O Setubalense - o seu diário da região nº 982 de 18 de Dezembro de 2022

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Vitória FC

Maus resultados deixam treinador na 'corda bamba' p30

Água e saneamento entram numa nova era

Setúbal Carlos Rabaçal, responsável pelos Serviços Municipalizados, garante em entrevista que “toda a gente vai beneficiar com a gestão pública da água” p6 a 11

Ministro das Infraestruturas diz que investimento ferroviário é fundamental p18

ANIVERSÁRIO ADREPES garante 40 milhões de euros para a região em 20 anos p23

AMRS Moita, Barreiro e Almada saltam fora e Alcochete prepara saída p19

SETÚBAL

Pequena Jéssica transportava

droga na fralda p3

BELA VISTA

Campos

Desportivos vão ter nova vida p11

contactos: 800 217 217 / 265 523 515 / www.funeraria - armindo.com contactos: 800 217 217 / 265 523 515 / www.funeraria - armindo.com 1392 O SEU DIÁRIO DA REGIÃO DIRECTOR FRANCISCO ALVES RITO SEGUNDA-FEIRA, 19 DE DEZEMBRO DE 2022 PREÇO 0,80€ | N.º 982 | ANO V | 5.ª SÉRIE PUBLICIDADE PUBLICIDADE
O SETUBALENSE
“Sines tem condições únicas para ser epicentro da economia de dados”

Setúbal

Associação Setúbal Voz no IV Festival de Canto Lírico de Guimarães

No fim de semana de 10 de Dezembro, a Associação Setúbal Voz participou mais uma vez no IV Festival de Canto Lírico de Guimarães, realizado no grande auditório do Centro Cultural Vila Flor, através das suas três valências: o Coro Setúbal Voz, o Ateliê de Ópera de Setúbal e a Companhia de Ópera de Setúbal.

O referido festival é um prestigiado evento cultural associado ao canto e à música lírica.

Em 2019, já tínhamos participado neste festival, interpretando a peça intitulada “Os Se7e Prazeres Capitais”, realizado nos claustros do Paço dos Duques de Bragança.

Em 2021, apresentámos o espectáculo “A Nave dos Diabos”, no grande auditório do Centro Cultural Vila Flor, bem como “Nessun Dorma”, pequenos excertos operáticos com vários intérpretes e músicos distribuídos pelas ruas do centro de Guimarães.

Desta vez, em 2022, apresentámos a ópera “Carmen” de George Bizet.

Tal como tinha sucedido nos anos anteriores, a referida ópera foi um enorme êxito.

Casa cheia, público entusiasmado e rendido à enorme intensidade interpretativa de todos os intervenientes e, em termos mais abrangentes, à excelência e qualidade do espectáculo apresentado, tal como tinha sucedido na semana transacta em Setúbal.

No dia seguinte, o Ateliê de Ópera de Setúbal apresentou o espectáculo intitulado “As Sete Mulheres do Minho”, realizado na Associação Artística Vimaranense, também com assinalável êxito.

Francisco Teixeira, director do Festival de Canto Lírico, afirmou não ser por acaso a presença recorrente da Associação Setúbal Voz neste evento cultural vimaranense.

Ao passearmos pela cidade-berço nós, os setubalenses, trocávamos impressões sobre quais as principais diferenças entre as cidades e Concelhos de Setúbal e Guimarães, nomeadamente em termos de oferta cultural.

Guimarães possui o Pavilhão Multiusos (5000 lugares), os dois auditórios do Centro Cultural Vila Flor (800 e 250 lugares, respectivamente), o Centro de Artes de S. Mamede (800

APÓS PANDEMIA Grupo da Mitrena retoma acção de prevenção de riscos na zona industrial sadina

Alguns investimentos culturais setubalenses foram um embuste e uma forma obscena de gastar o dinheiro dos contribuintes, tal como os 4,5 milhões de euros gastos na construção do mastodôntico, horrendo e sobretudo inútil Auditório do Largo José Afonso.

PENSAR SETÚBAL

Teixeira,

recorrente da Associação

Setúbal Voz neste evento cultural vimaranense

lugares), o Anfiteatro Jordão (450 lugares), o auditório da Universidade do Minho – Pólo de Guimarães (500 lugares), e a Plataforma de Artes (200 lugares), o que perfaz um número total de cerca 8000 lugares.

Quanto a Setúbal temos o Fórum Luísa Todi (600 lugares), Auditório da Anunciada (400 lugares), Auditório Charlot (200 lugares), Auditório de S. Sebastião (150 lugares), Auditório Bocage (100 lugares), TAS (100 lugares), Casa da Baía (100 lugares) e Casa da Cultura (70 lugares), com um total de cerca 1700 lugares.

Essa verba foi desperdiçada leviana e irresponsavelmente, em vez de se apostar em infra-estruturas culturais a sério.

Contrariamente ao que se passou com o nosso Vitória Futebol Clube, o Vitória de Guimarães aproveitou a embalagem do Euro 2004 e construiu o Estádio D. Afonso Henriques, com capacidade para 30 mil pessoas, parque de estacionamento coberto para 400 lugares, funcionamento de duas escolas profissionais, ginásio e sede.

Possui também uma Academia com seis campos relvados e num deles construíram bancadas para funcionar um mini-estádio com capacidade para 2500 pessoas. Ainda possuem um pavilhão desportivo para as outras modalidades.

A triste realidade que constatámos in loco, é que existem enormes diferenças entre Guimarães e Setúbal, nomeadamente em termos de infra-estruturas culturais e desportivas.

É claro que tudo isto não acontece por acaso. O dinamismo empresarial, as escolhas partidárias e as opções políticas autárquicas tomadas pelas regiões do Minho e Douro Litoral, traduzem-se, por exemplo, na existência de dez (!!!) clubes na 1.ª Liga, num total de dezoito clubes, com consequências sociais, culturais, económicas e desportivas relevantes.

Numa distância máxima de cerca 50 Km entre si, encontramos os seguintes clubes: Porto, Boavista, Braga, Guimarães, Arouca, Famalicão, Gil Vicente, Rio Ave, Paços de Ferreira e Vizela.

Quanto a Setúbal, Concelho, Distrito e todo o restante Alentejo, o panorama é perfeitamente desolador, sem qualquer clube na 1.ª Liga.

Seja como for, a Associação Setúbal Voz prestigiou mais uma vez o nome de Setúbal por terras minhotas.

O Grupo da Mitrena retomou o ciclo de trabalhos depois de uma interrupção de dois anos devido à pandemia.

O contributo na prevenção de catástrofes e reforço das condições de intervenção em situações de perigo naquela zona industrial de Setúbal foi destacado pelo presidente da Câmara de Setúbal, André Martins.

O autarca, que falava no auditório do Mercado do Livramento, no centro da cidade sadina, manifestou o desejo de que tanto a autarquia como as empresas, em conjunto, “possam fazer um caminho de parceria e constituir uma comunidade mais bem preparada para uma intervenção mais imediata em situações de risco”.

Na reunião de 14 de Dezembro, que marcou a retoma da actividade do Grupo da Mitrena, foi relembrada a realização do exercício Mitrex 2012 que marcou a constituição do grupo informal que resulta de “uma parceria entre o município de Setúbal e as empresas localizadas na península da Mitrena”, isto para “criar canais de comunicação directa para situações de planeamento e resposta a emergências e constituir um espaço de análise de temas relacionados com a segurança colectiva das indústrias”, refere a autarquia.

A partir de agora, o grupo volta a reunir com regularidade para “debate e participação activa” em questões de segurança, com a análise dos próximos passos e retomar do ponto de situação dos projectos que se encontravam em curso.

Um dos processos é a criação do CIGE – Centro Internacional de Gestão de Emergência, que será “o primeiro

equipamento do País vocacionado para dar formação do ponto de vista técnico e operacionalidade” a bombeiros, agentes da protecção civil e a empresas, a nível regional, nacional e internacional.

Neste momento o projecto está na “fase de procura de financiamentos” para a construção do equipamento que ficará localizado na zona da Sapec Bay, revelou André Martins. “Apresentámos o projecto ao coordenador do Plano de Recuperação e Resiliência para a possibilidade de financiamentos. Andamos a bater a várias portas”, revelou.

O autarca salientou ainda que a formalização do Grupo Mitrena, neste momento em fase de estudo, tem por objectivo “criar uma entidade para coordenar as acções em situações de risco e sensibilizar as empresas para darem todas as informações necessárias sobre a actividade que desenvolvem”. Sobre esta matéria, o assessor municipal para a Protecção Civil, José Luís Bucho, explicou que uma das opções que se coloca é a constituição de “uma espécie de condomínio para tratar da segurança da Mitrena”, e acrescentou: “Existimos como grupo informal há vinte anos e temos de dar o passo seguinte”.

Para o caminho da formalização do Grupo da Mitrena é também essencial o “estabelecimento de protolocos entre a Câmara Municipal, Serviço Municipal de Protecção Civil e Bombeiros, Companhia de Bombeiros Sapadores de Setúbal e as empresas para formação dos trabalhadores, divulgação de medidas de auto-proteção, planos prévios de intervenção e visitas de bombeiros”, aponta a autarquia em nota de Imprensa.

2 O SETUBALENSE 19 de Dezembro de 2022
Professor
Francisco
director do Festival de Canto Lírico, afirmou não ser por acaso a presença
Humberto Lameiras
DR

Um homem morreu na colisão de dois parapentes na Arrábida

Um homem morreu e outro ficou ligeiramente ferido, na tarde de sábado, na colisão entre dois parapentes, na zona da Arrábida. O alerta da colisão de dois parapentes na zona da Arrábida foi dado às 16h23, para o Comando Geral da GNR. “A patrulha deslocou-se ao

local e confirmou haver uma vítima mortal e um ferido leve", afirmou o major Ricardo Silva, do mesmo comando. A vítima mortal trata-se de um homem de 51 anos, e o ferido um homem com 30 anos. As operações de socorro envolveram meios e operacionais dos Bombeiros

CRIME

Sapadores de Setúbal, Bombeiros Voluntários de Pinhal Novo e de Sesimbra, do Instituto Nacional de Emergência Médica e da GNR, num total de 20 elementos, apoiados por sete veículos, incluindo uma viatura médica de emergência e reanimação e um helicóptero.

ACRÉSCIMO DE 36M€ EM RELAÇÃO AO DE 2022

Assembleia Municipal aprova orçamento de 183 milhões de euros para o próximo ano

Documento viabilizado com 17 votos favoráveis (CDU), sete abstenções (PSD e BE) e dez contra (PS, Chega, PAN e IL)

A Assembleia Municipal de Setúbal aprovou este sábado o orçamento do município para 2023, no valor de 183 milhões de euros, com 17 votos favoráveis (CDU), sete abstenções (PSD e BE) e dez contra (PS, Chega, PAN e IL).

O documento submetido pela maioria CDU na Câmara de Setúbal à Assembleia Municipal contempla um acréscimo de 36 milhões de euros em relação ao orçamento deste ano, sendo que os maiores investimentos para 2023 resultam de candidaturas ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

No que respeita a despesas, o orçamento também prevê um aumento significativo dos encargos com pessoal (mais 12 milhões de euros) devido à transferência de competências da administração central para os municípios, particularmente na área da educação.

O documento, referiu o presidente

da autarquia, André Martins (CDU), tem mais de 57 milhões de euros para investimento e 49 milhões de euros para despesas com pessoal, 52 milhões de euros para bens e serviços, bem como uma verba de 16 milhões de euros para transferências para as juntas de freguesia, escolas e outras instituições do concelho.

No âmbito das Grandes Opções do Plano da Câmara de Setúbal, que integram os projectos e acções previstas no Plano Plurianual de Investimentos, a despesa prevista é de “113 milhões de euros para intervenções estratégicas e sectoriais do município”.

Quanto a impostos, o orçamento da Câmara de Setúbal para 2023 mantém a taxa do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) em 0,40%, bem como a aplicação do IMI Familiar, mais reduzido em função do número de dependentes.

Os principais partidos da oposição no município sadino, PS e PSD, escolheram caminhos diferentes na discussão e votação do documento, com os socialistas a votarem contra e o PSD a decidir-se pela abstenção.

O deputado municipal do PSD Rui Lamim salientou a importância das propostas sociais-democratas que foram consideradas pela maioria CDU, lembrando que “o PSD conseguiu

modificar ou incluir um conjunto de seis medidas no orçamento de 2023”.

