Antologia Brasil, 1890-1930

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O que pretendemos fazer

Apresentando aos amadores e profissionais de fotografia a sua tão esperada e desejada revista, diremos pouca coisa. Prometemos pouco ― apenas o que temos a certeza de poder cumprir. Em compensação, esforçar-nos-emos por fazer muito mais do que prometemos. Conquanto já seja bastante apreciável o movimento fotográfico entre nós, estamos ainda muito longe de ter a fotografia no apreço que merece e em que a têm outros povos. Desconhece-se ainda aqui, podemos dizer, a importância que a fotografia tem na vida moderna como Ciência, Indústria, Arte e Esporte. Já se executam em nosso País certos trabalhos fotográficos de valor científico, como microfotografias, microcinematografias (a fita sobre a "broca do café" é um trabalho notável) e radiografias; temos uma fábrica de papel fotográfico (que, seja dito, produz artigo excelente), uma de acessórios (tripés, prensas etc) e aparelhos para fotógrafos ambulantes; alguns esforçados cinematografistas apresentam-nos, de vez em quando, uma fita documentária ou artística; há ótimos fotógrafos profissionais bem instalados em "ateliers"; há distintos e adiantados amadores que se dedicam com fervor à fotografia artística, à fotografia feita sem outro fim que o de provocar uma emoção estética, essa que é a fotografia do verdadeiro e apaixonado amador; há, enfim, a fotografia feita como esporte, a fotografia do amador que se contenta com o documento, com a imagem fotográfica pura e simples, a mais cultivada aqui como em todo o mundo. No entanto, todo esse movimento passa desapercebido, faz-se quase sem objetivo, sem rumo, sem continuidade; os estudiosos não podem tirar proveito dos grandes progressos que tem feito a fotografia científica; as indústrias fotográficas não tomam um desenvolvimento

Antologia Brasil, 1 890-1 930

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