PURE MAGAZINE #1

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Seguem-se sete entrevistas a criadores convidados, que partilham as suas experiências, diferentes, mas comuns num ponto: muito trabalho e dedicação para singrar na carreira de Designer de Moda.

Felipe Oliveira Batista: O facto de teres ganho um prémio/ concurso trouxe algum benefício relevante à tua carreira? Permitiu-me começar a minha marca. É difícil ser Designer de Moda? Bastante. Sentes-te com bases para competir no mercado internacional? Presentemente vendo em 14 paises (infelizmente portugal não consta na lista). O que melhorarias? Mais meios para desenvolver a minha equipa e multiplicar projectos.

É difícil ser Designer de Moda em Portugal? Sim. Eu acho que existe um grande silêncio sobre este assunto em Portugal (como sobre muitos outros), mas na minha opinião é quase impossivel ser Designer de moda em Portugal.

Sentes-te com bases para competir no mercado internacional? Sim.

Gostarias de voltar algum dia a trabalhar na tua marca? Não penso nisso.

O que melhorarias? Continuar a trabalhar no sentido de estabelecer uma marca em vez de apenas um rótulo.

Sentes-te com bases para competir no mercado internacional? Falta-me capacidade financeira mas de resto sim, penso que sim, as lojas e clientes que compram o meu trabalho são na maioria Japoneses, Gregos, Austriacos ou Alemães.

Um conselho para quem está a começar. Ter consciência de ambos os lados da indústria, o lado mais criativo e o mais comercial. É importante que haja um equilíbrio entre os dois.

Um conselho para quem está a começar. Depende muito da vontade de cada um... O mais importante é saber escutar-se a si próprio e não ter medo de se ouvir.

O que melhorarias? Na minha opinião era bom recompensar as plataformas de divulgação do Design português que fazem um bom trabalho, como a ModaLisboa e a Experimentadesign para que continuem esse trabalho de extrema importancia que é a promoção do Design português no contexto internacional.

Priscila Alexandre: O facto de teres ganho um prémio/ concurso trouxe algum benefício relevante à tua carreira? Deu-me a possibilidade de ir para Paris trabalhar com o Felipe Oliveira Batista, que para além da minha admiração pelo seu trabalho, até hoje tem sido uma pessoa extraordinariamente influente no meu percurso profissional.

Um conselho para quem está a começar. Para além da perseverança e de uma teimosia absurda muito trabalho e projectos que levem à internacionalização do design português, é importante juntar esforços nesse sentido para criar um lugar do design português no mundo. Pedro Pedro: O facto de teres ganho um prémio/ concurso trouxe algum benefício relevante à tua carreira? Sim, deu-me confiança para começar a minha própria marca.

Um conselho para quem está a começar. “Sentir é buscar”, Fernando Pessoa.

É difícil ser Designer de Moda? Sim é difícil, porque acho que ainda existe algum desfasamento entre o Designer de Moda e o restante sector têxtil. Sentes-te com bases para competir no mercado internacional? Sem uma estratégia comercial concertada é muito difícil vingar no mercado internacional.

Marios Schwab: O facto de teres ganho um prémio/ concurso trouxe algum benefício relevante à tua carreira? Sim, em certa medida. Lara Torres: O facto de teres ganho um prémio/ concurso trouxe algum benefício relevante à tua carreira? Ganhar o concurso Sangue Novo foi muito importante, criou a oportunidade de estagiar com Alexander Mcqueen.

É difícil ser Designer de Moda? Considero que é uma das profissões mais difíceis que existem.

O que melhorarias? Maior confiança no design português como produto comercializável. Um conselho para quem está a começar. Preparar-se para ciclicamente para querer desistir e nunca o fazer.

Sei que obtaste por seguir um caminho diferente da criação de marca própria. Como foi esse processo e qual o balanço que fazes? Decidi regressar a Paris e procurar trabalho. O mais difícil é o primeiro emprego. Tive a sorte de começar a trabalhar numa grande marca e empresa como a Louis Vuitton, primeiro como free-lancer e depois a tempo inteiro para a linha de homem. Mais tarde tive a oportunidade de ir para a Balenciaga trabalhar no design de malas, sapatos, etc, onde estive um ano e meio. Foi uma experiência inacreditável em termos de criatividade, produto e nível de exigência. Acabei de me mudar para Nova Iorque onde trabalho para a Proenza Schouler, para desenvolver colecções de acessórios. É difícil ser Designer de Moda em Portugal? É desgastante. Envolvemo-nos muito mentalmente, trabalha-se muitas horas, sobretudo em épocas de desfiles. É empolgante quando no fim vemos o resultado físico de meses de pesquisa, experimentação e decisões.

Sandra Backlund: O facto de teres ganho um prémio/ concurso trouxe algum benefício relevante à tua carreira? Ter sido uma das finalistas e posteriormente a vencedora do grande prémio do festival D’Hières o ano passado fez com que tivesse tido bastante atenção da parte da imprensa o que ajudou a divulgar e a promover o meu trabalho. Também aprendi bastante acerca de mim. Conheci muitas pessoas importantes e interessantes o que trouxe coisas boas à minha carreira.

O que melhorarias? Gostava de ver a Moda tornar-se mais numa forma artística do que somente indústria. Um conselho para quem está a começar. Perder tempo a aprender, explorar as bases da modelagem e técnicas artesanais. Estar atento a todos os erros e ideias que surjam ao longo do processo, que te possam levar mais além dos teus conhecimentos que definiste como ponto de partida.

White Tent: Acham que ganhar um concurso pode trazer algum benefício relevante à carreira de um designer? Sem duvida! Uma Carreira e feita de várias etapas, e um concurso pode ser um grande propulsor.

É difícil ser Designer de Moda? Acho que depende muito do tipo de pessoa que és e com que tipo de companhia ou marca com que trabalhas, mas se me perguntares, eu terei de admitir que é uma carreira difícil. A Moda é uma área difícil e fazer a tua própria marca não é o caminho mais fácil a seguir. Eu trabalho muito mas é isso que quero fazer.

É difícil ser Designer de Moda em Portugal? Depende da postura de cada um. Para se ser designer aqui há que ter consciência da realidade desta indústria em Portugal, as suas limitações e oportunidades.

Sentes-te com bases para competir no mercado internacional? Tento trabalhar sem pensar muito nas coisas práticas tais como tendências, estações, “vestibilidade” e o que as outras pessoas esperam de mim. Resumindo faço o meu trabalho somente para me satisfazer.

O que melhorariam? A relação entre a indústria e os criadores.

Sentem-se com bases para competir no mercado internacional? Estamos a trabalhar nesse sentido!

Um conselho para quem está a começar. Trabalho, abertura de espírito e autocrítica.


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