A inclusão das propostas sociais-democratas terá assegurado a abstenção do PSD na Assembleia Municipal, a exemplo do que já tinha acontecido no executivo camarário, em que o voto social-democrata foi decisivo para viabilizar o documento.

Já para o deputado municipal do PS Mário Aranha, o orçamento de 183 milhões de euros está muito inflacionado e grande parte das previsões do município “não vão ser executadas”.

“Para que todas as pessoas entendam este orçamento, vou utilizar uma frase popular, 'vira o disco e toca o mesmo', uma expressão que talvez só os nascidos até 1985 entendam bem; para os mais novos, diria que este orçamento está 'bugado' [com 'bug'], sendo um 'loop' permanente de erros e de más políticas”, atirou o eleito socialista, na reunião da Assembleia Municipal, iniciada às 19 horas de sexta-feira.

Em conferência de Imprensa, realizada após a aprovação do orçamento em sessão pública de câmara, os vereadores do PS na autarquia sadina já tinham afirmado tratar-se de um documento "sem rasgo e com receitas empoladas sob um manto de opacidade". Lusa

Mãe

de Jéssica em prisão preventiva e detectados vestígios de cocaína na fralda

que a criança sofreu espancamentos brutais. Pelo caminho, entre a casa dos agressores e a sua, Inês passou pela PJ, pela GNR e conseguiu visualizar o hospital, a poucas centenas de metros. Mas optou por não levar a criança à unidade hospitalar.

A mãe da menina de três anos assassinada em Setúbal em Junho por uma dívida ficou esta sexta-feira em prisão preventiva, depois de na véspera ter sido detida e presente a tribunal. Está indiciada do crime de homicídio qualificado por omissão. Inês Paulo foi detida por ordem do Ministério Público (MP) de Setúbal, que a quer no mesmo banco dos outros três suspeitos inicialmente detidos pela PJ – Cristina (Tita), o marido Justo e a filha do casal Esmeralda – durante o julgamento.

A investigação apurou que a menina era usada para traficar droga pelo casal que é suspeito de a ter espancado até à morte. A droga seria escondida na fralda que a menina usava quando faleceu e foi submetida a análises. Ao MP chegou agora o resultado dessas análises que acusaram vestígios de cocaína.

O MP acredita que a menina podia ter sobrevivido se, ao invés de ser levada para casa onde acabou por agonizar e morrer, a sua mãe a tivesse levado de imediato para o hospital quando a recuperou, já depois de uma semana em

A menina morreu em casa a 20 de Junho. E a versão em relação às causas para o acto hediondo de que foi alvo é agora outra: uma dívida que a mãe não conseguia pagar e que estava relacionada com droga, e não com prestação de serviços de “bruxaria”, como Inês contou inicialmente à PJ. O filho de Tita também foi agora detido por ordem do MP, suspeito de ter participação no crime. Morava no mesmo prédio, no Beco do Pinhana, onde a menina esteve em cativeiro e foi espancada durante a semana entre 14 e 20 de Junho. Está indiciado por tráfico de estupefacientes e ficou obrigado a apresentações periódicas à esquadra da residência.

MP acredita que a menina podia ter sobrevivido se a mãe a tivesse levado de imediato para o hospital

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Rogério Matos
A menina seria usada como correio de droga.
Resultado dos exames periciais sustentam tese Filho de Cristina (Tita) indiciado por tráfico de estupefacientes
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19 de Outubro de 2022 O SETUBALENSE 5

Setúbal

CONTRATO COM ÁGUAS DO SADO CHEGOU AO FIM

Sistemas de água e saneamento entram numa nova fase com reactivação dos Serviços Municipalizados de Setúbal

Câmara Municipal garante que valores a cobrar a partir de 1 de Janeiro de 2023 vão ser mais baixos, com uma das grandes novidades a ser a introdução de uma tarifa social

cluído que seria “indesejável a opção pela renovação de solução similar”.

Os sistemas de água e saneamento entraram este fim-de-semana numa nova fase no concelho sadino, que implicou reactivar, no espaço de um ano, os Serviços Municipalizados de Setúbal (SMS).

O contrato assinado com a empresa Águas do Sado em 1997 chegou ao fim no passado sábado, depois de 25 anos de concessão, pelo que os referidos serviços voltaram oficialmente ontem ‘às mãos’ da Câmara de Setúbal, ficando assim cumprido o compromisso assumido pela CDU durante a campanha eleitoral.

O primeiro passo para a transição foi dado em Dezembro de 2021, com a maioria CDU e o PS a votarem favoravelmente e o PSD a abster-se à proposta que ditou o regresso da água e saneamento à gestão pública, apresentada na reunião extraordinária de dia 22.

Na sessão camarária, a oposição explicou tratar-se de um processo que obrigaria a repensar uma nova estrutura municipal, a acautelar os direitos dos trabalhadores e também da população, no sentido de esta não ser prejudicada.

Na mesma altura, a autarquia sadina deu a conhecer um “estudo preparado por uma consultora externa”, no âmbito do qual foi avaliada a possibilidade de “prorrogação da concessão atribuída à Águas do Sado por um período de cinco anos”, tendo-se con-

Assim, garantiu a edilidade ter “reunidos os pressupostos jurídicos e económico-financeiros para se enveredar pelo modelo da gestão directa por meio dos Serviços Municipalizados de Setúbal”.

Tal implicou que a autarquia realizasse, ao longo do presente ano, diversos passos necessários para concretizar efectivamente a transição. Chegado o mês de Junho, foi aprovado na sessão pública de dia 1 o regulamento no qual se encontram estabelecidos “os princípios e o modelo da estrutura orgânica dos SMS”.

Já na reunião de 26 de Julho, o executivo viabilizou o projecto de regulamento que dita as regras da prestação dos serviços de água e de saneamento de águas residuais urbanas aos utilizadores finais, tendo este estado em consulta pública durante 30 dias úteis.

O município recebeu, entre 13 de Agosto e 27 de Setembro, sete participações formais, “as quais foram acolhidas no documento”, que “beneficia de contributos pontuais dos serviços municipais”, com a versão final a ter sido deliberada a 7 de Dezembro.

Ainda na reunião de 26 de Julho, com a abstenção da oposição, foi igualmente aprovada a aquisição de um software informático, e consequente contratação de serviços que garantissem a sua implementação, por 1,4 milhões de euros.

Isto tendo em conta que, segun-

do explicou Carlos Rabaçal, vereador responsável pelos SMS – cuja nomeação aconteceu oficialmente em Setembro último –, “a Águas do Sado comunicou [à autarquia] que [esta] não teria acesso” à informação que teve em uso nos últimos 25 anos.

O município teve então de “adquirir o sistema base SAP RISE, a ERPublica”, assim como teve “de fazer a integração em sistema e de adquirir um suporte de memória que é a Cloud, tudo em tempo recorde”, descreveu o autarca.

Município e empresa recorrem a tribunal para resolverem conflitos Chegado o mês de Setembro, a Câmara de Setúbal foi ‘obrigada’ a “tomar medidas” e a “accionar o Tribunal Arbitral” no sentido de resolver o conflito com a concessionária, uma vez que o diálogo não resultou como esperado.

“As coisas não correram como esperado, ao existir um conflito e uma dívida”, de 30 milhões de euros da empresa ao município, frisou o presidente da edilidade na reunião de dia 12. “Fomos obrigados a accionar o Tribunal Arbitral porque a pouco mais de três meses de terminar o contrato tínhamos de tomar medidas”, disse André Martins.

Na mesma semana, a Águas do Sado acusou o município de investir “apenas parte das rendas anuais”, pagas pela empresa à autarquia durante a concessão, na melhoria e expansão dos sistemas de água e saneamento.

Comparação da autarquia entre tarifário de 2022 e valores para 2023

6 O SETUBALENSE 19 de Dezembro de 2022
2022 2023 8,89 € 6,96 € CINCO METROS CÚBICOS Água e Saneamento 2022 2023 3,95 € 4,25 € RSU 2022 2023 1,21 € 1,37 € Taxas e IVA 2022 2023 18,03 € 14,78 € DEZ METROS CÚBICOS Água e Saneamento 2022 2023 6,25 € 6,73 € RSU 2022 2023 3,41€ 3,03 € Taxas e IVA 2022 2023 37,51 € 30,78 € VINTE METROS CÚBICOS Água e Saneamento 2022 2023 10,85 € 11,69 € RSU 2022 2023 6,90 € 6,13 € Taxas e IVA
Margarida Rodrigues Maria Carolina Coelho

Em comunicado, a empresa garantiu que “este défice de investimento por parte do município levou a uma deterioração dos sistemas e, consequentemente, a um aumento dos custos suportados pela Águas do Sado na operação e manutenção dos sistemas”.

Na mesma nota, a empresa anun-

ciou ter também “feito diligências para apresentar um pedido de arbitragem”. “Após meses de conversações, a Águas do Sado tomou consciência de que era necessário dar início a uma arbitragem para obter uma decisão final sobre pontos relevantes e sobre os quais não havia consenso”, adiantou.

A decisão surgiu em Novembro, com o tribunal a “dar razão” à Câmara de Setúbal “quanto ao pagamento de uma garantia bancária por conta de parte de uma dívida da Águas do Sado”, referiu André Martins em conferência de Imprensa realizada no dia 23.

A Câmara de Setúbal garante que a Águas do Sado tem acumulada uma dívida de cerca de 30 milhões de euros ao município, sendo que, por meio desta, foi accionada a garantia bancária de 12,5 milhões de euros da empresa. O processo aguarda decisão da Unidade Orgânica 2, Juízo de Contratos, do Tribunal Administrativo do Círculo de Lisboa.

A empresa “lamentou a decisão do tribunal, que recusou suspender o pedido abusivo dirigido a uma entidade bancária para a execução da

Água Concelho é o terceiro mais caro do distrito

Sob a alçada da empresa Águas do Sado, a água em Setúbal apresentou, durante este ano, o terceiro valor mais caro do distrito, com 291,44 euros anuais por 120 metros cúbicos, a seguir a Sesimbra, com 321,58 euros, e Montijo, com 293,98 euros, municípios que ocupam o primeiro e segundo lugar na tabela, respectivamente.

O valor, que inclui o abastecimento, saneamento e resíduos sólidos, representa apenas 190,76 euros em Sines, sendo este o município mais barato do distrito ao lado de

Grândola, com 199,86 euros, e Alcácer do Sal, com 209,66 euros por 120 m3.

A par da mudança da entidade gestora no concelho para os Serviços Municipalizados de Setúbal (SMS), foram vários os municípios do País que deixaram ‘de lado’ as empresas concessionárias este ano, sendo apenas cinco os que mantêm este tipo de serviço.

O município de Vila do Conde é disso exemplo, ocupando o lugar do concelho com a água mais cara do País, com 480,21 euros por 120 m3. Segue-se Baião, que

garantia bancária prestada no âmbito do contrato de concessão”, referindo que “caso a decisão lhe seja favorável, como crê que será, o município terá de devolver o montante da garantia bancária ora executada, além de proceder à compensação [da concessionária] por valores adicionais”.

Antes, em Outubro, ficou decidido que os Serviços Municipalizados de Setúbal passariam a funcionar em três fracções do Edifício Bocage, localizado na Avenida 5 de Outubro. Para tal, foi celebrado um contrato de arrendamento com termo em 30 de Outubro de 2023, “podendo renovar-se automática e sucessivamente por períodos iguais”.

Empréstimo de 3M€ visa fazer frente a constrangimentos Volvido um mês, na reunião de 16 de Novembro, em que foi aprovado um conjunto de documentos com vista a assegurar o funcionamento dos SMS a partir de 18 de Dezembro, o executivo viabilizou a contratação de um empréstimo de três milhões, “tendo em conta os constrangimentos de tesouraria que possam surgir nos primeiros meses".

Foi também nessa sessão que o vereador Carlos Rabaçal, que assume o cargo de presidente do conselho de administração, apresentou as propostas do Orçamento e Plano Plurianual de Investimentos dos SMS e dos Mapas de Pessoal referentes a 2022.

