Mundo Paulista

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Sexta-feira 12 de setembro de 2014 - Edição SP

MUDANÇAS NO VESTIBULAR DA UNICAMP Um dos mais concorridos vestibulares de São Paulo dinamizou sua avaliação, dando destaque a autores nacionais e transferindo a redação para segunda fase. Leia na pág. A4.

Intercâmbio: os dois lados do oceano. Leia na pág. A3

O assistente Pedagógico do CSL, Diniz, concede uma entrevista que esclarece algumas dúvidas sobre os vestibulares prestados pelos alunos do colégio. Leia pág. A5

USP, Unesp, Unicamp e mais seis divulgam datas do vestibular 2015. Fuvest e Unicamp são as mais procuradas por estudantes.

“Secret: uma lição do que não fazer”, sobre a interferência do aplicativo na vida dos alunos do Colégio São Luís. Leia na pág. A2


CSL NEWS , 12 DE SETEMBRO DE 2014

Secret: uma lição do que não fazer

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PAINEL DO LEITOR Obras do ginásio

O Cyberbullying, agressão psicológica que vem se desenvolvendo com a era tecnológica, afeta a vida de inúmeros adolescentes ainda em fase de formação social. Um exemplo dessa nova ameaça é o Secret, um aplicativo cujo objetivo era compartilhar segredos em anonimato e que, felizmente, não pode mais ser acessado. Esse aplicativo, inicialmente criado para ajudar as pessoas a se abrirem, desabafarem e procurarem apoio nos comentários, havia passado a ser espaço para humilhação. É claro que havia comentários engraçados e divertidos, mas não eram a maioria. Sem a sua identidade revelada, as pessoas tornaram-se cruéis e completamente insensíveis. Diversos jovens tiveram sua intimidade exposta e a velocidade com que as fofocas se espalhavam levou o bullying virtual a outro nível. Fotos constrangedoras (de nudismo) e comentários ofensivos causaram repercussões negativas e o aplicativo, criação de Chrys Bader e David Byttow, baniu todos os usuários brasileiros devido ao aumento do número de suicídios pelos adolescentes. No Colégio São Luís, assim como tantos outros, as vítimas do mau uso da rede social tiveram sua vida dentro dos muros da instituição afetada. Olhares furtivos, comentários maldosos, preconceitos, entre outros tipos de bullying tomaram os corredores através das telas de todos os smartphones. É do interesse da comunidade do São Luís que esse aplicativo seja proibido, pois ele incentivava a realização de atos cujas consequências não eram pensadas e nem como as pessoas seriam afetadas. Essa foi uma lição, principalmente em ambiente escolar, de como a total liberdade de expressão pode ser perigosa.

Conforme a notícia “Inauguração de Ginásio já tem data marcada”, publicada pelo Jornal São Luís do dia 16 de setembro de 2013, a reforma do ginásio do colégio teve início em julho de 2012 com prazo para inauguração em maio do ano passado e até hoje as obras não foram finalizadas. Os diretores alegam que a demora foi causada pelo atraso de materiais necessários para a conclusão da obra, que ainda não tem nem data prevista. Sou aluno do CSL e este ano me formo. A ansiosa espera pela inauguração do ginásio não será cessada e provavelmente não estudarei mais no colégio quando acontecer. Espero que os alunos das séries mais novas saibam aproveitar e que gostem muito da reforma que está sendo realizada em prol de todos que lá frequentam.

A hipocrisia estudantil A participação juvenil na política foi algo essencial na história do Brasil nas últimas décadas, na geração de nossos pais. Porém, atualmente, ela vem diminuindo devido à descrença geral nos partidos políticos construída pela generalização feita pela mídia que dá ênfase apenas às atitudes negativas deles como corrupção e nepotismo e deixa de citar a criação de muitas políticas públicas importantes. A noção de responsabilidade e o sentimento revolucionário que leva os jovens à participação pública e coletiva de acordo com seu papel de cidadão advêm do seu processo formativo. Quanto a isso, os objetivos do Colégio São Luís são perfeitamente coerentes: expor os alunos a novas realidades e enfatizar o questionamento das estruturas atuais para formar alunos críticos, motivados e transformadores. A realidade é diferente. Apesar da importância dada às aulas de Ensino Religioso, Filosofia e Sociologia e aos debates em sala de aula, fora do contexto acadêmico as ações da maioria dos alunos não espelha isso. Um exemplo bem visível é o da fila da cantina. Os mesmos alunos que veementemente se posicionam contra a corrupção e atos patrimonialistas “furam” a fila quando esta é muito grande (ou seja, quase sempre) para comprarem o lanche mais rápido e aqueles que vão para o fim da fila esperam por muito mais tempo por conta desse ato egoísta. Outra situação similar é a desistência dos alunos de participar dos comitês, cuja segunda reunião nunca foi realizada. A única exceção é o comitê acadêmico, o qual é convocado pela coordenação todo bimestre para ajudar a decidir o calendário de provas. Todas as reclamações sobre os ventiladores que fazem barulho ou as cortinas que caem não são tratadas pelo comitê de infraestrutura e, portanto, continuam como questões privadas.

