que se vê a alegria da primavera que começa lutando com as últimas melancolias do fim do inverno. Também as exposições da "Camera-Club", de Viena, e dos dois "Círculos" holandeses têm sido muito apreciadas. Além disso, vê-se ali a autocromia fotográfica a cores, sistema Lumière, feitas por Gustavo Mamasi, o bem conhecido artista, e outros. Dessa parte não me ocupo hoje, porque ainda não tive tempo de examiná-la bem. Devia ainda falar do pavilhão dos Estados Unidos, de mostruário de belas-artes de Nápoles, da exposição de Firenze e de Turim. Mas não é possível, porque o tempo urge e as malas postais não esperam. Assim, não tenho remédio senão deixar esses para outra carta. (Do correspondente) 1 81

Antologia Brasil, 1 890-1 930


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