Os mesmos documentos, mas a vigorar no próximo ano, foram aprovados na sessão camarária do passado dia 30. De destacar que os serviços “apresentam para o exercício de 2023 uma previsão de receita total de 26 milhões e 575 euros, correspondente a 26 milhões e 565 euros de receita corrente e 10 mil euros de receita de capital prevista”.

cumento, “considerou-se a isenção da tarifa de disponibilidade da água e do saneamento e um desconto de 10% nas tarifas variáveis de consumo no primeiro escalão de consumo (até 15 metros cúbicos)”.

Na respectiva proposta, o município apresentou comparações feitas entre “os tarifários de 2022 [praticados pela Águas do Sado] e o proposto para 2023 nas facturas dos serviços de abastecimento de água, saneamento e recolha de resíduos urbanos em utilizadores domésticos com um consumo mensal de água de 5, 10 e 20 metros cúbicos por mês”.

Por exemplo, quando existe um consumo doméstico de 5 m3 em 30 dias (ver tabela), é cobrado ao utilizador, em 2022, o valor de 14,06 euros, com IVA incluído. Já em 2023 este passa a pagar 12,59 euros, o que representa uma redução de 10,4%.

No caso dos consumidores de 10 m3 de água, enquanto no presente ano, no mesmo período, é cobrado o valor de 27,70 euros, em 2023 o valor desce para os 24,56 euros, existindo assim uma redução de 11,3%.

Já os utilizadores domésticos com um consumo mensal de 20 m3, caso este ano paguem uma factura de 55,28 euros, em 2023 esse valor, segundo a simulação da autarquia, contará com uma redução de 12,1%, pelo que passará para os 48,61 euros.

Para os utilizadores não domésticos, o tarifário contempla um único escalão. Uma vez que o arranque dos serviços acontece a meio do mês de Dezembro, a autarquia explica, em comunicado, que “as facturas com consumo até ao dia 17 são ainda emitidas pela Águas do Sado, enquanto a facturação referente ao período de 18 a 31 de Dezembro corresponde já aos SMS, embora ainda com valores praticados em 2022”.

passou, recentemente, para os Serviços Municipalizados da Câmara. No entanto, anteriormente, sob a competência da empresa Águas do Norte, ainda em 2021, o município ocupava o segundo lugar da tabela dos concelhos mais caros do País, com 453,32 euros por 120 m3. Por outro lado, Vila Nova de Foz Côa ocupa o lugar do concelho mais barato de Portugal, com 88,20 euros por 120 m3, estando em segundo lugar o município de Monchique, com 99 euros pelos mesmos metros cúbicos.

Já “no capítulo da despesa”, o montante global foi estimado em 26 milhões e 575 euros, em que 22 milhões e 174 euros destinam-se a despesas correntes e 4,4 milhões a despesas de capital.

Também apreciado foi o tarifário de abastecimento de água, saneamento e recolha de resíduos urbanos a aplicar no concelho em 2023, com uma das grandes novidades a ser a introdução de uma tarifa social, que “deverá abranger cerca de oito mil utilizadores, o que corresponde a um investimento municipal de 350 mil euros”.

De forma geral, o valor da água e saneamento vai descer, a partir de 1 de Janeiro, de 17 a 21%, ou seja, com a aplicação das respectivas taxas, as facturas dos utilizadores vão contar com uma redução efectiva de 10 a 12%.

No decorrer da elaboração do do-

“Os valores que estejam em dívida à Águas do Sado até 17 de Dezembro integram o total da factura dos SMS, que depois farão o acerto de contas com a empresa”. A transição “não implica qualquer acção por parte dos consumidores”, sendo que, para esclarecimento de dúvidas, está disponível o número gratuito 800 210 522, o e-mail apoiocliente@sms-setubal. pt ou a página www.sms-setubal.pt.

“Para a comunicação de avarias e leituras, esta última opção a título temporário, os utilizadores devem ligar para o número 265 009 520. O atendimento presencial realiza-se no segundo andar do Edifício Bocage, por cima da repartição de Finanças de Setúbal, das 08h30 às 12h30 e das 14h00 às 17h00, enquanto em Azeitão está disponível nas instalações da Junta de Freguesia, no horário das 09h00 às 12h30 e das 14h00 às 17h30”.

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Carlos Rabaçal: "Toda a gente vai beneficiar com a gestão pública da água" p10 e 11
O SETUBALENSE
Valores em dívida à Águas do Sado até 17 de Dezembro integram o total da factura dos SMS, que depois farão o acerto de contas com a empresa, sendo que a transição não implica qualquer acção por parte dos consumidores
Sistemas de água e saneamento voltaram ontem ‘às mãos’ da Câmara de Setúbal, depois de 25 anos concessionados à Águas do Sado. Serviços Municipalizados funcionam no segundo andar do Edifício Bocage, por cima da repartição de Finanças
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ENTREVISTA CARLOS RABAÇAL

“Toda a gente vai beneficiar com a gestão pública da água”

Os Serviços Municipalizados de Água e Saneamento substituem a Águas do Sado a partir de hoje. O responsável pela nova gestão, pública, explica alguns pormenores sobre este novo ciclo. Está tudo preparado para um arranque do serviço a 100%?

Estamos preparados. As coisas vão correr bem. Gostaria de pedir aos setubalenses alguma compreensão e paciência para eventuais detalhes que não estejam ainda completamente a funcionar, com a garantia de que vamos rapidamente solucioná-los e de que ninguém vai ser prejudicado. No fim deste processo toda a gente vai beneficiar.

Quais são os aspectos em que há risco de falhar alguma coisa?

A única coisa que ainda não está a funcionar é a comunicação da leitura via telefone. De resto, vamos ter os atendimentos normais. As pessoas vão, no dia seguinte, fazer o que sempre fizeram.

No consumo de água as pessoas não vão sentir qualquer diferença?

Não haverá diferenças. A água vai chegar à casa das pessoas com a sua qualidade e quantidade habituais, não há nada a temer. Na parte burocrática, como a celebração de novos contratos ou a alteração dos actuais, também garante que vai funcionar bem?

Os contratos e os modos de

pagamento são integralmente transmitidos, automaticamente, porque é obrigatório. Os munícipes não têm de fazer nada. A facturação da Águas do Sado terminou dia 17 e os munícipes vão receber essa factura já com os Serviços Municipalizados a funcionar. Mantivemos os mesmos sistemas informáticos para que seja fácil e intuitivo também para os trabalhadores que vêm da Águas do Sado. A factura é única, mas tem um campo dos Serviços Municipalizados, primeira e segunda páginas, e outro da Águas do Sado, terceira página. Num curto espaço de tempo, essa componente da Águas do Sado vai deixar de existir.

Para além da transmissão obrigatória, como classifica a cooperação da Águas do Sado na passagem do testemunho?

Teve dias. Não começou muito bem e talvez apenas nos últimos três meses é que as coisas rolaram um pouco melhor. Mas já muito em cima da hora. É uma matéria

que não queria, neste momento, valorizar porque não é altura para fazer esses balanços.

O município diz que o concessionário lhe deve 30 milhões de euros e accionou uma garantia bancária de 12 milhões. A Águas do Sado contesta. Não receia que a câmara tenha que vir a devolver esse dinheiro?

Esta transição tem duas componentes. A mais relevante é a garantia de que a partir de hoje há gestão pública a funcionar.

A grande aposta que fizemos, com um compromisso político assumido, é que, a partir do dia 1 de Janeiro vai haver uma baixa significativa do custo da água. A segunda componente é o fecho das contas da concessão, que tem sido bastante complexo.

O contrato de concessão prevê uma fórmula de actualização das várias componentes; da garantia bancária, que já deveria de ser de 19 milhões, da retribuição à Câmara e do tarifário. A fórmula

é a mesma, com base na inflação acumulada ao primeiro ano de contrato. Aconteceu que a Águas do Sado aplicou ao pagamento que fez à Câmara a inflação do ano anterior, e não a acumulada, e não actualizou sequer a garantia bancária. E actualizou as tarifas com a regra da inflação acumulada. A tarifa cresceu sempre conforme previsto no contrato assinado pelo PS, mas nas outras componentes de actualização não aplicou a fórmula do contrato, aplicou outra fórmula que inventou. Isso deu uma retribuição errada e um acumular de cerca de 30 milhões de dívida ao município. Isto é reconhecido pela ERSAR, que já fez uma recomendação à Águas do Sado para que aplicasse o cálculo adequado. Temos também já uma decisão do Tribunal Arbitral, de Julho de 2017, que deu razão à Câmara em todos os aspectos que estavam em cima da mesa. Agora, quando acionámos a garantia bancária, o tribunal administrativo foi cristalino, disse que não há

razão para a Câmara Municipal não acionar a garantia. Recentemente também tivemos um assunto, o acesso a um contrato da Águas do Sado com os seus accionistas, alusivo a fee [comissões] de gestão. Ao abrigo desse contrato, a Águas do Sado fez a transferência, ao longo de muitos anos, de um milhão de euros anual para os seus accionistas. Para termos acesso a esse contrato tivemos de recorrer à CADA, a Comissão de Acesso ao Contratos Administrativos, que nos deu razão, mas eles não entregaram o contrato. Vamos ter de recorrer a outros caminhos. São documentos muito importantes porque não é irrelevante, num contrato público, que a entidade concessionária atribua verbas aos seus accionistas. E na acção que submetemos ao Tribunal Arbitral, que já está a funcionar, o presidente já foi aceite e estão a trabalhar no regulamento de funcionamento, nós pedimos também juros. Aos 30 milhões há que somar os juros de mora

10 O SETUBALENSE 19 de Dezembro de 2022
Setúbal
Vereador e presidente da administração dos Serviços Municipalizados de Setúbal garante estar tudo preparado
A partir do dia 1 de Janeiro vai haver uma baixa significativa do custo da água
Francisco Alves Rito
O SETUBALENSE

setubalenses

devidos, de 25 anos, que estamos a calcular.

Tendo a Águas do Sado aplicado a actualização das tarifas sempre pelo limite máximo não haveria agora margem para uma redução superior às que foram aprovadas, entre 17 a 21%?

Com a redução que aprovámos, devolvemos mais de dois milhões de euros aos munícipes. Corresponde ao lucro real da Águas do Sado, tirando os fee de gestão. A operação são cerca de 9 milhões de volume de negócios com uma componente muito grande de custos e queremos investir mais do que habitualmente nas infra-estruturas. Esta baixa é muito grande. Se tivermos em conta que a Águas do Sado tinha previsto aumentar as tarifas em 10%, quando baixamos 20%, a diferença na prática são 30%. E estamos numa crise brutal. Só o custo anual da energia passa de 1,2 para quase 3 milhões. E estamos a trabalhar com informação financeira da Águas do Sado de 2021 porque o relatório de 2022 não está feito. Ainda não temos indicadores rigorosos.

Admite que, depois de ser conhecida a realidade da gestão, pode haver nova redução das tarifas?

Aparentemente sim, mas teremos de analisar na altura. Não posso dizer já que os dados vão dar aquilo que eu gostaria.

A tarifa social, que vai ser atribuída automaticamente, pode beneficiar famílias de todos os escalões de consumo?

Pode abranger até aos 15 metros cúbicos de consumo.

Uma família que esteja no escalão de 20 m3 já não é abrangida.

Já não é abrangida. Pelas nossas contas serão abrangidas 8 mil famílias, cerca de 24 mil pessoas. Isto equivale a mais de 12% das famílias setubalenses.

Qual é o impacto que a tarifa social terá no volume de receita?

Cerca de 400 mil euros. O valor da tarifa não se traduz de forma automática na factura. Fizemos simulações e, num consumo de 10 m3, a redução da factura é de 56%.

Há uma redução percentual das tarifas que cresce à medida que o escalão de consumo é maior. Qual é a lógica?

Isso resulta da dificuldade de aplicação da regra tarifária.

Tentámos fazer esse exercício mas não tivemos tempo para o fazer até ao limite, mas vamos fazê-lo, com o tempo.

Para os consumidores nãodomésticos, as empresas, passa a haver um único escalão. O PS diz que é um incentivo ao abuso. Não é?

Tínhamos 12 escalões e passamos a ter quatro. Fazer esse ajuste não foi fácil. Vamos trabalhar com estes novos escalões, ver o comportamento e depois, em função do resultado, vamos ajustar. Para os não-domésticos havia dois escalões e, neste momento, a ERSAR recomenda um. O resultado é um escalão médio mais perto do que inferior do que do superior que existiam. A questão do consumo exacerbado não se coloca porque as grandes empresas não são grandes consumidores de água da rede pública, têm os seus próprios furos. A questão colocada pelo PS é de quem não conhece o problema.