Fila da cantina do Colégio São Luis

Ainda posso citar o pequeno número de alunos (que, podem me chamar de hipócrita, não me inclui) que tirou o título de eleitor e vai participar da escolha dos nossos representantes políticos de que tanto reclamamos. Essa quantidade pode ser explicada por falta de informação ou, na maioria das vezes, falta de interesse. Essa postura de despreocupação com a sociedade em esferas que não sejam discursivas não é um problema exclusivo dos estudantes do Colégio São Luís. Porém, ao considerarmos os esforços para a formação de cidadãos dessa instituição, torna-se mais grave. A participação política não é algo que pode ser imposto, portanto deve surgir da consciência das pessoas como ser humano e social. Como diz o mestre em Ciências Sociais Renato Souza de Almeida, os novos e bons políticos “virão de jovens que aprenderam que para a utopia ser conquistada lá fora, ela precisa estar primeiro dentro de nós...”. Carolina Soares Esper


CSL NEWS , 12 DE SETEMBRO DE 2014

Intercâmbio: os dois lados do oceano Intercâmbio é uma experiência enriquecedora, porém traz muitos desafios. E não só para quem vai.

Todo ano, pequenos grupos de alunos do 2º ano do Ensino Médio viajam para outros países em busca de novas experiências. Atualmente, o intercâmbio – muito mais acessível do que algumas décadas atrás graças à globalização e aos avanços tecnológicos – não tem mais apenas a função de melhorar o inglês (ou qualquer outra língua que queira desenvolver). Esses alunos se aventuram longe dos pais, dos amigos e da vida cotidiana de São Paulo procurando um amadurecimento, uma autonomia, uma nova perspectiva de vida. Quando voltam, novidades não faltam. Mostram toda a transformação pela qual passaram através de fotos, relatos e principalmente atitudes. Ter outro olhar sobre o que parecia antes ser corriqueiro e sem importância é um dos “sintomas” pós-intercâmbio. O processo é longo, mas com resultados perceptíveis. Além do enriquecimento cultural e a formação de personalidade, existe a reflexão pré-intercâmbio. Quais os verdadeiros motivos para a partida? Chegando aos novos ares a pergunta frequente que se faz é: como lidar com todas as diferenças? Academicamente, podem se desenvolver bem ou acabar se prejudicando por causa da perda de ritmo. Alguns conseguem tranquilamente retomar os estudos, outros precisam de um esforço muito maior para acompanhar os colegas que ficaram no colégio. Essa variação é muito subjetiva: depende do amadurecimento pessoal, da experiência em si e da vontade da cada um.

