pobres. Cada um dos nossos bairros tem o seu feitio próprio, original. Por que, então, não havemos de retratá-los? Mais tarde, os nossos netos nos agradecerão esse imenso e piedoso serviço. Quanto aos tipos, como já dissemos, a variedade, sobre ser infinita, é pitoresca. O nosso homem de Santa Cruz, por exemplo, difere completamente do de Botafogo, analfabeto embora, como ele, e como ele negro, ou mestiço. E o "bamba" de Gamboa, de que Di Cavalcanti nos fez uma prodigiosa caricatura? A propósito de Di Cavalcanti: os trabalhos de estilização desse esplêndido artista não poderiam servir de base para um estudo consciencioso do nosso meio? O cordão em que faz dançar na tela toda uma farândola carnavalesca, com as suas Salomés crioulas de seios bamboleantes, os seus estandartes vermelhos, gritando ao sol, é uma obra-prima no gênero e um indício seguro de que, se o quisermos, tudo faremos no sentido que apontamos. Elementos não nos faltam. Nem inteligência. (Clichês gentilmente cedidos pela "Kodak Brasileira Limitada")
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No mundo artístico, 1 924