Na eliminação de escalões não há risco de, tal como aconteceu no IRS, haver pessoas que passam a pagar mais por mudança de escalão?

Não. No doméstico toda a gente paga menos. Particularmente no consumo até 20 m3, onde está 80% da população. Os consumidores estratosféricos é um problema deles.

O PSD destaca que, para as famílias numerosas, só as que ficarem no escalão até aos 5 m3 é que terão benefício na tarifa do saneamento. Não faz sentido quando são as famílias numerosas que têm de gastar mais água. O que fizemos relativamente às famílias numerosas foi aplicar a regra da lei e as recomendações da ERSAR. Eu sei o que isso é porque também tenho uma família numerosa, é impossível gastar [apenas] 5 m3. Mas, nas famílias numerosas, o saneamento é calculado não pela totalidade mas por 90% da água consumida. Há uma redução, também.

REQUALIFICAÇÃO Clube de Ténis de Setúbal vai dar nova vida aos Campos Desportivos do Parque da Bela Vista

Protocolo envolve a autarquia e três entidades ligadas ao ténis para dar mais incremento à modalidade

Humberto Lameiras

Os Campos Desportivos do Parque da Bela Vista, em Setúbal, que neste momento apresentam algum estado de degradação, vão ser requalificados e modernizados. Uma obra que vem na sequência de um protocolo de cedência agora assinado entre a Câmara Municipal, proprietária deste complexo, e o Clube de Ténis de Setúbal.

O acordo, que vai envolver o apoio da Associação de Ténis e Setúbal e da Federação Portuguesa de Ténis, visa criar “melhores condições para a prática desportiva”, no concelho, em grande parte na modalidade de ténis. “Iremos apoiar a realização de mais provas em Setúbal”, disse na assinatura do protocolo, na passada sexta-feira, o presidente da Federação, Vasco Costa, que apontou o concelho sadino como um dos que mais torneios da modalidade organiza.

A cedência deste complexo desportivo ao Clube de Ténis de Setúbal, para gestão e utilização, decorre por 16 anos, com possibilidade de renovação automática por iguais períodos, tem “um significado muito importante para a comunidade setubalense. Estamos a celebrar o desporto”, comentou o presidente da Câmara de Setúbal, André Martins. “Com esta parceria estão a ser criadas melhores condições para a prática desportiva” e, com esta, “além do convívio”, também mais condições para “a saúde”, dos cidadãos.

Depois de apontar que os Campos Desportivos do Parque Verde da Bela Vista “estão num processo com alguma degradação”, André Martins manifestou que as associações com maior “conhecimento e dedicação” ao ténis “têm melhores condições para preservar aqueles equipamentos”, e potencial para criar “melhores condições” para atrair praticantes para a

André Martins diz que este protocolo reforça desporto no concelho

modalidade. Daí as três associações estarem neste protocolo de parceria com a Câmara de Setúbal.

Assinado por André Martins, pelo presidente do Clube de Ténis de Setúbal, António Estevão, por Vasco Costa, presidente da Federação Portuguesa de Ténis, e pelo vice-presidente da Associação de Ténis de Setúbal, Jorge Manuel Marques, o protocolo foi aprovado na reunião de câmara a 16 de Novembro, e estabelece que as três entidades se comprometem a “requalificar e modernizar o equipamento municipal na Bela Vista composto por dois campos de ténis, dois campos de basquetebol, um campo de futebol e futsal e um edifício de apoio, numa área de seis mil metros quadrados”.

Ou seja, contempla a “melhoria das condições das estruturas físicas existentes e a criação de novas estruturas que potenciem a oferta desportiva, bem como a formação de recursos humanos especializados, a promoção da prática do ténis e dos desportos de raquete e o seu desenvolvimento nas vertentes formativa, recreativa e competitiva”.

Além de criar condições para equipas representativas da cidade, do concelho e do distrito de Setúbal, é objecto do acordo a organização em Setúbal de competições de ténis de nível local, regional, nacional e internacional.

Está ainda definido que o Clube de Ténis de Setúbal “deve repavimentar os dois campos de ténis existentes, no prazo de um ano, e criar dois novos campos, no prazo de três anos, competindo-lhe ainda apresentar à autarquia um Plano Anual e Plurianual de Desenvolvimento e Dinamização dos espaços concessionados”, sublinha a Câmara Municipal em nota de Imprensa.

O mesmo protocolo estabelece que a Federação Portuguesa de Ténis se compromete a “apoiar o Clube de Ténis de Setúbal com uma comparticipação financeira de 50% dos custos de reconversão dos dois campos de ténis e da criação dos dois novos courts, com o limite de 50 mil euros por ano”.

Na sua intervenção, António Estevão agradeceu à autarquia a disponibilidade para avançar com este protocolo, o qual considera “benéfico para a cidade”, e particularmente para a Bela Vista, ao permitir que o Clube de Ténis de Setúbal “leve parte das suas iniciativas às escolas”, além da realização de provas do calendário nacional.

Por sua vez o vice-presidente da Associação de Ténis de Setúbal manifestou que a Associação de Ténis de Setúbal vai estar empenhada no sucesso desta parceria que além de “inclusiva”, pretende “desmistificar a ideia de que o ténis é uma modalidade elitista”.

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desempenho do Vitória FC na Liga 3 poderá ditar saída do treinador p30
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A tarifa social vai abranger mais de 12% das famílias
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Coral Luísa Todi termina 2022 com dois concertos no Fórum Municipal Luísa Todi

Luísa Todi.

BREVES

CAMPANHA

Bens essenciais vão ser doados à CASA

Uma campanha organizada pela Câmara Municipal, em parceria com a comunidade do projecto Hortas Urbanas de Setúbal, pretende angariar bens essenciais para proporcionar um “Natal melhor a pessoas em situação vulnerável”. Até dia 22, a autarquia e a referida comunidade pretendem angariar alimentos, produtos de higiene ou dádivas em dinheiro para doar ao Centro de Apoio aos Sem-Abrigo (CASA).

SÃO SEBASTIÃO

Festa de Natal diverte cerca de 300 seniores

RECONHECIMENTO

André Martins foi a Azeitão entregar Cabazes de Natal a trabalhadores da repavimentação

Bacalhau, uma garrafa de azeite e um bolo-rei para a noite de

consoada

Os trabalhadores da Câmara Municipal de Setúbal que estão a realizar obras de repavimentação na zona de Azeitão foram ‘prendados’, na manhã da passada quinta-feira, com Cabazes de Natal; uma oferta feita pela mão do presidente da autarquia, André Martins.

Inês Antunes Malta

Neste mês de Dezembro, o Coral Luísa Todi sobe ao palco do Fórum Municipal Luísa Todi com dois concertos. Amanhã, pelas 21 horas, a Orquestra apresenta o espectáculo “Sons de Natal”, enquanto o Coral subirá a palco na noite de quinta-feira, 22, no mesmo horário, com o concerto “Viva la Vida”.

“Neste final de ano, considerámos que fazia sentido apresentar estas duas valências mais fortes da actividade do Coral Luísa Todi, que é a parte mais visível da instituição, uma vez que esteve na génese da sua criação. No entanto, sempre primámos pelo desenvolvimento de outros projectos, sendo a Orquestra o mais recente”, disse Luís Fernandes, presidente do Coral

Integrado no ciclo “Concertos de fim de ano”, o Coral Luísa Todi volta a apresentar a sua Orquestra, que se estreou em Julho passado, no Fórum Municipal Luísa Todi. O mais recente projecto da instituição “tem feito o seu percurso, numa aposta de consolidação e de crescimento da Orquestra Coral Luísa Todi, que continua a ter a sua base numa formação de sopros, mas a que se têm vindo a juntar as cordas”. Mantém, assim, “a heterogeneidade na sua composição, entre alunos de música e profissionais”.

Com um novo programa, mas continuando a apostar “num repertório diversificado”, nesta actuação de Dezembro a Orquestra apresentará temas alusivos à época festiva: os “Sons de Natal”. Com cerca de 50 músicos inscritos, a Orquestra actua sob a direcção do maestro Joaquim Silva.

Dois dias depois, sobe ao palco da maior sala de espectáculos da cidade o Coral Luísa Todi, para estrear a sua nova produção, “Viva la Vida”. “O título foi escolhido como forma de homenagear a vida e a importância de a sabermos viver em harmonia e em paz, sobretudo num

momento tão conturbado da nossa vida colectiva”.

O concerto deste ano, “num registo totalmente acústico”, desenvolve-se, assim, “num ambiente mais intimista do que o habitual, como se fosse uma reunião de Natal para a qual se convidam os amigos, que depois se juntam ao Coro, cantando ou tocando os seus instrumentos”. “E porque a amizade implica partilha e diversidade, apostou-se também num repertório diversificado, que abraça os clássicos, passa pelo gospel e acaba em tons de Natal”.

Os arranjos para coro misto a quatro vozes foram especialmente concebidos para este concerto, que conta com a participação do tenor setubalense João Mendonza, e serão acompanhados instrumentalmente por músicos convidados, entre os quais Eduardo Jordão no piano, Carlos Sequeira na viola, Jorge Pimentel na guitarra portuguesa, Filipe Martins no contrabaixo e Rui Rosado na percussão, sob a habitual direcção do maestro Fernando Malão.

Os bilhetes para estes concertos já se encontram disponíveis na bilheteira do Fórum Municipal Luísa Todi ou on-line, através da BOL.

Durante a Festa de Natal Sénior, organizada pela Junta de São Sebastião, existiu música, canto coral, teatro e tradição. O espectáculo foi assistido por cerca de 300 seniores no dia 11 de Dezembro, no auditório da Escola Secundária D. João II. A apresentação contou com a actuação de um grupo sénior convidado e por um miniconcerto de Celina da Piedade.

ALEGRO

Roda de prémios com ofertas para clientes

De 1 a 24 de Dezembro, a Roda de Prémios regressa ao Alegro Setúbal com a oferta de 85 mil euros em prémios. Ao comprar nas lojas aderentes, o cliente apenas necessita de apresentar os talões originais no próprio dia, no espaço dedicado à iniciativa e por cada 30 euros em compras gira a roda e habilita-se a ganhar prémios.

“Uma pequena lembrança para a noite de Natal”, que inclui “bacalhau, uma garrafa de azeite e um bolo-rei”, refere nota de Imprensa da autarquia que cita o residente da Câmara Municipal. “Decidi vir aqui hoje pessoalmente desejar Boas Festas a estes trabalhadores que trabalham sempre com condições muito particulares e de uma grande dureza, mas sempre com muito empenho. Por isso, quis vir manifestar a minha solidariedade”.

Na deslocação às obras de asfaltamento da Rua Vinha da Sardinha, André Martins sublinhou que “todos os trabalhadores do município têm uma actividade muito importante, sempre ao serviço das populações”, ao mesmo tempo realçou que as características de trabalho daqueles trabalhadores municipais “requerem uma atenção particular”.

O presidente André Martins aproveitou o momento para desejar Boas Festas a todos os trabalhadores do município e que “o próximo ano seja pelo menos um pouco melhor” do que 2022.

“É essa a esperança que temos sempre também nos tempos de Natal. A esperança de prosseguirmos com a nossa vida e a dedicação para criarmos melhores condições para os que vêm a seguir. São estes os desejos para os trabalhadores da Câmara Municipal: que tenham umas Boas Festas com as famílias e mantenham a esperança de dias melhores para o próximo ano”.

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Setúbal
Além da instituição, sobe a palco a Orquestra, em espectáculo inserido no ciclo “Concertos de fim de ano”
“SONS DE NATAL” E “VIVA LA VIDA”
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ESTRATÉGIA SOLIDÁRIA

Conselho Local valida terceiro

Plano de Desenvolvimento Social para o município

Documento foi

de

através de oficinas de co-produção de “Inter-ligenciação Colectiva”

PUBLIREPORTAGEM

Casa Borba alarga oferta com pizzas de fabrico próprio

Além do pão, doces e massas, o espaço contíguo à Praça do Bocage tem agora também pizzas

A Casa Borba abriu portas em Março deste ano em plena baixa da cidade junto à Praça do Bocage no local da antiga Benetton. O novo espaço é o culminar de um processo de implantação de um conceito diferente de fabrico de pão, massas, doçaria, e a partir deste mês também com o menu de pizzaria.