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A distância parece não ser problema, quando o cotidiano nos engole, as responsabilidades nos consomem e falta tempo para dar uma pausa, respirar e sentir a falta daquele seu colega de sala. Até na chamada a ausência não aparenta causar grandes desconfortos na sala, de acordo com a Professora Lia – também assessora de formação cristã – “A gente pula o número. Aparece lá na folha: transferido(a) e seguimos em frente. E ainda existem alunos que ficam irritados quando chamamos o número mais de uma vez pensando que o aluno não respondeu por falta de atenção, e eles gritam: INTERCÂMBIO”. São poucos os estudantes que procuram-na para desabafar sobre as saudades que sentem dos amigos. O único momento em que percebemos a falta de um amigo é quando precisamos dele e ele não tem como estar presente. Como diz o ditado: damos valor àquilo que temos depois que já não temos mais. Adultos, no geral, para confortar seus filhos, dizem: “Nessa era tecnológica que vocês vivem nem tem como sentir saudades. Vocês podem se falar pela internet. Existem tantos recursos de comunicação...” ou falas muito parecidas. Mas sem as tais brechas – intervalos entre aulas, fins de semanas tranquilos – nenhum tipo de tecnologia é capaz de substituir o contato pessoal com o pequeno aventureiro. Nas horas em que o calo aperta sentimos a ausência de um ombro amigo; quando percebemos que a dupla de sempre não está na sala, ou quando um grupo não está completo... A superação pode ser simples quando escrita: pensamento positivo em relação a si mesmo e a preocupação com seus deveres, evitar pensar na pessoa e nos lados negativos da partida do Intercambista. O segredo é focar em si. Um egoísmo “saudável”. Para poucos, é um estado inatingível de superação, mas para a grande maioria a distância se torna mais confortável com o passar do tempo e o aumento da carga escolar que vem com a aproximação do fim do ano letivo. Não ter seu melhor amigo ao seu lado na hora das risadas e das lágrimas realmente é difícil, mas a distância levará a novas oportunidades para ambos que compensarão o tempo de afastamento.


CSL NEWS , 12 DE SETEMBRO DE 2014

Mudanças no vestibular da UNICAMP As mudanças na prova de literatura da UNICAMP (uma das mais prestigiadas universidades estaduais de São Paulo) serão válidas a partir do vestibular de 2016 - afetando os alunos que em 2014 estão cursando o segundo ano do Ensino Médio. Seis das nove obras da antiga lista, que era compartilhada com o vestibular da USP, serão mantidas e mais outras seis incluem a nova lista da UNICAMP, que credibiliza a literatura nacional, sendo que nove das doze obras pertencem a autores brasileiros. Ao contrário do que a maioria dos vestibulandos pensa, as mudanças serão muito positivas, pois irão complementar o repertório literário dos estudantes, visando ao aumento da nota de redação e um melhor desempenho nas matérias da área de humanas em geral. O maior problema a ser enfrentado pelos alunos de 2016, referente à nova coletânea, é o tempo, pois uma lista maior vai demandar uma grande organização do horário de estudo, até mesmo porque algumas obras, como Viagens na Minha Terra, de Almeida Garret, são bem desafiadoras. Outras alterações que ocorrerão no processo seletivo da universidade de Campinas, mas estas já para o ano de 2015 são: a primeira fase será composta por 90 questões de múltipla escolha, anteriormente eram apenas 48, e a redações serão feitas na segunda fase.

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Brincando de ser humano Casa pequena, quintal até onde a vista alcança. Em um pedacinho do sertão mineiro, passei uma das melhores semanas da minha vida. “Adotada” por uma família mineira, deduzi que o povo de Minas Gerais é o mais hospitaleiro do Brasil. No quarto da pequena Thaís, minha irmãzinha, nada mais que uma cama de solteiro, forrada por uma manta rasgada e, no chão, uma bacia de plástico com uma dúzia de bonecas, feias... algumas até quebradas. Brincávamos com estas bonecas. Para mim, uma menina paulista de dezesseis anos, nada poderia ser mais entediante. --- Mana, eu tenho tantas bonecas... você não acha?! – Perguntou Tatá, me tirando dos devaneios pós almoço. Silêncio.

A crítica do cemitério

--- Tenho muita coisa pra fazer sabe?? Ajudar a mamãe e o papai, cuidar do Renanzinho e nem dá tempo de brincar com todas essas bonecas. – Continuou a pequenina de 8 anos. Silêncio.

Escrito em 1881 por Machado de Assis, o livro Memorias Póstumas de Brás Cubas é um marco do Realismo brasileiro. A obra tem como tema as experiências vividas por Brás Cubas, componente da elite brasileira, o qual narra suas histórias após ter falecido. Além dessa obra, Machado foi autor de inúmeras outras que tiveram um relevante sucesso, como: Dom Casmurro, Quincas Borba, Helena, entre outras. Memorias Póstumas chama uma maior atenção do leitor pelo modo brilhante de como a narração devolve-se com o decorrer da trama.

