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Museu da Indústria da Zona Oriental de Lisboa páginas 112 - 113 Arquitectura: Fábio Ferreira Neves Projecto: museu da indústria da zona oriental de lisboa Localização: Lisboa - Portugal Universidade: ISCTE-IUL Coordenação: Paulo Tormenta Pinto | Ana Lúcia Barbosa | Gonçalo Byrne Data: 2009 Desenhos: Fábio Ferreira Neves Imagens: Fábio Ferreira Neves

pro_a_01 Fábio Ferreira Neves “Museu da Indústria” veja também em www.peachvelvet.com/xxxx.pdf

O Museu da Indústria da Zona Oriental de Lisboa, implanta-se em torno das escadas de Israel, em Marvila. Este local que se apresenta com extrema precariedade, caracteriza-se por uma arriba calcária, por onde se desenvolve uma das ligações entre as cotas mais altas de Marvila e o aterro. O novo edifício constrói-se com base na expressão da própria arriba, reinventando uma relação perdida, com a área onde se implantava o antigo pátio de Israel, uma das muitas vilas operárias da zona Oriental da Cidade. Os vestígios de outro tempo são também visíveis naquilo que resta de uma antiga torre que terá sido erguida para que o Rei D. Pedro pudesse assistir à inauguração da ligação ferroviária entre Lisboa e o Carregado. É a reinterpretação dos antigos fragmentos do passado que inspiram o projecto do Museu, manipulando-se uma nova realidade, que possa dar sentido à situação decadente que pode encontrar-se no local. O ingresso no museu estabelece-se ao nível das cotas inferiores, numa área

fortemente caracterizada pela presença de um volume evocativo do arquétipo de casa. O percurso ascendente, realizado já no interior do museu, realiza-se por meio de um ascensor que relaciona o ingresso com a cota dos espaços expositivos. Toda a área prevista para exposições é pontuada por aberturas de grande dimensão que introduzem o próprio território Marvila na exposição sobre a indústria. O Museu possibilita a estruturação das cotas superiores da área de intervenção, lançando as bases para a construção de um parque que se relaciona directamente com o interior do museu. Nesta intervenção o vazio é o agente principal. O equipamento museológico, por seu lado, protagoniza os pressupostos da regeneração de Marvila, naquele local. A massa do museu, ao diluir-se na paisagem, estabiliza a envolvente evidenciando a condição preexistente de uma área urbana adormecida que se pretende revitalizar com base em elementos e situações existentes.

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