Em todas as áreas a produção é própria e assenta na fermentação natural, o pão à moda antiga; farinha, sal e água. A padaria é, de resto, “a ‘joia’ da coroa da casa”, destaca André Borba, jovem brasileiro de 26 anos que gere o espaço em conjunto com os pais Admilton e Rosileide. “Temos clientes que vêm até do Algarve pelo nosso pão”, revela.

O pão, feito com massa mãe, utiliza vários tipos de farinha portuguesa

com trigo de sementes, centeio, saloio, barbela e rústico entre outros. O trigo de barbela é o único 100% puro que existe em Portugal.

Na doçaria o destaque vai para o Pastel da Arrábida, as queijadas, os croissants franceses e os bolos caseiros (não se pode deixar de experimentar o de cenoura, o de chocolate ou o red velvet, para começar). Toda a pastelaria tradicional pode ser encontrada na Casa Borba, mas com uma pequena diferença: tal como o pão, também a confecção é própria da casa.

Noutra área, as pizzas são feitas com matéria-prima de qualidade. A funcionar há pouco tempo, “está a ser um sucesso”, garante André Borba com um sorriso rasgado na face. A massa de fermento natural é a base que dá asas à imaginação na combinação de sabores e saberes. Fica o convite da gerência para saborear, entre outras, a Lady Supra Sumo à base de presunto de porco preto e a Fina Flor, pizza de cogumelos porcini.

Para a jovem família Borba esta aposta deve-se ao bisavô de André que nasceu na cidade alentejana de

Borba. Tomás Borba emigrou para o Brasil onde desenvolveu a sua actividade profissional em torno da arte de fazer pão. Este gosto e esta arte saltaria, contudo, gerações. Muitas décadas depois, André decidiu recuperar e dar continuidade ao negócio do seu antepassado. Convenceu os pais a acompanhá-lo neste projecto e hoje, os três, gerem este novel espaço na cidade de Setúbal.

Com o projecto a ganhar uma estrutura cada vez mais coerente a ambição não tem limites. “Até agora está tudo a correr bem. Não tem sido fácil, tem exigido um grande esforço de nós os três mas estamos entusiasmados”. O jovem vai mesmo mais longe e admite: “O nosso objectivo é a expansão da marca, a começar numa primeira fase por Lisboa que é onde tudo acontece, mas por agora estamos concentrados em desenvolver e potenciar o que temos aqui em Setúbal, de forma a servir os nossos clientes sempre com a máxima qualidade”.

O espaço está aberto de segunda-feira a sábado das 9h00 às 22h30. Tem serviço take-away pelo telefone 932 331 831.

O Plano de Desenvolvimento Social para o Concelho de Setúbal (PDS) 2021-2027 foi validado na passada semana em reunião do Conselho Local de Acção Social de Setúbal (CLASS). Esta é a terceira edição de um instrumento desenhado ao longo dos últimos dois anos, que resultou do trabalho conjunto e definição negociada de “objectivos prioritários que orienta respostas e necessidades identificadas no concelho de Setúbal”, refere a autarquia.

Trata-se assim de um documento contruído de forma colaborativa através de oficinas de co-produção de “Inter-ligenciação Colectiva”, numa metodologia que considerou um “roteiro de interacções sistemáticas com os parceiros da Rede Social - Oficinas Colaborativas - e de interacções com a população - Open Days/Weeks - e envolveu ainda os dirigentes das entidades parceiras - Reuniões de Alto Nível - em fases cruciais de estabilização da decisão para a prossecução dos trabalhos”.

Reúne assim iniciativas de agentes sociais locais, tanto pessoas como organizações, cujo âmbito de actuação tem repercussões no desenvolvimento social do concelho numa lógica de trabalho em rede e parceria. Contempla ainda “uma visão prospectiva que antecipa e explora oportunidades de desenvolvimento socio-territorial”. O PDS assenta nos quatro eixos de intervenção: Rede Social; Direitos Sociais; Desigualdades Estruturais e Respostas a Necessidades Específicas; e Oportunidades de Desenvolvimento e de Bem-Estar e Desafios Emergentes no Território.

“Está ainda previsto que o desenho e a consolidação deste trabalho de co-produção venham a ter expressão numa Carta de Compromisso a celebrar no início de 2023, sendo que o documento ficará, em breve, disponível na página do município”, avança a autarquia.

A validação do PDS resultou de um encontro no qual participaram 56 pessoas em representação de 44 entidades do concelho. Uma reunião onde foram admitidos mais dois parceiros no CLASS, a Associação Cultural Novas Ideias e o Rotary Clube de Setúbal.

Da ordem de trabalhos da sessão fez também parte a apresentação do “Relatório do 4.º Semestre do Contrato Local de Desenvolvimento Social – ParticipAção”, da responsabilidade da YMCA. H.L. DR

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participaram 56 pessoas em representação de 44 entidades do concelho
construído
forma colaborativa
Na reunião
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SINES NO CENTRO DE DESAFIO MUNDIAL Sem petróleo mas com hidrogénio verde para exportar

“Portugal não produz petróleo, mas tem Sol e vento que pode ser exportado”. A frase é de Pedro Nuno Santos, ministro das Infraestruturas, e foi proferida na última sexta-feira à margem da assinatura do memorando de entendimento do Projecto H2Sines. RDAM, que visa o desenvolvimento de um corredor logístico de hidrogénio verde para ligar, por via marítima, os portos de Sines e Roterdão (Países Baixos).

PEDRO NUNO SANTOS

condições únicas para ser epicentro da economia

Ministro das Infraestruturas realça papel do município alentejano e admite investimento em ferrovia para mercadorias e passageiros

O ministro das Infraestruturas e Habitação considera que Sines tem “condições únicas” para ser “o epicentro” da economia de dados, apontando o exemplo do investimento da Start Campus.

“Portugal, e Sines em particular, têm condições únicas para ser o epicentro dessa economia de dados”, em termos de “armazenamento, processamento [e] distribuição”, sendo o megacentro de dados da Start Campus “o maior exemplo” dessa centralidade, afirmou.

O governante falava à margem de uma visita que efectuou, na manhã de sexta-feira, ao local onde está a ser construído o projecto SINES 4.0, um dos maiores campus de data centers da Europa, da Start Campus, que representa um investimento de 3,5 mil milhões de euros.

De acordo com o governante, com este investimento, é possível perceber que Portugal, um país “periférico

no quadro europeu” pode ter “uma grande centralidade na ligação de outros continentes com a Europa” no que respeita à economia de dados.

“Estamos a falar de um dos maiores investimentos em curso em Portugal e que dá centralidade a Portugal numa área em forte crescimento no mundo, portanto, é um entusiasmo muito grande”, adiantou.

Sobre a pressão que os investimentos previstos para este território estão criar ao nível da habitação, o ministro garantiu que, em conjunto com as empresas e o Município de Sines, está a ser feito “um trabalho para tentar encontrar as melhores soluções” que permitam fixar mão-de-obra na região.

“Está já a haver um trabalho para tentarmos encontrar as melhores soluções para criarmos boas condições para que as pessoas queiram vir para aqui. Vir trabalhar, ter aqui as suas famílias e podermos ter aqui nova vida com condições”, frisou.

Transporte ferroviário considerado fundamental

Pedro Nuno Santos considerou ainda fundamental o investimento ferroviário e rodoviário, tanto do ponto de vista do transporte de mercadorias, como de passageiros, que tem sido reivindicado pelos autarcas dos cinco municípios do litoral alentejano.

“Terá condições para transporte de passageiros? Claro. Se estivermos a falar de uma região que vai receber milhares de novos cidadãos e de movimento, obviamente, que isso pode criar as condições para tornar viável uma operação de passageiros e esse é um trabalho que tem de ser feito com o operador ferroviário português, a CP”, admitiu.

Já o director executivo da Start Campus, Afonso Salema, indicou que “o projecto está dentro dos prazos previstos”, apesar “do ligeiro atraso devido ao problema das cadeias de valor que afectou toda a Europa”, mantendo-se “o compromisso” de entrar em funcionamento “no Verão do próximo ano”.

Em construção está “o primeiro edifício de um campus que vai conter mais edifícios”, avançou o responsável, acrescentando que, uma vez concluído, o projecto SINES 4.0 terá uma capacidade total de “495 megawatts (MW)”. O megacentro de dados vai criar entre “700 e 1 200 postos de trabalho directos” podendo “chegar até 8 mil postos de trabalho indirectos”, afirmou.

Quando o futuro campus entrar em operação, “Portugal passa automaticamente a ser o segundo país da Europa com a maior capacidade de data centers a nível europeu”, concluiu. Lusa

Segundo o governante, Portugal deve “aproveitar” a “capacidade de produção de energia por fontes renováveis, nomeadamente através da solar e da eólica, e exportar essa energia, transformada em hidrogénio verde, para o centro e norte da Europa”.

“Este corredor logístico que se está a começar a construir vai-nos dar essa oportunidade, dando centralidade a Portugal naquilo que é o maior desafio da humanidade: a transição ambiental e energética em que estamos todos envolvidos”, salientou.

Por isso, para Pedro Nuno Santos, a aposta na descarbonização e na transição energética é também “uma grande oportunidade económica para Portugal”, colocando “Sines no centro deste grande desafio mundial”.

Porto de Sines explica projecto

Em comunicado, a Administração dos Portos de Sines e do Algarve (APS)

explicou que o projecto, desenvolvido por um consórcio que integra as multinacionais ENGIE, Shell, Vopak e Anthony Veder, “tem como objectivo produzir hidrogénio verde numa unidade” que será instalada na Zona Industrial e Logística de Sines.

O hidrogénio será depois convertido “em H2 Líquido, através de um processo de liquefação” para ser exportado do Porto de Sines para o Porto de Roterdão “já em 2028, tendo como clientes finais empresas de transporte pesado de mercadorias”.

Em declarações à agência Lusa, o presidente do Conselho de Administração da APS, José Luís Cacho, considerou que esta é “mais uma peça importante” que “poderá colocar Sines num patamar diferente em termos europeus”.

“E esta parceria com o Porto de Roterdão dá-nos uma centralidade nesta área do hidrogénio que não tínhamos”, reconheceu.

Para o transporte do H2 Líquido será “construído um navio dedicado para o hidrogénio entre Sines e Roterdão”, adiantou o responsável do porto alentejano.

Este projecto surge em seguimento à assinatura de um Memorando de Entendimento entre os governos Português e Holandês em 2020, cujo âmbito consiste no desenvolvimento de um corredor marítimo estratégico para a movimentação de hidrogénio entre os dois países. Lusa

18 O SETUBALENSE 19 de Dezembro de 2022
Região
“Sines tem
de dados”
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Assembleia Municipal de Palmela aprova orçamento de 72,6 M€

A Assembleia Municipal de Palmela aprovou na última quinta-feira, por maioria, o orçamento para 2023, no valor global de 72,6 milhões de euros, mais 12,4 milhões do que o deste ano. O documento foi aprovado com votos favoráveis da CDU e

DESVINCULAÇÕES RATIFICADAS PELAS ASSEMBLEIAS MUNICIPAIS

as abstenções de PS, Movimento de Cidadãos pelo Concelho de Palmela (MCCP) e BE. Os eleitos do PSD e do Chega votaram contra, numa reunião que começou na noite de quinta-feira mas que se prolongou até às primeiras horas da madrugada de sexta.

O orçamento do município de Palmela para 2023 tinha sido aprovado pelo executivo camarário a 7 de Dezembro, com votos favoráveis dos quatro eleitos da CDU, abstenção dos três eleitos do PS e do vereador do MCCP e o voto contra do vereador do PSD.

Moita, Barreiro e Almada saltam fora da AMRS e Alcochete prepara saída

Associação vai ficar reduzida a sete municípios. Só um do PS irá continuar ao lado dos seis da CDU: Montijo sem alternativa

Três dos cinco municípios socialistas que até agora, juntamente com seis geridos pela CDU, compunham a Associação de Municípios da Região de Setúbal (AMRS) já saltaram fora do organismo. As decisões tomadas pelos executivos camarários de Moita, Barreiro e Almada foram ratificadas na última semana pelas respectivas assembleias municipais e a AMRS vai, para já, ficar reduzida a oito municípios, assim que as desvinculações forem formalizadas em sede própria (até sexta-feira ainda não tinham sido).