--- Acho que vou doar algumas... tem tantas crianças por esse mundão que não tem nada... Lágrimas. Brisa Nogueira

A obra é contada por um defunto-autor, característica que permite ao narrador analisar de forma irônica o comportamento das pessoas e avaliar as suas próprias atitudes sem se preocupar com ofender ninguém. Disso decorre uma característica marcante: a fuga ao maniqueísmo e a clareza na descrição da personalidade dos personagens. A história decorre com várias digressões, seguindo os pensamentos do narrador e não uma ordem cronológica. A narração tem um momento de tensão, no qual Brás Cubas percebe que seu grande amor, Marcela, só o amou enquanto ele tinha dinheiro. A partir de então, ele passa a desenvolver críticas de como a sociedade é interesseira e egoísta, como ele próprio era. Memorias Póstumas de Brás Cubas é uma das mais consagradas obras do nosso país. Machado de Assis, utilizando ironias, critica, de maneira brilhante e sutil, a burguesia do século XIX. Além disso, ele, inteligentemente, dá ao livro uma caraterística de análise psicológica, de reflexão, fazendo, assim, um ´´combate´´ ao Romantismo.

Fazenda São João—Montes Claros, MG


CSL NEWS , 12 DE SETEMBRO DE 2014

Preparando para o vestibular Com 14 anos de Colégio São Luís e 25 de Companhia de Jesus, Diniz, o assessor pedagógico do Ensino Médio continua trabalhando com adolescentes, os quais considera motivados e questionadores. Sempre animado, ele nos recebeu de portas abertas para esclarecer algumas dúvidas sobre o vestibular. 1) Qual a sua opinião sobre os vestibulares em geral? Enquanto algumas universidades tem um sistema mais voltado para a linha acadêmica/”decoreba”, outras tem uma avaliação mais amplas que levam o vestibulando a desenvolver suas capacidades e competências. Este último modo leva a melhora intelectual e a formação completa do indivíduo e, felizmente, a cada ano as universidades federais principalmente vem tornando seu sistema de ingresso mais enriquecedor.

2) Como as mudanças no vestibular da UNICAMP (por transferência da nota da redação para a segunda fase e a mudança da lista de leitura) nos afetam? A mudança na lista de leitura da UNICAMP, não mais unificada com o vestibular da USP e válida a partir do vestibular de 2016, só afetará negativamente os alunos que não conseguirem se organizar para ler esta lista e a da FUVEST. Os vestibulandos que conseguirem terão um enriquecimento do repertório literário, o que ampliará os horizontes e incentivará a leitura de obras, principalmente, nacionais. É uma proposta interessante.

3) Você acha que quando chegamos no terceiro ano já estamos preparados academicamente e psicologicamente parar passarmos pelos vestibulares?

Os alunos do Colégio São Luís estão academicamente muito preparados, o colégio não deixa nada a desejar em matéria de grade curricular, aulas e corpo docente para nenhuma outra instituição paulista.

CSL

4) As cotas raciais influenciam de algum modo no ingresso dos terceiristas do CSL nas universidades? A lei das cotas raciais e sociais influência no ‘’ número de vagas” das universidades federais. 50% das vagas, até 2016, são garantidas para os oriundos, negros e pardos, de escola pública. A USP, por sua vez, oferece o bônus ENCLUSP (até 15% das vagas), que tem como objetivo amenizar a desigualdade social do nosso país. Desse modo os alunos da rede particular tem de enfrentar uma maior concorrência para ingressar nas universidades que adotam este sistema. 5) O cursinho é apenas um ‘’castigo’’ ou pode servir para o amadurecimento pessoal? Eu não entendo o cursinho como um castigo, é uma fase de amadurecimento e organização sistemática de estudos, na qual o aluno, sem ter que lidar com a pressão do colégio, consegue atingir o foco necessário para passar vestibular. Neste período é importante que o vestibulando tenha o apoio da família e possa partilhar suas angústias, anseios e sonhos. Dicas:

Ter foco, organização e planejamento a longo prazo; Partilhar suas decisões, medos e sonhos com os professores e familiares; Aproveitar as chances que o Colégio São Luís oferece: fóruns de profissões, palestras, visitas à universidades e profissionais prontos para ajudar o aluno; Lembrar que o terceiro ano e o cursinho não aprovam nenhum aluno. Deve-se fazer um bom ensino fundamental, que é o alicerce da aprendizagem e deixar-se ser lapidado pelo o ensino médio, pois o terceiro ano “só dá um brilho”;

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PARA RELAXAR


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