Antologia Brasil, 1890-1930

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Fotografia

BIBLIOTECAS espaçosas existem e obras volumosas se têm escrito sobre esta simples palavra. Já se deixa ver, portanto, que não é em meia dúzia de linhas que teríamos a pretensão de resumir o que seja a fotografia cientificamente falando. Filha de todas as ciências, da física, da química, da alta matemática, é por isso mesmo mais complexa que todas elas e consequentemente carecedora de mais espaço e de maior capacidade intelectual. Em uma obra intitulada "Reflexões sobre óptica – photographia" – escrita por nós de colaboração com o eminente lente catedrático da Escola Politécnica o Dr. Joaquim Galdino Pimentel, tentamos um pequeno ensaio que absorveu 1.154 folhas de papel, e que se acha depositada na Biblioteca Nacional por falta de quem a possa aqui imprimir pela ausência dos recursos fotomecânicos. Trataremos, portanto, da fotografia sob o ponto de vista puramente artístico. Ou porque nada exista impresso em idioma pátrio que mostre ao povo os vastos horizontes que se estendem indefinidamente por esta ciência ou arte, ou porque, por isto mesmo, a maioria da classe intelectual não lhe dedica maior importância pela falta de observação ou leitura a respeito, o fato é que, tanto esta como a menos cultivada, consideram ainda a fotografia como uma simples máquina de fazer retratos ou um passatempo de amador. Entretanto a sua própria essência aí está para defini-la: é um complexo de conhecimentos científicos como tal filha de todos os conhecimentos terrestres. Oriunda deles cresceu por tal forma que em poucos anos se tornou o farol de todas as ciências. Não há ramo algum da atividade humana que não tenha dela beneficiado, beneficiando ao mesmo tempo a própria humanidade.

Antologia Brasil, 1 890-1 930

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