Mas o número de abandonos ainda pode aumentar. Até porque, a saída das autarquias socialistas da AMRS já ficara aprovada em congresso da Federação Distrital de Setúbal do partido e pelo menos mais um município deve seguir o caminho do trio da mesma cor política.

Em Alcochete, Fernando Pinto, que preside à Câmara Municipal e que ocupa a vice-presidência do Conselho Directivo da AMRS, admite a O SETUBALENSE que a desvinculação deste município está em cima da mesa. E a intenção é mesmo avançar. Porém, só depois de estarem acauteladas algumas situações. “Primeiro temos de salvaguardar um conjunto de questões pelas quais estamos amarrados à AMRS, como a situação do serviço da Península Digital”, adianta o autarca. Em Alcochete, o PS tem maioria absoluta na Câmara e na Assembleia Municipal.

Diferente é o caso do Montijo, onde a correlação de forças obriga os socialistas a contarem com a anuência ou a abstenção de um ou mais partidos da oposição, na Câmara e na Assembleia Municipal, respectivamente. E esse é um cenário já descartado. A

oposição (PSD e CDU), em maioria no executivo camarário, chumbará qualquer proposta que a gestão socialista liderada por Nuno Canta possa vir a apresentar, apurou O SETUBALENSE junto do vereador social-democrata

João Afonso – reeleito presidente da secção montijense da comissão política laranja – e de fonte da CDU. Além disso, mesmo no seio dos eleitos do PS na Câmara Municipal há quem comente em surdina que a saída da AMRS “não faz qualquer sentido”.

Prevista para esta semana está a apresentação em assembleia geral do orçamento da AMRS, que ainda engloba a participação dos municípios de Moita, Barreiro e Almada. Mas é

certo que os documentos previsionais “terão de sofrer uma alteração profunda, assim que as desvinculações dos três municípios forem formalizadas junto da AMRS”, lembra uma fonte próxima do processo.

PS alega incumprimento e retorno reduzido

A posição dos socialistas resulta “da falta de representatividade da AMRS e da sua limitada acção, associada ao valor elevado das quotas de cada município (superior às quotas da Área Metropolitana de Lisboa e sem o mesmo retorno para os cidadãos)”, já havia justificado anteriormente a O SETUBALENSE António Mendon-

ça Mendes, enquanto presidente da distrital do partido. E também “do incumprimento do acordado pelas autarquias lideradas pelo PCP, que não diminuíram o valor das quotas a pagar à AMRS”, adiantou então o socialista.

Na noite de quinta-feira passada, as assembleias municipais de Almada e Moita aprovaram a desvinculação dos respectivos municípios da AMRS.

Em Almada, a proposta passou com 22 votos a favor (PS, PSD e Chega). Votaram contra os 15 membros das bancadas de CDU, Bloco de Esquerda e CDS-PP, e registou-se uma abstenção do PAN.

Durante a apresentação da proposta, Inês de Medeiros, presidente da

autarquia almadense, lembrou que o município contribui com um montante avultado de quase 275 mil euros por ano para a AMRS e que obtém “retorno nulo para os almadenses”. A autarca do PS sustentou que a proposta de desvinculação surge depois de cinco anos de tentativa, por parte de Almada, para que a AMRS tivesse um novo rumo, com um equilibro das comparticipações de cada município. Ao mesmo tempo sublinhou o incumprimento da associação em reduzir 25% o valor da quotização que havia sido proposto para este ano.

A socialista voltou também a garantir que os municípios que iniciaram o processo de desvinculação estão disponíveis para, em caso de necessidade, assegurarem que nenhum dos 30 trabalhadores da AMRS possa vir a ficar no desemprego.

Na Moita, a saída do município da AMRS foi aprovada pela Assembleia Municipal com os votos favoráveis de PS (15), CDS (1) e dos dois membros independentes. O eleito pelo PSD absteve-se. Os votos contra vieram das bancadas da CDU (12) e do Bloco de Esquerda (2).

E Carlos Albino, presidente da Câmara, utilizou argumentação idêntica à de Inês de Medeiros. A Moita paga anualmente 225 mil euros para financiar um modelo que, no seu entender, tem um retorno reduzido para o município.

A saída dos municípios do PS da AMRS surge numa altura em que um dos objectivos definidos pela associação passa(va) pela total representatividade do distrito, ou seja pela tentativa de recrutar Grândola e Sines, e, segundo Francisco Jesus, presidente da Câmara de Sesimbra (CDU) e vice-presidente da Mesa da Assembleia Intermunicipal, terá sempre efeitos negativos na região.

“A situação pode resultar em consequências insanáveis entre CDU e PS. Em vez de encontrarmos convergências, estamos a deparar-nos com divergências que até podem ter consequências futuras para projectos comuns entre municípios”, alertou o autarca de Sesimbra, em declarações anteriores a O SETUBALENSE. Ao mesmo tempo, realçou o

património que a associação detém. “Quando se liquidou a Assembleia Distrital, foi decidido então integrar nos quadros da AMRS os trabalhadores e o museu, tal como foi adquirida a Quinta de S. Paulo e o convento foi reabilitado, por exemplo. O que se faz ao património humano e material da AMRS?”, questionou a concluir.

Visão por um prisma diferente apresentou João Faim, da CDU, ao defender que a AMRS é muito mais do que o conceito redutor apresentado do ponto de vista financeiro pelos socialistas. E foi mais longe: “Isto é uma estratégia combinada, que vem de topo para calar a voz dos municípios que não são da mesma cor”, atirou o membro da bancada da CDU na Moita. A CDU ainda chegou a propor que a votação da proposta fosse adiada para permitir um debate mais amplo, mas a pretensão foi rejeitada.

Um dia antes, quarta-feira, a Assembleia Municipal do Barreiro também aprovou a desvinculação da AMRS. A proposta passou com os votos dos membros de PS, PSD e Chega. CDU e Bloco de Esquerda votaram contra. Com Lusa

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Mário Rui Sobral
DR
Na Câmara de Alcochete, onde o PS tem maioria absoluta, está também a ser preparada a saída da AMRS
Francisco Jesus Saídas podem ter “consequências insanáveis entre CDU e PS”
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19 de Dezembro de 2022 O SETUBALENSE 21

ALENTEJO LITORAL Utentes esperam há 300 dias por consultas ou cirurgias e fazem exigências à tutela

No Hospital do Litoral Alentejano, em Santiago do Cacém, há utentes que aguardam por consultas ou cirurgias há “cerca de 300 dias”. Quem o diz é a coordenadora das comissões de utentes locais que, na passada sexta-feira, voltou a promover uma acção de protesto junto à unidade hospitalar.

SESIMBRA

Francisco Jesus consegue unanimidade no maior Orçamento Municipal de sempre

Valor global é de 77 milhões de euros. Para investimento estão reservados mais de 20 milhões. Educação é prioridade

O comunista Francisco Jesus perdeu a maioria absoluta nas últimas autárquicas, mas revelou uma notável capacidade de gerar consensos à frente do executivo camarário de Sesimbra. O primeiro sinal foi dado na negociação pós-eleitoral com todos os vereadores da oposição (três do PS e um eleito pelo Chega que passou a independente) a acabarem por aceitar pelouros. E o resultado está à vista: as conversações para a elaboração do Orçamento Municipal de 2023 culminaram, na passada quarta-feira, com a aprovação dos documentos previsionais por unanimidade, não obstante a CDU contar apenas com três eleitos. Caso raro (para não dizer inédito) no distrito.

E Sesimbra – se a Assembleia Municipal vier a ratificar no próximo dia 28 a decisão do executivo camarário – vai arrancar para o novo ano com o maior orçamento da história do município: 77 milhões de

euros, o que representa um acréscimo de 13 milhões face ao de 2022.

“Houve um grande trabalho de todos os pelouros, de todos os vereadores sem excepção, para discutirem de forma aberta e frontal a definição das prioridades daquilo que nós temos para o ano de 2023”, frisa Francisco Jesus.

A afirmação do presidente da autarquia é, de resto, sustentada pelo vereador socialista Nelson Pólvora, que reconhece a “grande cooperação entre todo o executivo”, e corroborada ainda pelo vereador independente Márcio Souza.

Os vereadores

Francisco Jesus destaca este que “é o orçamento mais elevado” de sempre de Sesimbra e explica que grande parte do aumento orçamental para 2023 resulta do processo de descentralização de competências da Administração Central para os municípios, principalmente na área da Educação. Para investimento estão reservados “mais de 20 milhões de euros” para o exercício do próximo ano, com a área da Educação a arrecadar a maior fatia do bolo (5,8 M€), revela a autarquia em comunicado. Entre as prioridades seguem-se “o Desenvolvimento Económico e Abastecimento Público de Água e Recursos HídricosSistemas de Abastecimento (5,7 M€), a Cultura, Desporto e Juventude (5 M€), a Habitação e Urbanização (4,5 M€) e o Saneamento e Salubridade (2,9 M€)”.

Investimento prioritário

Para o sector educativo estão contempladas verbas para manter o acordo de colaboração com o Ministério da Educação, tendo em vista a requalificação e ampliação da Escola Navegador Rodrigues Soromenho (2 M€), bem como para a delegação de competências na referida área. A construção de novas condutas, o reforço dos sistemas de abastecimento de água (3,5 M€) e a manutenção de mercados municipais e promoção de produtos locais (510 mil euros) são

as principais intervenções perspectivadas no âmbito do Desenvolvimento Económico e Abastecimento Público de Água e Recursos Hídricos.

No domínio da Cultura destacam-se a reabilitação de património e a construção de novos equipamentos, como o novo Auditório da Quinta do Conde (600 mil euros) e a requalificação do Anfiteatro da Boa Água (200 mil euros).

Já no que toca à área do Desporto, a autarquia aposta na obra de conservação do Pavilhão Gimnodesportivo Municipal da Quinta do Conde (110 mil euros), bem como na requalificação e beneficiação de vários relvados desportivos do concelho (478 mil euros).

Em matéria de impostos, o Orçamento Municipal não prevê qualquer devolução do IRS e mantém a taxa do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) em 0,4%, mas com uma redução para 0,38% para os prédios ou fracções que correspondam ao domicílio fiscal dos agregados familiares (proprietários residentes no concelho).

Já a derrama mantém-se em 1,5% sobre os lucros tributáveis, com isenção para empresas que criem emprego de longa duração, calculada com base no número de empregos criados em função da dimensão da empresa: micro, pequenas e médias empresas.

O orçamento será votado pela Assembleia Municipal no próximo dia 28. Com Lusa

Da iniciativa, que contou também com a presença de autarcas e profissionais de saúde, resultou a aprovação de uma resolução a enviar ao Presidente da República, ao primeiro-ministro e ministro da Saúde, grupos parlamentares e várias entidades públicas.

No documento, é exigido “médico e enfermeiro de família para todos os utentes”, “redução da lista de utentes por cada médico de família”, e a “implementação de condições para a realização colheitas de sangue nos centros e extensões de saúde”.

A realização de “consultas, nas extensões de saúde, com a periodicidade de no mínimo uma vez por semana”, e o “início da construção de novas Unidades de Saúde de Santiago do Cacém, Sabóia e Vila Nova de Milfontes (Odemira)”, assim como o arranque de “obras no Centro de Saúde de Alcácer do Sal e na Extensão de Vila Nova de Santo André (Santiago do Cacém)”, são outras das reivindicações.

São exigidas “obras na Urgência Básica do Centro de Saúde de Odemira”, a “reabertura do Serviço de Atendimento Permanente do Centro de Saúde de Grândola, 24 horas”, e a “colocação de médicos pediatras na Urgência Pediátrica do Hospital do Litoral Alentejano, 24 horas”, além da “reabertura da Unidade de Convalescença”.

Exigem ainda que a tutela adopte “medidas que atraiam médicos e enfermeiros” para aquele território.

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Região
Mário Rui Sobral
DR
Nelson Pólvora (PS) e Márcio Souza (independente) salientam a "grande cooperação entre todo o executivo" na construção do orçamento

BALANÇO EM TEMPO DE ANIVERSÁRIO

ADREPES garante 40 milhões de euros para a região em 20 anos de existência

A associação assegurou apoios de fundos comunitários para centenas de projectos e postos de trabalho

Bandadas

A Associação de Desenvolvimento Regional da Península de Setúbal (ADREPES) celebrou na passada quarta-feira o seu 20.º aniversário com uma sessão comemorativa realizada na Biblioteca Municipal de Palmela e “prestou contas” dos resultados já conseguidos.

Ao longo do seu percurso, a ADREPES conseguiu um investimento global para a região de Setúbal de cerca de 40 milhões de euros (com uma taxa de cerca de 50%, ou seja cerca de 20 milhões de fundos), apoiando mais de 600 projectos e mais de 500 postos de trabalho em diferentes áreas de actuação.

“São números muito bons. Cumprimos todos os nossos objectivos”, salientou a O SETUBALENSE Natália Henriques, directora executiva da ADREPES. “Significa que esgotámos o nosso orçamento e ainda conseguimos canalizar, no quadro anterior, mais meio milhão. E neste já vamos em mais de dois milhões do que o orçamento inicial, o que é extraordinário”, acrescentou.

Joaquim Carapeto, presidente da ADREPES, puxou a fita atrás e recordou que a associação foi criada numa altura conturbada, em pleno III Quadro Comunitário e perante um reajustamento territorial com a junção dos Grupos de Acção Local (GAL). Face a este cenário, confessa que era “quase improvável pensar” que pudesse nascer uma associação de desenvolvimento local num território periurbano próximo de Lisboa com estas características.

Mas foi possível e o presidente explica porquê: “O que tem vindo a acontecer, desde essa altura, é que nós temos conseguido trabalhar não só as questões da ruralidade, que o nosso território tem, mas também fazer a ligação necessária com toda a componente urbana. Somos neste momento, a nível nacional, a única associação a ter três GAL”. E isso, considerou, deve-se

“muito à capacidade da equipa” e também ao grande número de associados que faz parte de uma imensa panóplia de diferentes actividades e sectores. Toda esta massa crítica, realçou, “tem contribuído para apoiar a ADREPES” na definição da sua estratégia que se vai “adaptando de acordo com os quadros comunitários” para implementar os projectos de acordo com as necessidades levantadas”.

Desafio lançado

Para o futuro imediato, até porque podem surgir diferenças nos próximos quadros comunitários, se for confirmado o regresso da região de Setúbal enquanto NUT, Joaquim Carapeto afirma que a estratégia está definida e sublinha algumas linhas de orientação fundamentais. “O apoio directo aos pequenos agricultores, a diversificação da actividade agrícola,

a questão da economia azul, onde o turismo de mar tem um papel muito importante, e ainda a questão dos pequenos projectos que não possam ser apoiados por outras linhas de financiamento face às características do território”, revelou.

Na cerimónia marcou presença Rui Rafael, da Autoridade de Gestão do PDR (Programa de Desenvolvimento Rural) 2020 que, para além de

Acção Associação destaca-se por apresentar características únicas a nível nacional

A Associação de Desenvolvimento Regional da Península de Setúbal, criada através da gestão do Programa Leader+, marca o seu trabalho em prol das comunidades e do território. Ao longo destes anos, a sua intervenção é assinalada sobretudo pela gestão dos fundos nacionais

e comunitários, protocolados com diferentes entidades, e assume-se como único Grupo de Acção Local, a nível nacional, que abrange três DLBC (Desenvolvimento Local de Base Comunitária) - Rural, Costeiro e Urbano. “Promover a valorização e a comercialização de produtos

agrícolas, silvícolas, piscícolas, agroalimentares e artesanais regionais; divulgar os produtos, práticas tradicionais e potencialidades locais; e promover e recuperar o património natural, cultural e edificado, bem como o turismo” são alguns dos vários vectores de acção da associação.

enaltecer o trabalho desenvolvido pela ADREPES, deixou um desafio à associação e aos seus parceiros: “As pessoas têm muito medo da palavra lobby. Um lobby não é uma coisa negativa, é feito para defender os interesses que todos nós, em conjunto, queremos para algum fim. A todos, desde autarcas, empreendedores, entidades regionais descentralizadas, que fazem parte desta parceria, deixo o desafio para fazerem um pouco mais de lobby no sentido positivo, para que possam ir buscar fundos a outros fundos, nomeadamente, aos regionais”.

Já Sofia Martins, em representação da Associação de Municípios da Região de Setúbal (AMRS), destacou a importância da ADREPES, ao reconhecer que a associação tem tido um papel fundamental para se ter hoje um território “mais desenvolvido e mais capacitado”. A longo de duas décadas, a ADREPES “criou oportunidades e ajudou a aproveitar essas oportunidades”, frisou a responsável da AMRS, a finalizar.

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Luís
DR
A sessão comemorativa dos 20 anos da ADREPES decorreu na Biblioteca Municipal de Palmela
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19 de Dezembro de 2022 O SETUBALENSE 25

O Setubalense n.º 967, 24 de Novembro de 2022

Classificados

EXTRACTO

-----Certifico, para efeitos de publicação que, nesta data, foi lavrada, no Cartório Notarial no Barreiro do Dr. Carlos José Albardeiro Barradas, a folhas quarenta, do Livro Cento e dois-C, de escrituras diversas, uma escritura de justificação, tendo por justificante:-------------------------------------------------------------------------

-----a) Maria Emília Lopes do Vale Gil, NIF 151393362 viúva, natural da freguesia e concelho do Barreiro, residente na Rua Dr. Manuel Pacheco Nobre, nº 79, 1 ° esquerdo, 2830-080, Alto do Seixalinho, Barreiro;------

-----b) Fernando Jorge Lopes do Vale dos Santos Gil, NIF 178038938, divorciado, natural da freguesia e concelho do Barreiro, residente na Rua Dr. Manuel Pacheco Nobre, nº 79, 1 ° esquerdo, 2830-080, no Barreiro;--

-----c) Élida Maria Lopes do Vale dos Santos Gil Gomes, NIF 189558989, natural da freguesia e concelho do Barreiro, casada com Rui Dino Guerreiro Martins Gomes, sob o regime da comunhão de adquiridos, residente na Praceta da Venda Nova, número 2, Venda Nova, 2970-841, Sesimbra (Castelo), Sesimbra;--------------------A justificante declarou:--------------------------------------------------------------------------------------------------

-----Que Fernando dos Santos Gil e António da Costa Fernandes eram os únicos sócios e gerentes da sociedade comercial por quotas, com a firma:-------------------------------------------------------------------------------------------

-----"ALUMÍNIOS EUROPA, LDA", NIPC 502187840, com sede na Rua Dr. Eusébio Leão, número 18, freguesia e concelho do Barreiro, matriculada na competente conservatória do registo comercial sob o número quinhentos e dois milhões cento e oitenta e sete mil oitocentos e quarenta euros, com o capital social, integralmente realizado, de dois milhões de escudos, distribuído por duas quotas, uma do valor nominal de um milhão e vinte mil escudos pertencente ao sócio Fernando dos Santos Gil e outra do valor nominal de novecentos e oitenta mil escudos pertencente ao sócio António da Costa Fernandes, conforme verifiquei pela certidão comercial da referida sociedade, de que se arquiva um print.--------------------------------------------------

-----Que, no ano de mil novecentos e noventa, em dia e mês que não sabem precisar e através de escritura pública de cessão de quotas, em cartório que também não foi possível identificar, apesar das buscas efectuadas nos mais diversos cartórios notariais, o já identificado António da Costa Fernandes e mulher Isabel Maria dos Santos Coelho Fernandes, casados sob o regime da comunhão de adquiridos e residentes na Rua Gil Vicente, número 19 - A, 2º esquerdo, na Baixa da Banheira, cederam a quota que lhes pertencia na indicada sociedade, pelo respetivo valor nominal de novecentos e oitenta mil escudos, ao também sócio Fernando dos Santos Gil, renunciando também no mesmo título, ele António da Costa Fernandes à gerência que vinha a exercer na mesma sociedade.------------------------

-----Que, assim, a partir daquela data de mil novecentos e noventa, o identificado Fernando dos Santos Gil e mulher Maria Emília Lopes do Vale Gil, casados sob o regime da comunhão geral de bens e residentes na Rua Dr. Manuel Pacheco Nobre, nº 79, 1 º esquerdo, no Barreiro, passaram a ser donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrém daquela quota objeto da descrita transmissão.---------------------------------------------------------------------

-----Que, assim, pela presente escritura, vêm justificar a falta verificada pela não localização da escritura de cessão de quotas e renúncia à gerência por parte de António da Costa Fernandes, celebradas no ano de mil novecentos e noventa, reatando-se assim o trato sucessivo quebrado pela não localização da titulada transmissão, pertencendo hoje essa quota do valor nominal de novecentos e oitenta mil escudos, em comum e sem determinação de parte ou direito, aos aqui primeiros outorgantes e justificantes.--------------------------------

-----Está conforme.--------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Barreiro, 14 de dezembro de dois mil e vinte e dois.

O Notário, Conta registada sob o nº 7/8477/2022

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ERROS CRASSOS, EXPULSÃO E AUTOGOLO NA DERROTA SADINA (0-3) COM U. LEIRIA

Vitória precisa de abanão urgente para não se afundar mais em 2023

Mau desempenho na Liga 3, prova em que o VFC não vence há seis jogos, deverá ditar a saída do treinador

O Vitória confirmou sábado o péssimo momento que atravessa no campeonato ao perder, por 3-0, na recepção ao União de Leiria, em partida da 12.ª jornada (a primeira da segunda volta) da série B da Liga 3. Num início de tarde em que tudo correu mal à equipa – um erro crasso de um defesa (Tiago Melo) que permitiu ao adversário inaugurar o marcador, uma expulsão (José Semedo) logo após o intervalo e um autogolo (François) –, o melhor foi mesmo a chegada do apito final que permitirá três semanas de interregno na competição.

Os golos do conjunto leiriense (Gonçalo Gregório bisou e o defesa senegalês François fez auto-golo), que aumentou para seis (quatro derrotas e dois empates) o número de encontros que os verdes e brancos levam sem vencer, puseram a nu as fragilidades da equipa comandada por Micael Sequeira, que não deverá resistir aos maus resultados e ao facto de a equipa ocupar a nona posição, com 12 pontos, quando estão completadas 12 jornadas.

No Estádio do Bonfim não houve pela segunda vez consecutiva público nas bancadas devido ao castigo de dois jogos à porta fechada aplicado pelo Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol. Recorde-se que na origem da punição aplicada estiveram as “verbalizações/ cânticos ofensivos ao árbitro (Pedro Ferreira, da AF Braga) no jogo em Massamá, contra o Real SC, de 23 de Outubro de 2021”.

Antes do jogo, o Vitória revelou a ambição de encarar o encontro como

a primeira de 11 finais que a equipa ia realizar com o objectivo de lutar por um lugar entre os quatro primeiros. Tal não sucedeu e isso foi perceptível desde os instantes iniciais pela forma acutilante como o União, que está agora isolado na frente da tabela (com mais dois pontos que o perseguidor Amora e também mais um jogo realizado).

Logo no primeiro minuto, uma perda de bola do guarda-redes Leonardo Ferreira quase permitiu que os forasteiros inaugurassem o marcador. Foi o prenúncio para o assalto à baliza que se verificou no primeiro quarto de hora da partida. Aos quatro, Jair Silva, um dos homens mais perigosos dos unionistas, esteve perto do golo quando cabeceou ao poste direito da baliza sadina, após cruzamento da esquerda.

Muito velozes, os leirienses fizeram a cabeça em água à defesa que foi incapaz de suster o ímpeto do adversário nesta fase. Aos sete minutos, foi a vez de Leandro Antunes disparar de fora da área e proporcionar uma enorme defesa ao guardião sadino, que adiou o tento adversário. O sufoco teve novo capítulo volvidos três minutos quando numa jogada rápida

de ataque Gonçalo Gregório, assistido por Jair Silva, rematou para defesa de Leonardo Ferreira.

Num encontro em que praticamente só deu União na etapa inicial, Jair da Silva, aos 19 minutos, cabeceou para mais um voo de Leonardo Ferreira num lance em que houve muitos protestos sadinos – capitão José Semedo viu o primeiro cartão amarelo – que reclamaram falta no lance e o árbitro Humberto Teixeira, da Associação de Futebol do Porto, discordou.

Só a partir dos 20 minutos, os sadinos conseguiram equilibrar e passar inclusivamente a dominar em certos momentos de jogo. Em resultado disso, Zequinha conseguiu, aos 25 minutos, depois de receber na esquerda um passe de José Varela, rematar fraco ao lado do poste direito da baliza defendida por Carlos Alves, que, três minutos depois, viu a sua baliza novamente amaçada na sequência de um pontapé de canto.

Aos 34, com o jogo equilibrado e o Vitória mais perto da área adversária, Zequinha rematou de meia distância sobre a trave no seguimento de um bom lance colectivo em que com

Daniel Carvalho e Gabriel Lima também intervieram. Foi na melhor fase do Vitória que o U. Leiria inaugurou o marcador através de Gonçalo Gregório, à passagem dos 37 minutos. Uma perda de bola de Tiago Melo foi aproveitada pelos leirienses para fazer um contra-ataque letal. Na cara do guarda-redes, avançado dos leirienses só teve de escolher onde colocar a bola.

Os sadinos tentaram reagir ao golo e visaram a baliza aos 39 e 40 minutos. Primeiro foi João Freitas a cabecear para defesa atenta do guardião Carlos Alves, que desviou para canto. No seguimento do lance, Gabriel Lima, também de cabeça, levou a bola a passar ao lado do poste direito no último lance de perigo antes do intervalo.

Expulsão e autogolo no início do segundo tempo No segundo tempo, o treinador

Micael Sequeira lançou o atacante

Rodrigo Pereira para o lugar de João Freitas. Ainda antes de ser possível ver efeitos práticos da mudança, o capitão José Semedo foi expulso depois de lhe ser exibido o segundo cartão amarelo, por falta dura sobre

Jair Silva, aos 47 minutos.

O cartão vermelho foi um rude golpe nas aspirações do Vitória que viu a sua missão dificultar-se ainda mais aos 54 minutos, momento em que o defesa François, quando era pressionado por Jair Silva, teve a infelicidade de introduzir a bola na própria baliza, deixando o opoente com uma vantagem de 2-0.

O golo não impediu os sadinos de procurarem o golo que lhe permitisse reentrar na discussão do resultado. Aos 65 minutos, Rodrigo Pereira ameaçou marcar num lance em que não consegue acertar em cheio na bola no interior da área. Na resposta, aos 66, um remate cruzado colocado de Gonçalo Gregório só não deu golo porque Leonardo Ferreira fez uma estirada junto ao relvado para impedir que a bola entrasse na baliza.

Aos 72, o guardião voltou a ganhar no duelo com o avançado que já o tinha desfeiteado no primeiro tempo. A melhor ocasião de todo o jogo para o Vitória marcar aconteceu aos 83 minutos. Depois de um canto de Lucas Marques, o defesa Aloísio Neto cabeceou ao primeiro poste e só não fez golo porque Carlos Alves se aplicou para defender em cima da linha de golo.

Antes do apito final, já depois de Diogo Leitão ter, aos 86 minutos, rematado ao lado da baliza, o U. Leiria conseguiu chegar ao 3-0. Numa fase em que o jogo já estava partido, Pedro Empis assistiu Gonçalo Gregório, que, novamente só com Leonardo Ferreira pela frente, só teve de colocar a bola fora do alcance do guarda-redes.

No final do encontro, tal como já tinha acontecido noutras ocasiões, o treinador Micael Sequeira não compareceu na sala de imprensa para prestar declarações. Numa altura em que o descontentamento é geral entre os vitorianos, os responsáveis do clube deverão anunciar em breve a saída do técnico, de 49 anos, que soma três triunfos, três empates e seis derrotas na Liga 3.

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Ricardo Lopes Pereira
DR
Num Bonfim ainda sem público, sadinos não foram capazes de travar leirienses

FUTEBOL DISTRITAL

Oriental Dragon não viajou para os Açores devido ao mau tempo

O jogo que o Oriental Dragon deveria disputar nos Açores, com o Praiense, referente à 12.ª jornada da Série D do Campeonato de Portugal, foi adiado para o dia 11 de Janeiro, devido às condições atmosféricas adversas registadas na Ilha Terceira. De acordo com

informações recolhidas junto do clube orientalista, a equipa esteve no aeroporto, mas não chegou a fazer a viajem. O Desportivo Fabril, que na jornada anterior havia perdido em casa com o Imortal, voltou a ser derrotado por uma equipa algarvia, desta

FUTEBOL FEMININO

Nova cambalhota no topo da tabela classificativa

O Barreirense, beneficiando do percalço do Olímpico do Montijo, recuperou a liderança e segue na frente com um ponto de vantagem

A 15.ª jornada do Campeonato Distrital da 1.ª Divisão trouxe nova mudança de líder porque o Olímpico do Montijo empatou em Palmela e o Barreirense foi ganhar à Charneca de Caparica.

Nesta jornada será também de realçar a gorda vitória obtida na Moita pelo Comércio Indústria, onde Moussa Diarra esteve em evidência ao fazer um hat-trick, o êxito obtido pelo Grandolense na sua deslocação à Baixa da Banheira e o primeiro triunfo caseiro do Sesimbra conseguido sobre o Botafogo.

De registar será também o empate obtido pela Quinta do Conde no jogo disputado com o Vasco da Gama de Sines, que foi o primeiro ponto conquistado após oito derrotas consecutivas.

Resultados da 15.ª jornada: Palmelense 1 Olímpico do Montijo 1; Sesimbra 2 Botafogo 0; Banheirense 0 Grandolense 1; Charneca de Caparica

1 Barreirense 2; Pescadores 3 Águas de Moura 2; Moitense 0 Comércio Indústria 4; Quinta do Conde 1 Vasco da Gama 1; Amora “B” – Trafaria (a decorrer à hora do fecho desta edição); Alcochetense – Monte Caparica (adiado para 21 de Dezembro, às 20 horas).

Classificação: 1.º lugar, Barreirense, 36 pontos; 2.º lugar, Olímpico do Montijo, 35 pontos; 3.º lugar, Comércio Indústria, 30 pontos; 4.º lugar, Moitense, Vasco da Gama e Pescadores, 25 pontos; 6.º lugar, Alcochetense (menos um jogo), 22 pontos; 8.º lugar, Palmelense, 21 pontos; 9.º lugar, Botafogo e Trafaria (menos um jogo), 19 pontos;

11.º lugar, Charneca de Caparica, 18 pontos; 12.º lugar, Águas de Moura e Amora “B” (menos um jogo), 17 pontos; 14.º lugar, Sesimbra e Grandolense, 16 pontos; 16.º lugar, Banheirense, 13 pontos; 17.º lugar, Monte de Caparica (menos um jogo), 8 pontos; 18.º lugar, Quinta do Conde, 5 pontos.

Alfarim e Seixal goleiam na 2.ª Divisão

Na segunda divisão nada de novo na liderança das duas séries porque ambos os líderes ganharam. Contudo, há a salientar a vitória em Santo André do Lagameças, que se isolou no segundo lugar da Série “A”, e as goleadas aplicadas pelo Alfarim e pelo Seixal, sobre Sporting Vinhense e Samouquense, na Série “B”.

Série A: Juventude Sarilhense

2 Pinhalnovense 1; Santo André 0 Lagameças 2; U. Santiago 2 Pele -

zinhos 1; Vitória “B” 3 Juventude Melidense 0.

Classificação: 1.º lugar, Vitória “B” 31 pontos; 2.º lugar, Lagameças, 24 pontos; 3.º lugar, Santo André, 21 pontos; 4.º lugar, U. Santiago, 20 pontos; 5.º lugar, Pinhalnovense, 17 pontos; 6.º lugar, Juv. Sarilhense, 15 pontos; 7.º lugar, Pelezinhos, 14 pontos; 8.º lugar, Afonsoeirense, 11 pontos; 9.º lugar, Melidense, 5 pontos.

Série B: Brejos de Azeitão 1 Almada 0; Seixal 7 Samouquense 0; Paio Pires 0 Fabril “B” 3; Alfarim 8 Vinhense 0; Corroios 1 Zambujalense 4.

Classificação: 1.º lugar, Seixal, 33 pontos; 2.º lugar, Fabril B, 32 pontos; 3.º lugar, Alfarim, 29 pontos; 4.º lugar, Almada, 22 pontos; 5.º lugar, Brejos de Azeitão, 21 pontos; 6.º lugar, Paio Pires e Zambujalense, 17 pontos; 8.º lugar, Corroios, 15 pontos; 9.º lugar, Samouquense, 8 pontos; 10.º lugar, Vinhense, 1 ponto.

vez com o Esperança de Lagos, por 1-0, com um golo sofrido no decorrer da primeira parte, aos 32 minutos. Na classificação o Fabril segue em quinto lugar com 19 pontos e o Oriental Dragon na 11.ª posição com 11 pontos, mas com menos um jogo.

Racing Power causa sensação na Taça de Portugal

Depois de ter afastado o Torreense na terceira eliminatória, a equipa da margem sul do Tejo, que tem o seu quartel-general montado no Campo da Boa Hora, em Arrentela, voltou a estar em plano de grande evidência agora nos oitavos de final da prova rainha do futebol nacional ao afastar da competição outra equipa da Liga BPI, o Valadares Gaia.

O facto ganha ainda mais relevo porque a vitória (1-0) foi obtida no Complexo Desportivo de Valadares, campo da equipa adversária classificada em 7.º lugar na principal competição do futebol feminino nacional.

LIGA 3

Um golo marcado pela brasileira Mayara (ex-Botafogo) ainda na primeira parte, aos 34 minutos, foi quanto bastou para a equipa da região, treinada por João Marques, que disputa o Campeonato Nacional da 2.ª Divisão, carimbar o passaporte para os quartos-de-final.

O Barreirense foi goleado em casa (0-10) pelo Damaiense e o Amora, que ao intervalo perdia por 1-0, venceu o Marítimo por 4-1. Apurados para os quartos-de-final: Racing Power, Benfica, SC Braga, Clube Albergaria, Famalicão, Sporting. Damaiense e Amora. J.P.

Amora despede-se de 2022 com um empate em Alverca

Amora e Alverca, duas das melhores equipas da Liga 3, proporcionaram um excelente espectáculo de futebol na partida que disputaram na cidade ribatejana, que assinalou o início da segunda volta para ambos.

O jogo começou com as duas equipas empenhadas em dar o seu melhor na procura da vitória e o Amora acabou por ser mesmo a primeira equipa a marcar por Caleb (22’) na cobrança de uma grande penalidade assinalada por falta cometida por Miguel Pires sobre si próprio.

O Alverca reagiu de imediato e seis minutos depois estava restabelecida a igualdade com Rúben Pina a fazer um golo de belo efeito. Depois de driblar três adversários, rematou ainda fora da área, a bola bateu num jogador do Amora (Jefferson) e descreveu

uma trajectória que não deu qualquer hipótese ao guardião amorense, Luís Ribeiro.

Na segunda parte o jogo foi mais táctico, menos intenso e as oportunidades de golo mais escassas mas ainda assim a equipa que mostrou mais inconformismo foi o Amora, sendo de salientar um livre directo de Denis Rodríguez que proporcionou uma grande defesa ao guarda-redes da equipa ribatejana.

Apesar de não ter sido o resultado desejado pelo Amora, pode considerar-se um resultado positivo porque foi conquistado em casa de um candidato assumido à subida de divisão e também porque possibilitou que a equipa comandada por João Pereira completasse uma série de 10 jogos consecutivos sempre a pontuar. J.P.

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DR
Moussa Diarra (Comércio Indústria) esteve em destaque nesta jornada DR

MARÉS TEMPO

HOJE Chuva Aguaceiros 19º 19º 14º 12º AMANHÃ 05:09 - 1.2 m - Baixa-mar 11:23 - 2.9 m - Preia-mar 17:40 - 1.1 m - Baixa-mar 23:56 - 3.0 m - Preia-mar SETÚBAL | TRÓIA SINES 04:43 - 1.3 m - Baixa-mar 10:56 - 2.8 m - Preia-mar 17:14 - 1.1 m - Baixa-mar 23:30 - 2.9 m - Preia-mar SESIMBRA 04:48 - 1.3 m - Baixa-mar 10:59 - 2.8 m - Preia-mar 17:18 - 1.1 m - Baixa-mar 23:32 - 2.9 m - Preia-mar ALMADA 05:08 - 1.3 m - Baixa-mar 11:36 - 3.2 m - Preia-mar 17:39 - 1.1 m - Baixa-mar
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